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São José
2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
São José
2015
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades e concluir este
trabalho, estando comigo não somente nesses anos como universitária, mas em todos os
momentos em que precisei. Por ter apontado sempre o melhor caminho a trilhar e,
principalmente, por me escutar quando pedi sua ajuda para não desanimar.
Meus agradecimentos à professora Alissane Lia Tasca da Silveira, por sempre mostrar-se
disposta a me ajudar na elaboração deste trabalho, apresentando ideias e soluções. Expresso meu
reconhecimento e admiração por sua competência profissional e pelo tempo que se colocou à
minha disposição.
À minha família, meu eterno amor, que, com muito carinho e apoio, não mediram
esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida e me deram força nos meses em que
mais precisei. Muito obrigada.
Agradeço às minhas amigas, Edilene Hames da Silva, Janaína Schurhaus e Marcia Helena
pelo apoio, convivência e palavras de compreensão nos momentos de estresse. Em especial, à
minha grande amiga, Morgana Meurer, pelo apoio e confiança na elaboração deste trabalho,
disponibilizando, sempre, tempo, experiências e ideias as quais ampliaram meus conhecimentos.
Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação,
acreditando na minha capacidade, ajudando, assim, a concluir minha graduação.
O sucesso nasce do querer, da determinação e
persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo
não atingindo o alvo, quem busca
e vence obstáculos, no mínimo fará coisas
admiráveis. (JOSÉ DE ALENCAR).
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido com base no estudo e conhecimento da Lei Complementar nº
128/2008, que apresenta a figura do Microempreendedor Individual (MEI), e tem como objetivo
demonstrar as vantagens e os desafios que a legislação traz para o trabalhador informal,
verificando se é vantajoso ou não optar por tal sistemática. A pesquisa consiste em um estudo de
caso realizado com a empresa1 P&F Serviços Automotivos, que hoje atua informalmente, a fim
de demonstrar as possibilidades de formalização do negócio, bem como verificar qual seria a
condição mais benéfica para a empresa: a informalidade ou MEI. Este trabalho caracteriza-se por
sua natureza descritiva, e a abordagem do problema apresentado foi desenvolvida de forma
qualitativa. Para o fisco, o aumento da formalização é uma grande conquista, pois aumenta a
arrecadação de tributos e movimenta a economia do país. O surgimento da Lei Complementar nº
128/2008 é uma excelente oportunidade para legalização de trabalhadores que situam-se no
mercado informal. Para a empresa P&F Serviços Automotivos a formalização é a opção mais
benéfica, pois a arrecadação na parte previdenciária se torna menor, trazendo, também, benefícios
que a informalidade não permite, tais como amparos legais, financeiros e governamentais.
1
Empresa: Não personificada
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Características essenciais dos tipos de empresa mais comuns no Brasil................ 22
Quadro 2: Passo a passo para a formalização .......................................................................... 28
Quadro 3: Modelo do Relatório Mensal das Receitas Brutas .................................................. 35
Quadro 4: Atividades que não podem optar pelo MEI ............................................................ 39
Quadro 5: Total Geral dos Microempreendedores Individuais ............................................... 40
Quadro 6: Documentos para consulta de viabilidade .............................................................. 45
Quadro 7: Documentos para solicitação do alvará de funcionamento MEI ............................ 47
Quadro 8: Vantagens e desvantagens do MEI ......................................................................... 54
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Documento de arrecadação do microempreendedor individual ............................... 28
Figura 2: Deferimento consulta de viabilidade ....................................................................... 46
Figura 3: CNAE de enquadramento pela empresa .................................................................. 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Cálculo de custo para contratação de funcionário ................................................... 49
Tabela 2: Despesas trabalhador informal ................................................................................ 51
Tabela 3: Despesas empreendedor individual ......................................................................... 52
Tabela 4: Análise da diferença entre o trabalhador informal e MEI ....................................... 53
LISTA DE SIGLAS
2 METODOLOGIA ......................................................................................................... 15
2.1 QUANTO À NATUREZA.......................................................................................... 15
2.2 QUANTO À ABORDAGEM DO PROBLEMA ........................................................ 15
2.3 QUANTO AOS OBJETIVOS..................................................................................... 15
2.4 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS .................................................... 16
2.5 COLETA DE DADOS ................................................................................................ 16
2.6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS....................................................... 17
2.7 AMBIENTE DE PESQUISA ...................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 57
ANEXOS ............................................................................................................................... 65
ANEXO A – Termos de autorização para divulgação de informações de empresas ............. 65
11
1 INTRODUÇÃO
Os objetivos que se têm em vista definem, muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de
problema a ser selecionado, o material a coletar e etc.
Quanto à sua natureza, os objetivos podem ser: intrínsecos, quando se referem aos
problemas que ser quer resolver; extrínsecos, tais como dever de aula, solicitação de
interessados, trabalhos finais dos cursos de formação, resolver problemas pessoais,
produzir algo de original.
1.3 JUSTIFICATIVA
A falta de informação de como regularizar uma empresa, faz com que muitos empresários
optem em trabalhar de forma irregular perante o fisco. O profissional acredita que será
burocrático regularizar e até manter uma empresa.
Conforme Sebrae (2015):
A escolha desse tema visa orientar o trabalhador informal acerca da regularização das
empresas, demonstrando que tal processo traz benefícios significativos tanto para o próprio
trabalhador, no que se refere a benefícios relacionados à estabilidade profissional, como o seguro-
desemprego e a aposentadoria, quanto para a empresa, que por meio do Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica (CNPJ) torna-se mais representativa e competitiva no mercado.
Acredita-se que este estudo irá conceder maior conhecimento sobre a importância da
formalização, ajudando, assim, na coleta de dados para tomada de decisões nas quais a empresa
e/ou o empresário serão beneficiados.
Para a sociedade, a regularização das empresas é importante para que não haja déficit nos
cofres públicos e, assim, possam ser arrecadados mais fundos para investimentos.
De acordo com Cecílio (2014):
A sonegação fiscal é considerada crime contra a ordem tributária por retirar ou reduzir
os direitos do cidadão, inviabilizando a implementação de políticas públicas nas mais
diferentes áreas, como da educação, saúde, segurança e infraestrutura básica. Ela é
danosa aos cofres públicos, pois consiste na adoção de conduta que exime o sonegador
do pagamento total ou parcial do tributo, como por exemplo: inserir elementos inexatos
ou omitir operação em documentos ou livros exigidos pela Legislação Fiscal; falsificar
ou alterar documentos fiscais relativos às operações ou prestações de serviços; prestar
declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas; não emitir a nota fiscal, cupom fiscal
ou não declarar o valor do tributo devido à ocasião em que é apurado pelo Fisco através
do lançamento de ofício.
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Esta pesquisa está estruturada em seis capítulos e apresenta um estudo sobre MEIs,
vantagens, desafios e análise da formalização de uma empresa. O primeiro capítulo apresenta a
introdução, o objetivo geral, os específicos, bem como a justificativa para elaboração deste
trabalho.
O segundo capítulo traz a metodologia utilizada para desenvolvimento da pesquisa,
apresentando separadamente cada modalidade. Já o terceiro capítulo, abrange a fundamentação
teórica, demonstrando os principais aspectos do microempreendedor individual no âmbito
empresarial, tributário e previdenciário.
O quarto capítulo apresenta orientações com relação às vantagens e os desafios a enfrentar
no processo de regularização. O quinto capítulo traz o estudo de caso, onde foi analisado se é
vantajoso ou não para uma empresa optar pela sistemática do microempreendedor individual.
Por fim, o sexto capítulo abrange as considerações finais, onde consta a conclusão da
pesquisa, as recomendações para trabalhos futuros, seguidas das referências bibliográficas.
15
2 METODOLOGIA
Este trabalho abrange a pesquisa aplicada, pois tem como foco a análise e observação de
um trabalhador informal, feita através de um estudo de caso, propondo soluções e caminhos para
eliminar o problema do objetivo de estudo, por meio da obtenção de informações e aplicação do
método de análise. “A pesquisa aplicada apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa pura,
pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento” (GIL, 1999 apud
SANTOS, 2011, p. 15).
A motivação para a realização de uma pesquisa aplicada é fornecer conhecimento para
aplicação dos resultados, desvendando, assim, o problema que está inserido na realidade.
Para análise dos objetivos, foi utilizada a pesquisa descritiva, tendo como objetivo
primordial a descrição das vantagens e desafios enfrentados pelos microempreendedores
individuais. Tem-se como finalidade, orientar, identificar, analisar a formalização de um
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A coleta de dados designada como fonte primária acontece por meio de livros, leis
específicas, endereços eletrônicos e questionamentos levantados junto ao proprietário e
funcionário da empresa P&F Serviços Automotivos, levando a maior compreensão do assunto
estudado.
De acordo com Gil (2008, p. 60):
A empresa P&F Serviços Automotivos, criada em junho de 2013, está localizada na Rua
Princesa Isabel, 272 Ponte do Imaruim – Palhoça/SC. É uma empresa especializada em pequenos
e médios reparos em lataria e pintura e polimento em automóveis na região metropolitana de
Florianópolis.
A prestação de serviços é feita principalmente para pessoas físicas, pois, como a empresa
apresenta-se irregular perante o fisco, não emite notas fiscais, o que dificulta a relação de trabalho
com pessoas jurídicas.
Para este trabalho são considerados os registros legais em órgãos públicos, a carga
tributária, os cálculos trabalhistas, os desafios do trabalho formal, bem como, os benefícios da
regularização e suas vantagens para a empresa P&F Serviços Automotivos.
A seguir, tem-se o início da fundamentação teórica, que consiste no terceiro capítulo deste
trabalho.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Direito Empresarial, também conhecido como Direito Comercial, tem por objetivo
cuidar dos bens e serviços que atendem ou superem as expectativas dos consumidores.
Direito Empresarial é uma das subdivisões do chamado Direito Privado. Tal divisão
estabelece uma condução harmônica das atividades de interesse coletivo. O principal documento
do Direito Empresarial no Brasil é o Código Civil, que prevê as disposições importantes para os
empresários e as empresas (SANTIAGO, 2015).
Para dar início à atividade empresarial é necessário, entre outras providências, fazer o
registro nos órgãos públicos.
O Sebrae (2015) assevera que, o primeiro passo a ser realizado é a empresa fazer o
registro legal na Junta Comercial do Estado onde a empresa está localizada. Diante disso, a
pessoa jurídica passa a existir oficialmente. Para tanto, é necessária a apresentação de alguns
documentos como o contrato social (com visto do advogado), documentos pessoais dos sócios da
empresa, verificar se não há nenhuma empresa registrada com o nome desejado, requerimento
padrão da Junta Comercial, FCN (Ficha de Cadastro Nacional) e o pagamento das taxas por meio
de DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).
Conforme Decreto-Lei nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996:
I - dar garantia publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das
empresas mercantis, submetidos a registro na forma da lei;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu
cancelamento.
atividade que a empresa irá exercer, para classificação de sua tributação e também para a
fiscalização da atividade prestada pela empresa.
Considerando que “O CNPJ compreende as informações cadastrais das entidades de
interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios” (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2015), ao concluir a etapa do seu
cadastramento, é indispensável providenciar o alvará de funcionamento da prefeitura ou
administração regional. Esse alvará é a licença que permite o funcionamento da empresa e nele
deve ser apresentado o formulário próprio da prefeitura do município onde a empresa está
inserida, a consulta prévia do endereço aprovada, o CNPJ, o Contrato Social e o laudo dos órgãos
responsáveis, quando necessário.
2015). O nome empresarial deverá conter a expressão “Eireli” após denominação social, e seu
registro também deve ser feito diretamente na Junta Comercial.
A sociedade limitada pode conter mais de um sócio para formação da empresa, e a
responsabilidade de cada sócio fica restrita ao valor de suas quotas, porém, todos respondem
solidariamente pela integração do capital social (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2015). Na
constituição do nome da empresa deve constar a expressão limitada “LTDA” e é necessário,
também, o registro na Junta Comercial.
A seguir, será abordado o conceito de microempreendedor individual.
Além de cumprir com o requisito do faturamento anual e ser optante pelo Simples
Nacional, a atividade a ser prestada pela empresa deve estar de acordo com os requisitos descritos
na legislação, possuir apenas um único estabelecimento, o sócio ou administrador não pode ter
participação em outra empresa como titular e poderá contratar apenas um empregado que deve
receber um salário-mínimo ou o piso salarial da categoria profissional.
No caso de início de atividades, o limite será de R$ 5.000,00 multiplicados pelo número
de meses que compreendam o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário,
considerado as frações de meses como um mês inteiro (BRASIL, 2006).
A partir dessa reflexão, vale ressaltar que esses valores são proporcionais aos meses de
atividade da empresa, ou seja, se a empresa iniciou suas atividades em 15 de julho de 2014, seu
limite de faturamento, nesse ano calendário, será de R$ 30.000, 00 (trinta mil reais). A empresa
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pode ultrapassar o limite de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mensais, porém não pode ultrapassar o
limite anual, que, nesse caso, seria R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
A arrecadação dos impostos pelo microempreendedor individual é feita a partir de valores
fixos e mensais, independentemente do faturamento da empresa. Essa é uma das vantagens da
escolha desse regime tributário, pois, com o pequeno custo, mais trabalhadores informais têm a
oportunidade de se tornarem formalizados.
3.1.3 Escrituração
As empresas precisam da escrituração de todos os atos que ocorrem diariamente na vida
da empresa.
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art.
9702 [...].
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a
responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na
localidade.[...]. (BRASIL, 2002).
2
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes [...].
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do patrimônio”. As informações geradas pelos relatórios contábeis são úteis e de interesse tanto
do fisco como dos próprios empreendedores. Os registros contábeis não servem somente para
atender as normas fiscais, e sim para ajudar na tomada de decisões e também para assessorar na
gestão da empresa.
Ainda de acordo com Franco (2006, p. 22) “[...] as informações sobre o patrimônio da
entidade são indispensáveis à orientação administrativa, permitindo maior eficiência na gestão
econômica e financeira e no controle dos bens patrimoniais”.
O objetivo das demonstrações contábeis de pequenas e médias empresas é oferecer
informações sobre a posição financeira (balanço patrimonial), o desempenho (resultado e
resultado abrangente) e os fluxos de caixa da entidade. Mesmo que tais informações sejam
extremamente úteis para a tomada de decisão, muitos usuários não conseguem lidar com as
demonstrações (NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE, 2010, p. 13), e, embora de
um modo mais simplificado, o microempreendedor individual também deve fazer a escrituração
mensal, por meio do relatório mensal de receitas, no qual, mensalmente, deve ser informada a
receita bruta.
Com escrituração completa e correta de todos os fatos ocorridos na empresa, torna-se
possível avaliar o desempenho da entidade, certificando se ela está obtendo lucro. No próximo
tópico será apresentado o direito tributário aplicável ao microempreendedor individual e será
observada a importância da tributação correta para as empresas.
De acordo com Souza (2005), o Direito Tributário ou Fiscal é um conjunto das leis
reguladoras da arrecadação de tributos, bem como é responsável por sua fiscalização. Nesse
sentido, regula as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e o contribuinte no que se refere
à arrecadação de impostos.
O mesmo autor menciona que a vida em sociedade é regulamentada por normas e
princípios estabelecidos pela Constituição Federal, e o descumprimento das obrigações pode
acarretar em penalidades de forma genérica, pois a receita tributária é uma das fontes principais
para manter o Estado.
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O Brasil tem a segunda maior carga tributária entre os países da América Latina, segundo
estudo divulgado nesta segunda-feira (20) pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). No ranking, que compreende 18 países, o país aparece
atrás apenas da Argentina.
Para amenizar essa situação, as empresas costumam optar pelo planejamento tributário,
para que, assim, possa obter menos ônus fiscal sobre os serviços legais prestados. Vale ressaltar
que para ter um planejamento fiscal adequado, as informações contidas deverão ser regulares e
confiáveis.
Oliveira et al (2004, p. 38) conceituam planejamento tributário da seguinte maneira:
Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que
exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões
estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à concretização dos fatos
administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão
gerencial, com objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o
contribuinte.
Em função disso, os empresários estão cada vez mais próximos de seus contadores, pois o
controle tributário tem que partir, em primeiro lugar, de dentro da empresa, e as informações
contábeis e tributárias devem ser analisadas e centralizadas na contabilidade.
Vale ressaltar que esses valores são destinados ao estado e município onde reside a
empresa. São valores pagos por meio de um boleto emitido no site do Portal do Empreendedor e,
dependendo da prefeitura do município, há a necessidade de pagamento de algumas taxas
administrativas.
Considera-se que seja um valor acessível para a empresa se formalizar e obter benefícios
como emissão de notas fiscais e contratação de um funcionário. A seguir segue o modelo da guia
de arrecadação.
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A contabilidade formal como livro diário e razão é dispensada. Também não é preciso
ter livro Caixa. Contudo, o empreendedor deve zelar pela sua atividade e manter um
mínimo de controle em relação ao que compra, ao que vende e quanto está ganhando.
Essa organização mínima permite gerenciar melhor o negócio e a própria vida, além de
ser importante para crescer e se desenvolver.
Apesar de não serem obrigatórios os registros contábeis, como ocorre nas empresas
normais, o microempreendedor individual tem a obrigação de fazer o controle de suas receitas e
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despesas, para informação na declaração anual simplificada e também para ter conhecimento do
quanto está faturando para não ultrapassar o limite permitido.
Conforme Art. 18º § 22-B da Lei Complementar 123/2006:
I – promover atendimento gratuito relativo à inscrição, à opção de que trata o art. 18-A
desta Lei Complementar e à primeira declaração anual simplificada
da microempresa individual, podendo, para tanto, por meio de suas entidades
representativas de classe, firmar convênios e acordos com a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, por intermédio dos seus órgãos vinculados;
Esses serviços são prestados gratuitamente apenas no primeiro ano de exercício, após esse
período, a empresa de contabilidade pode cobrar honorários.
O art. 18º § 22-C da Lei Complementar 123/2006 afirma que: “§ 22-C. Na hipótese de
descumprimento das obrigações de que trata o § 22-B deste artigo, o escritório será excluído do
Simples Nacional, com efeitos a partir do mês subsequente ao do descumprimento, na forma
regulamentada pelo Comitê Gestor”.
Cabe ressaltar que o artigo mencionado se enquadra apenas para os escritórios optantes
pelo Simples Nacional. Os demais poderão, voluntariamente, cobrar pelas primeiras orientações
dadas ao empreendedor.
No site da Fenacon, Sistema Sescap/Sescon, é possível realizar consulta por região dos
escritórios de contabilidade que poderão auxiliar nos primeiros passos a serem tomados pelo
microempreendedor individual. O Sebrae também pode ser utilizado como apoio técnico,
assessorando os empreendedores sem custo nenhum, disponibilizando cursos e auxiliando no
planejamentos; tudo isso com o objetivo de desenvolver as aptidões do empresário para o
mercado.
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CNPJ:
Empreendedor individual:
Período de apuração:
RECEITA BRUTA MENSAL – REVENDA DE MERCADORIAS (COMÉRCIO)
I – Revenda de mercadorias com dispensa de emissão de
R$
documento fiscal
II – Revenda de mercadorias com documento fiscal
R$
emitido
III – Total das receitas com revenda de mercadorias (I +
R$
II)
RECEITA BRUTA MENSAL – VENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
(INDÚSTRIA)
IV – Venda de produtos industrializados com dispensa de R$
emissão de documento fiscal
V – Venda de produtos industrializados com documento R$
fiscal emitido
VI – Total das receitas com venda de produtos R$
industrializados (IV + V)
Todas as contas são feitas automaticamente por meio eletrônico (GFIP), um programa que
se encontra para download no site da Receita Federal do Brasil.
Caso o empreendedor esteja com dúvidas, é melhor que não finalize o processo de
registro e, nesse caso, busque informações com os escritórios de contabilidade e os órgãos que
estão à disposição gratuitamente.
4.1.3 Acesso bancário e vendas com cadastro nacional da pessoa jurídica (CNPJ)
Outro fator de incentivo aos empreendedores é a oportunidade de obtenção de créditos
junto aos bancos públicos. O microempreendedor poderá ter acesso a créditos bancários com
mais facilidade, conforme a demanda de pessoas que estão se formalizando para melhor acesso
aos benefícios oferecidos pelas agências bancárias.
Segundo o Portal do Empreendedor (2015) “Com a adesão do CNPJ, os financiamentos
bancários são mais atrativos e facilitados. As condições são melhores com redução das tarifas e
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taxas de juros”. Para tanto, é essencial a abertura de uma conta corrente, para controle financeiro
da empresa. Assim, o microempreendedor poderá conseguir um prazo maior para pagamento as
instituições financeiras e o recebimento de seus clientes poderá ser antecipado, evitando atraso de
pagamento de suas obrigações.
Com todo esse apoio e o fato de estarem no mercado de forma legal, as chances de
crescer e prosperar aumentam e o que hoje é apenas um pequeno negócio amanhã poderá
ser uma média e até uma grande empresa. Os grandes empresários não nasceram
grandes, eles começaram pequenos e foram crescendo aos poucos, de modo sustentável.
(PORTAL DO EMPREENDEDOR 2015).
I – cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo
autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo
Comitê Gestor;
II – que possua mais de um estabelecimento;
III – que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou
IV – que contrate mais de um empregado. (BRASIL, 2008).
Segue um quadro que contempla as atividades que não podem optar pelo MEI:
Serviço de consultoria;
Loteamento e incorporação de imóveis;
Locação de imóveis próprios (exceto se incluir a prestação de serviços tributados pelo ISS).
Quadro 4: Atividades que não podem optar pelo MEI
Fonte: elaborado pela autora com dados do J. Value Serviços Contábeis, 2015.
Vale ressaltar que, por mais que essas atividades não sejam permitidas para o
enquadramento como microempreendedor individual, as atividades que são permitidas, superam
essa pequena quantia. Maiores informações podem ser obtidas junto ao site da Receita Federal do
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Brasil, onde consta a listagem completa das atividades permitidas para enquadramento como
microempreendedor individual.
No site Portal do Empreendedor está disponível uma ferramenta que permite realizar o
levantamento de todos os microempreendedores individuais em cada estado brasileiro. A seguir
que consta essa relação por estado:
UF Quantidade
AC 13.626
AL 58.351
AM 47.860
AP 10.940
BA 316.252
CE 165.557
DF 93.707
ES 129.932
GO 187.132
MA 69.473
MG 540.988
MS 74.088
MT 94.817
PA 126.926
PB 69.155
PE 166.919
PI 43.902
PR 273.151
RJ 590.929
RN 66.979
RO 34.986
RR 9.551
RS 289.172
SC 171.657
SE 31.932
SP 1.246.510
TO 39.910
Totais optantes 4.964.402,00
Quadro 5: Total Geral dos Microempreendedores Individuais
Fonte: elaborado pela autora com dados do Portal do Empreendedor, 2015.
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em um determinado mês o empresário não realizou nenhum tipo de transação, mesmo assim,
deverá recolher os impostos regularmente”. Caso ele tivesse optado por outro regime de
tributação, só pagaria impostos se realmente a empresa tivesse faturado no mês.
§ 4o Não poderá optar pela sistemática de recolhimento prevista no caput deste artigo o
MEI:
I – cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo
autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo
Comitê Gestor;
II – que possua mais de um estabelecimento;
III – que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou
IV – que contrate empregado.
A seguir, será apresentado um estudo de caso realizado com uma empresa informal, a fim
de demonstrar se é vantajoso ou não para essa empresa optar pela formalização como
microempreendedor individual.
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5 ESTUDO DE CASO
Neste capítulo será apresentada uma análise da empresa P&F Serviços Automotivos, a
fim de verificar se é vantajoso para empresa a regularização como microempreendedor
individual, tal análise contemplará parte dos resultados obtidos com a presente pesquisa.
Após uma análise inicial e maior conhecimento sobre a empresa, verificamos que ela
possui os requisitos necessários para enquadrar-se no sistema de microempreendedor individual.
Tal processo inicia-se a partir do registro junto aos órgãos públicos.
O primeiro passo foi verificar a viabilidade do exercício da atividade junto à Prefeitura
Municipal de Palhoça, onde a empresa está localizada. A seguinte documentação foi apresentada
para a solicitação da viabilidade:
No prazo de dois dias úteis, o parecer da Prefeitura Municipal de Palhoça foi deferido.
Conforme a imagem a seguir, a localização escolhida pelo empresário para prestação de serviços
foi considerada aceitável.
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Assim, a próxima etapa seria providenciar o CNPJ, porém, como a empresa ainda está
verificando se é vantajoso ou não optar pela sistemática do MEI, as informações referentes a essa
etapa foram apenas observadas, não prosseguindo à regularização nos Órgãos Públicos.
O processo é feito diretamente no site Portal do Empreendedor e não tem custo nenhum.
No site são preenchidos o CPF (Cadastro de Pessoa Física) do responsável e os demais dados da
empresa, para posterior aprovação pela Receita Federal do Brasil. Feito esse procedimento, a
empresa já possui o Certificado de Microempreendedor Individual e o CNPJ.
O Alvará do Corpo de Bombeiros deve ser providenciado mesmo se a empresa for MEI.
O documento pode ser solicitado tanto com CPF como com CNPJ, porém, como o objetivo dos
proprietários é constituir uma empresa, o indicado é fazer a solicitação quando já possuir o
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
Primeiramente, é solicitada a Vistoria de Manutenção, em que é realizada uma inspeção
periódica com o intuito de conferir se os sistemas de segurança permanecem em condições
normais de funcionamento em conformidade com o que regula o Corpo de Bombeiros.
Após esse processo, é necessária a solicitação da Vistoria de Funcionamento e assim que
o empresário obtém a aprovação, o Corpo de Bombeiros emite um documento atestando que o
estabelecimento possui condições de segurança contra-incêndio.
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Atualmente, a empresa P&F está atuando na informalidade, pagando apenas INSS como
contribuinte individual, conforme será analisado posteriormente. A seguir serão demonstrados os
tributos que a empresa P&F Serviços Automotivos deverá recolher para formalização como MEI,
considerando o seguinte CNAE para o enquadramento:
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Conforme a figura anterior, a empresa pode se enquadrar como MEI e será tributada pelo
ISS (Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza). O pagamento mensal que a empresa deverá
arrecadar é de R$ 44,40 (quarenta e quatro reais e quarenta centavos). O valor de R$ 39,40 (trinta
e nove reais e quarenta centavos) são destinados ao INSS, acrescido de R$ 5,00 (cinco reais) a
título de ISS. Essa arrecadação é feita através do Documento de Arrecadação Simplificada do
MEI (DAS-MEI), emitida no Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual
(PGMEI).
A empresa poderá faturar no máximo R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) anualmente e,
independentemente se faturar no mês ou não, a arrecadação deverá ser realizada, o que se torna
uma desvantagem para a empresa.
Conforme podemos observar na tabela anterior, verifica-se que o custo do MEI com a
contratação de um empregado é de R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais). Tal custo refere-
50
A empresa P&F, atualmente, fatura em torno de R$ 49.000,00 (quarenta e nove mil reais)
de receita anual na prestação de serviços de manutenção e reparos de veículos. A empresa não
efetua nenhum pagamento de impostos, pois atua na informalidade, e o proprietário realiza o
pagamento de INSS como contribuinte individual no carnê da Previdência Social.
O funcionário recebe a remuneração correspondente a um salário-mínimo, no valor de R$
788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), e o proprietário efetua o pagamento de INSS como
contribuinte individual para o seu funcionário, garantindo seus direitos previdenciários. Da
mesma forma, o proprietário também efetua o pagamento de férias e décimo terceiro ao seu
funcionário. O valor da contribuição de INSS como contribuinte individual é de R$ 86,68 (oitenta
e seis reais e sessenta e oito centavos).
Fazendo uma análise para o ano de 2015, de acordo com a tabela a seguir, ao final do ano-
calendário de 2015, o empreendedor terá um total de despesas no valor de R$ 13.548,35 (treze
mil quinhentos e quarenta e oito reais e trinta e cinco centavos).
51
Para o cálculo das despesas da empresa como trabalhador informal foi considerado que o
proprietário recolhe uma vez por mês o valor de R$ 86,68 (oitenta e seis reais e sessenta e oito
centavos) para sua cobertura previdenciária, totalizando um valor de R$ 1.040,16 (mil e quarenta
reais e dezesseis centavos) anualmente.
Em favor do funcionário, o proprietário efetua o pagamento do salário uma vez ao mês no
valor de R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais) pelo serviço prestado, considerando também
o valor do 13º salário que equivale ao valor de um salário do mês e as férias, que corresponde a
um terço do salário (R$ 262,67) totalizando o valor de R$ 1.050,67 (mil e cinquenta reais e
sessenta e sete centavos).
Além disso, durante todo o ano-calendário, no décimo terceiro salário e nas férias, o
proprietário faz o pagamento de INSS como contribuinte individual para o funcionário.
Se desde o começo do ano a empresa optasse pela sistemática do microempreendedor
individual, ela pagaria um total R$ 44,40 (quarenta e quatro reais e quarenta centavos) (ISS e
INSS) mensais.
52
Para o funcionário, pagaria o salário de R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais) e teria
o direito de reter 8% de INSS sobre a remuneração recebida no mês, recolhendo esse valor em
favor do contratado para sua cobertura previdenciária. Do mesmo modo, o proprietário recolheria
8% de FGTS e 3% de Contribuição Previdenciária Patronal, também de acordo com a
remuneração recebida no mês (férias e 13º salário estão inclusos).
De acordo com a tabela a seguir, ao final do ano-calendário de 2015, o empreendedor
teria um total de despesas no valor de R$ 13.069,88 (treze mil e sessenta e nove reais e oitenta e
oito centavos).
INSS
Empreended Salário do
Mês ISS or individual funcionário FGTS CPP Total
Janeiro/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Fevereiro/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Março/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Abril/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Maio/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Junho/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Julho/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Agosto/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Setembro/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Outubro/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Novembro/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
Dezembro/2015 R$ 5,00 R$ 39,40 R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 919,08
13º salário - - R$ 788,00 R$ 63,04 R$ 23,64 R$ 874,68
Férias (1/3
salário) - - R$ 1.050,67 R$ 84,05 R$ 31,52 R$ 1.166,24
Total R$ 60,00 R$ 472,80 R$ 11.294,67 R$ 903,57 R$ 338,84 R$ 13.069,88
Fonte: elaborada pela autora, 2015.
Portanto, analisando as duas situações, a atuação como MEI é mais vantajosa. O resultado
apresentou diferenças significativas no recolhimento de INSS por parte do proprietário, pois este
recolhe, atualmente, o INSS como contribuinte individual, no valor de R$ 86,68 (oitenta e seis
reais e sessenta e oito centavos), o que equivale a 11% sobre o salário-mínimo.
Como MEI, o empresário recolheria apenas 5% sobre o salário-mínimo, o que seria
menos custoso. Assim, a formalização torna-se interessante mesmo não considerando o
pagamento da taxa de tributação do MEI como trabalhador informal.
Microempreendedor Trabalhador
Descrição individual informal
3
Contratação de um empregado regularmente ✓ X4
Emissão de notas fiscais ✓ X
Obtenção do CNPJ ✓ X
Acesso a serviços bancários ✓ ✓
Segurança jurídica ✓ X
Participação em licitações ✓ X
Não incidência de impostos X ✓
Imposto com preço fixo e reduzido ✓ X
Quadro 8: Vantagens e desvantagens do MEI
Fonte: elaborado pela autora, 2015.
3
✓- Sim
4
X – Não
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como finalidade apresentar a sistemática do MEI como uma condição
viável aos pequenos empresários. Com o surgimento da Lei Complementar 128/2008, esses
trabalhadores têm a possibilidade de garantir benefícios que antes não tinham, além da
possibilidade de crescimento e expansão de seus negócios.
Com a realização deste estudo, pôde-se afirmar que, por meio da pela LC nº 128/08, o
governo instituiu a figura jurídica do microempreendedor individual para amparar as pessoas que
trabalham na informalidade e não conseguiam vislumbrar uma maneira de legalizar seu negócio,
principalmente devido à falta de conhecimento, complexidade, alta carga tributária, entre outros
fatores. Os benefícios trazidos por essa lei chegam aos trabalhadores por atuação legislativa e
buscam melhores condições para a formalização dos negócios.
O objetivo geral desta pesquisa consistiu em orientar o trabalhador informal a se tornar
microempreendedor individual, demonstrando os benefícios dessa sistemática e os desafios a
serem enfrentados.
Os objetivos específicos, atingidos a partir do levantamento bibliográfico da Lei
Complementar nº 128/2008 e de outros documentos e da análise de uma empresa, demonstraram
a importância da formalização como MEI e ilustraram os principais conceitos e informações
relevantes das quais o trabalhador informal precisa ter conhecimento para a formalização. Além
disso, o presente trabalho demonstrou importantes fundamentos na área empresarial, tributária e
previdenciária, apresentando, ainda, os benefícios e as exigências presentes em legislação.
Foi realizada a análise de uma empresa prestadora de serviços automotivos, que tinha
como situação atual a condição de trabalhador informal. Buscou-se, com essa análise, trazer a
condição de MEI como alternativa, evidenciando se a personificação era plausível ou não.
Constatou-se que os gastos na condição de MEI são menores que na informalidade, pois
como trabalhador informal, o proprietário paga o INSS como contribuinte individual para, então,
garantir os direitos previdenciários. Porém tal pagamento é de 11% (onze por cento) sobre o
salário-mínimo, quando, pelo MEI, ele recolheria somente 5% (cinco por cento) sobre o salário-
mínimo, tendo direito, também, à cobertura previdenciária. Sendo assim, seria vantajoso para a
empresa se formalizar.
56
Caso a empresa tenha um faturamento superior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), esta
não poderá optar pelo enquadramento como MEI, tendo que enquadrar-se no Simples Nacional.
Como sugestão para trabalhos futuros, recomenda-se o estudo comparativo entre a condição de
MEI e Simples Nacional, observando se é ou não vantajoso para determinada empresa e quanto
custaria para o trabalhador se enquadrar na condição do Simples Nacional.
Diante do exposto, conclui-se que legalizar-se é a melhor opção para a empresa analisada.
O MEI é uma ótima oportunidade para a profissionalização de trabalhadores e progressão nas
atividades e negócios. Para tanto, cabe considerar a importância da orientação aos empresários
informais.
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REFERÊNCIAS
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Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
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de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de
responsabilidade limitada. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/lei/l12441.htm>. Acesso em: 1 maio 2015.
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Acadêmico (Graduação em Ciências Contábeis) – Centro Universitário Municipal de São José –
USJ, São José, 2011.
63
ANEXOS