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da Educação?
Não. Mas a iniciativa pode ser a espinha dorsal para a criação de outras
políticas públicas ligadas à formação e à carreira docentes, às condições de
trabalho e de aprendizagem e à infraestrutura. Uma vez definido o que as
crianças precisam saber, fica mais fácil estabelecer o necessário para isso
acontecer. "Se há uma base comum, é possível determinar seja no sertão ou
na cidade, a estrutura para garantir que os alunos aprendam", diz Maria do
Pilar Lacerda, diretora da Fundação SM.
Os dois documentos trazem orientações para a escola, mas não têm a mesma
função de um currículo nacional. Sobre os PCN, a pesquisadora Paula
Louzano, doutora em Política Educacional pela Universidade de Harvard, nos
Estados Unidos, afirma que são apenas sugestões. "Eles não explicitam o que
o professor tem de ensinar nem o que os alunos têm de aprender." Já as
diretrizes foram pensadas para um contexto em que o docente tivesse uma
formação que o capacitasse para adaptá-las à sua realidade, o que não
ocorreu. "A proposta era avançada, mas, infelizmente, as condições de
aplicação foram precárias, com formação docente aligeirada e falta de estrutura
nas escolas", conta Carlos Roberto Jamil Cury, da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais (PUC-MG). "Redes e escolas incorporaram as
diretrizes a seu modo e não se garantiu que conteúdos essenciais fossem
ensinados em todo o país."
O trabalho com eles em sala de aula não muda. O que deve sofrer alterações é
a produção dos livros. De modo geral, hoje, eles seguem os PCN e são
analisados pelo MEC. A previsão é que passem a ser escritos e avaliados
usando a base nacional como referência. Segundo Sacristán, da Universidade
de Valéncia, esse é o caminho. Para ele, o livro didático é um dos mediadores
entre a referência curricular oficial e a recepção do saber pelos alunos.
Somente se adaptado a ela, o material contribui para que os objetivos de
aprendizagem sejam atingidos. Com a nova base, a expectativa é corrigir um
problema geral no país: "Em muitas redes, principalmente naquelas em piores
condições, o material didático pauta o currículo, e não o inverso", explica a
pesquisadora Paula.
Não. Como política pública, ela visa a igualdade entre todos os estudantes ao
definir os mesmos conteúdos e direitos de aprendizagem para o Brasil inteiro,
independentemente do contexto em que vivem. Não deve, no entanto, intervir
na metodologia de ensino nem em projetos, atividades e sequências didáticas
desenvolvidos em sala. Isso continuará a cargo dos educadores. A proposta do
governo deve ser lida e analisada por eles, e não ditar como devem trabalhar.
"Um bom currículo tem uma linguagem clara e objetiva, fala diretamente com o
professor e respeita a experiência que ele traz", afirma a pesquisadora Paula.
Por isso, quem está em sala de aula diariamente deve participar da construção
da nova referência. Michael Young, da Universidade de Londres, na Inglaterra,
acredita que o documento dá liderança aos docentes à medida que permite a
interpretação e a adaptação do seu conteúdo. O especialista defende também
que os elaboradores do currículo pensem em como o professor pode fazer para
que os alunos progridam nos conceitos estudados.
O documento deve conter indicações sobre avaliação?