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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS – DCAA


COLEGIADO DE GEOGRAFIA – COLGEO

ATIVIDADE SUBSTITUTIVA PARA OS ALUNOS QUE NÃO FORAM A CAMPO


Porto Seguro/ Arraial d’ Ajuda/Vitória e Vila Velha

Disciplina: Geografia da Indústria


Profa. Gilsélia Lemos Moreira
Aluno: Ícaro Souza Vieira

1 Realizar um levantamento sobre o histórico da Veracel Celulose, Vale do Rio Doce,


Complexo Tubarão e Garoto, para tanto deverá incluir:
a) Análise dos impactos sociais, econômicos e ambientais dessas indústrias;
Veracel Celulose:
A trajetória dessa empresa de raízes baianas iniciou-se quando a Veracruz
Florestal, então subsidiária da Odebrecht, começou a comprar terras na região em 1991.
Naquele ano, foram plantadas as primeiras mudas de eucalipto e só em 1996 a Veracel obteve
a licença ambiental para o projeto da fábrica de celulose. Após constituir-se enquanto empresa
em sociedade de ações1 (Veracel Celulose S/A), nasceu a Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN) Estação Veracel com 6.069 ha de mata nativa preservados.
A Veracel está localizada no Sul da Bahia. Suas operações estão em uma região
que abrange os municípios de Eunápolis, Canavieiras, Belmonte, Guaratinga, Itabela,
Itagimirim, Itapebi, Mascote, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. O Núcleo Florestal está
sediado em Eunápolis, abrigando, além de atividades administrativas, pesquisa e
desenvolvimento florestal, viveiro de mudas com capacidade para produção de 24 milhões de
mudas de eucalipto a cada ano. O cultivo de eucalipto é efetuado em todos os 10 municípios
nos quais a empresa possui operações:

1
Em 2016, 50% das ações da Veracel pertenciam à empresa Fibria e os outros 50% à Storaenso. A primeira,
brasileira (maior produtora mundial de celulose de eucalipto) e a segunda, finlandesa/sueca ( maior produtora
mundial de papel e cartão além de trabalhar com mercado de “soluções” renováveis em empacotamento,
biomateriais, construções que utilizam madeira, etc.) têm uma relação do tipo join operation na qual dividem
igualmente custos e lucros que no caso uma produz a celulose e a outra, o papel.
Fonte:Relatório de Sustentabilidade 2017 - Veracel.
A fábrica da Veracel onde se concentram as operações industriais está entre
Eunápolis e Belmonte, ocupando uma área total de 1.200.000 m². A empresa também
construiu o Terminal Marítimo de Barcaças (TMB) que está localizado no município de
Belmonte. Possui um armazém de celulose com capacidade para 14 mil toneladas, edificações
de apoio e todo o sistema de atracação e espera para as barcaças.
As propriedades da Veracel mantêm a relação de um hectare de área destinado ao
plantio de eucalipto para um hectare dedicado à preservação e conservação ambiental. Além
disso, uma das condicionantes de licença da Veracel estipula que o plantio de eucalipto não
deve exceder 15% da base territorial dos municípios litorâneos, guardando uma faixa de
distância mínima de dez quilômetros do mar, uma vez que essa é uma área com determinadas
características ambientais, históricas e culturais com vocação para a preservação, turismo e
lazer (imagine se não fosse?!). Já nos municípios do interior podemos dedicar até 20% da área
total do município ao plantio de eucalipto.
A última expansão da Veracel ocorreu em 2012 quando o INEMA concedeu
lincença prévia para aumentar em 93.000 há a área plantada com capacidade de produção de
1.500.000 tsa/ano. Apesar da licença estabelecer condicionantes de implementação de tal
expansão, durante as audiências públicas realizadas no ano de 2011 houve protestos de
ambientalistas e movimentos sociais ligados ao MST. Os manifestantes alertam para os efeitos
devastadores do plantio de eucalipto sobre o meio ambiente e geração de empregos,
prejudicando, também, o desenvolvimento da agricultura familiar nas localidades onde ocorre
o plantio. Ao que parece, as reivindicação tiveram de ser silenciadas ou no mínimo
relativizadas.
Os impactos socioambientais gerados direta e indiretamente pela atividade de
exploração da Veracel são: a supressão da Mata Atlântica (a RPPN serve meramente como
“compensação” frente à quantidade do que já foi suprimido), esgotamento dos recursos
hídricos, perda da biodiversidade, concentração das terras em propriedade da empresa,
influência econômica no poder político do extremo sul da Bahia.

Vale do Rio Doce:


Em 1909 ingleses compraram todas as reservas de minério de ferro de Minas
Gerais e formaram uma empresa de capital inglês que se tornaria, depois de ser encampada
pelo governo de Getúlio Vargas em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A
empresa surgiu de um acordo assinado entre Estados Unidos, Inglaterra e Brasil, em plena
Segunda Guerra. EUA e Inglaterra, dedicados à guerra, necessitavam que o Brasil fornecesse
minério de ferro para sua indústria bélica. Daí nasceu a CVRD que passou a fornecer minérios
para a reconstrução do Japão, depois da guerra. Enquanto o Japão se convertia em uma
potência econômica mundial, a Vale se tornava uma grande mineradora (e o Brasil continuava
periférico).
Entre 1969 e 1979, a empresa se consolidou como uma das maiores exportadoras
de minério de ferro do mundo. Em 1993, a Fundação Getúlio Vargas classificou a Vale como a
primeira empresa no ranking nacional. Dois anos depois, em 1995, FHC incluiu a CVRD no
Programa Nacional de Desestatização [direcionamento claramente (neo)liberal]. Finalmente,
em 7 de maio de 1997, a empresa foi privatizada e comprada por um consórcio liderado pela
CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que adquiriu 41,73% das ações ordinárias do
governo federal por US$ 3,338 bilhões.
Em 2003, a Vale apresentou o maior lucro líquido de sua história: R$ 4,5 bilhões,
recuperando em um ano o valor pago no leilão de privatização. No mesmo ano, também
houve um salto na desnacionalização da empresa, já que 67% dos negócios com as ações da
Vale foram realizados na Bolsa de Nova York, contra 33% realizados no Brasil. Em janeiro de
2003, o valor da empresa superava a barreira dos US$ 100 bilhões. Em dez anos ele se
multiplicou por dez, demonstrando que o preço do leilão foi inferior e o mercado fez o ajuste
ao valor real.
O preço de venda da CVRD, US$ 3,338 bilhões, foi subestimado de propósito
para garantir lucro aos empresários privados. Ficou de fora do preço mínimo da empresa um
conglomerado com cerca de 60 empresas, incluindo a infra-estrutura ferroviária, com nove
mil quilômetros de malha ferroviária e vários terminais portuários. Também ficaram de fora
do valor da Vale suas participações em empresas como Usiminas, Açominas, CSN e outras.
Também não entrou na avaliação a maior parte das reservas minerais da empresa. A CVRD
informou à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, em 1995, números rebaixados das
suas reservas totais de minério, com a intenção de diminuir o valor da empresa. As reservas
totais de minério de ferro, ao invés de três bilhões de toneladas, alcançavam 19 bilhões de
toneladas. As reservas de potássio, ao invés das quatro, eram de fato 19 milhões de toneladas.
As reservas de manganês, ao invés das 30, eram na verdade 63 milhões de toneladas. As
reservas de bauxita, ao invés das 197, eram de fato 303 milhões de toneladas.
Sem considerar a produção de ouro, platina, cobalto, níquel, nióbio, quartzo,
titânio, calcário, fosfato, zinco, cassiterita, entre outros, as reservas provadas da Vale teriam,
nos preços de hoje, um valor aproximado de US$ 215 bilhões. Mas elas não foram
computadas no valor da empresa quando privatizada.
Os dois bancos responsáveis pela avaliação da CVRD, o Bradesco e o Merril
Lynch, não incorporaram o valor total da CVRD. Por quê? Aqui entramos no jogo dos agentes
econômicos: o Bradesco se tornou coproprietário da Vale privatizada, ou seja, avaliador e
proprietário no mesmo negócio. Esta irregularidade já seria suficiente para anular o leilão de
privatização da Vale, uma vez que a lei de licitação para a venda da empresa determina que
não deva haver nenhum vínculo entre o avaliador e o comprador do objeto de
licitação/compra/venda. O Bradesco era dono de 17,9% do capital votante da CSN, empresa
que liderou a compra da Vale. O banco participou, a partir do ano 2000, do bloco controlador
da Vale, através do Bradespar.
Enquanto impacto ambiental das ações da Vale, podemos citar o desastre da
barragem de Fundão na região de Mariana (MG) em 2015. O despejo dos rejeitos de minério
de ferro da mineradora Samarco a qual era controlada pela Vale do Rio Doce é considerado o
maior impacto ambiental da história do país e ainda hoje não conhece o total dos efeitos e
consequências. Outros impactos devastadores da atividade mineradora se concentra no
município de Itabira (MG).
Complexo Tubarão
Maior produtor de pelotas do mundo, o Complexo de Tubarão ocupa uma área
física de 14 mil km², localizado no porto de Vitória/ES. Por lá estão instalados o maior pátio
ferroviário da América Latina e oito usinas de pelotização da empresa, que juntas produzem
mais de 20 milhões de toneladas por ano. Além das unidades operacionais, o Complexo conta
com um prédio administrativo, oito refeitórios, agências bancárias e posto dos Correios.
Segundo a empresa, ns últimos anos foram investidos R$ 700 milhões em
melhorias e controles ambientais de redução da emissão de poeira, redução do consumo de
água na produção e reaproveitamento dos resíduos produzidos.
A construção do Porto de Tubarão foi iniciada em 1962 pela (então empresa de
economia mista) - Vale do Rio Doce. No mesma época foram assinados os primeiros contratos
de longo prazo para fornecimento de minério de ferro para o Japão e a Alemanha (países em
franco crescimento no pós 2ª guerra), ademais, sua construção foi totalmente paga com
recursos do Tesouro Nacional. O porto nasceu, segundo a Vale, interligado à Estrada de Ferro
Vitória a Minas (EFVM). A economia capixaba ainda centrada basicamente nas plantações de
café, pôde ser diversificada em atividades industriais e comerciais.
A inauguração do Porto e sua tecnologia pioneira para a época geraram um grande
entusiasmo dentre os investidores estrangeiros e muito contribuiu para elevar o conceito
internacional do Brasil. Tubarão tornou-se a ponte que ligou a Vale S.A. ao resto do mundo e
permitiu à empresa aumentar significativamente o conjunto das exportações brasileiras.
Projetado para receber navios de um tamanho que ainda nem se fabricava, já na
década de 70, pouco depois da inauguração, o PIB do estado era de US$ 3,89 bilhões. Vinte
anos depois, cresceu para US$ 10,5 bilhões. Atualmente, o PIB do Espírito Santo é de R$
69,5 bilhões. Segundo informações do governo do estado, a atividade portuária (portos de
Tubarão, Vitória, Praia Mole, Ubu, Portocel, e etc.) representa 45% desse total.
No tocante aos impactos ambientais, ao longo da história do Complexo ocorreram
alguns episódios desanimadores. Na época de sua inauguração a preocupação com o meio
ambiente era pouco expressiva para as grandes empresas e até meados dos anos 80, a CVRD
jogava o resíduo do minério no mar, além da poluição do ar (pó preto). Anos depois da sua
operação no Espírito Santo que a empresa passou a se preocupar com os malefícios ao meio
ambiente e à saúde da população.
No final dos anos 80 constatou-se a ocorrência de uma grande quantidade de ferro
na Praia de Camburi, principalmente no final da orla. Na época, a CVRD afirmou que desde
junho de 1987 não lançava qualquer resíduo sólido de minério no mar e que o minério nas
areias era resultado de épocas anteriores. Apesar dessa afirmação, a situação não era diferente
em 2015. Mais de 20 anos depois, o pó preto vindo do Porto de Tubarão continua deixando a
areia escura em Vitória. Os problemas continuaram recorrentes e podem ser vistos até os dias
atuais. Um exemplo disso foi a interdição de parte das atividades do Porto de Tubarão no dia
21 de janeiro de 2016 pela Polícia Federal.
Em nota, a Vale informou que atualmente, "uma proposta de recuperação do
extremo Norte da Praia de Camburi, realizada com base em parecer técnico do IEMA, está em
discussão junto aos órgãos ambientais e demais autoridades competentes para que, em breve,
seja dada uma solução para a questão", diz.

Garoto
A Garoto é uma empresa brasileira do ramo alimentício, sediada na cidade de Vila
Velha, estado do Espírito Santo, mais especificamente no bairro da Glória. É uma das dez
maiores fabricantes de chocolates do mundo, sendo a maior da América Latina. A empresa
conta hoje com um portfólio de aproximadamente 70 produtos, e é a segunda marca mais
vendida de chocolates no país, com 22,8% do mercado em 2014.
A empresa Chocolates Garoto foi fundada em 16 de agosto de 1929, pelo o
imigrante alemão Heinrich Meyerfreund, com o nome de fábrica de balas H. Meyerfreund &
Cia., em um galpão localizado na Prainha, bairro tradicional de Vila Velha. A empresa foi
batizada pelos próprios consumidores com o nome Garoto: os primeiros produtos eram
vendidos por meninos nos pontos de bonde em Vila Velha. Rapidamente os consumidores
passaram a procuras pelas balas dos "Garotos".
Durante os anos de 1970 e 1980, a Garoto ampliou e modernizou suas instalações
industriais e seus processos produtivos, adotou novas políticas comerciais e marcou presença
em todo o mercado nacional (expansão nos moldes liberais, isto é, redução de custos mediante
medidas internas e incentivos fiscais por parte do Estado).
Essas iniciativas deram sustentação a um crescimento ainda mais acentuado da Garoto, na
passagem para os anos de 1990. Investindo continuamente em tecnologia, nesse período
foram lançados novos produtos e consolidada a estrutura comercial da Garoto. Em 1989, foi
inaugurado um moderno Centro de Distribuição em São Paulo, para atender os estados de São
Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Em 1997, foi concluída a montagem do então
mais moderno armazém vertical do país, o Centro de Distribuição do Espírito Santo.
Em meio às sucessivas crises internas entre os sócios desde o fim dos anos 90, a
empresa anunciou a venda para a multinacional suíça Nestlé S.A. no início de 2002. O
processo de aquisição perdurou a cerca de quinze anos, até o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE) em 2016 elaborar algumas orientações para aceitar o negócio
(60% do mercado nacional do ramo), por acreditar-se tratar de intensa de concentração de
mercado e por isso colocar em risco a livre concorrência. Ao mesmo tempo, o aumento do
poder de compra da Classe C e as novas marcas no mercado podem limitar o poder de
absorção do consumo.

2 Parque Botânico:
a) Levantar o histórico do Parque, objetivos e importância para a comunidade local;
Inaugurado em maio de 2004, o Parque Botânico Vale fica no Complexo
Industrial do Porto de Tubarão, em Vitória/ES. Distante 12 quilômetros do centro da cidade, o
Parque está localizado dentro do Cinturão Verde da Vale e revela o processo de restauração
florestal e preservação da Mata Atlântica. Com 33 hectares de área verde, o Parque Botânico
se configura como um espaço de lazer e, principalmente, uma unidade de conservação da
Mata Atlântica. A ideia aqui é semelhante à RPPN da Veracel – espécie de “compensação” dos
impactos ambientais e “amortecimento” da opinião pública acerca do tema.
Quem visita o local tem a oportunidade de conhecer o primeiro Jardim Sensorial
permanente do Espírito Santo, estrutura que tem capaz de estimular os cinco sentidos e
promover uma forma diferenciada de interação com a natureza. Seu objetivo é proporcionar
um verdadeiro encontro com o meio ambiente e a descoberta de sensações. Para poder atender
o público em geral, os orientadores do Parque Botânico Vale também receberam treinamento
em libras, a linguagem dos sinais utilizada por pessoas com deficiência auditiva.
Mais de 140 espécies de árvores, tais como pau-brasil, jacarandá e ipê, além de
animais silvestres, como caticocos, gambás, saguis e várias espécies de aves podem ser vistas
em cinco trilhas ecológicas. Também é possível agendar uma visita guiada de ônibus às
instalações da Vale, em Tubarão.
O parque conta também com o Vagão do Conhecimento, biblioteca com
capacidade para 3.500 exemplares, montada em um vagão de trem, e com acervo de
audiolivros, voltado para deficientes visuais. O único orquidário da Grande Vitória aberto à
comunidade também está instalado neste parque. O espaço conta hoje com mais de 350 mudas
divididas em 113 espécies.
Mensalmente, é ofertada aos visitantes uma programação diversificada que busca
atingir todos os públicos, baseada nos pilares da Cultura, Educação, Saúde e Entretenimento.
b) Pesquisar sobre “o uso econômico da natureza: os elementos naturais como mercadoria;”
Após a primeira onda de preocupação com o meio ambiente e a capacidade
danosa das ações humanas sobre a natureza nos anos 70 e 80, o debate acerca da “economia
da natureza” vem no bojo de temas que se propõe a racionalizar o consumo e exploração dos
recursos naturais bem como a mitigação dos impactos antrópicos nos ecossistemas.
Os serviços ambientais ou ecossistêmicos (do inglês, ecosystem services), são uma
forma de quantificar, em valores monetários, os “serviços” que a natureza oferece aos seres
humanos, como os recursos hídricos, biodiversidade, banco genético, energia elétrica,
fotossíntese, etc. Nem todos os recursos naturais são passíveis de ter um valor econômico
estabelecido (pelo menos com a tecnologia atual).
A tarefa de valorar os recursos naturais é complexa e envolve grandes dificuldades
como os riscos de atribuir preços a esses bens ambientais são elevados e impossíveis, pois
requer que se arbitrem valores no presente e com dados imprecisos e incompletos os
interesses das futuras gerações, atendendo ao princípio constitucional do art. 225 da CF/88 –
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida (...)”.
Embora o uso de recursos ambientais não tenha seu preço reconhecido no
mercado, seu valor econômico existe na medida em que seu uso altera o nível de produção e
consumo (bem-estar) da sociedade. O resultado é um padrão de apropriação do capital natural
onde os benefícios são providos para alguns usuários de recursos ambientais sem que estes
compensem os custos incorridos por usuários excluídos. Além disso, as gerações futuras serão
deixadas com um estoque de capital natural resultante das decisões das gerações atuais,
arcando os custos que estas decisões podem implicar.
A intervenção governamental é fundamental na contenção ou mitigação das
externalidades provenientes das falhas da cadeia produtiva e do uso dos recursos naturais,
alguns instrumentos como, a determinação dos direitos de propriedade, o uso de normas ou
padrões, os instrumentos econômicos, as compensações monetárias por danos, são alguns
deles.

c) Apropriação do espaço natural e construído pela indústria do turismo;


Historicamente o ser humano tem sido levado a se deslocar e a conhecer novos
lugares, principalmente como forma de quebrar a rotina do cotidiano. Nos dias de hoje, é
crescente a procura por lugares que ofereçam às pessoas sensações de bem-estar físico e
espiritual. A curiosidade e a vontade de vivenciar novas emoções e buscar novas experiências
levam milhares de turistas a movimentarem essa atividade que hoje é considerada uma das
maiores do mundo.
A atração que as paisagens geram no turista, leva então a sua reprodução e a sua
transformação, o que muitas vezes interfere na dinâmica natural desses lugares. Ainda que
consideremos que a paisagem não exista sem um observador, não podemos encará-la
meramente como uma mercadoria que pode ser explorada, valorada monetariamente, mas que
não necessite de cuidados e de reflexões sobre.
Para o turismo, é o valor estético que está em pauta. E a estética da paisagem
turística é aquela ditada pelos padrões culturais da época. Segundo Cruz (2002), hoje essa
paisagem tem estreita relação com a cultura de massa e seus modismos, que privilegiam a
espetacularização da paisagem. Isso se aplica tanto para um espaço natural como praias,
montanhas, lagos com beleza quanto para os artificiais como shoppings, monumentos
históricos, templos relgiosos, etc.

d) As falésias em Arraial d’ Ajuda e a praia: o uso econômico do ambiente natural; o espaço


como locus do consumo
O que acontece nas falésias em Arraial d’a ajuda é exatamente o que foi
comentado a pouco: uma exploração econômica da paisagem tendo em vista o apelo cênico e
a propagação da cultura de massa ligada ao conceito romantizado de verão, Bahia, praia,
férias, vilas à beira mar, etc. A junção desses valores e a propagandização disso tudo torna
possível a grande circulação de capital que a indústria do turismo permite. Isso pode ser
facilmente validado pelo fluxo de pessoas que vão o ano inteiro, principalmente no verão,
passar as férias em Porto Seguro e Arraial d’ajuda.

e) Convento da Penha:
Num penhasco – de 154 metros de altitude e localização privilegiada a 500 metros
do mar – que ostenta no seu entorno imponente fragmento da mata atlântica, está edificado o
Santuário de Nossa Senhora da Penha, fundado por Frei Pedro Palácios, que aqui chegou em
1558, trazendo consigo o Painel de Nossa Senhora das Alegrias.
No interior do Convento, o espaço mais expressivo é o da Igreja com sua preciosa
Capela-Mor. O interior da igreja é revestido, parcialmente com madeira em cedro, entalhada
com motivos fitomorfos, executada pelo escultor português José Fernandes Pereira, nos anos
de 1874 a 1879, inclusive o assoalho com trabalho de marchetaria que no ano de 1980 foi
reformado.
Este santuário testemunha, desde os primórdios do povoamento da terra capixaba,
a trajetória histórica evangelizadora dos religiosos da Ordem dos Frades Menores da
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e, também, a devoção a Nossa
Senhora da Penha, padroeira do Estado do Espírito Santo, que ultrapassa as barreiras do
Estado, pois milhares de romeiros e devotos chegam ao Santuário para visita-lo, render graças
e apresentar suas homenagens e pedidos.

f) A paisagem e a materialidade construída: apropriação do sagrado pelo turismo, uma


atividade social e econômica;
No convento da Penha (paisagem artificial) podemos perceber que, apesar de sua
função primordial – religiosa – a atividade turística é amplamente explorada tendo em vista o
apelo não apenas cênico (vista da cidade, mar e morros), mas também sagrado e histórico.
O comércio das chamadas “lembrancinhas” de cunho religioso é fomentado no
local e em seu entorno devido aos vendedores informais. As caravanas e romarias completam
o público que frequenta o local e acaba inserido na lógica da indústria do turismo de locais
religiosos.

g) Bairro da Glória em Vila Velha


Se partirmos da premissa de que a principal atividade econômica de Vila Velha é
a industrial (e a venda direta dos produtos decorentes), o bairro da Glória é, certamente, o
centro dessa configuração. Como município mais antigo e mais populoso do Estado do
Espírito Santo, Vila Velha reúme em si história e contemporaneidade.
A sede da fábrica da Garoto, o polo de confecção (Polo de Moda), indústrias de
bebidas, etc – estão localizadas na Glória que movimenta muitos fluxos de pessoas,de capital
de bens e serviços.
Sendo assim, a Glória se estabelece como uma área urbana consolidada
eminentemente comercial/industrial, num grande centro de abastecimento direito e indireto
para uma grande parte da população capixaba.

h) As características do comercio local: locus do consumo


No caso do bairro da Glória, o que se percebe é o uso do espaço praticamente
voltado para a lógica da produçãoXconsumo. Aqui compram consumidores diretos,
comerciantes/logistas de revenda, turistas que passam pela cidade ou que vem exclusivamente
para realizar compras na cidade.
O território urbano nessa localidade serve quase que unicamente como o locus do
consumo e do capital, criando dinâmica própria e servindo até de atração turística.
Pode-se dizer que ocorre a exploração do turismo de negócios, isto é, até mesmo
o visitante que chega ao bairro da glória sem o intuito principal de fazer compras acaba, na
maioria das vezes, o fazendo. A configuração do lugar, o fluxo de pessoas, os preços
(teoricamente) atrativos fazem com que o indivíduo “dance conforme a música”.
Consumidores de todo o Estado e também de outros estados vem até Vila Velha
e com certeza passam pela Glória a fim de aproveitar das vantagens do consumo na
localidade. Não surpreendentemente, a configuração espacial resultante desse cenário é um
bairro extremamente dinâmico, efervescente de pessoas, de ruas mais estreitas (para a
pedestres terem melhor circulação), uma série de lojas e fábricas pela paisagem.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

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<https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rdp/article/viewFile/5613/3015>. Acesso em 20 out
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