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Rosana de O. S. Batista,
Profª. Drª de Geografia e pesquisadora GPECT/UFS
rostosgeo@hotmail.com
Introdução
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Este artigo faz parte de uma pesquisa voluntária, em fase inicial, sendo realizado pelos dois
autores/pesquisadores do GPECT/Grupo de Pesquisa Estado Capital Trabalho, com o apoio do Departamento de
Geografia na Universidade Federal de Sergipe.
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Nessa perspectiva, pode-se afirmar que existe umparadoxona relação
sociedade/natureza, sendo que esta se encontra mediada pelacapacidade de
aprimoramento humano pelo trabalho, a qual eleva este Ser a uma condição de
sociabilidade, produzindo o espaço onde vive. De acordo com Lukàcs (1969), a
essência do trabalho consiste precisamente em ir além dessa fixação dos seres
vivos na competição biológica com seu ambiente. Afirma ainda que,
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Segundo Larrère (LARRÈRRE, 1997.p.9), a crise ambiental,entre outras análises é vista como “uma
enorme quantidade de danos, precisos, de poluições localizadas, de perigos identificados, mas
também de catástrofes exemplares (Seveso, Bhopal, Chernobyl, a “morte do mar Aral, as marés
negras”) e ao mesmo a provável ameaça que paira sobre nossos recursos naturais” (...).
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Essa problemática ambiental vai emergir como uma crise civilizacional que,
de certo modo, vai questionar paradigmas do conhecimento, bem como os modelos
societários da modernidade, defendendo a necessidade de construir outro
pensamento, o qual seja orientado por novos valores éticos; por modos de produção
sustentados em bases ecológicas e culturais, bem como novas formas de
organização social. “A crise ambiental, na sua dimensão global, põe em causa a
universalidade moral de uma humanidade desligada da natureza e as fronteiras do
político que ignoram os fenômenos ambientais” (LARRÈRE, 1997.p.259).
Com efeito, esta mudança de paradigma social leva a transformar a ordem
econômica, política e cultural, que, por sua vez, é absolutamente necessário sem
uma transformação das consciências e dos comportamentos das pessoas. E nesse
sentido, “a educação se converte em um processo estratégico com o propósito de
formar os valores, as habilidades e as capacidades para orientar a transição na
direção da sustentabilidade” (LEFF, 1999.p. 112).
Essa formação vai além de um processo de capacitação que busca ajustar
habilidades profissionais ás novas funções e normas ecológicas dos processos
produtivos e para criação e controle das novas tecnologias. Contudo, ultrapassa a
apropriação de ideias com relação ao modelo global questionado pelos interesses e
perspectivas que definem a questão ambiental. A qual segue questionando os
modelos sociais dominantes até a emergência de uma nova sociedade que esteja
orientada por valores éticos e morais.
O debate acerca da questão ambiental trás a tona os avanços da relação
entre a tecnologia empregada pelos sistemas capitalistas e sua relação com a
natureza. Nessa direção, observa-se que as ideias implantadas para o avanço do
capital em nada combinam com a relação de proteção da natureza. De acordo com
Carson, “o homem perdeu a capacidade de prever e prevenir. Ele acabará
destruindo a Terra”. (CARSON, 1964, p.305).
A partir da década de 1960, uma relevante preocupação na relação
sociedade/natureza vem à tona, tornando-se o paradigma do mundo
contemporâneo. O livro clássico “primavera silenciosa” de Raquel Carson em 1964 é
um dos primeiros alertas, sobretudo, como advertência aos efeitos cumulativos de
intensas contaminações químicas, que em longo prazo conduziram a vida na Terra a
uma catástrofe (DANTAS, 2011). Nesse alerta, a autora, afirma que a natureza vem
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sofrendo um golpe histórico. No entanto, as forças da natureza são colossais e
acabariam reagindo contra uma sociedade que não era guiada por qualquer
preocupação racional, de equilíbrio ou preservacionista.Rachel reconhece que,
Por essas razões é que o capital não combina com a noção de preservação
dos recursos naturais. A natureza é constantemente desgastada para que se atinjam
os objetivos de uma classe dominante que privilegia o lucro acima de qualquer
coisa. “corriqueiramente os objetivos da classe dominante não são os objetivos da
sociedade como um todo”. (DANTAS, 2011, p. 31).
Desde a modernidade, as ações humanas são medidas com mais intensidade
a partir dos avanços da ciência moderna(THOMAS, 1988). A técnica auxiliou as
forças produtivas que promoveram uma modificação na produção espacial. Ideias
empiristas e mecanicistas vão alavancar desenvolvimentos tecnológicos e
industriais, movidos pela necessidade de encontrar fontes energéticas para um
desenvolvimento técnico (ROUANET, 1993).
Nesse sentido, o que se observou durante o decorrer histórico foi a
ampliação da exploração da natureza para o que inicialmente era defendido como
“suprir” as necessidades humanas. No entanto, à medida que as atividades
capitalistas foram se desenvolvendo, intensificando-se e se modernizando, a
natureza passou a ser altamente explorada, desta vez, não só para suprir as
necessidades do homem, mas para ser considerada também como mercadoria.
(CONCEIÇÃO, 2001).
É essa relação sociedade/natureza, mediada pelo trabalho, que surge a
explicativa imperialista colonial dos europeus na América, África, Ásia e Oceania. O
centro da discussão passa a ser direcionado contra o modo de produção e consumo
presentes na vida humana, já que
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relação homem versus natureza, através de ações práticas articuladas
ao processo ecológico, tecnológico e cultural, conforme os estilos de
vida, a partir das potencialidades ecológicas locais (CONCEIÇÃO,
2001: 5).
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discussão, como a liberdade e a necessidade, que só podem ser de fato
evidenciadas em outra leitura a ontológica. Em que também a consciência tem papel
efetivo.
Destarte tem-se razão que o animal foi “humanizado” através do trabalho e se
constituiu homem. As mediações ontológicas como somente em função da
satisfação das necessidades, foram fixadas no processo de reprodução do indivíduo
ou da sociedade, levando sempre em conta o movimento complexo do
trabalho(ENGELS, 2009).
O trabalho é um ato de por consciente e, portanto, pressupõe um
conhecimento concreto, e uma das suas características ontológicas é seu
aperfeiçoamento, e uma das suas diferenciações (LUKÀCS, 1968). A separação
sempre relativa se da no próprio trabalho concreto que tem lugar entre o
conhecimento, mas também com finalidades e meios.
Essa diferenciação também se dar de uma forma relativa aperfeiçoada de
divisão do trabalho. E com isso surge a diferenciação social de nível superior e o
nascimento das classes sociais, com interesses antagônicos, isso tudo se constitui
uma base espiritual-estruturante em que o marxismo denomina de ideologia, ou
seja, as contradições das modalidades produtivas suscitaram os conflitos, em que a
ideologia produz formas em que os homens tornam-se conscientes desses conflitos
e nesses se inserem mediante a luta.
O progresso é decerto uma síntese das atividades humanas, mais não o
aperfeiçoamento no sentido de uma teleologia qualquer, ou seja, o progresso sob
forma de objetivo econômico aparece sempre sob formas de novos conflitos
(ROUANET, 1993). A individualidade aparece ai como uma categoria do ser natural,
assim como o gênero.
A necessidade de uma ontologia materialista tornada histórica constitui-se em
mostrar que o homem como produtor e produto da sociedade realiza em seu ser
algo mais elevado, logo esse gênero humano é convertido em algoconsciente de
si.Assim, a contradição das desigualdades do desenvolvimento sempre provocou
consequências, o progresso unidade na contradição de regressão. É a consciência
que da sustentação a ideia de progresso humano a renovação da ontologia que se
constitui no elemento essencial do ser social, e da necessidade de se compreender
uma concepção materialista do que é real.
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Para não concluir
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ambiental nesses últimos anos vem sendo tratada enquanto simulacro de uma
relação mais profunda que se justifica pela exploração do/pelo capital.
Referências
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MARX, Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos e outros textos escolhidos.
Trad. José Carlos Bruni. (et al). 4ª edição. São Paulo: Nova Cultural, 1987.
MARX, Karl. O Capital . Livro I, Tomo I. São Paulo, Nova Cultural, 1988. (Os
Economistas).
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