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AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

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Por Prof. Rui Machado


Publicado em 19/09/2007

A certeza da existência de Deus não é evidente, de modo que se possa alcançá-la sem a ajuda da
razão. Não é, portanto, possível uma demonstração a priori da existência de Deus, porque esta tem,
obrigatoriamente, que partir do conhecimento do finito até chegar ao infinito. Contudo, existem
provas bastante objetivas de que existe um Deus, apesar de agnósticos e ateus deturparem essas
provas. De qualquer forma, a aceitação de Deus pela fé, por sua vez, não está condicionada a
argumentos racionais, mas a fé pressupõe o conhecimento natural. Santo Tomás pretendeu, assim,
demonstrar a existência de Deus por cinco “vias”, que se dividem em dinâmicas (aristotélicas) e
estáticas (platônicas). Por essas cinco “vias”, pode-se chegar a um conhecimento de Deus por
analogia. As três primeiras dessas “vias” constituem-se no argumento cosmológico, porque partem
do movimento, da causalidade e da contingência das coisas criadas até chegar até Deus, e, a
despeito de ter sido deturpado, esse argumento nunca foi devidamente refutado, seja pelo
agnosticismo ateísta, seja pelo agnosticismo protestante de Kant.

As cinco vias
Deus, Motor imóvel (primeira via)
Deus, Primeira Causa (segunda via)
Deus, Ser necessário (terceira via)
Deus, Ser perfeitíssimo (quarta via)
Deus, causa final de todas as coisas (quinta via)

Primeira, segunda e terceira vias: explicitando o argumento cosmológico Iremos analisar aqui, de
preferência, o argumento cosmológico, por ser o mais conhecido.
Pode-se, por este argumento, chegar a uma demonstração da existência de Deus, posto que
sabemos que causa e efeito são uma realidade. Logo, nenhuma mudança ou “vir-a-ser” pode dar-se
sem uma causa. Na verdade, isto faz do Universo um enorme complexo de séries causais, que se
confrontam, dando origem aos acasos. Uma série causal, por sua vez, é um conjunto de causas
encadeadas, de forma que cada uma é causa eficiente da seguinte, e todas são efeitos de uma
primeira causa que dá sustentação a toda série, uma primeira causa não-causada.
Como chegamos a isso? Vamos analisar passo a passo como se dá o movimento em cada uma das
séries causais:
Sabemos, realmente, que, do nada, nada pode surgir (“Ex nihilo nihil fit”), até porque é
absolutamente irracional pensar, e nunca se soube, por experiência alguma, que, do nada, pudesse
surgir alguma coisa. Isso seria, na realidade, um acaso desprovido de causas, quando, na verdade, o
acaso nada mais é do que o encontro de duas ou mais causas pré-existentes. Se algumas partículas
parecem provir do nada, isso só reflete o fato da moderna mecânica quântica estar descobrindo o
que seria, na realidade, um outro nível da “matéria”. De qualquer forma, nada do que surge, está
isento de “condições”.
Diante disso, a única saída para o ateísmo, que se nega a admitir a “primeira causa”, seria
considerar eternas as cadeias de causalidade, ou séries causais, o que nós discordamos por razões
filosóficas. Não podemos regredir as causas “ad infinitum” porque isso seria ilógico. Teríamos, na
realidade, efeitos sem causa, o que seria uma verdadeira violação do princípio da causalidade. Não
havendo causalidade eficiente, uma vez que todas as causas possíveis seriam efeitos, não haveria,
na realidade, nenhuma causalidade. Por esta razão, pode-se crer que quem assim sugere, age como
quem não pensa verdadeiramente no infinito, mas em algo que tende ao infinito. Aceitar que uma
cadeia de causas possa tender ao infinito não é o mesmo que dizer que ela é infinita. Ainda que se
sugira que ela possa tender ao infinito, continuará necessitando de uma primeira causa, porque é
absurdo que seja infinita. Em outras palavras, ter-se-ia que admitir, no infinito, uma primeira causa,
o que eliminaria, de fato, o infinito. Afinal, não se explica o movimento dos vagões que se puxam um
ao outro, eliminando-se a locomotiva, e aumentando infinitamente o número de vagões. Ainda que
se quisesse, não se chegaria à explicação alguma, procurando-a no infinito. Ainda que se supusesse
um movimento eterno, a interrupção, a mudança de direção, a passagem de um movimento ao
outro não se explicariam sem a ação de uma causa.
Tem-se que a forma simples e ingênua que os ateus pensaram ter encontrado, para impugnar o
argumento da “primeira causa”, foi equiparar a única verdadeira causa com causas, que, no fundo,
não são causas, mas efeitos. “Se tudo necessita de uma causa, então Deus também necessita de
uma causa”, dizem os céticos. Seria o caso dos ateus provarem que tudo tem, necessariamente, que
ter uma causa. Como tal sentença não se pode sustentar, uma vez que não leva em conta a
possibilidade de uma coisa poder existir por si mesma, apenas constata-se que, quando alguma
coisa não se justifica por si mesma, tem uma causa diferente de si mesma. Assim, o que é móvel e
contingente é, visivelmente, efeito de uma causa, o que não obriga à não-existência de algo que
exista por si mesmo.
Por esta razão, dizemos que quem não aceita o argumento da “primeira causa”, na realidade, nunca
o entendeu. Perguntar quem criou Deus é absurdo, pelo fato de que não precisa de qualquer causa
para existir, por ser imutável. O mundo também não precisaria de causa para existir, caso fosse
imutável. Mas, se ele muda, é de se prever que algo o impulsiona à mudança. Se ele se move, não
pode ser causa de si mesmo. Causa e efeito não se confundem. Há de se procurar uma causa que
não seja efeito, e que, por isso, seja única verdadeira causa e fundamento de toda causalidade. Isto
porque é causa de todas as causas que, no fundo, não vêm a ser causas, mas efeitos, o que exige
que seja imutável. Isso descarta, de uma vez só, o ateísmo e o panteísmo.
Não havendo uma verdadeira causa, como os efeitos poderiam sustentar toda a causalidade de uma
série causal? Faz-se necessária a existência de uma causa que não seja efeito. Segundo o “princípio
da razão suficiente”, todas as coisas ou eventos são reais quando existe uma razão suficiente para
sua existência. Por outro lado, já vimos que não é verdade que “tudo necessita de uma causa”. O
axioma verdadeiro baseia-se na verificação de que aquilo que não se justifica por si mesmo, que não
se mantém, nem se explica por si mesmo, precisa de uma causa diferente de si mesma. Nada obriga
à não-existência de uma causa não-causada.
É também falsa a alegação de que acreditar numa causa não-causada seja tão absurdo quanto crer
que a cadeia de causas possa regredir ao infinito, só pelo fato de uma causa não-causada nunca ter
sido observada. Na verdade, é assim que o positivismo de Auguste Comte pretende negar todos os
postulados da metafísica, e faz isso como se a ciência também não deduzisse nada através de
simples rastros, ou efeitos.
Ora, uma causa não-causada não é impossível. Por acaso, que uma causa seja também efeito é da
natureza da causação? Verifica-se que só pode haver uma causa não-causada, porque, para que a
causalidade seja eficiente, é necessário haver uma causa que não seja efeito, do contrário, toda
causalidade estaria comprometida. A despeito disso, há, no mundo, verdadeiras causas secundárias,
que causam verdadeiramente os seus efeitos, mas que devem sua existência à causa primeira, por
serem efeitos dela. Essa existência é a base da causação secundária, mas não de modo que toda e
qualquer causa tenha que ser efeito de outra causa. Quanto à causa não-causada, isso não torna
absurda a sua existência, antes a torna necessária.
Algumas saídas foram propostas para explicar a mutabilidade do mundo sem que se precise recorrer
a Deus, mas nenhuma delas tem consistência alguma:
1. Pensar, por exemplo, que o tempo seja cíclico, num circuito de causas, é o mesmo que imaginar
que eu possa ser o pai do meu bisavô ou filho do meu bisneto, ao menos que se pensasse também
numa razão universal que controlasse todo esse processo, enfim, uma “primeira causa”, que seria,
de fato, a causa eficiente de todos os fenômenos ou causas aparentes. O que determinaria, por
exemplo, qual a extensão desse circuito?
2. Imaginar, por sua vez, uma realidade que seja dinâmica, onde todas as coisas “fluem”, é o
mesmo que dizer que as coisas mudam porque têm que mudar. O que as obrigaria à mudança? Não
há dúvidas de que um mundo onde as coisas mudam porque têm que mudar é um mundo sem
nenhuma causalidade. Sabemos que esse mundo não existe, porque as coisas só mudam porque
alguma coisa as impulsiona à mudança.
3. Por último, pensar que toda a causalidade não passa de uma ilusão, como Hume ou Kant, não é
muito sensato, nem muito científico. Nada muda sem ter tido uma causa própria e específica, do
contrário a própria ciência seria uma fantasia. Não haveria nada a se descobrir, além de que isso
inviabilizaria todo o conhecimento, porque nada teria razão de ser.
Além disso, o princípio da causalidade é um princípio lógico e necessário à própria inteligibilidade do
mundo. Não podemos argumentar ou contra-argumentar tomando por base aquilo que não se
evidencia, nem pode ser demonstrado, como fazem todas essas pretensas “saídas” que
contemplamos.
Desde a pré-história, o homem observa os fenômenos e é capaz de ligar causas a seus efeitos.
Negando-se o princípio da causalidade, a razão não teria onde se sustentar. Por outro lado, se é
possível afirmar que é pela razão que temos ciência desse mesmo princípio, creio ser ainda mais
possível afirmar justamente o oposto: que é a razão que nasce com a causalidade. Do contrário,
como poderia a razão ser causa dela mesma? Logo, a causalidade é anterior à própria razão, porque
ela força a existência da própria razão. Por isso mesmo, Santo Tomás de Aquino ensinou que não se
pode demonstrar a existência de Deus a priori, mas esta demonstração supõe a existência do
princípio da causalidade, que é necessário à inteligibilidade.
Pode-se argumentar que, se há diferentes séries causais, há diferentes movimentos, e que cada
movimento exige um motor diferente. Aristóteles postulava a existência de vários motores imóveis.
Logo, como se pode saber que Deus seja a primeira causa de cada uma das séries causais?
Não importando quantas séries causais possam existir:
- As razões que nos levam a afirmar que Deus existe forçam-nos também a concluir que ele é só um.
Se houvesse vários deuses, teriam de se distinguir por alguma diferença, visto que, sendo imateriais,
não poderiam ser individuados pela matéria. E a diferença seria necessariamente uma perfeição que
pertencesse a um e não aos outros, que, assim, não seriam absolutamente perfeitos. Não pode,
portanto, haver senão um Deus.
- É a matéria a origem dos encontros de séries causais, e efeitos acidentais; e é nisso, como disse,
que consiste o acaso.
- Cada uma das séries causais primordiais, ao menos no mundo físico, parece ter surgido, embora
independente, concomitantemente à existência da matéria no tempo e no espaço, na dita “grande
explosão” (“Big Bang”).
Pode-se defender tal coisa de um ponto de vista científico?
Se a existência tem sentido, se pode ser explicada (assim como quer a ciência com todo o mundo
natural), então a hipótese de um ser que contenha em si próprio a essência de existir é uma
condição sine qua non para esse problema. Mas se partimos do princípio que a existência não
demanda e nem tem explicação (princípio, aliás, muito confortável para os ateus e afins), então, por
conseqüência, nenhum dos eventos naturais teriam explicação, nem tão pouco careceriam de uma,
mas a realidade ao nosso redor é absolutamente contra esse princípio. Ou se abraça a ciência e,
com ela, o Ser Absoluto, ou ninguém explica mais nada, o mundo é sem sentido e com isso jogamos
fora todo o nosso conhecimento.

Terceira e quarta vias: Ser necessário e ser perfeitíssimo


A causalidade está ligada à natureza dos seres contingentes. Um ser contingente é um ser que, de si
mesmo, em nada se obriga a existir. Existe, mas a sua existência não se faz necessária em si
mesma. Um exemplo é a vida na Terra. A vida na Terra poderia não ter ocorrido, se não o planeta
não tivesse conhecido os fatores necessários ao seu desenvolvimento. Caso isso ocorresse, o planeta
apenas seguiria o curso dos outros planetas onde a vida não desenvolveu.
Um ser contingente poderia nunca ter existido, ou seja, a sua existência não se faz necessária em si
mesma. Na verdade, um ser contingente existe, mas poderia nunca ter existido, se algo não o
tivesse causado. Isto porque deve a sua existência a outro ser que o causa, ou seja, torna a sua
existência possível. Um ser contingente, portanto, faz a sua existência depender de outro. Temos,
por exemplo, que a origem da vida na Terra dependeu de uma série de fatores.
Para que algo não seja contingente, tem que existir por si mesmo.
Para que uma coisa possa existir por si mesma, poderíamos pensar em duas opções:
- ela teria que ser causa de si mesma
- ela teria que ser eterna (existir sempre).
Para que uma coisa pudesse ser causa de si mesma, teria que ser anterior a si mesma. Haveria,
nesse caso, um grave problema de lógica. Só resta uma opção: ser eterna
Um desafio que deve ser feito aos ateus é apontar uma só coisa que exista agora e que tenha
existido sempre. Não vale o Universo, porque, a despeito do Universo ser tratado pelos ateus como
uma coisa ou uma entidade, ele não é uma coisa ou entidade. O Universo é um conjunto de séries
causais independentes que se encontram dando origem ao nosso popular “acaso”. A existência de
“sistemas algorítmicos”, onde subsistem uma multiplicidade de causas, é prova suficiente disso.
Espaço, tempo e energia também não são coisas, nem entidades. Espaço e tempo são,
respectivamente, as dimensões horizontal e vertical da causalidade. Energia é o próprio movimento
impresso pela Causa primeira, o qual existe na forma de potencialidade e de atualidade. Leis
também servem. Leis não têm causas, porque uma lei nada mais é do que a descrição de uma
relação de causa e efeito.
Por outro lado, é impossível demonstrar que “tudo o que existe precisa de uma causa”, porque isso
eliminaria a possibilidade de algo existir por si mesmo (existir sempre na mesma forma). O princípio
da causalidade não impede que algo exista por si mesmo, porque, do contrário, o mesmo princípio
não poderia existir por si mesmo. O que permitiria a existência do princípio da causalidade?
Além disso, a existência não demanda uma causa. O que demanda é a contingência, melhor ainda, a
potência, o poder “vir-a-ser”, porque só o que mudou do que era para o que é, ou mudará,
demanda uma causa. Para que se possa estabelecer a tese de que a existência demanda uma causa,
ter-se-ia que provar primeiro a existência do “nada”, o que a metafísica e a moderna mecânica
quântica negam que exista.
Deus não criou o melhor dos mundos possíveis. Podemos percebermos a contingência do mundo
(contigentia mundi), inclusive, imaginando que pudessem existir infinitos mundos paralelos, isto é,
sem qualquer ponte que os unisse, e, correspondentemente, não possuindo, para nós, qualquer
existência efetiva. Cada um dos mundos poderia ser idêntico ao nosso, ou não, entendendo que
Deus é um Ser necessário e independente, e o mundo um apêndice contingente-dependente. Em
razão disso, podemos responder satisfatoriamente a um argumento muito utilizado pelos céticos,
que consiste em alegar que o perfeito não pode gerar o imperfeito:
O Ser Supremo possui, em si, tudo aquilo que é capaz de preencher, ou, como diríamos, o bem
absoluto e total (infinito), de modo que nada pode adicionar-se a ele. O mundo é um apêndice, que,
de maneira nenhuma, completa aquilo que Deus é, mas depende infinitamente dele, tanto quanto o
Ser Supremo não depende infinitamente de nada. Deus mantém o cosmos livremente, de modo que
todo o bem de que o cosmos se constitui, é ganho e não perda. Deus nada deve ao mundo, de
modo que, de acordo com a sua “disposição”, o bem de que o mundo se constitui pode variar desde
o não-ente (conjunto vazio = mal absoluto), até o limite do bem infinito, embora não possa atingir o
bem infinito, porque isso significaria ser igual a Deus. Isso significa que poderiam existir mundos
melhores ou piores do que o nosso, embora não possa existir um Deus melhor ou pior do que o
nosso. Santo Tomás de Aquino argumenta, também, que a existência, no mundo, de diferentes
graus de perfeição sugere que Deus seja a fonte das perfeições dos outros seres (quarta via).
O bem relativo é perfeitamente atingível pela disposição de Deus, mas o bem infinito não é atingível,
porque o mal absoluto é absoluto, o que equivale a um conjunto vazio, mas não é infinito. O bem
infinito, por sua vez, não é atingível, porque ele já existe em Deus.
Na distância que separa o absoluto não-ente e o bem infinito, Deus pode manter o mundo. Não se
diz que ele cria o mundo, senão que este deriva dele, uma vez que o verbo “criar” implica em algo
que se realiza no tempo, mas podemos dizer também que Deus mantém o seu mundo (e para Santo
Tomás, não é possível demonstrar racionalmente que o mundo tenha tido um começo).
A distância que separa o não-ente do bem infinito é, de fato, uma distância infinita, de sorte que
Deus não pode manter um cosmos que se equipare a ele, porque não pode duplicar-se. Com isso,
dizemos que a distância é verdadeiramente infinita, de sorte que, por esse percurso, que passamos
a chamar a partir de agora de “percurso infinito”, não se pode atingir o bem infinito, embora se
entenda que Deus é perfeitamente livre para manter o cosmos que desejar e seja “onipotente”. Isso
explica, por exemplo, porque Deus não pode, fazendo alusão a algo cognoscível, manter um cosmos
que atinja o ponto final do “percurso infinito” ou o ultrapasse (o que seria absurdo, uma vez que
Deus é infinito), embora isso seja pensável pelo fato de que a nossa mente, acostumada com o
analógico, que começa por considerar separadamente os elementos duma definição contraditória, só
quando os quer ligar reconhece a sua impossibilidade. Assim, no senso comum, diríamos que isso
explica porque Deus não pode fazer uma pedra que ele mesmo não possa carregar. Conforme
dissemos, não se trata de Deus não poder fazer a pedra, mas que, por se tratar de um “percurso
infinito”, esse feito é inatingível.
Quinta via: o argumento teleológico
Parece inegável, por exemplo, que a árvore está destinada a produzir a semente, e esta a dar
origem a outra árvore, embora nem todo acontecimento da natureza envolva finalidade de ou para
alguma coisa, pois existem os encontros acidentais de causas, ou acasos. Há, no entanto, ocasiões
em que o agente natural age inconscientemente para um fim, como no caso da árvore ou da
semente.
Se há causalidade, é imprescindível que haja finalidade, posto que não há causa sem efeito.
O contrário de se admitir o princípio da causalidade, seja por se seguir Hume ou Kant, é admitir que,
do nada, pode surgir alguma coisa. É mais absurdo crer nisso do que em contos de fadas, porque,
além de ser uma premissa não provada, é contrária à própria razão. Se admitíssemos isso, não
poderíamos procurar a razão de nada, posto que o princípio da causalidade seria um absurdo. Isso
não poderia explicar, de forma alguma, o surgimento de toda a sorte de coisas, inclusive seres que
se complementam, como macho e fêmea, uma vez que é impossível dizer não terem sido projetados
para uma finalidade. De qualquer forma que seja, aquele “relojoeiro cego”, dos ateus, por ser cego,
não vê adiante, não planeja conseqüências, não tem finalidades em vista. No entanto, os ateus
poderiam dizer que essa aparente finalidade é um produto de ensaio e erro, ou talvez um produto de
uma regularidade natural. Ensaio e erro? Mas de quem?
Produto de uma regularidade natural? O que impede de ser diferente?
Esses argumentos, para mim, já são mais do que suficientes para provar a existência de Deus e de
como o ateísmo é ingênuo. Provas a favor da inexistência desses princípios lógicos não são
sustentáveis.
Deus pode ser entendido enquanto princípio e fim de todas as coisas. Não é sensato pensar que
esse princípio e que esse fim não existam, até porque qualquer contra-argumentação nesse sentido
só pode se sustentar na desconfiança em relação às provas fornecidas neste tópico. No entanto,
para buscar entender essas provas, os ateus teriam que buscar, passo a passo, refazer o caminho
pelo qual se chegou até elas, para que não aconteça de estarem refutando aquilo que, na verdade,
nunca conheceram.
Refutação de argumentos dos céticos contrários às cinco vias
Quanto à prova do movimento, Guilherme de Ockham nega a validade dos dois princípios em que
ela se funda. Na verdade, observa ele, pode-se razoavelmente afirmar que alguma coisa se move
por si, como a alma ou o anjo, ou o próprio peso que tende para baixo; e que o processo ao infinito
se dá freqüentemente na experiência, por exemplo, quando se fere em uma das extremidades um
comprimento contínuo: a parte ferida moverá a parte mais próxima, e esta uma outra, e assim por
diante infinitamente (Cent. theol.; Concl. I,D). Ockham também argumentou que a prova do
movimento não teria qualquer valor para explicar, por exemplo, a existência de seres imateriais,
como a alma ou o anjo, ou, como se podia pensar na época, a questão de um corpo em queda livre,
onde o movido é também motor de sua queda.
Ora, para que alguma coisa possa existir por si mesma, teria que ser causa de si mesma ou existir
sempre na mesma forma. Enfim, para que alguma coisa fosse causa de si mesma, teria de ser
anterior a si mesma. O anjo não pode existir por si mesmo, porque está sujeito a mudar de
operação, tampouco a alma que já animou um corpo. Assim, o que não se resolve pela prova do
movimento, resolve-se pela prova da contingência. O peso não seria problema hoje, quando
sabemos da gravidade e das leis envolvidas. Assim, as “quinque viae” não só formam uma unidade
perfeita, como cada uma delas poderá ser usada na explicação dos casos mais particulares.
Hume rejeita a validade da prova cosmológica; indica (Dialogues on Natural Religion, IX) que não é
necessário recorrer ao conjunto, ou ao conjunto de uma série (nem a nenhum membro fora da
série) para explicar a existência dos membros da série. A explicação de cada um dos membros da
série equivale à explicação de toda a série. Assim, portanto, um conjunto de membros é uma soma
de membros, não uma entidade distinta dos membros que compõem o conjunto.
No caso de Hume, ele apenas ignora a dependência que existe dentro de cada uma das séries
causais.
Kant argumenta que o princípio transcendental, segundo o qual inferimos uma causa de algo
contingente, é aplicável apenas ao mundo sensível, mas não tem significações fora desse mundo.
Tendo-se visto, segundo Kant, que a noção de causalidade é uma categoria aplicável à experiência,
é inadmissível usá-la fora da experiência. Contudo, mesmo sendo a série de causas restrita a este
mundo, não se justifica inferir a existência de uma primeira causa com base na impossibilidade de
uma série infinita de causas. Além disso, haveria na prova cosmológica uma confusão entre a
possibilidade lógica de um conceito de realidade e a possibilidade transcendental dessa realidade.
No que diz respeito a Kant e sua argumentação, vimos que o princípio da causalidade é a base de
todo o conhecimento, portanto é o que de mais evidente a razão pode ter à sua disposição.
Impugnando-o, como Kant pôde pretender conhecer os limites da própria razão?
A afirmação de que as leis do pensamento são as mesmas em todos os homens é lógica e natural
em quem, como nós, entende que se pode concluir do que se vê para o que as coisas realmente
são. Se verificamos, pela observação, que a natureza humana é idêntica nos outros homens e em
nós, podemos afirmar que as leis naturais do seu pensamento devem ser as mesmas que as do
nosso. Mas Kant, fechado em si mesmo pela sua teoria do númeno inacessível, não conhecendo dos
outros senão as suas próprias percepções, que só têm valor subjetivo, e nada dizem sobre a
realidade do objeto, como pode fundamentar tal afirmação? Há aí incoerência ou petição de
princípio.
Desde a pré-história, o homem observa os fenômenos e é capaz de ligar causas a seus efeitos.
Negando-se o princípio da causalidade, a razão não teria onde se sustentar. Por outro lado, se é
possível afirmar que é pela razão que temos ciência desse mesmo princípio, creio ser ainda mais
possível afirmar justamente o oposto: que é a razão que nasce com a causalidade, pois todo o nosso
conhecimento racional tem base nos sentidos. Do contrário, como poderia o conhecimento racional
ser causa de si mesmo, como postulava Kant? Logo, a causalidade é anterior à própria razão, porque
ela força a utilização da própria razão.
Alguns céticos não hesitam em dizer que todas as provas metafísicas acerca da existência de Deus
não passam de esforços lógicos para salvar o Deus cristão. Procuram, assim, invalidar as provas
metafísicas, trazendo-as para a esfera do religioso, isto é, da fé, e não da razão. Quanto a isso, é
interessante notar que os gregos antigos, que não estavam, de forma alguma, comprometidos com
o cristianismo, tenham chegado ao conhecimento de Deus, com o uso da razão.

Ateu pergunta:

"Se deus é onipotente, ele pode criar uma pedra que não consegue levantar."
A pergunta acima equivale a:

"Se Deus é onipotente, ele pode não ser onipotente." Vejamos porque.

A onipotência implica em qualidades INFINITAMENTE extremas:

1- Deus não pode fazer o mal. Pois sendo ele INFINITAMENTE bom, não pode fazer o mal. Dizer que
Deus pode fazer o mal é como dizer "círculo quadrad
o". Pois o mal é uma limitação.
2-Deus não pode se contradizer. Pois sendo ele infinitamente verdade, não pode mentir. Pois a
mentira é uma limitação.

3-Deus não pode parar de existir. Pois sendo ele INFINITAMENTE ser, deve existir desde sempre.
Parar de existir ou começar é uma limitação.

4-Criar uma pedra que ele não possa levantar é como criar uma pedra de peso maior que o infinito.
Só um louco faz essa pergunta. Pq?
a) não existem corpos materiais de peso infinito, nem de peso maior que infinito. E nem pode existir,
pois o corpo material é, por definição, um corpo LIMITADO de tamanho e forma finito.
b) O que seria algo maior que o infinito? (????????????)

5-Finalmente se há algum ser infinito, este ser não pode ser material. Tem de ser imaterial, logo só
nos resta entender se Deus pode criar outro Deus. Se há um ser imaterial infinito, esse é Deus.
Por ser um ser infinito, decorre-se que em Deus há unidade infinita. Não é como os corpos materiais
que se dividem em partes menores. Deus não é composto de partes, se o fosse, não seria infinito.
Sendo Deus unidade infinita, não pode criar um outro ser infinito "Deus", pois isso seria dizer que
Deus é uma parte de duas partes distintas. Então para que Deus criasse um outro Deus, precisaria
que ele não fosse onipotente, pois só algo finito poderia, em tese, criar algo maior que si.
A matemática nos demonstra isso sob certo aspecto, pois infinito + infinito = infinito. E infinito
dividido por qualquer número é infinito.

6- Enfim, parece que o ateu quer saber se é possível que Deu seja finito. O ateu quer uma
contradição seja verdadeira, pois quer dizer que é possível que o ser infinito seja finito. Uma
verdadeira sandice.

Criador atemporal vs Criação temporal.

Alguns ateus afirmam que antes da criação não havia tempo no qual Deus pudesse criar o
universo. Não havia período anterior a partir do qual Deus pudesse agir. Portanto o ato da
criação é contraditório.

O argumento desconsidera a perspectiva transcendente de Deus. Deus existe além do universo


de espaço-tempo e portanto existe em uma perspectiva transcendente e absoluta, vizualizando
todas as unidades espaço-temporais a partir de seu estado panorâmico em eterno presente.

Em resumo, para Deus existe apenas uma perspectiva imutável e absoluta, que unifica todas as
unidades espaço-temporais em um eterno presente. A partir do ponto de vista panorâmico de
Deus, temos a unificação de todos os estados temporais em um período absoluto de eterno
presente.

Logo a afirmação ateísta é equivocada.

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