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Barbacena
Abril
2016
Sumário
1 OBJETIVO...................................................................................................... 03
2 SITUAÇÃO..................................................................................................... 03
7 PRESCRIÇÕES DIVERSAS........................................................................... 10
ANEXOS:
1 OBJETIVO
2 SITUAÇÃO
Considerando deliberação de Magistrados atuantes junto ao Juizado Especial Criminal das
comarcas instaladas nas cidades sob responsabilidade da 13a RPM, urge a necessidade de
se adequar os procedimentos operacionais relativos ao registro e processamento das
infrações de menor potencial ofensivo pela PMMG, visando a atuação da tropa dentro dos
parâmetros legais.
São competentes as Autoridades Judiciárias atuantes junto ao Juizado Especial Criminal das
Comarcas das cidades pertencentes à 13ª RPM.
Nesse cerne, será utilizado de acordo com a articulação operacional da 13a RPM.
No contexto específico das atividades de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, afetas à 13a
Cia PM Ind MAT, o Procedimento Operacional Padrão abrangerá todos os municípios
subordinados à 13ª RPM.
No que concerne à 13a Cia MEsp, devido à especificidade de seu emprego, a articulação da
Unidade restringe-se à cidade de Barbacena, mas seu emprego pode ocorrer em todas os
municípios que integram a 13a RPM.
A lei N.º 9.099/95, que criou o Juizado Especial Cível e Criminal e dispõe sobre os
procedimentos especiais na tratativa das infrações de menor potencial ofensivo já está
sedimentada na sociedade brasileira há mais de 20 anos, sendo que no decorrer deste
período, vários entendimentos normativos e jurisprudenciais vêm sendo discutidos, visando a
aplicabilidade dos dispositivos legais.
Nesse cerne, a Lei 9099/95 tem demonstrado ser uma importante ferramenta ao substituir o
Auto de Prisão em Flagrante (APF) pelo Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO),
dispensando a instauração do Inquérito Policial (IP) pelo delegado de polícia (autoridade
policial em sentido restrito), quando diante de situação de flagrância de infração por ela
definida como de menor potencial ofensivo, determinando que o autor da infração fosse
conduzido imediatamente perante o Juizado Especial Criminal.
Em um segundo momento, não sendo possível a condução do acusado da infração
diretamente ao JECrim, permite a lei que ele assuma o compromisso de comparecer em juízo
Interpretando seu Parágrafo Único, percebe-se que a atribuição legal não é exclusiva, vez
que extensiva às autoridades administrativas:
Reafirmando essa interpretação, percebe-se que, na esfera penal, há casos em que se atribui
ao termo “autoridade” significado diverso daquele que decorre do Código de Processo Penal.
Esse é o caso do art. 5º da Lei de Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898/65), plenamente
aplicável ao policial militar.
Nessa seara, são várias as conferências que chegaram à conclusão de que, para os fins de
aplicação da Lei nº 9.099/95, o significado da expressão “autoridade policial” alcança os
responsáveis pelo policiamento ostensivo (cf., por exemplo, a 2ª conclusão da Reunião de
Presidentes de Tribunais de Justiça, ocorrida em Vitória-ES, em outubro de 1995; a 9ª
conclusão da Comissão Nacional de Interpretação da Lei n° 9.099/95, realizada pela Escola
Nacional da Magistratura; a súmula n° 4 sobre a Lei dos Juizados Especiais Criminais,
editada pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo; e a 1ª conclusão da
Confederação Nacional do Ministério Público).
Na doutrina pátria, Telles Júnior afirma que autoridade policial, para os fins da Lei 9099/05, é
todo servidor público dotado do poder legal de submeter pessoas ao exercício da atividade de
policiamento.
Para Nancy Andrighi e Sidnei Beneti “autoridade policial é qualquer agente dotado de poder
de polícia incumbido de manutenção da ordem em policiamento repressivo ou preventivo”,
incluindo no conceito de autoridade o “policial civil, o militar, o metropolitano (Guarda Civil
Municipal) e todos os agentes incumbidos do policiamento”. Conclui os doutos magistrados
asseverando que “não há razões científica ou técnicas para a distinção, podendo o termo
circunstanciado ser lavrado pela própria Secretaria do Juizado (a pedido da parte)”.
Portanto, autoridade policial, para efeito de dar cumprimento aos princípios e finalidades da
Lei 9099/95, é todo agente público que desenvolve atividade policial, seja civil ou militar.
O termo pode ser interpretado com a mesma abrangência que o direito administrativo lhe
confere, abarcando-se, assim, todos os órgãos de segurança pública listados no art. 144
da Constituição, mormente em face do art. 69 da Lei nº 9.099/95.
A doutrina entende que o TCO nada mais é do que um relatório sumário da infração, sem
maiores formalidades, diverso do ato de investigação, não ensejando, portanto, indiciamento
do autor do fato (cf., a propósito, BRASILEIRO, Renato. Legislação Criminal Especial
Comentada. Salvador: Juspodivm, 3ª ed., 2015, p. 218 e AVENA, Norberto. Processo Penal
Esquematizado. São Paulo: Método,1ª ed., 2009, p. 143).
Além de não ensejar função investigativa, o TCO não é atividade de polícia judiciária. A lei,
em momento algum, conferiu exclusividade da lavratura do termo circunstanciado às
autoridades policiais, em sentido estrito, porquanto seja apenas um breve, embora
circunstanciado, registro oficial da ocorrência, sem qualquer necessidade de que constitua
alguma infração penal. Não é preciso qualquer tipo de formação técnico-jurídica para se
efetuar esse relato.
Nestor Távora e Rosmar R. Alencar entendem que TCO é uma peça despida de rigor formal,
contendo breve e sucinta narrativa dos fatos, envolvidos e testemunhas (tudo o que contém
no REDS).
Para Tourinho Filho o ato administrativo para ser considerado TCO tem que constar os
seguintes requisitos: qualificação dos envolvidos e testemunhas; versões das partes e
compromisso de comparecer em juízo (esse compromisso facilmente pode ser inserido no
histórico do REDS).
Assim, ainda que o Termo Circunstanciado de Ocorrência receba outra denominação, seja
“Boletim Circunstanciado”, “Registro de Evento de Defesa Social” ou simplesmente Boletim de
Ocorrência, esse documento nada mais será do que a execução de mera atividade
administrativa, sem caráter investigativo e sem qualquer atribuição exclusiva de polícia
judiciária, podendo ser lavrado inclusive pelo soldado mais moderno da Polícia Militar,
reconhecidamente autoridade policial, conforme se pronunciou o Supremo Tribunal Federal:
Corroborando esse entendimento e com ele somando argumento, é sabido que "o órgão
acusatório pode oferecer denúncia com base em quaisquer elementos de prova de que tiver
conhecimento, não dependendo da prévia instauração ou mesmo da conclusão de
procedimento investigatório para que dê início à ação penal". (RHC 39.683/SP, rel. min. Jorge
Mussi, 5ª Turma, DJe de 02/10/2013). Ora, se o Ministério Público prescinde do inquérito
policial, podendo utilizar-se de qualquer outro meio para exercer seu múnus, óbvio é concluir
que um Termo Circunstanciado de Ocorrência lavrado por policial militar, conquanto possua
todos os elementos indispensáveis à ação penal, pode e deve servir de elemento de prova
para tal finalidade.
Ademais, a orientação das cortes superiores caminha no sentido de que eventuais vícios da
fase inquisitorial não contaminam a ação penal, dada a natureza meramente informativa de
suas peças, bem como a sua dispensabilidade na formação da opinio delicti. (cf., por todos,
HC 291.817/SC, rel. min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, DJe de 20/02/2015). Ou
seja, ainda que fosse considerado inválido, o TCO lavrado por policial militar não contaminaria
a ação penal ofertada posteriormente.
Noutro giro, é cediço que a polícia ostensiva possui a chancela da sociedade para praticar
atos muito mais gravosos e que demandam razoável juízo de ilicitude, tais como
busca pessoal e busca e apreensão domiciliar (art. 240 do Código de Processo Penal e HC
233.302/SP, rel. min. Gilson Dipp, 5ª Turma, DJe de 20/06/2012). Se pode o mais,
obviamente pode o menos.
7 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
7.1 O Registro de Eventos de Defesa Social afeto às infrações de menor potencial ofensivo,
doravante, será denominado REDS – TC.
7.3 A medida que Portarias do JESP forem sendo editadas no âmbito da 13a RPM, o
Procedimento Operacional Padrão previsto neste documento será implementado, devendo as
Unidades de Área providenciar o devido treinamento da tropa encarregada das providências
aqui mencionadas.
7.4 O tutorial de registro do REDS – TC consta do Anexo A, cujo “passo a passo” deverá ser
exaustivamente explicado e supervisionado.