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TRANSCRIÇÃO DE ENREVISTAS

Fabiana Lopes da Cunha, Londres. Inglaterra, 2017.

Paraíso School of Samba, 29 de junho, Brixton.

Entrevistados: Damien Mannig e Maitê de Oliveira

Nessa entrevista conversei com Damien Manning e sua esposa Maitê de


Oliveira. A gravação foi feita no espaço de realizações de ensaios da
Paraíso School of Samba. Damien Manning nasceu em Londres Inglaterra
onde mora há mais de 35 anos.

Fabiana Lopes da Cunha: Eu gostaria de saber a respeito da sua história,


principalmente em relação à música. Eu sei que você é percussionista. A
Maitê já me adiantou que você toca vários instrumentos. Eu gostaria de
saber quais os instrumentos que você mais gosta de tocar? Você tem m
formação musical? Bom, vamos por partes, não? (risos).

Damien Mannig: Existem traços marcantes da minha carreira. Começou


na família, eu era bem jovem. Frequentava a Igreja na Irlanda, na qual a
música é um aspecto muito importante. Meu pai tocava violão em uma
banda famosa, então eu aprendi com ele. Depois me formei na Royal Music
Academy (Academia de Música), um colégio muito famoso e antigo do
centro de Londres. Me formei em Percussão Orquestral, onde aprendi como
ler partituras, cifras etc. Comecei a trabalhar no teatro fazendo percussão
mas sempre me interessei muito pelo samba.

Fabiana Lopes da Cunha: Então você sempre teve um interesse pelo


Samba? Por que? O que te atraiu?

Damien Mannig: No samba existe uma coisa que faz a gente mexer. Na
orquestra isso não existe, é tudo muito mais formal, não se pode mostrar as
emoções. Então, quando me deparo com o samba me lembra quando eu
tocava em bailes de folclore. Quando eu me formei em Percussão
Orquestral eu perdi essa coisa espontânea, uma conexão entre música e
dança, esse movimento. O samba me reconectou. Me inspirou a aprender
mais sobre a fonte do samba. Tive que ir ao Brasil, Rio de Janeiro. (risos).

Fabiana Lopes da Cunha: Você aprendeu com o Mestre Esteves?

Damien Mannig: Sim, com o Mestre Esteves. Um mestre que ensina com
carinho. No Brasil todos o conhecem.

Fabiana Lopes da Cunha: E quanto tempo você ficou indo ao Rio de


Janeiro aprendendo com ele?

Damien Mannig: Em fui inúmeras vezes. Mas teve três anos mais
intensos, 2006. 2007 e 2008, pois, eu ia para o Carnaval dois meses antes
para ficar ensaiando com a bateria. Em 2009 o Esteves saiu da Estácio de
Sá. Eu tive experiências em outras escolas, mas nenhuma se comparou ao
que eu vivi esse tempo na Estácio.

Fabiana Lopes da Cunha: A Estácio te trouxe alguma coisa diferente?

Damien Mannig: Sim. Todos os ritmistas que tocam caixa, por exemplo,
o tipo de caixa que se toca hoje na Império Serrano, começou na Estácio.
Outra coisa, a Estácio é uma escola muito próxima ao sambódromo. Se
alguém chega lá precisando de algum auxilio, por exemplo, 40 ritmistas
para tocar caixas, eles colaboram.

Maitê de Oliveira: Os anos em que ele ficou lá eles o adoravam pois,


sempre que isso acontecia diziam: “leva o Demian, leva o Demian”.
(Risos).

Fabiana Lopes da Cunha: Para contribuir com as outras escolas. Que


bacana.

Maitê de Oliveira: Sim. Com Caprichosos, Paraíso Tuití, Porto da Pedra,


foram várias escolas. E tudo assim, em cima da hora. (risos).

Damien Mannig: Uma vez eu fui para a Marques de Sapucaí. Às vezes eu


nem sabia por qual escola eu estava tocando.

Fabiana Lopes da Cunha: Isso é interessante. É um reflexo de nossa


cultura. A cultura no Brasil acaba tendo essa coisa do improviso como algo
marcante.

Damien Mannig: Quem sabe faz ao vivo (risos)...


Maitê de Oliveira: Exatamente...

Fabiana Lopes da Cunha: E deixa eu perguntar um coisa, quando você


tocou e aprendeu na Estácio ou quando você toca aqui na Paraíso School of
Samba, você utiliza partitura na percussão?

Damien Mannig: Não. Nunca. Apenas em instrumentos de couro, o


cavaquinho, o violão.

Fabiana Lopes da Cunha: Mas na percussão não tem?

Damien Mannig: Não. Não existe. Somente em shows de palco, com


bandas.

Maitê de Oliveira: Como um Zeca Pagodinho, que tem um arranjo de


música diferente né.

Damien Mannig: Eu sou um músico muito bem conservado no samba, não


preciso ler partitura. Assim quando você faz arranjos de teclado,
instrumentos de sopros.

Fabiana Lopes da Cunha: Sim. Saber como fazer o conjunto. Quem faz o
samba-enredo aqui da Paraíso School of Samba é muitas vezes o
Dominguinhos.

Maitê de Oliveira: Sim. Acredito que tem outro músico da Estácio que
também faz....o Gilberto.

Damien Mannig: Sim. Aquele que morreu. Gilberto Gomes.

Fabiana Lopes da Cunha: E como se dá a escolha dos músicos que


compõe o samba-enredo? ele já vem gravado?

Maitê de Oliveira: Sim.

Fabiana Lopes da Cunha: Vem gravado lá do Rio de Janeiro?

Maitê de Oliveira: Exatamente.

Fabiana Lopes da Cunha: E então é entregue ao diretor da bateria? Como


funciona?

Maitê de Oliveira: Pois é, o Esteves organiza toda gravação do Rio, quem


vai escrever quem vai cantar.
Fabiana Lopes da Cunha: E isso é mostrado primeiro para o diretor da
bateria? Como fazem para os ensaios?

Maitê de Oliveira: Então já está tudo acontecendo ao mesmo tempo, nos


comunicamos pelo whatsapp.

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