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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1 ª VARA

DO TRABALHO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC

Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

PEDRO LEMOS, já qualificado nos autos do processo acima descrito,


por sua advogada que esta subscreve, nos autos da RECLAMATÓRIA
TRABALHISTA que move contra Fundação de Tecnologia do Estado de
Santa Catarina, processo em epígrafe, não se conformando, data vênia, com a
veneranda sentença prolatada por este MM. Juízo vem, respeitosamente,
interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

Com fulcro no artigo 895, I da CLT e fundamento nos argumentos expendidos


em fls. apartado, que requer seja recebido, autuado e, atendidas as formalidades
de estilo, remetido, juntamente com as razões inclusas, ao exame do Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região.

Deixa de juntar o comprovante de recolhimento de custas, vez que


demanda sob o palio da justiça gratuita, conforme decisão de 1º grau.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Local, 17/10/2018

Advogado

OAB n° xxxxxx
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Origem: 1ª Vara do Trabalho de Balneário Camboriú.


Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Recorrente: Pedro Lemos
Recorrido: Fundação de Tecnologia do Estado de Santa Catarina

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 12ª REGIÃO COLENDA TURMA

NOBRE JULGADORES!

RAZÕES DE RECURSO

A r. Sentença não merece ser mantida, razão pela qual o


Recorrente postula pela sua reforma.

I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

1.1 – DA LEGITIMIDADE

Tendo em vista o Recorrente ser o Reclamado, é parte


legítima para recorrer.

1.2 – DO INTERESSE PROCESSUAL

Tem interesse processual, visto que objetiva atacar a


decisão recorrida.
1.3 – DA TEMPESTIVIDADE

A r. Sentença foi publicada em 05/10/2018, iniciando o


prazo para interpor Recurso Ordinário no dia 08/10/2018, tendo como marco final
o dia 18/10/2018.

Desta forma, tempestivo o presente Recurso.

1.4 – DEPÓSITO RECURSAL

Recolhido no valor de R$ 9.189,00 (nove mil, cento e


oitenta e nove reais), no prazo do recurso, por meio da guia GFIP em anexo,
conforme Súmulas 245 e 426, ambas do TST.

1.5 – CUSTAS PROCESSUAIS

Recolhidas no valor de R$ 340,00 (trezentos e quarenta


reais), correspondentes a 2% do valor da condenação, no prazo do recurso, por
meio da guia GRU em anexo, conforme art. 789, I, da CLT.

I – HISTÓRICO PROCESSUAL

Trata-se de Reclamação Trabalhista ajuizada por Pedro


Lemos, doravante recorrente, que foi contratado em 02/01/2017, para exercer
as funções de técnico em informática, e dispensado imotivadamente em
31/01/2018, mediante aviso prévio trabalhado, que foi cumprido até o dia
02/03/2018, em desfavor de Fundação de Tecnologia do Estado de Santa
Catarina, doravante recorrida, na qual o Juízo singular reconheceu apenas
parcialmente os direitos do recorrente que, inconformado, recorre ao Tribunal
para rever a decisão nas partes que lhe foram desfavoráveis, no tocante as
despesas com internet, multa do art. 477, § 8ª da CLT, aviso prévio e honorário
advocatício em 10%.
II – MÉRITO

II.A - DESPESAS COM INTERNET

A Sentença indeferiu ao recorrente o pagamento de


R$100,00 por mês para custear a internet utilizada no teletrabalho. O
fundamento utilizado foi de que o custo com esta contratação é inerente a
qualquer residência, não tendo, portanto, ligação com o trabalho.

Ocorre que desde a contratação o recorrente exercia suas


atividades em sua residência, como avençado por escrito no contrato de
trabalho. Tinha que usar seu próprio computador, assim como arcava com os
custos de internet de R$ 100,00 por mês, sendo que isto era indispensável para
a realização de suas atividades profissionais. O Recorrente se enquadra como
tele trabalhador, que é aquele que exerce suas atividades fora do
estabelecimento comercial do empregador, com base no artigo 6º da CLT.

Preceitua o Art. 75-B da CLT: Considera-se teletrabalho a


prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do
empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação
que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.

Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela


aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da
infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como
ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em
contrato escrito. Conforme estabelece o art. 75-D da CLT, observa-se que não
ocorre a transferência para o empregado das despesas relativas à atividade, pois
essas são do empregador, pelo princípio da alteridade, previsto no art. 2º da
CLT, que dispõe:
Considera-se empregador a empresa, individual ou
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.

PRINCÍPIO DA ALTERIDADE. REEMBOLSO DE


COMBUSTÍVEL E DESPESAS COM UTILIZAÇÃO DE
VEÍCULO PRÓPRIO. O princípio da alteridade dispõe
que os riscos do empreendimento pertencem ao
empregador, que não tem a possibilidade de transferi-
los ao empregado. Assim, sendo incontroverso que o
empregado utilizava veículo próprio a serviço da
empresa, não reembolsá-lo do valor gasto com
combustível e com a manutenção do veículo significa
transferir a ele os ricos do empreendimento, o que é
vedado no ordenamento jurídico trabalhista.
(TRT-17 - RO: 00140002120105170013, Relator:
DESEMBARGADOR CARLOS HENRIQUE BEZERRA
LEITE, Data de Publicação: 21/06/2011)

Dessa forma, requer a reforma da r. Sentença para julgar


procedente o pedido de despesas com internet.

II.B – MULTA DO ART. 477 DA CLT

A Sentença indeferiu ao recorrente a multa do artigo 477,


§ 6º da CLT, com fundamento de prova oral (Testemunha) por parte da
recorrida, que alega estar com ele no dia 09/03/2018, tendo presenciado a
entrega destes documentos, sendo desnaturado o recibo carreado aos autos
em que consta ter sido entregues em 16/03/2018.

Cumpre ressaltar que mera alegação não é para


demonstrar a verdade ou não de determinado fato. A prova é justamente a
confirmação desta alegação.

No prazo estabelecido no art. 477, § 6º, da CLT, nada foi


pago a Reclamante pelo que se impõe o pagamento de uma multa equivalente
a um mês de salário revertida em favor da Reclamante, conforme § 8º do
mesmo artigo, sendo que a entrega de documentos foi feito fora do prazo
determinado por lei.
Os documentos necessários para o saque do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço e para o recebimento do seguro desemprego
deveria ser pago/entregue em até dez dias corridos, conforme estabelece o
artigo 477, § 6º da Lei 13.467/17, porém, somente lhe foram entregues em
16/03/2018.

Dispõe o Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação


dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - Ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;


(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Nesse mesmo sentido Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de


peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou
à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos
do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso
em que deverá dar à parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar


situação em que a desincumbência do encargo pela parte
seja impossível ou excessivamente difícil.

§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode


ocorrer por convenção das partes, salvo quando:

I - recair sobre direito indisponível da parte;

II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do


direito.

§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada


antes ou durante o processo.

MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. DEVIDA. VERBAS


RESCISÓRIAS PAGAS A DESTEMPO. A multa prevista no
art. 477, § 8º, da CLT é devida quando as verbas rescisórias
constantes no Termo de Rescisão ou no recibo forem
pagas fora do prazo estabelecido no § 6º do mesmo
dispositivo legal.
(TRT-17 - RO: 00009804020175170005, Relator: JAILSON
PEREIRA DA SILVA, Data de Julgamento: 16/07/2018, Data
de Publicação: 31/07/2018)

Dessa forma, requer a reforma da r. Sentença para julgar procedente a Multa


do artigo 477, § 6º.

II.C - AVISO PRÉVIO

A sentença julgou improcedente o pedido de pagamento de


3 dias de aviso prévio, que se referem á proporcionalidade deste instituto jurídico.
O fundamento é de que tal aviso é bilateral, não tendo no ordenamento jurídico
átrio nada que autorize o pagamento destes dias quando o aviso prévio é
trabalhado, como no caso em comento.

Conforme revela o TRCT e carta de concessão de aviso


prévio, ambos em anexo, a reclamada concedeu e satisfez à obreira apenas 30
dias de aviso prévio, quando eram devidos 33 dias, fulcro disposições da Lei
12.506/2011.

Assim, o recorrente é credor de 03 dias de aviso prévio, os


quais deverão integrar o contrato de trabalho e serem considerados para todos
os fins, com reflexos em férias com o 1/3 legal, gratificação natalina e FGTS com
multa de 40%.

Nesse sentido:

Acórdão do TST – processo nº 1682-51.2015.5.17.0006:


Esta Corte Regional, inclusive, em julgamento do Incidente
de Uniformização de Jurisprudência nº 0000283-
39.2014.5.17.0000, ocorrido na sessão Plenária do dia 15
de abril de 2015, resolveu pacificar a discussão sobre o
tema acima, nesse mesmo sentido, redigindo a Súmula 35
com o seguinte teor:
"SÚMULA n° 35. AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL. LEI
Nº 12.506/2011. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO
RETROCESSO SOCIAL. DIREITO EXCLUSIVO DO
TRABALHADOR. Em respeito ao princípio do não-
retrocesso social, o aviso prévio proporcional instituído
pela Constituição Federal (art. 7º, inciso XXI) e
regulamentado pela Lei nº 12.506/2011 é direito exclusivo
do trabalhador."

Acórdão do TST – processo nº 1964-73.2013.5.09.0009:


"RECURSO DE REVISTA 1. AVISO PRÉVIO
PROPORCIONAL. EXTENSÃO AO EMPREGADOR. Esta
Corte Superior tem se manifestado no sentido de que o
aviso prévio proporcional, previsto na Lei nº 12.506/2011,
é direito exclusivo do empregado, sendo que a exigência,
pelo empregador, de cumprimento do aviso prévio pelo
prazo superior a trinta dias, impõe o pagamento dos dias
excedentes. Precedentes. Recurso de revista conhecido e
parcialmente provido."( RR - 91600-46.2013.5.17.0003,
Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª
Turma, DEJT 17/04/2015).

Dessa forma, requer a reforma da r. Sentença para julgar


procedente o Aviso prévio.

II.D - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O recorrente foi condenado ao pagamento de honorários


advocatícios no importe de 10% do valor da condenação apurado em sede de
liquidação de sentença.

A nova lei não poderia retroagir e ser aplicada nos


processos iniciados antes da sua vigência, sob pena de atingir ato jurídico
perfeito e, ainda, violar a segurança jurídica, pois o autor da ação, ao formular
os pedidos, não considerava a possibilidade de suportar honorários de
sucumbência.
Também cabe alegar a da inaplicabilidade do art. 791-A da
CLT nos processos iniciados antes da vigência da lei em tela, que essa regra
formaria sistema lógico com a nova redação do § 1º do art. 840 da CLT,
introduzida pela mesma lei, pelo qual exige-se que a petição inicial tenha pedido
certo, determinado e com indicação de seu valor, a fim de que se pudesse
identificar o ganho e/ou perda do reclamante para efeito da incidência dos
honorários de sucumbência parcial.

Além disso, há grandes questionamentos a respeito da


constitucionalidade da disposição do art. 791-A, da CLT, como se vê na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 5766, em trâmite no Supremo Tribunal
Federal, trazendo intensas desregulamentação da proteção social do trabalho e
redução de direitos materiais dos trabalhadores.

Na contramão dos movimentos democráticos que


consolidaram essas garantias de amplo e igualitário acesso à Justiça, as normas
impugnadas inviabilizam ao trabalhador economicamente desfavorecido assumir
os riscos naturais de demanda trabalhista e impõe-lhe pagamento de custas e
despesas processuais de sucumbência com uso de créditos trabalhistas
auferidos no processo, de natureza alimentar, em prejuízo do sustento próprio e
do de sua família”, afirma o procurador-geral.

Dessa forma, requer a reforma da r. Sentença para julgar


improcedente o pagamento de honorários advocatícios no importe de 10% do
valor da condenação apurado em sede de liquidação de sentença.

III – DOS REQUERIMENTOS

Pelo exposto, requer o conhecimento e consequente


provimento do presente Recurso Ordinário, para reverter o julgamento, e deferir
totalmente procedente o pedido do Recorrente, no tocante as despesas com
internet, multa do art. 477, § 6º da CLT, aviso prévio e improcedente os honorário
advocatícios em 10%, condenando o recorrido às custas processuais em
reversão, tudo por ser medida da mais pura e lídima JUSTIÇA!

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, 17/10/2018

Advogado

OAB nº xxxxxxxx

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