Sei sulla pagina 1di 9

TRABALHO COMPLETO

Estratégias de permanência no ensino superior e flexibilidade curricular

A LEITURA, A ESCRITA E A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NAS CIÊNCIAS EXATAS

Mário Fernandes Rodrigues


Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia – UFVJM 1
mario.rodrigues@ufvjm.edu.br
Jordan Wellington Rodrigues dos Santos
jordanwellington44@gmail.com
Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia – UFVJM
Rafaella Azevedo Aguiar
rafiaguiar@hotmail.com
Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia – UFVJM
Ana Flavia Santos da Costa
afsflaviasantos@gmail.com
Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia – UFVJM
Bianca Magalhães Benevides
biancala13@gmail.com
Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia – UFVJM

Resumo: Mesmo com os avanços ocorridos nas últimas décadas, as desigualdades sociais
persistem no plano da educação brasileira. No contexto do ensino superior, mais
precisamente no campo das ciências exatas, as contradições manifestam-se, por exemplo,
no baixo desempenho dos estudantes em disciplinas complexas e na dificuldade que muitos
encontram para permanecer regularmente matriculados nos cursos ofertados pelas
universidades públicas, o que acarreta nos fenômenos negativos da retenção e evasão.
Ancorados nos estudos de Souza (2016) e Arroyo (2015), pretendemos discutir nesse
trabalho o desenvolvimento de um projeto de apoio ao ensino de graduação, cujo objetivo é
combater a retenção e a evasão em um campus avançado de uma universidade pública
brasileira a partir da ampliação das competências linguísticas dos estudantes. Os resultados
parciais indicam que os índices de retenção diminuíram, porém os de evasão, determinados
por condições externas ao processo de ensino-aprendizagem, não apresentaram diminuição
significativa até o momento.
Palavras-chave: Educação. Desigualdades sociais. Leitura. Escrita. Interpretação textual.

1 INTRODUÇÃO

Os debates que movimentam o pensamento crítico brasileiro indicam que mesmo com os
avanços conquistados nos últimos anos, as desigualdades sociais provenientes do processo
de formação do país permanecem dissimuladas nos espaços e nas relações de poder. No
plano da educação, os argumentos apontam que a persistência das disparidades
reproduzidas historicamente distanciam os brasileiros pertencentes às camadas populares
dos direitos considerados fundamentais, como o acesso universal à educação (CHAUÍ,
2000; SOUZA, 2016; ARROYO, 2015).
No âmbito do ensino superior público, mais precisamente nos cursos da área das ciências
exatas, essa situação manifesta-se em dois pontos: no baixo desempenho dos estudantes
em disciplinas complexas e na dificuldade que muitos encontram para permanecer
regularmente matriculados nos cursos ofertados pelas universidades federais. Sejam por
questões econômicas, por uma formação básica deficitária dos conteúdos curriculares, ou
por motivos que necessitam de um estudo aprofundando da realidade de cada instituição
para serem conhecidos, esses estudantes vêm aumentando as estatísticas que mensuram 2
as taxas de retenção e de evasão.

Nesse ponto, percebemos no cotidiano docente em um campus avançado de uma


universidade federal, organizada em estrutura multicampi, que uma das questões que
podem contribuir para esse quadro é o baixo desempenho discursivo de parte dos
estudantes nos domínios da leitura, da escrita e, consequentemente, na interpretação de
textos. Como sabemos, essas habilidades são importantes para que o sujeito compreenda
os conteúdos das disciplinas necessárias a sua formação acadêmica. Logo, dominar a
língua materna é imprescindível a todas as áreas do saber.

Assim, neste trabalho que ora apresentamos ao III Congresso de Inovação e Metodologias
no Ensino Superior, pretendemos apresentar os resultados parciais obtidos em um projeto
de apoio ao ensino de graduação, cujo objetivo é construir estratégias de ensino que
permitam aos estudantes da universidade supracitada ampliar os seus conhecimentos sobre
a linguagem, mais precisamente sobre a produção de sentidos e significados.

O trabalho vem sendo realizado de forma transdisciplinar, contando com a colaboração de


docentes e estudantes na elaboração de estratégias de leitura e interpretação de
enunciados dos conteúdos da matemática, da física, da biologia, da química, da filosofia e
das linguagens. O nosso foco principal é combater os índices de retenção e de evasão
enfrentados pela instituição em que estamos inseridos, fenômenos determinantes de
qualquer avaliação que busque compreender a permanência, o sucesso ou o fracasso do
estudante no processo educativo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A produção das desigualdades esteve e continua


associada a processos de não reconhecimento, de
inexistência, de não pertença à comunidade política nem
territorial. (...) Entrar [na universidade] passa a ser um
gesto e ritual carregado de significados de existência e
de pertença, de disputa e de ocupação de territórios.
Significados radicais que dão novos sentidos a dominar
o letramento ou numeramento (ARROYO, 2010, p.
1407).

Os recentes estudos desenvolvidos no campo da educação progressista apontam que a


persistência das desigualdades sociais tem contribuído sobremaneira com o aumento dos
índices de retenção e evasão nos cursos ofertados pelas instituições públicas brasileiras de
ensino superior, sobretudo aquelas instituídas no contexto de expansão ocorrido nas
primeiras décadas deste século. Logo, somente a igualdade de direitos, concretizada por 3
meio da efetivação da justiça social, possibilitará o acesso, a permanência e o consequente
sucesso dos estudantes advindos das camadas populares nas universidades federais do
país.

Nessa perspectiva crítica, Arroyo (2015) observa que mesmo com os avanços das últimas
décadas, da educação infantil à universidade vivemos tempos de negação do direito à
educação, pois historicamente os sujeitos subalternizados e marginalizados pelas estruturas
racistas e elitistas da sociedade foram vistos como destinatários e nunca como
protagonistas das políticas públicas educacionais construídas pelas elites governantes.
Segundo ele, o tempo presente da educação brasileira é duplamente marcado pela ideia de
insatisfação: tanto na garantia do direito quanto no reconhecimento das reivindicações dos
coletivos e movimentos. Assim, duas questões se colocam em face dos processos
educativos pensados com, e não apenas para, os grupos minoritários:

a primeira, reconhecer que as possibilidades e os limites da garantia de


seus direitos estiveram condicionados em nossa história a como esses
grupos sociais, raciais foram pensados e alocados no padrão de poder-
dominação-subalternização. A segunda, reconhecer também que as formas
como os grupos sociais, raciais subalternizados resistem a esse padrão de
poder-saber vêm sendo determinantes das possibilidades de avanço na
garantia de seus direitos (ARROYO, 2015, p. 17).

Entendemos, tal como o autor, que a complexidade dos problemas da educação brasileira
exige uma postura de reconhecimento e de enfrentamento da histórica marginalização e
segregação dos direitos sociais – como o acesso universal de todos os brasileiros à
educação – a partir dos lugares em que estamos inseridos. Isso porque, em um país de
incontestável diversidade como o Brasil, o que permite a perpetuação da desigualdade é o
trabalho ideológico de naturalização dos privilégios historicamente conferidos às classes
dominantes da sociedade.

Para Souza (2016), essa estratégia funciona corretamente porque permanece dissimulada
na ilusão de justiça propalada pelo discurso da meritocracia, uma forma moderna de
recompensa e prestígio que pressupõe que os indivíduos possuem o mesmo grau de
igualdade na estrutura social, quando na verdade, são separados por um abismo
insofismável. O ponto chave dessa ideologia depende da constante separação do indivíduo
da sociedade, do seu grupo social.

Em outras palavras, o discurso da meritocracia ignora o fato de todos nós pertencermos a


uma classe específica e dela sermos herdeiros de valores, hábitos e costumes partilhados e
transmitidos historicamente. É por isso que ancoradas nos valores de uma classe
4
dominante, nos sistemas meritocráticos as condições sociais que determinam o sucesso ou
o fracasso do indivíduo devem parecer justas, o que mantém dissimuladas as reproduções
das desigualdades nas relações de dominação e de subordinação das classes populares à
lógica hegemônica.

No plano da educação, essa construção fictícia da equidade defende que o sucesso cabe
aos que mais se esforçam e o fracasso aos que não tiveram capacidade e
comprometimento com os estudos e o trabalho intelectual. Mas sabemos que não é isso que
ocorre, pois as desigualdades sociais refletem no desempenho dos estudantes, que saem
da educação básica e chegam às universidades com dificuldades na apreensão do
conhecimento científico.

No âmbito do ensino superior, mais precisamente nos cursos da área das ciências exatas,
essa situação manifesta-se em dois problemas que precisam ser constantemente
denunciados e combatidos: a retenção e a evasão. Esses fenômenos negativos impedem
que a universidade cumpra integralmente sua função social, isto é, formar sujeitos com
autonomia para pensar, debater e se autorrepresentar perante a sociedade, como deveria
acontecer em uma democracia legítima.

Nesse contexto, destacam-se os discursos e as práticas que buscam combater as


desigualdades a partir da caracterização do processo educativo como um trabalho de
tradução, no qual “as lutas por novos saberes, por novas epistemologias, são, também, uma
luta por novos processos de formação do conhecimento” (SANTOS; HISSA, 2011, p. 26).
Nessa acepção dialógica, as experiências e as práticas inovadoras produzem outras
relações entre os sujeitos, o conhecimento e a universidade, abalando as rígidas bases que
sustentam os territórios disciplinares ocupados pela ciência moderna e pelos discursos
meritocráticos que desconsideram, por exemplo, a trajetória do estudante como
determinante no processo de aquisição do conhecimento.

A produção dialógica dos saberes, assim, permite que visões estreitas sobre os processos
de ensino-aprendizagem nos cursos de graduação sejam questionadas, como aquelas que
simplesmente atribuem a culpa pelo fracasso de parte dos estudantes em disciplinas
complexas, como o cálculo e a física, à baixa qualidade do ensino básico, sobretudo o das
escolas públicas; sem, contudo, pensar nas questões determinantes para tal processo.
Estas, sabemos, não podem ser detectadas por meio de leituras superficiais da realidade,
pois estão condicionadas a vários fatores, dependendo da realidade concreta de cada
instituição educativa onde os fenômenos negativos ocorrem.

No entanto, se os motivos do insucesso são vários e de difícil detecção, compreendemos


5
ser determinante para o sucesso do estudante no decorrer da graduação o seu bom
desempenho linguístico na interpretação dos enunciados e comandos emitidos pelo
professor no decorrer do processo de tradução do conhecimento científico. Nesse sentido,
pesquisas recentes destacam a urgência de criação de “estratégias que possam ser
consideradas pelos docentes como ferramentas para reverter o quadro de carência
relacionada à leitura e à escrita dos alunos universitários” (FERNANDES & FRISON, 2015,
p. 38).

Esses estudos nos instigam a postular que o ensino da leitura e da escrita na universidade
precisa, definitivamente, compor a agenda de trabalho de todo professor, seja ele das áreas
das ciências exatas, biológicas, humanas ou tecnológicas. Entretanto, conforme argumentou
Lima (2000), não podemos desconsiderar que nas ciências exatas parece prevalecer uma
forma de organização consensual e sequencial do processo de ensino aprendizagem do
conteúdo, em que cada tópico depende naturalmente do que fora ensinado anteriormente,
com relação explícita de continuidade e dependência entre pré-requisitos e pós-requisitos.
Essa estrutura não é habitualmente adotada nos processos de ensino-aprendizagem da
língua materna ocorridos nos cursos de ciências exatas, pois nesse contexto o professor lida
com variedades distintas de propostas de organização do conteúdo ensinado.

Dessa maneira, muito embora saibamos que haja diferenças significativas na organização
do conteúdo das disciplinas das ciências exatas, como a Matemática, e das disciplinas que
abordam o ensino da língua materna, como o Português, entendemos ser possível e
necessário que nos processos de ensino-aprendizagem da educação básica à superior
sejam priorizadas a leitura, a escrita e, sobretudo, a contextualização do processo de
construção do conhecimento. Em última instância, queremos dizer que o domínio das
práticas de leitura, escrita e interpretação de textos é imprescindível não somente para a
formação acadêmica do sujeito, mas, sobretudo, para a constituição de indivíduos
autônomos, ou seja, aqueles que argumentam, opinam e praticam ações sociais e
institucionais.

3 METODOLOGIA
As discussões que ora propomos neste trabalho estão ligadas ao contexto de
desenvolvimento de um projeto de apoio ao ensino de graduação construído no cotidiano
docente de uma universidade pública brasileira a partir das concepções de linguagem
discutidas por Geraldi (2006), para quem toda metodologia de ensino articula uma opção
política, o que envolve uma teoria de interpretação e compreensão da realidade. Aprovado
em edital financiado pela Pró-Reitoria de Graduação com o título “Desenvolvendo as
Habilidades de Leitura, Escrita e Interpretação de Textos nas Ciências Exatas”, o projeto de 6
ensino foi iniciado no primeiro semestre de 2017 por uma equipe multidisciplinar, constituída
por seis estudantes bolsistas e doze professores com formação nas áreas da Letras, da
Química, da Física, da Matemática e das Ciências Biológicas.

Os trabalhos, com término previsto para o final do primeiro semestre de 2018, têm priorizado
o estabelecimento de relações horizontais entre as disciplinas que compõem a matriz
curricular do Bacharelado em Ciência e Tecnologia, curso ao qual o projeto está vinculado.
A nossa intenção é deslocar a figura do professor, aquele que ensina e é detentor do
conhecimento, para a figura do educador/mediador, o tradutor no processo de construção do
saber. Isso porque, ao priorizarmos o ensino da língua, o trabalho de transposição do
conhecimento científico tem sido pensado e organizado como uma “prática social mais
esclarecida, mais transparente, mais igualitária, mais democrática” (SANTOS; HISSA, 2011,
p. 21).

Desse modo, o trabalho articula-se em dois eixos complementares: a formação individual e


a formação coletiva dos estudantes. O primeiro é formado pela aplicação de diagnósticos
que buscam identificar as dificuldades linguísticas apresentadas pelos estudantes, seguida
da oferta de atendimento específico, realizado semanalmente, de acordo com os problemas
detectados. O segundo eixo é composto de medidas coletivas de combate, pois nele
propusemos, a partir das dificuldades comuns levantadas nos diagnósticos, a oferta de
minicursos e oficinas visando à ampliação das habilidades de leitura, escrita e interpretação
textual dos estudantes atendidos pela equipe de trabalho.

Como buscamos atingir um público amplo, a participação nas oficinas e nos minicursos,
ofertados a cada três meses, é facultada não somente aos estudantes inseridos nas
atividades propostas, mas a toda comunidade acadêmica da universidade. Nessa fase dos
trabalhos, a prioridade assenta-se na formação coletiva e na troca de saberes e
experiências, condições necessárias para que possamos fornecer aos estudantes uma
ampla capacidade de compreensão e interpretação do mundo. Em outras palavras,
desejamos que as experiências construídas coletivamente em torno da linguagem forneçam
aos estudantes as condições que os permitirão assumir integralmente o papel de sujeitos, e
não apenas de objeto do conhecimento e da história.

4 ANÁLISE

Como buscamos demonstrar até aqui, a intenção que permeia este texto é discorrer sobre
os trabalhos que vêm sendo realizados em um projeto de apoio ao ensino de graduação
7
desenvolvido em uma universidade pública brasileira organizada em estrutura multicampi.
Os trabalhos, focados na ampliação das habilidades ingüísticas dos estudantes do
Bacharelado em Ciência e Tecnologia, visam combater os índices de retenção e evasão
enfrentados por esse curso ofertado em um campus avançado.

Acreditamos que tais fenômenos negativos são condicionados por fatores externos ao
ambiente educativo, como aqueles que se materializam nas desigualdades sociais
presentes na sociedade brasileira. Porém, tal como Geraldi (2006), entendemos que “no
interior das contradições que se presentificam na prática efetiva de sala de aula poderemos
buscar um espaço de atuação profissional em que se delineie um fazer agora” (GERALDI,
2006, p. 40).

Nessa perspectiva, ao propormos a construção individual e coletiva de estratégias de


ampliação das habilidades ingüísticas dos estudantes, esperamos que após o término do
projeto os jovens atendidos apresentem melhoria na aprendizagem dos conteúdos
curriculares, o que poderá contribuir com a diminuição dos índices de retenção e evasão. Os
resultados parciais indicam que os estudantes atendidos pelo projeto de apoio ao ensino de
graduação têm apresentado melhor rendimento no processo de construção do
conhecimento, o que certamente contribuirá com a diminuição dos índices de retenção nas
disciplinas das ciências exatas que sustentam a matriz curricular do Bacharelado em
Ciência e Tecnologia.

No entanto, os índices de evasão parecem não ter apresentado, até o momento, diminuição
significativa que nos permita associar a eficácia das ações do projeto à permanência dos
estudantes no curso. O fenômeno negativo da evasão, como dissemos, parece estar ligado
não apenas às dificuldades de aprendizagem, mas a elementos estruturais, que para serem
conhecidos, necessitarão de dados concretos que serão revelados após o término do
projeto e por meio de pesquisas que vêm sendo realizadas pelos corpos técnico e docente
da instituição.

Nessa senda, manifestamos o desejo de que os resultados obtidos após o encerramentos


das atividades que vêm sendo desenvolvidas nos permitam não somente intervir nos
problemas discutidos neste trabalho, mas também futuramente expandir a proposta de
ensino da língua materna que ora discutimos para os estudantes das escolas públicas da
região que ocupamos a partir do desenvolvimento de programas de extensão.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As instituições públicas brasileiras de ensino superior passaram por profundas mudanças


8
nas duas últimas décadas, sobretudo com a ampliação e interiorização dos campi
universitários. No entanto, o necessário, porém tardio crescimento das universidades
brasileiras vem sendo desafiado por problemas estruturantes do país, como aqueles que se
presentificam nas desigualdades sociais construídas historicamente nas relações de
poder/saber.

Esses males de origem, nas universidades públicas brasileiras, manifestam-se, sobretudo,


nos altos índices de retenção e evasão. Em outras palavras, o discurso da meritocracia,
aliado às insuficientes medidas governamentais de apoio ao ensino de graduação, vêm
impedindo que parte dos estudantes advindos das camadas populares alcance sucesso em
cursos complexos, como aqueles da área das ciências exatas.

Nessa perspectiva, no cotidiano docente percebemos que a problemática da retenção reside


em grande parte na dificuldade que esses estudantes encontram para compreender os
enunciados transmitidos por meio da linguagem científica, enquanto a evasão está ligada
inexoravelmente aos problemas estruturais da sociedade brasileira.

Assim, os resultados parciais obtidos no projeto de apoio ao ensino de graduação discutidos


neste trabalho indicam que propostas de ampliação das habilidades linguísticas dos
estudantes dos cursos das ciências exatas podem contribuir significativamente com a
diminuição dos índices de retenção, porém os de evasão somente serão atenuados no
momento em que a sociedade brasileira promover a justiça social, com oportunidades
educacionais de acesso e permanência para todos os sujeitos que buscam transformar a
realidade por meio da construção coletiva do conhecimento.

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Políticas educacionais e desigualdades: à procura de novos


significados. In: Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113, p. 1381-1416, outubro-dezembro,
2010.
ARROYO, Miguel G. O direito à educação e a nova segregação social e racial: tempos
insatisfatórios? In: Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 31, nº 03, p. 15-47, julho-
setembro, 2015.
CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. 9. reimp. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Ábramo, 2000.
FERNANDES, Verônica Rodriguez; FRISON, Lourdes Maria Bragagnolo. Estratégias de
aprendizagem autorregulatória no ensino superior: escrita de um artigo científico. In: Psic.
da Ed., São Paulo, 41, p. 37-49, 2º sem. de 2015.
GERALDI, João Wanderley. Concepções de linguagem e ensino de português. In: O texto e
a sala de aula. 4. ed. São Paulo: Ática, 2006.
LIMA, Renira Lisboa de Moura. Critérios de organização do conteúdo. In: MOURA, Denilda. 9
(org.). Língua e ensino: dimensões heterogêneas. Maceió: EDUFAL, 2000.
SANTOS, Boaventura de Souza; HISSA, Cássio Eduardo Viana. Transdisciplinaridade e
Ecologia dos Saberes. In: Conversações: de artes e de ciências. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2011.
SOUZA, Jessé De. A ralé brasileira: quem é e como vive. 2. ed. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2016.

Potrebbero piacerti anche