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SÃO CARLOS
2017
Introdução
Até a segunda metade do século XX, a psicologia tinha um único tópico principal, que
era a doença mental. Atualmente os psicólogos conseguem tratar de doenças que antes eram
confusas, como depressão, alcoolismo e esquizofrenia, sabendo quais os sintomas e as
consequências que estes transtornos causam na vida das pessoas. E a partir de estudos, foi
possível minimizar os sintomas, porém as pessoas querem muito mais do que apenas
minimizar os sintomas, as pessoas buscam em suas vidas a felicidade.
Dessa forma, os estudos sobre os aspectos positivos das emoções e do comportamento
humano têm aumentado nos últimos anos, dando ênfase no bem estar psicológico do ser
humano, paz e prazer, tentando entender quais os benefícios que eles proporcionam aos
indivíduos. O psicólogo Martin Seligman, foi um dos pioneiros da Psicologia Positiva (PsP),
escreveu livros intitulados “Florescer - uma nova e visionária interpretação da felicidade e do
bem-estar” (2011), "Felicidade Autêntica" (2002) e "Otimismo aprendido" (2004), com o
intuito de mostrar esse paradigma da Psicologia fora do âmbito científico, bem como,
apresentar aspectos teóricos e práticos para desenvolver o otimismo, a motivação e as
características da resiliência que são necessárias para que as pessoas desenvolvam o
bem-estar psicológico.
A Psicologia Positiva tem três pilares segundo Seligman:
1. estudo da emoção positiva;
2. estudo dos traços positivos, principalmente as forças e as virtudes, mas também as
“habilidades”;
3. estudo das instituições positivas, como democracia, família e liberdade, que dão
suporte às virtudes, que por sua vez apoiam as emoções positivas.
Problematização
Segundo Martin Seligman, a psicologia se desenvolveu ao longo da história,
concentrada no estudo das fraquezas, dos problemas e no tratamento de doenças que afligem
os seres humanos. Então surge a Psicologia Positiva que vai de encontro com esse legado.
Do ponto de vista educacional, há também uma correlação entre a educação e a forma
com que a psicologia se desenvolveu. Pois há muito tempo, pais, professores e profissionais
da educação têm como foco identificar e tratar as fraquezas e déficits dos alunos. Uma
educação focada nas dificuldades e não nas fortalezas e qualidades dos alunos. Há um
aumento no diagnóstico de dificuldades e defasagens dos estudantes, o que pode ocasionar
um “ciclo vicioso do fracasso”, isto significa que quanto mais a criança se sentir inferiorizada
mas ela estará suscetível ao insucesso, e menos poderá obter aprovação a partir do seu
desempenho (Linhares & cols., 1993, citado por Linhares et.al., 2004).
É preciso valorizar a educação como uma dimensão da própria vida aluno, sendo
assim o principal papel do professor não deveria ser o de focar nas dificuldades dos
estudantes e naquilo que estes ainda não atingiram, mas sim, o de valorizar os aspetos
positivos, estimulando-os continuamente à aquisição de novos conhecimentos através da
utilização de uma psicologia positiva.
Segundo a professora Lea Waters, da Universidade de Melbourne, as escolas não são
apenas instituições de ensino, mas também instituições sociais, onde o aluno tem a
oportunidade de desenvolver o caráter, a aprendizagem social e emocional e o bem-estar.
Aqui entra a educação positiva como forma de prevenir o fracasso e incentivar as virtudes.
Sendo assim, a educação deveria se redirecionar para algo mais positivo, para uma
educação que credencia a edificação dos pontos fortes das crianças, permitindo-lhes alcançar
o seu potencial absoluto.
Metodologia
Com cada um destes entrevistados foi aplicada nove questões sobre os tópicos deste trabalho:
1. Você conhece ou já ouviu falar sobre Psicologia Positiva? Se sim, explique
sucintamente o que sabe.
Entrevistado I: Não
Entrevistado II: Sim, é a psicologia que enfatiza a busca pela felicidade humana.
Entrevistado III: Com esse nome, não. Sou professora da rede pública (Municipal e Estadual
de São Paulo), trabalho na E.J.A (trabalhamos temas voltados a cidadania, direitos humanos e
qualidade de vida) e no E .Médio (projetos individuais de professores específicos que acabam
percorrendo toda a escola, empatia e cultura, com o objetivo de reflexão sobre o ser social e
ações no coletivo)
Entrevistado IV: Não conheço. A única coisa que sei é que envolve estudo sobre energia e
que não é muito reconhecido pelo conselho de psicologia.
Entrevistado V: Fiz algumas leituras a respeito. É observar os sentimentos bons das pessoas
e aproveitá-los de alguma maneira. Fazer valer a pena.
Entrevistado VI: Não. Pelo menos não com esse título, porém imagino que esteja voltado
para um trabalho de incentivo e valorização dos elementos que possam qualificar a vida do
ser humano.
No gráfico abaixo podemos analisar que, a grande maioria dos professores, 66,7% dos
entrevistados não conheciam sobre a Psicologia Positiva, tal como, atuantes na escola pública,
em maioria não conhece, porém, na particular há um equilíbrio. Em questão de níveis de
Ensino, podemos perceber que, no Ensino Infantil e no Fundamental I e Ensino Médio, o que
prevalece é que a maioria dos professores desconhecem, e no Ensino Fundamental II, metade
sim, e a outra metade não.
2. Você sabe algo sobre a Psicologia Positiva aplicada à educação? Se sim, explique
sucintamente o que sabe.
Entrevistado I: Não
Entrevistado II: A Educação positiva trabalha a valorização das qualidades humanas,
trazendo bem-estar para colegas e professores, enfatizando respeito, perdão e gratidão (amor).
Entrevistado III: Sim, mas não com esse nome, lemos textos em horários coletivos que
abordam práticas cidadãs e propomos ações que enfatizem esses temas, acredito que isso é
uma tendência, pois a sociedade está carente de movimentos sociais voltados para a prática do
bem.
Entrevistado IV: Nunca ouvi falar.
Entrevistado V: Não sei se é propriamente a psicologia positiva, pois nunca ouvi o termo
onde trabalho, porém nossa ferramenta é o lado positivo do aluno.
Entrevistado VI: Não. Ainda não tive a oportunidade de acompanhar um projeto
especificamente voltado para este tema.
Podemos perceber que apenas dois dos Entrevistados sabe a aplicação, e são professores da
Rede Pública.
3. Você como Professor leva aos alunos contos que narram histórias de amor? (Aquele amor
de família e amigos) e abordam esse tema dentro dessas histórias? Se não, por quê?
Entrevistado I: Sim, porque é importante desenvolver esse sentimento nos alunos.
Entrevistado II: Sim, procurando sempre demonstra o amor e cuidado.
Entrevistado IV: Sim, apenas quando ministro aulas de literatura ou produção textual,
desdes que a aula aborda este tema.
Entrevistado VI: Sim. Por se tratar da educação infantil histórias, rodas de conversa, contos
e outros portadores de texto sempre fazem parte do planejamento das aulas. Por se tratar de
crianças pequenas busco salientar sentimentos bons buscando contribuir na formação de bons
valores.
Podemos perceber que apenas um professor não consegue expor conhecimentos sobre
“Amor” já que ele enquadra essa dificuldade a sua área de atuação que é nas exatas.
4. Em relação às suas aulas, você expõe e pede atividades que envolvam o pensamento
sobre o Amor? Principalmente quando fala da família? Abordaria?
Entrevistado I: Sim. Em desenho livre, onde eles desenham a família (pai e mãe). Com
músicas que desenvolvam o respeito. Também em atividades e músicas do dia das mães e dos
pais
Entrevistado II: Sim. Principalmente da família, abordando o respeito pelos pais, colegas e
professores.
Entrevistado III: Diretamente não, mas em algumas salas tenho liberdade de “tocar” nesses
temas, por exemplo, na minha sala de coordenação E.M. são receptivos e como trabalhamos
Valores no bimestre anterior, empatia foi o tema. Na E.J.A no mês de setembro assistimos
palestras sobre empatia também e trabalhamos questões ligadas a isso.
Entrevistado IV: Sim, principalmente nas aulas de literatura e interpretação de texto, onde
precisamos contextualizar a leitura para maior aprofundamento.
Entrevistado V: Não. Como disse anteriormente sou da área de exatas.
Entrevistado VI: Sim. Muitas das atividades tem como foco a formação de vínculos, das
boas interações, da formação da identidade, aceitação de si e do outro, assim este é um tema
indispensável.
Todos os professores dizem abordar de forma direta ou indiretamente o tema “amor” em suas
aulas, alguns fazendo atividades próprias dessas atividades, como rodas de conversas,
projetos, e contando histórias, porém, na área de Exatas, como era esperado, é mais difícil
enquadrar esses tópicos dentro de suas aulas.
6. Você faria rodas de leitura com contos de amor, e os alunos deveriam expor o que
entenderam e colocar em prática?
Entrevistado I: Sim.
Entrevistado II: Sim, não só contos, como músicas que incentivam ao abraço e cuidado com
o colega, inclusão.
Entrevistado III: Sim, sem nenhum problema. Na minha escola E.J.A temos Sarau de alunos
e professores, visitas de contadores de histórias e outras ações incentivando a leitura, que é
tema de projeto esse ano, embora com temas diversificados, porém percebemos a necessidade
de temas mais humanizados.
Entrevistado IV: Sim, porém com certa cautela, para não expor algum problema que o aluno
tenha.
Entrevistado V: Somente no desenvolvimento de algum projeto, ou o amor pela Matemática.
Entrevistado VI: Sim. Isso já acontece.
Esta pergunta é relativa a uma futura prática, logo, todos os professores entrevistados
responderam que sim, poderiam fazer o que foi proposto, porém, na área de Exatas, é mais
difícil encaixar esses tópicos que são facilitados quando é na Educação Infantil, e como foi
respondido por alguns professores, neste nível de Ensino, já é realizado atividades deste tipo.
7. É difícil encaixar o tema “amor” dentro de tópicos específicos, como nas ciências
exatas e naturais, mas, você como professor, explica que as leis da natureza foram percebidas
pelo amor que os teóricos tinham por tais fenômenos?
Entrevistado I: Não sou da área de exatas, porém quando fala da natureza há uma harmonia
no universo que emana o amor.
Entrevistado II: Sim.
Entrevistado III: Sim, acredito que trazer a biografia de cientistas e teóricos, ou seja, história
da ciência para a sala de aula, aproxima o pensamento do aluno com estas personalidades. O
próprio método científico é um processo demorado, o que mostra a persistência e paciência
em explicar uma teoria e temos exemplos de cientistas que entraram em conflitos pessoais
como Darwin, com sua teoria, o que humaniza essas personalidades e mostram emoções que
são tão importantes no conhecimento do Universo.
Entrevistado IV: Sem dúvida, apesar de não ser muito aceito pelos alunos.
Entrevistado V: Sem dúvida, apesar de não ser muito aceito pelos alunos.
Entrevistado VI: Já abordei esse tema na área das ciências naturais quando tratava da criação
do mundo, formação da família, nascimento... atribuindo ao amor de Deus todas essas coisas.
Podemos perceber que todos os professores tentam encaixar esses tópicos dentro de seus
respectivos planos de aula, porém, é nítido destacar que, professores que não são da área das
Ciências Exatas, e da Natureza, não entendem o que significa essas Ciências, assim, suas
respostas não parecem se encaixar com a pergunta.
8. Você explica aos alunos que os princípios que norteiam a boa convivência e a
democracia, o amor pelo próximo, a simpatia, o respeito e a justiça? Se não, por quê?
Entrevistado I: Sim, todo o instante.
Entrevistado II: Sim, pois trabalhamos os valores desde pequeninos.
Entrevistado III: Sim, com frequência, principalmente para os jovens que, infelizmente uma
grande parte, são alheios e indiferentes ao conhecimento, acreditam muito na informação
recebida (mídias virtuais) e não na construção do conhecimento, para o bem comum, nas
escolhas individuais que refletem o viver em sociedade. Trabalho muito a questão ambiental,
capitalismo e consequências cruéis desse sistema de governo.
Entrevistado IV: Sim. Em projetos.
Entrevistado V: Sim. Em projetos.
Entrevistado VI: Sim. Todo o tempo, me utilizando de todas as ocasiões e oportunidades
possíveis para exemplificar e contextualizar para a criança a aplicação desse tema na vida
cotidiana.
Em vista das respostas, podemos perceber que os professores abordam esse tema, direta e
indiretamente, de modo que em vista das atitudes apresentadas pelos alunos, esse tema é
enquadrado em cima, outros abordam na forma de Projetos, e buscas de aprimoramento.
9. Práticas de convivência, e como chegar à harmonia é praticado em suas aulas?
Entrevistado I: Sim, como já havia comentado anteriormente. Com músicas que
desenvolvam o respeito, compartilhando os brinquedos, o respeito com cada um. Os
combinados e regras.
Entrevistado II: Sim, através de comprimentos, combinados, músicas e valores.
Entrevistado III: Leitura de textos, questões de reflexão, resolução e correção de exercícios
que abordam temas sociais.
Entrevistado IV: Sim.
Entrevistado V: Sim.
Entrevistado VI: Por se tratar de crianças pequenas de 4 ou 5 anos- as práticas estão quase
sempre voltada às brincadeiras, jogos e rodas de conversas ou de histórias. A harmonia nem
sempre é imediata, mas vemos que ao longo do tempo vínculos de amizades se formam,
beneficiando o desenvolvimento das crianças.
Uma vez discutido que a educação está focada no tratamento das dificuldades dos
alunos e que a Psicologia Positiva aplicada à educação é uma forma de buscar o
desenvolvimento de habilidades e virtudes, o grupo buscou verificar o quanto a Psicologia
Positiva e o desenvolvimento das virtudes era conhecida e trabalhada pelos professores do
ensino básico.
Ao fazer a leitura do livro, decidimos abordar as virtudes: Humanidade (Fortalezas -
Amor, Amabilidade e Inteligência social) e Moderação (Fortalezas - Capacidade de perdoar,
Humildade, Prudência e Autocontrole), e estas virtudes são as necessárias para um bom
convívio social, de modo que, são complementares em vista da finalidade da escola, e de tal
forma da Educação, que é preparar o aluno para o futuro, além de transmitir conhecimentos
científicos e históricos, o aluno tem que sair com ética, respeito, e democracia para uma boa
convivência social.
Analisando as respostas dos questionários, foi possível observar que 66,7% dos
professores não conheciam a Psicologia Positiva e suas aplicações na educação, porém, o
termo era desconhecido, mas, eles tinham uma noção dos princípios que norteiam essa teoria
e de certa forma, principalmente na Educação Infantil e Fundamental I os fenômenos do
Positivismo é/era abordado em suas aulas, seja de forma direta como conteúdo ou até mesmo
de forma indireta, quando os alunos apresentaram comportamento inerente ao que deveria ser
dentro da sala.
De modo geral, professores do Ensino Infantil, do Fundamental I, tal como do Ensino
Fundamental II e Médio da área de Linguagens e das Ciências Humanas, disseram que
conseguem aplicar tópicos referente a Psicologia Positiva em suas aulas, porque envolvem
mais atividades humanas que consideram os aspectos sociais, filosóficos, boas interações,
formação da identidade e a formação de vida (seja de si mesmo ou a do outro) assim, a
democracia para poder exercer seu papel de cidadão, com ética e respeito. Mas, professores
da área das Ciências Exatas e Naturais sentem mais dificuldade em abordar essas virtudes
porque é difícil inserir/trabalhar/desenvolver esses tópicos dentro dos Conteúdos de Ensino, a
menos que seja História da Ciência, os tópicos específicos das Exatas apresentam mais
“cálculos, equações e fórmulas”.
Referências Bibliográficas
Seligman, M. E. P. (2003). Felicidade Autêntica. Rio de Janeiro: Ponto de Leitura
CALVETTI, Prisla Ücker; MULLER, Marisa Campio; NUNES, Maria Lúcia Tiellet.
Psicologia da saúde e psicologia positiva: perspectivas e desafios. Psicol. cienc. prof.,
Brasília , v. 27, n. 4, p. 706-717, dez. 2007 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932007001200011&l
ng=pt&nrm=iso>. acessos em 10 out. 2017.
http://www.psicologiapositivabr.com/artigos/67-educacao-focada-na-forcas-e-virtudes-.html
http://repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/2316/1/Relat%C3%B3rio%20de%20Invest
iga%C3%A7%C3%A3o%20Final_3%20%281%29.pdf