1) A repartição de competências é o ponto nuclear da
noção de Estado Federal, tendo a CF/88 adotado como princípio geral de repartição de competência a predominância do interesse.
2) Como corolário do princípio federativo, acolhido pela
Constituição Federal brasileira, os estados têm autonomia para organizar-se e reger-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios da Constituição Federal, sendo-lhes reservadas as competências que lhes são atribuídas por ela, mediante um rol taxativamente enumerado, a exemplo do que ocorre com a União e os municípios.
3) Uma vez que a Constituição Federal define as
competências exclusivas da União e dos municípios, é correto dizer que as competências não incluídas em nenhuma dessas duas órbitas dizem respeito somente aos estados, desde que tais competências não sejam concorrentes.
4) Lei complementar não pode autorizar a União a
desempenhar serviços de interesse local.
5) Na competência legislativa concorrente, em face de
omissão legislativa da União, prevê a CF/88 a competência legislativa plena de Estados e Distrito Federal.
6) A autonomia financeira dos municípios, reconhecida em
razão do princípio federativo, adotado pela CF/88, implica a existência de autonomia para a instituição de seus tributos e gestão de suas rendas. RESPOSTAS:
1) CERTO; repartição de competências é garantia maior de
um Estado Federado, e a Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da predominância do interesse para partilhar as competências entre os entes federados.
2) ERRADO; as competências dos Estados não estão
enumeradas num rol taxativo na Constituição Federal de 1988, tendo sido atribuída a esses entes federados a chamada competência remanescente, prevista no art. 25, § 1º, da CF/88.
3) ERRADO; uma competência pode não ser exclusiva da
União, nem exclusiva dos Municípios, nem concorrente e pertencer a todos os entes federados, por integrar a competência comum, prevista no art. 23 da CF/88.
4) CERTO; serviço de interesse local é matéria de
competência dos Municípios (CF/88, art. 30, I), e a repartição de competência fixada na Constituição Federal não pode ser alterada por meio de lei complementar.
5) CERTO; disposição expressa do art. 24, § 3º, da CF/88:
se a União é omissa, os Estados e o Distrito Federal adquirem competência legislativa plena para atender a suas peculiaridades.
6) CERTO; previsão expressa do art. 30, III, da CF/88.
O Direito Privado e o Novo Código de Processo Civil - Repercussões, Diálogos e Tendências (2018) - Felipe Peixoto Braga Netto, Michael César Silva e Vinícius Lott Thibau