Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1- Conceito: Vem do latim recursus, que significa corrida de volta, caminho para voltar ou voltar
correndo. Do ponto de vista processual, recurso é um remédio jurídico, com assento constitucional,
visando ao reexame de uma decisão por um órgão superior ou pelo próprio órgão que proferiu a
decisão impugnada, seja ele administrativo, seja jurisdicional. (apud: Paulo Rangel, in Direito
Processual Penal, 10ª Edição, Lúmen Iuris).
Trata-se de um meio voluntário de impugnação da decisão, utilizado antes da preclusão e na
mesma relação jurídica processual, apto a propiciar ao recorrente resultado mais vantajoso, decorrente
da reforma, da invalidação, do esclarecimento ou da integração da decisão. (Mesas de Processo Penal
da Faculdade de Direito da Universidade de são Paulo)
3- Natureza jurídica dos recursos: a)é um desdobramento do direito de ação que vinha sendo
exercido até a decisão proferida – Ada Pelegrinni, José Frederico Marques e outros b) uma ação nova
dentro do mesmo processo – ação constitutiva autônoma – Hélio Tornagui, ou: c) qualquer meio
destina a obter a reforma da decisão – posição em franco desuso, já que se considerássemos os
recursos como qualquer meio de reforma ou modificação da decisão, deveríamos incluir o HC e a
revisão criminal neste rol, o que contraria a doutrina dominante, haja vistas que estes últimos instituto
são tidos como ações autônomas de impugnação, até porque podem ser manejados mesmo depois do
trânsito em julgado da sentença.
Voluntários: Embargos- apelação- recurso em sentido estrito – carta testemunhável – recurso ordinário
constitucional – recurso especial – recurso extraordinário – agravo em execução – embargos
infringentes e de nulidade – protesto por novo júri.
De ofício (reexame necessário): concessão de HC – absolvição sumária no júri – absolvição ou
arquivamento de inquérito em crimes contra a saúde pública e economia popular (art. 7º, da Lei
1521/1952 – concessão de reabilitação (art. 746 do CPP)
5.1.1 Cabimento;
Adequação: significa a utilização do recurso próprio para cada tipo de decisão.
Podemos identificar alguns princípios que culminam na adequação do recurso interposto, a saber:
OBS. Paulo Rangel afirma que a possibilidade de interpor PPNJ de uma parte da sentença
condenatório e APELAÇÃO de outra parte não represente exceção ao princípio, e sim confirmação de
que contra cada parte do julgado cabe apenas uma modalidade de recurso.
Fungibilidade: está previsto no art. 579 do CPP e significa dizer que um recurso
interposto em lugar de outro não prejudica o direito da parte, pois o recurso interposto será conhecido
como se fosse o recurso próprio, desde que não haja má fé do recorrente e que tenha sido interposto
dentro do prazo adequado. É retrato da teoria do recurso indiferente (de Goldschimidt) ou da teoria
do tanto vale.
O STF (RHC 74044/CE), decidiu que desde que recurso interposto equivocadamente
esteja dentro do prazo e não represente tentativa de ampliar a via recursal limitada pela lei ( utilização
de recurso mais amplo, quando somente cabe recurso mais estreito, para evitar coisa julgada formal), é
possível conhecer de um recurso com se outro fosse (fungibilidade).
A possibilidade de o juiz recorrer de ofício nos casos do art. 574 do CPP, não representa
exceção ao princípio, pois o que o código chama de recurso de ofício, nada mais é que uma condição
para a sentença assuma sua plena eficácia, ou seja, que se torne imutável e seja atingida pelos
efeitos da coisa julgada. Trata-se de uma condição suspensiva.
O STF inclusive enunciou através da súmula 707 que : “constitui nulidade a falta de
intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia,
não a suprindo a nomeação de defensor dativo.”
No processo penal as razões do recurso são apresentadas em peça aparte, podendo ser
oferecidas em primeira ou segunda instância. O art. 601 do CPP permite que a apelação seja julgada
com ou sem as razões, o que é acolhido pelo STF sem qualquer restrição, inclusive quando o advogado
constituído do réu, uma vez intimado não apresenta as contra-razões ao recurso da acusação.
Entretanto, Ada Pelegrinni Grinover, entende ser inconstitucional tal previsão por ofensa ao princípio
do contraditório.
As exceções quanto a este princípio podem ser encontradas no art. 581 do CPP, que
autoriza o recurso em sentido estrito relativamente a algumas interlocutórias.
Nem mesmo em relação às matérias que devem ser conhecidas de ofício (como as
nulidades absolutas) pode-se agravar a situação do réu, se o autor da ação penal não recorreu. (súmula
160 d0 STF – é nula a decisão do tribunal que acolhe contra o réu nulidade não argüida no
recurso de acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício).
5.1.2 Tempestividade: os recursos devem ser interpostos no prazo recomendado pela lei, sob
pena de permitir o trânsito em julgado da decisão.
Além do mais o STF através dó enunciado da súmula 710, deixou claro que: “no
processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado
ou da carta precatória ou de ordem.”
Prazos dos recursos em espécie: PPNJ-05 dias; apelação-05 dias; R.S.E. – 05 dias; Carta
testemunhável – 48 horas; embarguinhos – 02 dias; embargos infringentes e de nulidade – 10 dias; RE
e RESP – 15 dias: agravo em execução – 05 dias(súmulas 699 e 700 do STF); recurso ordinário no
J.Especial – 10 dias.
Quando houver mais de um réu os prazos contam-se da última intimação (art. 391 e 392
do CPP).
Os advogados podem ser intimados por carta com AR ou qualquer outro meio
idôneo (art. 370, §2º, do CPP).
A intimação do MP e do defensor público será pessoal (menos no juizado
especial) e este último tem prazo em dobro para recorrer.
5.2.1 Interesse : é o mesmo que sucumbência. Para recorrer a parte tem de ter
sucumbido, ainda que parcialmente, na causar. É preciso lembrar, entretanto, que o Ministério Público
como parte sui generis no processo penal, pode apelar para beneficiar o réu, desde que seu recurso não
esteja afrontando aquilo que ele mesmo pediu no processo.
1. DA APELAÇÃO
1.1 Origem: Do latim apellatio que significa dirigir a palavra a alguém. Tem origem no direito
romano, no instituto conhecido como provocatio ad populum , segundo o qual o condenado podia
pedir ao povo a anulação da sentença. No império romano surgiu a apellatio, segundo a qual o litigante
sucumbente dirigia-se a um juiz superior para pedir a reforma da decisão anterior.
1.2 Conceito: é o recurso cabível da decisão definitiva ou com força de definitiva através do qual se
busca o reexame da matéria decidida na primeira instância total ou parcialmente.
1.3 Características:
Recurso amplo: em regra devolve o conhecimento pleno da matéria impugnada. Entretanto, o
apelante pode limitar este conhecimento restringindo o ponto que pretende atacar na decisão. Não pode
criar tese (pedido) novo que não foi submetido ao Juiz de Primeiro grau, sob pena de ocorrer supressão
de instância.
Goza de primazia: em relação ao recurso em sentido estrito, pois este é considerado recurso
acessório em relação à apelação que é principal. Ver o que foi dito sobre unirrecorribilidade.
Apelação plena e apelação limitada: Sem o recurso não há como se reapreciar a questão
decidida na 1ª instância (ne procedat judex ex officio). Ao recurso cabe, pois, fixar os limites da
competência da instância mais elevada. (tantum devolutum quanto apellatum).
O art. 599 do CPP, diz expressamente que o Tribunal só julga a matéria que lhe foi devolvida ao
julgamento.
Para Tourinho Filho no processo penal este princípio não tem tanta relevância, podendo o
Tribunal apreciar na sentença mesmo parte não objurgada desde que seja em favor do Réu (favor rei).O
STF tem observado tal princípio (tantum devolutum quanto apellatum) porém, admitindo a
possibilidade de concessão de hábeas corpus de ofício (ver informativo 412 do STF).
A apelação pode ter como objetivo o reexame completo da causa (apelação ampla ou plena) ou
voltar-se contra parte da sentença, limitando o campo de atuação do Tribunal (apelação parcial). O
recorrente deve deixar claro na petição de recurso sua pretensão, caso contrário o recurso será recebido
de forma plena.
Ministério Público: Não tem legitimidade para apelar da absolvição na ação penal privada;
pode apelar em favor do réu na função de custos legis (ação publica ou privada). Há entendimento de
que se foi pedida a condenação o MP não pode apelar para pedir a reforma do julgado a fim de
absolver o réu.
Segundo Ada Pelegrinni, “tem-se afirmado que a amplitude que se deve atribuir ao interesse
do MP em recorrer em benefício da defesa não deveria ir a ponto de admitir-se recurso que vise ao
reconhecimento de nulidade relativa que só à defesa interesse, pois o art. 565 do CPP obsta
expressamente a que qualquer das partes alegue nulidade referente a formalidade que só interesse à
parte contrária. No entanto, o MP tem interesse na constituição de um título válido, e nem sempre
poderá discernir claramente, a priori, se se trata de nulidade absoluta ou relativa. Assim, não
estando o MP convencido tratar-se de uma nulidade relativa, sanada pela falta de alegação do
interessado, pode e deve o promotor postular o reconhecimento de vícios que impliquem ofensa ao
direito de defesa.”4
Por outro lado, caso haja recurso também da defesa, com o mesmo objeto, o recurso do MP
favorável ao réu, será considerado prejudicado.
Assistente da acusação: tem legitimidade recursal supletiva (só pode recorrer se o MP ficou
inerte); se a apelação do MP for ampla não há espaço para apelação do assistente; O STF admite que o
assistente tem legitimidade para recorrer da sentença condenatória, a fim de agravar a pena (função de
auxiliar na obtenção da justiça);
Convém lembrar que o ofendido pode interpor apelação até mesmo quando tenha sido
indeferido pedido de ingresso como assistente ou quando, após ter sido o pleito admitido, venha a
ocorrer exclusão da relação jurídica processual (STF, RT632/392).
O co-réu que também foi ofendido, uma vez absolvido com trânsito em julgado, pode
recorrer da sentença absolutória do outro co-réu, ainda que esteja proibido de ser assistente, conforme
dita o art. 270, do CPP (JTACrim SP 37/281-3). Há entendimento contrário (RT 148/71-72, 483/392,
450/388).
Não se admitiu recurso do assistente para pleitear nulidade do feito, quando houve
apelação do MP sem pedido de declaração desta nulidade: RT 514/438. Ada Pellegrini entende que não
existe óbice.
4
In Recursos no processo penal, 4ª ed., Ed. RT, p. 87, 2004.
Defensor público: pode recorrer independentemente da vontade do réu (súmula 705 do STF).
Tem prazo em dobro para recorrer, cf. Lei Complementar 80/98, arts. 44 e 89.
Prazo: 05 dias para peticionar o recurso e 08 dias para arrazoar. No caso de ação privada o MP
tem 03 dias para contra-arrazoar ou arrazoar o recurso. O assistente tem 03 dias para oferecer suas
razões ao recurso.
Obs.: o Defensor Dativo pode deixar de recorrer, mas não pode desistir do recurso interposto.
1.5 Processamento:
Petição ou termo razões 1ª ou 2ª instâncias (art. 600,parágrafo 4º, do CPP) contra-razões.
Obs.: se houver mais de um réu em julgamentos separados a parte que recorrer promove a
extração do traslado para a remessa ao tribunal.
Deserção: Dá-se com a fuga do réu depois de ter apelado. A recaptura não impede a deserção.
Há autores (Paulo Rangel, por exemplo) que entendem que não se pode extinguir o apelo pela deserção
com a fuga do réu, sendo certo que a previsão do art. 595 do CPP seria inconstitucional. Há
jurisprudência recente do STJ sufragando este entendimento – HC 35997/SP- rel. Min. Paulo
Medina, 6ª turma, unânime, DJ 21/11/2005.
1. 6 Efeitos da apelação:
Ne reformatio in pejus: Não se pode agravar a situação do réu no recurso exclusivo da defesa,
nem mesmo para reconhecimento de nulidade absoluta. Aliás, conforme a súmula 160 do STF “ é nula
a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação,
ressalvados os casos de recurso de ofício.”
Reformatio in mellius: o STF não tem admitido que, em recurso exclusivo da acusação, seja
melhorada a situação do réu. A doutrina majoritária (Ada Pelegrinni e Tourinho Filho) admite.
2. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
2.1 Conceito: é o recurso cabível das decisões terminativas, definitivas ou interlocutórias no processo
penal desde que expressamente previsto no art. 581 do CPP, possibilitando juízo de retratação na
primeira instância.
2.2 Cabimento: As hipóteses de cabimento deste recurso estão previstas no art. 581 do CPP em
númerus clausus, desde que não tenha a decisão sido tomada em sede de execução penal, quando será
cabível o agravo. A jurisprudência do STF e do STJ tem admitido o emprego de interpretação
extensiva e da analogia em relação às hipóteses do art. 581 do CPP.5
Leis especiais Lei de imprensa (5250/65) – cabe R.S.E. da decisão que recebe a
denúncia ou queixa, cabe apelação da decisão que rejeita a denúncia ou a queixa.
5
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. RECURSO. A DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE ABORTO PARA O DE LESÕES
CORPORAIS GRAVES, POR NÃO COMPROVADA A GRAVIDEZ DA VÍTIMA, IMPORTOU IMPRONUNCIA
RELATIVAMENTE AQUELA INFRAÇÃO, DE SORTE QUE O ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO E PARTE LEGITIMA PARA
INTERPOR RECURSO DA MENCIONADA DECISÃO, "EX VI" DOS ARTS. 581, IV, 584, PARAGRAFO 1., E 271 (ÚLTIMA
PARTE), TODOS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. HC 59324 / SP - SÃO PAULO, STF, DJ 12-02-1982, Relator(a): Min.
SOARES MUNOZ
Obs.: No caso de não recebimento de denúncia se este se der em ação originária do STF e do
STJ cabe agravo regimental sem efeito suspensivo;
Cabe R.S.E. da decisão que recebe parcialmente a denúncia ou queixa ou quando se dá
recebimento com capitulação diversa;
Nos JEC e JEF da decisão que rejeita a denúncia cabe recurso inominado (apelação), e
não recurso em sentido estrito;
No caso de recurso contra o não recebimento da denúncia ou queixa o réu deverá ser
citado/intimado para contra-arrazoar (súmula 707 STF);
Caberá R.S.E. das decisões que julguem procedentes as exceções, salvo a de suspeição.
2.3 Prazo: é de cinco dias para a interposição e de dois dias para o oferecimento de razões.
No caso de recurso contra a lista de jurados (ar. 581, XIV) o prazo para interposição e
arrazoamento é de 20 (vinte) dias contados da publicação definitiva da lista de jurados.
Para interpor o recurso em sentido estrito da pronúncia o réu deverá recolher-se a prisão, salvo
se tiver prestado fiança.
Esta modalidade de prisão continua sendo válida mesmo diante da nova ordem constitucional,
porém, somente se deve admiti-la quando presentes os requisitos para a prisão preventiva, devendo a
decisão que a determina ser fundamentada em fatos concretos, não apenas da gravidade em abstrato do
delito.6
6
HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRISÃO POR PRONÚNCIA. MOTIVAÇÃO. NECESSIDADE.
OCORRÊNCIA. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CONTRA SENTENÇA DE IMPRONÚNCIA.
LEGITIMIDADE DO
3. DO PROTESTO POR NOVO JURI
3.1 Conceito: é o recurso exclusivo da defesa e específico para as sentenças proferidas pelo Tribunal
do Júri, quando a condenação por pena privativa de liberdade é igual ou superior a 20 (vinte) anos por
um único crime.
3.2 Origem: sua origem remonta o código criminal de 1832. Destinava-se a provocar a nova
apreciação sobre a pena de morte e às galés perpétuas. Em 1898 (dec. 3084) foi admitido para as penas
superiores a trinta anos e em 1938 para as penas superiores a 24 anos.
3.3 Fundamento e crítica: Atualmente é dirigido ao próprio Juiz da causa que não tem
discricionariedade na decisão. Não necessidade de fundamentação, basta alegação dos caracteres
objetivos de seu cabimento, sendo certo que só pode ser interposto por uma única vez e
exclusivamente pela defesa. Representa complicação desnecessária dentro do moderno processo penal.
a) sentença condenatória;
c) tratando-se de concurso formal de delitos (unidade real) ou crime continuado (unidade ficta
–súmula 605 do STF está em desuso naquela Corte) caberá o protesto por novo júri. No concurso
formal imperfeito (desígnios autônomos) não cabe.7
d) pena imposta pelo Juiz presidente, não se admitindo quando é fruto de reforma da sentença
pelo Tribunal (há precedente favorável no STJ.8
e) a interposição de recurso de apelação quanto ao crime conexo não impede o protesto por
novo júri quanto ao crime doloso contra a vida. A apelação quando cabível terá seu trâmite suspenso
até que seja concluído o novo julgamento. Após, caso seja interposta apelação contra a decisão do
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. ORDEM DENEGADA.
1. A prisão por pronúncia, que é de natureza cautelar, obrigatória de forma absoluta no regime legal anterior, pode não
ser mantida ou não ser decretada, em se cuidando de réu primário e de bons antecedentes, dês que ausentes os motivos
da prisão preventiva, elencados no artigo 312 do Código de Processo Penal.
2. Deve o juiz, no próprio da questão cautelar, por força mesmo das normas insertas no parágrafo 2º do artigo 408 do
Código de Processo Penal e no inciso IX do artigo 93 da Constituição da República, decidir fundamentadamente a prisão
ou a liberdade do imputado, pena de nulidade.
3. Em se oferecendo suficientemente fundamentado o decreto prisional cautelar, evidenciando, como evidencia, os seus
pressupostos e motivos, definidos no artigo 312 do Código de Processo Penal, não há falar em constrangimento ilegal.
4. O assistente de acusação tem legitimidade para oferecer recurso em caráter supletivo ao Ministério Público,
incluidamente na hipótese de recurso em sentido estrito contra sentença de impronúncia. Precedentes.
5. Ordem denegada. (HC 32709 / PE, Ministro HAMILTON CARVALHIDO, DJ 14.02.2005)
7
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. JÚRI. RÉU CONDENADO A VINTE E QUATRO ANOS (DEZESSEIS ANOS
POR UM HOMICÍDIO QUALIFICADO E OITO ANOS POR UMA TENTATIVA DE HOMICÍDIO). CONCURSO FORMAL
IMPERFEITO. PRETENSÃO DE SOMAR AS DUAS PENAS PARA POSSIBILITAR O PROTESTO POR NOVO JÚRI:
IMPOSSIBILIDADE. CPP, ART. 607. REVOGAÇÃO PELA JUÍZA PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DA DECISÃO QUE
RECEBERA O PROTESTO POR NOVO JÚRI: REGULARIDADE. I. - Inviabilidade do protesto por novo júri se o réu foi
condenado a duas penas e nenhuma delas é superior a 20 (vinte) anos de reclusão. CPP, art. 607. II. - A alegação de que
a hipótese dos autos configura concurso formal ou continuidade delitiva e não concurso material implica o reexame de
provas, o que não se admite em sede de habeas corpus. III. - Não constitui irregularidade o fato de o Juiz Presidente do
Tribunal do Júri, reconhecendo que se equivocou ao receber, logo após o julgamento, o protesto por novo júri, revogar
essa decisão. IV. - H.C. indeferido. (STF, HC 75540 / RJ, DJ 06-02-1998)
8
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO. PENA SUPERIOR A VINTE ANOS. SUA FIXAÇÃO EM SEDE
APELATÓRIA.
- Protesto por novo júri. O art. 607 do CPC não ofende ao preceito constitucional da soberania dos veredictos do
Tribunal do júri, nem lhe impede a aplicação o fato da pena referencial do protesto ter sido quantificada em grau de
apelação, pois que o § 1º do dito artigo é tido como implicitamente revogado pela Lei 263/48. Precedentes do STF e do
STJ (REsp 136109 / DF, DJ 03.11.1997 p. 56357)
novo julgamento, as duas apelações (crime conexo e crime doloso contra a vida) subirão ao Tribunal
Ad Quem. Se o defensor não apresentar a apelação contra a decisão do crime conexo perderá o prazo.
Obs.: o Tribunal pode conhecer da apelação pelo mérito como protesto por novo júri.
O réu não tem o direito de aguardar o novo julgamento em liberdade e sua eventual fuga não
acarreta deserção.
O jurado que participou do primeiro julgamento não pode funcionar no segundo (súmula
206 do STF).
3.7 Generalidades:
- O novo julgamento não poderá ser realizado na mesma reunião do júri, dada a previsão da súmula
206 do STF;
- É admitida a reformatio in pejus indireta em face da soberania dos veredictos do júri, porém se a
decisão dos jurados for idêntica à do anterior julgamento, o Juiz presidente não poderá aplicar pena
maior que a aplicada antes. Há porém divergência 9
4.1 Conceito: São recursos cabíveis de decisão desfavorável ao réu não unânime, em 2 a instância,
proferidas em sede de apelação e recurso em sentido estrito.
Trata-se de pedido de revisão pelo próprio Tribunal, não sendo admitida a reformatio in
pejus.
4.2 Prazo: 10 (dez) dias a contar da publicação do acórdão, não sendo necessária a intimação pessoal
do réu.
4.3 Espécies:
4.4 Pressupostos:
a) divergência de pelo menos um voto vencido na decisão desfavorável ao
acusado; a divergência pode ser total ou parcial;
9
PROCESSUAL PENAL. TRIBUNAL DO JÚRI. RENOVAÇÃO DO JULGAMENTO POR FORÇA DE RECURSO DA DEFESA.
AGRAVAMENTO DA CONDENAÇÃO. REFORMATIO IN PEJUS. IMPOSSIBILIDADE.
Renovado o julgamento pelo Tribunal do Júri por força de recurso da defesa, eventual segunda condenação não pode
ampliar a extensão da pena, sob pena de reformatio in pejus. - Habeas-corpus concedido. (HC 14083 / SP, DJ
19.02.2001)
b) somente podem ser interpostos pela defesa, salvo na legislação penal militar
[art. 538 do CPPM];
c) só o réu que recorreu da sentença pode interpor os embargos infringentes e de
nulidade, pois se estava conformado com a sentença, não pode voltar a discutir aquilo que aceitou;
d) o defensor dativo não é obrigado a interpor esta modalidade de recurso.
4.5 Cabimento:
a) Não cabem na revisão criminal10, nem em HC ou pedido de desaforamento;
b) A jurisprudência do STJ e do STF e alguns autores entendem que podem ser
interpostos das decisões em agravo em execução.11
Obs.: há precedentes admitindo em ação de revisão criminal, por analogia a ação rescisória.
4.6 Observações:
a) é condição para a interposição dos recursos Extraordinário e Especial;
b) o Tribunal no julgamento dos E.I ou E. N. pode adotar posição intermediária
diferente da que ensejou a divergência, não pode, porém, exceder os limites objetivos do
inconformismo;
c) havendo empate deve-se adotar a posição mais favorável ao réu.
4.7 Efeitos: Não têm efeito suspensivo em relação ao acórdão embargado, mas a jurisprudência
admite que o réu continue em liberdade enquanto aguarda a decisão final nos embargos.
5.1 Conceito: é o recurso cabível para promoção de esclarecimento da decisão em face de obscuridade,
contradição ou omissão. Quando interposto na primeira instância (art. 382, do CPP) é chamado de
embarguinhos. Na segunda instância sua previsão normativa está no art. 619 do CPP.
Erros matérias lançados na decisão podem ser corrigidos de ofício pelo Juiz.
5.3 Prazo: dois dias a contar da publicação do acórdão ou decisão; No, Juizado Especial, STF e no
STJ o prazo é de cinco dias.
10
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. RÉU PRESO. REVISÃO CRIMINAL.
EMBARGOS INFRINGENTES. EFEITO SUSPENSIVO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Não cabem Embargos Infringentes em Revisão Criminal.
2. Não há falar em efeito suspensivo em Embargos Infringentes se estes não são cabíveis.
3. Tendo sido a prisão do ora Paciente decretada em razão de sentença condenatória, inexiste constrangimento ilegal
passível de ser sanado por habeas corpus." Ordem denegada. (HC 25836 / PR, DJ 04.08.2003 p. 340)
11
CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO.
PRECEDENTES. CONCESSÃO DE INDULTO A CONDENADO QUE AINDA NÃO INICIOU A EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS SUBJETIVOS, EXIGIDOS PELO DECRETO N.° 2.838/98. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
I. É cabível a oposição de embargos infringentes de decisão não-unânime proferida em sede de agravo de execução.
Precedentes do STJ e do STF.
II. A concessão do indulto previsto no Decreto n.° 2.838/98 depende da análise de aspectos subjetivos ligados ao início
efetivo da execução da pena, e não somente da imposição de regime aberto.
III. Recurso parcialmente provido para restabelecer a decisão monocrática que indeferiu o indulto. (REsp 336607 / DF,
DJ 13.05.2002 p. 221)
5.4 Legitimidade: qualquer das partes pode interpor este recurso, inclusive o MP em favor do réu e o
assistente de acusação;
Cabem das decisões de qualquer tribunal, mesmo os superiores, porém, não possuem efeitos
infringentes para aumentar ou diminuir a abrangência do julgado, apenas servem para aclarar o
conteúdo do ato decisório. Há casos em que o STF (RTJ 86/359 e RTJ 88/325) admite os efeitos
infringentes.
5.5 Processamento: a) a petição de recurso deve vir acompanhada das razões e deve ser dirigida ao
relator do acórdão;
b) pode haver indeferimento liminar, caso em que não haverá recurso cabível;
c) não há contrarazões, salvo se se vislumbrar a admissão de efeitos modificativos;
d) atualmente os embargos interrompem o prazo para interposição de outros recursos
(analogia ao CPC), salvo se foram recebidos como meramente protelatórios, sendo certo que não se
computa na contagem dos prazos o dia da interrupção nem o dia da publicação do acórdão integrativo
(declaratório).
Obs.: nos Juizados os embargos apenas suspendem o prazo para outros recursos (computando-se o
prazo decorrido até a interposição dos embargos), assim MIRABETE entendia que a analogia do
processo penal devia ser feita com a lei 9099/95, no sentido de que os prazos para outros recursos
também no caso de embargos no procedimento comum ficariam apenas suspensos (In: MIRABETE,
Julio Fabbrini. Processo Penal, 8.ed.São Paulo:Ed. Atlas, 1998). Neste caso o prazo deverá ser
suspenso no dia da interposição dos embargos e recomeçar a correr no primeiro dia útil após a
publicação do acórdão/decisão declaratória.
6. DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
6.1 Conceito: é o recurso que visa a provocar o reexame da decisão denegatória de seguimento de
recurso em sentido estrito, agravo em execução e, para alguns, protesto por novo júri. Tem por fim
exclusivo promover a subida de outro recurso ao Tribunal Ad quem.
6.2 Origem: reação ao arbítrio dos juízes que se ocultavam para não receber recursos. A parte
comparecia ao escrivão e manifestava oralmente o desejo de levar seu inconformismo ao tribunal.
6.3 Natureza jurídica: é recurso porque promove o reexame do juízo de admissibilidade de outro
recurso. Também pode ser considerado mero instrumento para promover o conhecimento de um
recurso.
6.4 Cabimento no Protesto por novo júri (PPNJ): Para José Frederico Marques é incabível carta
testemunhal no Protesto por novo júri, pois tal recurso é conhecido pela primeira instância. No caso de
denegação de PPNJ caberia habeas corpus.
Tourinho Filho, a seu turno, entende ser o caso de carta testemunhável, pois o CPP
admite sua interposição em qualquer recurso denegado.
6.5 Procedimento: o prazo para interposição da carta é de 48 (quarenta e oito) horas contadas minuto
a minuto, devendo a petição ser endereçada ao escrivão (diretor de secretaria). Forma-se um traslado
(instrumento), depois se abre vista para oferecimento de razões e contra-razões e encaminha-se ao
Tribunal. É possível o exercício do juízo de retratação pelo Magistrado. No Tribunal a carta seguirá o
rito do recurso denegado.
Obs. : a carta testemunhável não tem efeito suspensivo e a falta de razões não impede
seu conhecimento.
Se a carta estiver bem instruída, o Tribunal pode julgá-la bem como o recurso que
estava paralisado (art. 644, do CPP).
7. DA CORREIÇÃO PARCIAL
7.1 Conceito: é uma providência administrativo-judiciária contra despachos do juiz que importem
inversão tumultuária do processo.
Possui natureza jurídica recursal, pois permite o reexame de ato judicial, sendo certo que o STF
já a entendeu constitucional.
Para José Frederico Marques12 a correição parcial é um sucedâneo de recurso que atenta
flagrantemente contra os princípios que regem as fontes normativas do processo civil, acredita ser ela
recurso supletivo ou procedimento recursal disfarçado, argumentando que "não se pode, através de
medida censória ou disciplinar, corrigir erro de ofício de juiz dentro de um processo (...). Não se
compreende jurisdição sujeita a ação disciplinar, a órgãos administrativos e muito menos se
compreende que atos processuais possam ser corrigidos, emendados ou substituídos por determinação
administrativa."
7.3 Objeto: error in procedendo, quando não existir outro recurso cabível. Segundo Luiz Flávio
Gomes, comprovado o abuso do juiz este não poderá ser punido na própria correição parcial, devendo
ser encaminhado cópia de tudo ao Conselho Superior da Magistratura para que sejam tomadas as
providências cabíveis contra o Magistrado.
Na justiça federal há previsão deste recurso no art. 6o, da Lei 5010/66, devendo-se
observar que a competência para seu julgamento é do TRF, já que a lei 8742/92, não á incluiu entre as
atribuições do CJF.
12
In “A Correição Parcial”, José Frederico Marques. Revista Jurídica/ 19, p. 35/37, Porto Alegre,1956.
13
In “A CORREIÇÃO PARCIAL NA JUSTIÇA FEDERAL”, Luís Guilherme Vieira. Revista Síntese de Direito Penal e
Processual Penal nº 13 - ABR-MAI/2002, pág. 32.
Impõe-se trazer a lume a lição de João Firmino Torelly Bastos14 sobre esse tema, dada
sua profundidade:
No processo penal são admitidos os agravos em execução (art. 197 da LEP), bem como o
agravo de instrumento para fazer subir recurso extraordinário e especial (prazo de cinco dias, julgado
pelo Ministro relator do caso).
Além do mais, o art. 625, §3 o do CPP prevê a possibilidade de interpor agravo contra a decisão
que indefere liminarmente a revisão criminal.
Segundo o STJ não cabe mandado de segurança para dar efeito suspensivo ao recurso de
agravo em execução, sendo certo que a única hipótese em que este recurso tem o efeito suspensivo é
no caso de decisão que libera quem cumpria medida de segurança.
Exercícios:
01. O Juiz que homologa auto de prisão em flagrante: (IX Concurso para Juiz Federal Substituto
da 1ª Região, 1ª fase aplicada em 21/04/2002)
a) O habeas corpus é remédio jurídico adequado para analisar o aspecto da legalidade do ato
da prisão por transgressão militar.
b) No pedido de desaforamento realizado pelo Ministério Público, é imprescindível a oitiva
prévia da defesa.
c) Considere a seguinte situação hipotética. O Ministério Público ofereceu denúncia contra um
delegado de polícia pela prática do crime de abuso de autoridade, por ter prolongado a execução
da prisão temporária de um indiciado, deixando de cumprir ordem de liberdade. Nessa situação, a
autoridade judiciária deverá, antes de receber a denúncia, notificar o acusado, para responder
por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
d) Surgindo questões prejudiciais na fase inquisitorial, como a anulação de um casamento na
esfera cível devido a crime de bigamia, a autoridade policial não poderá suspender o inquérito
policial.
e) Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo foi condenado definitivamente à
pena privativa de liberdade de quatro anos de reclusão, em regime aberto. Antes do início da
execução da reprimenda, adveio nova condenação definitiva, agora à pena privativa de liberdade
de seis anos de reclusão, em regime semi- aberto. Nessa situação, caberá ao juiz das execuções
unificar as penas e fixar o regime fechado.
03. Assinale a alternativa abaixo que contenha hipóteses que não suscitam recurso em sentido
estrito: (IX Concurso para Juiz Federal Substituto da 1ª Região, 1ª fase aplicada em 21/04/2002)
04. São decisões que não comportam recurso no Código de Processo Penal: (VIII Concurso para
Juiz Federal Substituto da 1ª Região, 1ª fase aplicada em 11/02/2001)
05. Assinale a alternativa correta sobre recursos: (VIII Concurso para Juiz Federal Substituto da
1ª Região, 1ª fase aplicada em 11/02/2001)
07. Processado determinado réu, reincidente, por crime de roubo com causa especial de aumento
de pena, em razão do concurso de pessoas (art. 157, § 2º, II, CP), na fase decisória, o delito veio
a ser desclassificado para o de tentativa de roubo simples (art. 157, caput, c.c. art. 14, II, CP),
sendo o acusado condenado às penas mínimas de reclusão e de multa previstas para o delito
desclassificado, fixado o regime aberto para o cumprimento da reclusão, substituída a pena
privativa de liberdade por restritivas de direitos, em conseqüência concedido ao condenado o
direito de recorrer em liberdade e determinada a expedição de Alvará de Soltura ao sentenciado
que, até então, respondia ao processo preso em virtude da autuação em flagrante delito.
Inconformadas, pretendem recorrer tanto a Acusação quanto a Defesa.
O Ministério Público busca tão-somente a modificação do regime para o semi-aberto e a cassação
do benefício da conversão da pena de reclusão em restritivas de direitos.
A Defesa, por sua vez, primeiramente, busca a anulação da sentença ao argumento de que não
houve apreciação na sentença de uma de suas teses sustentadas em alegações finais. No mérito,
deseja um decreto absolutório por insuficiência de provas para a condenação e, alternativamente,
a desclassificação para o delito de tentativa de furto simples (art. 155 c.c. art. 14, II, CP).
No entanto, antes mesmo de ser publicada a sentença, portanto, anteriormente também à
interposição de seu recurso, o réu empreendeu fuga do estabelecimento prisional onde se
encontrava.
Pergunta-se: Quais os recursos próprios cabíveis para a situação supra narrada ?
08. A lei estabelece a legitimidade exclusiva da defesa (concurso para juiz federal TRF/3ª Região,
realizado em 10/2003):
a) para ajuizar recurso em sentido estrito da pronúncia;
b) para interpor embargos infringentes;
c) para interpor agravo da decisão que impõe internação psiquiátrica do condenado se lhe
sobrevém doença mental após o início da execução de pena privativa de liberdade;
d) para interpor apelação de decisão que indefere restituição de bem apreendido.
09. Assinale a alternativa incorreta (concurso para juiz federal TRF/3ª Região, realizado em
10/2003):
11. (marque certo ou errado) - Concedido o protesto por novo júri, no segundo julgamento é
defeso ao juiz presidente aplicar pena maior se a decisão for mantida pelo novo conselho de
sentença.
Gabarito: A- (CCECC)- D-A-B-(ECEC)-A-B-C-A-C