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FICHA INFORMATIVA
Luís de Camões, n´Os Lusíadas, não consegue calar a voz crítica da sua consciência
nem a sua emoção. Então, interrompendo o tom épico, como os bons clássicos de Roma e
Grécia, umas vezes, a sua palavra ganha uma feição didáctica, moral e severamente crítica;
outras vezes, expressa o lamento e o queixume de quem sente amargamente a ingratidão,
ou os desconcertos do mundo.
Eis alguns dos temas tratados nas passagens mais subjectivas d’Os Lusíadas, que
irrompem quase sempre nos finais dos diversos cantos :
Os perigos que espreitam o ser humano (o herói), tão pequeno diante das forças
Canto I (105-106) poderosas da natureza (tempestades, o mar, o vento...), do poder da guerra e dos
traiçoeiros enganos dos inimigos.
O poeta lastima o desdém a que os Portugueses votam as letras, pois apesar de serem
Canto V (92-100)
de terra de heróis, não reconhecem o valor da arte.
Nestas estâncias, o Poeta realça o verdadeiro valor das honras e da glória alcançado
Canto VI (95-99) por mérito próprio. O herói faz-se pela sua coragem e virtude, pela generosidade da
sua entrega a causas desinteressadas.
Canto VIII (96-99) Faz-se, nestas estâncias, uma severa crítica; o alvo é o poder corruptor do dinheiro e
do «ouro».
O poeta volta a referir-se à importância das Letras (Literatura) e desabafa que já está
Canto X (145-156) cansado de se dirigir a quem não quer escutar o seu canto, «gente surda e
endurecida». Exorta o Rei a concretizar novas glórias.