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7. Deus é a razão primeira das coisas, pois aquelas que são limitadas – como tudo isso que nós
vemos e experimentamos – são contingentes e não há nada nelas que torne a razão de sua
existência necessária, sendo manifesto que o tempo, o espaço e a matéria, unidos e uniformes
em si mesmos e indiferentes a tudo, poderiam receber absolutamente outros movimentos e
outras figuras, numa outra ordem. É necessário então buscar a razão da existência do mundo
– que é o conjunto inteiro das coisas contingentes – e é necessário buscá-la na substância que
porta a razão de sua existência consigo mesma e, por consequência, é necessária e eterna. É
necessário também que essa causa seja inteligente, pois considerando este mundo que existe,
sendo contingente, e uma infinidade de outros mundos igualmente possíveis e igualmente
pretendendo à existência, por assim dizer, tanto quanto ele, é necessário que a causa do mundo
tenha tido um olhar em relação a todos estes mundos possíveis para determinar um só. E este
olhar ou relação de uma substância existente para com simples possibilidades não pode ser
outra coisa senão o entendimento que se tem das idéias. E determinar uma só não pode ser
outra coisa senão o ato da vontade que escolhe. E é o poder dessa substância que torna a sua
vontade eficaz. O poder se refere ao ser, a sabedoria ao entendimento ou ao verdadeiro, e a
vontade ao bem. E esta causa inteligente deve ser infinita de todas as maneiras, absolutamente
perfeita em poder, em sabedoria e em bondade, posto que ela se refere a tudo isso que é
possível. E como tudo está ligado, não há lugar para admitir mais de uma [causa]. Seu
entendimento é a fonte das essências, e sua vontade é a origem das existências. Eis aí, em
poucas palavras, a prova de um Deus único com suas perfeições, e por ele a origem das coisas.