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1. Trabalho apresentado à Faculdade de Rolim de Moura – FAROL, como requisito final de avaliação para
conclusão do curso de graduação em Direito, novembro de 2018.
2. Acadêmica concluinte, E-mail: Lucimar_oliveira2012@hotmail.com
3. Professor orientador.
Resumo: O objetivo principal do presente trabalho é analisar o posicionamento no âmbito jurídico, no que tange
a prática da Alienação Parental, quanto a atuação do Poder Judiciário e os mecanismos utilizados, que visa
atenuar as consequências jurídicas e psicológicas em crianças e adolescentes vítimas dessa prática. Sendo este,
de forma a prevenir e solucionar conflitos existentes através de programas, campanhas ou projetos. Não sendo
identificado nenhum tipo de projeto especifico da Vara Cível, sendo seguido apenas anualmente pelo projeto
existente a nível de estado, onde o Tribunal de Justiça realiza seminários anuais na Semana de Enfrentamento a
Alienação Parental, sendo desenvolvidas durante essa semana atividades de panfletágem em pit stop e palestras
em escola. As dificudades encontradas quanto a criação de projetos e campanhas se dá devido a tratar-se de uma
unidade que tem competência genérica Cível, atuando em várias outras áreas, como também a sobrecarga de
trabalho, pois a existência de apenas duas Varas Cíveis na comarca e a pequena quantidade de servidores,
dificulta a construção de tal projeto, não se limitando apenas aos assuntos de família. Destarte, os resultados
encontrados se deu através de pesquisas utilizadas de forma qualitativas, por meio de questionários abertos e
fechados, a um magistrado da comarca e um psicólogo do Tribunal de Justica no interior da zona da mata do
estado de Rondônia.
1 INTRODUÇÃO
como divórcios litigiosos, ou disputa pela guarda dos filhos, a fim de atingir de alguma forma
o ex-cônjuge. É considerada uma forma de abuso psicológico, uma interferência na formação
psicológica da criança ou adolescente que pode trazer consequências desastrosas para o seu
desenvolvimento emocional podendo causar danos irreversíveis.
Neste contexto a pesquisa balizou-se em entender de que forma a guarda
compartilhada e a guarda unilateral podem impactar na ocorrência ou prevenção da alienação
parental. Desta forma este artigo teceu uma breve exposição dos dois institutos buscando
apresentar os resultados a partir das literaturas disponíveis e dos resultados obtidos em
pesquisa de campo.
Partindo dessa premissa, surge à guarda unilateral com previsão legal no artigo 1.583
do Código Civil, prevê que somente poderá ser fixada quando não for possível a
compartilhada, é aquela atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua, cabendo
ao juiz conferir a guarda ao genitor que possui melhores condições de proteger os direitos da
criança e do adolescente, o que nem sempre é fácil determinar.
Ao genitor que não ficou com a guarda, fica o direito de serem estipuladas as visitas
de forma que o genitor não fique grandes períodos sem ver a criança, ainda que possa lhe falar
por outros meios, como internet, telefone, não esquecendo que a presença física do genitor na
vida da criança lhe traz segurança e conforto. Entretanto, em muitos casos, quando um dos
pais não aceita o fim da união, utilizam-se do direito de guarda para minar o afeto da criança
para com o outro genitor, aproveitando-se de presença diária para influenciar negativamente a
criança contra aquele que só pode vê-lo em dias específicos. Essa conduta é nominada como
alienação parental.
A partir do equilíbrio em que se busca, por meio do estabelecimento da guarda
compartilhada, surge a questão: seria ela o meios de prevenção da alienação parental. Talvez
não um antídoto, na acepção de solução imediata a esta tão grave moléstia, mas certamente
um paliativo, um remédio que mitigue ou evite a alienação. Na medida em que a guarda
compartilhada impõe certa aproximação dos genitores, no que concerne às decisões de
interesse dos filhos, a médio e longo prazo, tende a criar entre eles certo laço cooperativo que
minimiza conflitos e desajustes, reduzindo assim a predisposição de qualquer deles a praticar
atos de alienação parental.
Nesta perspectiva, a finalidade principal do artigo é analisar o posicionamento
jurídico em relação aos tipos de guarda que melhor previne e inibe a prática da alienação
parental. Buscando também por meio de estudos e pesquisas bibliográficas suas principais
características, consequências, bem como programas, campanhas e projetos existentes que
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venha a ser utilizadas no combate e prevenção a esta prática trazidas no ordenamento jurídico
brasileiro.
A análise realizada nas leituras, jurisprudência e doutrina mostraram que na alienação
parental, o alienador educa os filhos no ódio contra o outro genitor, seu pai ou sua mãe, até
conseguir que eles, de modo próprio, incorporem esta situação. Entretanto, cabe ao Estado o
dever jurídico na prestação, visando a efetivação do princípio da proteção integral da criança e
do adolescente, por meio da Lei nº 12. 318/2010, que dispõe acerca da alienação parental.
Assim sendo, por todo o exposto podemos verificar a importância do tema, visto que
este é atual e repercutem não só na esfera jurídica, mas em todo meio social. No intuito de
contribuir para o desenvolvimento de estudos sobre a alienação parental, foi realizada uma
análise por meio da aplicação de questionário ao juiz da Vara da Família e um profissional da
psicologia que atuam na comarca de Rolim de Moura, percorrendo o processo histórico da
alienação parental, sua conceituação na doutrina, perante o Código Civil e sob a luz da Lei nº
12. 318/2010.
3 METODOLOGIA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem
e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família, (BRASIL, 2002).
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Todavia, a inserção de novos conceitos de família fez com que o Supremo Tribunal
Federal (STF) em julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº. 4.277/DF, de
relatoria do Ministro Ayres Britto, aprovasse a interpretação quanto à união homoafetiva e o
estendesse o vocábulo família, reconhecendo a união homoafetiva e seu reconhecimento
como instituto jurídico, (STF, 2011).
Assim, quando se fala em alienação parental, o ordenamento jurídico não é taxativo
em dizer que ocorre em famílias monoparentais ou homoafetiva, o que se almeja são direitos,
dando à criança ou adolescente a aplicação ao princípio do melhor interesse, para o pleno e
harmonioso desenvolvimento de sua personalidade e crescer no seio da família, como
convencionado pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança-Decreto nº 99.710,
de 21 de novembro de 1990, princípio também adotado pela Constituição Federal e pelo
Estatuto da criança e do adolescente, Lei n° 8.069, (SOUSA & BRITO, 2011).
Deste modo, com precisão e imperiosidade pode-se perceber que a Constituição
Federal, e os textos legais estabelecem que o direito inerente às crianças e adolescentes
precisa ser respeitado pela família, e assegurados pela sociedade e pelo Estado, deixando clara
a necessidade de estabelecer metas e políticas públicas de apoio à criança e adolescente.
Durante o casamento e a união estável, a teor do que dispõe o Caput do artigo 1.631,
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Código Civil de 2002, compete ao poder familiar, aos pais, na falta ou impedimento de um
deles, o outro o exercerá com exlusividade (DINIZ, 2010).
Mesmo em outras formas de arranjo familiar, havendo filhos, o poder familiar também
se fará presente, nessa mesma linha de raciocínio. Vale destacar o princípio constitucional da
isonômia o qual já nos foi citado que tem como fundamento não haver superioridade ou
prevalência do homem, em face da mulher, não importando, também, o estado civil de quem
exerce a autoridade parental.
E, segundo o mesmo dispositivo, divergindo os pais quanto ao exercício do poder
familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo, à luz da
regra maior da inafastabilidade da juridição.
Neste ponto, devemos destacar o cuidado que o Código Civil de 2002 teve ao
disciplinar o conteudo dos poderes conferidos aos pais, no exercício dessa autoridade
parental, confome se verifica no artigo 1.634:
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I- Dirigir-lhes a criação e educação;
II- Tê-los em sua companhia e guarda;
III- Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV- Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro pai não
lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
V- Representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assiti-los, após
essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VI- Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
VII- Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade
e condição, (BRASIL, 2002).
A citação acima reforçam o entendimento que o poder familiar traduz, sendo uma
prerrogativa dos pais e que sua existência visa como forma de proteção do interesse do filho
menor, sendo este poder conferidos a ambos os geniotres, com um único interesse de proteção
aos filhos menores, uma vez que a criança necessita de alguém que o defenda, de forma a
educar, amparar, cuidar e resguardar seus interesses.
cuidados dos filhos, atendendo às suas necessidades afetivas, espirituais, econômicas e físicas.
Além dos laços de amor, que devem unir pais e filhos, há relação jurídica entre cada
progenitor e os filhos do casal. A dissolução do casamento afeta apenas a relação jurídica
entre os conjugues, não a que os une à prole. Confome artigo 1.579 do Código Civil atentou
para esta distinção:
Além dos laços de amor, que devem unir pais e filhos, há relação jurídica entre cada
progenitor e os filhos do casal. A dissolução do casamento afeta apenas a relação
jurídica entre os conjugues, não a que os une à prole. O art. 1.579 do Código Civil
atentou para esta distinção, verbalizando-a: “O divórcio não modifica os direitos e
deveres dos pais em relação aos filhos. ” Semelhante disposição consta no art.1632,
que preserva os direitos e deveres entre pais e filhos em casos de separação, divórcio
e disposição da união estável, ressalvando apenas o direito à guarda, que pode sofrer
alteração, visando à melhor convivência dos menores. Ainda que a guarda fique sob
responsabilidade de terceira pessoa, os direitos e deveres entre pais e filhos não se
modificam (NADER, 2010, p. 244).
[...] Na verdade, a situação que se descortina dos autos merece especial atenção. De
um lado, se verdadeiras as ameaças de morte perpetradas pelo recorrido com a
consequente tentativa de contratar terceiros para realizar os serviços, está-se diante
de pessoa bastante perigosa; havendo, assim, sérios riscos de ele efetivamente tentar
levar as crianças para o exterior. De outro lado, se inverídicas tais assertivas e, por
corolário, constatada a perversidade da genitora em praticar toda essa série de atos
infundados contra o varão a fim de afastá-lo da prole comum, está-se diante de
situação igualmente ou até mesmo mais grave, tendo em vista o fato de ser ela a
guardiã das crianças. Nesse passo, cabe registrar que se pode estar diante de quadro
da síndrome da alienação parental, pois a apelante estaria utilizando os filhos como
instrumento da agressividade direcionada ao genitor em razão dos sentimentos
advindos da ruptura da vida em comum, (TJRS, 2006).
No voto, são abordados os conflitos vivenciados pelos genitores, sobretudo a mãe que
faz incriminações graves contra o pai inclusive que ele a ameaçava de morte, o voto da
relatora cita estar diante de alienação parental já que os filhos eram usados como uma espécie
de arma para afastar o pai da prole, pela não aceitação da separação do casal e a raiva que
tinha para o outro genitor.
Neste outro julgado temos:
Magistrado
Psicólogo
difícil de ser identificada, pois ao realizar um estudo, é comum que os genitores tentem
abordar os aspectos negativos do outro genitor e muitas vezes isso é feito na presença da
criança, outras situações comportamentais dos pais ao dificultar a convivência da criança com
o outro genitor é clara da prática de alienação. As principais consequências da alienação
parental observadas ao psicologo é a ansiedade, nervosismo, agressividade, depressão,
transtorno de identidade, falta de organização, isolamento, insegurança, dificuldades de
aprendizado entre outros sintomas constitui o quadro diagnóstico da Sindrome de alienação
parental
Todavia há se ressaltar que muitas crianças são resilientes ao trauma vivenciado e não
apresentada que alteração sintomática.
Temos também consequências sociais e psicológicos para o genitor alienado, todavia cada
caso se manifesta segundo a singularidade dos envolvidos.
Diante da confirmação da ocorrência a própria Lei apresenta dificuldades em como
resolver a situação, pois determina:
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII - declarar a suspensão da autoridade parental.
Veja que neste caso o item II ao aumentar a convivência com um genitor que muitas vezes ele
já tem medo deste, pode ser para a criança um punição. Ao estipular uma multa como prevê o
item III, pode na verdade tirar recursos do genitor que poderiam ser para prover o sustento da
criança, principalmente em famílias de baixa renda. Determinar a alteração de guarda prevista
no item V não necessariamente é benéfica para criança, pois tem pais que mesmo sendo
vítima de campanha de alienação parental não tem condições de ter a guarda do filho ou
mesmo não quer ter a guarda ele só quer ter o direito de conviver com o filho. O item VI
incorre no mesmo problema. Sendo dessa forma as alternativas da Lei na maioria das vezes
geralmente punindo a criança.
O psicólogo ressalta ainda quanto aos principais praticantes que observa nos casos
acompanhados pelo NUPS. Sendo em grande maioria a genitora, por ser a pessoa que mais
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tem a guarda, geralmente é ela a maior praticante. Mas em sua prática encontra muitos casos
em que são ambos os genitores e até outros familiares.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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