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Revista Filosofia Capital - ISSN 1982 6613


Vol. 12 (2017):
Edição Especial: Heranças e elementos educacionais [...] e ideológicos da sociedade brasileira.

INCLUSÃO: UM DIREITO À CIDADANIA

INCLUSION: A RIGHT TO CITIZENSHIP

ALVES, Maria Dolores Fortes1


PEREIRA FILHO, Adalberto Duarte2

RESUMO
Este artigo teórico realizado por educadores e psicoterapeutas, seguindo por veredas reflexivas e
vivenciais a partir dos novos pensamentos e paradigmas da educação (ALVES, 2016; MORAES,
2004; MORIN, 1997; NICOLESCU, 2011; MATURANA E VARELA 1997). Percorre-se
caminhos metodológicos fundamentado no pensar complexo, ecossistêmico e transdisciplinar
(MORAES; VALENTE, 2008). Buscou-se, em uma linguagem simples, apresentar possibilidades
de um pensar e viver inclusivos que contribuem muito não só aos pais que possuem filhos com
alguma “deficiência”, todavia, especialmente a todos os pais e educadores que buscam uma
abertura de janelas de alma, mente e coração. Consequentemente, a educação equânime se faz
como um direto de qualquer cidadão. Uma educação inclusiva segue na incansável busca pela da
liberdade, democracia, igualdade social e fraternidade. Esta luta da construção do humano do
humano, da coragem serena, de sabedoria e humilde do voar com o outro, do religar a Teia da
Vida.

Palavras-chave: Educação Inclusiva; Pensar Complexo; Ecossistêmico; Transdisciplinar.

ABSTRACT
This theoretical article was carried out by educators and psychotherapists, followed by reflective
and experiential paths from the new thoughts and paradigms of education (ALVES, 2016;
MORAES, 2004; MORIN, 1997; NICOLESCU, 2011; MATURANA AND VARELA 1997).
Methodological paths are based on complex, ecosystemic and transdisciplinary thinking
(MORAES; VALENTE, 2008). In a simple language, it was sought to present possibilities for an
inclusive thinking and living that contribute not only to parents who have children with some
"disability", but especially to all parents and educators who seek to open windows of soul, mind
and heart. Consequently, equitable education is done as a direct from any citizen. Inclusive
education continues in the relentless pursuit of freedom, democracy, social equality and fraternity.
This struggle of building the human of the human, of the serene, wisdom and humble courage of
flying with the other, of reconnecting the Web of Life

Keywords: Inclusive Education; Think Complex; Think Ecosystemic; Think Transdisciplinary.

1
Professora do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Alagoas- UFAL, Doutora em
educação pela Pontifícia Universidade Católica -PUC/SP. E-mail: mdfortes@gmail.com. CV LATTES:
http://lattes.cnpq.br/4130544132802418.
2
Psicólogo, mestrando do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Alagoas- UFAL e
professor substituto na mesma Universidade. E-mail: adalberto-duarte@hotmail.com. CV LATTES:
http://lattes.cnpq.br/1633841046875981 .
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Introdução educacionais especiais é apenas uma fatia do
processo inclusivo real e legítimo. Devemos
Este artigo teórico realizado por considerar que incluir a inclusão implica
educadores e psicoterapeutas, seguindo por oferecer condições para a participação social
veredas reflexivas e vivenciais a partir dos e o exercício da cidadania para todos os
novos pensamentos e paradigmas da educação sujeitos em todos os espaços da sociedade.
(ALVES, 2016; MORAES, 2004; MORIN, Esse processo implica considerar algumas
1997; NICOLESCU, 2011; MATURANA, nuances pertinentes à inclusão no contexto
VARELA 1997). Percorreu-se por caminhos escolar. Segundo Salgado (2008) a inclusão
metodológicos fundamentados no pensar implica pensar em três protagonistas
complexo, ecossistêmico e transdisciplinar fundamentais situados em contextos
(MORAES; VALENTE, 2008). Buscou-se, diferentes e complexos são eles: (1) o sujeito
em uma linguagem simples, apresentar incluído, que convoca a questionar o sistema
possibilidades de um pensar e viver inclusivos escolar pensa em oferecer a este aluno em
que contribuem muito não só aos pais que situação de inclusão, para além da
possuem filhos com alguma “deficiência”, formalização da matrícula, pois, isso não
todavia, especialmente a todos os pais e garante a inclusão. Incluir implica
educadores que buscam uma abertura de pertencimento ao sistema, a comunidade, as
janelas de alma, mente e coração. relações entre os diversos sujeitos da escola, é
Consequentemente, a educação equânime se ser sujeito ativo, autônomo e independente
faz como um direto de qualquer cidadão. para além dos espaços físicos; (2) o professor
Estamos em um tempo em que falar de que demanda assessoramento na construção
Educação já deveria ser sinônimo de Inclusão. de saberes que envolvam a educação de
A Educação deveria ter como contributo pessoas com necessidades especiais, a fim de
impar a diversidade, a inclusão. Afinal, uma que a educação inclusiva verdadeiramente
educação que não é inclusiva não poderia ser promova não só o desenvolvimento de suas
chamada de Educação em seu teor qualitativo habilidades cognitivas, mas produza
e integral. desenvolvimento humano e criativo; (3) a
família, que consiste num sistema
Pensar e realizar a educação inclusiva indispensável no processo de inclusivo já que
por ter em seu seio um membro com
Em pleno século XXI negar o direito a deficiência que vive o processo de exclusão e
uma educação integral, integradora e a necessidade de reelaborar e reconstruir a
inclusiva a qualquer pessoa, é negar-lhe o fantasia do filho idealizado, para investir seus
direito de cidadania. O direito que todos nós afetos, e possibilitar o que este conquiste seu
temos como seres biopsicoantropossociais de espaço e seus desejos.
exercermos nosso papel na tessitura da A educação especial não pode se
sociedade, de exercemos nossa ação política caracterizar num serviço, para não cair no
com autonomia, com plenitude de direitos e erro de produzir uma mercadoria que está à
deveremos. venda. Trata-se de um processo em
A construção de uma verdadeira escola permanente construção e um direito que deve
democrática, apenas torna-se possível quando ser garantido e exigido, pelo/ao Estado. O
as instituições de ensino se comprometem ambiente escolar deve abarcar a diversidade
com o atendimento à diversidade de alunos em sua multiculturalidade e a única
que chegam à escola. Todos devem ter direito semelhança existente entre os sujeitos deve
a uma educação de qualidade (SOUZA, ser a diferença.
2013). Por se constituir direito
Assim, pensar o processo de inclusão indiscutivelmente, incluir é possibilitar
escolar de pessoas com necessidades condições de participação social e o exercício
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da cidadania. Ao aplicar a inclusão no terreno Favorecer a educação inclusiva é
da educação pensamos na redução de possibilitar abertura de janelas mentais, a
obstáculos que impedem que sujeitos abertura de gaiolas epistemológicas, de
desempenhem seu papel social. quebra de barreiras e transgressão de
Por isso, atestamos que a inclusão no fronteiras limitadoras. É permitir um
ambiente escolar é apenas uma fatia caminho, percurso jornada, um currículo no
comparado a amplitude que a política qual TODOS tenham possibilidades de co-
inclusiva pretende nos diversos âmbitos da contrução de saberes e aprendências.
sociedade. Lembramos que, todos nós somos
A inclusão trata da garantia do diferentes. Mas TODOS nós somos iguais em
exercício do direito a educação, é gozar como direitos e deveres. Contudo, tratar os
qualquer cidadão de seus direitos de forma diferentes com igualmente pode ser tão cruel,
igualitária, principalmente, no que concerne excludente, ameaçador, descaracterizador e
as escolas públicas. desumanizante quanto negar-lhes o direito a
Para haver inclusão no ambiente igualdade.
escolar é necessário que haja aprendizagem, Cabe-nos tratar os diferentes com
ou seja, que se cumpram os objetivos respeito. Ou seja, temos que tratar a todos os
pedagógicos que norteiam a instituição, óbvio humanos, independente de sua cor, etnia,
que de acordo com cada especificidade. Por aparência física ou religião, com igualdade,
essa questão é necessário que a escola repense equidade e legitimidade.
seu currículo e suas formas avaliativas. Aprendemos com o reconhecimento das
Segundo Alves (2016), baseada em diferenças. Nascemos para aprender e, como
Maturana (1999), Moraes (2003; 2004; 2008), seres psico-socio-interacionistas é na relação
Morin (2002), Capra (1999) e outros, do com o outro, com a diversidade, que temos
ponto de vista antrobiopsicossocial, a nosso potencial de aprendizagem estimulado,
diversidade não é uma opção, mas sim, assim nos disse grandes mestres como Piaget,
traduz-se numa consigna e condição (1972) Vygotsky (1988), Wallon (1986) e
determinante para o fortalecimento da Maturana e Yanez (2009). Portanto, é em um
espécie, bem como da rede social e da currículo aberto às diferenças que é garantido
formação e humanização e da psicogenética de maneira ímpar, direito a construção de
do sujeito. Destarte, falar de educação conhecimentos e valores. Logo, pessoas com
integradora e inclusiva é falar do necessidades educacionais especiais têm
fortalecimento da tessitura da teia da vida. direito a participação social efetiva que deve
Saibamos que, quando excluímos ao ser primada e valorizada, entendendo-se que a
outro, excluímos a nós mesmos da riqueza sociedade se organiza e se enriquece a partir
desta tessitura. Fragilizamos a teia social. da interação entre sujeitos diversos.
Neste sentido, como escrevem tão lindamente O currículo não pode se restringir a
as autoras “a ideia de uma sociedade experiências acadêmicas e cognitivas, deve
inclusiva se fundamenta numa filosofia que ampliar suas concepções de sujeito e
reconhece e valoriza a diversidade, como favorecer experiências que produzam o
característica inerente à constituição de desenvolvimento dos alunos sem distinção.
qualquer sociedade.” Deve ainda considerar aquisições
Reconhecer a importância da desenvolvidas no ambiente escolar que
diversidade é dotarmo-nos do máximo outrora o aluno não possuía como
potencial de crescimento interior e exterior. É independência em hábitos da vida diária,
reconhecer que a co-participação e interação podendo configurar como elemento no
de sujeitos diversos, com suas potencialidades processo avaliativo. No caso de crianças com
de superação e resiliência, possibilita a necessidades especiais a escola a partir dessas
sociedade o enriquecimento mútuo. mudanças torna-se um espaço significativo de
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aprendizagem e mais ainda de Seguindo esta reflexão apresento aqui
desenvolvimento humano. “mais coisinhas que os pais e a humanidade
Ao pensar a inclusão de pessoas com precisam saber sobre a inclusão...”
deficiência, implica uma mudança de postura É papel da Educação na atualidade,
e de apreensão do fenômeno da deficiência. muito mais que em outros tempos, o
Implica romper com paradigmas e estabelecer “aprender a conviver” como nos ensina
mudanças no sistema educacional no que Delors (2000), pois, além de ser um dos
tange ao ensino e principalmente a educação pilares da educação para o sec. XXI é base
em sua amplitude. fundante para uma sociedade.
Não se trata de transformar o ensino A sociedade é constituída por humanos
regular em escola de educação especial, trata- que através do conviver e da comunicar, seja
se garantir o direito de uma escola para todos esta comunicação oralizada, escrita, corporal
sem tomar como parâmetro a deficiência. ou em nível energético, é ela que se constrói e
Saibamos que em algum aspecto todos constrói a cultura. Recursivamente, cultura,
nós somos deficientes, assim todos nós humano e sociedade se fazem. Tudo que
precisamos de uma educação especial que nos humanamente ou desumanamente
legitime enquanto sujeitos únicos, singulares, mandamos para a cultura retorna para nós. Ou
e partes do todo. Assim, uma educação que seja, quando se rompe laços, fratura-se o
não serve para todos, não é uma Educação conviver e fragmenta-se o social. A sociedade
democrática e igualitária. Parafraseando Hugo só é sociedade a partir dos enlaces de
Assmann (2008) “Uma escola onde caibam cooperação e co-construção. Quando a
todos somente será possível em um mundo no cooperação se desfaz, rompem-se estes laços,
qual caibam muitos mundos. Nisto funda-se a rompe-se a estrutura social, fragmenta-se o
apaixonante tarefa da educação: construir na conviver.
escola, práxis educativa em que a palavra Temos muito que aprender com os
humana seja potencializadora de esperanças e princípios da diversidade, com as diferenças
sonhos, de concretude da amorosidade e de todos nós porque são nossas diferenças que
cooperação, valores constitutivos que nos estimulam a saber mais e mais. É na
outorgam o caráter humanizador da diversidade de cada um de nós é que nos
educação”. descobrimos mais próximos uns dos outros.
Lembrando que, tudo que fazemos e Trazemos distintas bagagens de nossos lares,
vemos nas partes existe no todo e tudo que costumes, valores, princípios, preferências
existe no todo vemos nas partes (MORIN, diferentes. Se todos fossemos iguais não
1997), portanto quando deixamos de mirar o haveria nada para aprender ou sentido
outro deixamos uma parte escura em nós, mas nenhum em nos ligarmos ao outro (ALVES,
quando lançamos luz podemos ver nossas 2009).
conexões e enriquecermo-nos com muitas Estudos da antropologia mostram-nos
pontes que nos ligam ao TODO. O outro é que graças ao conhecimento de outras
meu espelho... o todo é meu espelho. Miro-me culturas é que o homem conseguiu sobreviver
nele e através do olhar e olhar-me no outro, a catástrofes e doenças. Temos conhecimento
me construo e me faço mais inteiro. que geneticamente é a diversidade que
Lembramos aqui, que o termo fortalece a espécie. É a diversidade, as
“deficiência” deverá ser pensado com diferenças que possibilitam o
ressalvas, assim, posto entre aspas para que desengessamento de padrões cristalizados e
reflitamos sobre a ambiguidade do que é ser favorecem nosso potencial de criação.
“deficiente.” Pois, todos os seres são Se todo conhecimento faz com que o
singulares, únicos, unos e irrepetíveis e todos homem conheça mais sobre seus limites e
nós temos um papel único e especial na possibilidades o inverso também é verdadeiro.
constituição da Teia da Vida. Todo autoconhecimento faz com que o
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homem conheça mais sobre si mesmo, sobre o para todas as pessoas que vieram a ter contato
outro, Ciência e sobre a Natureza. com estes tipos de comunicações e
Portanto, cada cultura que se aprecia expressões.
constituiu-se em novos conhecimentos Digo isto, lembrando que a palavra
favorecedores e fortalecedores de nosso consciente é o microcosmo da consciência
potencial de resiliência. Consequentemente, humana. Cada palavra que proferimos,
tenhamos em mente que ser diferente é que é pensamento que pensamos, olhar que
normal. Seria muito chato e robotizado se olhamos, diz muito de nós para nós e constitui
tudo fosse igual. o conosco da trama social, humana e
Devemos saber que pedir ajuda não é se planetária.
humilhar. O humano que nega ajuda a outro Cada ser é único, una, múltiplo e
humano tendo possibilidade de cooperar, compõe fio que tece a trama da vida. Cada fio
congela-se em seu próprio mundo e perde que desaparece, a teia enfraquece...
uma imensa possibilidade de troca e Perguntamo-nos como fez Paulo Freire
valoração de seu próprio conhecer. e como fez as autoras: ensinar a quem? Para
Como reflete Alves (2015) que? A favor de quem? E contra quem?
precisamos saber também que o erro se (FREIRE, 1985)
constitui processo de legitimação e processo Educamos para encontrar o caminho
de criação e de ser si mesmo. O erro é que nos leva essencialmente, para alargar a
caminho de criação, caminho de nossa capacidade de nos voltar para o amor a
transformação e ferramenta ímpar de nós mesmo, ao meu outro (quem quer que ele
construção da aprendizagem. Portanto, todo seja) ao mistério da vida que comparto com
ser humano deve ter direito de criar, o direito os meus outros (humanos e não-humanos).
de errar e o direito de mudar de opinião. E, Avaliamos para reencontrar o percurso que
quem tem esses direitos negados, deixa de ser me leva a nós mesmos mesmo e o outro a si
legitimado como único, como legítimo si mesmo. Não esquecendo que nas conexões
mesmo, aprendente e perde o potencial de está os “nós” e os nós que constituem uma
criação e autoria. imensa trama cósmica de humanização no
qual eu comparto a vida da vida e acrescento
Assim, toda pessoa com “deficiência”
deve ter outorgado o seu “sentimento de mais vida a vida por compartilhar e com o
pertencer” a humanidade, a cultura, a outro fiar caminhos e construções.
sociedade a tessitura da vida.
Deste modo, os recursos de apoio ao Conclusões
processo de aprendizagem necessitam
promover significados, sentidos ao objeto de Ao pensar em práticas inclusivas é
conhecimento, e ainda, serem acessíveis à necessário abordar a importância da formação
pessoa com necessidades especiais. Se do professor para atuar de forma inclusiva em
sua classe, sem fazer distinção que essa ou
adequados corretamente com certeza
aquela classe é uma classe de inclusão, a
valorizarão o que este aluno é capaz de
escola é inclusiva porque nela a diversidade é
realizar.
O uso de recursos de tecnologia acolhida.
assistiva, do sistema Braile, da Língua Até recentemente, apenas os professores
Brasileira de Sinais (libras) dentre outros que se interessavam pela educação especial é
trazem diversos benefícios à pratica educativa que se dirigiam para a formação específica e
do professor e ao processo de aprendizagem posteriormente faziam escolhas profissionais
do aluno com necessidades especiais, bem que podiam ou não envolver a educação
como, servem de recursos importantes como inclusiva. Somos cônscios que em geral não
mais uma maneira simbólica de linguagem há formação prévia do professor para a
educação inclusiva/especial, a demanda da
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inclusão chega às escolas antes da preparação precisam de amizade e de amor e que, sem
do docente, e a forma de solucionar essas isso, definham e se amarguram (MORIN,
demandas tem sido a capacitação profissional 2003 p. 53).
em serviço, pela via da formação continuada.
Diante das demandas especificas de Somos todos anjos de uma só asa,
cada aluno percebemos a necessidade de uma vamos nos abraçar para na mais alta
prática pedagógica sustentada por um montanha chegar (ALVES, 2015)!
referencial teórico consistente e uma
assessoria pedagógica adequada. A prática Referências
pedagógica é um dos elementos-chave na
transformação da escola, já que tem
caminhado no sentido de um fazer ALVES, M. D. F. Práticas de aprendizagem
pedagógico das diferenças. integradoras e inclusivas: autoconhecimento
Que a educação sirva não somente para e motivação. Rio de Janeiro: WAK, 2016.
ampliar nosso potencial de aprendências sobre ALVES, M. D. De professor a educador.
coisas do mundo, mas de perceber os valores Contribuições da Psicopedagogia:
aos quais essas coisas estão ligadas, para que ressignificar os valores e despertar a autoria.
não percamos o desejo de ampliar o que 3ª. Ed. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2015.
aprendemos. E, sobretudo, que nos sirva para
_______. Favorecendo a inclusão pelos
ampliar-nos a capacidade de extrair o
caminhos do coração: complexidade,
significado das experiências e seguirmos no
pensamento ecossistêmico e
tear de um trabalho de criação partilhada e
transdisciplinaridade. Rio de Janeiro, WAK,
amorosamente plena de saberes, no qual os
2009.
diferentes aprendentes se sintam motivados a
sentir, pensar, amar, a conviver-e-saber. ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação:
Em uma educação democrática e rumo à sociedade aprendente. Petrópolis, R.J.:
inclusiva devemos saber que homem eu quero vozes,1998.
formar conscientes da coerência do “porque CAPRA, F. A teia da vida: Uma
eu formo” e “para que eu formo” e compreensão científica dos sistemas vivos.
transformo. E este “para que formar” diz-nos São Paulo: editora primeira edição 1999.
de nossa ação valorativa, libertadora, de nossa
ação amorosa e acolhedora para com as DELORS, J. Educação, um tesouro a
diferenças. descobrir. São Paulo: Cortez, 2000.
Terminamos dizendo que uma educação FREIRE, P. A pedagogia do Oprimido. 17
inclusiva segue na incansável busca pela da ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
liberdade, democracia, igualdade social e
fraternidade. Esta luta da construção do MATURANA, H. VARELA, F. Ontologia
humano do humano, da coragem serena, de da realidade. In. Magro, C. et al. (Orgs.)
sabedoria e humilde do voar com o outro, do Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1997.
religar a Teia da Vida. Portanto, por uma MATURANA, H. Emoções e linguagem na
avaliação inclusiva, buscamos, portanto, por educação e na política. Belo Horizonte: Ed.
uma Educação inclusiva, busquemos UFMG, 1999.

[...] um mundo menos terrível, menos cruel,


MATURANA, H; YANEZ, X. D. Habitar
podemos esperar uma humanização, humano em seis Ensaios de biologia-
podemos humanizar e civilizar nossa Terra. cultural. São Paulo: Palas Athena, 2009.
Tudo isso pressupõe, ainda, a religação. Ela MORAES, M.C. Ecologia dos saberes:
é uma necessidade vital para o pensamento, Transdisciplinaridade, complexidade e
para o desabrochar dos seres humanos, que
educação. São Paulo: ProLíbera Editora:
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Antakarana/WHH -Willis Harman House,
2008.
_______. Educar na biologia do amor e da
solidariedade. São Paulo: Vozes, 2003.
_______. Pensamento eco-sistêmico:
educação, aprendizagem e cidadania no
século XXI. São Paulo: Vozes, 2004.
_______; VALENTE, J. A. Como pesquisar
em educação a partir da complexidade e da
transdisciplinaridade? São Paulo: Paulus,
2008.
MORIN, E . Introdução ao pensamento
complexo. Lisboa: Instituto Piaget,1997.
_______. O método V: A humanidade da
humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2002.
_______. Da necessidade de um
pensamento complexo. In MARTINS,
Francisco Menezes; SILVA, Juremir
Machado. Para navegar no século XXI –
Tecnologias do Imaginário e Cibercultura. 3ª.
Ed. Porto Alegre: Sulinas, 2003.
BASSARAB, N. O manifesto da
transdisciplinaridade. São Paulo: Triom,
1999.
SALGADO, S S. Inclusão e processos de
formação. In: SANTOS, M P. Inclusão em
educação: culturas, políticas e práticas. São
Paulo: Cortez, 2008. p. 59-68
SOUZA SANTOS B.; CHAUI, M. Direitos
humanos, democracia e desenvolvimento.
São Paulo: Cortez Editora, 2013.
WALLON, H. Psicologia. WEBER, M. J. S.
e BRULFERT, J. N. (org.). São Paulo, Ática,
1986.
VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem.
São Paulo: Martins Fontes, 1988.

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