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Leia o texto a seguir e responda:

Apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou a si mesmo:

Narciso, Rua Treze, nº 21.

Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no envelope e fechou-se. Horas mais tarde a empregada
colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do carteiro. Diante de uma casa, percebeu que o funcionário
tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira. Voltou ao DCT, foi colocado numa prateleira. Dias
depois, um novo carteiro procurou seu endereço. Não achou, devia ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira,
no meio de muitas outras, amareladas, empoeiradas. Sentiu, então, com terror, que a carta se extraviara. E Narciso
nunca mais encontrou a si mesmo.

Ignácio de Loyola Brandão. O Homem que se endereçou. In: Cadeiras proibidas. São Paulo: Símbolo, 1976.

1. O texto propõe um cenário fantástico; ele constrói sua narrativa baseando-se em uma situação que fere a
lógica e desafia o leitor a “aceitar” o faz de conta como condição de sentido para o texto. Que situação é
essa? Justifique.
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Leia o poema de Mário Quintana e responda

A Rua dos Cataventos

Da vez primeira em que me assassinaram,


Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meus cadáveres eu sou


O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!


Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!


Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Disponível em: <http://www.revistabula.com/2329-os-10-melhores-poemas-de-mario-quintana/ >. Acesso em: 22 nov. 2017

2. É tratado no poema um fato que desafia a lógica de se contar uma história. Qual seria esta incoerência?
Justifique.
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3. O eu lírico estabelece um diálogo no poema. A quem ele se dirige? Justifique.


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- Leia o poema e responda:

Noite

Úmido gosto de terra, A noite abria a frescura


cheiro de pedra lavada, dos campos todos molhados,
– tempo inseguro do tempo! – – sozinho, com o seu perfume! –
sobra do flanco da serra, preparando a flor mais pura
nua e fria, sem mais nada. com ares de todos os lados.
Brilho de areias pisadas, Bem que a vida estava quieta.
sabor de folhas mordidas, Mas passava o pensamento...
– lábio da voz sem ventura! – – de onde vinha aquela música?
suspiro das madrugadas E era uma nuvem repleta
sem coisas acontecidas. entre as estrelas e o vento.
Cecília Meireles

4. As técnicas de descrição podem ser usadas em diversos tipos de texto, inclusive em poemas. Os trechos
destacados do poema apresentam, respectivamente, descrições de sensações.
a) tátil e olfativa.
b) gustativa e visual.
c) visual e auditiva.
d) auditiva e gustativa.
e) olfativa e gustativa
.

- Leia o fragmento da crônica “Mar”, de Rubem Braga, para responder a questão:

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de meninos. Nós tínhamos
viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que já o tinha visto. Ele nos contava que havia três
espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente
fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha espuma e às vezes não
tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às
vezes uma porção de espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos.
BRAGA, Rubem. “Mar”. Crônicas do Espírito Santo”. [s.l]: Global, 2015.

5. Antes de conhecer o mar, a ideia que o protagonista fazia dele era:

a) perfeita: ele conseguia visualizar o mar em detalhes e com exatidão, sem nunca tê- -lo visto.
b) equivocada: ele imaginava o mar como uma sucessão de lagoas, entremeadas por rios.
c) vaga: por mais que o amigo descrevesse o mar, ele não conseguia imaginar coisa alguma.
d) absurda: ele não considerava a presença da água na imagem que concebia em sua mente.
e) real: apesar de nunca ter visto o mar pessoalmente, ele conseguia imaginá-lo a partir de fotos e
filmes.

Leia o poema para responder às questões 6 e 7

A palavra mágica
Certa palavra dorme na sombra no mundo todo.
de um livro raro. Se tarda o encontro, se não a encontro,
Como desencantá-la? não desanimo,
É a senha da vida procuro sempre.
a senha do mundo.
Vou procurá-la. Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
Vou procurá-la a vida inteira minha palavra.
Carlos Drummond de Andrade. In: Discurso de Primavera, 1977

6. Ao inserir a pergunta “Como desencantá-la?”, o poeta:

a) estabelece um diálogo direto com o leitor.


b) faz uma pergunta retórica que ele mesmo responde.
c) antecipa um assunto que irá desenvolver logo em seguida.
d) provoca uma reflexão que não espera a resposta de ninguém.
e) deixa subentendida a ideia de que é impossível desencantar a palavra.

7. Conotação é empregar as palavras com sentido figurativo, como ocorre nos primeiros versos do poema:
“Certa palavra dorme na sombra de um livro raro”. Destaque mais dois versos do poema que contenha
sentido conotativo.
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Leia o poema de Mário Quintana para responder às questões

Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980.

8. Segundo o texto, o que alimenta um poema? Justifique se possível com um verso que menciona isto.
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9. Para construir a linguagem simbólica de seu texto, o poeta empregou diversas figuras de linguagem. A
ideia de que os poemas são como pássaros, sempre em movimento e em interação com aquele que o lê, é
reforçada pela antítese:

a) chegam × pousam.
b) lês × fechas.
c) não têm pouso/ nem porto.
d) pousam × voam, chegam × partem.
e) alimentam-se ×partem.

- Leia a tirinha a seguir e responda

10. No último quadrinho, a reflexão proposta pela tirinha se configura baseada em uma figura de linguagem.
De qual figura de linguagem se trata?

a) Eufemismo.
b) Ironia.
c) Hipérbole.
d) Antítese.
e) Personificação.

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