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Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no envelope e fechou-se. Horas mais tarde a empregada
colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do carteiro. Diante de uma casa, percebeu que o funcionário
tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira. Voltou ao DCT, foi colocado numa prateleira. Dias
depois, um novo carteiro procurou seu endereço. Não achou, devia ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira,
no meio de muitas outras, amareladas, empoeiradas. Sentiu, então, com terror, que a carta se extraviara. E Narciso
nunca mais encontrou a si mesmo.
Ignácio de Loyola Brandão. O Homem que se endereçou. In: Cadeiras proibidas. São Paulo: Símbolo, 1976.
1. O texto propõe um cenário fantástico; ele constrói sua narrativa baseando-se em uma situação que fere a
lógica e desafia o leitor a “aceitar” o faz de conta como condição de sentido para o texto. Que situação é
essa? Justifique.
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2. É tratado no poema um fato que desafia a lógica de se contar uma história. Qual seria esta incoerência?
Justifique.
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Noite
4. As técnicas de descrição podem ser usadas em diversos tipos de texto, inclusive em poemas. Os trechos
destacados do poema apresentam, respectivamente, descrições de sensações.
a) tátil e olfativa.
b) gustativa e visual.
c) visual e auditiva.
d) auditiva e gustativa.
e) olfativa e gustativa
.
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de meninos. Nós tínhamos
viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que já o tinha visto. Ele nos contava que havia três
espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente
fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha espuma e às vezes não
tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às
vezes uma porção de espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos.
BRAGA, Rubem. “Mar”. Crônicas do Espírito Santo”. [s.l]: Global, 2015.
a) perfeita: ele conseguia visualizar o mar em detalhes e com exatidão, sem nunca tê- -lo visto.
b) equivocada: ele imaginava o mar como uma sucessão de lagoas, entremeadas por rios.
c) vaga: por mais que o amigo descrevesse o mar, ele não conseguia imaginar coisa alguma.
d) absurda: ele não considerava a presença da água na imagem que concebia em sua mente.
e) real: apesar de nunca ter visto o mar pessoalmente, ele conseguia imaginá-lo a partir de fotos e
filmes.
A palavra mágica
Certa palavra dorme na sombra no mundo todo.
de um livro raro. Se tarda o encontro, se não a encontro,
Como desencantá-la? não desanimo,
É a senha da vida procuro sempre.
a senha do mundo.
Vou procurá-la. Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
Vou procurá-la a vida inteira minha palavra.
Carlos Drummond de Andrade. In: Discurso de Primavera, 1977
7. Conotação é empregar as palavras com sentido figurativo, como ocorre nos primeiros versos do poema:
“Certa palavra dorme na sombra de um livro raro”. Destaque mais dois versos do poema que contenha
sentido conotativo.
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Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980.
8. Segundo o texto, o que alimenta um poema? Justifique se possível com um verso que menciona isto.
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9. Para construir a linguagem simbólica de seu texto, o poeta empregou diversas figuras de linguagem. A
ideia de que os poemas são como pássaros, sempre em movimento e em interação com aquele que o lê, é
reforçada pela antítese:
a) chegam × pousam.
b) lês × fechas.
c) não têm pouso/ nem porto.
d) pousam × voam, chegam × partem.
e) alimentam-se ×partem.
10. No último quadrinho, a reflexão proposta pela tirinha se configura baseada em uma figura de linguagem.
De qual figura de linguagem se trata?
a) Eufemismo.
b) Ironia.
c) Hipérbole.
d) Antítese.
e) Personificação.