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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO AMAZONAS
CAMPUS MANAUS DISTRITO INDUSTRIAL
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E
AUTOMAÇÃO

GABRIEL WENDEL SANTOS DA SILVA

UM SISTEMA ULTRASSÔNICO PARA DETECÇÃO DE CLORO EM


ÁGUA POTÁVEL

MANAUS - AM
2018
GABRIEL WENDEL SANTOS DA SILVA

UM SISTEMA ULTRASSÔNICO PARA DETECÇÃO DE CLORO EM


ÁGUA POTÁVEL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia de Controle e Automação, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amazonas, Campus
Manaus Distrito Industrial – IFAM/CMDI.

Orientador: Prof. Dr. Vitor Frota


Bremgartner.
Co-orientador: Msc. Carlos Raimundo
Pereira dos Santos Júnior.

MANAUS - AM
2018
AGRADECIMENTOS

Folha que contém manifestação de reconhecimento a pessoas e/ou


instituições que realmente contribuíram com o autor, devendo ser expressos de
maneira simples. Coloca-se no espaço superior da folha a palavra
Agradecimento(s), grafada em CAIXA ALTA, em negrito e centralizada.
Exemplo:
Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que
fizeram parte dessa importante fase de minha vida. Portanto, desde já peço
desculpas àquelas que não estão presentes entre essas palavras, mas elas podem
estar certas que fazem parte do meu pensamento e de minha gratidão.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Fulano, pela sabedoria com que me
guiou nesta trajetória.
Aos meus colegas de sala.
A Secretaria do Curso, pela cooperação.
Gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento à minha
família, pois acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse desafio.
Enfim, a todos os que de alguma forma contribuíram para a realização desta
pesquisa.
Espaço destinado à epígrafe (elemento
opcional). Nesta folha, o autor usa uma
citação, seguida de indicação de autoria e
ano, relacionada com a matéria tratada no
corpo do trabalho.

Exemplo: “...que a importância de uma


coisa não se mede com fita métrica nem
com balanças nem barômetros etc. Que a
importância de uma coisa há que ser
medida pelo encantamento que a coisa
produza em nós”. (Manoel de Barros)
RESUMO

SILVA, Gabriel. Um sistema ultrassônico para medição de cloro em água


potável. 2018.12. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado em Engenharia de
Controle e Automação – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Amazonas – Campus Manaus Distrito Industrial. Manaus, Amazonas, 2018.

O cloro é um desinfetante amplamente utilizado na água no tratamento para


consumo humano, por isso, um sistema confiável de detecção de cloro é necessário,
já que quando usado em grandes quantidades pode causar várias doenças. Este
trabalho propõe um método de análise da água contaminada por cloro usando um
sistema eletrônico composto por transdutores ultrassônicos e time-to-digital
converters.

Palavras-chave: Análise de água potável. Medição de cloro. Sistema ultrassônico.


ABSTRACT

SILVA, Gabriel. A ultrasonic system for chlorine measurement in potable water.


2018. 12. Bachelor’s Degree Completion Work in Control and Automation
Engineering –Federal Institute of Education, Science and Technology of Amazon –
Campus Manaus Industrial District. Manaus, Amazonas 2018.
Chlorine is the most widely disinfectant used in the water to treatment for human
consumption, because of this, a reliable system of chlorine detection is necessary,
since when used in large quantities can cause several diseases. This paper
proposes a method of analyze water contaminated by chlorine using an electronic
system composed of ultrasonic transducers and time-to-digital converters.
Keywords: Potable water analysis. Chlorine measurement. Ultrasonic system.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Elemento opcional. São ilustrações: figuras, quadros, gráficos, fotografias, retratos,


desenhos, gravuras, imagens, fluxogramas, organogramas, esquemas, mapas,
plantas.

Recomenda-se a elaboração de listas específicas e separadas para cada tipo de


ilustração a partir da existência de cinco elementos da mesma espécie. Para uma
lista de ilustrações, organizá-la por ordem alfabética dos elementos.

Para atualizar a lista, clicar com o botão direito do mouse sobre o sumário em
Atualizar campo e selecionar uma opção disponível de acordo com a necessidade.

Figura 1. Componentes de um transdutor ultrassônico ............................................. 18


Figura 2. Modelo de propagação de ondas ............................................................... 23
Figura 3. Campo Sônico nas proximidades do cristal piezelétrico ............................ 23
Figura 4. Fenômeno de difração de ondas ................................................................ 24
Figura 5. Alto- falante internamente .......................................................................... 25

Fotografia 1 - Entrada da Biblioteca da UTFPR Ponta Grossa .... Erro! Indicador não
definido.

Gráfico 1 - Estatística de Empréstimos em Janeiro de 2009 ........ Erro! Indicador não


definido.

Quadro 1 - Áreas de Desenvolvimento de Competências ............ Erro! Indicador não


definido.
LISTA DE TABELAS

Elemento opcional. É a relação das tabelas contidas no trabalho. Estas devem vir
em lista própria, de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item
designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página.

Para atualizar a lista, clicar com o botão direito do mouse sobre o sumário em
Atualizar campo e selecionar uma opção disponível de acordo com a necessidade.

Tabela 1 - Desempenho dos alunos na prova de conhecimentos específicos ..... Erro!


Indicador não definido.
Tabela 2 - Situação da Educação Brasileira em 2002 – Ensino MédioErro! Indicador
não definido.
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS

Elemento opcional que consiste na relação, em ordem alfabética, das abreviaturas


(parte da palavra representando o todo), siglas (forma de abreviatura formada pelas
letras iniciais de palavras de expressões) e acrônimos (palavras formadas por letras
ou sílabas iniciais de outras expressões, formando uma palavra pronunciável).
Siglas e acrônimos são utilizados no texto, seguidos das palavras ou expressões
correspondentes por extenso.

Recomenda-se a elaboração de listas específicas e separadas a partir da


existência de cinco elementos da mesma espécie.

LISTA DE ABREVIATURAS

a.C. Antes de Cristo


Cód. Civ. Código Civil
CO Conhecimento Organizacional

LISTA DE SIGLAS

ABIPTI Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica


BSC Balanced Scorecard
CH Capital Humano

LISTA DE ACRÔNIMOS

CAE Computer Aided Engineering


NASA National Aeronautics and Space Administration
OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................11
1.1 OBJETIVOS ...............................................................................................12
1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................13
2. REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................16
2.1 TRANSDUTORES ULTRASSÔNICOS ......................................................16
2.1.1 COMPONENTES DE UM TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO ....................18
2.1.2 SENSIBILIDADE DO TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO ...........................19
2.1.3 EFICIÊNCIA DO TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO ..................................19
2.1.4 VELOCIDADE DAS ONDAS ACÚSTICAS .................................................19
2.1.5 REFLEXÃO DO ULTRASSOM ...................................................................20
2.1.6 TEMPO DE VOO DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS ...................................20
2.1.7 PRINCÍPIOS SÔNICOS .............................................................................21
2.1.8 CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS .............................21
2.1.8.1 COMPRIMENTO DE ONDA .......................................................................21
2.1.8.2 CAMPO SÔNICO .......................................................................................22
2.1.9 FREQUÊNCIA DO ULTRASSOM...............................................................24
2.2 TIME-TO-DIGITAL-CONVERTERS ............................................................25
2.3 MICROCONTROLADOR TDC 1000...........................................................25
REFERÊNCIAS .......................................................................................................26
11

Capítulo 1
1. Introdução
Atualmente o mercado vem utilizando frequentemente os sistemas de
ultrassom para caracterização de líquidos e até mesmo de materiais sólidos, como
alimentos, para fins determinação de características bioquímicas, físicas e
microbiológicas dos mesmos. De acordo com Ana et al. ( 2010), isso deve-se ao fato
de que as ondas de ultrassom possuem uma variedade de efeitos, considerando a
combinação das características das ondas com a dos alimentos.
A caracterização de líquidos, no caso deste trabalho a água clorificada, é uma
atividade indispensável em indústrias, tanto para realização do controle de qualidade
de produtos e matérias-primas e também de resíduos de produção, segundo Daciuk
(2008). Isto se deve ao fato de exigências da legislação brasileira e também dos
próprios clientes da empresa. Para esta análise ser realmente eficiente, é necessário
um sistema de detecção imediata da presença de determinado elemento no resíduo
fluido proveniente do sistema de produção, o que nem sempre ocorre. Normalmente
as amostras são enviadas para laboratórios de análise química, o que muitas vezes
acaba por prolongar a entrega dos testes laboratoriais, acarretando no descarte
incorreto de um fluido contaminado no meio ambiente por parte da empresa.
Há também a necessidade de testar quimicamente a água proveniente dos
encanamentos residenciais, que por sua vez advém do encanamento da
concessionaria de água, onde muitas vezes pode haver vazamentos e contaminação
da água por microorganismos. A solução das concessionarias para este problema é
inserir determinada quantidade de cloro, que comprovadamente é um agente
químico cancerígeno, na água, frequentemente utilizando uma quantidade acima da
permitida por lei.
A água é o elemento considerado o solvente universal e de importância
fundamental para a existência de seres vivos. Com o avanço dos sistemas de
distribuição de água, quando esta chega às residências, muitas vezes contém
quantidades consideráveis de cloro, o que pode causar problemas à saúde humana.
Estima-se que 80% das doenças e cerca de um terço das mortes nos países
em desenvolvimento, onde o Brasil está localizado, sejam causadas pelo consumo
12

de água contaminada, conforme Galal (1996). Essa contaminação afeta


principalmente um grupo específico de pessoas, como crianças, bebês, idosos e
pessoas já doentes.
Conforme Daciuk (2008), além de indústrias e residências, pode-se citar os
poços de prospecção de petróleo, onde geralmente o escoamento proveniente do
reservatório é composto por óleo, água, gases e até mesmo areia (no caso de poços
submersos), e a caracterização deste escoamento, determinando os componentes
sólidos, líquidos e gasosos, o que pode ser utilizado para definir o ponto de
operação das bombas utilizadas, desta forma aumentando sua vida útil.
O Brasil geralmente tem casos de contaminação por cloro envolvendo saúde
pública. Assim, vários estudos são realizados para encontrar o melhor método de
detecção de cloro, dentre eles o trabalho proposto por Douglas et. al (2014), que
realiza a detecção de cloro utilizando Espectroscopia de Impedância Elétrica (EIS),
buscando encontrar uma relação matemática entre o espectro da impedância
elétrica e a concentração de cloro encontrada na água, utilizando EIS. A pesquisa
de Joaquim (2005) também lida com a detecção de cloro, no entanto, usando uma
titulação por N, N-dietil-p-fenileno diamina (DPD), que é um indicador da presença
de cloro residual, que reage à presença de mudança de cor do cloro. Outro método
desenvolvido foi descrito por March (2002), que detectou a presença de cloro na
água de alguns banheiros e lavanderias utilizando ortolitidina.

1.1 OBJETIVOS

Objetivo deste trabalho é fazer a detecção de uma quantidade superior à


recomendada por autoridades médicas do agente químico Cloro (𝐶𝑙) presente na
água de tanques residenciais utilizando um transdutor ultrassônico. Para isso, é
desenvolvido um instrumento de verificação constituído de uma parte eletrônica
(hardware) e por uma ferramenta computacional (software), com dedicação à
aquisição dos dados dos registradores do módulo TDC 1000- TDC 7200 EVM.

No presente trabalho é dada ênfase à velocidade do som, mostrando os


detalhes de Time of Flight (TOF), o qual permite a caracterização da velocidade do
som em meio aquoso contaminado por cloro. O método desenvolvido é de
implementação simples e elimina a dependência da utilização de outros elementos
13

químicos que também servem para detecção de cloro, porém têm custo elevado e
precisam ser comprados constantemente.

Para possibilitar esses testes de detecção de cloro, o objetivo é propor um


sistema de análise ultrassônica, que determinará o tempo de voo da onda
ultrassônica, que varia de acordo com o fluido analisado, a fim de compará-lo com
tempo de voo da água limpa e assim determinar se há ou não contaminação da
água. Além dos itens citados, este trabalho também tem como objetivo encontrar
uma equação equivalente que possa ser usada como um parâmetro para definir a
quantidade de cloro em determinada porção de água, e que contenha o menor erro
possível em comparação com o sistema real.

1.2 JUSTIFICATIVA

No âmbito nacional, há dois lugares que justificam a implementação desse


projeto de pesquisa. Trata-se da água presente em cisternas e tanques residenciais.
As cisternas têm como objetivo a captação de águas pluviais, não excluindo também
seu abastecimento artificial por caminhões-pipa. Em ambos os casos, a água pode
ser contaminada por produtos de limpeza como o cloro, tanto no caminho que é feito
até a cisterna, no caso da água transportada por caminhões, quanto já dentro da
própria cisterna. Já nos tanques residenciais, o abastecimento feito é público, pelo
encanamento da residência, ou seja, deve passar por um tratamento químico e
mecânico para desinfecção dos microorganismos e vermes que provocam doenças
como esquistossomose em seres humanos, além de despoluição para a retirada de
agentes químicos como mercúrio (Hg), que é um metal venenoso e denso, o qual é
utilizado por garimpeiros para separar o ouro de outros metais que possam estar
junto a ele.
O Ministério da Saúde instituiu em 2017 a Portaria de Consolidação nº 5, que
trata da potabilidade da água e discorre sobre os procedimentos para controle e
vigilância da qualidade da água consumida por seres humanos e outras leis
relacionadas à saúde humana. Nesta portaria incluísse a quantidade de cloro, que
deve variar de 0,2 a 2 mg/L. Segundo Koivusalo et al. (1996), a cloração de água é
conhecida por produzir uma mistura complexa de compostos organoclorados,
incluindo substâncias mutagênicas e cancerígenas.
14

Atualmente muitas empresas necessitam testar quimicamente os fluidos


provenientes de seus processos de produção, visto que dependendo do nível de
contaminação no fluido, este deve ser descartado de maneira ecologicamente
correta para não infringir nenhum tipo de legislação ambiental vigente. Logo, este
projeto também pode ser aplicado nestes locais que precisam detectar a presença
de contaminação clorosa em fluidos aquosos de maneira rápida e eficiente,
eliminando gastos com reagentes químicos para detecção de cloro. Diversas vezes
os contaminantes presentes nos produtos de entrada numa planta são nocivos aos
equipamentos que a compõe e a detecção prévia destes pode evitar danos às
máquinas e prejuízos posteriores à empresa.
Acidentes com cloro no Brasil não são tão incomuns, como em setembro de
2000, quando dezesseis pacientes submetidos a hemodiálise em um hospital
apresentavam sintomas de envenenamento por cloro e cloramina. Na época, um
novo reservatório foi instalado, que começou a distribuir para as máquinas de
hemodiálise, de acordo com a pesquisa de Calderaro e Heller (2001). Durante a
troca, o suprimento foi feito por um tanque antigo, que foi desinfetado com cloro por
uma empresa terceirizada, que não verificou ou fez testes para verificar a presença
de cloro residual. Após os pacientes renais apresentarem sintomas de intoxicação,
foi realizada uma análise da água, que apresentou níveis de contaminação acima de
2,75 mg / L, quantidade acima da permitida pela atual portaria de consolidação do
Ministério da Saúde.
Os métodos mais comuns para análise da qualidade de produtos finais em
uma indústria são os de cromatografia e espectrometria, métodos já bastante
utilizados nas mais variadas análises, como a gasosa e aquosa, de acordo com
estudo de Lichtenberg (1975), que relaciona os métodos para a determinação de
contaminantes na água. Estas análises possuem altos graus de precisão e
confiabilidade, todavia, em contra partida com a detecção ultrassônica, há um alto
custo para realizar as ditas análises e novamente a demora do recebimento dos
resultados das amostras dos fluidos que foram enviadas para caracterização em
laboratórios especializados.
Outra justificativa importante é que considerando a constante falta de
manutenção nos pontos onde, por exemplo, há constantes vazamentos de água, a
solução dada pelas empresas de água é adicionar uma quantidade maior de cloro
para desinfetá-la. As maiores quantidades de cloro adicionadas aos sistemas de
15

distribuição deixam um resíduo, que neutraliza a ação dos microrganismos ou os


elimina, de acordo com Souza (2006). No entanto, há uma crescente atenção aos
subprodutos, criados pela reação entre o cloro residual e o material orgânico
encontrado na água, uma vez que a reação resultante consiste em subprodutos
indesejáveis, como os trialometanos, que são mais frequentes e por causa de sua
ação. O potencial cancerígeno é um dos subprodutos mais preocupantes.
16

Capítulo 2

2. Referencial Teórico

2.1 TRANSDUTORES ULTRASSÔNICOS

Um transdutor ultrassônico consiste em um dispositivo que converte um pulso


elétrico em onda acústica e o inverso também ocorre; uma onda acústica se
transforma em pulso elétrico. Grande parte dos transdutores ultrassônicos é
produzida com materiais piezelétricos, que realizam a conversão de energia elétrica
em mecânica e vice-versa.
Em 1880 o efeito de conversão de energia mecânica em energia elétrica
direto foi descoberto por Pierre e Jacques Curie e foi chamado de efeito piezelétrico.
Já em 1881, Lippman utilizou princípios termodinâmicos para prever um efeito
piezelétrico inverso, ou seja, de converter energia elétrica em energia mecânica,
segundo Eiras (2004).
Os transdutores ultrassônicos têm diversas aplicações, que incluem áreas
distintas tais como medicina, ensaios não destrutivos em mecânica e caracterização
de materiais, além de poder serem produzidos em várias configurações como: arrays
lineares e circulares e elemento único. O campo acústico gerado pelo ultrassom é
propagado para qualquer meio, sendo este o corpóreo, no caso da medicina ou
também fluidos, no caso deste trabalho.
A partir do momento que onda ultrassônica encontra uma interface com meios
diferentes, como, por exemplo, a superfície de um órgão, de acordo com o mostrado
por Nascimento (2003), parte da energia gerada é refletida e outra é transmitida,
desta forma a energia refletida é captada pelo transdutor ultrassônico, amplificada e
processada e pode ser utilizada para fins medicinais, tais como a formação da
imagem da estrutura de um exame médico. Os transdutores utilizados nesta
aplicação devem estar de acordo com alguns requisitos, particularmente gerar um
pulso estreito e ter alta sensibilidade.
Hoje grande parte dos transdutores ultrassônicos é produzida a partir de
cerâmicas de titanato zirconato de chumbo (PZT), que possuem características
17

superiores às apresentadas pelos cristais de quartzo, matéria prima dos primeiros


transdutores ultrassônicos. Para tornar a produção de transdutores com erros
menores, diversos modelos matemáticos foram desenvolvidos para prever o
funcionamento destes transdutores, dentre eles o modelo por Métodos de Elementos
Finitos (MEF), uma vez que de acordo com Kino (1987) e Belincourt et al. (1964),
antes os modelos de previsão eram unidimensionais, como o modelo proposto por
Mason e o modelo KLM, proposto por Krimholtz et al. (1970).
Visando melhorar os transdutores ultrassônicos feitos de cristais de quartzo e
também de PZT, a partir de 1970 foram desenvolvidos os chamados materiais
piezelétricos compósitos, que basicamente é composto por dois materiais: a
cerâmica piezelétrica e um polímero não piezelétrico, de maneira que o material
formado contenha propriedades superiores à cerâmica piezelétrica tradicional.
Muitos fatores tais como o tipo de elemento que foi utilizado para a
construção do transdutor, compatibilização elétrica, além de condições externas
como cargas mecânicas e elétricas são capazes de influenciar o comportamento e o
desempenho de um transdutor, além das várias variáveis de construção física.
Na construção dos transdutores é possível de definir sua forma de atuação
como receptor de ondas ou também transmissor e até mesmo os dois, que podem
ter características semelhantes para que tenha a mesma eficiência no desempenho
sem importar o modo de operação.
Como dito no primeiro parágrafo, os materiais piezelétricos convertem energia
mecânica em energia elétrica e vice-versa, ou seja, a tensão mecânica depende da
deformação e também do campo elétrico, da mesma maneira que o deslocamento
elétrico depende do campo elétrico e da deformação, assim, as equações que
demonstram as grandezas foram mostradas por Rosenbaun (1988), Berlincourt et. al
(1964) e Ikeda (1996) e podem ser vistas a seguir.

𝐸
𝑇𝑖𝑗 = 𝑐𝑖𝑗𝑘𝑙 𝑆𝑘𝑙 − 𝑒𝑘𝑖𝑗 𝐸𝑘 (2.1)

𝑆
𝐷𝑖 = 𝑒𝑖𝑘𝑙 𝑆𝑘𝑙 + 𝜀𝑖𝑘 𝐸𝑘 (2.2)
18

Onde 𝑒𝑘𝑖𝑗 e 𝑒𝑖𝑘𝑙 são constantes piezelétricas e S e E são a deformação e o


campo elétrico constante respectivamente. O ε equivale ao tensor de permissividade
elétrica do material; 𝐷𝑖 é o deslocamento elétrico e 𝑇𝑖𝑗 é a tensão de deformação.

2.1.1 COMPONENTES DE UM TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO

A figura a seguir mostra um transdutor ultrassônico internamente assim com a


disposição dos componentes internos do mesmo.
Excitacão da cerâmica
Aterramento

Indutor

Tubo de latão

Cerâmica piezelétrica

Figura 1. Componentes de um transdutor ultrassônico


Fonte: Autor
Como visto anteriormente, o elemento ativo do transdutor é o PZT, que é
visualizado como um disco de cerâmica piezelétrica, com um diâmetro maior que a
espessura e eletrodos acoplados nas faces paralelas do transdutor. O elemento
ativo é o responsável pela transformação do pulso elétrico em um campo acústico,
quando opera como transmissor, ou conversão o campo acústico em pulso elétrico
quando o transdutor atua como receptor.
19

2.1.2 SENSIBILIDADE DO TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO

A sensibilidade do transdutor está ligada à capacidade de encontrar alvos


dentro do ambiente ao qual está ligado e assim haja a reflexão da onda ultrassônica.
Todavia, a sensibilidade é uma variável complexa de ser definida, por conta da
influência do material utilizado, do pulso de excitação do transdutor, além de sua
eficiência, no que se refere à piezeletricidade, entre outros. Há também as variáveis
que não dependem somente do transdutor, como o material que irá refletir a onda,
temperatura do corpo que irá receber as ondas, sendo fluido ou sólido, além da
atenuação do meio de transmissão.

2.1.3 EFICIÊNCIA DO TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO

A eficiência do transdutor, quando opera como transmissor, é dada pela


razão entre a energia do pulso de excitação e a energia convertida em um campo
acústico, por meio do efeito piezelétrico. O pulso acústico é transmitido pelo
transdutor através de um meio e este irá gerar um eco que será refletido pela
superfície de reflexão de volta ao mesmo transdutor. Esse método é conhecido
como Método Pulso-Eco, onde o transdutor ultrassônico feito de um único material
piezelétrico é colocado em determinada posição, de onde serão enviadas e
recebidas as ondas ultrassônicas geradas quando encontrarem um material com
impedância acústica diferente.

2.1.4 VELOCIDADE DAS ONDAS ACÚSTICAS

Hellier (2003), diz que a velocidade do som varia de acordo com material ao
qual estão sendo propagadas, concluindo que ela é mais em materiais metálicos do
que em gases, todavia cada tipo de metal tem uma variância em relação aos outros.
A variação da velocidade da onda, ao contrário do que se pensa, não tem
nenhuma relação com os parâmetros das ondas como: comprimento de onda,
frequência, etc., mas sim com o meio a qual está sendo propagada. Variáveis como
temperatura do fluido, pH e densidade são as que mais influenciam a velocidade do
som, diminuindo ou aumentando a mesma.
20

No que se refere à variação da velocidade, pode-se tomar como exemplo


duas ondas gerada no mesmo meio fluídico, mesmo que com diferentes
comprimentos de onda e frequência, certamente se propagarão na mesma
velocidade. Já ondas com as mesmas características citadas, contudo, em meios
fluídicos diferentes, decerto irão ter velocidades diferentes.

2.1.5 REFLEXÃO DO ULTRASSOM

A reflexão é um fenômeno inevitável quando se trata de ondas acústicas


propagando-se em meios distintos, como, por exemplo, água e meta, ou água e
acrílico, que foram os materiais utilizados na realização deste trabalho. Andreucci
(2011) comenta que quando uma onda sonora se propaga pela interface de dois
materiais distintos, parte dela é refletida e outra é transmitida, porém essas partes
dependem do material de fabricação do transdutor. Hellier (2003) diz que quanto
mais distintos os materiais da interface de propagação da onda, maior será a parcela
de onda refletida.
Segundo Hellier (2003), a característica que define a quantidade de energia
refletida ou transmitida é conhecida como impedância acústica e pode ser
determinada por (2.3).
𝐼𝑎𝑐 = 𝑚𝐶 (2.3)

Onde 𝐼𝑎𝑐 é a impedância acústica, 𝑚 a massa específica do material e 𝐶 a


velocidade do som no meio.

2.1.6 TEMPO DE VOO DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS

O tempo de voo das ondas ultrassônicas, em inglês time of flight (ToF),


caracteriza-se como o tempo em que a onda irá viajar no meio em que está sendo
propagada. Como dito anteriormente, cada material ou meio de propagação têm
uma velocidade de propagação de onda diferente, que interfere diretamente no ToF
da onda. Neste trabalho, foram utilizados dois transdutores ultrassônicos e o ToF foi
medido entre eles, ou seja, assim como a velocidade do som, o tempo de voo de
cada material também varia de acordo com o meio. Neste trabalho, o principal ponto
21

de verificação é a o tempo de voo de cada amostra testada. A equação de


determinação do tempo de voo da amostra é vista em (2.4).
𝑑 (2.4)
𝑇𝑜𝐹 = 𝐶 2

Onde 𝑑 equivale à distância entre os transdutores ultrassônicos.

2.1.7 PRINCÍPIOS SÔNICOS

Em medições industriais, os sistemas ultrassônicos são de grande


importância, uma vez que são não-intrusivos e não-destrutivos e possuem custos
relativamente baixos, além de terem aplicações comerciais com grande interesses
para diversos tipos de medição.
Xu, Leonard e Green (1985) apresentaram um estudo sobre a determinação
da concentração de gás em uma mistura de água em ar, em um protótipo vertical de
2,5 metros de altura e 38 mm de diâmetro. Da mesma forma que o sistema proposto
por este trabalho, Xu, Leonard e Green (1985) utilizam dois transdutores
ultrassônicos posicionados em lugares opostos do corpo de prova.

2.1.8 CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS

Em Martin (2012), as ondas sonoras são classificadas de acordo com modo


que uma partícula vibra na direção de propagação da onda, desta forma é possível
diferenciar cinco maneiras de como uma onda pode propagar-se, são elas: ondas
superficiais, ondas longitudinais, ondas transversais, ondas Creeping e ondas Lamb.
Neste trabalho, o modo de propagação das ondas quase não existiu, devido
ao movimento perpendicular no mesmo sentindo de propagação da onda,
semelhante às ondas transversais e ao baixíssimo cisalhamento do fluido aquoso.

2.1.8.1 COMPRIMENTO DE ONDA

Outra característica importante das ondas é seu comprimento. Normalmente


o comprimento de onda poder ser definido como a distância entre dois vales ou dois
picos sucessivos de uma onda, e pode ser calculado a partir de (2.5).
22

𝐶 (2.4)
𝜆=𝑓

Onde 𝜆 é o comprimento de onda e 𝑓 a frequência de vibração.


Em ensaios utilizando materiais sólidos o comprimento de onda é bastante
importante, uma vez que para detecção dos defeitos o comprimento de onda precisa
ser duas vezes menor para poder definir se há problemas ou não.

2.1.8.2 CAMPO SÔNICO

De acordo com Santin (2013), a energia irradiada a partir de um ponto


propaga-se em todas as direções, com uma frente de onda com um formato esférico
e com intensidade diminuindo com o quadrado da distância, que foi chamado de
Princípio de Huygens.
Em 1678, Huygens propôs um método para representar frentes de onda,
consiste em: cada ponto de uma onda se comporta como uma nova fonte de ondas
elementares, com as mesmas características da onda “mãe”. A partir do Princípio
de Huygens conclui-se que em um meio homogêneo e com as mesmas
características em toda sua extensão, a frente de onda irá deslocar-se da mesma
forma até que encontre um obstáculo, como mostrado na Figura 2.
Em Andreucci (2011), em se tratando da física do cristal piezelétrico, é
possível visualizar as ondas geradas pelo cristal, que é formado por infinitos pontos
de oscilação, onde cada uma forma ondas que se propagam no meio, semelhante à
Figura 3. Santin (2003) diz que devido às interferências da frente de ondas umas
nas outras, terminam com a perda de seu formato esférico, com visto na Figura 3.
23

Frente de
onda em t2

Frente de
onda em t1

Fonte

Figura 2. Modelo de propagação de ondas


Fonte: Virtuous Tecnologia da Informação. (Adaptado)

Figura 3. Campo Sônico nas proximidades do cristal piezelétrico


Fonte: Adaptado de Andreucci (2011)

Partindo do Principio de Huygens, é possível explicar o fenômeno de


difração das ondas sonoras, que é o encurvamento sofrido pelos raios das ondas
quando atinge algum obstáculo à propagação, conforme mostrado na Figura 4.
24

Figura 4. Fenômeno de difração de ondas


Fonte: Virtuos Tecnologia da Informação.

A difração de ondas mostra que as ondas refletidas não são retilíneas, uma
vez que parte da barreira é refletida, os raios que atingem a fenda passam por ela,
assim, nem todas continuam retas.

2.1.9 FREQUÊNCIA DO ULTRASSOM

Geralmente um ser humano pode ouvir sons em uma frequência de 20 Hz a


20 kHz. Ondas com frequências abaixo de 20 Hz são denominadas ondas de
infrassom, que são as faixas não audíveis por seres humanos. Nas faixas de
frequências audíveis, usualmente se usa alto-falantes, como o da Figura 5, para
gerar as ondas acústicas, o qual consiste em um cone de papelão, um eletroímã e
um imã permanente. Quando se aplica uma corrente elétrica ao eletroímã, é gerado
um campo magnético que faz com que o cone movimente-se para trás e para frente,
gerando uma onda acústica.
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Armação Cone

Ímã Eletroímã
permanente

Figura 5. Alto- falante internamente


Fonte: Autor.

Neste trabalho são utilizados transdutores com frequência de 2 MHz, ou


seja, está numa faixa acima de 20 kHz, fora da faixa audível do ser humano e para
frequências acima desta faixa geralmente são utilizados transdutores piezelétricos.

2.2 TIME-TO-DIGITAL-CONVERTERS
2.3 MICROCONTROLADOR TDC 1000

O TDC 1000 é um front-end analógico ultrassônico que pode ser integrado a


vários sistemas de medição usando ultrassom, tais como: identificação de fluidos,
medição do nível de fluido e também é útil em áreas médicas e automotivas. Este
circuito integrado (IC) é usado para medir o tempo de voo da amostra, levando do
transdutor transmissor para o receptor. No processo de medição, o Microcontroller
Unit (MCU) envia um sinal de start para o TDC 7200, que envia um sinal de trigger
para o TDC 1000.
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REFERÊNCIAS

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and chloramine residuals in hemodialysis water,” Rev. Saúde Pública, vol. 35, No. 5,
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68, No. 9, pp. 1731-1735, 1996.

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and waste water,” Rev. IEEE Transactions on Nuclear Science, vol. 22, pp. 874-891,
1975.

M, Koivusalo, et al. "Drinking water chlorination and cancer–a historical cohort study
in Finland," Rev. Cancer Causes & Control, vol. 8, No. 2, pp. 192-200, 1997.

L. F. D. Souza, “ Study of optimized localization of equipaments for contamination


detection in water distribution networks,” Dissertação de Mestrado, SHS, EESC, São
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R. J. Daciuk, “ Estudo de parâmetros ultrassônicos para caracterização de líquidos”,


Dissertação de Mestrado, CPGEI, UTFPR, Curitiba, BR, 2006.

D. Douglas, F. B. Pedro, and M. Eduardo, “Detection of chlorine in potable water


using electricity impedence spectroscopy.”

B. B. B. M. Joaquim, “Simulation of chlorine and trihalomethane species


concentrations in water distributuion systems,” Dissertação de Mestrado, DEQ,
FEUP, Porto, PT, 2005.

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greywater using o-tolidine,” Els. Sci., vol. 58, pp. 995-1001, Agosto, 2002.

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vol. 1, São Paulo, BR, 2004.

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