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PROVA DE POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO I

Da concentração à hexapartição dos poderes


Aluno: Luiz Marcelo Michelon Zardo #00263922

1.Introdução.....................................................................................................................1
2.Reino Medieval Feudal (RMF)....................................................................................1
3.O Estado Burocrático Centralizado Territorial Nacional Moderno (EBCTNM)..2
4.A Divisão dos poderes...................................................................................................3
4.1 Bipartição............................................................................................................3
4.2 Tripartição..........................................................................................................4
4.3 Tetrapartição......................................................................................................4
4.4 Pentapartição......................................................................................................5
4.5 Hexapartição.......................................................................................................6
5.Conclusão......................................................................................................................7

1. Introdução
A hexapartição dos poderes foi um processo bastante longo que se deu ao longo da
História, do Reino Medieval Feudal (RMF) até a contemporaneidade. A partir do
estágio de concentração do poder, este pôde ser dividido.
Analisarei aqui, primeiramente, a estrutura política, social e econômica do Reino
Medieval Feudal e do Estado Moderno. Depois, procederei à descrição de cada etapa do
processo de descentralização dos poderes, até atingir a hexapartição.

2. Reino Medieval Feudal (RMF)


Culturalmente, o Reino Medieval Feudal (RMF) consagrou a fusão da cultura greco-
romana (a partir do desaparecimento do Império Romano do Ocidente) com a
germânica e os princípios da Igreja Católica.
Politicamente, pode-se descrever o Reino Medieval Feudal (RMF) a partir de sua
fragmentação social e territorial do poder político entre diversos feudos. O senhorio
feudal, pois, exercia a função de administrador e juiz. Alguns historiadores, diante
disso, chegaram a afirmar que cada feudo constituía uma unidade estatal.
Além disso, é mister destacar que se tratava de uma sociedade extremamente
hierarquizada, com rigidez social enorme. A estrutura social formava uma pirâmide
cosida entre pactos e compromissos escritos e costumeiros; de baixo para cima,
vislumbram-se servos, vassalos, suseranos e monarca.
Juridicamente, destarte, predominava o direito costumeiro. No entanto, aos poucos o
direito comum era construído.

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A função administrativa, como já citado, era de encargo do senhorio feudal; não
havia ainda uma administração unificada. A função legislativa era inexistente- o Direito
se formava por práticas, costumes e pactos. A função judiciária, por sua vez, encerrava
no senhor feudal seu exercício de primeira instância; este, pois, arbitrava litígios
ocorridos em seu feudo, mas, devido à parcialidade desse arbítrio, tornou-se necessário
criar a função judicial de segunda instância, a qual pertencia ao Rei, que enviava juízes
peregrinos e mantinha cortes reais.
Assim, o monarca medieval não detinha a função judiciária de primeira instância,
tampouco a administração e a legislação. Tinha, contudo, as atribuições de ser chefe do
Fisco (reunia o Parlamento para discutir sobre receita e despesa) e da guerra (unindo o
país contra o inimigo). Por fim, sua função de maior importância era servir de fecho à
abóbada da ordem sociopolítica feudal. Portanto, ele era peça essencial para manter em
pé a estrutura do feudalismo.
Pode-se dizer que o poder político, no Medievo, estava solvido na sociedade. Como
no Reino Medieval Feudal (RMF) a ordem social não estava, ainda, claramente
dissociada da política, o público tinha grande dependência das relações privadas. Assim,
não se pode falar propriamente de descentralização dos poderes, porquanto não havia
ainda uma divisão do exercício do poder político institucionalizado em uma espera
pública autônoma.
Como legados do Reino Medieval Feudal (RMF), pode-se apontar a supremacia do
Direito sobre o poder, com o direito da terra repousando no consentimento social e
submetendo até mesmo o monarca; a noção de que o Direito e a ordem por ele
construída devem obter legitimidade pelo consenso popular; a elaboração da filosofia
democrática; a descentralização territorial do poder; o surgimento dos Parlamentos para
aprovação de receitas e despesas, prevendo a emergência da representação moderna.

3. O Estado Burocrático Centralizado Territorial Nacional Moderno


(EBCTNM)
Com a derrocada do Medievo, ascende, diante de um processo de nacionalização,
uma nova unidade sociopolítica em que há maior pluralismo político, maior abertura
cultural e maior centralização política. Falo do Estado Burocrático Centralizado
Territorial Nacional Moderno (EBCTNM). Nasce, pois, uma esfera pública autônoma
da privada.
Analiso, agora, as cinco características mais eminentes do Estado Moderno.
Primeiramente, ele é burocrático porque o monarca organiza um corpo de funcionários
públicos para exercer a administração, antes efetuada pelo senhor feudal. É centralizado
porque todas as funções políticas e administrativas encerram-se na pessoa do monarca.
Chama-se territorial visto que esse tipo de Estado é territorialmente delimitado. A
nomenclatura “nacional” advém, por sua vez, porque emerge a ideia de nação (política,
e não étnica), representando que todos estão unidos em uma mesma unidade política e
território. Por fim, esse Estado é moderno porque sua ascensão coincide com o advento
da Idade Moderna, mais racionalista e humanista.
Sua concentração dos poderes representa o poder absoluto, já que se forma um
poder separado e autônomo, e não mais solvido, como ocorria no Medievo. A
nomenclatura “absoluto” é contestável, já que eram as ideias políticas do monarca, e
não o Estado, quem era absoluto; este último sofria limitações por costumes, pelo poder
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da Igreja e, ainda, privilégios. Ademais, diz-se que esse tipo de Estado é soberano, pois
não se subordina a nenhum outro, e, ainda, concentrado, por concentrar o poder político
em uma mesma instituição pública e autônoma. Esta última alcunha é tida como a
melhor, por Cezar Saldanha e Carlos Reverbel, para definir o Estado Moderno.
Durante o período de consagração do EBCTNM, pode-se dizer que, como
característica socioeconômica, houve enriquecimento dos citadinos, que passam a
apoiar o monarca e, ainda, a financiá-lo. Houve, ainda, um grande progresso científico,
culminando em descobertas, como a bússola, a imprensa e a pólvora. No campo do
Direito, pode-se destacar o surgimento do direito escrito, a emergência da administração
por papéis, com uso do diário oficial, e o desenvolvimento do Direito Público (exemplo:
Leis Fundamentais, que protegiam a Coroa como instituição da pessoa do monarca).
Como doutrinadores do Estado Moderno, destacam-se Thomas Hobbes e Jean
Bodin, para os quais o Estado detém poder soberano, que está acima do Direito. Hobbes
defende esse tipo de Estado alegando a existência de um pacto social, e Bodin o faz
apelando ao direito divino.
Por fim, as funções do Rei no Estado Moderno são: magistratura de última instância
juspolítica, direção governamental, execução (administração), deliberação (legislação
moderna), judiciária (primeira e segunda instância).
Agora, com a concentração do poder e a existência de uma esfera pública autônoma
que institucionaliza o poder, o caminho para a divisão dos poderes está aberto.

4. A Divisão dos poderes


4.1 Bipartição
O processo de bipartição dos poderes marca a divisão destes em duas fatias,
consagrando Rei e Parlamento, sendo este último o órgão de representação da
sociedade. O Parlamento obtinha as funções legislativas, e a Coroa mantinha as demais
(última instância, administração, governo e judiciária). Durante a Dinastia Tudor, a
concentração dos poderes havia atingido seu ápice, mas, em 1688/9, com a Revolução
Gloriosa (realizada, segundo Cezar Saldanha, dentro do âmbito das instituições),
ocasião em que se deu a signatura da Bill of Rights, consagrou-se a bipartição. A
Inglaterra foi o único país a passar pelo estágio de bipartição; os demais saltaram
diretamente do poder concentrado para a tripartição.
O teórico da bipartição foi John Locke, em cuja obra existem referências ao Poder
Executivo e ao Legislativo. Sua principal obra foi o Segundo Tratado Sobre o Governo
Civil. O Legislativo, para ele, possui a função de elaborar leis de sorte que se possa
dirigir a soberania da república preservando a comunidade e seus membros. O
Executivo, por sua vez, tem a função de permanentemente acompanhar a aplicação das
leis, a função federativa (política e relações internacionais) e a prerrogativa (última
instância). Para o autor, o Legislativo nitidamente possui supremacia sobre o poder da
Coroa, quando o monarca não participa do Legislativo. Quando o Rei participa do
Legislativo, faz parte da supremacia, mas dentro dos limites que lhe forem
correspondidos. Ademais, Locke afirma que a soberania se encerra no povo, o qual
pode destituir mesmo os legisladores quando atentarem contra as funções para as quais
foram encarregados. O povo, pois, tem direito à revolução.

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A bipartição ainda não é plenamente compatível com a supremacia do Direito, visto
que a função judiciária ainda está bastante dependente do poder do Rei. Ademais, o
novo sistema político pode ser chamado de executivismo arcaico, enquanto o estágio
anterior, da concentração dos poderes, poderia ser denominado executivismo absoluto.

4.2 Tripartição
Até o estágio bipartido, o poder judiciário estava ainda inserido no poder do Rei.
Com o Ato do Estabelecimento, de 1701, aprovado pelo Parlamento inglês, consagra-se
a tripartição dos poderes, sendo o Judiciário o novo poder autônomo. A partir de então,
os magistrados seriam mantidos em seus cargos enquanto zelassem por suas atribuições,
e não mais enquanto mantivessem o beneplácito do monarca.
Agora, o monarca mantinha ainda as funções de última instância (prerrogativa),
administração (execução), governo (federativa).
O doutrinador da tripartição foi o francês Barão de Montesquieu, cuja principal obra
foi Do Espírito das Leis. Para ele, liberdade não é fazer o que se quer, mas o que as leis
permitem. Nessa perspectiva, a tripartição deve garantir a liberdade ao assegurar um
Governo moderado. Cada um dos poderes deveria ser independente e harmônico, de
sorte que cada um fiscalizasse, monitorasse e, se necessário, freasse o outro, impedindo
o abuso de autoridade. Os poderes deveriam ser separados funcionalmente
(especialização de cada um) e organicamente (independência recíproca, com igualdade
de status entre eles). Não há, pois, hierarquia entre eles. Instaurava-se um verdadeiro
sistema de pesos e contrapesos recíprocos; um contém o outro.
No caso inglês, os três poderes foram separados, mas atuavam juntos no mesmo
espaço institucional, vale dizer, o Parlamento.
A tripartição foi difundida pelo mundo através dos movimentos liberais. Com a
Independência Americana (1776), decretou-se a tripartição dos poderes na Constituição
(1787), substituindo o monarca pelo Presidente. Ademais, esse modelo passa a
prevalecer em diversas constituições após a Revolução Francesa, por exemplo, a
Constituição espanhola de Cádis (1812).
Ademais, pode-se dizer que a independência dos juízes frente ao Legislativo e ao
Executivo consagrou a supremacia do Direito sobre o público. Ademais, o novo sistema
político pode ser chamado de executivismo clássico.
O modelo tripartido entrou em crise quando o surgimento da Indústria e dos
movimentos operários exige do Estado medidas que ultrapassam a esfera política. Uma
resposta a isso foi a republicanização da tripartição, como se havia feito nos Estados
Unidos. No entanto, segue em aberto uma questão: como conciliar em um só poder a
chefia de governo e a chefia de Estado?

4.3 Tetrapartição
A crise da tripartição foi marcada pelas novas exigências da população diante da
mudança de realidades sociais, que exigiam a formação de uma nova função política, a
governamental. A necessidade de tomar medidas impopulares fez com que, para manter
viva a monarquia, se criasse um quarto poder que tivesse as funções de governo, e ele

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foi delegado a um Conselho de Ministros, um Gabinete. Isso se deu, mais uma vez, com
primazia da Inglaterra.
A consagração do Governo como independente do Rei, inaugurando a tetrapartição
se deu em 1832, com uma reforma eleitoral, o Reform Act, com a qual surgiu o sistema
de partidos. O Rei aceita que, ao nomear ministros, deve respeitar os líderes do partido
majoritário na Casa dos Comuns, seguindo a política da sigla dominante.
O doutrinador da tetrapartição foi Benjamin Constant, que distingue um novo poder,
o pouvoir ministériel. Esse poder, enquanto função política, representa as atividades de
mando no que se refere à a governação da sociedade, o que chamei de função
governamental. Enquanto poder político, representa o quarto poder autônomo, que,
como já dito, foi consagrado com a Reforma de 1832. Com o novo poder, o Rei,
detentor do pouvoir royal, perde a função de governo, mantendo as de última instância e
Administração Pública, que exigem uma neutralidade que fez com que Constant
também chamasse o poder real de pouvoir neutre, no que se refere à sua função política.
Como poder político, exerce as funções restantes na Coroa; é um poder remanescente,
pois, mais conhecido como moderador, que serve como o fecho da abóboda da nova
estrutura política. Temos, então, quatro poderes: moderador, legislativo, judiciário e
governamental. Com a tetrapartição dos poderes, Constant pretendia assegurar e
institucionalizar um regime liberal; assim, afirmava serem compatíveis liberdade e
monarquia.
A primeira constituição a consagrar a tese de Constant foi a do Brasil de 1824. No
entanto, a tetrapartição só viria a funcionar efetivamente, aqui, a partir do Segundo
Reinado.
Portanto, a tetrapartição estabelece a chefia de Estado como incumbência do pouvoir
neutre (logo, separada do Governo), e ela passa a ser atribuída da defesa da ordem
constitucional e da harmonia entre os poderes.
Por fim, é importante ressaltar que o novo sistema político pode ser denominado
governamentalismo, já que se cria uma instituição específica (Gabinete ou Conselho de
Ministros) que visa a exercer a função governamental.

4.4 Pentapartição
O Estado Liberal manteve-se vivo até a Primeira Guerra Mundial, a partir da qual
desigualdades sociais, avanços científicos e crescimento demográfico fomentaram a
ascensão do socialismo e da social-democracia cristã. Harmonizar a herança do
liberalismo com as novas necessidades sociais tornou-se uma tarefa da Ciência e da
Academia, gerando uma racionalização do poder. Nessa perspectiva, a Constituição de
Weimar, da Alemanha de 1919, marca o surgimento do Estado Social. Assim,
reafirmou-se a distinção entre Estado e Governo (agora em contexto republicano), e foi
institucionalizada a neutralidade da Administração Pública. Esta, racionalizada, diferiu
da função estrita de governo e da chefia de Estado, passando a ser autônoma da
ideologia vigente no governo. Desse modo, surge como quinto poder político o Poder
Administrativo.
Enquanto o governo indica o rumo das medidas a serem tomadas, através de sua
ideologia, a Administração possui tarefa motora, de pôr em prática e materializar o
pensamento governamental, seja qual for o cunho ideológico deste, visto que ela é

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imparcial. Antes de tudo, ela serve, através do Direito, ao interesse público. Sob uma
ótica material, pode-se dizer que a função administrativa congrega apoiar o andamento
adequado da Justiça, acompanhar a execução das leis, operar permanente e
sistematicamente a máquina do poder público, assessorar o governo e concretizar as
políticas públicas por este idealizadas. Portanto, é possível dizer que a Administração é
subordinada aos poderes políticos aos quais serve.
Entre os doutrinadores que contribuíram para a consolidação da pentapartição, Max
Weber propõe um desenho institucional para o pós-guerra que considera a burocracia
como poder independente, objetivo e isento de interferências partidárias, sendo que a
burocracia não pode substituir o governo na idealização das políticas públicas, mas
apenas pô-las em prática.
O jurista espanhol Zafra Valverde, em 1975, com Poder y poderes, consagra a
pentapartição dos poderes. Divide-os com as seguintes nomenclaturas: poder de
Autoridade (chefia de Estado), poder deliberante (Parlamento), poder judicial (Tribunais
e juízes), poder de direção (Governo) e poder de Execução (Administração).
A divisão quinária dos poderes logra aprimorar a supremacia do Direito e instaura
um sistema de governo que pode ser chamado de parlamentarismo de massas/de
partidos/majoritário.
Contudo, a pentapartição justifica sua validade teórica democrático-pluralista por
postulados desprovidos de conteúdo material valorativo, que, pois, poderiam ser aceitos
por qualquer ideologia. Assim, abrem-se oportunidades ao totalitarismo e à violação dos
direitos humanos, como evidencia o Genocídio de judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
Como resposta, suscita-se o nascimento de um constitucionalismo de valores mínimos,
que defenda primordialmente a dignidade da pessoa humana.

4.5 Hexapartição
Na segunda década do século XX, emerge a Revolução Kelseniana, e o
constitucionalismo passa a ser compreendido de forma diferente. Assim, a Constituição
passa a ser a fonte de validade de todo o ordenamento jurídico e um repositório das
normas jurídicas supremas. Começa a formar-se um direito constitucional propriamente
dito, que tem sentido normativo, sendo a Constituição moldada com base na dignidade
da pessoa humana, com o Direito servindo como um limitador da política e do Estado.
Com Hans Kelsen, nasce a ideia de um Tribunal Constitucional, criado no sentido de
assegurar uma Constituição de valores mínimos, que evitasse novas fases totalitárias.
Com ele, consagra-se a supremacia do Direito e os esforços na proteção da dignidade da
pessoa humana. O Tribunal nasce como instituição que concentra o controle da
constitucionalidade e o faz sem politizar a instância judicial ordinária. Ele constitui-se
como um órgão de poder independente, sendo o único capaz de arbitrar conflitos na
interação entre objetivos próprios de Estado, Governo e Administração. Ao mesmo
tempo que soluciona conflitos que acarretam a paralisia do Governo, evita que este,
diante de uma ampla maioria, exceda suas atribuições e apele ao autoritarismo. Também
vela pelo pluralismo político e pela separação dos poderes. Assim, o Tribunal
Constitucional apresenta-se como o sexto poder: já temos a hexapartição dos poderes.

Kelsen, provavelmente, inspirou-se no antigo Tribunal do Império Austro-Húngaro


e na noção de desenvolvimento de uma justiça constitucional em Estados federais, de

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Jellinek, para formular a ideia de Tribunal Constitucional. Colocou a ideia em prática na
Constituição Austríaca de 1920 através de um modelo de controle de
constitucionalidade que fosse compatível com a cultura jurídica romano-germânica.
Teve amplo debate teórico com Carl Schmitt; enquanto este defendia que a defesa da
Constituição deveria ser encarregada apenas ao chefe de Estado, Kelsen defendia que o
chefe de Estado possa defender a Carta Magna, mas não de forma exclusiva, sendo que,
ao contrário de Schmitt, assertava que o Tribunal Constitucional formaria um sexto
poder, não fazendo parte do Judiciário. Também é importante dizer, com a Lei
Fundamental de 1949, criou-se o Tribunal Constitucional que se tornou modelo no
Ocidente, o alemão.

Como poder político, o Tribunal Constitucional tem função de jurisdição


constitucional. Enquanto para alguns, como Kelsen, ele é um legislador negativo, outros
afirmam que ele também pode ser um legislador positivo. De qualquer forma, cabe
analisar a natureza material de suas funções. O Tribunal Constitucional, por não ser um
órgão unipessoal ou político-partidário, mas composto de um colegiado formado por
pessoas rigorosamente escolhidas por sua formação acadêmica e valores sociais, recebe
a função de última instância no tocante à defesa constitucional normativa já referida;
assim, recebe ele parte substancial da função política de última instância. Nessa
perspectiva, o Tribunal renova o consenso político que sustenta a ordem democrática,
atualiza o poder constituinte originário, arbitra conflitos entre poderes sobre distribuição
funcional e territorial e, ainda, protege os direitos fundamentais da pessoa humana.
Procedo, então, à natureza instrumental e formal das funções do Tribunal.
Instrumentalmente, ele possui natureza jurisdicional, pois prescinde de iniciativa própria
e se manifesta por instância de legitimados. Formalmente, possui natureza legislativa,
visto que cria Direito.
Por fim, pode-se dizer que, diante do exposto, o Tribunal Constitucional consagra
um sistema de governo denominado governamentalismo com tribunal constitucional,
um projeto equilibrado e eficiente que culmina na hexapartição através de um processo
que percorre diversos séculos de separação de poderes.

5. Conclusão

Portanto, descreveu-se a analisou-se aqui o processo histórico de organização dos


poderes. Abordou-se como se deu sua concentração e, posteriormente, cada etapa de sua
descentralização.

Pretendeu-se uma abordagem histórica que permitisse compreender a mudança de


estrutura política até o estágio da hexapartição, o qual condecora um processo rico,
complexo e de extrema importância para a análise do Estado.

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