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Módulo 1. Mercado e cadeia produtiva da carne ovina Módulo 4.

Manejo pós-natal de cordeiros


• mercado internacional • manejo da fêmea parturiente e lactante
• cadeia produtiva da carne ovina no Brasil • período neonatal e manejo pós-parto
• principais ecossistemas de produção existentes no Brasil • desenvolvimento dos pré-estômagos
• creep feeding
• sistema de desmama
Módulo 2. Raças, cruzamentos e adequação aos sistemas de
• crescimento de cordeiros
produção
• raças com possibilidade de utilização para produção de cordeiros
Módulo 5. Terminação de cordeiros e características de carcaça
• fundamentos para a produção de cordeiros
• terminação a pasto
• tipos de cruzamento
• terminação em confinamento
• adequação das raças e cruzamentos aos sistemas de produção
• características de carcaça

Módulo 3. Manejo pré-natal de cordeiros


• criação de borregas de reposição
• escore de condição corporal
• crescimento e desenvolvimento placentário, vascular e fetal
• manejo da fêmea gestante
Módulo 1 – Mercado e cadeia produtiva da carne ovina

Daniel de Araújo Souza


Médico Veterinário
Consultor em sistemas produtores de carne ovina
_______________________________________________________________

1. Mercado internacional

Historicamente, a indústria da carne ovina foi desenvolvida como um sub-produto da


indústria da lã, uma vez que, até a década de 1990 a produção ovina era focada quase que
exclusivamente na produção de tal produto. Atualmente, a lã perdeu sua posição
estratégica como fornecedora exclusiva de matéria-prima para a indústria têxtil, com
constante redução de sua participação no total de matéria-prima utilizada.
Em geral, o rebanho ovino mundial vem sofrendo um processo ininterrupto de redução
de seu efetivo a mais de 15 anos, como uma conseqüência da crise que acometeu o
mercado mundial da lã e em decorrência também dos surtos de Encefalopatia Espongiforme
Bovina (mal da vaca louca) e Febre Aftosa que atingiram a Europa durante esse período.
Diante da drástica retração na demanda mundial por lã, a ovinocultura de corte iniciou
sua ascensão e o setor produtivo começou um movimento continuo de redução do número
de cabeças dos rebanhos, como uma resposta imediata à crise que havia se deflagrado,
resultando em uma queda de 14,6% no efetivo ovino mundial, desde o início do processo
em 1990 (Gráfico 1).

Gráfico 1. Evolução do efetivo ovino mundial, em bilhões de cabeças.


1,08
1,07
Redução de
1,06
14,6%
1,05 1990-2005
1,04
1,03
1,02
1,01
1
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005*

Rebanho ovino

Fonte: FAO, elaboração do autor. *Estimativa.

Contrariando uma tendência natural seguida pelos mais importantes players no


mercado mundial de produtos ovinos, a exemplo da Rússia, Austrália, Nova Zelândia e
Reino Unido, alguns países como a China, a Índia e o Sudão aumentaram seus rebanhos de
forma bastante significativa (Tabela 1) a fim de atenderem a demanda de seus próprios
mercados internos. Atualmente, os países da Ásia e da África possuem mais de 64% do
efetivo ovino mundial.
Tabela 1. Taxa de crescimento de alguns dos principais rebanhos mundiais.
Milhões de cabeças
Países Variações
1995 2004
China 117,4 157,3 34%
Austrália 120,8 94,5 -21,8%
Índia 54,1 62,5 15,4%
Sudão 37,1 47,0 26,4%
Nova Zelândia 48,8 40,0 -17,9%
Reino Unido 43,3 35,5 -18%
Rússia 31,8 14,5 -54,3%
Uruguai 20,2 9,7 -51,6%
Fonte: FAO, elaboração do autor.

A redução dos rebanhos se deu via abate e o foco da produção foi direcionado para as
carnes de cordeiro e de carneiro (ou ovelha) que, atualmente, assim como o leite em
algumas regiões, são os principais produtos da ovinocultura moderna. Esta reação do setor
produtivo teve forte reflexo sobre a produção mundial de carne ovina, com um aumento de
12,1% no decorrer dos últimos 10 anos, de acordo com o Gráfico 2. No entanto, desde a
década de 1980, a produção de carne ovina tem diminuído drasticamente nos países
desenvolvidos, enquanto, tem aumentado em quase 80% nos países emergentes e/ou em
desenvolvimento.

Gráfico 2. Produção e consumo mundial de carne ovina, em milhões de toneladas.


8,2
8
7,8
7,6
7,4
Aumento
de 12,1%
7,2
1995-2005
7
6,8
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005*

Produção de carne ovina

Fonte: FAO, elaboração do autor. *Estimativa.

Na realidade vigente, a China apresenta-se como o maior produtor mundial e possui


um fantástico ritmo de crescimento (Tabela 2), porém, sua produção é quase toda
direcionada para o mercado doméstico. Logo atrás, encontra-se a Austrália e a Nova
Zelândia, que ainda são os grandes produtores apesar da redução continua na produção que
ambos vem apresentando desde 1995. Porém, a ovinocultura australiana e neozelandesa,
em 2005, apresentou sinais de retomada de crescimento dos seus efetivos.
Em seguida estão alguns países do Oriente Médio como Irã, Turquia e Síria, outros do
Sul da Ásia como a Índia e o Paquistão, e alguns do Norte da África como a Argélia e o
Sudão. Todos esses países apresentam, com exceção da Turquia e Argélia, produção e
ritmos de crescimento bastante expressivos, destacando a importância da carne ovina na
cultura de seus povos – a grande maioria de origem Muçulmana. Da mesma forma que em
relação ao efetivo ovino, os continentes asiático e africano produzem, juntos, atualmente,
mais de 64% de toda a carne ovina mundial.

Tabela 2. Ritmo de crescimento dos maiores produtores de carne ovina.


Mil toneladas
Países Variações
1995 2004
China 900,0 1.940,0 115,5%
Austrália 621,5 561,0 -9,7%
Nova Zelândia 533,0 509,0 -4,5%
Irã 276,0 350,0 26,8%
Reino Unido 394,0 310,0 -21,3%
Turquia 315,0 267,0 -15,2%
Índia 213,2 238,8 12%
Espanha 227,1 237,2 4,4%
Paquistão 170,0 * 214,0 25,8%
Síria 130,7 183,6 40,4%
Fonte: FAO, elaboração do autor. *Produção de 1996.

Os maiores produtores da União Européia (UE) são a Espanha, Reino Unido e França,
responsáveis, juntamente, por quase 70% de toda a produção regional de carne ovina. Nos
últimos 2 anos a Espanha tem se tornado o maior produtor de carne ovina da UE,
ultrapassando o Reino Unido, e é um dos poucos países da região onde o efetivo ovino tem
se mantido estável. O Reino Unido ainda é um grande produtor, porém apresenta o maior
percentual negativo de crescimento. De qualquer forma, a produção de carne ovina na UE
permanece com uma tendência decrescente para os próximos anos, com uma dependência
cada vez maior das importações para atender seu mercado interno.
Dentre todas as carnes, a carne ovina é uma das mais internacionalmente
comercializadas, uma vez que, cerca de 15% da produção mundial é exportada. O Gráfico 3
deixa claro que o mercado exportador é dominado pela Nova Zelândia e pela Austrália.
Ambas detêm quase 70% das exportações mundiais, atendendo mercados em praticamente
todo o mundo. A Austrália exporta cerca de 35% da carne de cordeiro produzida e 80% da
carne de carneiro, enquanto a Nova Zelândia exporta 80% da carne de cordeiro e 84% da
de carneiro.

Gráfico 3. Participação nas exportações mundiais de carne ovina, 2003.

União Européia 22,1%


Austrália 27,7%

Índia 1,9%

China 1%

Outros países 5,1%

Nova Zelândia 42,2%


Fonte: FAO, elaboração do autor.

Alguns países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, já foram


grandes exportadores no passado, porém, atualmente, o volume de carne exportado por
estes países é muito limitado. Da mesma forma, Irã e Turquia, também já tiveram um
papel mais importante no mercado internacional, principalmente exportando ovinos vivos
para outros países asiáticos.
A UE apresenta um volume considerável de exportações, no entanto, seus
exportadores geralmente comercializam com países da própria UE, sendo que os maiores
vendedores são o Reino Unido e a Irlanda. Além disso, estima-se que o volume de carne
ovina exportada pela UE se estabilize em 4 mil toneladas pelos próximos 5 anos.

Analisando as importações (Gráfico 4), a UE encontra-se em situação de destaque, no


entanto, quase a metade do volume importado tem origem em países da própria UE, sendo
que a outra metade é fornecida principalmente pela Nova Zelândia, que possui uma cota
tarifária anual de importação para carne ovina que representa mais de 80% da cota total da
UE, sendo o restante dividido entre Argentina, Austrália, Uruguai e Chile. Projeções recentes
da Comissão Européia, para 2011, indicam que a UE terá uma queda na produção de 1,2%
e aumento de 4,5% nas importações de carne ovina. Dentre os maiores importadores
europeus estão a França e o Reino Unido, que são responsáveis, respectivamente, por 33%
e 28% do total de importações regionais. O restante das importações mundiais está
distribuído entre os outros mercados atendidos pela Austrália e Nova Zelândia.

Gráfico 4. Participação nas importações mundiais de carne ovina, 2003.

Emirados Árabes 2,5% Outros países 20,6%

Japão 2,7%

Papua-Nova Guiné 2,8%

China 4,2%

México 4,9%

Arábia Saudita 5,1%


União Européia 48,7%
Estados Unidos 8,5%

Fonte: FAO, elaboração do autor.

Em geral, Ásia e África são hoje as principais regiões compradoras, sendo responsáveis
por cerca de 30% das importações mundiais. Na grande maioria dos países desses
continentes, a demanda por carne ovina é bastante alta, devido a enorme parcela
Muçulmana da sociedade e do aumento de renda de uma parte crescente da população.
Os países que compõem a União Européia e a Ásia são grandes consumidores de carne
ovina, porém ao se analisar o consumo per capita (Tabela 3), mais uma vez, a Nova
Zelândia e a Austrália tomam a dianteira. No entanto, elevados consumos são verificados
em países do Oriente Médio e Norte da África, a exemplo dos Emirados Árabes, Síria, Irã,
Arábia Saudita e Sudão. Os Emirados Árabes e a Arábia Saudita, por sua vez, assumem um
importante papel no cenário mundial por serem, também, grandes importadores.

Tabela 3. Alguns dos maiores consumidores de carne ovina, 2003.


Consumo per capita
Países
(kg/hab/ano)
Nova Zelândia 49,6
Austrália 18,4
Emirados Árabes 11,1
Síria 10,3
Reino Unido 5,9
Espanha 5,6
Irã 5,0
Arábia Saudita 4,8
Sudão 4,2
França 4,2
Fonte: FAO, elaboração do autor.

A demanda mundial por carne ovina é crescente enquanto a oferta tende a permanecer
limitada, já que os maiores players no mercado internacional têm apresentado uma
continua diminuição dos seus rebanhos e da produção, e alguns dos importantes
consumidores se encontram em situação limitada quanto à produção, além de que, a
maioria dos países em desenvolvimento que são grandes produtores atendem, geralmente,
apenas aos próprios mercados internos, havendo espaço, então, para potenciais
exportadores.
Informações: (19) 3432-2199 | www.agripoint.com.br/producao_cordeiro/

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