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Faculdade de Engenharia
Transmissão de Energia Elétrica II
Alunos:
Beatriz Neves – 2010204064-11
Bernardo Carvalho -201120428811
Fabricio Bichara Moreira – 201120586511
Guilherme Vieira Cosentino – 201120421611
Igor Alt - 201120422911
João Carlos – 201110065111
Rafael Silva - 201110059111
1. Introdução
2. Métodos de trabalho
a. Trabalho à distância
b. Trabalho ao Potencial
3. Distância de segurança
4. Condições para realização de manutenção em linha viva
a. Planejamento e programação
b. Condições meteorológicas
c. Tempo de segurança
d. Cargas
4.1. Equipamentos e ferramentas para linha viva
a. Bastões isolantes
b. Testador elétrico portátil de bastões isolantes
c. Micro amperímetro
d. Vestimenta Condutiva
e. Bota condutiva
f. Andaime isolante
g. Cordas Isolantes
h. Testado dielétrico de cordas
j. Multímetro Digital
k. Termo higrômetro
l. Ferramentas universais
m. Parafuso tensor
n. Munhão
o. Teste de rosca dos munhões
4.2. Cuidados gerais com os equipamentos
4.3 Manutenção em Linhas Vivas-CA e CC
5. Referências
1. Introdução
a. Trabalho à distância
No método à distância o trabalho é realizado sempre com ferramentas isolantes para se alcançar o
ponto sob intervenção no potencial. O eletricista fica separado das partes energizadas pelas ferramentas
isolantes, obedecendo-se as distâncias de segurança.
Neste método, o eletricista deve respeitar rigorosamente as distâncias de segurança para a
realização dos trabalhos.
As distâncias mínimas de segurança para os trabalhos em linha viva são indicadas no item 3, Tabela 01.
b. Trabalho ao Potencial
Este método tem por finalidade permitir maiores recursos na manutenção, principalmente em linhas de
transmissão de alta e extra alta tensão, onde as distâncias de segurança são maiores, limitadas por fatores
ergonômicos, assim como nas subestações a partir de 230 kV.
O eletricista executa os trabalhos em contato direto com as partes energizadas e é isolado do potencial
de terra através da rigidez dielétrica do ar e em combinação com as
ferramentas isoladas.
Para se proteger contra os efeitos dos campos elétricos das partes energizadas, o eletricista deve utilizar a
vestimenta condutiva completa.
a. Planejamento e programação
Considerando que cada local das instalações de transmissão possui caraterísticas próprias,
é necessário que todo trabalho em linha viva seja precedido de uma análise completa das técnicas e
procedimentos a serem aplicados.
b. Condições meteorológicas
Os trabalhos em linha viva deverão ser realizados no período diurno sob condições
meteorológicas favoráveis.
O nível de umidade atmosférica acima de 70%, é impeditivo para a realização dos trabalhos,
uma vez que reduz as características isolantes dos equipamentos isolantes tais como bastões,
escadas, cordas e andaimes, provocando aumento da corrente de fuga com consequente risco de
descarga elétrica.
Tabela 02 – Condições meteorológicas
A previsão das condições climáticas (precipitação e umidade relativa) pode ser verificada através da página
do CPTEC na internet (www.cptec.inpe.br), através da previsão do tempo e meteogramas da previsão numérica.
Poderão ser consultados o município e as cidades vizinhas do ponto de intervenção nos dias de chuva acima
de 90% e ou umidade acima de 70% para previsão no dia anterior a intervenção. Nestes casos a possibilidade de
cancelamento ou reprogramação da manutenção poderá ser avaliada.
O monitoramento da umidade relativa do ar deverá ser feito através do termohigrômetro e não deverá
ultrapassar 70%.
c. Tempo de segurança
O tempo de segurança é um período previsto no planejamento de um determinado trabalho em linha
viva, suficiente para a equipe de manutenção se deslocar para posição segura em relação às partes
energizadas, após a ocorrência de um desligamento da linha de transmissão ou circuito, desde que o
desligamento não tenha sido provocado pela própria intervenção.
d. Cargas de trabalho
Antes da utilização de qualquer equipamento ou ferramenta, deverão ser verificadas as condições
de limitações das cargas mecânicas.
Os equipamentos de tração (bastões de tração, jugos, talhas) possuem a gravação das cargas
mecânicas de trabalho no seu corpo e que devem ser consideradas para cada tipo de intervenção que serão
submetidos.
Determinação do Vão de Peso
O vão de peso (Vp) pode ser determinado com a análise de uma parte da linha de transmissão.
Para seu cálculo, deve-se considerar a tensão vertical que atua na estrutura e os comprimentos dos vãos
desta. Esta tensão depende das distâncias de um ponto no topo da estrutura até um ponto mínimo da
curva da catenária. Estas distâncias podem ser calculadas para vãos adjacentes N-1 e N e são distâncias
horizontais. Assim a tensão vertical pode ser descrita como :
𝑉𝑛 = 𝐾 ′ . (𝐿 𝑁 − 1 + 𝐿𝑁)
Onde : K’ é um fator de proporcionalidade ; 𝐿 𝑁 − 1 e LN são as distâncias horizontais citadas
acima , relacionadas à vãos adjacentes.
Pode-se aproximar o comprimento dos vãos para o comprimento do cabo para a estrutura
mostrada na figura abaixo :
Figura 04: Trecho de uma linha de transmissão analisado para cálculo do vão de peso
O vão de peso , assim, passa a ser a soma do comprimentos L N-1 e LN, ou seja, ; 𝐿 𝑁 − 1 e LN
são as distâncias horizontais do topo da estrutura até o ponto mínimo da catenária. Logo:
VP= 𝐿 𝑁 − 1 + 𝐿𝑁
𝐿 𝑁 − 1 = 𝐿𝑁
VP= 2 . 𝐿𝑁
A força vertical nos vãos está diretamente relacionada ao tipo de vão de peso para cada
estrutura , como pode ser visto a seguir. Logo, o vão de peso deve ser determinado corretamente para
haver um correto dimensionamento desta força mecânica.
Cálculo da força vertical nos vãos de linhas de transmissão
O vão de peso (Vp), indicado na Figura 04, da torre sob intervenção deverá ser consultado na lista
de construção ou planta-perfil da linha de transmissão sob intervenção para o cálculo do esforço vertical
(P), conforme fórmula abaixo (Figura 04).A
a. Bastões isolantes
Os bastões isolantes são destinados a garantir o isolamento e as distâncias de segurança necessárias
nas intervenções em instalações elétricas. São fabricados em fibra de vidro com resina epoxy, preenchido
internamente com espuma de poliuretano. Apresentam boa resistência mecânica e alta rigidez dielétrica. A
Figura 05 ilustra as camadas do bastão isolante.
Um dos mais importantes fatores no cuidado com os bastões de linha viva é conservá-los limpos e secos e
armazenados de forma correta e em locais apropriados.
Cuidados com os bastões:
• Nunca devem ser colocados diretamente sobre o solo, utilizar sempre o cavalete
para bastões ou lona limpa;
• Quando não estiverem em uso, deverão ser armazenadas em uma sala fechada,
de preferência com umidade controlada através de desumificador. O local deve ser
mantido limpo e seco, sem a presença de infiltrações ou fontes de umidade;
• O transporte deve ser realizado em caminhão baú, sendo fixados nos suportes de
bastões localizados nas laterais internas do baú. Os pontos de contato entre suporte
e bastões devem ser protegidos com materiais que absorvam impactos e evitem
arranhar a superfície dos bastões;
• Evitar impactos mecânicos e contato com materiais metálicos;
• Após aferição do testador, fazer o teste colocando o aparelho sobre o bastão, por partes
cobrindo toda a sua extensão;
• O ponteiro deve permanecer na faixa verde, que indica isolação adequada para utilização;
• Caso o equipamento acuse baixa resistência (faixa vermelha), efetuar limpeza e refazer a
leitura;
Limpeza dos bastões
Caso o bastão apresente rupturas, rachaduras ou sofra algum impacto danoso, retirá-lo da atividade.
Como não existe um valor limite específico para o teste de continuidade para cada roupa
condutiva, o critério para sua retirada de utilização ocorrerá quando:
a. A medição indicar circuito aberto em algum dos pontos medidos;
b. A medição indicar valores de resistência três vezes acima dos valores do laudo de
ensaio de recebimento do fabricante;
c. Após registro de incômodo para o eletricista no trabalho ao potencial.
e. Bota condutiva
É um calçado desenvolvido para apresentar uma conexão elétrica eficaz e de baixa
resistência entre solado, palmilha e componentes com a vestimenta condutiva, sendo
destinada exclusivamente aos eletricistas que realizam manutenção em linha de
transmissão energizada, nas posições aéreas.
O calçado é fabricado em couro com solado condutivo, composto de borracha de baixa
resistência. Possui cordoalha flexível com baixa resistência elétrica com a finalidade de equalização
do potencial entre usuário, solado e vestimenta condutiva. A figura 11 mostra a bota condutiva,
cordoalhas de contato elétrico e rabicho.
Uma cópia dos manuais de utilização e laudos de ensaios do fabricante devem acompanhar
as embalagens e poderão ser consultados antes de sua utilização.
• Testes de continuidade deverão ser realizados antes de cada utilização e a cada três
meses quando estiverem armazenadas sem utilização. Para o teste, basta verificar a
leitura de continuidade através de um multímetro entre: solado- cordoalha e solado-
cordoalha do rabicho.
Somente as cordas de polipropileno, polidracon e hydee certificadas serão adotadas para trabalhos em
linha viva.
A utilização de cordas isolantes requer cuidados especiais, portanto os seguintes procedimentos para
utilização das cordas devem ser respeitados:
• As cordas destinadas a trabalhos de linha viva devem ser exclusivamente utilizadas para esta
atividade;
• No caso das cordas Hydee, elas deverão ser usadas somente para içamento e descida de pessoal.
• Respeitas o limite máximo de carga de trabalho das cordas conforme indicado na Tabela 06;
• Inspecionar e examinar rigorosamente as cordas antes de cada serviço. Em caso de
deterioração, sujeira excessiva, abrasão ou qualquer sinal que tome a condição de segurança
da corda suspeita.
• Se necessário, as cordas podem ser lavadas com sabão neutro e secadas à sombra em local
seco.
Principais cargas de trabalho das cordas
Polidracon¹ 360
Hydee 440
O testador dielétrico de cordas é um instrumento destinado à verificação das características dielétricas das
cordas isolantes. O instrumento realiza ensaio equivalente a aplicação de 100 kV por 30cm. Permite a realização
do ensaio ao longo da extensão da corda, independente do comprimento.
O instrumento indica a reprovação da corda através de avisos luminosos e sonoros. Em caso de altos valores de
corrente de fuga (baixa resistência), não utilizar a corda na atividade.
Cuidados com o testador:
• Fita e braço;
• Fita e perna;
Selecionar adequadamente a escala para ohms e
utilizar as pontas de prova ou garras tipo jacaré.
A carga da bateria deve ser verificada antes de cada
atividade.
A série de ferramentas universais deve ser utilizada em conjunto com o bastão isolante universal para
intervenções em instalações energizadas.
Essas ferramentas são dotadas de cabeçotes universais “dentados”, que permitem o seu perfeito
acoplamento com o bastão universal, propiciando operações de trabalho à distância.
Cada uma das ferramentas universais possui características próprias e tem como finalidade principal,
substituir a operação manual, mesmo que os ângulos ou posicionamentos de trabalhos sejam desfavoráveis.
A escolha da ferramenta deve ser adequada ao serviço que será executado, de acordo com sua função
específica. Não pode haver improvisações, pois para cada tipo de serviço deve existir a ferramenta certa. A
função e especificação de cada modelo de ferramenta universal deverão ser consultadas nos manuais do
fabricante.
Os parafusos tensores tipo olhal são responsáveis pelo acoplamento, ajuste e tracionamento dos bastões
tensores nos diversos métodos de trabalho para a troca de cadeia de isoladores.
Seu acoplamento é feito no olhal dos bastões tensores, através do cabeçote existente em uma de suas
extremidades.
• Realizar inspeções visuais antes de cada utilização para verificação da existência de:
o Deformações nas roscas;
o Corrosões porventura existentes e que tenham gerado danos nas roscas;
A instalação da porca de segurança (FLV1046-1) é recomendada, logo após a colocação dos munhões nos
parafusos tensores, como segurança adicional durante a operação de tração, atuando como apoio nos munhões.
o. Teste de rosca dos munhões:
Antes de cada utilização deve-se realizar o teste de rosca dos munhões com o gabarito.
O gabarito para teste de munhões (também conhecido como “não passa”) é construído em aço, é uma
ferramenta essencial na verificação periódica das roscas dos munhões, para constatação de desgaste em
seus filetes.
Ao fazer o teste, se o munhão permitir a sua introdução, mesmo que parcial, está caracterizado um
desgaste em sua rosca, certificando assim que ele está impróprio para uso.