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PROGRESSIVE STAGES OF MEDITATION ON EMPTINESS

( Khenpo Tsultrim Gyamtso Rinpoche – Prajna Editions – Translated and Arranged by


Shenpen Hookham - 2001 ) ISBN 1-877294-01-2

PAG 65 a 79

A Abordagem Shentong

1- Distinção entre 3 modos de existência;


2- Distinção entre 3 modos de vacuidade;
3- Distinção entre 3 modos de ausência de existência ( 3 naturezas).

Os mestres Shentong argumentam que os mestres Rangtong Madhyamaka ensinam apenas


o primeiro tipo de vacuidade, em outras palavras, a vacuidade da natureza imaginada, cujo
modelo é a completa não-existência. Eles argumentam que se esse tipo de vacuidade fosse a
realidade absoluta, ou se a simples ausência da artificialidade do conceito fosse a realidade
absoluta, não haveria nada, só o espaço vazio.

Como poderia um simples nada...ser a base do samsara e do nirvana?

Tanto samsara quanto nirvana são manifestações vívidas...impura e pura, respectivamente.


A simples vacuidade não daria conta disso.
É necessário que haja que haja algum elemento que seja de algum modo luminoso e
cognoscível.
Os Shentong rejeitam a visão Cittamatra de que a consciência é verdadeiramente existente.
Eles abraçam a visão Madhyamika de que ela é não surgida e sem um si mesmo.

E consideram a si mesmos os “Grandes Madhyamikas” porque seu sistema envolve não


apenas o reconhecimento da liberdade sobre toda a artificialidade do conceito, mas também
a realização da “Mente de Sabedoria”, que é livre de toda a artificialidade conceitual.
Essa “Mente de Sabedoria” não conceitual não é objeto de um processo de conceitualização
e, assim, não é negada pelo entendimento Madhyamaka. E pode ser dita como sendo a
única coisa que possuí existência verdadeira e absoluta.

Mas é importante compreender que essa existência verdadeira não significa que ela possa
ser conceitualizada de algum modo. Se houvesse mesmo o mais sutil processo de
conceitualização, ele poderia ser refutado pela argumentação Prasangika.

A “Mente de Sabedoria” não conceitual não é algo que mesmo a sabedoria mais suprema
(Prajnaparamita) possa tomar por objeto. Qualquer coisa que possa ser objeto de
consciência, por mais puro e refinado que seja, é surgido de modo dependente e não tem
verdadeira existência.
Então, o que seria essa “Mente de Sabedoria” não conceitual?

É algo que alguém realiza através de outros processos que não o conceitual. Alguém
experimenta isso diretamente, apenas como isso é, e nenhuma fabricação intelectual pode
alterar o que isso é.

Todos os ensinamentos do Mahamudra e do MahaAti, todos os tantras , são sobre a “Mente


de Sabedoria” não conceitual..e sobre como realiza-la. Para essa realização um Guru é
absolutamente necessário. Sua realização e a devoção do discípulo ( sua mente receptiva e
aberta) devem encontrar-se de modo que o discípulo possa experimentar a “Mente de
Sabedoria” não conceitual diretamente. Daí ele passa a usar essa experiência direta como
base da sua prática, cultivando e internalizando isso até que se torne clara e estável. Só
então a realização perfeita e estável ocorrerá.

Do ponto de vista Shentong, aquilo que os Cittamatrins chamam de Absoluto, ie, a


experiência do auto-conhecimento, da auto-iluminação de atenção plena, é erroneamente
interpretada por eles como sendo uma consciência.

Os Shentong entendem que quando a mente repousa na vacuidade sem construções


conceituais experimentamos a clara luz da mente desperta e que isto não pode ser chamado
de consciência...pois consciência pressupõe uma divisão entre aquele que vê e aquilo que é
observado.

Os Shentong tomam como um fato que a mente aprisionada pelos conceitos de tempo e
espaço deve de algum modo ter por pressuposto momentos de duração, bem como de
átomos com extensão no espaço. Então, sempre parecerá que para que um instante de
conhecimento ocorra necessariamente deverá haver um aspecto da consciência que conhece
e outro a ser conhecido, por mais que se afirme que não possuam existência real e absoluta.

Os Shenton vêm esse conceito de uma série de eventos (fluxo) de consciência, como uma
incompreensão da realidade. De fato, o termo verdade relativa que seguiremos usando no
decorrer desse estudo é uma tradução da palavra sânscrita “samvrti” que significa coberto
ou escondido. A tradução tibetana “Kun rdzob” significa vestido ou disfarçado a fim de dar
uma falsa impressão. Alguém poderia dizer que “samvrti” é simplesmente esconder. Vale
dizer... não verdadeiro...no sentido de que se trata apenas de uma realidade aparente. Trata-
se, pois de uma verdade relativa, no modo como as coisas parecem ser ordinariamente. Em
termos de realidade última, não há nenhuma verdade de fato.

Do ponto de vista Shentong, a luminosodade auto-desperta não conceitual que é


experienciada na meditação, quando a mente se torna livre de conceitos, é a realidade
absoluta e não “consciência”, pois “consicência” é sempre “samvrti”...a consciência não é
aquilo que é encontrado pela “Suprema Sabedoria” (Prajna)..pois que essa conduz à visão
da realidade absoluta. Assim, quando a luminosa, auto-desperta mente não conceitual é
realizada pela sabedoria suprema (Prajna) já não há mais observador e observado...e mais
nenhum aspecto a ser realizado. Isso se chama “Transcendência da Sabedoria Suprema”
que não é outra coisa do que a realização da “Mente de Sabedoria” não conceitual, a “ Clara
Luz” (prabhasvana), Natureza da Mente e “dhatu” ( extenção espacial ou elemento
espacial). Ela ainda é chamada de Atenção Plena Inseparável, luminosidade e vacuidade ou
vacuidade e contentamento inseparáveis. Ou ainda “dharmata” e “tathagatagarbha”.

A experiência da completa libertação em relação aos conceitos é tb. a experiência da “Clara


Luz Natural da Mente”. Na opinião dos Shentong um Prasangika que nega isso ainda
carrega algum conceito sutil que obstaculiza e faz com que ele negue essa realidade,ie , ele
ainda não realizou completamente a liberdade em relação aos processos de
conceitualização.

Isto ocorre pq. durante um longo tempo o meditante vem atravessando pela ilusão e
percebendo a vacuidade como um tipo de negação. Esse procedimento acaba se tornando
um hábito tão arraigado que mesmo quando ele experimenta a realidade absoluta ele desvia
a sua mente em relação a isso e passa, sutilmente, a negar a experiência.

Os Shentong afirmam que se não houvesse nenhuma limitação pelo conceito na mente a
Clara Luz Natural brilharia naturalmente, com intensidade e clareza, não havendo, pois,
como seguir com a negação.

O fato dos Madhyamikas Rangtong negarem isso demonstra a importância da terceira Roda
do Dharma. É dito que o Budha girou a Roda do Dharma três vezes. Vale dizer, ele deu
Três Grandes Ciclos de ensinamentos.

O primeiro corresponde ao nível Shravaka de meditação ( ausência de um “Eu”), o segundo


corresponde a nível dos Madhyamakas Rangtong, e o terceiro dos Madhyamakas Shentong.
Cada nível de ensinamento remedia as faltas do nível anterior. Assim, os Shentong
entendem que o Terceiro Giro da Roda remedia as falhas do segundo.

O Terceiro Giro da Roda é explicado em detalhe nos Sutras Tathagatagarbha e são


comentados no Mahayanauttaratantrasastras, que na tradição tibetana são atribuídos à
Maitreya. Nesses ensinamentos se diz que o thatagatagarbha penetra todos os seres e que a
natureza da mente é a Clara Luz.

Estes são dois modos de se afirmar a mesma coisa. Há exemplos clássicos para esses
ensinamentos...como da manteiga e do leite, do óleo na semente de gergilim e do ouro e as
impurezas da pepita. O leite, a semente e a pepita cheia de impurezas são penetrantes no
sentido de que quando são processados a manteiga, o óleo e o ouro emergem.

Do mesmo modo, os seres passam por um processo de purificação através do qual sua
Natureza de Budha emerge.
Se a natureza verdadeira ( dharmata) dos seres não fosse thatagatagarbha eles nunca
poderiam se tornar Buddha, do mesmo modo que uma pedra que não contém ouro nunca
produzirá ouro, por mais refinada que ela seja.

Propósitos desses Ensinamentos


Dar ao meditante confiança de que ele já possui a Natureza de Budha. Sem essa confiança é
muito difícil repousar completamente a mente, para além das elaborações conceituais, pois
sempre restará uma tendência sutil de ficar tentando encontrar/segurar ou afastar alguma
coisa.

No Ratnagotravibhaga são dadas 5 razões razões para o ensino do “thatagatagarbha”:

1) Encorajar aqueles que são muito sem auto estima no sentido de que não devem nunca
perder o interesse em manter a bodhicirra e alcançar a iluminação;
2) Impedir aqueles que tendo alcançado a bodhicitta de se sentirem internamente superiores
aos que ainda não a atingiram;
3) Remover faltas no sentido de tomar aspectos irreais e transitórios como sendo a
verdadeira natureza dos seres;
4) Remover o engano de tomar a experiência da Clara Luz como irreal;
5) Demonstrar que todos os seres têm a mesma natureza, removendo obstáculos no
surgimento da verdadeira compaixão, a qual não faz distinção entre o si mesmo e o outro.

Base Caminho e Fruição

Desde que a Natureza de Buddha está aqui desde o princípio, ela está presente na base, no
caminho e na realização. A única diferença entre estes 3 estágios é que na base a natureza
de Budha se encontra totalmente obscurecida pelos impedimentos, no caminho ela já está
parcialmente purificada e na realização já se encontra purificada.

Doutrina do Ratnagotravibhaga

O Ratnagotravibhaga fornece 3 pontos da doutrina budista Mahayana que comprovam que


todos os seres sencientes possuem o tathagatagarbha, em um dos 3 estágios – o impuro, o
parcialmente puro e o completamente puro Tais estágios correspondem aos estágios de
seres ordinários, bodhisatvas e Buddhas, respectivamente. No início um ser ordinário não
reconhece a Natureza de Budha da sua mente pq. ela está coberta por uma camada tão sutil
quanto espessa de véus. Mas ela é a base do tathagatagarbha, como o ouro escondido dentro
das impurezas.

Uma vez que a verdadeira natureza da mente é reconhecida pelo bodhisattva, a camada de
véus começa a se desfazer. Essa é a essência do caminho, que consistirá, justamente, no
refinamento dessa sabedoria.

A realização final é a realização do próprio tathagatagarbha, manifestação de todas as


qualidades de Buddha.

Então, o Ratnagotravibhaga (1.154) ensina que o tathagatagarbha é vazio de aspectos


contigentes, uma vez que eles não fazem parte de sua essência, mas não é vazio das
qualidades do Buddha, uma vez que estas são a sua própria essência manifesta, e , portanto,
inseparáveis.
As qualidades do Buddha são as qualidades da “Mente de Sabedoria” não-conceitual, que
quando é purificada, passa a ser chamada de “Dharmakaya”. Quando a mente de sabedoria
ainda não está perfeitamente purificada e as qualidades ainda não estão manisfestas, ela é
chamada de tathagatagarbha.

Qualidades da Mente de Sabedoria não conceitual:

1- É indivisível, inseparável da sua essência (não podemos afirmar que a mente é uma coisa
e as qualidades outra, pois assim ela seria vazia de sua própria essência, como ensinam os
Madhyamikas – a essência dependeria das qualidades e vice-versa);
As qualidades de Budha não são assim...não podem ser apreendidas pela mente conceitual e
não estão separadas da essência da Mente de Sabedoria...elas não são fenômenos
condicionados ou compostos que surgem, permanecem e se deterioram com o tempo. Elas
existem primordialmente.

Os Shentong criticam a visão de outros Madhyamikas que afirmam que as qualidades do


Buddha surgem como resultado das ações corretas, votos e conexões dos bodhisattvas no
caminho da iluminação. Se as qualidades surgissem desse modo, então seriam fenômenos
compostos e impermanentes.

Então, os Shentong aceitam a doutrina do tathagatagarbha sutras de que as qualidades do


Buddha são primordialmente existentes. No entanto, boas ações, votos e conexões são
necessários para remover os véus dos obscurecimentos mentais.

Tanto os Cittamatrins como os Rangtong Madhyamikas ( que têm uma visão filosófica )
entendem a sabedoria do Buddha como uma seqüência de momentos de uma consciência
purificada, consciência essa que possuí como objeto sutil a vacuidade, ou a ausência natural
de toda e qualquer conceitualização.

Uma vez que o objeto é puro, a consciência por ele manifesta contém as qualidades da
mente pura que é chamada “Jnana”. Seu surgimento é associado automaticamente com as
qualidades do Budha que resultam das ações dos Bodhisatvas no seu caminho de
acumulação de sabedoria e mérito. Assim, expressando essa visão explicitamente ou não,
os Madhyamikas Rantong mantém uma visão das qualidades do Buddha como sendo
fenômenos relativos cuja essência é a vacuidade.

Os Shentong não aceitam a visão de que a Mente de Sabedoria se dê a conhecer


através de um caminho dual. Ela não é divisível entre dois aspectos...o que conhece e o
que é conhecido, portanto, não pode haver um “objeto sutil” da Mente de Sabedoria.
Ela não é um continuum de instantes, por ser completamente ilimitada, livre de todo
conceito de tempo e espaço.Ela é primordialmente existente...bem como as suas
qualidades.

A doutrina do Mahayanasutralamkara
O Mahayanasutralamkara ensina a distinção entre o “dharmin” (mente relativa) e o
“dharmata”, a Mente de Clara Luz Absoluta.

A mente relativa é atrapalhada e confusa, enquanto a mente absoluta não está sujeita às
delusões. A mente relativa vê os objetos através de dois aspectos: o que percebe e o que é
percebido. Mas, sua essência verdadeira é a Mente de Clara Luz. A mente relativa é vazia
de um si mesmo, sua natureza real é a Natureza de Clara Luz Absoluta.

A mente de Clara Luz do Mahayanasutralamkara é a mesma do “tathagatagarbha” no


Ratnagotravibhaga, há somente uma diferença na apresentação, sendo que o sentido é o
mesmo.

A doutrina do Madhyantavibhanga (Trikaya)

Há :
03 modos de existência
03 modos de vacuidade
03 modos de ausência de essência

Modos de Existência

Natureza Imaginária – só existe na referência de conceitos ( Exemplo – passado e futuro e


sonhos) – Trata-se de uma mera criação conceitual, não existe de fato, só nomes e conceitos
(Visão)

Natureza Dependente (não é só imaginada) só não é substancial do ponto de vista absoluto,


não é só imaginada (Contemplação - Meditação) Ocorrem no presente, mas não está
purificado...existe como resultado da união de diversas causas e condições impermanentes.
Ex: Arco -Íris

Natureza Perfeitamente Existente – Não existe de um modo conceitual (é a pura


realização...aquilo que é enquanto se manifesta – perfeitamente presente através das suas
qualidades) – Ação –> Ação Pura = Ação Iluminada

Obs:

Para os Cittamatra a Natureza Perfeitamente Existente é a vacuidade no sentido de estar


livre do processo conceitual que distingue a percepção externa do objeto como diferente
substancialmente da mente interior que o percebe.

Para os Shentong a Mente de Sabedoria é vazia do processo que distingue as percepções


externas do objeto como diferentes substancialmente da mente de percepção interna. Ela tb.
é vazia de qq processo de conceitualização que gera a aparência de divisão no interior da
própria consciência e conhece de um modo completamente estranho para a mente
conceitual. Ela é inimaginável, na verdade. Por isso pode ser afirmada como sendo
verdadeiramente existente.
Os Três Modos da Vacuidade

A natureza imaginária é vazia no sentido em que não existe de fato. É a vacuidade de algo
inexistente, pois que só se refere a nomes e conceitos em si mesmos e que nunca existiram
senão no interior da própria imaginação. Não têm natureza própria por si mesmos, por isso
se diz que é vazia em si mesmo.

A natureza dependente é vazia no sentido de que alguma coisa existe, mas não no sentido
absoluto. Relativamente algo existe e funciona, tendo suas próprias características. É
diferente do vazio da natureza imaginária, mas em termos absolutos ela também não existe.,
pois que seu surgimento é dependente, mas o seu surgimento, a sua manifestação só é
possível pq., na essência, toda aparência é a Mente de Clara Luz Natural e, vista assim,
existe em último caso.

A natureza perfeitamente existente é a vacuidade absoluta, como realidade última. É a


sabedoria não conceitual, a própria Mente de Sabedoria, que não nasce, não permanece e
não morre, por que é primordialmente existente e mantida através das suas próprias
qualidades manifestas. Ela é vazia no sentido de que é livre de todo obscurecimento criado
pela mente conceitual. Quando a mente conceitual tenta agarra-la não encontra nada, por
isso a experimenta como vacuidade.Então, ela é vazia para a mente conceitual, mas do seu
próprio ponto de vista, ela é a “ Clara Luz Natural da Mente”, inseparável de todas as suas
qualidades.

OS TRÊS MODOS DE AUSÊNCIA DE ESSÊNCIA

1- A Natureza Imaginada é sem essência no sentido de que não existe de acordo com as
suas próprias características. Ex: um fogo imaginado não possuí as características do
próprio fogo, que é quente e queima.
2- A Natureza Dependente é sem essência no sentido de que ela nunca se manifesta...(só
existe a partir de causas e condições, não há porque se falar de essência – ver arrazoado
Madhyamika)
3- A Natureza Perfeitamente existente é a própria ausência absoluta de uma essência, no
sentido em que a ausência da essência é a própria manifestação do absoluto, ie, a essência é
não-conceitual, não pode ser agarrada pela mente conceitual. Então, do ponto de vista da
mente conceitual ela é sem essência, mas do seu próprio ponto de vista ela é absolutamente
real.

SABEDORIA NÃO CONCEITUAL (JNANA)

De acordo com a interpretação Shentong, o Ratnagotravibhanga, o Mahayanasutralamkara


e o Madhyantavibhaga , todos ensinam de diferentes modos e com diferentes termos, a
verdadeira natureza da mente...que é a “Mente de Sabedoria” não conceitual, a realidade
última absoluta.
Enquanto a verdadeira natureza da mente não for realizada ( Clara Luz Natural) ela atua
como base para todas as aparências ilusórias, impuras e errôneas se manifestarem. Em
outras palavras, ela é a base para a manifestação do samsara. Uma vez que ela é realizada,
se torna base para manifestações puras, ie, para os corpos do Budha, bem como as suas
terras puras e as mandalas das deidades tântricas.
A “Mente de Sabedoria” é luminosidade e vacuidade, ao mesmo tempo. A vacuidade é
expressa na sua natureza não-conceitual e a luminosidade no seu poder de manifestar
aparências puras e impuras.

Essa é a visão que une os sutras e os tantras. Nos Sutras isto é ensinado na Terceira Roda
do Dharma...que se torna a base da prática tântrica. Posteriormente deverá ser vista como
um significado especial capaz de acelerar o processo de realização. Em termos de visão,
não é em nada diferente do que se encontra nos sutras.

O EXEMPLO DO SONHO

Quando o sonho é usado como um exemplo na explicação das outras visões, a ênfase é
dada na natureza ilusória da aparência do sonho.
Do ponto de vista Shentong a comparação ultrapassa muito esse ponto, porque os sonhos
claramente surgem da qualidade luminosa da mente. A mente, ela mesma, é capaz de
produzir sonhos bons e ruins e pode continuar sonhando mesmo depois de acordada. Uma
vez que eles se manifestam com a mente desperta ou não, a Natureza de Clara Luz da
Mente é a base para o samsara e para o Nirvana, respectivamente quando ela ainda não
despertou para a sua natureza original e outra quando já está desperta.
Mas independente da mente estar desperta ou não, sua natureza segue sendo a mesma. E,
também, segue vazia tanto da naturezas imaginária, como da dependente , muito embora
enquanto a “Mente de Sabedoria” não conceitual não se manifestar, e não reconhecermos a
natureza da mente, a natureza dependente parecerá existir e seguirá criando as
manifestações de sonho que a mente confundida percebe como sendo o universo exterior
interagindo com a mente interior.
A partir dessa confusão surgem as idéias de “si mesmo e do outro” , “apego e aversão” e
todos os outros conceitos e distúrbios emocionais. È como estar totalmente confuso e
envolvido em um sonho. Uma vez que a mente desperta retorne, a pessoa rapidamente vê
os sonhos como meras manifestações da própria mente e quer eles desapareçam
imediatamente ou não...já não perturbam mais.

MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO

A chave para esse método de investigação é a própria meditação (ou melhor- não
meditação)..e é mantido por aqueles que já obtiveram alguma realização por si mesmos.
Não há, porém, substituto para a instrução direta de um Mestre realizado que pode através
de suas próprias habilidades, somadas à fé e à devoção do discípulo, fazer com que a
realização surja e amadureça na mente do aluno.
Mas, muito já pode ser feito no sentindo de preparar a mente para essa realização, e é por
isso que elaboramos essa obra.
Gradualmente a mente começa a relaxar e a se tornar mais aberta. Dúvidas e hesitações
perdem a sua força e começam a desaparecer. A mente se torna mais calma e clara
naturalmente. Tal mente é mais afável no sentido de responder correta e prontamente às
instruções do Professor.
Na enciclopédia de Conhecimento de Jamgon Kongtrul ele afirma que os Rangtong
representam a visão de alguém que já se estabilizou através do ouvir, estudar e refletir. A
visão dos Shentong já representa a prática de meditação.

PROCEDIMENTOS DA MEDITAÇÃO

Quando alguém começa a meditar com base na Natureza de Clara Luz da Mente o estágio
de investigação com referência à prática chega a um termo. Tudo que resta a fazer é
repousar a mente naturalmente na sua própria natureza, apenas como ela é, sem
artificialidades ou esforço. Como Jamgon diz na seção sobre Shamata e Vipassana na sua
Enciclopédia de Conhecimento, muito embora os pensamentos surjam, não há necessidade
de tentar pará-los; nesse estado eles simplesmente liberam a si mesmos. São como ondas no
oceano, surgindo e se desfazendo por si mesmas. Nenhum esforço é requerido.
A meditação pode ser feita em sessões que se iniciam com a Tomada de Refúgio e
Bodhicitta e seguida da Dedicação em benefício dos seres.
Ela tb. pode ser continuada entre as sessões formais. De tempos em tempos, paramos o que
estamos fazendo e repousamos a mente na sua Natureza de Clara de Luz, e, assim,
seguimos mantendo a atenção sobre aquilo que estivermos fazendo.
De um modo geral, no entanto, quando alguém começa a meditar sobre a Natureza de Clara
Luz da Mente no método Shentong, sua mente ainda está longe de ter se livrado do esforço
conceitual. Algumas vezes ela se esforçará por ver a vacuidade, outras a luminosidade ou a
inseparatividade entre ambas, outras para alcançar um estado não-conceitual, para
compreender intelectualmente ou fixar esse estado de algum modo.
Nos estágios iniciais não haverá distinção dos Cittamatra. Isso não significa um problema,
desde que se siga praticando na direção correta. Conhecer os diferentes métodos de
meditação nos ajuda a reconhecer nosso nível de realização em cada abordagem...e
conhecer nossas falhas nos ajuda a superá-las.

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