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Aula 12

Direito Constitucional p/ TJ-PE (Analista Jud. - Área Judiciária) - Com videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale


DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE 
 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 

!ULA 12 
!ONTROLE DE !ONSTITUCIONALIDADE 

Sumário 

Controle de Constitucionalidade .................................................................................................. 2 
1‑Noções Básicas sobre o Controle de Constitucionalidade. ............................................... 2 
2‑Espécies de Inconstitucionalidade: ........................................................................................ 5 
f) Inconstitucionalidade Circunstancial ................................................................................ 11 
g) Inconstitucionalidade Progressiva .................................................................................... 11 
3‑Sistemas de Controle de Constitucionalidade: ................................................................. 12 
4‑Momentos de Controle: .......................................................................................................... 12 
5‑ Modelos de Controle de Constitucionalidade: ................................................................. 15 
6‑ Vias de Controle: .................................................................................................................... 16 
7‑ Interpretação conforme à Constituição X Declaração Parcial de nulidade sem 
redução de texto. ......................................................................................................................... 17 
8‑ Controle Difuso: ..................................................................................................................... 19 
9‑ Controle Abstrato: .................................................................................................................. 34 
10 – Estado de coisas inconstitucional .................................................................................... 76 
11‑ Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva: ..................................................... 77 
12‑ Histórico do Controle de Constitucionalidade no Brasil: ............................................ 79 

Questões Comentadas ................................................................................................................... 81 

Lista de Questões ......................................................................................................................... 111 

Gabarito ......................................................................................................................................... 129 
 

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Controle de Constitucionalidade

1-No•›es B‡sicas sobre o Controle de Constitucionalidade.

1.1-Conceito:

Na concep•‹o de Hans Kelsen, o ordenamento jur’dico Ž composto de normas


que est‹o escalonadas em diferentes n’veis hier‡rquicos, sendo que as
normas inferiores retiram seu fundamento de validade das normas
superiores. No ‡pice do ordenamento jur’dico, est‡ a Constitui•‹o, que Ž a
norma-fundamento de todas as outras, que nela devem se apoiar.

Surge, ent‹o, o princ’pio da supremacia da Constitui•‹o, que se baseia na


no•‹o de que todas as normas do sistema jur’dico devem ser verticalmente
compat’veis com o texto constitucional. A validade de uma norma est‡,
assim, diretamente relacionada ˆ sua conformidade com a Constitui•‹o.

O controle de constitucionalidade consiste justamente na aferi•‹o da


validade das normas face ˆ Constitui•‹o. A partir desse controle, as normas
s‹o consideradas inconstitucionais / inv‡lidas (quando em desacordo com a
Carta Magna) ou constitucionais / v‡lidas (quando compat’veis com a
Constitui•‹o). Assim, Ž por meio do controle de constitucionalidade que se
busca fiscalizar a compatibilidade vertical das normas com a Constitui•‹o e
garantir a for•a normativa e a efetividade do texto constitucional.

No Brasil, por influ•ncia do direito norte-americano, a doutrina majorit‡ria


adotou a Òteoria da nulidadeÓ ao tratar dos efeitos das leis ou atos
normativos declarados inconstitucionais. Segundo essa teoria, a declara•‹o de
inconstitucionalidade de uma lei afeta o plano da validade, o que significa
que a lei declarada inconstitucional Ž nula desde o seu nascimento (ela
j‡ Ònasceu mortaÓ).

Por ter nascido morta, a lei inconstitucional nunca chegou a produzir efeitos,
pois n‹o se tornou eficaz. ƒ por isso que, em regra, a declara•‹o de
inconstitucionalidade opera efeitos retroativos (Òex tuncÓ). Observe que,
para a Òteoria da nulidadeÓ, a decis‹o que declara a inconstitucionalidade tem
natureza declarat—ria. Ela reconhece, afinal, uma inconstitucionalidade
existente desde a origem.

Contrapondo-se a essa teoria, a escola austr’aca desenvolveu a Òteoria da


anulabilidadeÓ, segundo a qual a declara•‹o de inconstitucionalidade da lei
afeta o plano da efic‡cia. Isso significa que a lei produziu seus efeitos
normalmente, atŽ o momento em que Ž declarada inconstitucional. Nesse
caso, a lei inconstitucional n‹o ser‡ nula, mas sim anul‡vel. Para a escola
austr’aca, a declara•‹o de inconstitucionalidade gera, portanto, efeitos
prospectivos (Òex nuncÓ). A decis‹o ter‡ natureza constitutiva.

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Conforme j‡ destacamos, no Brasil, a doutrina majorit‡ria adotou a Òteoria da


nulidadeÓ. PorŽm, com o passar dos anos, a jurisprud•ncia e o pr—prio
arcabou•o normativo evolu’ram para mitigar (flexibilizar) o princ’pio da
nulidade. Hoje, existe a possibilidade de o STF, ao declarar a
inconstitucionalidade de uma lei, modular os efeitos da decis‹o por raz›es
de seguran•a jur’dica ou de excepcional interesse social.

Essa tŽcnica permite que a declara•‹o de inconstitucionalidade tenha efic‡cia


apenas a partir do seu tr‰nsito em julgado ou de outro momento que venha a
ser fixado; em outras palavras, passa a ser poss’vel que a declara•‹o de
inconstitucionalidade opere efeitos Òex nuncÓ (efeitos prospectivos). Mais ˆ
frente, estudaremos isso tudo em detalhes! Por enquanto, Ž importante que
voc• saiba apenas que a Òteoria da nulidadeÓ foi flexibilizada no direito
brasileiro.

1.2- Pressupostos:

Segundo a doutrina, s‹o pressupostos do controle de constitucionalidade: i)


exist•ncia de uma Constitui•‹o escrita e r’gida e; ii) exist•ncia de um
mecanismo de fiscaliza•‹o das leis, com previs‹o de, pelo menos, um
—rg‹o com compet•ncia para o exerc’cio da atividade de controle.

As constitui•›es r’gidas s‹o aquelas que somente podem ser alteradas por
procedimento mais dificultoso do que o de elabora•‹o das leis ordin‡rias.
Da rigidez, decorre o princ’pio da supremacia formal da Constitui•‹o, eis
que o legislador ordin‡rio n‹o poder‡ alter‡-la por simples ato
infraconstitucional (cujo procedimento de elabora•‹o Ž mais simples).

Para que essa rela•‹o fique mais clara, basta pensarmos em um Estado que
adote uma constitui•‹o flex’vel. Ora, nesse Estado, qualquer lei que for editada
ter‡ potencial para modificar a Constitui•‹o; n‹o h‡, portanto, que se falar na
exist•ncia de controle de constitucionalidade em um sistema de constitui•‹o
flex’vel. A rigidez constitucional Ž, assim, um pressuposto para a exist•ncia
do controle de constitucionalidade.

Logo, nos pa’ses de Constitui•‹o escrita e r’gida, por vigorar o princ’pio da


supremacia formal da Constitui•‹o, todas as demais espŽcies normativas
devem ser compat’veis com as normas elaboradas pelo Poder Constituinte,
tanto do ponto de vista formal (procedimental), quanto material (conteœdo).
Isso porque, como consequ•ncia da rigidez constitucional, as normas
constitucionais s‹o hierarquicamente superiores ˆs demais.

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A doutrina reconhece que, excepcionalmente, Ž poss’vel


que exista controle de constitucionalidade em Estados
que adotam uma Constitui•‹o flex’vel, desde que haja
v’cio formal na elabora•‹o da norma. Por exemplo, uma lei
que Ž elaborada com desrespeito ao processo legislativo.

De nada adianta, todavia, reconhecer-se a supremacia formal da Constitui•‹o


sem que exista um mecanismo de fiscaliza•‹o da compatibilidade vertical
das normas. Segundo o Prof. Gilmar Mendes, a Constitui•‹o que n‹o possuir
uma garantia para anula•‹o de atos inconstitucionais deixaria mesmo de
ser obrigat—ria.1 Sua for•a normativa restaria completamente prejudicada e
ela n‹o passaria de mera declara•‹o de vontade do Poder Constituinte. Nesse
sentido, a exist•ncia de um mecanismo de fiscaliza•‹o da constitucionalidade
das leis garante a supremacia da Constitui•‹o.

O Poder Constituinte Origin‡rio deve definir quais ser‹o os —rg‹os


competentes para decidir acerca da ocorr•ncia ou n‹o de ofensa ˆ Constitui•‹o
e o processo pelo qual tal decis‹o ser‡ formalizada. O —rg‹o competente para
exercer o controle de constitucionalidade pode exercer tanto fun•‹o
jurisdicional quanto fun•‹o pol’tica. No primeiro caso, integrar‡ a estrutura
do Poder Judici‡rio; no segundo, integrar‡ a estrutura de outro Poder. No
Brasil, compete ao Judici‡rio exercer o controle de constitucionalidade das
leis, embora haja a possibilidade de os demais Poderes, em situa•›es
excepcionais, tambŽm realizarem esse controle.

1.3-Origem do Controle de Constitucionalidade:

O marco hist—rico inicial do controle de constitucionalidade foi o caso


Marbury vs Madison, julgado em 1803 nos Estados Unidos pelo Chief of Justice
John Marshall. Na ocasi‹o, o juiz John Marshall afastou a aplica•‹o de uma
lei por consider‡-la incompat’vel com a Constitui•‹o, realizando o controle
difuso de constitucionalidade.2

A decis‹o Ž cŽlebre, pois n‹o havia previs‹o, na Constitui•‹o norte-


americana, para a realiza•‹o do controle de constitucionalidade. Mesmo
assim, o juiz John Marshall o fez, consolidando a supremacia da Constitui•‹o
em rela•‹o ˆs demais normas jur’dicas, bem como o poder-dever dos ju’zes de
negar a aplica•‹o ˆs leis contr‡rias ao texto constitucional.

1
  MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inoc•ncia M‡rtires.
Curso de Direito Constitucional, 5» edi•‹o. S‹o Paulo: Saraiva, 2010, pp. 1057. 
2
 Falaremos mais ˆ frente sobre o controle difuso de constitucionalidade. Por ora, basta saber
que esse Ž o controle de constitucionalidade que se realiza diante de um caso concreto
submetido ao Poder Judici‡rio.
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Outro marco hist—rico importante foi o surgimento do controle concentrado


de constitucionalidade, que apareceu, pela primeira vez, na Constitui•‹o da
çustria (chamada Oktoberverfassung), promulgada em 1920. A constitui•‹o
austr’aca, inspirada nas propostas de Hans Kelsen, criou um Tribunal
Constitucional, —rg‹o encarregado de exercer o controle abstrato da
constitucionalidade das leis.

Ao contr‡rio do sistema americano (no qual qualquer juiz poderia decidir sobre
a constitucionalidade das leis), o sistema institu’do pela Constitui•‹o austr’aca
outorgava tal compet•ncia exclusivamente a um —rg‹o jurisdicional
especial. Esse —rg‹o n‹o julgaria nenhuma pretens‹o concreta, mas
apenas o problema abstrato de compatibilidade l—gica entre a lei e a
Constitui•‹o.

2-EspŽcies de Inconstitucionalidade:

O controle de constitucionalidade tem como objetivo final avaliar se uma lei


ou ato normativo do Poder Pœblico Ž ou n‹o inconstitucional. Havendo
desconformidade com a Constitui•‹o, a norma ser‡ considerada
inconstitucional e, portanto, inv‡lida.

A doutrina busca classificar, segundo diferentes critŽrios, as variadas formas


de manifesta•‹o de inconstitucionalidade:

a) Inconstitucionalidade por a•‹o e inconstitucionalidade por omiss‹o:

Na inconstitucionalidade por a•‹o, o desrespeito ˆ Constitui•‹o resulta de uma


conduta positiva de um —rg‹o estatal. Exemplo: edi•‹o de uma lei contr‡ria
ˆ Constitui•‹o.

Na inconstitucionalidade por omiss‹o, por sua vez, verifica-se a inŽrcia do


legislador frente a um dispositivo constitucional carente de regulamenta•‹o por
lei. Ocorre quando o legislador permanece omisso diante de uma norma
constitucional de efic‡cia limitada, obstando o exerc’cio de direito. Exemplo: o
art. 37, VII, CF/88 exige que seja editada lei dispondo sobre o direito de greve
dos servidores pœblicos. Como atŽ hoje essa lei n‹o foi elaborada, estamos
diante de uma inconstitucionalidade por omiss‹o.

b) Inconstitucionalidade material x Inconstitucionalidade formal x


V’cio de decoro:

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A inconstitucionalidade material (ou nomoest‡tica) ocorre quando o


conteœdo da lei contraria a Constitui•‹o. Seria o caso, por exemplo, de
uma lei que estabele•a que a autoridade policial poder‡, mediante ordem
judicial, ingressar na casa de uma pessoa durante o per’odo noturno. Ora,
sabemos que a CF/88 prev• que, mesmo com ordem judicial, o ingresso na
casa de uma pessoa sem o seu consentimento deve ocorrer durante o dia.

Assim, a lei ser‡ considerada inv‡lida mesmo que tenha obedecido


fielmente ao processo legislativo preconizado pela Carta Magna. O conteœdo
da lei Ž, afinal, contr‡rio ˆ Constitui•‹o. Cabe destacar que a denomina•‹o
nomoest‡tica se d‡ em fun•‹o de o v’cio material se referir ˆ subst‰ncia da
norma, tendo car‡ter est‡tico.

A inconstitucionalidade material n‹o fica caracterizada apenas se fazendo


um contraste entre a lei e o texto constitucional. TambŽm haver‡
inconstitucionalidade material em virtude da aferi•‹o do excesso do
poder legislativo. O excesso de poder legislativo ocorre quando a lei n‹o Ž
compat’vel com os fins constitucionalmente previstos (desvio de poder) ou
quando h‡ viola•‹o ao princ’pio da proporcionalidade, em suas duas
vertentes: proibi•‹o de excesso e proibi•‹o de prote•‹o deficiente.

A inconstitucionalidade formal (ou nomodin‰mica), por sua vez, caracteriza-se


pelo desrespeito ao processo de elabora•‹o da norma, preconizado pela
Constitui•‹o. Como exemplo, citamos a edi•‹o de lei proposta por Deputado
Federal, mas cuja iniciativa era privativa do Presidente da Repœblica. A
denomina•‹o nomodin‰mica se d‡ em fun•‹o de o v’cio formal decorrer da
viola•‹o ao processo legislativo, o que traz, consigo, uma ideia de
dinamismo, movimento.

A inconstitucionalidade formal poder‡ ser de tr•s tipos: i) org‰nica; ii) formal


propriamente dita ou; iii) formal por viola•‹o a pressupostos objetivos do ato.

1) Inconstitucionalidade formal org‰nica: decorre da


inobserv‰ncia da compet•ncia legislativa para a elabora•‹o do ato.
Exemplo: lei municipal que trata de direito penal ser‡ inconstitucional,
por ser essa matŽria de compet•ncia privativa da Uni‹o (art. 22, I,
CF/88).

2) Inconstitucionalidade formal propriamente dita: decorre da


inobserv‰ncia do processo legislativo, seja na fase de iniciativa ou
nas demais.

Se o v’cio ocorrer na fase de iniciativa, ter-se-‡ o chamado v’cio


formal subjetivo. ƒ o caso, por exemplo, de iniciativa parlamentar de
projeto de lei que modifique os efetivos das For•as Armadas. Essa
compet•ncia Ž exclusiva (reservada) do Presidente da Repœblica, sendo
este o œnico que pode iniciar processo legislativo sobre a matŽria. Caso

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contr‡rio, o projeto sofrer‡ de v’cio formal subjetivo, insan‡vel pela


san•‹o do Presidente da Repœblica.

Por outro lado, caso esse v’cio se d• nas demais fases do processo
legislativo, ter-se-‡ o v’cio formal objetivo. ƒ o caso, por exemplo, de
n‹o obedi•ncia ao qu—rum de vota•‹o de emenda constitucional (tr•s
quintos, em dois turnos, em cada Casa Legislativa). Nesse caso, a
emenda votada padecer‡ de v’cio formal objetivo.

3) Inconstitucionalidade formal por viola•‹o a pressupostos


objetivos do ato normativo: decorre da inobserv‰ncia de
pressupostos essenciais para a edi•‹o de atos legislativos. Por
exemplo, as medidas provis—rias, para serem editadas, dever‹o atender
aos requisitos de urg•ncia e relev‰ncia (art. 62, caput, CF). Caso esses
requisitos n‹o sejam atendidos, haver‡ inconstitucionalidade formal por
viola•‹o a pressupostos objetivos do ato normativo.

Outro exemplo que podemos apontar diz respeito ˆ cria•‹o de munic’pios


por lei estadual. H‡ alguns requisitos para isso (art. 18, ¤ 4¼), dentre os
quais a realiza•‹o de um plebiscito com as popula•›es envolvidas. Caso
a lei estadual crie um Munic’pio sem a realiza•‹o prŽvia de um plebiscito,
estaremos novamente diante de uma inconstitucionalidade formal por
viola•‹o a pressupostos objetivos do ato normativo.

O Prof. Pedro Lenza defende, ainda, a tese da inconstitucionalidade de uma


norma em raz‹o de v’cio de decoro parlamentar. N‹o se trata de uma
inconstitucionalidade formal ou material, mas sim de uma
inconstitucionalidade por v’cio na forma•‹o da vontade do parlamentar,
que votou em determinado sentido em troca do recebimento de propina.

Essa tese foi desenvolvida em raz‹o do esquema de compra de votos apurado


pelo STF na A•‹o Penal n¼ 470 (que tratou do ÒMensal‹oÓ) e tem fundamento
no art. 55, ¤ 1¼, CF/88, que disp›e que ÒŽ incompat’vel com o decoro
parlamentar, alŽm dos casos definidos no regimento interno, o abuso das
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percep•‹o
de vantagens indevidasÓ.

c) Inconstitucionalidade Total e Parcial:

A inconstitucionalidade total fica caracterizada quando o ato normativo for


considerado, em sua totalidade, incompat’vel com a Constitui•‹o. Nesse
caso, todo o conteœdo da norma padecer‡ de v’cio. A inconstitucionalidade
parcial, por sua vez, ocorrer‡ quando apenas parte do ato normativo for
considerada inv‡lida.

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Em regra, um v’cio formal gera a inconstitucionalidade total do ato


normativo. Ora, se houve o desrespeito ao processo legislativo ou mesmo ˆ
reparti•‹o de compet•ncias, o ato normativo restar‡ inteiramente prejudicado.
A doutrina considera, todavia, que existe a possibilidade (excepcional) de um
v’cio formal acarretar a inconstitucionalidade parcial de um ato
normativo.

Suponha, por exemplo, que seja editada uma lei ordin‡ria tratando de matŽria
t’pica de lei ordin‡ria, mas que, em um de seus artigos, trata de matŽria
reservada ˆ lei complementar. Apesar de possuir v’cio formal, essa lei
padecer‡ de inconstitucionalidade parcial.

No Brasil, o Poder Judici‡rio pode declarar a inconstitucionalidade parcial


de fra•‹o de artigo, par‡grafo, inciso, al’nea ou atŽ mesmo sobre uma
œnica palavra ou express‹o do ato normativo. Trata-se do chamado
princ’pio da parcelaridade.

A declara•‹o de inconstitucionalidade parcial Ž diferente


do veto parcial do Presidente a projeto de lei. O veto
parcial dever‡ abranger texto integral de artigo, par‡grafo,
inciso ou al’nea. Por sua vez, a declara•‹o de
inconstitucionalidade parcial pode abranger apenas parte
de artigo, par‡grafo, inciso, al’nea ou atŽ mesmo uma
œnica palavra ou express‹o.

Cabe destacar, todavia, que a declara•‹o de inconstitucionalidade parcial n‹o


poder‡ modificar o sentido e o alcance da lei, sob pena de ofensa ˆ
separa•‹o dos Poderes, princ’pio que impede o Poder Judici‡rio de atuar
como legislador positivo. Em outras palavras, a declara•‹o de
inconstitucionalidade parcial pode recair atŽ mesmo sobre palavra ou
express‹o isoladas, mas isso n‹o poder‡ subverter por completo o sentido da
norma.3

d) Inconstitucionalidade Direta e Indireta:

Antes de explicarmos o que Ž a inconstitucionalidade direta e a


inconstitucionalidade indireta, Ž preciso relembrarmos a diferen•a entre atos
normativos prim‡rios e secund‡rios.

Os atos normativos prim‡rios s‹o aqueles que retiram seu fundamento de


validade diretamente do texto constitucional. Como exemplo, podemos apontar
as leis ordin‡rias, leis complementares, medidas provis—rias e decretos
legislativos. Os atos normativos secund‡rios, por sua vez, n‹o retiram seu

3
  MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013,
pp.979. 
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fundamento de validade diretamente da Constitui•‹o, mas sim dos atos


normativos prim‡rios. S‹o os atos infralegais, como, por exemplo, os decretos
executivos, que t•m como fun•‹o regulamentar as leis.

Quando um ato normativo prim‡rio violar a Constitui•‹o, estaremos


diante de uma inconstitucionalidade direta. Nesse caso, h‡ uma frontal
incompatibilidade da norma com o texto da Constitui•‹o. A aferi•‹o de
validade da norma Ž realizada comparando-a diretamente com o texto
constitucional.

Por outro lado, quando um ato normativo secund‡rio (como, por exemplo,
um decreto) violar a Constitui•‹o, estaremos diante de uma
inconstitucionalidade indireta (reflexa). Isso porque os atos normativos
secund‡rios n‹o retiram seu fundamento de validade diretamente da
Constitui•‹o. Assim, quando um decreto executivo violar a Constitui•‹o ser‡
hip—tese de inconstitucionalidade indireta.

ƒ importante ressaltar que, para o STF, s— existe a inconstitucionalidade


direta, ou seja, a desconformidade de norma prim‡ria com a Constitui•‹o. A
chamada inconstitucionalidade indireta, em que um ato normativo secund‡rio
(um decreto expedido pelo Presidente da Repœblica, por exemplo) ofende a
Carta Magna, Ž considerada pelo Pret—rio Excelso mera ilegalidade. Isso
porque a norma secund‡ria tem sua validade aferida a partir da norma
prim‡ria, e n‹o da Constitui•‹o, sendo a ofensa a esta apenas indireta.

H‡ que se mencionar tambŽm a exist•ncia da chamada


inconstitucionalidade Òpor arrastamentoÓ (derivada, consequencial ou
Òpor atra•‹oÓ), considerada por alguns autores uma espŽcie de
inconstitucionalidade indireta.

A inconstitucionalidade Òpor arrastamentoÓ ocorrer‡ quando houver uma


rela•‹o de depend•ncia entre, pelo menos, duas normas: uma delas Ž a
principal; as outras, acess—rias. Se, em um determinado processo, a norma
principal for declarada inconstitucional, todas as normas dela
dependentes tambŽm dever‹o ser consideradas inconstitucionais. Veja: as
normas acess—rias sofrer‹o consequ•ncias da declara•‹o de
inconstitucionalidade da norma principal. Elas padecer‹o da
inconstitucionalidade Òpor arrastamentoÓ (ou inconstitucionalidade Òpor
reverbera•‹o normativaÓ).

O STF j‡ teve a oportunidade de se manifestar inœmeras vezes no sentido de


declarar a inconstitucionalidade Òpor arrastamentoÓ de certas normas. Como
exemplo, podemos apontar o caso de uma lei estadual regulamentada por um
decreto executivo. Tendo sido a lei considerada inconstitucional,
reconheceu-se que a norma dela dependente (o decreto executivo)
deveria ser declarada inconstitucional Òpor arrastamentoÓ. A tŽcnica se
justifica pelo fato de algumas normas guardarem ’ntima rela•‹o entre si,
formando uma verdadeira unidade jur’dica. Com isso, torna-se imposs’vel a
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declara•‹o de constitucionalidade de algumas e a manuten•‹o das demais no


ordenamento jur’dico.

Em uma A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, aplica-se o


Òprinc’pio do pedidoÓ, ou seja, o STF dever‡, em regra,
examinar a constitucionalidade apenas dos dispositivos que
forem objeto de impugna•‹o na exordial (peti•‹o inicial).

A inconstitucionalidade Òpor arrastamentoÓ Ž uma exce•‹o a


esse princ’pio. O STF poder‡ declarar a inconstitucionalidade
de dispositivos e de atos normativos que n‹o tenham sido
objeto de impugna•‹o pelo autor, desde que exista
uma rela•‹o de depend•ncia entre eles e a norma
atacada.

A inconstitucionalidade por atra•‹o pode ser usada tanto na an‡lise de


processos distintos quanto no ‰mbito de um mesmo processo. Esse
segundo caso Ž o mais comum: na decis‹o, alŽm de declarar a
inconstitucionalidade da norma principal, o STF j‡ enumera quais as outras
normas foram por ela ÒcontaminadasÓ, reconhecendo a invalidade destas Òpor
arrastamentoÓ. 4

e) Inconstitucionalidade Origin‡ria e Superveniente:

Essa Ž uma classifica•‹o que depende da rela•‹o temporal que se estabelece


entre a norma-par‰metro (norma constitucional que Ž violada) e a norma
objeto da impugna•‹o (norma que viola a Constitui•‹o). Vamos entender
melhor!

Quando a norma-par‰metro for anterior ˆ norma objeto da impugna•‹o,


estaremos diante de uma inconstitucionalidade origin‡ria. Exemplo: hoje,
Ž publicada uma lei que viola o texto original da CF/88.

Por outro lado, quando a norma-par‰metro for posterior ˆ norma objeto da


impugna•‹o, ser‡ caso de inconstitucionalidade superveniente. Suponha
que, hoje, seja promulgada uma emenda constitucional, que Ž contr‡ria ao
texto de uma lei editada em 2005. Essa lei padecer‡ de inconstitucionalidade
superveniente.

No estudo do controle de constitucionalidade, Ž importante


sabermos a classifica•‹o acima mencionada. No entanto, o STF
entende que, no Brasil, n‹o existe inconstitucionalidade
superveniente. Assim, em nosso ordenamento jur’dico, n‹o

 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 15a edi•‹o. Editora Saraiva, S‹o
4

Paulo, 2011. pp. 283-284.  


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h‡ a possibilidade de uma lei se tornar inconstitucional;


ao contr‡rio, a inconstitucionalidade Ž cong•nita,
acompanhando a lei desde o seu nascimento.

A promulga•‹o de uma nova Constitui•‹o ou de uma nova


emenda constitucional ir‡ revogar as leis que com elas
forem incompat’veis. Por outro lado, as leis compat’veis
ser‹o recepcionadas pela nova Constitui•‹o ou emenda
constitucional.

f) Inconstitucionalidade Circunstancial

A inconstitucionalidade circunstancial fica caracterizada quando uma norma,


embora tenha um enunciado normativo v‡lido, Ž declarada
inconstitucional quando confrontada com uma situa•‹o f‡tica espec’fica.
Em outras palavras, o contexto particular de sua aplica•‹o Ž que a torna
inconstitucional.

Para que isso fique mais claro, vamos a um exemplo concreto. Na ADI 4.068, a
OAB questiona lei que determina que, a partir de 1¼ de abril de 2008, toda a
d’vida ativa da Uni‹o seja transferida para a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN). O problema Ž que a PGFN n‹o tem condi•›es materiais e de
recursos humanos para dar conta desse aumento na sua carga de trabalho.

Desse modo, a OAB requereu a declara•‹o de inconstitucionalidade


circunstancial da norma. Observe que, a princ’pio, trata-se de um enunciado
normativo v‡lido; porŽm, quando confrontado com a realidade, pode tornar-se
inconstitucional. A matŽria ainda est‡ pendente de an‡lise pelo STF.

g) Inconstitucionalidade Progressiva

O fen™meno da inconstitucionalidade progressiva j‡ foi objeto de


aprecia•‹o pelo STF ao analisar a constitucionalidade da LC n¼ 80/2014, que
trata da organiza•‹o da Defensoria Pœblica da Uni‹o.

Segundo essa norma, os membros da Defensoria Pœblica t•m prazo em


dobro para recorrer, seja no processo civil ou no processo penal. O
MinistŽrio Pœblico, todavia, possui prazo em dobro para recorrer apenas no
processo civil, e n‹o no processo penal. N‹o haveria, ent‹o, uma viola•‹o ao
princ’pio da isonomia?

Ao analisar o caso, o STF levou em considera•‹o o fato de que a Defensoria


Pœblica Ž institui•‹o recente. Tendo sido criada pela Constitui•‹o Federal de
1988, a Defensoria Pœblica ainda n‹o est‡ efetivamente instalada. Para
que se tenha uma no•‹o disso, o art. 98, do ADCT, fixou o prazo de 8 anos

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para que a Uni‹o, os Estados e o Distrito Federal tenham defensores pœblicos


em todas as unidades jurisdicionais.

Assim, no HC 70.514, o STF decidiu que o prazo em dobro para recorrer no


processo penal ser‡ constitucional atŽ que a Defensoria Pœblica esteja
estruturada de modo a que possa atuar em igualdade de condi•›es com o
MinistŽrio Pœblico. Tem-se, ent‹o, um caso de Òinconstitucionalidade
progressivaÓ. A norma est‡ Òem tr‰nsito para a inconstitucionalidadeÓ.
Pode-se considerar que essa Ž uma lei Òainda constitucionalÓ.

3-Sistemas de Controle de Constitucionalidade:

Cada Estado Ž livre para definir os —rg‹os respons‡veis pela realiza•‹o do


controle de constitucionalidade. O sistema de controle diz respeito,
justamente, aos —rg‹os aos quais o Poder Constituinte atribuiu
compet•ncia para controlar a constitucionalidade das leis.

H‡ 3 (tr•s) tipos de sistemas de controle:

a) Controle judicial (ou jurisdicional): Nesse sistema, Ž o Poder


Judici‡rio que detŽm a compet•ncia para declarar a inconstitucionalidade
das leis. Esse modelo nasceu nos Estados Unidos.

b) Controle pol’tico: Fica caracterizado quando o controle de


constitucionalidade Ž realizado por —rg‹o pol’tico, desprovido de natureza
jurisdicional. Esse modelo Ž adotado pela Fran•a, no qual o controle de
constitucionalidade Ž realizado por um Conselho Constitucional.

c) Controle misto: Nesse sistema, a fiscaliza•‹o da constitucionalidade


de algumas normas cabe ao Poder Judici‡rio; outras normas, por sua
vez, t•m sua constitucionalidade aferida por —rg‹o pol’tico.

No Brasil, o sistema de controle Ž preponderantemente judicial. ƒ do Poder


Judici‡rio a compet•ncia para controlar a constitucionalidade de leis e atos
normativos, mas h‡ tambŽm alguns controles pol’ticos.

4-Momentos de Controle:

Quanto ao momento, o controle de constitucionalidade pode ser preventivo


ou repressivo.

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4.1-Controle preventivo:

O controle preventivo (ou Òa prioriÓ) fica caracterizado quando a fiscaliza•‹o


de constitucionalidade incide sobre a norma em fase de elabora•‹o, ou seja,
incide sobre projeto de lei e de emenda constitucional. ƒ um controle que se
aplica no curso do processo legislativo.

No Brasil, o controle preventivo pode ser de 2 (dois) tipos:

a) Controle pol’tico-preventivo: ƒ realizado pelo Poder Legislativo e pelo


Poder Executivo, incidindo sobre a norma em fase de elabora•‹o.

O controle preventivo feito pelo Poder Legislativo diz respeito ao trabalho


das Comiss›es de Constitui•‹o e Justi•a, que analisam as proposi•›es
legislativas quanto ˆ sua constitucionalidade.

J‡ o controle preventivo do Poder Executivo se manifesta atravŽs da


possibilidade de veto presidencial a um projeto de lei em raz‹o de sua
inconstitucionalidade. Trata-se do chamado veto jur’dico a um projeto de lei.

b) Controle judicial-preventivo: Trata-se da possibilidade excepcional de


que o STF analise se o direito dos parlamentares ao devido processo
legislativo est‡ sendo respeitado. Explico. O processo de elabora•‹o das
normas (emendas constitucionais, leis ordin‡rias, leis complementares, etc.)
deve respeitar uma sŽrie de regras previstas na Constitui•‹o (qu—rum de
presen•a, qu—rum de delibera•‹o, impossibilidade de viola•‹o a cl‡usulas
pŽtreas).

O controle judicial-preventivo pode se concretizar de 2 (duas) maneiras


diferentes, sempre por meio de mandado de seguran•a impetrado por
parlamentar no STF:

1) Projeto de lei que desrespeita o processo legislativo


constitucional.

Observe que nem todos os projetos de lei poder‹o ser questionados por
meio de mandado de seguran•a, mas apenas aqueles que possuem v’cio
decorrente da inobserv‰ncia de aspectos formais do processo
legislativo constitucional. Como exemplo, um Deputado Federal poder‡
impetrar mandado de seguran•a no STF contra projeto de lei que tenha
v’cio de iniciativa.

2) PEC que viola cl‡usula pŽtrea ou que desrespeita o processo


legislativo constitucional.

O controle preventivo em rela•‹o ˆ PEC Ž mais amplo do que em


rela•‹o a projeto de lei. A PEC poder‡ ser questionada caso viole cl‡usula
pŽtrea ou caso desrespeite o processo legislativo constitucional. Desse
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modo, se houver inconstitucionalidade material ou formal na PEC,


ser‡ cab’vel mandado de seguran•a, a ser impetrado por congressista no
STF.

Para que fique mais claro como funciona o controle judicial-preventivo de


constitucionalidade, vamos a um exemplo. Suponha que esteja tramitando na
C‰mara dos Deputados uma proposta de emenda constitucional (PEC) que
viole uma cl‡usula pŽtrea. Um Deputado poder‡, ent‹o, impetrar mandado de
seguran•a junto ao STF, a fim de que seja sustada a tramita•‹o da PEC.

Um cidad‹o jamais ter‡ tal prerrogativa; a legitimidade Ž exclusiva dos


parlamentares. Observa•‹o: o mandado de seguran•a dever‡ ser impetrado
por parlamentar integrante da Casa Legislativa na qual a proposta de
emenda constitucional ou projeto de lei estiver tramitando.

ƒ interessante notar que a perda da condi•‹o de parlamentar restar‡ por


prejudicar o mandado de seguran•a, extinguindo-o, por perda de
legitimidade ad causam para propor a referida a•‹o. O mandado de seguran•a
tambŽm ficar‡ prejudicado, por perda de objeto, caso o processo
legislativo termine antes da aprecia•‹o do mŽrito pelo STF; em outras
palavras, caso a PEC ou o projeto de lei sejam aprovados, o mandado de
seguran•a perder‡ o objeto e ser‡ extinto.

4.2- Controle repressivo:

O controle repressivo (ou Òa posterioriÓ), por sua vez, caracteriza-se pela


fiscaliza•‹o de constitucionalidade incidente sobre norma pronta, que j‡
integra o ordenamento jur’dico.

TambŽm se aplica ˆ realidade brasileira o controle repressivo, que pode ser de


2 (dois) tipos:

a) Controle pol’tico-repressivo: Em regra, o controle repressivo Ž realizado


pelo Poder Judici‡rio, que analisa a constitucionalidade de normas j‡ prontas.
No entanto, existe a possibilidade excepcional de que o Poder Legislativo
realize o controle repressivo de constitucionalidade. Isso acontecer‡ em 3
(tr•s) situa•›es diferentes:

- O art. 49, V, CF/88, estabelece que Ž compet•ncia exclusiva do


Congresso Nacional Òsustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delega•‹o
legislativaÓ. Esse controle se d‡ por meio de decreto legislativo expedido
pelo Congresso Nacional, que ir‡ sustar uma lei delegada ou um decreto
presidencial.

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- O art. 62, CF/88 prev• que as medidas provis—rias ser‹o submetidas


ˆ aprecia•‹o do Congresso Nacional. Se a medida provis—ria for
rejeitada pelo Congresso com fundamento em
inconstitucionalidade, estaremos diante de um controle pol’tico-
repressivo.

- Segundo o STF, o Presidente da Repœblica pode deixar de aplicar uma


lei que considere inconstitucional.

Destaca-se ainda que o TCU, ao exercer suas atividades, tambŽm poder‡, de


modo incidental (em um caso concreto) deixar de aplicar lei que considere
inconstitucional. Nesse sentido, disp›e a Sœmula 347/STF que Òo Tribunal de
Contas, no exerc’cio de suas atribui•›es, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder PœblicoÓ. Note que a Corte
de Contas n‹o tem compet•ncia para declarar a inconstitucionalidade das leis
ou atos normativos em abstrato.

b) Controle judicial-repressivo: Caber‡ aos ju’zes e Tribunais do Poder


Judici‡rio efetuar o controle de constitucionalidade das normas prontas, j‡
integrantes do ordenamento jur’dico. Por meio do controle judicial-repressivo,
fiscaliza-se a validade das leis e atos normativos do Poder Pœblico, avaliando
sua conformidade com a Constitui•‹o.

5- Modelos de Controle de Constitucionalidade:

No que diz respeito ao nœmero de —rg‹os do Poder Judici‡rio com


compet•ncia para fiscalizar a constitucionalidade das leis, h‡ 3 (tr•s) modelos
de controle distintos: o difuso, o concentrado e o misto.

No controle difuso (ou aberto), a compet•ncia para exercer o controle de


constitucionalidade das leis Ž atribu’da a todos os —rg‹os do Poder Judici‡rio.
Existe, assim, uma multiplicidade de —rg‹os respons‡veis pela realiza•‹o do
controle de constitucionalidade.

Esse modelo de controle tambŽm Ž chamado de modelo americano, pois


surgiu nos Estados Unidos, com o caso ÒMarbury versus MadisonÓ, no qual se
firmou o entendimento de que o Judici‡rio poderia deixar de aplicar uma lei
aos casos concretos quando a considerasse inconstitucional.

No controle concentrado (ou reservado), o controle de constitucionalidade Ž


de compet•ncia de um œnico —rg‹o jurisdicional, ou de um nœmero bastante
limitado de —rg‹os. Assim, a compet•ncia para controlar a constitucionalidade
das leis estar‡ ÒconcentradaÓ nas m‹os de um (ou poucos) —rg‹os,
normalmente o —rg‹o de cœpula do Poder Judici‡rio.

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Esse modelo de controle Ž tambŽm chamado de modelo europeu (ou


austr’aco), pois teve sua origem na çustria, por influ•ncia de Hans Kelsen.
Com base nas ideias desse jurista, a Constitui•‹o austr’aca de 1920 atribuiu a
compet•ncia para fiscalizar a constitucionalidade das leis a um Tribunal
Constitucional.

No Brasil, adota-se o controle misto, que se caracteriza pelo fato de o Poder


Judici‡rio atuar tanto de forma concentrada (por meio do STF e dos Tribunais
de Justi•a) quanto de forma difusa (por qualquer juiz ou tribunal do pa’s).

6- Vias de Controle:

As vias de a•‹o s‹o os modos pelos quais uma lei pode ser impugnada
perante o Judici‡rio. S‹o elas a via incidental (de defesa ou de exce•‹o) e a
via principal (abstrata ou de a•‹o direta).

No controle incidental, a aferi•‹o de constitucionalidade se d‡ diante de uma


lide, um caso concreto em que uma das partes requer a declara•‹o de
inconstitucionalidade de uma lei. A aferi•‹o da constitucionalidade n‹o Ž o
objeto principal do pedido, mas apenas um incidente do processo, um
meio para se resolver a lide. Por isso, o controle Ž chamado incidental ou
Òincidenter tantumÓ.

Como exemplo, imagine que Marcos ingresse com a•‹o junto ao Poder
Judici‡rio com o objetivo de n‹o cumprir uma obriga•‹o prevista na Lei ÒXÓ,
alegando que esta Ž inconstitucional. Nesse caso, a discuss‹o sobre a
constitucionalidade da norma Ž apenas um antecedente l—gico para a
solu•‹o do caso concreto; em outras palavras, Ž apenas uma quest‹o
prejudicial da a•‹o. Primeiro, o Poder Judici‡rio avaliar‡ a constitucionalidade
da norma; s— depois Ž que poder‡ analisar o objeto principal do pedido: se
Marcos dever‡ ou n‹o cumprir a obriga•‹o prevista na Lei ÒXÓ.

No controle pela via principal (abstrata ou de a•‹o direta), a aferi•‹o da


constitucionalidade Ž o pedido principal do autor, Ž a raz‹o do processo. O
autor requer, nesse caso, que determinada lei tenha sua constitucionalidade
aferida a fim de resguardar o ordenamento jur’dico. Um exemplo de controle
pela via principal seria quando um Governador de Estado ingressa com A•‹o
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao STF, pleiteando que seja
declarada a inconstitucionalidade de uma determinada lei estadual.

Podemos classificar o controle de constitucionalidade, quanto ˆ


sua finalidade, em concreto ou abstrato.

No controle concreto, a constitucionalidade de uma norma Ž


aferida no curso de um processo judicial. Pode-se afirmar,
nesse sentido, que o controle concreto Ž realizado pela via
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incidental.

No controle abstrato, a aferi•‹o da constitucionalidade da


norma Ž o objeto principal da a•‹o. Ser‡ feita uma compara•‹o
da lei Òem teseÓ (em abstrato) com a Constitui•‹o. O controle
abstrato Ž realizado pela via principal.

7- Interpreta•‹o conforme ˆ Constitui•‹o X Declara•‹o Parcial de


nulidade sem redu•‹o de texto.

A interpreta•‹o conforme ˆ Constitui•‹o Ž uma tŽcnica aplic‡vel para a


interpreta•‹o de normas infraconstitucionais poliss•micas
(plurissignificativas), isto Ž, normas que tenham mais de um sentido poss’vel.
N‹o ser‡ cab’vel, portanto, a utiliza•‹o da interpreta•‹o conforme ˆ
Constitui•‹o diante de normas de sentido un’voco (um œnico sentido
poss’vel).

O intŽrprete, ao analisar uma norma, dever‡ dar-lhe o sentido que a


compatibilize com o texto constitucional. Diante de duas ou mais
interpreta•›es poss’veis, ser‡ preferida aquela que for compat’vel com a
Constitui•‹o.

O STF j‡ utiliza a Òinterpreta•‹o conforme ˆ Constitui•‹oÓ h‡ bastante tempo.


Segundo a doutrina, a interpreta•‹o conforme pode ser de dois tipos: com
ou sem redu•‹o do texto.

a) Interpreta•‹o conforme com redu•‹o do texto:

Nesse caso, a parte viciada Ž considerada inconstitucional, tendo sua


efic‡cia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF
suspendeu liminarmente a express‹o Òou desacatoÓ, presente no art.
7o,¤ 7o, do Estatuto da OAB.

b) Interpreta•‹o conforme sem redu•‹o do texto:

Nesse caso, exclui-se ou se atribui ˆ norma um sentido, de modo a


torn‡-la compat’vel com a Constitui•‹o. Pode ser concessiva (quando se
concede ˆ norma uma interpreta•‹o que lhe preserve a
constitucionalidade) ou excludente (quando se exclui uma interpreta•‹o
que poderia torn‡-la inconstitucional).

Essa vis‹o que apresentamos considera que a declara•‹o parcial de nulidade


sem redu•‹o de texto seria espŽcie do g•nero Òinterpreta•‹o conforme ˆ
Constitui•‹oÓ. Estar’amos, de certo modo, equiparando a interpreta•‹o
conforme a Constitui•‹o sem redu•‹o de texto e a declara•‹o parcial de
nulidade sem redu•‹o de texto.

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No entanto, Ž poss’vel apontar que h‡ uma diferen•a entre as duas, a


depender do realce que se quer dar na decis‹o judicial.

Na interpreta•‹o conforme a Constitui•‹o, Ž dada •nfase ˆ declara•‹o de


constitucionalidade de determinado sentido da norma. J‡ na declara•‹o
parcial de nulidade sem redu•‹o de texto, a •nfase Ž na declara•‹o de
inconstitucionalidade de determinadas aplica•›es da lei.

(TJDFT Ð 2016) O controle incidental Ž de natureza abstrata


e o principal Ž, de regra, de natureza concreta, mas pode,
excepcionalmente, ter natureza abstrata.

Coment‡rios:

O controle incidental Ž de natureza concreta. Por outro lado, o


controle na via principal Ž de natureza abstrata. Quest‹o
errada.

(TRT 16a Regi‹o Ð 2015) A inconstitucionalidade ocorre no


plano da validade, que n‹o se confunde com revoga•‹o. Da’
seu car‡ter declarat—rio, com efeitos ex tunc via de regra.

Coment‡rios:

ƒ exatamente isso. A declara•‹o de inconstitucionalidade


afeta o plano de validade, o que significa que a lei j‡ nasceu
ÒmortaÓ. Por isso, a declara•‹o de inconstitucional gera
efeitos retroativos (Òex tuncÓ). Quest‹o correta.

(TRT 16a Regi‹o Ð 2015) A supremacia constitucional


assegura a posi•‹o hier‡rquica privilegiada da Constitui•‹o; a
rigidez, a n‹o revoga•‹o da norma constitucional por
norma infraconstitucional que disponha de modo diverso
daquela, j‡ que a produ•‹o e revis‹o da norma constitucional
est‹o sujeitas a processo legislativo mais rigoroso.

Coment‡rios:

A Constitui•‹o Federal de 1988 Ž dotada de supremacia


formal e material. ƒ classificada como r’gida, pois somente
pode ser alterada por um procedimento mais dificultoso do
que o de elabora•‹o das leis. Quest‹o correta.

(C‰mara dos Deputados Ð 2014) O fato de um projeto de


lei ser aprovado e, ap—s seu encaminhamento para san•‹o do
presidente da Repœblica, sofrer veto presidencial com
fundamento na inconstitucionalidade do ato objeto de
delibera•‹o comprova a exist•ncia, no ordenamento
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legislativo brasileiro, de controle preventivo de


constitucionalidade, ao lado do consagrado sistema
jurisdicional, normalmente de car‡ter repressivo.

Coment‡rios:

O veto jur’dico a um projeto de lei consiste em controle


pol’tico-preventivo de constitucionalidade. Quest‹o correta.

8- Controle Difuso:

8.1- No•›es Gerais:

O controle difuso Ž aquele realizado por qualquer juiz ou Tribunal do pa’s.


ƒ tambŽm chamado controle pela via de exce•‹o ou, ainda, controle aberto.
Ocorre diante de um caso concreto, em que a declara•‹o de
inconstitucionalidade se d‡ de forma incidental (Ò•ncidenter tantumÓ), como
antecedente l—gico ao exame do mŽrito.

No controle difuso, o objeto da a•‹o (a quest‹o principal) n‹o Ž a declara•‹o


de inconstitucionalidade de uma norma. Essa Ž apenas uma quest‹o
prejudicial, que dever‡ ser resolvida pelo Poder Judici‡rio previamente ao
exame de mŽrito.

A finalidade principal das partes, nessa modalidade de controle, n‹o Ž a defesa


da ordem constitucional, mas sim a prote•‹o a direitos subjetivos cujo
exerc’cio est‡ sendo obstaculizado pela norma que (supostamente) viola a
Constitui•‹o.

9.2- Legitima•‹o Ativa:

O controle incidental de constitucionalidade se d‡ no curso de qualquer


a•‹o submetida ˆ an‡lise do Poder Judici‡rio em que haja um interesse
concreto em discuss‹o. Assim, s‹o legitimados ativos (competentes para
provocar o Judici‡rio) todas as partes do processo e eventuais terceiros
intervenientes no processo, bem como o MinistŽrio Pœblico, que atua como
fiscal da lei (Òcustos legisÓ).

AlŽm disso, o Poder Judici‡rio pode, sem provoca•‹o, declarar de of’cio a


inconstitucionalidade da lei, afastando sua aplica•‹o ao caso concreto. Diz-
se, ent‹o, que o juiz ou tribunal tambŽm s‹o legitimados ativos no controle
difuso, quando declaram, de of’cio, a inconstitucionalidade do ato normativo.

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8.3- Objeto e Par‰metro de Controle:

A pergunta que nos fazemos nesse momento Ž a seguinte: quais normas


podem ser objeto do controle difuso de constitucionalidade? E, ainda, qual o
par‰metro para o exerc’cio do controle de constitucionalidade?

No ordenamento jur’dico brasileiro, qualquer lei ou ato normativo (federal,


estadual, distrital ou municipal) poder‡ ser objeto do controle de
constitucionalidade. Assim, n‹o importa em qual n’vel federativo teve origem o
ato normativo: todos eles est‹o sujeitos ao controle difuso de
constitucionalidade.

Por sua vez, qualquer norma constitucional servir‡ como par‰metro para
que se realize o controle de constitucionalidade, mesmo que esta j‡ tenha sido
revogada. Todavia, um prŽ-requisito essencial para que uma norma
constitucional seja par‰metro para o controle de constitucionalidade Ž o de que
ela estivesse em vigor no momento da edi•‹o do ato normativo
questionado. Assim, Ž plenamente poss’vel que se questione a
constitucionalidade de uma lei editada em 1979 tendo como par‰metro a
Constitui•‹o de 1969 (que era a Constitui•‹o em vigor ˆ Žpoca).

Assim, teremos as seguintes situa•›es poss’veis:

a) Lei editada em 1979: pode ser avaliada, quanto ˆ sua recep•‹o ou


revoga•‹o, perante a Constitui•‹o de 1988.

b) Lei editada em 1979 pode ser avaliada, quanto ˆ sua


constitucionalidade, perante a Constitui•‹o de 1969 (que estava em
vigor ˆ Žpoca de sua edi•‹o)

c) Lei editada ap—s 1988 pode ser avaliada, quanto ˆ sua


constitucionalidade, perante a Constitui•‹o de 1988.

8.4- Controle Difuso nos Tribunais:

O controle difuso ser‡, em regra, realizado pelo juiz monocr‡tico, em


primeira inst‰ncia. Todavia, por meio do recurso de apela•‹o, Ž poss’vel que a
parte sucumbente (parte vencida) recorra a um Tribunal. Observa-se, ent‹o,
que no ‰mbito do controle difuso qualquer juiz ou tribunal do Pa’s ser‡
competente para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo,
afastando sua aplica•‹o ao caso concreto.

Quando o controle difuso ocorre em primeira inst‰ncia, a constitucionalidade


da norma ser‡ decidida pelo juiz monocr‡tico; ou seja, depende apenas da
vontade dele. No entanto, quando o controle difuso Ž feito pelos Tribunais,

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Ž necess‡rio que seja obedecida a Òcl‡usula de reserva de plen‡rioÓ, nos


termos do art. 97, CF/88:

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros


ou dos membros do respectivo —rg‹o especial poder‹o os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Pœblico.

A cl‡usula de reserva de plen‡rio visa garantir que uma lei seja declarada
inconstitucional somente quando houver v’cio manifesto, reconhecido por um
grande nœmero de julgadores experientes.5 Nesse sentido, para que a
declara•‹o de inconstitucionalidade por tribunal seja v‡lida, Ž necess‡rio
voto favor‡vel da maioria absoluta dos membros do tribunal ou da
maioria absoluta dos membros do —rg‹o especial.

A exist•ncia de —rg‹o especial nos tribunais est‡ prevista no art. 93, CF/88,
Trata-se de —rg‹o composto por 11 a 25 ju’zes, que exerce as atribui•›es
administrativas e jurisdicionais que lhes forem delegadas pelo Tribunal Pleno.

XI - nos tribunais com nœmero superior a vinte e cinco


julgadores, poder‡ ser constitu’do —rg‹o especial, com o m’nimo
de onze e o m‡ximo de vinte e cinco membros, para o exerc’cio
das atribui•›es administrativas e jurisdicionais delegadas da
compet•ncia do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas
por antiguidade e a outra metade por elei•‹o pelo tribunal pleno.

A observ‰ncia da cl‡usula de reserva de plen‡rio Ž, assim, condi•‹o de


efic‡cia jur’dica da declara•‹o de inconstitucionalidade. Apenas o Plen‡rio
do Tribunal ou o —rg‹o especial poder‹o, por maioria absoluta, declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Cabe destacar que a cl‡usula de
reserva de plen‡rio dever‡ ser observada tanto no controle difuso quanto no
controle concentrado (controle em abstrato).

Em raz‹o da cl‡usula de reserva de plen‡rio, pode-se dizer que os —rg‹os


fracion‡rios (turmas, c‰maras e se•›es) dos tribunais n‹o podem
declarar a inconstitucionalidade das leis. Na falta de —rg‹o especial, a
inconstitucionalidade s— poder‡ ser declarada pelo Plen‡rio do tribunal. H‡ que
se destacar, todavia, que os —rg‹os fracion‡rios podem reconhecer a
constitucionalidade de uma norma; o que eles n‹o podem Ž declarar a
inconstitucionalidade.

Suponha que uma determinada a•‹o judicial seja levada a um Tribunal e seja
distribu’da a um de seus —rg‹os fracion‡rios (Turmas, C‰maras, etc). Nessa
a•‹o, discute-se, incidentalmente, a constitucionalidade de uma norma. O
—rg‹o fracion‡rio ir‡ discuti-la internamente: caso considere que a norma Ž
constitucional, ele mesmo ir‡ prolatar a decis‹o (em respeito ˆ presun•‹o de

5
RE 190.725-8/ PR. Rel. Min. Celso de Mello.
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constitucionalidade das leis); por outro lado, caso entenda que a lei Ž
inconstitucional, dever‡ remeter o processo ao plen‡rio ou ao —rg‹o
especial. Isso Ž o que se depreende a partir dos art. 948 e art. 949, do Novo
C—digo de Processo Civil:

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou


de ato normativo do poder pœblico, o relator, ap—s ouvir o MinistŽrio
Pœblico e as partes, submeter‡ a quest‹o ˆ turma ou ˆ c‰mara ˆ qual
competir o conhecimento do processo.
Art. 949. Se a argui•‹o for:
I - rejeitada, prosseguir‡ o julgamento;
II - acolhida, a quest‹o ser‡ submetida ao plen‡rio do tribunal ou ao seu
—rg‹o especial, onde houver.
Par‡grafo œnico. Os —rg‹os fracion‡rios dos tribunais n‹o submeter‹o
ao plen‡rio ou ao —rg‹o especial a argui•‹o de inconstitucionalidade
quando j‡ houver pronunciamento destes ou do plen‡rio do Supremo
Tribunal Federal sobre a quest‹o.

Perceba que, uma vez arguida a inconstitucionalidade de uma lei ou ato


normativo, a quest‹o ser‡ submetida ˆ aprecia•‹o de um —rg‹o fracion‡rio
(Turma ou C‰mara). Se o —rg‹o fracion‡rio rejeitar a
inconstitucionalidade (ou seja, declarar a constitucionalidade), o
julgamento ir‡ prosseguir; por outro lado, se a inconstitucionalidade for
acolhida, a quest‹o ser‡ submetida ao plen‡rio ou ao —rg‹o especial (em
raz‹o da Òcl‡usula de reserva de plen‡rioÓ, s‹o esses os œnicos que podem
decidir pela inconstitucionalidade de uma norma).

O C—digo de Processo Civil previu uma mitiga•‹o da Òcl‡usula de reserva de


plen‡rioÓ (art. 949, par‡grafo œnico). ƒ que a aplica•‹o dessa cl‡usula
somente Ž necess‡ria quando o Tribunal se depara, pela primeira vez,
com determinada controvŽrsia constitucional. Nesse sentido, se o —rg‹o
especial, o Plen‡rio do Tribunal ou o Plen‡rio do STF j‡ tiverem se
pronunciado sobre a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, n‹o
haver‡ necessidade de se observar a reserva de plen‡rio. Em outras palavras,
o —rg‹o fracion‡rio poder‡, ele pr—prio, declarar a
inconstitucionalidade da norma, desde que assim j‡ tenham decidido o
—rg‹o especial, o Plen‡rio do Tribunal ou o Plen‡rio do STF.

Pergunta relevante: e se houver diverg•ncia de entendimento entre o Plen‡rio


do Tribunal ou —rg‹o especial e o Plen‡rio do STF?

Nesse caso (diverg•ncia de entendimento entre o Tribunal e o Plen‡rio do


STF), dever‡ prevalecer o entendimento do Plen‡rio do STF. Portanto, os
—rg‹os fracion‡rios dos Tribunais dever‹o aplicar o entendimento do
Plen‡rio do STF, decidindo pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da
norma.

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Outra pergunta: ser‡ que a cl‡usula de reserva de plen‡rio tambŽm deve ser
aplicada para analisar a recep•‹o ou revoga•‹o, pela nova Constitui•‹o, do
direito prŽ-constitucional?

A resposta Ž negativa. A reserva de plen‡rio apenas se aplica ˆ declara•‹o


de inconstitucionalidade de leis e atos normativos do Poder Pœblico. Ela n‹o
se aplica ˆ resolu•‹o de problemas de direito intertemporal, como Ž o
caso da an‡lise de recep•‹o ou revoga•‹o do direito prŽ-constitucional. Assim,
o ju’zo de recep•‹o de normas anteriores ˆ Constitui•‹o Federal n‹o precisa
observar a cl‡usula de reserva de plen‡rio.

A cl‡usula de reserva de plen‡rio tambŽm n‹o se aplica


quando Ž utilizada a tŽcnica de Òinterpreta•‹o conforme a
Constitui•‹oÓ.

A interpreta•‹o conforme ˆ Constitui•‹o Ž tŽcnica de


interpreta•‹o de normas infraconstitucionais poliss•micas (que
possuem mais de um sentido poss’vel). Essa tŽcnica visa
preservar a validade das normas. Ao invŽs do Tribunal declarar
a inconstitucionalidade de uma norma, ir‡ dar-lhe o sentido que
a compatibilize com a Constitui•‹o.

Ainda sobre a cl‡usula de reserva de plen‡rio, h‡ que se mencionar a Sœmula


Vinculante n¼ 10:

Sœmula Vinculante no 10 - Viola a cl‡usula de reserva de plen‡rio (CF,


artigo 97) a decis‹o de —rg‹o fracion‡rio de tribunal que, embora n‹o
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder pœblico, afasta sua incid•ncia, no todo ou em parte.

Veja s— que interessante! Pode ser que o —rg‹o fracion‡rio de um tribunal, ao


invŽs de declarar expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, simplesmente afaste a sua incid•ncia, no todo ou em parte, do
caso em concreto. Segundo a Sœmula Vinculante n¼ 10, mesmo nesse caso
ser‡ necess‡ria a observ‰ncia da cl‡usula de reserva de plen‡rio. Do
contr‡rio, poderia ficar configurada verdadeira burla a essa regra
constitucional: o —rg‹o fracion‡rio deixaria de aplicar a lei, mas n‹o diria que o
estava fazendo porque a considerava inconstitucional.

Na Rcl 18.165, discutiu-se caso concreto em que a


Assembleia Legislativa do Estado do Par‡ havia sustado o
andamento de a•‹o penal contra Deputado Estadual, por
meio de decreto legislativo. Em seguida, —rg‹o fracion‡rio
do TRF 1a Regi‹o afastou a incid•ncia desse decreto
legislativo.

Diante disso, pergunta-se o seguinte: houve viola•‹o ˆ


Sœmula Vinculante n¼ 10? Ao afastar a incid•ncia do decreto
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legislativo, houve descumprimento da cl‡usula de reserva de


plen‡rio?

A 2a Turma do STF decidiu que n‹o se aplica ao caso a


cl‡usula de reserva de plen‡rio. Para a Corte, o decreto
legislativo questionado n‹o possui car‡ter de ato normativo,
referindo-se a uma dada situa•‹o individual e concreta. Em
outras palavras, o decreto legislativo que susta o andamento
de a•‹o penal n‹o atende aos requisitos de abstra•‹o,
generalidade e impessoalidade, sendo um ato de efeitos
concretos.

Pode-se dizer, portanto, que decis‹o de —rg‹o fracion‡rio


que afasta a incid•ncia de ato de efeitos concretos,
sem conteœdo normativo, n‹o viola a cl‡usula de reserva de
plen‡rio.6

ƒ bom lembrar que h‡ decretos legislativos que possuem


conteœdo normativo. Apenas uma an‡lise no caso concreto Ž
que nos permitir‡ identificar se um decreto legislativo ser‡
ou n‹o um ato de efeitos concretos. Assim, nem todo
decreto legislativo pode ser afastado por —rg‹o fracion‡rio
sem que isso viole a cl‡usula de reserva de plen‡rio.

Na jurisprud•ncia do STF, encontramos outros 2 (dois) casos de mitiga•‹o


da cl‡usula de reserva de plen‡rio, isto Ž, situa•›es em que ela n‹o se
aplica. S‹o as seguintes:

a) Turmas Recursais dos Juizados Especiais: As Turmas Recursais


s‹o —rg‹os colegiados, mas n‹o s‹o ÒtribunaisÓ. Assim como os
magistrados de 1a inst‰ncia, as Turmas Recursais dos Juizados Especiais
t•m compet•ncia para, incidentalmente, declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo.

b) Turmas do STF: H‡ precedente no STF no sentido de se considerar


que suas Turmas podem, ao realizar o controle difuso de
constitucionalidade, declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, sem que haja ofensa ˆ cl‡usula de reserva de plen‡rio.7

8.5-Efeitos da Decis‹o:

No controle difuso, o questionamento de inconstitucionalidade Ž feito diante de


um caso concreto. A declara•‹o de inconstitucionalidade Ž uma quest‹o

6
Rcl 18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, 18.10.2016.
7 a
 RE 361.829, Rel. Min. Ellen Gracie, 2 Turma. 02.03.2010
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incidental, prŽvia ˆ solu•‹o de um lit’gio envolvendo as partes processuais. O


objetivo do controle difuso n‹o Ž, portanto, proteger a ordem constitucional,
mas sim proteger direitos subjetivos das partes.

Com base nessa l—gica, a decis‹o no controle de constitucionalidade incidental


s— alcan•a as partes do processo, ou seja, tem efic‡cia Òinter partesÓ. AlŽm
disso, n‹o vincula os demais —rg‹os do Judici‡rio e a Administra•‹o; por isso,
diz-se que as decis›es no controle de constitucionalidade difuso s‹o n‹o
vinculantes.

Dessa maneira, a lei ou ato normativo declarado inconstitucional no ‰mbito do


controle difuso continua plenamente v‡lida em nosso ordenamento jur’dico
e produzindo normalmente os seus efeitos. Apenas as partes processuais
envolvidas no caso concreto Ž que sofrer‹o os efeitos da declara•‹o de
inconstitucionalidade. Entretanto, a jurisprud•ncia do STF nos traz uma
exce•‹o a essa regra geral: quando, em controle incidental, h‡ uma revis‹o
de jurisprud•ncia pelo Plen‡rio da Corte.

Suponha que o STF declare, em sede de ADI, que uma determinada lei Ž
constitucional. Essa decis‹o ter‡ efic‡cia erga omnes e efeito vinculante8.
Caso um —rg‹o jurisdicional decida de modo diferente, caber‡ reclama•‹o9
para o STF.

O STF, todavia, n‹o est‡ vinculado ˆs decis›es que profere no controle


concentrado-abstrato de constitucionalidade, sendo poss’vel que o Plen‡rio
modifique seu entendimento, inclusive em Recurso Extraordin‡rio ou em
reclama•‹o Constitucional.

Nessa hip—tese excepcional (revis‹o de jurisprud•ncia), a decis‹o em sede de


Recurso Extraordin‡rio (RE) ou reclama•‹o Constitucional ir‡ substituir a
anterior decis‹o em ADI e, portanto, ir‡ produzir efeitos erga omnes e
efeito vinculante.10 Ser‡ cab’vel, inclusive, reclama•‹o caso algum
magistrado decida de modo diferente.

Quanto ao aspecto temporal, os efeitos da decis‹o ser‹o, em regra,


retroativos (Òex tuncÓ), atingindo a rela•‹o jur’dica motivadora da decis‹o
desde sua origem. Isso se deve ao fato de que uma norma declarada
inconstitucional ser‡ considerada nula e, por consequ•ncia, todos os efeitos
por ela produzidos tambŽm ser‹o nulos. As rela•›es jur’dicas por ela

8
As decis›es no ‰mbito de ADI, ADC, ADPF e ADO t•m efic‡cia erga omnes e efeito
vinculante.
9
A reclama•‹o constitucional Ž cab’vel quando h‡ o descumprimento de Sœmula
Vinculante ou decis‹o do STF no ‰mbito do controle concentrado-abstrato de
constitucionalidade.
10
 Rcl 18.636, Rel. Min. Celso de Mello. 10.11.2015.

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estabelecidas ser‹o, da mesma maneira, consideradas inv‡lidas e, portanto,


dever‹o ser desconstitu’das.

Existe a possibilidade, todavia, de que o Supremo Tribunal Federal (STF)


realize a modula•‹o dos efeitos de uma decis‹o tomada em sede de controle
difuso de constitucionalidade. Isso significa que o STF poder‡, por decis‹o de
2/3 dos seus membros, tendo em vista raz›es de seguran•a jur’dica ou
excepcional interesse social, dar efeitos prospectivos (Òex nuncÓ) ˆ
decis‹o, ou fixar outro momento para que sua efic‡cia tenha in’cio.

A tŽcnica de modula•‹o de efeitos est‡ prevista no art. 27, da Lei n¼


9.868/99, que trata da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e da A•‹o
Declarat—ria de Constitucionalidade.

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e


tendo em vista raz›es de seguran•a jur’dica ou de excepcional
interesse social, poder‡ o Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois ter•os de seus membros, restringir os efeitos daquela declara•‹o
ou decidir que ela s— tenha efic‡cia a partir de seu tr‰nsito em julgado
ou de outro momento que venha a ser fixado.

Em que pese a Lei n¼ 9.868/99 tratar do controle concentrado de


constitucionalidade, a jurisprud•ncia do STF e a doutrina reconhecem a
possibilidade de modula•‹o de efeitos tambŽm no ‰mbito do controle
difuso.

O STF tambŽm considera que Ž poss’vel a modula•‹o dos efeitos


temporais por ocasi‹o da declara•‹o de n‹o recep•‹o de uma lei.11 Assim,
Ž poss’vel que o STF declare que uma lei n‹o foi recepcionada pela
Constitui•‹o Federal de 1988, mas reconhe•a que esta produziu seus efeitos
atŽ a decis‹o da Corte.

8.6- Atua•‹o do Senado Federal:

No ‰mbito do controle difuso, as decis›es possuem efic‡cia Òinter partesÓ e


seus efeitos n‹o s‹o vinculantes. Entretanto, existe a possibilidade
excepcional de ser atribu’da efic‡cia geral (Òerga omnesÓ) a uma decis‹o
tomada no ‰mbito do controle difuso. Em outras palavras, Ž poss’vel que seja
ampliado o alcance da decis‹o, que deixar‡ de afetar apenas as partes
processuais, passando a propagar seus efeitos sobre todos.

Para que isso ocorra, todavia, haver‡ necessidade de atua•‹o do Senado


Federal, no exerc’cio da compet•ncia prevista no art. 52, X, CF/88, segundo o
qual compete privativamente ao Senado Òsuspender a execu•‹o, no todo ou

11
RE 600.885/RS. Rel. Min. C‡rmen Lœcia. 09.02.2011
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em parte, de lei declarada inconstitucional por decis‹o definitiva do


Supremo Tribunal Federal.Ó

Assim, o Senado Federal tem, por disposi•‹o constitucional, a faculdade de


suspender, por meio de resolu•‹o, lei declarada inconstitucional pelo STF
em controle difuso de constitucionalidade, conferindo efic‡cia geral (Òerga
omnesÓ) ˆ decis‹o da Corte.

A suspens‹o de lei pelo Senado Federal Ž um ato de natureza pol’tica, que


visa ampliar o alcance de uma decis‹o tomada pelo STF em um caso concreto.
Em raz‹o desse car‡ter pol’tico da atua•‹o do Senado, a doutrina considera
que este Ž um ato discricion‡rio daquela Casa Legislativa. Logo, o Senado
Federal n‹o Ž obrigado a suspender uma lei declarada inconstitucional pelo
STF; caso o —rg‹o permane•a inerte, n‹o haver‡ qualquer infra•‹o ao
ordenamento jur’dico.

Vejamos alguns t—picos importantes acerca desse tema:

1) O Senado Federal atuar‡ para ampliar os efeitos da decis‹o


do STF em sede de controle difuso. As decis›es do STF no
controle concentrado-abstrato j‡ ter‹o, por si pr—prias, efic‡cia
Òerga omnesÓ, independentemente de qualquer atua•‹o do
Senado.

2) A atua•‹o do Senado Ž discricion‡ria e n‹o tem um prazo


para ocorrer. Assim, o Senado Federal poder‡ suspender, a
qualquer tempo, lei declarada inconstitucional pelo STF.

3) O Senado Federal poder‡ suspender qualquer lei declarada


inconstitucional pelo STF, seja ela uma lei federal, estadual,
distrital ou municipal. Pode-se dizer que, quando exercita
essa compet•ncia, o Senado est‡ atuando como —rg‹o de
car‡ter nacional (e n‹o apenas federal!). Lembre-se que, no
controle difuso, os atos normativos de todos os n’veis
federativos poder‹o ser objeto de aferi•‹o de
constitucionalidade.

4) A delibera•‹o do Senado Federal acerca da suspens‹o de lei


declarada inconstitucional pelo STF Ž irretrat‡vel.

Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) declara a inconstitucionalidade de


uma lei, no ‰mbito do controle difuso, ele dever‡ fazer uma comunica•‹o ao
Senado Federal. O Senado poder‡, ent‹o, suspender a execu•‹o da lei.
Todavia, n‹o poder‡ ampliar, restringir ou interpretar a decis‹o do STF;
ao contr‡rio, o Senado Federal dever‡ seguir exatamente o que prev• a
decis‹o da Corte Suprema.

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Assim, se o STF houver declarado a inconstitucionalidade de apenas um


artigo da Constitui•‹o, o Senado ficar‡ impedido de suspender a execu•‹o da
lei como um todo. Dever‡ suspender a execu•‹o apenas do artigo
declarado inconstitucional. ƒ exatamente essa a interpreta•‹o que devemos
ter sobre a express‹o Òno todo ou em parteÓ, prevista no art. 52, X
(Òsuspender a execu•‹o, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decis‹o definitiva do Supremo Tribunal FederalÓ).

H‡ controvŽrsia doutrin‡ria acerca dos efeitos da resolu•‹o do Senado que


suspende a execu•‹o de lei declarada inconstitucional pelo STF. A doutrina
majorit‡ria (e que deve ser seguida para fins de prova!) Ž a de que a resolu•‹o
do Senado ter‡ efeitos prospectivos (Òex nuncÓ). Destaque-se, todavia,
que o Decreto n¼ 2.346/97 estabelece que, no ‰mbito da Administra•‹o
Pœblica federal, a decis‹o do Senado Federal ter‡ efeitos retroativos (Òex
tuncÓ).

Por fim, a doutrina considera que a resolu•‹o do Senado Federal poder‡ ser
objeto de controle de constitucionalidade. Um exemplo de situa•‹o em
que fica caracterizada a inconstitucionalidade seria o caso de uma resolu•‹o do
Senado que amplia ou restringe a decis‹o do STF.

8.7- Sœmula Vinculante:

No controle incidental de constitucionalidade, as decis›es (inclusive do STF)


possuem apenas efeitos Òinter partesÓ. Uma consequ•ncia disso Ž a
prolifera•‹o de a•›es judiciais no STF acerca do mesmo objeto. Ademais,
pelo fato de as decis›es do STF no controle incidental n‹o terem efeito
vinculante, os tribunais inferiores e os ju’zes poder‹o continuar julgando de
forma diferente. Gera-se inseguran•a jur’dica.

Foi em raz‹o desses problema que a Emenda Constitucional n¼ 45/2004 criou


o instituto da Sœmula Vinculante, que pode ser editada pelo Supremo
Tribunal Federal (art. 103-A, CF/88):

Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poder‡, de of’cio ou por


provoca•‹o, mediante decis‹o de dois ter•os dos seus membros,
ap—s reiteradas decis›es sobre matŽria constitucional,
aprovar sœmula que, a partir de sua publica•‹o na imprensa oficial,
ter‡ efeito vinculante em rela•‹o aos demais —rg‹os do Poder
Judici‡rio e ˆ administra•‹o pœblica direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal, bem como proceder ˆ sua revis‹o ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei.
¤ 1¼ A sœmula ter‡ por objetivo a validade, a interpreta•‹o e a
efic‡cia de normas determinadas, acerca das quais haja
controvŽrsia atual entre —rg‹os judici‡rios ou entre esses e

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a administra•‹o pœblica que acarrete grave inseguran•a jur’dica


e relevante multiplica•‹o de processos sobre quest‹o id•ntica.

S‹o 3 (tr•s) os pressupostos constitucionais para que seja editada Sœmula


Vinculante:

a) Exist•ncia de reiteradas decis›es sobre matŽria constitucional. O


STF deve ter tido a oportunidade de apreciar a matŽria por diversas
vezes, o que permite maior grau de amadurecimento sobre o assunto
objeto da controvŽrsia.

b) Exist•ncia de controvŽrsia atual entre —rg‹os judici‡rios ou entre


esses e a Administra•‹o Pœblica. Ora, se h‡ controvŽrsia, Ž n’tido que o
tema n‹o Ž pac’fico, o que pode gerar grave inseguran•a jur’dica e
multiplica•‹o de processos sobre quest‹o id•ntica. H‡, ent‹o,
necessidade de se harmonizar o entendimento entre os —rg‹os do Poder
Judici‡rio e entre estes e a Administra•‹o Pœblica.

c) Aprova•‹o por 2/3 (dois ter•os) dos membros do STF. Como o


STF possui 11 Ministros, esse qu—rum ser‡ obtido pelo voto de 8 dos
seus membros.

As sœmulas vinculantes ter‹o por objetivo a validade, a interpreta•‹o e a


efic‡cia de normas determinadas. Elas ter‹o validade a partir de sua
publica•‹o na imprensa oficial e ir‹o vincular todos os demais —rg‹os
do Poder Judici‡rio e a administra•‹o pœblica direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal.

Observe que as Sœmulas Vinculantes n‹o vinculam:

- o Supremo Tribunal Federal (elas vinculam todos os


demais —rg‹os do Poder Judici‡rio).

- o Poder Legislativo, no exerc’cio de sua fun•‹o t’pica de


legislar (quando o Poder Legislativo exerce fun•‹o
administrativa, dever‡ observar as Sœmulas Vinculantes).

- o Poder Executivo, no exerc’cio de sua fun•‹o at’pica de


legislar (quando o Presidente edita uma medida provis—ria, ele
n‹o precisa observar as Sœmulas Vinculantes).

A n‹o-vincula•‹o da atividade legislativa ˆs Sœmulas Vinculantes existe para


evitar a chamada Òfossiliza•‹o constitucionalÓ.12 Transcrevemos a seguir
trecho de julgado do STF:

12
 O termo Òfossiliza•‹o constitucionalÓ foi concebido pelo Ministro do STF Cezar Peluso.
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Òas constitui•›es, enquanto planos normativos voltados para o futuro,


n‹o podem de maneira nenhuma perder sua flexibilidade e abertura. (...)
Decerto, Ž preciso preservar o equil’brio entre o Supremo e o Legislativo,
cuja tarefa de criar leis n‹o pode ficar reduzida, a ponto de prejudicar o
espa•o democr‡tico-representativo de sua legitimidade pol’tica,
fossilizando, assim, a pr—pria Constitui•‹o de 1988, que consagra a
harmonia entre os Poderes (CF, art. 2¼)Ó.

A aprova•‹o, revis‹o ou cancelamento da sœmula vinculante pode se dar


por iniciativa do pr—prio STF (de of’cio) ou pela iniciativa dos legitimados
arrolados na Lei 11.417/2006:

Art. 3o S‹o legitimados a propor a edi•‹o, a revis‹o ou o


cancelamento de enunciado de sœmula vinculante:
I - o Presidente da Repœblica;
II - a Mesa do Senado Federal;
III Ð a Mesa da C‰mara dos Deputados;
IV Ð o Procurador-Geral da Repœblica;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Pœblico-Geral da Uni‹o;
VII Ð partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional;
VIII Ð confedera•‹o sindical ou entidade de classe de ‰mbito
nacional;
IX Ð a Mesa de Assembleia Legislativa ou da C‰mara Legislativa do
Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justi•a de Estados ou
do Distrito Federal e Territ—rios, os Tribunais Regionais Federais, os
Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e
os Tribunais Militares.

ƒ interessante notar que podem propor a edi•‹o, a revis‹o ou o cancelamento


de enunciado de sœmula vinculante os mesmos legitimados para impetrar
A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (art. 103, CF/88). AlŽm deles,
tambŽm poder‹o faz•-lo:

a) O Supremo Tribunal Federal (STF);

b) O Defensor Pœblico-Geral da Uni‹o;

c) Os Tribunais do Poder Judici‡rio e;

d) Os Munic’pios. Observa•‹o: s‹o legitimados a propor,


incidentalmente, no curso de um processo em que sejam parte, a
edi•‹o, a revis‹o ou o cancelamento de enunciado de Sœmula Vinculante.

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A aprova•‹o, revis‹o ou cancelamento de sœmula vinculante


exige decis‹o de 2/3 dos membros do STF (oito Ministros),
em sess‹o plen‡ria.

Quando Ž apresentada uma proposta para edi•‹o, revis‹o ou cancelamento de


sœmula vinculante, os processos judiciais que versam sobre a matŽria objeto
do enunciado seguem seu tr‰mite normalmente. Nesse sentido, o art. 6¼,
da Lei n¼ 11.417/2006, estabelece que Òa proposta de edi•‹o, revis‹o ou
cancelamento de enunciado de sœmula vinculante n‹o autoriza a suspens‹o
dos processos em que se discuta a mesma quest‹oÓ.

Em geral, a efic‡cia da sœmula vinculante Ž imediata. Entretanto, tendo em


vista raz›es de seguran•a jur’dica ou de excepcional interesse pœblico, o STF
poder‡, por decis‹o de 2/3 dos seus membros, restringir seus efeitos ou
decidir que a sœmula s— tenha efic‡cia a partir de outro momento.

Caso seja praticado ato administrativo ou proferida decis‹o judicial que


contrarie os termos da sœmula, a parte prejudicada poder‡ intentar
reclama•‹o diretamente perante o STF. Salienta-se, contudo, que o uso da
reclama•‹o s— ser‡ admitido ap—s o esgotamento das vias administrativas.

Ao julgar procedente o pedido de reclama•‹o, o STF anular‡ o ato


administrativo ou cassar‡ a decis‹o judicial impugnada. O STF n‹o ir‡
proferir outra decis‹o em substitui•‹o ˆ decis‹o cassada, mas sim determinar
que outra seja proferida, com ou sem aplica•‹o da sœmula.

8.8- Meios de Acesso ao Controle Difuso:

O controle difuso de constitucionalidade pode ser efetuado por qualquer juiz


ou tribunal do Pa’s, diante de um caso concreto. Um grande nœmero de
controvŽrsias poder‡, nesse sentido, ensejar a argui•‹o de
inconstitucionalidade incidental de lei ou ato normativo. ƒ ampla, portanto, a
capacidade do Poder Judici‡rio de exercer a jurisdi•‹o constitucional.

Qualquer tipo de a•‹o poder‡ ser utilizada para realizar o controle difuso de
constitucionalidade. Este ir‡ ocorrer sempre que for necess‡rio avaliar a
compatibilidade de uma norma com a Constitui•‹o, independentemente da
a•‹o judicial que estiver sendo proposta.

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8.9- Recurso Extraordin‡rio:

O Supremo Tribunal Federal (STF), assim como qualquer outro Tribunal do


Pa’s, pode realizar o controle difuso de constitucionalidade. H‡ duas
situa•›es poss’veis:

a) O controle difuso pode ser efetivado pelo STF quando for necess‡rio
avaliar a constitucionalidade de uma norma no ‰mbito de um processo
de sua compet•ncia origin‡ria. ƒ o caso, por exemplo, de habeas
corpus que tenha como paciente um detentor de foro especial. TambŽm
pode-se apontar o caso de mandado de seguran•a contra ato do
Presidente da Repœblica e, ainda, a•›es penais contra Deputados e
Senadores.

b) TambŽm ser‡ poss’vel que o STF realize o controle difuso em sede de


recurso extraordin‡rio, que Ž cab’vel nas hip—teses do art. 102, III,
CF/88:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constitui•‹o, cabendo-lhe:
(É)
III - julgar, mediante recurso extraordin‡rio, as causas decididas
em œnica ou œltima inst‰ncia, quando a decis‹o recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constitui•‹o;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar v‡lida lei ou ato de governo local contestado em face
desta Constitui•‹o.
d) julgar v‡lida lei local contestada em face de lei federal.

O recurso extraordin‡rio Ž usado para recorrer de decis‹o sobre matŽria


constitucional. Em todos os casos do art. 102, III, percebe-se exatamente
isso: na decis‹o recorrida, h‡ uma controvŽrsia constitucional. AlguŽm atŽ
poderia dizer que no caso do art. 102, III, ÒdÓ n‹o se trata de controvŽrsia
constitucional, mas sim de controvŽrsia entre leis. Todavia, mesmo nessa
situa•‹o, o problema envolve, sim, matŽria constitucional. Como as leis
federais, estaduais e municipais t•m a mesma hierarquia, o que determina
qual delas prevalece sobre as outras Ž a reparti•‹o constitucional de
compet•ncias.

Ao utilizar o recurso extraordin‡rio, o interessado estar‡ provocando o STF a


decidir sobre a constitucionalidade de alguma(s) norma(s), em sede de
controle incidental. Mas quais s‹o os pressupostos para que se possa
ingressar com recurso extraordin‡rio?

S‹o 3 (tr•s) os pressupostos para que o interessado ingresse com recurso


extraordin‡rio junto ao STF:

a) ofensa direta ao texto constitucional.


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b) prŽ-questionamento.

c) repercuss‹o geral da matŽria.

A repercuss‹o geral foi inserida pela EC n¼ 45/2004 como requisito de


admissibilidade do recurso extraordin‡rio. Consiste em verificar se
determinada quest‹o Ž relevante do ponto de vista pol’tico, econ™mico,
social ou jur’dico. Cabe destacar que o requerente Ž que dever‡
demonstrar a repercuss‹o geral das quest›es discutidas no caso.

Obviamente, o STF poder‡ considerar que a quest‹o n‹o apresenta


repercuss‹o geral e, em consequ•ncia, recusar o recurso extraordin‡rio.
Entretanto, a recusa do recurso extraordin‡rio depender‡ do voto de 2/3
dos membros do STF. ƒ exatamente isso o que se pode depreender do
art.102, ¤ 3¼, CF/88:

¤ 3¼ No recurso extraordin‡rio o recorrente dever‡ demonstrar a


repercuss‹o geral das quest›es constitucionais discutidas no caso,
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admiss‹o do
recurso, somente podendo recus‡-lo pela manifesta•‹o de dois
ter•os de seus membros.

Por œltimo, vale destacar que, segundo o STF, a decis‹o no sentido de


inexist•ncia de repercuss‹o geral em recurso extraordin‡rio Ž
irrecorr’vel.

(CGE-PI Ð 2015) O Supremo Tribunal Federal poder‡, ap—s


reiteradas decis›es sobre matŽria constitucional, aprovar
sœmula que, a partir de sua publica•‹o na imprensa oficial,
ter‡ efeito vinculante em rela•‹o aos demais —rg‹os do Poder
Judici‡rio e ˆ administra•‹o pœblica direta e indireta nas
esferas federal, estadual e municipal.

Coment‡rios:

O STF pode aprovar sœmula que, a partir de sua publica•‹o,


ter‡ efeito vinculante em rela•‹o aos demais —rg‹os do
Poder Judici‡rio e ˆ administra•‹o pœblica direta e indireta
nas esferas federal, estadual e municipal. Quest‹o correta.

(DPU Ð 2015) Desde que observem a cl‡usula de reserva de


plen‡rio, os tribunais podem declarar a revoga•‹o de normas
legais anteriores ˆ CF com ela materialmente incompat’veis.

Coment‡rios:

A cl‡usula de reserva de plen‡rio n‹o Ž exigida para se


resolver problemas de direito intertemporal. Assim, n‹o se
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aplica a cl‡usula de reserva de plen‡rio no ju’zo de recep•‹o


ou revoga•‹o. Quest‹o errada.

(TJDFT Ð 2015) O STF, mitigando norma constitucional,


entende que Ž dispens‡vel a submiss‹o da demanda judicial ˆ
regra da reserva de plen‡rio quando a decis‹o do tribunal
basear-se em jurisprud•ncia do plen‡rio ou em sœmula do
STF.

Coment‡rios:

A cl‡usula de reserva de plen‡rio n‹o precisa ser


observada caso o —rg‹o especial, o Plen‡rio do Tribunal ou o
Plen‡rio do STF j‡ tenha se pronunciado sobre a
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo. Quest‹o
correta.

(DPU Ð 2015) ƒ poss’vel o controle judicial difuso de


constitucionalidade de normas prŽ-constitucionais, desde que
n‹o se adote a atual Constitui•‹o como par‰metro.

Coment‡rios:

O controle de constitucionalidade de normas prŽ-


constitucionais Ž poss’vel, mas deve ter como par‰metro a
Constitui•‹o pretŽrita. Quest‹o correta.

9- Controle Abstrato:

9.1- No•›es Gerais:

O controle abstrato de constitucionalidade Ž aquele que busca examinar a


constitucionalidade de uma lei em tese. N‹o h‡ um caso concreto em
an‡lise; Ž a lei, em abstrato, que tem sua constitucionalidade aferida pelo
Poder Judici‡rio. No controle abstrato, a constitucionalidade da lei ou ato
normativo Ž arguida na via principal, por meio de a•‹o direta.

No Brasil, o controle abstrato Ž realizado pelo Supremo Tribunal Federal


(tendo como par‰metro a Constitui•‹o Federal) ou pelos Tribunais de Justi•a
(tendo como par‰metro as respectivas Constitui•›es Estaduais). Em raz‹o
disso, diz-se que o controle abstrato Ž efetuado de modo concentrado.

O controle abstrato de constitucionalidade face ˆ Constitui•‹o Federal Ž


efetuado por meio das seguintes a•›es, propostas perante o STF:

a) A•‹o Direta de Inconstitucionalidade genŽrica (ADI);

b) A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o (ADO);


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c) A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade (ADC);

d) Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).

O controle concentrado, em quase todos os casos, Ž


realizado de modo abstrato. No entanto, existe um caso
excepcional de controle concentrado-concreto, que Ž aquele
efetuado por meio de representa•‹o interventiva (ADI-
interventiva). Estudaremos sobre a representa•‹o interventiva
mais ˆ frente.

Por sua vez, o controle difuso Ž, em quase todos os casos,


realizado de modo concreto. No entanto, tambŽm Ž poss’vel
que exista o controle difuso-abstrato.

Suponha que um determinado caso concreto seja submetido ao


Tribunal de Justi•a e este tenha que avaliar, incidentalmente, a
constitucionalidade de uma norma. O —rg‹o fracion‡rio n‹o
pode pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade e, portanto,
remeter‡ o processo ao Plen‡rio do Tribunal. O Plen‡rio ir‡ se
pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei Òem teseÓ
(abstratamente). Enquanto isso, o caso concreto fica parado no
—rg‹o fracion‡rio.

Conclus‹o: embora ocorra na maior parte dos casos, n‹o


existe uma rela•‹o obrigat—ria entre controle concentrado e
controle abstrato e entre controle difuso e controle concreto.

9.2- A•‹o Direta de Inconstitucionalidade genŽrica (ADI):

9.2.1-Introdu•‹o:

No Brasil, a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade tem suas origens na


Constitui•‹o de 1946, ap—s a EC n¼ 16/1965. AtŽ ent‹o, o sistema brasileiro
de controle de constitucionalidade baseava-se apenas no controle difuso. Com
a EC n¼ 16/1965, passam a conviver o controle difuso-incidental e o controle
concentrado-abstrato. Entretanto, havia predom’nio do controle difuso, uma
vez que o œnico legitimado a propor a representa•‹o de inconstitucionalidade
era o Procurador-Geral da Repœblica.

Foi com a promulga•‹o da Constitui•‹o Federal de 1988 que ganhou for•a o


controle abstrato. Por meio dela, ampliou-se significativamente o rol de
legitimados a ingressar com A•‹o Direta de Inconstitucionalidade. TambŽm
foram criadas novas a•›es do controle abstrato: a A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade por Omiss‹o (ADO) e a Argui•‹o de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF). O controle abstrato tornou-se, dessa forma, a
principal forma de serem resolvidas as quest›es constitucionais.
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9.2.2- Compet•ncia:

Compete exclusivamente ao STF processar e julgar, originariamente, a a•‹o


direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual
em face da Constitui•‹o Federal.

9.2.3- Par‰metro de Controle:

Quando se fala em Òpar‰metro de controleÓ, a refer•ncia que se faz Ž ˆs


normas que servir‹o de fundamento para que seja aferida a validade das leis
ou atos normativos federais ou estaduais. Pode atŽ parecer simples, mas h‡
v‡rios detalhes que precisam ser compreendidos.

Todas as normas constantes do texto constitucional servem como


par‰metro de controle. N‹o interessa qual Ž o conteœdo da norma; basta que
ela seja formalmente constitucional para que sirva como par‰metro de
controle. TambŽm n‹o importa se a norma est‡ expl’cita ou impl’cita na
Constitui•‹o Federal; mesmo as normas impl’citas (como o princ’pio da
razoabilidade) servir‹o como par‰metro para a verifica•‹o de
constitucionalidade.

Destaque-se, ainda, que por for•a do art. 5¼, ¤ 3¼, da Constitui•‹o, tratado
sobre direitos humanos incorporado ao ordenamento jur’dico pelo
procedimento legislativo de emenda constitucional ser‡, tambŽm
par‰metro de controle de constitucionalidade. Isso porque esse tratado ter‡
equival•ncia de emenda e integrar‡ o chamado Òbloco de
constitucionalidadeÓ.

N‹o podem ser par‰metro para o controle de


constitucionalidade por meio de ADI:

a) o Pre‰mbulo: Para o STF, o Pre‰mbulo n‹o tem for•a


normativa.

b) normas do ADCT com efic‡cia exaurida. As normas do


ADCT atŽ podem servir como par‰metro para o controle de
constitucionalidade. Isso n‹o ser‡ poss’vel, todavia, em caso de
normas do ADCT com efic‡cia exaurida, uma vez que estas j‡
n‹o mais produzem seus efeitos.

c) normas das Constitui•›es pretŽritas. ƒ importante


termos em mente que somente as normas constitucionais em
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vigor podem ser par‰metro para o controle de


constitucionalidade. Nesse sentido, n‹o Ž poss’vel, por meio
de ADI, avaliar a constitucionalidade de normas face ˆ
Constitui•‹o pretŽrita.

Uma quest‹o pol•mica, que enseja controvŽrsias, surge quando h‡ altera•‹o


do par‰metro de controle (altera•‹o da norma constitucional). Vamos a um
caso concreto examinado pelo STF. O Estado do Paran‡ editou a Lei n¼
12.398/98, que previu que poderia ser exigida contribui•‹o previdenci‡ria dos
servidores inativos (aposentados). Ë Žpoca da lei, todavia, a CF/88 vedava
essa exig•ncia, que passou a ser autorizada apenas com a EC n¼ 41/2003.

A pergunta que se faz, ent‹o, Ž a seguinte: a Lei n¼ 12.398/98 foi convalidada


pela EC n¼ 41/2003?

N‹o. A Lei n¼ 12.398/98 Ònasceu mortaÓ, porque ˆ Žpoca de sua publica•‹o,


ela era inconstitucional. Assim, a promulga•‹o da EC n¼ 41/2003 n‹o
convalidou a Lei n¼ 12.398/98, uma vez que, no ordenamento jur’dico
brasileiro n‹o existe constitucionalidade superveniente. Assim, a
constitucionalidade de uma lei ou ato normativo deve ser analisada segundo o
par‰metro vigente ˆ Žpoca da sua publica•‹o.

Suponha, agora, a seguinte situa•‹o. ƒ ajuizada ADI buscando a declara•‹o de


inconstitucionalidade de lei face a um determinado dispositivo da CF/88. Esse
dispositivo constitucional, no entanto, sofre uma altera•‹o substancial ou
revoga•‹o superveniente. Nesse caso, a ADI ser‡ conhecida? Sim, a ADI
ser‡ conhecida, avaliando-se a constitucionalidade da lei frente ˆ norma
constitucional em vigor quando da propositura da a•‹o.

Situa•‹o diversa Ž aquela em que uma ADI Ž proposta com o objetivo de se


declarar a inconstitucionalidade de lei face a par‰metro constitucional j‡
revogado. Nesse caso, a ADI n‹o ser‡ conhecida (admitida).

9.2.4-Objeto de Controle:

A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) tem como objeto a aferi•‹o da


validade de lei ou ato normativo federal ou estadual editados
posteriormente ˆ promulga•‹o da Constitui•‹o Federal (art. 102, I, al’nea
ÒaÓ).

A partir dessa afirma•‹o, j‡ se pode concluir que as leis e atos normativos


municipais n‹o podem ser objeto de ADI perante o STF. Todavia, seria
precipitado concluir que as normas municipais n‹o se submetem, em nenhuma
situa•‹o, ao controle de constitucionalidade perante o STF. Elas podem, sim,
se submeter a esse controle, mas por meio de Argui•‹o de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF).
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E as leis e atos normativos do Distrito Federal? Ser‡ que elas podem ser objeto
de ADI perante o STF?

Depende. Conforme j‡ sabemos, o Distrito Federal acumula as compet•ncias


dos Estados e dos Munic’pios. Caso uma lei distrital tenha sido editada no
exerc’cio de compet•ncia estadual, ela poder‡ ser objeto de ADI
perante o STF; por outro lado, caso a lei distrital tenha sido editada no
exerc’cio de compet•ncia municipal, ela n‹o poder‡ ter sua
constitucionalidade examinada por meio de ADI.

O direito municipal, bem como as leis e atos normativos do


Distrito Federal editados no desempenho de sua compet•ncia
municipal, n‹o poder‹o ser impugnados em sede de ADI.

Para que uma norma (federal ou estadual) seja objeto de ADI, ela dever‡ ser
p—s-constitucional, ou seja, dever‡ ter sido editada ap—s a promulga•‹o da
Constitui•‹o Federal de 1988. Nesse sentido, uma norma editada na
vig•ncia de Constitui•‹o pretŽrita n‹o pode ser objeto de ADI. Recorde-
se que o direito prŽ-constitucional pode ser recepcionado ou revogado pela
nova Constitui•‹o; n‹o h‡, no ordenamento jur’dico brasileiro o fen™meno da
inconstitucionalidade superveniente.

Outro ponto a se destacar Ž que s— podem ser impugnados via ADI atos que
possuam normatividade, isto Ž, sejam dotados de generalidade e
abstra•‹o. ƒ dotado de generalidade o ato que n‹o tem destinat‡rios certos e
definidos; ao contr‡rio, se destina a todos aqueles que cumpram os requisitos
para nele se enquadrarem. Por sua vez, a abstra•‹o fica caracterizada quando
o ato Ž aplic‡vel a todos os casos que se subsumirem ˆ norma (e n‹o a um
caso concreto espec’fico).

Assim, os atos de efeitos concretos, em regra, n‹o podem ser objeto de


controle abstrato de constitucionalidade. Um exemplo de ato de efeitos
concretos seria uma Portaria que nomeia um servidor para cargo em comiss‹o.
Veja: esse ato n‹o Ž dotado de generalidade e abstra•‹o.

Todavia, em julgado mais recente, o STF abriu uma exce•‹o. Como toda
exce•‹o costuma ser bastante cobrada em concursos, guarde bem esta!
Segundo a Corte Suprema, atos de efeitos concretos aprovados sob a forma
de lei em sentido estrito, elaborada pelo Poder Legislativo e aprovada pelo
Chefe do Executivo, podem ser objeto de A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade (ADI). Com esse entendimento, a Lei de Diretrizes
Or•ament‡rias (LDO), a Lei Or•ament‡ria Anual (LOA) e as medidas
provis—rias que abrem crŽditos extraordin‡rios podem ser objeto de controle
de constitucionalidade por meio de ADI.

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Feitas essas considera•›es, vamos, agora, definir exatamente quais atos


normativos, segundo a doutrina majorit‡ria, podem ter sua
constitucionalidade aferida por meio de ADI:

a) EspŽcies normativas do art. 59, CF/88: Podem ser impugnadas


por ADI as emendas constitucionais, leis complementares, leis ordin‡rias,
leis delegadas, medidas provis—rias, decretos legislativos e resolu•›es do
Poder Legislativo.

Observa•‹o: A jurisprud•ncia Ž pac’fica no sentido de que medidas


provis—rias podem sofrer controle abstrato13. Entretanto, cabe destacar
que a a•‹o direta de inconstitucionalidade precisa ser aditada caso a
medida provis—ria seja convertida em lei. 14 Por outro lado, caso a
medida provis—ria seja rejeitada ou n‹o seja apreciada, dentro do
prazo constitucionalmente estabelecido, pelo Congresso Nacional, a a•‹o
direta de inconstitucionalidade restar‡ prejudicada15.

b) Decretos aut™nomos. Assim como as espŽcies normativas do art.


59, CF, os decretos aut™nomos consistem em atos normativos prim‡rios.

c) Tratados internacionais. Qualquer que seja o tratado (comum ou


sobre direitos humanos) ele estar‡ sujeito ao controle de
constitucionalidade.

Observa•‹o: Os decretos legislativos que autorizam o Presidente da


Repœblica a ratificar os tratados internacionais (CF, art. 49, I) poder‹o
ser objeto de ADI. O controle abstrato Ž poss’vel, sim, ap—s a
promulga•‹o do decreto legislativo, por se tratar de ato legislativo que
produz consequ•ncias para a ordem jur’dica16. O mesmo vale para o
decreto do Chefe do Executivo que promulga os tratados e
conven•›es internacionais.

d) Regimentos Internos dos Tribunais e das Casas Legislativas.

e) Constitui•›es e leis estaduais.

O Prof. Gilmar Mendes aponta que tambŽm podem ser


objeto de ADI17: i) os atos normativos editados por
pessoas jur’dicas de direito pœblico (ex: uma resolu•‹o

13
  ADI 293, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 16.04.1993; ADI 427, Rel. Min. Sepœlveda
Pertence, DJ de 01.02.1991.
14
ADI 1.922, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 18.05.2007.
15
ADI 525, Rel. Min. Sepœlveda Pertence, DJ de 04.09.1991; ADI 529, Rel. Min.
Sepœlveda Pertence, DJ de 04.09.1991.
16
 Rp. 803, Rel. Min. Djaci Falc‹o, RTJ 84/724.
17
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 1190-1192.
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editada por Ag•ncia Reguladora), desde que fique


configurado seu car‡ter aut™nomo; ii) outros atos do Poder
Executivo com for•a normativa, como os pareceres da
Consultoria-Geral da Repœblica, aprovados pelo Presidente;
iii) Resolu•‹o do TSE; iv) Resolu•›es de tribunais que
deferem reajuste de vencimentos.

Na ADI n¼ 3.202/RN, o STF declarou a


inconstitucionalidade de um ato administrativo do
Tribunal de Justi•a do Rio Grande do Norte que concedia
gratifica•›es a servidores pœblicos. O STF examinou a
constitucionalidade desse ato em virtude de ele ser dotado
de generalidade e abstra•‹o, ou seja, ter car‡ter
aut™nomo.

Na ADI n¼ 5104 / DF, o STF decidiu que Resolu•‹o do TSE


pode ser impugnada por ADI, desde que, a pretexto de
regulamentar dispositivos legais, assuma car‡ter
aut™nomo e inovador.

Por outro lado, tambŽm Ž importante sabermos quais normas n‹o podem ser
impugnadas por meio de ADI:

a) Normas constitucionais origin‡rias: Segundo o STF, as normas


elaboradas pelo Poder Constituinte Origin‡rio n‹o podem ser objeto de
ADI.18 Nas palavras de Jorge Miranda, Òno interior da mesma
Constitui•‹o origin‡ria, obra do mesmo poder constituinte formal, n‹o
divisamos como possam surgir normas inconstitucionais. Nem vemos
como —rg‹os de fiscaliza•‹o institu’dos por esse poder seriam
competentes para apreciar e n‹o aplicar, com base na Constitui•‹o,
qualquer de suas normas. ƒ um princ’pio de identidade ou de n‹o
contradi•‹o que o impedeÓ. 19

b) Leis e atos normativos revogados ou cuja efic‡cia tenha se


exaurido: Como a ADI tem por objetivo expurgar a norma inv‡lida do
ordenamento jur’dico, n‹o faz sentido a an‡lise da a•‹o se a norma
n‹o mais integra o Direito vigente. Assim, temos o seguinte:

- Se a lei j‡ tiver sido revogada no momento em que Ž proposta


a ADI, o STF nem mesmo conhecer‡ da a•‹o.

- Se a lei for revogada ap—s a impugna•‹o do ato via ADI, a


a•‹o restar‡ prejudicada, total ou parcialmente, por falta de
objeto.

18
ADI-AgR 4.097/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, Julgamento 08.10.2008.
19
MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional, Coimbra, Coimbra Ed. 2001.
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(*) No STF, h‡ precedentes em que, mesmo com a revoga•‹o da


lei objeto de impugna•‹o, ficou afastada a prejudicialidade da
ADI. Para a Corte, a fraude processual (ADI 3232 e ADI 3306) e
singularidades do caso (ADI 4426) permitem que se considere
que n‹o houve a perda do objeto da ADI, mesmo com a revoga•‹o
da lei objeto de impugna•‹o.

c) Direito prŽ-constitucional. As normas elaboradas na vig•ncia de


Constitui•›es pretŽritas (direito prŽ-constitucional) n‹o podem ser
examinadas mediante ADI. O direito prŽ-constitucional pode ser objeto
apenas de um ju’zo de recep•‹o ou revoga•‹o.

d) Sœmulas e sœmulas vinculantes. As sœmulas n‹o possuem


normativos e, por isso, n‹o podem ser objeto de controle concentrado.
Isso vale, inclusive, para as sœmulas vinculantes, que n‹o possuem
caracter’sticas de ato normativo.

e) Atos normativos secund‡rios. O STF n‹o admite a


inconstitucionalidade indireta ou reflexa. Se um ato normativo
secund‡rio (infralegal) violar a lei e, por via indireta, desobedecer a
Constitui•‹o, ser‡ caso de mera ilegalidade. Assim, os atos meramente
regulamentares n‹o est‹o sujeitos ao controle por meio de ADI.

9.2.5-Legitima•‹o ativa:

A pergunta que fazemos, agora, Ž a seguinte: quem pode propor A•‹o Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) perante o STF?

A resposta est‡ no art. 103, CF, que relaciona os legitimados a propor ADI
perante o STF.

Art. 103. Podem propor a a•‹o direta de inconstitucionalidade e a


a•‹o declarat—ria de constitucionalidade:
I - o Presidente da Repœblica;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da C‰mara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da C‰mara Legislativa do
Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da Repœblica;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional;
IX - confedera•‹o sindical ou entidade de classe de ‰mbito
nacional.

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ƒ fundamental que voc• memorize essa rela•‹o! N‹o h‡ outro jeito! Algumas
observa•›es:

a) Um Deputado Federal ou Senador n‹o tem compet•ncia para propor


ADI perante o STF. ƒ a Mesa do Senado Federal e a Mesa da C‰mara
dos Deputados que t•m compet•ncia para tanto.

b) N‹o Ž qualquer partido pol’tico que possui legitimidade para propor


ADI perante o STF. O partido pol’tico deve ter representa•‹o no
Congresso Nacional, o que fica caracterizado quando h‡ pelo menos
um representante (Deputado Federal ou Senador) no Congresso
Nacional.

Segundo o STF, a aferi•‹o da legitimidade do partido pol’tico para


propor a ADI deve ser feita no momento da propositura da a•‹o.
Nesse sentido, caso haja perda superveniente de representa•‹o do
partido no Congresso Nacional, isso n‹o ir‡ prejudicar a ADI.

AlŽm disso, entende o STF que Ž suficiente, para a instaura•‹o do


controle abstrato, a decis‹o do presidente do partido, n‹o havendo
necessidade de manifesta•‹o do diret—rio partid‡rio.

c) N‹o Ž qualquer confedera•‹o sindical ou entidade de classe que pode


propor ADI perante o STF. Para faz•-lo, elas precisam ser de ‰mbito
nacional (uma entidade estadual ou municipal n‹o poder‡ faz•-lo).

Destaca-se tambŽm que o STF admite a instaura•‹o do controle


abstrato por Òassocia•›es de associa•›esÓ, ou seja, associa•›es que
congreguem apenas pessoas jur’dicas. Ainda sobre o tema, o STF
entende que os sindicatos e as federa•›es, mesmo tendo abrang•ncia
nacional, n‹o t•m legitimidade ativa para instaurar o controle abstrato,
uma vez que a legitimidade alcan•a somente as confedera•›es
sindicais.20

d) O rol de legitimados ativos do art. 103, CF/88 Ž taxativo. Logo,


n‹o se pode estender a legitimidade para propor ADI ao Vice-Presidente
e ao Vice-Governador, a menos que eles estejam exercendo a fun•‹o do
titular.

Dentre todos os legitimados do art. 103, CF/88, apenas dois necessitam de


advogado para a propositura da a•‹o: i) partido pol’tico com representa•‹o
no Congresso Nacional e ii) confedera•‹o sindical ou entidade de classe
de ‰mbito nacional. Apesar disso, no curso do processo, eles poder‹o
praticar todos os atos, sem necessidade de advogado.

20
Confedera•›es sindicais s‹o reuni›es de, no m’nimo, 3 Federa•›es. Federa•›es s‹o
reuni›es de, no m’nimo, 5 sindicatos.
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Os outros legitimados (incisos I a VII) podem propor ADI


independentemente de advogado. Pode-se dizer, assim, que eles possuem
capacidade postulat—ria especial, podendo subscrever a pe•a inicial da ADI
sem qualquer assist•ncia advocat’cia.

O STF diferencia os legitimados a propor ADI em dois grupos:

a) Legitimados universais: S‹o aqueles que podem propor ADI sobre


qualquer matŽria. S‹o eles: Presidente da Repœblica, Mesa do Senado
Federal, Mesa da C‰mara dos Deputados, partido pol’tico com
representa•‹o no Congresso Nacional, Procurador-Geral da Repœblica e
Conselho Federal da OAB.

b) Legitimados especiais. S‹o aqueles que s— podem propor ADI


quando haja comprovado interesse de agir, ou seja, pertin•ncia entre a
matŽria do ato impugnado e as fun•›es exercidas pelo legitimado. Em
outras palavras, s— poder‹o propor ADI quando houver pertin•ncia
tem‡tica. S‹o eles o Governador de Estado e do DF, Mesa de
Assembleia Legislativa ou da C‰mara Legislativa do DF e confedera•‹o
sindical e entidade de classe de ‰mbito nacional.

Feitas todas essas considera•›es, fica bastante percept’vel o quanto a CF/88


ampliou o rol de legitimados a propor ADI perante o STF. AtŽ a CF/88, o
Procurador-Geral da Repœblica era o œnico que poderia ingressar com ADI.

Vejamos a seguir um quadro-resumo com os legitimados do art. 103, CF:

Legitimados universais Legitimados especiais

Presidente da República
Governador de Estado e do DF
Procurador‑Geral da República

Mesa do Senado Federal e da 
Câmara dos Deputados Mesa de Assembleia Legislativa e 
da Câmara Legislativa do DF
Conselho Federal da OAB

Partido político com representação no  Confederação sindical ou entidade 
Congresso Nacional de classe de âmbito nacional

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9.2.6- Processo e Julgamento da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade


(ADI):

9.2.6.1- Peti•‹o Inicial e Princ’pio do Pedido:

A Lei n¼ 9.868/99 Ž que disp›e sobre o processo e o julgamento da A•‹o


Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Iremos, nesse t—pico, tratar justamente
disso, comentando sobre os aspectos mais relevantes trazidos pela Lei n¼
9.868/99.

De in’cio, Ž preciso saber que o Supremo Tribunal Federal (STF) n‹o poder‡,
de of’cio, dar in’cio ao exerc’cio da jurisdi•‹o constitucional; em outras
palavras, a jurisdi•‹o constitucional somente ser‡ exercida pelo STF
atravŽs de provoca•‹o por um dos legitimados a propor ADI (art. 103, CF).
Aplica-se, portanto, o princ’pio da inŽrcia da jurisdi•‹o.

Tudo come•a com a peti•‹o inicial, que dever‡ indicar:

a) o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos


jur’dicos do pedido em rela•‹o a cada uma das impugna•›es e;

b) o pedido, com suas especifica•›es.

Veja que o interessado dever‡ indicar, na peti•‹o inicial, o pedido


(declara•‹o de inconstitucionalidade de determinados dispositivos de uma lei)
e a fundamenta•‹o jur’dica do pedido (a causa de pedir).

O STF est‡ vinculado ao pedido feito pelo interessado, ou seja, somente ir‡
examinar a constitucionalidade dos dispositivos indicados na peti•‹o inicial.
Nesse sentido, se o pedido em A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) se
limitar œnica e exclusivamente ˆ declara•‹o de inconstitucionalidade
formal, n‹o poder‡ o STF apreciar a constitucionalidade material da lei
ou ato normativo. 21

Cabe destacar que, em algumas oportunidades, o STF tem aplicado a tŽcnica


da Òdeclara•‹o de inconstitucionalidade por arrastamentoÓ, que Ž uma
exce•‹o ao princ’pio do pedido (explicamos sobre isso no t—pico 2, ÒdÓ
dessa aula).

Embora esteja vinculado ao pedido, o STF n‹o se vincula ˆ causa de pedir.


A Corte n‹o est‡ vinculada ˆ fundamenta•‹o jur’dica apresentada pelo
proponente da ADI; o STF poder‡ decidir pela inconstitucionalidade de uma lei
por um motivo totalmente diferente daquele indicado na peti•‹o inicial. Diz-se,
por isso, que a ADI tem causa de pedir aberta.

21
ADI 2182, Rel. Min. Marco AurŽlio. 12.05.2010.
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Proposta a ADI, o autor da a•‹o n‹o poder‡ dela desistir; trata-se de uma
a•‹o indispon’vel. Isso porque o controle abstrato Ž processo objetivo, que
tem como fim a defesa do ordenamento jur’dico. Uma vez proposta a a•‹o,
dado o interesse pœblico, o legitimado n‹o pode impedir seu curso. Isso
tambŽm vale para a medida cautelar em sede de ADI.

Apresentada a peti•‹o inicial, ela ser‡ distribu’da a um Ministro do STF


(Ministro Relator). Caso seja inepta, n‹o fundamentada ou manifestamente
improcedente, ela ser‡ liminarmente indeferida pelo relator. Nesse caso, a
ADI n‹o ser‡ nem mesmo conhecida pelo STF.

Se a ADI for admitida, o relator pedir‡ informa•›es aos —rg‹os ou ˆs


autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Se a lei
cuja constitucionalidade Ž arguida for uma lei federal, ser‹o solicitadas
informa•›es ao Congresso Nacional. Se for uma lei estadual, o relator solicitar‡
informa•›es ˆ Assembleia Legislativa do Estado do qual ela provŽm. Essas
informa•›es ser‹o prestadas no prazo de 30 (trinta dias) contados do
recebimento do pedido.

9.2.6.2- Interven•‹o de Terceiros e ÒAmicus CuriaeÓ:

A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) Ž um processo objetivo, no


qual inexistem partes e direitos subjetivos envolvidos. Em raz‹o disso, n‹o se
admite interven•‹o de terceiros no processo de ADI.

No entanto, a Lei n¼ 9.868/99 admite a manifesta•‹o de outros —rg‹os e


entidades na condi•‹o de Òamicus curiaeÓ (Òamigo da corteÓ). Nesse
sentido, disp›e o art. 7¼, ¤ 2¼, que Òo relator, considerando a relev‰ncia da
matŽria e a representatividade dos postulantes, poder‡, por despacho
irrecorr’vel, admitir, observado o prazo fixado no par‡grafo anterior, a
manifesta•‹o de outros —rg‹os ou entidadesÓ.

O objetivo de se permitir a participa•‹o de Òamicus curiaeÓ no processo de


uma ADI Ž pluralizar o debate constitucional e, ao mesmo tempo, dar
maior legitimidade democr‡tica ˆs decis›es do STF. ƒ nesse sentido que o
STF tem admitido, por exemplo, que ONG`s atuem como Òamicus curiaeÓ em
importantes casos levados ˆ Corte. Destaque-se que, atualmente, tambŽm
podem ser admitidos como Òamicus curiaeÓ parlamentares e partidos
pol’ticos.

A decis‹o quanto ˆ admissibilidade ou n‹o de Òamicus curiaeÓ cabe ao


relator, que avalia 3 (tr•s) requisitos: i) relev‰ncia da matŽria; ii)
representatividade dos postulantes e; iii) pertin•ncia tem‡tica (congru•ncia
entre a matŽria objeto de discuss‹o e os objetivos da entidade que pleiteia o
ingresso como Òamicus curiaeÓ). O Òamicus curiaeÓ somente pode demandar a

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sua interven•‹o atŽ a data em que o relator liberar o processo para pauta
de julgamento.22

O Òamicus curiaeÓ, em regra, n‹o pode recorrer nos processos de controle de


constitucionalidade; n‹o poder‡, nem mesmo, opor embargos de declara•‹o23.
A jurisprud•ncia do STF reconhece uma œnica possibilidade de o Òamicus
curiaeÓ apresentar recurso: quando o Ministro Relator indefere a
participa•‹o do Òamicus curiaeÓ no processo. Nesse caso, ser‡ poss’vel a
apresenta•‹o de agravo interno ˆ decis‹o denegat—ria.

ƒ relevante destacarmos que, segundo o STF, o Òamicus curiaeÓ pode


participar em qualquer das a•›es do controle abstrato de
constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF). AlŽm disso, a Corte tambŽm j‡
admite a participa•‹o de Òamicus curiaeÓ em procedimentos do controle
difuso de constitucionalidade. O STF considera que Ž poss’vel o Òingresso de
amicus curiae n‹o apenas em processos objetivos de controle abstrato de
constitucionalidade, mas tambŽm em outros feitos com perfil de
transcend•ncia subjetivaÓ.24

Quando admitido em um processo de controle de constitucionalidade, o


Òamicus curiaeÓ poder‡ colaborar mediante entrega de documentos, pareceres
e, ainda, por meio de sustenta•‹o oral.

9.2.6.3-Atua•‹o do Advogado-Geral da Uni‹o (AGU) e do Procurador-


Geral da Repœblica (PGR):

O Advogado-Geral da Uni‹o (AGU) e o Procurador-Geral da Repœblica (PGR)


dever‹o se manifestar no ‰mbito de uma A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade (ADI).

O Advogado-Geral da Uni‹o, no processo de ADI, atua, em regra, em


defesa da constitucionalidade da norma impugnada, com base na
compet•ncia que lhe Ž atribu’da pelo art. 103, ¤ 3¼, da CF/88. No entanto, a
jurisprud•ncia do STF se firmou no sentido de que o AGU n‹o Ž obrigado a
defender a constitucionalidade da norma impugnada.

Sobre o tema, cabe destacar dois importantes precedentes do STF:

22
 ADI 4071 AgR, Relator: Min. Menezes Direito, Julg: 22/04/2009
23
  Embargos de declara•‹o Ž um recurso interposto com o objetivo de pedir que um
juiz ou tribunal elimine alguma obscuridade, omiss‹o, contradi•‹o ou esclare•a
dœvidas sobre uma senten•a.
24
MS 32.033/DF. Relator Min. Gilmar Mendes.

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a) A Corte entende que o Advogado-Geral da Uni‹o n‹o est‡ obrigado


a defender tese jur’dica se a Corte j‡ tiver fixado o seu
entendimento pela inconstitucionalidade da norma.

b) Na ADI n¼ 3916, o STF decidiu quest‹o de ordem para fixar o


entendimento de que o Advogado-Geral da Uni‹o tem autonomia para
agir conforme sua convic•‹o jur’dica, podendo deixar de defender a
norma cuja constitucionalidade Ž arguida.25 Segundo a Corte, quando o
interesse do autor da a•‹o estiver em conson‰ncia com interesse da
Uni‹o, o AGU n‹o precisa defender a constitucionalidade da norma.

O Procurador-Geral da Repœblica, por sua vez, atua como Òfiscal da


Constitui•‹oÓ (Òcustos constitutionisÓ), devendo opinar com independ•ncia
para cumprir seu papel de defesa do ordenamento jur’dico. Sua manifesta•‹o Ž
imprescind’vel para o processo, sendo obrigat—ria sua participa•‹o opinando
sobre a proced•ncia ou improced•ncia da a•‹o. Esse parecer, salienta-se, n‹o
vincula o STF.

A autonomia do Procurador-Geral da Repœblica subsiste mesmo quando ele


atuou previamente como autor da a•‹o, podendo ele opinar, inclusive,
pela improced•ncia da mesma. Dessa maneira, Ž plenamente poss’vel que,
ap—s propor uma ADI perante o STF, o Procurador-Geral da Repœblica opine
por sua improced•ncia.

9.2.6.4- Medida cautelar em ADI:

ƒ poss’vel que, no ‰mbito de uma A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (ADI),


seja efetuado o pedido de uma medida cautelar a fim de se evitar que a
demora na presta•‹o jurisdicional traga danos aos interessados. Assim, uma
vez presentes os requisitos Òfumus boni jurisÓ (razoabilidade, relev‰ncia e
plausibilidade do pedido) e Òpericulum in moraÓ (perigo de haver danos
causados pela demora da tramita•‹o e do julgamento do processo), o STF
poder‡ conceder uma medida cautelar em ADI.

Para a concess‹o de medida cautelar, Ž necess‡rio que sejam ouvidos,


previamente, os —rg‹os ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato
normativo impugnado. Todavia, em caso de excepcional urg•ncia, o STF
poder‡ deferir a cautelar independentemente da audi•ncia desses
—rg‹os/autoridades.

A medida cautelar Ž concedida por decis‹o da maioria absoluta dos membros


do STF (seis votos), devendo estar presentes na sess‹o, pelo menos, oito
Ministros (qu—rum de presen•a). No per’odo de recesso, a medida cautelar

25
ADI n¼ 3916. Rel. Min. Eros Grau. Julgamento: 03.02.2010. 
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poder‡ ser concedida pelo Presidente do Tribunal26, sujeita a referendo


posterior do Tribunal Pleno.

Um detalhe interessante Ž que, tendo em vista a relev‰ncia da matŽria e


seu significado especial para a ordem social e a seguran•a jur’dica, o
relator poder‡ propor ao Plen‡rio que converta o julgamento da medida
cautelar em julgamento definitivo de mŽrito.

Mas quais s‹o os efeitos da concess‹o de uma medida cautelar em ADI?

Os efeitos da concess‹o de medida cautelar s‹o os seguintes:

a) Efeitos prospectivos (Òex nuncÓ): Em regra, os efeitos da


concess‹o de medida cautelar n‹o afetam o passado, ou seja, n‹o ir‹o
desconstituir situa•›es pretŽritas. Todavia, excepcionalmente, o STF
poder‡ conceder-lhe efeitos retroativos (Òex tuncÓ). Ressalte-se que,
caso o STF pretenda atribuir efeitos retroativos ˆ concess‹o de medida
cautelar, ele dever‡ faz•-lo expressamente; caso a senten•a seja silente,
os efeitos ser‹o Òex nuncÓ.

b) Efic‡cia geral (Òerga omnesÓ): A concess‹o de medida cautelar Ž


dotada de efic‡cia contra todos e efeito vinculante em rela•‹o aos
demais —rg‹os do Poder Judici‡rio e ˆ Administra•‹o Pœblica direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Observe que a
decis‹o negativa da cautelar n‹o produz efeitos erga omnes e
vinculantes.

c) Efeito repristinat—rio: Quando o STF concede uma medida cautelar


em ADI, a norma impugnada ficar‡ suspensa atŽ que ocorra o
julgamento de mŽrito. Com a suspens‹o da norma impugnada, a
legisla•‹o anterior, acaso existente, torna-se aplic‡vel. ƒ esse o
efeito repristinat—rio. As normas revogadas pela lei ou ato normativo
suspenso tornam-se novamente aplic‡veis. ƒ a volta dos Òmortos-
vivosÓ... rsrs.

Cabe destacar, porŽm, que o STF poder‡ afastar o efeito


repristinat—rio. ƒ que, segundo o art. 11, 2¼, da Lei n¼ 9.868/99, Òa
concess‹o da medida cautelar torna aplic‡vel a legisla•‹o anterior acaso
existente, salvo expressa manifesta•‹o em sentido contr‡rioÓ.
Dessa forma, caso o efeito repristinat—rio seja indesejado, Ž poss’vel
que o STF o afaste, manifestando-se expressamente nesse sentido. O
STF s— poder‡ afastar o efeito repristinat—rio quando houver pedido
expresso do autor da ADI.

26
Essa compet•ncia do Presidente do STF est‡ previsto no art. 13, VIII, do Regimento
Interno do STF.
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O in’cio da produ•‹o de efeitos pela medida cautelar se d‡ com a


publica•‹o, no Di‡rio de Justi•a da Uni‹o, da ata de julgamento do pedido,
ressalvadas as situa•›es excepcionais expressamente reconhecidas pelo STF.
Por ter efeito vinculante, a concess‹o de medida cautelar ir‡,
automaticamente, suspender o julgamento de todos os processos que
envolvam a aplica•‹o da lei ou ato normativo objeto da a•‹o.

Quando o STF analisa uma medida cautelar em sede de ADI, ele n‹o est‡ se
pronunciando em definitivo sobre o tema. Essa ser‡ uma decis‹o provis—ria; a
decis‹o de mŽrito somente ocorrer‡ depois, mais ‡ frente. Dessa maneira, o
indeferimento da medida cautelar n‹o significa que foi reconhecida a
constitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado. Percebe-se, dessa
maneira, que o indeferimento de uma medida cautelar n‹o produz efeito
vinculante. Os outros Tribunais do Poder Judici‡rio ter‹o ampla liberdade
para decidir pela inconstitucionalidade da norma que foi impugnada no STF.

9.2.7- Imprescritibilidade:

Por ser um processo objetivo e que tem como objeto a defesa da ordem
jur’dica, n‹o h‡ prazo prescricional ou decadencial para a propositura da
ADI. Relembra-se apenas que o controle abstrato em sede de ADI s— pode ter
como objeto leis ou atos normativos expedidos ap—s a entrada em vigor da
Constitui•‹o de 1988. AlŽm disso, as leis e atos normativos dever‹o estar
em seu per’odo de vig•ncia para serem objeto da a•‹o.

9.2.8-Delibera•‹o:

A decis‹o de mŽrito em ADI est‡ sujeita a dois qu—runs:

a) Qu—rum de presen•a: ƒ necess‡rio que estejam presentes na


sess‹o pelo menos 8 (oito) Ministros do STF. Sem esse Òqu—rumÓ
especial, n‹o pode haver decis‹o deliberativa.

b) Qu—rum de vota•‹o: Em raz‹o da cl‡usula de Òreserva de plen‡rioÓ


(sobre a qual n—s j‡ estudamos), a proclama•‹o da constitucionalidade
ou da inconstitucionalidade da norma ou do dispositivo impugnado
depender‡ da manifesta•‹o de pelo menos 6 (seis) Ministros (maioria
absoluta).

Caso n‹o se alcance o nœmero de 6 (seis votos), estando ausentes Ministros


em nœmero suficiente para influir no julgamento, esse ser‡ suspenso para
aguardar o comparecimento dos Ministros ausentes, atŽ que se atinja o
nœmero necess‡rio para a decis‹o num ou noutro sentido. O Presidente do STF
n‹o est‡ obrigado a votar, devendo faz•-lo apenas quando assim quiser ou
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quando for necess‡rio desempate, por terem 5 (cinco) Ministros votado no


sentido da constitucionalidade da norma analisada e 5 (cinco) votado no
sentido da inconstitucionalidade.

9.2.9-Natureza dœplice ou ambivalente:

A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) possui natureza dœplice (ou


ambivalente), o que significa que a decis‹o de mŽrito proferida em ADI produz
efic‡cia quando o pedido Ž concedido ou quando Ž negado. Se o STF
considerar que a lei ou ato normativo Ž inconstitucional, a ADI ser‡ julgada
procedente; por outro lado, caso o Tribunal entenda que a lei ou ato
normativo Ž compat’vel com a Constitui•‹o, a ADI ser‡ julgada
improcedente.

9.2.10-Efeitos da decis‹o:

As decis›es de mŽrito em ADI (decis›es definitivas) t•m os seguintes


efeitos:

a) Efeitos retroativos (Òex tuncÓ): A declara•‹o de


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo ter‡, em regra, efeitos
retroativos (Òex tuncÓ). Aplica-se, aqui, a teoria da nulidade, segundo
a qual considera-se que a lei j‡ Ònasceu mortaÓ. Em raz‹o disso, os
efeitos por ela produzidos s‹o todos considerados inv‡lidos.

Por essa —tica, a senten•a que reconhece a inconstitucionalidade da


norma, em sede de ADI, Ž meramente declarat—ria de uma situa•‹o
que j‡ existia: a nulidade da norma. Os atos praticados com base na lei
ou ato normativo declarado inconstitucional podem, ent‹o, ser
invalidados.

Existe a possibilidade de que o STF, por decis‹o de 2/3 (dois ter•os) dos
seus membros, proceda ˆ modula•‹o dos efeitos temporais da
senten•a. Assim, excepcionalmente, a decis‹o em sede de ADI poder‡
ter efeitos Òex nuncÓ ou mesmo poder‡ ter efic‡cia a partir de um
outro momento fixado pela Corte.

A manipula•‹o dos efeitos temporais da decis‹o pode ser para o


futuro ou para o passado. Por exemplo, suponha que o STF declare a
inconstitucionalidade de uma lei editada em 2005. Ao manipular os
efeitos da decis‹o poder‡ dizer que essa lei Ž inconstitucional a partir de
2010 ou, ainda, que a lei ser‡ inconstitucional daqui a 2 anos.

ƒ cab’vel o ajuizamento de embargos declarat—rios com


o objetivo de promover a modula•‹o dos efeitos de decis‹o

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do STF no ‰mbito de ADI.

Para que os embargos declarat—rios sejam acolhidos,


todavia, exige-se que a modula•‹o dos efeitos j‡ tenha
sido requerida na peti•‹o inicial.

b) Efic‡cia Òerga omnesÓ: A decis‹o em sede de ADI ter‡ efic‡cia


contra todos, ou seja, alcan•a indistintamente a todos. Isso se deve
ao fato de que a ADI Ž um processo de car‡ter objetivo, no qual
inexistem partes; a ADI tem como finalidade tutelar a ordem
constitucional (e n‹o interesses subjetivos).

Cabe destacar que o STF poder‡, por decis‹o de 2/3 (dois ter•os) dos
seus membros, restringir os efeitos da decis‹o em uma ADI,
determinando que ela n‹o alcan•ar‡ a todos indistintamente, mas
apenas a algumas pessoas. A Corte faz, desse modo, uma manipula•‹o
de efeitos quanto aos atingidos.

c) Efeito vinculante: A decis‹o definitiva de mŽrito proferida pelo STF


em ADI ter‡ efeito vinculante em rela•‹o aos demais —rg‹os do Poder
Judici‡rio e ˆ Administra•‹o Pœblica direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal.

Observe que nos referimos Òaos demais —rg‹os do Poder Judici‡rioÓ, o


que, portanto, exclui o STF, que n‹o estar‡ vinculado ˆs decis›es que
ele pr—prio tomar em ADI. ƒ perfeitamente poss’vel, dessa maneira, que
o STF mude a orienta•‹o firmada em julgados pretŽritos. O efeito
vinculante tambŽm n‹o alcan•a o Poder Legislativo, que poder‡
editar nova lei de conteœdo id•ntico ao da norma declarada
inconstitucional pelo STF.

H‡ duas teorias a respeito do efeito vinculante das decis›es


no ‰mbito do controle abstrato: i) a teoria restritiva e; ii) a
teoria extensiva (ou Òteoria da transcend•ncia dos motivos
determinantesÓ).

Para entend•-las melhor, Ž preciso que saibamos que uma


senten•a tem as seguintes partes (art. 489, Novo CPC): i)
relat—rio; ii) fundamentos e; iii) dispositivo. No dispositivo
da senten•a Ž que o juiz ir‡ resolver a quest‹o que lhe foi
submetida. Nos fundamentos, o juiz ir‡ explicar o que o
levou a tomar aquela decis‹o. Dentro dos fundamentos da
decis‹o, h‡ o que se chama de Òratio decidendiÓ (Òas raz›es
de decidirÓ) e Òobter dictumÓ (Òo que foi dito de passagemÓ)

Para a teoria restritiva, apenas a parte dispositiva ter‡


efeito vinculante.

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Para a teoria extensiva (ou Òteoria da transcend•ncia dos


motivos determinantesÓ), alŽm da parte dispositiva, uma
parte da fundamenta•‹o tambŽm ter‡ efeito
vinculante, notadamente a Òratio decidendiÓ.

Atualmente, o STF adota a teoria restritiva no controle


concentrado de constitucionalidade.

d) Efeito repristinat—rio: Quando uma lei ou ato normativo Ž


declarado inconstitucional em sede de ADI, a legisla•‹o anterior (acaso
existente) voltar‡ a ser aplic‡vel. Ressalte-se que o STF poder‡
declarar a inconstitucionalidade da norma impugnada (objeto da a•‹o) e
tambŽm das normas por ela revogadas, evitando o efeito
repristinat—rio (indesejado) da decis‹o de mŽrito. Entretanto, para que
isso ocorra, Ž necess‡rio que o autor impugne tanto a norma revogadora
quanto os atos por ela revogados.

A decis‹o de mŽrito em ADI Ž definitiva/irrecorr’vel, ressalvada a


interposi•‹o de embargos declarat—rios. S— para facilitar o entendimento:
os embargos declarat—rios s‹o o recurso cab’vel para esclarecer uma decis‹o
judicial em que h‡ contradi•‹o, omiss‹o ou obscuridade. TambŽm n‹o cabe
a•‹o rescis—ria contra decis‹o proferida em sede de ADI. Explico: a a•‹o
rescis—ria Ž aplic‡vel no Direito para impugnar a•›es judiciais transitadas em
julgado.

Caso haja desrespeito ˆ decis‹o tomada em ADI, o prejudicado poder‡


propor reclama•‹o perante o STF, que determinar‡ a anula•‹o do ato
administrativo ou a cassa•‹o da decis‹o judicial reclamada.

9.2.11-Modula•‹o dos efeitos temporais:

Como j‡ dissemos, a decis‹o de mŽrito em ADI ter‡, em regra, efeitos Òex


tuncÓ, retirando a norma inv‡lida do ordenamento jur’dico. A norma declarada
inconstitucional em ADI ser‡ considerada inv‡lida desde sua origem, com
consequente restaura•‹o da vig•ncia daquelas por ela revogadas (efeito
repristinat—rio).

Entretanto, poder‡ o Supremo, por decis‹o de 2/3 (dois ter•os) dos seus
membros, em situa•›es especiais, tendo em vista raz›es de seguran•a
jur’dica ou excepcional interesse social, restringir os efeitos da
declara•‹o de inconstitucionalidade, dar efeitos prospectivos (Òex nuncÓ) ˆ
mesma, ou fixar outro momento para que sua efic‡cia tenha in’cio.

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(DPU Ð 2016) O defensor pœblico-geral da Uni‹o tem


legitimidade constitucional para a propositura de a•‹o direta
de inconstitucionalidade e de a•‹o declarat—ria de
constitucionalidade.

Coment‡rios:

O Defensor Pœblico-Geral da Uni‹o n‹o tem legitimidade para


propor ADI e ADC. Quest‹o errada.

(TJDFT Ð 2016) As decis›es definitivas de mŽrito em ADI


produzir‹o efic‡cia contra todos e efeito vinculante, do
dispositivo e dos fundamentos determinantes, ˆ
administra•‹o e aos —rg‹os do Poder Judici‡rio.

Coment‡rios:

O STF n‹o adota a Òteoria da transcend•ncia dos motivos


determinantesÓ, mas sim a teoria restritiva, segundo a qual
apenas a parte dispositiva tem efeitos vinculantes. Quest‹o
errada.

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) Se o pedido da ADI se limitar œnica


e exclusivamente ˆ declara•‹o de inconstitucionalidade
formal, o STF ficar‡ impedido de examinar a
inconstitucionalidade material da lei.

Coment‡rios:

O STF n‹o poder‡ examinar a inconstitucionalidade material


da lei caso o pedido da ADI tenha se limitado œnica e
exclusivamente ˆ declara•‹o de inconstitucionalidade formal.
Quest‹o correta.

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) De acordo com o entendimento do


STF, se, no curso de ADI proposta por partido pol’tico, este
vier a perder sua representa•‹o no Congresso Nacional,
referida a•‹o dever‡ ser declarada prejudicada.

Coment‡rios:

A aferi•‹o da legitimidade se d‡ no momento da propositura


de ADI. Assim, a perda superveniente da legitimidade de
partido pol’tico n‹o prejudica o seguimento da ADI. Quest‹o
errada.

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) A declara•‹o de


inconstitucionalidade proferida em ADI vincula o legislador,
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que fica impedido de promulgar lei de conteœdo id•ntico ao do


texto anteriormente censurado.

Coment‡rios:

O legislador n‹o est‡ vinculado ˆ declara•‹o de


inconstitucionalidade proferida em ADI. Quest‹o errada.

(TRF 1a Regi‹o Ð 2015) Segundo entendimento do STF,


todos os legitimados para propor ADI possuem capacidade
processual plena e podem subscrever a pe•a inicial da a•‹o
sem aux’lio de advogado.

Coment‡rios:

H‡ alguns legitimados que precisam de assist•ncia advocat’cia


para propor ADI: i) partido pol’tico com representa•‹o no
Congresso Nacional e ii) confedera•‹o sindical ou
entidade de classe de ‰mbito nacional.

Quest‹o errada.

9.3- A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o (ADO):

9.3.1- Introdu•‹o:

S‹o v‡rias as normas da Constitui•‹o Federal que possuem efic‡cia limitada,


ou seja, que n‹o s‹o autoaplic‡veis. Elas dependem de regulamenta•‹o
para que produzam todos os seus efeitos, sob pena de n‹o se concretizarem. A
efetividade dessas normas depende diretamente da atua•‹o regulamentadora
do Poder Pœblico.

Mas e se o Poder Pœblico se mantiver inerte?

Nesse caso, Ž not—rio que h‡ um desrespeito ˆ Constitui•‹o, documento que


foi elaborado para regular efetivamente a vida social. Haver‡, ent‹o, uma
verdadeira omiss‹o inconstitucional, que p›e em risco a pr—pria for•a
normativa da Constitui•‹o.

A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o (ADO) foi criada pela


Constitui•‹o Federal de 1988, com forte inspira•‹o na Constitui•‹o portuguesa.
Seu objetivo Ž justamente garantir a efetividade das normas
constitucionais, impedindo a inŽrcia do —rg‹o encarregado de elaborar a
norma regulamentadora de dispositivo constitucional n‹o-autoaplic‡vel. Cabe
destacar que a ADO n‹o se restringe ˆ omiss‹o legislativa; ela alcan•a,
tambŽm, a omiss‹o da Administra•‹o Pœblica em editar atos administrativos
necess‡rios ˆ concretiza•‹o de dispositivos constitucionais.
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A ADO Ž, junto com o mandado de injun•‹o, um importante instrumento


para combater as omiss›es inconstitucionais. Todavia, o mandado de
injun•‹o Ž utilizado em um caso concreto; trata-se de a•‹o que viabiliza o
controle incidental de constitucionalidade. Por sua vez, a ADO visa impugnar
a omiss‹o constitucional Òem teseÓ; nesse caso, trata-se de controle
abstrato de constitucionalidade.

Em regra, tudo o que estudamos quando vimos ˆ ADI Ž aplic‡vel ˆ ADO. Nos
t—picos seguintes, ressaltaremos aqueles pontos em que as a•›es se
distinguem.

9.3.2- Legitimados ativos:

O entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial sempre foi o de que podem


propor ADO exatamente os mesmos legitimados a propor ADI (art. 103, I
a IX, CF/88). Com a edi•‹o da Lei n¼ 12.063/2009, que trata da ADO, essa
regra passou a estar positivada.
PODEM PROPOR ADI E ADO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

PROCURADOR‑GERAL DA REPÚBLICA

MESA DO SENADO FEDERAL E DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

CONSELHO  FEDERAL DA OAB

PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO 
NACIONAL

GOVERNADOR DE ESTADO E DO DF

MESA DE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E DA CÂMARA 
LEGISLATIVA DO DF
CONFEDERAÇÃO SINDICAL OU ENTIDADE DE CLASSE DE 
ÂMBITO NACIONAL

H‡ uma peculiaridade importante na legitima•‹o ativa da ADO. ƒ que


muitos dos legitimados a propor essa a•‹o podem ser respons‡veis por
uma omiss‹o inconstitucional. Como exemplo, o Presidente da Repœblica
tem a iniciativa privativa (ou reservada) de projetos de lei sobre o regime
jur’dico dos servidores pœblicos federais. Assim, uma omiss‹o relacionada a
um direito dos servidores ser‡, muito provavelmente, imputada ao Presidente.

Por uma quest‹o de l—gica, n‹o faz sentido que a pr—pria autoridade
respons‡vel pela omiss‹o ingresse com uma ADO. Seria amplamente
contradit—rio admitir que isso ocorresse.

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9.3.3- Legitimados Passivos:

Os legitimados passivos da ADO s‹o os —rg‹os ou autoridades omissos,


que deixaram de tomar as medidas necess‡rias ˆ implementa•‹o dos
dispositivos constitucionais n‹o-autoaplic‡veis.

Deve-se observar, no caso concreto, a quem cabia a iniciativa de lei. Caso o


Poder Legislativo n‹o disponha de iniciativa sobre determinada matŽria,
n‹o poder‡ ser imputada a ele a omiss‹o. Assim, num caso em que a lei
Ž de iniciativa privativa do Presidente da Repœblica e ele n‹o apresenta o
projeto de lei ao Legislativo, o requerido ser‡ o Chefe do Executivo (e n‹o o
Congresso Nacional).

Por outro lado, caso o projeto de lei tenha sido apresentado pela
autoridade detentora da iniciativa reservada, a ela n‹o mais poder‡ ser
imputada a omiss‹o. A edi•‹o da norma passar‡, nessa situa•‹o, a ser de
responsabilidade do Poder Legislativo (e a esse Poder poder‡ ser imputada a
omiss‹o).

9.3.4-Objeto:

A ADO tem por objeto a omiss‹o inconstitucional, caracterizada pela


inobserv‰ncia da Carta Magna devido ˆ inŽrcia do poder constitu’do
competente para promover sua implementa•‹o. A omiss‹o dever‡ relacionar-
se a normas constitucionais de efic‡cia limitada de car‡ter mandat—rio, cuja
aplicabilidade requer uma a•‹o do Poder Pœblico.

A ADO tem por finalidade, portanto, promover a integridade do


ordenamento jur’dico, fazendo cessar a ofensa ˆ Constitui•‹o pela inŽrcia
dos poderes constitu’dos. Est‡ relacionada ˆ omiss‹o Òem teseÓ, sem
qualquer rela•‹o a um caso concreto. O instrumento adequado para solucionar
casos concretos, nos quais se visa assegurar direitos subjetivos, Ž o mandado
de injun•‹o.

Por meio de ADO, podem ser impugnadas omiss›es de —rg‹os federais e


estaduais em face da CF/88. TambŽm podem ser impugnadas omiss›es de
—rg‹os do DF quanto ˆs suas compet•ncias estaduais. Por outro lado, n‹o
podem ser impugnadas, via ADO, omiss›es de —rg‹os municipais ou omiss›es
de —rg‹os do DF relativas ˆs compet•ncias municipais.

A ADO pode ser utilizada para combater omiss›es legislativas e omiss›es


administrativas. Assim, caber‡ a fiscaliza•‹o da omiss‹o inconstitucional
derivada da falta de edi•‹o de atos normativos prim‡rios (por exemplo, leis
complementares, leis ordin‡rias e medidas provis—rias) ou secund‡rios (por
exemplo, decretos e instru•›es normativas).
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Quest‹o relevante diz respeito ˆ inŽrcia nas fases de discuss‹o e


delibera•‹o do processo legislativo. Isso porque, com exce•‹o do que ocorre
no procedimento abreviado (art. 64, ¤¤ 1¼ e 2¼, da Constitui•‹o), n‹o h‡
determina•‹o de prazo para a aprecia•‹o dos projetos de lei, o que resulta em
frequente falta de delibera•‹o em um prazo razo‡vel. O STF, avaliando
essa morosidade, vinha considerando que, uma vez desencadeado o processo
legislativo, n‹o haveria que se falar em omiss‹o inconstitucional do legislador.

Entretanto, esse entendimento do STF foi superado. Passou-se a considerar


que a inŽrcia na delibera•‹o das Casas Legislativas pode ser objeto de
ADO. Nesse sentido, a Corte, em 09 de maio de 2007, julgou, por
unanimidade, procedente a ADI 3.682/MT, ajuizada em raz‹o da mora na
elabora•‹o da lei complementar prevista no art. 18, ¤ 4¼, da Constitui•‹o
Federal. Entendeu-se que a inŽrcia na delibera•‹o tambŽm poderia
configurar omiss‹o pass’vel de vir a ser reputada inconstitucional, no
caso de os —rg‹os legislativos n‹o deliberarem dentro de um prazo razo‡vel
sobre o projeto de lei em tramita•‹o. No caso em quest‹o, o lapso temporal de
mais de dez anos desde a data da publica•‹o da EC n¼ 15/96 foi considerado
uma inŽrcia inconstitucional.

A omiss‹o impugnada por meio de ADO pode ser total ou parcial. Ser‡ uma
omiss‹o total quando o legislador n‹o produz qualquer ato no sentido de
atender ˆ norma constitucional. Ser‡ uma omiss‹o parcial quando h‡ edi•‹o de
um ato normativo que atende apenas parcialmente ˆ Constitui•‹o.

9.3.5- Atua•‹o do AGU e do PGR:

Na ADI, Ž obrigat—ria a manifesta•‹o do Advogado-Geral da Uni‹o (AGU) e


do Procurador-Geral da Repœblica (PGR).

Na ADO, Ž um pouco diferente. O Procurador-Geral da Repœblica (PGR)


dever‡ sempre se manifestar. ƒ o que manda o art. 103, ¤ 1¼, segundo o
qual Òo Procurador-Geral da Repœblica dever‡ ser previamente ouvido nas
a•›es de inconstitucionalidade e em todos os processos de compet•ncia do
Supremo Tribunal FederalÓ.

A participa•‹o do Advogado-Geral da Uni‹o (AGU), porŽm, n‹o Ž


obrigat—ria em ADO, uma vez que n‹o h‡ ato normativo a ser defendido. H‡
que se ressaltar, todavia, que o Ministro Relator poder‡ solicitar a
manifesta•‹o do Advogado-Geral da Uni‹o (AGU), que dever‡ ser
encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.

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9.3.6- Medida Cautelar em ADO:

A Lei 9.868/1999 determina que, em caso de especial urg•ncia e relev‰ncia da


matŽria, o Tribunal, por decis‹o da maioria absoluta de seus membros,
desde que presentes ˆ sess‹o de julgamento pelo menos 8 (oito
ministros), poder‡ conceder medida cautelar, ap—s a audi•ncia dos —rg‹os ou
autoridades respons‡veis pela omiss‹o inconstitucional, que dever‹o
pronunciar-se no prazo de cinco dias.

A medida cautelar poder‡ consistir em:

a) Suspens‹o da aplica•‹o da lei ou do ato normativo questionado, no


caso de omiss‹o parcial.

b) Suspens‹o de processos judiciais ou processos administrativos.

c) Outra provid•ncia fixada pelo Tribunal.

9.3.7-Efeitos da decis‹o:

O STF, ao declarar a inconstitucionalidade da omiss‹o legislativa ou


administrativa, n‹o poder‡, em respeito ao princ’pio da separa•‹o de
poderes, editar a norma regulamentadora. ƒ por isso que a doutrina
considera que ainda s‹o t’midos os efeitos da decis‹o que reconhece a
proced•ncia da ADO.

Temos 2 (duas) situa•›es diferentes:

a) Em caso de omiss‹o de um do Poderes do Estado: o STF dar‡


ci•ncia ao Poder competente para a ado•‹o das provid•ncias
necess‡rias.

b) Em caso de omiss‹o imput‡vel a —rg‹o administrativo: o STF


notificar‡ o —rg‹o para que adote as provid•ncias necess‡rias em 30
(trinta) dias a partir da ci•ncia da decis‹o ou em outro prazo
razo‡vel a ser estipulado pelo Tribunal, tendo em vista as circunst‰ncias
espec’ficas do caso e o interesse pœblico envolvido.

Na ADI n¼ 3.682, o STF estipulou o prazo de 18 (dezoito) meses para que o


Congresso Nacional conferisse disciplina legislativa ao tema, contemplando as
situa•›es verificadas em virtude da omiss‹o legislativa. Salienta-se, porŽm,
que a pr—pria Corte fez a ressalva de que n‹o se tratava Òde impor um
prazo para a atua•‹o legislativa do Congresso Nacional, mas apenas da
fixa•‹o de um par‰metro temporal razo‡velÓ. Essa solu•‹o foi uma
inova•‹o do Supremo, ao estabelecer prazo para supera•‹o do estado de
inconstitucionalidade decorrente da omiss‹o.
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Destaca-se, porŽm, que apesar do car‡ter mandamental da ADI 3.862, ainda


prevalece no STF a linha de jurisprud•ncia que determina que o Tribunal
apenas declare a omiss‹o do Poder competente.

(TJ-MG Ð 2015) Declarada a inconstitucionalidade por


omiss‹o de medida para tornar efetiva norma constitucional,
ser‡ dada ci•ncia ao Poder competente para a ado•‹o das
provid•ncias necess‡rias e, em se tratando de —rg‹o
administrativo, para faz•-lo em sessenta dias.

Coment‡rios:

Em caso de omiss‹o de um dos Poderes do Estado, o STF


dar‡ ci•ncia ao Poder competente para a ado•‹o das
provid•ncias necess‡rias.

Por outro lado, em caso de omiss‹o imput‡vel a —rg‹o


administrativo: o STF notificar‡ o —rg‹o para que adote as
provid•ncias necess‡rias em 30 (trinta) dias a partir da
ci•ncia da decis‹o ou em outro prazo razo‡vel a ser
estipulado pelo Tribunal, tendo em vista as circunst‰ncias
espec’ficas do caso e o interesse pœblico envolvido. Quest‹o
errada.

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) N‹o Ž cab’vel medida cautelar em


ADI por omiss‹o.

Coment‡rios:

ƒ cab’vel medida cautelar em A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade por Omiss‹o (ADO). Quest‹o errada.

9.4-A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade (ADC):

9.4.1-Introdu•‹o:

A A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade (ADC) Ž importante instrumento do


controle abstrato de constitucionalidade. Surgiu no ordenamento jur’dico com
a promulga•‹o da EC no 03/1993. Posteriormente, ela foi objeto da EC n¼
45/2004, que equiparou o rol de legitimados da ADC e da ADI.

Na ADC, o autor busca que o STF se pronuncie sobre lei ou ato normativo que
venha gerando dissenso entre ju’zes e demais tribunais. N‹o h‡ que se
cogitar de A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade (ADC) caso n‹o exista um
estado de incerteza acerca da legitimidade da lei. Sabe-se que as leis
gozam de presun•‹o de constitucionalidade, a qual, todavia, pode ser afastada
pelo Poder Judici‡rio. Por meio da ADC, busca-se transformar a presun•‹o
relativa de constitucionalidade em presun•‹o absoluta.
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Com isso, ganha-se seguran•a jur’dica, uma vez que a decis‹o do STF, no
‰mbito de ADC, vincular‡ os demais —rg‹os do Poder Judici‡rio e a
Administra•‹o Pœblica Direta e Indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.

H‡ uma enorme semelhan•a com a ADI. Por isso, apesar de tratarmos do tema
de forma abrangente, nosso foco principal ser‹o as diferen•as entre a ADC e a
ADI.

9.4.2- Legitimados Ativos:

A EC n¼ 45/2004 ampliou o rol de legitimados a propor A•‹o Declarat—ria


de Constitucionalidade (ADC) perante o STF. Com isso, os legitimados ativos a
propor ADC passaram a ser exatamente os mesmos da ADI.

Segundo o art. 103, CF/88, podem propor a ADI e a ADC: i) Presidente da


Repœblica; ii) Mesa do Senado Federal; iii) Mesa da C‰mara dos Deputados;
iv) Mesa de Assembleia Legislativa ou da C‰mara Legislativa do DF; v) o
Governador de Estado ou do DF, vi) Procurador-Geral da Repœblica; vii)
Conselho Federal da OAB; viii) partido pol’tico com representa•‹o no
Congresso Nacional e; ix) confedera•‹o sindical ou entidade de classe de
‰mbito nacional.

9.4.3-Objeto:

A ADC tem como objeto apenas as leis e atos normativos federais. ƒ


diferente da ADI, que tambŽm se estende ˆs normas estaduais. A ADC,
portanto, tem um objeto mais restrito (limitado) do que o da ADI. Leis e atos
normativos estaduais, municipais e distritais n‹o est‹o sujeitos, em
qualquer hip—tese, ˆ ADC.

Para que a ADC possa ser ajuizada, Ž necess‡rio que haja controvŽrsia
judicial que esteja pondo em risco a presun•‹o de constitucionalidade
da norma impugnada. Essa controvŽrsia tanto poder‡ se dar pela afirma•‹o da
inconstitucionalidade da lei em diversos —rg‹os do Poder Judici‡rio quanto pela
ocorr•ncia de pronunciamentos contradit—rios de —rg‹os jurisdicionais diversos
acerca da constitucionalidade da norma.

Nesse sentido, o STF considera que a ADC Òn‹o Ž o meio adequado para
dirimir qualquer dœvida em torno da constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal, mas somente para corrigir uma situa•‹o particularmente
grave de incerteza, suscet’vel de desencadear conflitos e de afetar, pelas suas
propor•›es, a tranquilidade geralÓ (STF, Pleno, ADC 1-1/DF, 05.11.1993).

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A exist•ncia de controvŽrsia judicial relevante Ž, assim, requisito


essencial para que a ADC seja conhecida pelo STF. Isso dever‡ ser
demonstrado logo na peti•‹o inicial, devendo ser indicada a exist•ncia de
a•›es em andamento em ju’zos ou tribunais em que a constitucionalidade da
lei esteja sendo impugnada.

ƒ importante salientar que, embora as decis›es judiciais possam ser


provocadas pelo debate doutrin‡rio, a mera controvŽrsia doutrin‡ria n‹o Ž
suficiente para gerar estado de incerteza apto a legitimar a propositura da
ADC. A controvŽrsia deve ser ÒjudicialÓ.

Segundo o STF, Ž poss’vel que exista ÒcontrovŽrsia judicial relevanteÓ mesmo


que a lei tenha pouco tempo de vig•ncia. A caracteriza•‹o de uma
ÒcontrovŽrsia judicial relevanteÓ Ž feita mediante um critŽrio qualitativo (e n‹o
quantitativo!). N‹o Ž necess‡rio que haja muitas decis›es contrariando a lei.
Basta que existam algumas poucas decis›es julgando a lei ou ato normativo
inconstitucional para que seja preenchido o requisito da ÒcontrovŽrsia judicial
relevanteÓ. 27

Na ADI, n‹o h‡ necessidade de que seja demonstrada a


exist•ncia de controvŽrsia judicial relevante. ƒ poss’vel,
portanto, que seja proposta ADI t‹o logo uma lei seja
publicada.

Em um mesmo processo de controle concentrado submetido ao STF, Ž poss’vel


que haja cumula•‹o de pedidos t’picos de ADI e ADC.28 Por exemplo, pode
ser ajuizada ADI no STF com um pedido de declara•‹o de inconstitucionalidade
do art. XX e, ao mesmo tempo, pleiteando a declara•‹o de constitucionalidade
dos arts. ZZ e YY.

A cumula•‹o de pedidos em uma mesma a•‹o de controle concentrado


permite, segundo o STF, permitiria o enfrentamento judicial coerente,
cŽlere e eficiente de quest›es minimamente relacionadas entre elas. A
eventual rejei•‹o a esse procedimento implicaria, muito provavelmente, na
propositura de nova demanda com pedido e fundamenta•‹o id•nticos.

9.4.4- N‹o-atua•‹o do AGU:

N‹o h‡ participa•‹o do Advogado-Geral da Uni‹o (AGU) no processo de


ADC. Entende o STF que, uma vez que o autor busca a preserva•‹o da
constitucionalidade do ato, n‹o Ž necess‡rio que o AGU exer•a papel de
defensor da mesma, j‡ que a norma n‹o est‡ sendo ÒatacadaÓ, mas
ÒdefendidaÓ por meio da a•‹o.

27
ADI 5316 / DF. Rel. Min. Luiz Fux. 21.05.2015
28
ADI 5316 / DF. Rel. Min. Luiz Fux. 21.05.2015
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Refor•ando esse entendimento, cabe destacar que o art. 103, ¤ 3¼, CF/88
estabelece que o AGU somente ser‡ citado quando o STF apreciar a
inconstitucionalidade de uma norma.

O Procurador-Geral da Repœblica (PGR), por sua vez, ir‡


obrigatoriamente se manifestar no ‰mbito de ADC.

9.4.5-Medida cautelar em ADC:

Da mesma forma que na ADI, o STF poder‡, em sede de ADC, deferir pedido
de medida cautelar, por decis‹o da maioria absoluta dos seus membros.

A medida cautelar em ADC consistir‡ na determina•‹o de que os ju’zes e


tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a
aplica•‹o da lei ou do ato normativo objeto da a•‹o atŽ que esta seja
julgada em definitivo pelo STF.

Destaca-se que, da mesma forma que a cautelar em ADI, tem efic‡cia Òerga
omnesÓ e efeitos vinculante e Òex nuncÓ. Entretanto, diferentemente do
que ocorre na ADI, a lei determina que uma vez concedida a cautelar, o STF
far‡ publicar em sess‹o especial do Di‡rio Oficial da Uni‹o a parte dispositiva
da decis‹o, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao
julgamento da a•‹o no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena
de perda de sua efic‡cia. Assim, h‡ um prazo limite para a efic‡cia da
cautelar.

Apesar da disposi•‹o legal, o STF n‹o tem aplicado essa regra na pr‡tica. O
Pret—rio Excelso tem reconhecido a efic‡cia da cautelar concedida em sede de
ADC mesmo ap—s o esgotamento desse prazo.

9.4.6- Impossibilidade de desist•ncia:

Assim como ocorre na ADI e na ADO, n‹o Ž admiss’vel a desist•ncia da


ADC j‡ proposta (art. 16, Lei 9.868/99).

9.4.7- Interven•‹o de terceiros e Òamicus curiaeÓ:

De modo semelhante ao que ocorre na ADI e na ADO, n‹o Ž admitida a


interven•‹o de terceiros na ADC (art. 16, Lei 9.868/99). ƒ, contudo,
admitida a figura do Òamicus curiaeÓ.

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9.4.8- Efeitos da decis‹o:

As decis›es definitivas de mŽrito, proferidas pelo STF, nas a•›es declarat—rias


de constitucionalidade, produzir‹o efic‡cia contra todos (Òerga omnesÓ) e
efeito vinculante, relativamente aos demais —rg‹os do Poder Judici‡rio e
ˆ administra•‹o pœblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.

A ADC Ž uma a•‹o de natureza dœplice (ou ambivalente). Se ela for julgada
procedente, ser‡ declarada a constitucionalidade da norma; por outro lado,
se for julgada improcedente, a norma ser‡ declarada inconstitucional. A
decis‹o, em sede de ADC, produz efeitos retroativos (Òex tuncÓ). Quando
houver a declara•‹o de inconstitucionalidade da norma, Ž poss’vel a
modula•‹o dos efeitos temporais da senten•a.

A decis‹o que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou


do ato normativo em ADC Ž irrecorr’vel, ressalvada a interposi•‹o de
embargos declarat—rios. AlŽm disso, a decis‹o em ADC n‹o pode ser objeto
de a•‹o rescis—ria.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
Pedido  Constitucionalidade 
Objeto  Leis e atos normativos federais 
Legitimados  Art. 103, I a IX, CF 
Efeito da decisão  Em regra, “erga omnes”, vinculante e “ex tunc”. 
Julgada procedente a ação  A norma é considerada constitucional 
Modulação dos efeitos 
Sim 
temporais da decisão 
Desistência da ação ou ação 
Não 
rescisória 
“Amicus curiae”  Sim 
Presença de no mínimo 8 Ministros, decisão tomada 
Votação 
pela votação uniforme de pelo menos 6 Ministros 
Prazo prescricional ou 
Não 
decadencial 

(TJDFT Ð 2016) No ‰mbito de A•‹o Declarat—ria de


Constitucionalidade (ADC), pode ser deferida medida cautelar,
suspendendo-se os processos que envolvam a aplica•‹o da lei
ou ato normativo questionado, devendo ser julgada a a•‹o
em noventa dias, sob pena de perda de efic‡cia.

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Coment‡rios:

A medida cautelar em ADC consistir‡ na determina•‹o de que


os ju’zes e tribunais suspendam o julgamento dos
processos que envolvam a aplica•‹o da lei ou do ato
normativo objeto da a•‹o atŽ que esta seja julgada em
definitivo pelo STF.

O STF dever‡ julgar a ADC dentro do prazo de 180 dias, sob


pena de perda da sua efic‡cia. Quest‹o errada.

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) Cabe ao STF processar e julgar a


a•‹o declarat—ria de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal ou estadual.

Coment‡rios:

Somente as leis e atos normativos federais Ž que podem ser


objeto de ADC. Quest‹o errada.

(TCE-RJ Ð 2015) ƒ admiss’vel a cumula•‹o, em um mesmo


processo de controle abstrato, da a•‹o direta de
inconstitucionalidade com a•‹o declarat—ria de
constitucionalidade, apesar da aus•ncia de fundamento
expresso na Lei n¼ 9.868/99, por aplica•‹o das regras de
cumula•‹o de pedidos previstas para os processos ditos
subjetivos.

Coment‡rios:

O STF considera que Ž poss’vel a cumula•‹o, em um mesmo


processo de controle abstrato, de pedidos t’picos de ADI e
ADC. Quest‹o correta.

9.5- Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF):

9.5.1- Introdu•‹o:

A Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) foi institu’da


pelo texto original da Constitui•‹o Federal de 1988; trata-se, portanto, de
obra do Poder Constituinte Origin‡rio. A CF/88 trata da ADPF nos
seguintes termos:

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Art. 102 (...)

¤ 1¼ A argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental,


decorrente desta Constitui•‹o, ser‡ apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal, na forma da lei.

Observa-se que a norma institu’da pela CF/88 para tratar da ADPF Ž de


efic‡cia limitada. Assim, era necess‡ria uma lei regulamentadora para tratar
dessa a•‹o constitucional. Exatamente com essa finalidade Ž que foi editada a
Lei n¼ 9.882/99. A partir dela, passou a ser poss’vel a utiliza•‹o da ADPF;
atŽ ent‹o, embora houvesse previs‹o constitucional, essa a•‹o n‹o poderia ser
utilizada.

Antes de falarmos sobre as caracter’sticas da ADPF, Ž importante entendermos


bem o significado da sua denomina•‹o. Afinal, o que Ž descumprimento de
preceito fundamental?

O termo ÒdescumprimentoÓ tem um car‡ter bem mais amplo que o de


ÒinconstitucionalidadeÓ. Isso porque abrange todos os comportamentos
ofensivos ˆ Constitui•‹o, ou seja, atos normativos e atos n‹o-normativos,
dentre os quais os atos administrativos.

J‡ os preceitos fundamentais s‹o aqueles que merecem maior prote•‹o da


Constitui•‹o, por serem normas consideradas essenciais, imprescind’veis
ao ordenamento jur’dico. A express‹o ÒpreceitoÓ Ž mais genŽrica que
Òprinc’pioÓ, uma vez que engloba n‹o apenas os œltimos, mas tambŽm todas
as regras qualificadas como fundamentais. Engloba, tambŽm, as normas
constitucionais impl’citas fundamentais, juntamente com as expressas.

ƒ importante destacar que o entendimento jurisprudencial Ž o de que cabe ao


STF identificar quais normas devem ser consideradas preceitos
fundamentais decorrentes da Constitui•‹o Federal para fim de conhecimento
de ADPF ajuizada perante a Corte.29 O STF j‡ se manifestou reconhecendo que
s‹o preceitos fundamentais: i) os direitos e garantias individuais; ii) as
cl‡usulas pŽtreas; iii) os princ’pios constitucionais sens’veis (art. 34, VII); iv)
o direito ˆ saœde e; v) o direito ao meio ambiente.

Na ADI e ADC, todas as normas constitucionais s‹o par‰metro


para o controle de constitucionalidade. Na ADPF, o par‰metro
de controle Ž mais restrito, pois nem todas as normas
constitucionais se enquadram como preceitos fundamentais.

29
ADPF n¼ 01, Rel. Min. NŽri da Silveira. Julgamento: 03/02/2000.
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9.5.2-Legitima•‹o Ativa:

Podem propor ADPF os mesmos legitimados ativos da ADI, da ADO e da


ADC, arrolados no art. 103, I a IX, da Constitui•‹o de 1988. No texto original
da Lei n¼ 9.882/99, havia previs‹o para que qualquer pessoa lesada ou
amea•ada de les‹o fosse legitimada a propor ADPF. Esse dispositivo, todavia,
foi vetado pelo Presidente da Repœblica.

9.5.3-Objeto:

A ADPF surgiu para suprir uma lacuna do controle concentrado de


constitucionalidade. ƒ que, atŽ a sua cria•‹o, n‹o era poss’vel que o STF
efetuasse o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos
municipais, dos atos administrativos e do direito prŽ-constitucional.
Nesse sentido, relembre-se que, por meio de ADI, somente Ž poss’vel realizar
o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos federais e
estaduais; por meio de ADC, somente se controla a constitucionalidade de leis
e atos normativos federais.

O Prof. Gilmar Mendes aponta 4 (quatro) mudan•as no sistema de controle


de constitucionalidade brasileiro, trazidas pela ADPF: 30

a) A ADPF permite a antecipa•‹o de decis›es sobre quest›es


constitucionais relevantes, evitando que elas venham a ter um
desfecho definitivo ap—s longos anos, quando muitas situa•›es j‡ se
consolidaram ao arrepio da Òinterpreta•‹o aut•nticaÓ do Supremo
Tribunal Federal.

b) A ADPF poder‡ ser utilizada para (de forma definitiva e com efic‡cia
geral) solucionar controvŽrsia relevante sobre a legitimidade do direito
ordin‡rio prŽ-constitucional em face da nova Constitui•‹o que, atŽ o
momento, s— poderia ser veiculada mediante a utiliza•‹o do recurso
extraordin‡rio.

c) Em raz‹o da efic‡cia Òerga omnesÓ e Òefeito vinculanteÓ que possuem,


as decis›es proferidas pelo STF, em sede de ADPF, fornecer‹o a diretriz
segura para o ju’zo sobre a legitimidade ou a ilegitimidade de atos
de teor id•ntico, editados pelas diversas entidades municipais.

d) A ADPF pode oferecer respostas adequadas para dois problemas


b‡sicos do controle de constitucionalidade no Brasil: o controle da
omiss‹o inconstitucional e a a•‹o declarat—ria nos planos
estadual e municipal.

30
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011,pp. 1124-1125.
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A ADPF tem car‡ter subsidi‡rio, ou seja, n‹o ser‡ admitida argui•‹o de


descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio
eficaz para sanar a lesividade. Trata-se, portanto, de a•‹o de car‡ter
residual: n‹o sendo poss’vel o ajuizamento das demais modalidades de
controle abstrato, admite-se o uso da ADPF. Esse Ž o princ’pio da
subsidiariedade.

O car‡ter subsidi‡rio da ADPF deve ser interpretado apenas


dentro do contexto das a•›es de controle concentrado.
Dessa forma, a possibilidade de enfrentamento de uma quest‹o
por meio de recurso extraordin‡rio n‹o exclui a
admissibilidade de ADPF.

Sendo a ADPF uma a•‹o subsidi‡ria (residual), os atos normativos federais,


estaduais e distritais (editados no uso das compet•ncias estaduais do DF)
p—s-constitucionais n‹o poder‹o ser objeto de ADPF, j‡ que podem ser
impugnados via ADI. TambŽm n‹o cabe ADPF para declarar a
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal p—s-constitucional,
uma vez que tais atos podem ser objeto de ADC.

Percebe-se, dessa forma, que a ADPF completa o sistema brasileiro de


controle de constitucionalidade: as quest›es que n‹o puderem ser
apreciadas por meio de ADI, ADO e ADC poder‹o ser submetidas a exame por
meio de ADPF.

Mas exatamente quais atos podem ser objeto de ADPF?

A doutrina majorit‡ria reconhece a exist•ncia de 2 (duas) modalidades


distintas de ADPF:

a) argui•‹o aut™noma: tem como objetivo evitar ou reparar les‹o a


preceito fundamental resultante de ato do Poder Pœblico.

Poder‹o ser objeto de ADPF aut™noma atos administrativos, atos


normativos (prim‡rios ou secund‡rios) e atŽ mesmo atos judiciais.

S‹o duas as modalidades de ADPF aut™noma: preventiva (busca evitar


les‹o a preceito fundamental) e repressiva (objetiva reparar les‹o a
preceito fundamental).

b) argui•‹o incidental: Ž cab’vel contra ato normativo prim‡rio ou


secund‡rio (leis ou atos normativos federais, estaduais, ou municipais,
inclu’dos os anteriores ˆ Constitui•‹o).

Exige-se a demonstra•‹o da relev‰ncia de controvŽrsia judicial sobre


a aplica•‹o do preceito fundamental que se considera violado.

A ADPF Ž cab’vel diante de:


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a) Direito prŽ-constitucional: A ADI e a ADC s‹o a•›es que podem


ser usadas apenas para examinar a constitucionalidade de leis ou atos
normativos p—s-constitucionais. O controle abstrato de leis ou atos
normativos anteriores ˆ Constitui•‹o deve ser feito mediante ADPF.
Como exemplo, citamos a ADPF n¼ 54, na qual se discutiu sobre a
interrup•‹o da gravidez de feto anencŽfalo. Na ocasi‹o, foram
examinados alguns dispositivos do C—digo Penal (norma prŽ-
constitucional) ˆ luz do princ’pio constitucional da dignidade da pessoa
humana.

b) Direito municipal em rela•‹o ˆ Constitui•‹o Federal: As leis e


atos normativos municipais n‹o podem ser objeto de ADI face ˆ
Constitui•‹o Federal, tampouco de ADC. Assim, o exame em abstrato do
direito municipal em face da CF/88 dever‡ ser feito por meio de ADPF.

No que se refere ˆ aprecia•‹o de atos normativos municipais, Ž


importante destacar que o STF entende que n‹o Ž necess‡ria a
aprecia•‹o, pela Corte, do direito de todos os munic’pios. Nos casos
relevantes, bastar‡ que se decida uma quest‹o-padr‹o com for•a
vinculante. Isso porque o efeito vinculante da decis‹o da Corte alcan•a,
tambŽm, os fundamentos determinantes da decis‹o, o que permite sua
aplica•‹o a toda e qualquer lei municipal de id•ntico teor.

c) Interpreta•›es judiciais violadoras de preceitos fundamentais:


Uma decis‹o judicial poder‡ adotar interpreta•‹o que contŽm viola•‹o a
um preceito fundamental, o que dar‡ ensejo ˆ propositura de ADPF. Um
exemplo disso foi a ADPF n¼ 101, na qual o STF julgou inconstitucionais
as interpreta•›es judiciais que permitiram a importa•‹o de pneus
usados, as quais violaram o direito ao meio ambiente.

d) Direito p—s-constitucional j‡ revogado ou de efeitos exauridos.

Por outro lado, entende o STF que a ADPF n‹o alcan•a os atos pol’ticos, j‡
que estes n‹o s‹o pass’veis de impugna•‹o judicial quando praticados dentro
das hip—teses definidas pela Constitui•‹o, sob pena de ofensa ˆ separa•‹o dos
Poderes. Exemplo: n‹o cabe ADPF contra veto do chefe do Executivo a
projeto de lei.

AlŽm disso, o Pret—rio Excelso entende que os enunciados das sœmulas do


STF tambŽm n‹o podem ser objeto de ADPF. Tais enunciados s‹o a
s’ntese de orienta•›es reiteradamente assentadas pela Corte, cuja revis‹o
deve ocorrer de forma gradual pelo pr—prio STF.

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9.5.4-Medida liminar:

Determina a Lei 9.882/99 que o STF, por decis‹o da maioria absoluta de


seus membros, poder‡ deferir pedido de medida liminar na argui•‹o de
descumprimento de preceito fundamental. Em caso de extrema urg•ncia ou
perigo de les‹o grave, ou ainda, em per’odo de recesso, poder‡ o relator
conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

Em ADPF incidental, a liminar poder‡ consistir na determina•‹o de que


ju’zes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos
de decis›es judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente rela•‹o
com a matŽria objeto da ADPF, salvo se decorrentes da coisa julgada. J‡ em
ADPF aut™noma, a liminar suspende o ato do Poder Pœblico que fere o
preceito fundamental.

9.5.5-Amicus Curiae:

O art. 6¼, ¤ 2¼, da Lei 9.882/99 determina que "poder‹o ser autorizadas, a
critŽrio do relator, sustenta•‹o oral e juntada de memoriais, por requerimento
dos interessados no processo". Mesmo assim, como esse dispositivo n‹o regula
de forma mais detalhada o instituto do Òamicus curiaeÓ, o STF31 tem aplicado
por analogia, nas ADPF, o ¤ 2¼ do art. 7¼ da Lei 9.868/99, que disp›e que o
relator poder‡ admitir a manifesta•‹o de outros —rg‹os ou entidades.

Nesse sentido, fica a critŽrio do relator, caso entenda oportuno, o deferimento


do pedido de Òamicus curiaeÓ. Destaca-se, porŽm, que embora o ¤ 2¼ do art.
6¼ da Lei 9.882/99 fale, genericamente, em "interessados", ser‡ sempre
imprescind’vel a presen•a do requisito da representatividade, sob pena
de se abrir espa•o para a discuss‹o de situa•›es de car‡ter individual,
incompat’vel com o car‡ter abstrato das argui•›es de descumprimento de
preceito fundamental.

9.5.6-Princ’pio da Fungibilidade:

A ADI e a ADPF s‹o consideradas a•›es fung’veis, o que significa que uma
pode ser substitu’da pela outra. Em raz‹o disso, uma ADPF ajuizada perante o
STF poder‡ ser conhecida como ADI. Da mesma forma, uma ADI poder‡
ser conhecida como ADPF.

Nesse sentido, entende o STF que ÒŽ l’cito conhecer de a•‹o direta de


inconstitucionalidade como argui•‹o de descumprimento de preceito

31
ADPF 205/PI, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgamento 25.03.2011, publica•‹o 31.03.2011.
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fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade


desta, em caso de inadmissibilidade daquela."32

A fungibilidade Ž princ’pio que foi concebido para se evitar preju’zos ˆs


partes quando h‡ dœvidas objetivas sobre qual Ž o meio processual
adequado. Por isso, o STF fixou alguns par‰metros para que ADPF seja
conhecida como ADI, e vice-versa33. S‹o eles:

a) dœvida razo‡vel sobre o car‡ter aut™nomo de atos infralegais:


O autor prop›e ADPF acreditando que o ato n‹o tem car‡ter aut™nomo.
PorŽm, trata-se de Òcaso pol•micoÓ, em que h‡ uma Òdœvida razo‡velÓ.
Entendendo o STF que se trata de ato normativo aut™nomo, a ADPF ser‡
recebida como ADI.

(*) Para o STF, se houver um Òerro grosseiroÓ na escolha do instrumento


processual, a ADPF n‹o poder‡ ser conhecida como ADI.

b) altera•‹o superveniente de norma constitucional utilizada


como par‰metro de controle.

9.5.7-Efeitos da Decis‹o:

Reza a Lei 9.882/99 que a decis‹o sobre a argui•‹o de descumprimento de


preceito fundamental somente ser‡ tomada se presentes na sess‹o pelo
menos 2/3 (dois ter•os) dos Ministros (oito Ministros). Para a decis‹o, s‹o
necess‡rios os votos da maioria absoluta dos Ministros (seis votos), com
base na cl‡usula de reserva de plen‡rio.

A lei determina, ainda, que a decis‹o proferida em ADPF ter‡ efic‡cia contra
todos (Òerga omnesÓ) e efeitos Òex tuncÓ e vinculante relativamente aos
demais —rg‹os do Poder Pœblico. A decis‹o em sede de ADPF Ž irrecorr’vel e
n‹o est‡ sujeita a a•‹o rescis—ria.

Caso a ADPF tenha por objeto direito prŽ-constitucional, a decis‹o do


STF reconhecer‡ a recep•‹o ou a revoga•‹o da lei ou do ato normativo
impugnado, tendo como fundamento a compatibilidade, ou n‹o, com a CF/88.

Ao contr‡rio das decis›es proferidas em ADI e ADC, que s— produzem efeitos a


partir da publica•‹o da ata de julgamento no Di‡rio da Justi•a, a decis‹o de
mŽrito em ADPF produz efeitos imediatos, independentemente da
publica•‹o do ac—rd‹o. Assim, disp›e a lei que Òo presidente do Tribunal
determinar‡ o imediato cumprimento da decis‹o, lavrando-se o ac—rd‹o
posteriormente.Ó

32
ADI 4.180-MC. Rel. Min. Cezar Peluso. Julgamento em 10.03.2010.
33
ADPF 314/DF. Rel. Min. Marco AurŽlio. 11.12.2014.
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Finalmente, da mesma forma que ocorre na ADI, ao declarar a


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de ADPF, tendo em
vista raz›es de seguran•a jur’dica ou de excepcional interesse social, o
STF poder‡, por maioria de 2/3 (dois ter•os) de seus membros, restringir
os efeitos daquela declara•‹o ou decidir que ela s— tenha efeito a partir de seu
tr‰nsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Trata-se da
modula•‹o temporal da declara•‹o da inconstitucionalidade.

Arguição de descumprimento de preceito fundamental 

Pedido  Constitucionalidade ou Inconstitucionalidade 
Objeto  Leis e atos normativos federais, estaduais e 
municipais 
Legitimados  Art. 103, I a IX, CF 
Efeito da decisão  Em regra, “erga omnes”, vinculante e “ex tunc” 
Julgada procedente a ação  Depende do pedido 
Modulação dos efeitos temporais da  Sim 
decisão 
Desistência da ação ou ação recisória  Não 
“Amicus curiae”  Sim 
Votação  Presentes na sessão pelo menos 8 Ministros, a 
decisão será tomada pela votação uniforme 
de pelo menos 6 deles 
Prazo prescricional ou decadencial  Não 
Ação rescisória da decisão  Não 

(TJDFT Ð 2016) Se a controvŽrsia constitucional recair sobre


lei prŽ-constitucional estadual, Ž vedada a utiliza•‹o da ADPF.

Coment‡rios:

A ADPF pode ter como objetivo o direito prŽ-constitucional,


inclusive normas estaduais. Quest‹o errada.

(TCE-PR Ð 2016) O potencial cabimento de recurso


extraordin‡rio afasta o cabimento da argui•‹o de
descumprimento de preceito fundamental.

Coment‡rios:

O potencial cabimento de recurso extraordin‡rio n‹o afasta o


cabimento de ADPF. Isso porque o princ’pio da
subsidiariedade somente se aplica no contexto das a•›es de

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controle concentrado. Quest‹o errada.

(TJDFT Ð 2016) Conforme entendimento prevalente do STF,


princ’pio da subsidiariedade Ž inaplic‡vel ˆ ADPF.

Coment‡rios:

A ADPF tem car‡ter subsidi‡rio, ou seja, somente ser‡ cab’vel


quando n‹o houver outro meio cab’vel para sanar a
lesividade. Quest‹o errada.

9.6- O Controle Abstrato de Constitucionalidade do Direito Estadual e


Municipal:

A Constitui•‹o Federal determina, em seu art. 125, ¤ 2¼, que compete ao


Estados a institui•‹o de representa•‹o de inconstitucionalidade de leis
ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constitui•‹o
estadual. Fixou-se, assim, o controle abstrato de constitucionalidade estadual,
do qual s‹o objeto apenas leis estaduais e municipais, sendo o —rg‹o
competente para o julgamento da a•‹o pela via principal exclusivamente o
TJ local.

9.6.1-Objeto:

O controle abstrato de constitucionalidade estadual somente tem por objeto


leis estaduais ou municipais, face ˆ Constitui•‹o Estadual. O TJ local,
portanto, n‹o tem compet•ncia para julgar, em controle abstrato e
concentrado, lei federal. Essa compet•ncia Ž exclusiva do STF.

9.6.2-Compet•ncia:

O controle de constitucionalidade abstrato estadual Ž exercido


exclusivamente pelo TJ local (o art. 125, ¤ 2¼, CF).

9.6.3-Legitimados

A Constitui•‹o n‹o previu, expressamente, os legitimados ao controle


abstrato estadual: apenas proibiu que essa atribui•‹o fosse dada a um
œnico —rg‹o. Assim, cabe ˆs Constitui•›es Estaduais determinarem quais s‹o
os legitimados a propor ADI ou ADC perante o TJ local.

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Surgem, ent‹o, algumas dœvidas. Pode a Constitui•‹o Estadual alargar o rol


de legitimados previsto no art. 103, CF/88, prevendo, por exemplo, a
legitima•‹o de Defensor Pœblico Geral do Estado ou de Deputado Estadual? E Ž
poss’vel a restri•‹o desse rol?

O STF tem entendido que Ž plenamente poss’vel que seja alargado o rol de
legitimados pelos estados-membros34. Quanto ˆ restri•‹o do rol, trata-se de
tema ainda n‹o decidido pelo STF. Todavia, a doutrina entende ser
poss’vel, desde que n‹o se atribua a legitima•‹o a um œnico —rg‹o.

9.6.4-Par‰metro de Controle:

O controle abstrato e concentrado realizado pelo Tribunal de Justi•a ter‡ como


par‰metro a Constitui•‹o Estadual ou, no caso do Distrito Federal, a Lei
Org‰nica do DF.

Cabe destacar que todas as normas da Constitui•‹o Estadual poder‹o


servir como par‰metro de controle, o que inclui:

a) normas de observ‰ncia obrigat—ria: S‹o normas da Constitui•‹o


Federal que, obrigatoriamente, devem ser inseridas na Constitui•‹o
Estadual.

b) normas de mera repeti•‹o: S‹o normas da Constitui•‹o Federal


que podem ou n‹o ser inseridas nas Constitui•›es Estaduais, ficando
a decis‹o no campo da autonomia pol’tica do Estado.

c) normas espec’ficas da Constitui•‹o Estadual: S‹o aquelas


normas que est‹o presentes exclusivamente na Constitui•‹o Estadual,
sem qualquer paralelo com a Constitui•‹o Federal.

O STF admite, em situa•‹o excepcional, que o Tribunal de Justi•a realize


controle abstrato de constitucionalidade tendo como par‰metro a
Constitui•‹o Federal. Isso ser‡ poss’vel quando a norma da Constitui•‹o
Federal que servir‡ como par‰metro for de reprodu•‹o obrigat—ria pelas
Constitui•›es Estaduais. 35

O Prof. Gilmar Mendes entende que o Tribunal de Justi•a pode


declarar a inconstitucionalidade do pr—prio par‰metro de
controle (dispositivo da Constitui•‹o Estadual), quando em
confronto com a Constitui•‹o Federal. Nesse caso, a ADI

34
RE 261.677, Rel. Min. Sepœlveda Pertence, DJ de 15.09.2006; ADI 558-9-MC,
Pertence, DJ de 26.03.93.
35
  RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco AurŽlio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
01.02.2017 
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estadual dever‡ ser extinta em virtude da impossibilidade


jur’dica do pedido.

9.6.5-O Duplo Controle de Constitucionalidade:

Diz-se que h‡ duplo controle de constitucionalidade quando uma lei Ž alvo de


controle de constitucionalidade no Tribunal de Justi•a (TJ) e no Supremo
Tribunal Federal (STF). Isso poder‡ ocorrer quando uma lei estadual Ž
questionada:

- No Tribunal de Justi•a, face ˆ Constitui•‹o Estadual.

- No Supremo Tribunal Federal, face ˆ Constitui•‹o da Repœblica.

No caso de ajuizamento das a•›es ao mesmo tempo, dever‡ ocorrer a


suspens‹o do processo na justi•a estadual, atŽ a delibera•‹o do
Supremo. Essa delibera•‹o poder‡ se dar de duas maneiras:

a) O STF poder‡ considerar a norma estadual inconstitucional, o


que far‡ com que a outra ADI, interposta na justi•a estadual, perca
seu objeto (STF, Pet. 2701, Agr, DJ de 19.03.2004). N‹o haver‡, afinal,
qualquer finalidade na ADI interposta na justi•a estadual: a norma
declarada inconstitucional ser‡ expurgada do ordenamento jur’dico.

b) O STF poder‡ decidir pela constitucionalidade da norma


estadual. Nesse caso, o Tribunal de Justi•a, havendo fundamento
diverso que justifique a poss’vel inconstitucionalidade da norma perante
a Constitui•‹o do Estado, poder‡ continuar o julgamento da ADI
estadual.

Caso o julgamento n‹o ocorra simultaneamente, h‡ duas possibilidades:

a) Se a lei for declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justi•a,


ser‡ expurgada do ordenamento jur’dico, n‹o havendo que se falar
em controle perante o STF.

b) Se a lei tiver sua constitucionalidade declarada pelo Tribunal de


Justi•a, poder‡ ser ajuizada ADI perante o STF. Nesse caso, a Corte
poder‡ vir a consider‡-la inconstitucional, tendo sua decis‹o preval•ncia
sobre a coisa julgada estadual.

Em geral, a decis‹o do Tribunal de Justi•a no ‰mbito do controle abstrato


de constitucionalidade, Ž irrecorr’vel; n‹o h‡ que se falar nem mesmo em
recurso para o STF. Todavia, existe uma possibilidade de recurso
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extraordin‡rio para o STF, cab’vel quando o par‰metro constitucional for


norma de reprodu•‹o obrigat—ria pelos Estados-membros.

Em outras palavras, se a lei ou ato normativo impugnado perante o Tribunal de


Justi•a estiver violando norma da Constitui•‹o Estadual que reproduza
dispositivo da Constitui•‹o Federal de observ‰ncia obrigat—ria pelos
Estados-membros, caber‡ recurso extraordin‡rio para o STF.

A decis‹o do STF nesse recurso extraordin‡rio ter‡ os mesmos efeitos de


uma ADI genŽrica: efic‡cia Òerga omnesÓ e efeitos Òex tuncÓ e vinculante.
TambŽm ser‡ poss’vel a modula•‹o temporal dos efeitos da decis‹o.

O recurso extraordin‡rio interposto em sede de controle


concentrado estadual permite que o STF aprecie a
constitucionalidade de lei municipal em face da
Constitui•‹o Federal. Trata-se de uma exce•‹o ˆ regra.

(TCE-PR Ð 2016) Em caso de representa•‹o de


inconstitucionalidade no tribunal de justi•a local, em face de
dispositivo da Constitui•‹o estadual de reprodu•‹o
obrigat—ria, ser‡ poss’vel a proposi•‹o de ADI no STF em face
do mesmo dispositivo legal, quando ent‹o dever‡ ficar
suspensa a representa•‹o em curso no TJ local atŽ
o julgamento da ADI pelo STF.

Coment‡rios:

H‡ alguns dispositivos da Constitui•‹o Federal que devem ser


obrigatoriamente reproduzidos pelas Constitui•›es Estaduais.
Assim, temos que:

1) Por estarem na Constitui•‹o Estadual, esses


dispositivos podem servir como par‰metro para o
controle abstrato de constitucionalidade perante o
Tribunal de Justi•a.

2) Pelo fato de estarem previstos na Constitui•‹o


Federal, esses dispositivos podem servir como
par‰metro para o controle abstrato de
constitucionalidade perante o STF. Lembre-se: o
controle de constitucionalidade perante o STF tem como
par‰metro a Constitui•‹o Federal.

3) A propositura de ADI perante o STF implica na


suspens‹o do tr‰mite de ADI apresentada perante o
Tribunal de Justi•a que tenha como par‰metro norma

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da Constitui•‹o Estadual de reprodu•‹o obrigat—ria.

Quest‹o correta.

10 Ð Estado de coisas inconstitucional

O Òestado de coisas inconstitucionalÓ Ž um dos mais novos institutos do


Direito Constitucional brasileiro. Suas origens est‹o em senten•a da Corte
Constitucional da Col™mbia.

Para esse Tribunal, os pressupostos para o reconhecimento do Òestado de


coisas inconstitucionalÓ s‹o os seguintes36:

a) situa•‹o de viola•‹o generalizada de direitos fundamentais;

b) inŽrcia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades


pœblicas em modificar a situa•‹o e;

c) a supera•‹o das transgress›es exige a atua•‹o n‹o apenas de um


—rg‹o, e sim de uma pluralidade de autoridades.

Na ADPF n¼ 347/DF, o STF reconheceu a exist•ncia do Òestado de coisas


inconstitucionalÓ no sistema penitenci‡rio brasileiro em virtude das
graves, generalizadas e sistem‡ticas viola•›es dos direitos humanos da
popula•‹o carcer‡ria. O sistema penitenci‡rio brasileiro revela, afinal, um
estado f‡tico incompat’vel com o texto constitucional, resultante de uma
multiplicidade de atos comissivos e omissivos do Poder Pœblico.

Na ADPF n¼ 347, o relator Min. Marco AurŽlio proferiu voto destacando o


seguinte:

Òapenas o Supremo revela-se capaz, ante a situa•‹o descrita, de superar


os bloqueios pol’ticos e institucionais que v•m impedindo o avan•o de
solu•›es, o que significa cumprir ao Tribunal o papel de retirar os demais
Poderes da inŽrcia, catalisar os debates e novas pol’ticas pœblicas,
coordenar as a•›es e monitorar os resultados. Isso Ž o que se aguarda
deste Tribunal e n‹o se pode exigir que se abstenha de intervir, em
nome do princ’pio democr‡tico, quando os canais pol’ticos se apresentem
obstru’dos, sob pena de chegar-se a um somat—rio de inŽrcias
injustificadasÓ.

Em decis‹o liminar, o STF decidiu o seguinte:

36
ADPF n¼ 347. Rel. Min. Marco AurŽlio. 09.09.2015.
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a) Ju’zes e tribunais devem implementar, no prazo m‡ximo de 90 dias,


as audi•ncias de cust—dia. Audi•ncia de cust—dia Ž mecanismo
processual por meio do qual indiv’duo preso em flagrante delito Ž
apresentado a juiz, dentro de 24 horas da pris‹o, para que se decida
sobre a legalidade e manuten•‹o da pris‹o.

b) Libera•‹o das verbas do Fundo Penitenci‡rio Nacional


(FUNPEN) para utiliza•‹o na finalidade para a qual foi criado,
proibindo novos contingenciamentos.

11- A•‹o Direta de Inconstitucionalidade Interventiva:

A ADI interventiva Ž um instrumento destinado a proteger os princ’pios


constitucionais sens’veis. Esses princ’pios est‹o arrolados no art. 34,
VII, da Carta Magna, contemplando: i) forma republicana, sistema
representativo e regime democr‡tico; ii) direitos da pessoa humana; iii)
autonomia municipal; iv) presta•‹o de contas da Administra•‹o Pœblica direta
e indireta e; v) aplica•‹o do m’nimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, proveniente de transfer•ncias, na manuten•‹o e desenvolvimento
do ensino.

A ADI interventiva Ž uma das formas pelas quais se viabiliza a interven•‹o


federal (nos Estados, DF ou munic’pios localizados em Territ—rios) e a
interven•‹o estadual (nos Munic’pios). Afasta-se temporariamente, por meio
da interven•‹o, a autonomia do ente federativo que a ela Ž submetido.
Destaque-se o seguinte: a decreta•‹o da interven•‹o Ž sempre compet•ncia
do Chefe do Poder Executivo (Presidente ou Governador), mesmo no caso
de ADI interventiva.

A ADI interventiva federal Ž proposta pelo Procurador-Geral da Repœblica


perante o STF diante de viola•‹o a um princ’pio constitucional sens’vel. Tem
como objetos: i) lei ou ato normativo; ii) omiss‹o ou incapacidade das
autoridades locais para preservar os princ’pios constitucionais sens’veis; ou iii)
ato governamental estadual que desrespeite os princ’pios sens’veis. 37

Caso a ADI interventiva seja julgada procedente pelo STF, ser‡ requisitada a
interven•‹o federal ao Presidente da Repœblica. O Presidente dever‡, ent‹o,
promover a interven•‹o federal; n‹o poder‡ ele descumprir a ordem do STF.

A decreta•‹o de interven•‹o federal Ž realizada mediante decreto, que ir‡ se


limitar a suspender a execu•‹o do ato impugnado: Ž o que a doutrina
chama de interven•‹o branda. Caso essa medida n‹o seja suficiente para

  LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 15a edi•‹o. Editora Saraiva, S‹o
37

Paulo, 2011. pp. 346-347. 


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restaurar a normalidade, o Presidente nomear‡ interventor e afastar‡ as


autoridades respons‡veis dos seus cargos. ƒ a interven•‹o efetiva.

FORMA REPUBLICANA, SISTEMA REPRESENTATIVO E REGIME 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS

DEMOCRÁTICO

DIREITOS DA PESSOA HUMANA

AUTONOMIA MUNICIPAL

PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E 
INDIRETA

APLICAÇÃO DO MÍNIMO EXIGIDO DA RECEITA RESULTANTE DE 
IMPOSTOS ESTADUAIS, PROVENIENTE DE TRANSFERÊNCIAS, NA 
MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO

Por sua vez, a ADI interventiva estadual Ž proposta pelo Procurador-


Geral de Justi•a perante o Tribunal de Justi•a (TJ). Uma vez provida a
representa•‹o, o Governador decretar‡ a interven•‹o estadual no Munic’pio.
Destaque-se, ainda, que a decis‹o do TJ que negar provimento ˆ
representa•‹o do Procurador-Geral de Justi•a n‹o poder‡ ser objeto de
recurso extraordin‡rio ao STF. Isso porque essa decis‹o n‹o Ž jur’dica,
possuindo, ao contr‡rio, natureza pol’tico-administrativa.

(SEFAZ-PE Ð 2014) A representa•‹o interventiva, prevista


na Constitui•‹o Federal, tem como par‰metro de controle os
princ’pios constitucionais sens’veis.

Coment‡rios:

ƒ isso mesmo. A representa•‹o interventiva Ž apresentada


pelo Procurador-Geral da Repœblica (PGR), a fim de proteger
os princ’pios constitucionais sens’veis. Quest‹o correta.

(SEFAZ-PE Ð 2014) A representa•‹o interventiva, prevista


na Constitui•‹o Federal, tem como legitimados ativos o
Procurador-Geral da Repœblica e o Advogado-Geral da Uni‹o

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e, como legitimado passivo, o Estado-membro.

Coment‡rios:

Apenas o Procurador-Geral da Repœblica Ž que poder‡


apresentar a representa•‹o interventiva. Quest‹o errada.

12- Hist—rico do Controle de Constitucionalidade no Brasil:

Para finalizar o estudo do controle de constitucionalidade, vamos agora


apresentar o hist—rico de sua evolu•‹o no Brasil. Deixamos esse assunto
para o final porque s— agora, ap—s ter estudado todos os institutos relativos ao
controle de constitucionalidade, voc• tem condi•›es de compreend•-lo em sua
integralidade.

A Constitui•‹o de 1824 n‹o adotou nenhum sistema de controle da


constitucionalidade dos atos ou omiss›es do Poder Pœblico. Existia, nessa
Constitui•‹o, a figura do Poder Moderador (que estava nas m‹os do
Imperador), respons‡vel pela independ•ncia, equil’brio e harmonia entre os
Poderes. Vigorava, ainda, o dogma da soberania do Parlamento (s— o
Legislativo Ž que poderia determinar o conteœdo da lei). Esses fatores,
somados, inviabilizavam a exist•ncia de qualquer ambiente prop’cio ˆ
exist•ncia de um controle de constitucionalidade.

Por influ•ncia norte-americana, a Constitui•‹o de 1891 (primeira


Constitui•‹o da Repœblica) previu o controle judicial de constitucionalidade da
leis na via incidental (controle difuso). N‹o havia, entretanto, a previs‹o
de um modo de se conferir efic‡cia Òerga omnesÓ ˆs decis›es, o que gerava
um estado de inseguran•a jur’dica e uma multiplica•‹o das demandas judiciais.

A Constitui•‹o de 1934 continuou prevendo o controle difuso de


constitucionalidade, mas resolveu um problema do sistema anterior, ao
conferir compet•ncia ao Senado Federal para suspender, em car‡ter geral
(efeitos Òerga omnesÓ), a execu•‹o da norma declarada inconstitucional pelo
STF. AlŽm disso, outras importantes previs›es dessa constitui•‹o foram:

a) Cria•‹o da cl‡usula de reserva de plen‡rio nos tribunais: a


inconstitucionalidade somente poderia ser declarada, nestes, pelo voto
da maioria absoluta de seus membros.

b) Cria•‹o da chamada representa•‹o interventiva (atualmente


chamada a•‹o direta de inconstitucionalidade interventiva), de iniciativa
do Procurador-Geral da Repœblica e sujeita ˆ compet•ncia do STF.

A Constitui•‹o de 1937, outorgada pelo Presidente Getœlio Vargas, teve


’ndole autorit‡ria, caracterizando-se pela concentra•‹o de poder nas m‹os do
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Poder Executivo. Em matŽria de controle de constitucionalidade, tambŽm


notou-se um enfraquecimento da supremacia do Poder Judici‡rio.

Nesse sentido, o Poder Executivo passou a ter influ•ncia maior na realiza•‹o


do controle de constitucionalidade. Foi mantido o controle difuso, mas o
Presidente da Repœblica ganhou compet•ncia para submeter a declara•‹o
de inconstitucionalidade ao Poder Legislativo, que, pelo voto de 2/3 (dois
ter•os) dos membros de cada Casa Legislativa, poderia torn‡-la sem efeito.

A Constitui•‹o de 1946 representou a recupera•‹o da democracia,


restituindo ao Poder Judici‡rio a sua supremacia em matŽria de controle de
constitucionalidade. Manteve-se o controle difuso-incidental e remodelou-se
a representa•‹o de inconstitucionalidade interventiva.

Sob a Žgide dessa Constitui•‹o, foi promulgada a EC n¼ 16/65, que


estabeleceu o controle concentrado-abstrato de constitucionalidade dos
atos normativos federais ou estaduais. Nesse sentido, foi criada a
representa•‹o genŽrica de constitucionalidade (atualmente chamada
ADI), cuja legitimidade ativa era apenas do Procurador-Geral da Repœblica.
Portanto, a partir dessa emenda constitucional, passam a coexistir no Brasil o
controle difuso-incidental (ainda predominante) e o controle concentrado-
abstrato.

A Constitui•‹o de 1967/1969 manteve o sistema de controle de


constitucionalidade institu’do pelas Constitui•›es anteriores, mas trouxe
algumas modifica•›es a partir da EC n¼ 07/1977. A primeira delas foi a cria•‹o
da representa•‹o para fins de interpreta•‹o de lei ou ato normativo
federal ou estadual a ser julgada pelo STF, que foi posteriormente extinta pela
CF/88. A segunda foi a previs‹o de concess‹o de medida cautelar a ser
pedida nas representa•›es genŽricas de inconstitucionalidade.

A Constitui•‹o de 1988 aperfei•oou, em larga medida, o sistema de controle


de constitucionalidade no Brasil, fortalecendo o controle concentrado-
abstrato. As grandes novidades por ela trazidas foram as seguintes:

a) Amplia•‹o do rol de legitimados a ingressar com A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade (ADI) perante o STF. AtŽ ent‹o, o Procurador-Geral
da Repœblica tinha exclusividade na propositura dessa a•‹o.

b) Cria•‹o da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o


(ADO) e da Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF), ambas a•›es do controle abstrato de constitucionalidade.

Ap—s a promulga•‹o da CF/88, duas novas emendas constitucionais


trouxeram novidades ao sistema de controle de constitucionalidade no Brasil:

a) A EC n¼ 03/93 criou a A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade


(ADC), o que deu ainda mais for•a ao controle abstrato.
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b) A EC n¼ 45/2004 (Reforma do Judici‡rio) tratou de diversos temas


relacionados ao controle de constitucionalidade:

- Cria•‹o da Sœmula Vinculante.

- Amplia•‹o do rol de legitimados a ajuizar uma A•‹o Declarat—ria de


Constitucionalidade (ADC). Os legitimados a ingressar com ADC
passaram a ser os mesmos legitimados da ADI.

- Passou-se a exigir que fosse demonstrada a repercuss‹o geral como


requisito para a apresenta•‹o de recurso extraordin‡rio ao STF.

Quest›es Comentadas

1. No•›es B‡sicas de Controle de Constitucionalidade / Controle


Difuso:

1. (FGV / MPE-RJ Ð 2016) De acordo com o art. 97 da Constitui•‹o


da Repœblica Federativa do Brasil, Òsomente pelo voto da maioria de
seus membros ou dos membros do respectivo —rg‹o especial poder‹o
os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder PœblicoÓ. Determinado juiz de direito, ap—s ler esse preceito,
que somente faz men•‹o a tribunais, e constatar que nenhum
comando expresso na Constitui•‹o o autorizava a realizar o controle
de constitucionalidade, negou requerimento formulado pelo MinistŽrio
Pœblico em sede de a•‹o civil pœblica. No caso concreto, o MinistŽrio
Pœblico pretendia que o juiz de direito deixasse de aplicar uma norma
que considerava inconstitucional, o que teria influ•ncia direta na
resolu•‹o do problema concreto.

Ë luz da sistem‡tica constitucional, o controle de


constitucionalidade pretendido pelo MinistŽrio Pœblico Ž
considerado:

a) difuso, podendo ser realizado pelo juiz de direito;

b) concentrado, somente podendo ser realizado por tribunal;

c) abstrato, podendo ser realizado pelo juiz de direito;

d) difundido, somente podendo ser realizado por tribunal;

e) concreto, somente podendo ser realizado por tribunal.

Coment‡rios:

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Na situa•‹o apresentada, o MinistŽrio Pœblico pretende a realiza•‹o do


controle difuso de constitucionalidade, que pode ser efetuado pelo juiz
de direito.

O controle difuso Ž aquele realizado por qualquer juiz ou Tribunal do


pa’s. O juiz monocr‡tico poder‡ declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo, desde que no ‰mbito de um caso concreto. Por outro lado, a
declara•‹o de inconstitucionalidade nos Tribunais depende da observ‰ncia
da cl‡usula de reserva de plen‡rio.

O gabarito Ž a letra A.

2. (FGV / OAB Ð 2015) Muitos Estados ocidentais, a partir do


processo revolucion‡rio franco-americano do final do sŽculo XVIII,
atribu’ram aos ju’zes a fun•‹o de interpretar a Constitui•‹o, da’
surgindo a denominada jurisdi•‹o constitucional.

A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de


estrutura org‰nica, assinale a afirmativa correta.

a) A supremacia da Constitui•‹o e a hierarquia das fontes normativas


destacam-se entre os pressupostos do controle de constitucionalidade.

b) A denominada muta•‹o constitucional Ž uma modalidade de controle de


constitucionalidade realizado pela jurisdi•‹o constitucional.

c) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na an‡lise da


compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a Constitui•‹o.

d) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve


ser realizado pela via difusa.

Coment‡rios:

Letra A: correta. ƒ isso mesmo! S‹o pressupostos para o controle de


constitucionalidade a supremacia da Constitui•‹o e a hierarquia das
normas. Esses princ’pios, afinal, colocam a Constitui•‹o no topo do
ordenamento jur’dico.

Letra B: errada. A muta•‹o constitucional Ž o processo informal de


mudan•a da Constitui•‹o, n‹o possuindo qualquer rela•‹o com o controle
de constitucionalidade.

Letra C: errada. N‹o Ž essa a defini•‹o de controle concentrado de


constitucionalidade. Controle concentrado de constitucionalidade Ž aquele que
Ž realizado por um ou alguns poucos —rg‹os do Poder Judici‡rio.

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Letra D: errada. Apenas os atos normativos prim‡rios Ž que podem ser


objeto de controle de constitucionalidade. Assim, n‹o Ž qualquer decreto
regulamentar que pode ser objeto de controle de constitucionalidade na via
difusa.

O gabarito Ž a letra A.

3. (FGV / DPGE-RJ Ð 2014) A Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004,


incluiu no texto constitucional o Art. 103-A, que disp›e sobre a
chamada sœmula vinculante. O Supremo Tribunal Federal editou a
sœmula vinculante n¼ 13, que tem a seguinte reda•‹o: ÒA nomea•‹o de
c™njuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, atŽ o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jur’dica investido em cargo de dire•‹o,
chefia ou assessoramento, para o exerc’cio de cargo em comiss‹o ou
de confian•a ou, ainda, de fun•‹o gratificada na administra•‹o pœblica
direta e indireta em qualquer dos poderes da Uni‹o, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Munic’pios, compreendido o ajuste mediante
designa•›es rec’procas, viola a Constitui•‹o FederalÓ. Maur’cio,
Prefeito de um Munic’pio fluminense, nomeou seu irm‹o para exercer
cargo em comiss‹o de assessor parlamentar junto a seu gabinete. No
caso em tela, esgotada a via administrativa, o legitimado deve propor

a) reclama•‹o diretamente no Supremo Tribunal Federal.

b) reclama•‹o diretamente no Tribunal de Justi•a do Rio de Janeiro.

c) reclama•‹o perante o ju’zo de primeira inst‰ncia.

d) a a•‹o cab’vel junto ao Tribunal de Justi•a do Rio de Janeiro e, apenas se a


sœmula vinculante n‹o for acatada pelo tribunal, interpor reclama•‹o no STF
contra o ac—rd‹o.

e) a a•‹o cab’vel junto ao ju’zo de primeira inst‰ncia e, apenas se a sœmula


vinculante n‹o for acatada pelo ju’zo, interpor reclama•‹o no STF.

Coment‡rios:

Do ato administrativo ou decis‹o judicial que contrariar Sœmula Vinculante ou


que a indevidamente aplicar, caber‡ reclama•‹o ao STF. A resposta Ž a letra A.

4. (FGV / DPGE-RJ Ð 2014) Em tema de controle de


constitucionalidade, a chamada cl‡usula de reserva de plen‡rio
prevista na Constitui•‹o da Repœblica

a) estabelece que, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou


dos membros do respectivo —rg‹o especial, poder‹o os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Pœblico.
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b) aplica-se para a declara•‹o de constitucionalidade e declara•‹o de


inconstitucionalidade em sede de controle difuso, devendo o —rg‹o fracion‡rio
remeter a quest‹o da constitucionalidade ao voto da maioria absoluta dos
membros do tribunal ou respectivo —rg‹o especial.

c) disp›e que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda


da Constitui•‹o, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente a a•‹o direta
de inconstitucionalidade de lei.

d) significa que compete ao Senado Federal suspender a execu•‹o, no todo ou


em parte, de lei declarada inconstitucional por decis‹o definitiva do Supremo
Tribunal Federal.

e) determina que o ju’zo origin‡rio de primeiro grau de jurisdi•‹o n‹o tem


compet•ncia para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, que
s— pode ser feito pela maioria absoluta dos membros do tribunal pleno ou
respectivo —rg‹o especial.

Coment‡rios:

A cl‡usula de reserva de plen‡rio est‡ prevista no art. 97, CF/88, que


estabelece que Òsomente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo —rg‹o especial poder‹o os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Pœblico.Ó A resposta Ž a
letra A.

5. (FGV/OAB Ð 2013) Ap—s reiteradas decis›es sobre determinada


matŽria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de
Sœmula Vinculante determinando que ÒŽ inconstitucional lei ou ato
normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
cons—rcios e sorteios, inclusive bingos e loteriasÓ. O Estado X, contudo,
n‹o concordando com a posi•‹o do Supremo Tribunal Federal (STF),
edita lei dispondo exatamente sobre os sistemas de cons—rcios e
sorteios em seu territ—rio. A partir da situa•‹o apresentada, assinale a
afirmativa correta.

a) O Supremo Tribunal Federal (STF) poder‡, de of’cio, declarar a


inconstitucionalidade da norma estadual produzida em desconformidade com a
Sœmula.

b) Qualquer cidad‹o poder‡ propor a revis‹o ou o cancelamento de sœmula


vinculante que, nesse caso, ser‡ declarada mediante a decis‹o de dois ter•os
dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

c) ƒ cab’vel reclama•‹o perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para


questionar a validade da lei do Estado X que disp›e sobre os sistemas de
cons—rcios e sorteios em seu territ—rio.

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d) A sœmula possui efeitos vinculantes em rela•‹o aos —rg‹os do Poder


Judici‡rio e ˆ Administra•‹o Pœblica direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, mas n‹o vincula o Poder Legislativo na sua atividade
legiferante.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O STF n‹o ir‡ declarar de ofi’cio a inconstitucionalidade de


norma estadual. Ele o far‡ em sede de ADI, proposta por um dos legitimados
do art. 103, CF.

Letra B: errada. A revis‹o e o cancelamento de Sœmula Vinculante poder‹o ser


propostos por qualquer um dos legitimados a ajuizar A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade. O cidad‹o n‹o tem legitimidade para isso.

Letra C: errada. A reclama•‹o s— Ž cab’vel diante de ato administrativo ou


decis‹o judicial que contrarie Sœmula Vinculante.

Letra D: correta. ƒ exatamente isso. A sœmula vinculante obriga todos os


—rg‹os do Poder Judici‡rio e toda a Administra•‹o Pœblica direta e indireta.
Todavia, n‹o vincula o Poder Legislativo na sua atividade legiferante.

6. (FGV/MPE-MS Ð 2013) S‹o par‰metros para o reconhecimento da


inconstitucionalidade de uma Norma:

a) apenas as normas do corpo permanente da Constitui•‹o.

b) apenas as normas do corpo permanente da Constitui•‹o e as Disposi•›es


Constitucionais Transit—rias.

c) as normas do corpo permanente da Constitui•‹o, as disposi•›es


Constitucionais Transit—rias e o Pre‰mbulo.

d) o Pre‰mbulo e as normas do corpo permanente da Constitui•‹o

e) as normas do corpo permanente da Constitui•‹o, as Disposi•›es


Constitucionais Transit—rias e o texto das Emendas Constitucionais.

Coment‡rios:

Todas as normas constitucionais (normas do corpo permanente da


Constitui•‹o, ADCT e emendas constitucionais) s‹o par‰metro para o
reconhecimento da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. A resposta Ž
a letra E.

7. (FGV/OAB Ð 2012) Jo‹o ingressa com a•‹o individual buscando a


repeti•‹o de indŽbito tribut‡rio, tendo como causa de pedir a

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inconstitucionalidade da Lei Federal ÒXÓ, que criou o tributo. Sobre a


demanda, assinale a afirmativa correta.

a) Jo‹o n‹o possui legitimidade para ingressar com a demanda, questionando


a constitucionalidade da Lei Federal ÒXÓ, atribu’da exclusivamente ˆs pessoas e
entidades previstas no art. 103 da Constitui•‹o.

b) Caso a quest‹o seja levada ao Supremo Tribunal Federal, em sede de


recurso extraordin‡rio, e este declarar a inconstitucionalidade da Lei Federal
ÒXÓ pela maioria absoluta dos seus membros, a decis‹o ter‡ efic‡cia contra
todos e efeitos vinculantes.

c) O —rg‹o colegiado, em sede de apela•‹o, n‹o pode declarar a


inconstitucionalidade da norma, devendo submeter a quest‹o ao Pleno do
Tribunal ou ao —rg‹o especial (quando houver), salvo se j‡ houver prŽvio
pronunciamento deste ou do plen‡rio do STF sobre a sua inconstitucionalidade.

d) O juiz de primeiro grau n‹o detŽm compet•ncia para a declara•‹o de


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, mas somente o Tribunal de
segundo grau e desde que haja prŽvio pronunciamento do plen‡rio do
Supremo Tribunal Federal sobre a quest‹o.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Jo‹o tem, sim, legitimidade para ingressar com a a•‹o.
Perceba que a constitucionalidade de lei est‡ sendo arguida incidentalmente (e
n‹o em sede de ADI).

Letra B: errada. A declara•‹o de inconstitucionalidade em sede de Recurso


Extraordin‡rio ter‡ efic‡cia Òinter partesÓ. Isso porque trata-se de controle
difuso de constitucionalidade.

Letra C: correta. A cl‡usula da reserva de plen‡rio prev• que Òsomente pelo


voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo —rg‹o especial poder‹o os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Pœblico.Ó Essa cl‡usula
n‹o precisa ser obedecida se o —rg‹o especial, o Plen‡rio do Tribunal ou o
Plen‡rio do STF j‡ tiverem se pronunciado sobre a inconstitucionalidade de
uma lei ou ato normativo.

Letra D: errada. O juiz de primeiro grau poder‡, incidentalmente, declarar a


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.

8. (FGV / AL-MA Ð 2013) No amplo debate que surgiu nos


prim—rdios da institui•‹o do controle de constitucionalidade, dois
modelos se sobressa’ram. O origin‡rio dos Estados Unidos da AmŽrica,
por meio da conhecida decis‹o proferida no julgamento Marbury
versus Madison, onde o Chief Justice Marshall estabeleceu os
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contornos da judicial review; e outro, de matriz austr’aca que logrou


•xito tambŽm na Alemanha, propiciando a cria•‹o de tribunais
constitucionais, organismos especiais que n‹o figuram na estrutura
cl‡ssica do Poder Judici‡rio. Estabelecem-se diferen•as quanto ˆ
natureza da norma inconstitucional nos dois modelos apresentados.

No Brasil, prevalece a tese de que a norma inconstitucional Ž:

a) anul‡vel.

b) inexistente.

c) nula.

d) repristin‡vel.

e) revog‡vel.

Coment‡rios:

No Brasil, prevalece a tese de que a norma inconstitucional Ž nula. ƒ em raz‹o


disso que a declara•‹o de inconstitucionalidade opera efeitos retroativos (Òex
tuncÓ). O gabarito Ž a letra C.

2. A•‹o Direta de Inconstitucionalidade:

9. (FGV / ISS Niter—i Ð 2015) Determinado Estado da federa•‹o


promulgou lei cujo œnico objeto era a prorroga•‹o, por prazo
irrazo‡vel e sem licita•‹o, do contrato de concess‹o de servi•o pœblico
celebrado com determinada sociedade empres‡ria. Ao tomar
conhecimento dessa situa•‹o, um partido pol’tico com representa•‹o
no Congresso Nacional decidiu ajuizar a•‹o direta de
inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal:

Em rela•‹o ˆ referida a•‹o, Ž correto afirmar que esse Tribunal:

a) n‹o ir‡ conhec•-la, pois a lei em sentido meramente formal n‹o


consubstancia verdadeiro ato normativo.

b) ir‡ conhec•-la, pois todo e qualquer ato normativo, legal ou infralegal,


sempre est‡ sujeito a esse tipo de controle.

c) n‹o ir‡ conhec•-la, pois somente os atos normativos gerais e abstratos


est‹o sujeitos a esse tipo de controle.

d) n‹o ir‡ conhec•-la, pois se trata de uma lei de efeitos concretos.

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e) ir‡ conhec•-la, pois a exig•ncia de generalidade do ato normativo n‹o


prevalece em rela•‹o ˆ lei em sentido formal.

Coment‡rios:

Na situa•‹o apresentada pelo enunciado, estamos diante de um Òato de efeitos


concretosÓ, que Ž desprovido dos atributos de generalidade e abstra•‹o. Em
regra, os atos de efeitos concretos n‹o podem ser objeto de ADI.

Entretanto, segundo o STF, os atos de efeitos concretos aprovados sob a


forma de lei em sentido estrito, elaborada pelo Poder Legislativo e
aprovada pelo Chefe do Executivo, podem ser objeto de A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade (ADI).

Assim, por ter sido aprovado na forma de lei, o ato de efeitos concretos
descrito pelo enunciado poder‡ se submeter a controle por meio de ADI. O
gabarito Ž a letra E.

10. (FGV / DPE-RO Ð Analista Ð 2015) Ë luz da compet•ncia


origin‡ria do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar Òa a•‹o
direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadualÓ, conforme disp›e o art. 102, I, a, da Constitui•‹o da
Repœblica, pode-se afirmar que:

a) cabe a•‹o direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada


da sua compet•ncia legislativa municipal;

b) o princ’pio da seguran•a jur’dica impede que a•‹o direta de


inconstitucionalidade seja ajuizada quando a longa vig•ncia da lei gerou a
estabiliza•‹o das rela•›es jur’dicas;

c) nenhuma lei do Distrito Federal pode ser objeto de a•‹o direta de


inconstitucionalidade;

d) somente os atos normativos que possuam os atributos da imperatividade,


da generalidade e da abstra•‹o podem ser objeto de a•‹o direta de
inconstitucionalidade;

e) quando houver uma controvŽrsia constitucional em abstrato, a lei,


independente de sua natureza genŽrica ou abstrata, pode ser objeto de a•‹o
direta de inconstitucionalidade.

Coment‡rios:

Letra A: errada. A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade ajuizada no STF pode


ter como objeto leis ou atos normativos federais ou estaduais. TambŽm Ž
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poss’vel que a ADI tenha como objetivo lei distrital editada como base no
exerc’cio de compet•ncia estadual.

Letra B: errada. N‹o h‡ que se falar em Òseguran•a jur’dicaÓ como fundamento


para afastar o controle de constitucionalidade de lei.

Letra C: errada. As leis do Distrito Federal editadas no exerc’cio da


compet•ncia estadual podem ser objeto de ADI perante o STF.

Letra D: errada. Segundo o STF, os atos de efeitos concretos aprovados sob


a forma de lei em sentido estrito, elaborada pelo Poder Legislativo e
aprovada pelo Chefe do Executivo, podem ser objeto de A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade (ADI). ƒ por isso que as leis or•ament‡rias est‹o
sujeitas ao controle de constitucionalidade pelo STF.

Letra E: correta. ƒ exatamente isso. O STF entende que a fiscaliza•‹o da


constitucionalidade das leis e dos atos normativos ocorrer‡ Òquando houver um
tema ou uma controvŽrsia constitucional suscitada em abstrato,
independente do car‡ter geral ou espec’fico, concreto ou abstrato de
seu objetoÓ.

O gabarito Ž a letra E.

11. (FGV/OAB Ð 2013) Acerca do controle de constitucionalidade,


assinale a alternativa INCORRETA.

a) ƒ imposs’vel o esclarecimento de matŽria de fato em sede de A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade.

b) A Uni‹o Nacional dos Estudantes n‹o tem legitimidade para propor A•‹o
Direta de Inconstitucionalidade.

c) N‹o se admite a desist•ncia ap—s a propositura da A•‹o Declarat—ria de


Constitucionalidade.

d) Os efeitos da decis‹o que afirma a inconstitucionalidade da norma em sede


de A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, em regra, s‹o ex tunc.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Segundo o art. 9¼, ¤ 1¼, da Lei n¼ 9.868/99, Òem caso de
necessidade de esclarecimento de matŽria ou circunst‰ncia de fato ou de
not—ria insufici•ncia das informa•›es existentes nos autos, poder‡ o relator
requisitar informa•›es adicionais, designar perito ou comiss‹o de peritos para
que emita parecer sobre a quest‹o, ou fixar data para, em audi•ncia pœblica,
ouvir depoimentos de pessoas com experi•ncia e autoridade na matŽria.Ó

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Letra B: correta. Entre os legitimados a propor ADI est‹o as confedera•›es


sindicais e entidades de classe de ‰mbito nacional. A UNE n‹o se enquadra em
nenhuma delas, pois trata-se de entidade estudantil (e n‹o uma entidade de
classe profissional).

Letra C: correta. Uma vez que tenha sido proposta a A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade, n‹o ser‡ poss’vel voltar atr‡s.

Letra D: correta. Em regra, a decis‹o em sede de ADI tem efeitos retroativos


(Òex tuncÓ).

12. (FGV/OAB Ð 2013) Ajuizada uma A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade (ADI) requerendo expressamente que se declare
inconstitucional o Art. 2¼ da Lei X, o Supremo Tribunal Federal (STF),
ao apreciar o pedido, apenas declarou inconstitucional uma
interpreta•‹o poss’vel da norma impugnada, sem declarar sua
invalidade, e determinou que sua decis‹o s— acarretasse efeitos a
partir do seu tr‰nsito em julgado. Com base na situa•‹o acima,
assinale a afirmativa correta.

a) O STF como —rg‹o do Poder Judici‡rio, por for•a do princ’pio da correla•‹o,


n‹o poderia julgar de forma distinta daquela requerida pela parte autora.

b) O STF, no controle abstrato de constitucionalidade, n‹o est‡ adstrito ao


pedido formulado na inicial, podendo, inclusive, fazer uma interpreta•‹o
conforme a Constitui•‹o, a despeito de expresso requerimento pela declara•‹o
de invalidade da norma.

c) A modula•‹o dos efeitos das decis›es do STF em A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade (ADI) Ž poss’vel, desde que com a aprova•‹o da maioria
absoluta dos seus membros.

d) O STF n‹o pode fixar os efeitos da decis‹o a partir do seu tr‰nsito em


julgado, pois, em conformidade com o princ’pio da supremacia da Constitui•‹o,
a pecha da inconstitucionalidade contamina a lei desde a sua g•nese.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O STF pode, sim, julgar de maneira distinta do que foi
requerido pela parte autora.

Letra B: correta. Na situa•‹o apresentada, o STF realizou uma interpreta•‹o


conforme a Constitui•‹o, optando por n‹o declarar a invalidade da norma.

Letra C: errada. A modula•‹o dos efeitos das decis›es do STF depende da


vota•‹o de 2/3 (dois ter•os) dos membros.

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Letra D: errada. O STF pode, sim, dar efeitos prospectivos (Òex nuncÓ) ˆ
decis‹o, mediante vota•‹o de 2/3 dos membros.

13. (FGV/MPE-MS Ð 2013) O Supremo Tribunal Federal declarou a


inconstitucionalidade da Lei n. 1.234, do Estado "X", que estabelecia
reserva de vagas para as mulheres nas universidades estaduais, por
entender configurada a ofensa ao princ’pio constitucional da isonomia.
Se outro Estado da Federa•‹o editar lei de id•ntico teor e o Supremo
Tribunal Federal admitir o cabimento da Reclama•‹o contra a nova lei,
reconhecendo atentado ˆ autoridade da sua decis‹o, estar‡ adotando a
teoria:

a) da inconstitucionalidade por arrastamento.

b) da inconstitucionalidade superveniente.

c) da efic‡cia transcendente dos motivos determinantes.

d) da inconstitucionalidade progressiva.

e) da Supremacia da Constitui•‹o.

Coment‡rios:

Se o STF aceitar a reclama•‹o contra a nova lei, estar‡ adotando a teoria da


efic‡cia transcendente dos motivos determinantes (ou Òteoria da
transcend•ncia dos motivos determinantesÓ). Isso porque, nesse caso, a
fundamenta•‹o jur’dica (Òratio decidendiÓ) usada para declarar a
inconstitucionalidade da lei do Estado X ter‡ efeito vinculante. A resposta Ž
letra C.

14. (FGV/PC-MA Ð 2012) Determinada associa•‹o de ‰mbito


nacional, que congrega trabalhadores da indœstria automotiva,
montadoras instaladas no pa’s e revendedores de ve’culos e bens
correlatos, aju’za uma a•‹o direta de inconstitucionalidade contra lei
federal que determinou a majora•‹o do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) incidentes sobre ve’culos produzidos no pa’s. A
partir do caso relatado, assinale a afirmativa correta.

a) A associa•‹o de ‰mbito nacional n‹o foi elencada pela Constitui•‹o da


Repœblica como um dos legitimados ˆ propositura da a•‹o.

b) A associa•‹o de ‰mbito nacional est‡ dispensada de demonstrar o requisito


da pertin•ncia tem‡tica para o ajuizamento da a•‹o.

c) O car‡ter nacional da associa•‹o Ž verificado pela declara•‹o constante dos


seus atos constitutivos.

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d) A associa•‹o em tela n‹o preenche o requisito da homogeneidade para


qualificar-se como legitimado ˆ propositura da a•‹o.

e) N‹o se admite a legitimidade de associa•›es constitu’das por pessoas


jur’dicas para a propositura de a•‹o direta de inconstitucionalidade.

Coment‡rios:

Letra A: errada. S‹o legitimados a propor ADI as confedera•›es sindicais e


entidades de classe de ‰mbito nacional.

Letra B: errada. As entidades de classe de ‰mbito nacional est‹o obrigadas a


demonstrar pertin•ncia tem‡tica, pois elas se enquadram como legitimados
especiais.

Letra C: errada. O STF considera que o car‡ter nacional de uma associa•‹o fica
caracterizado quando a entidade possui filiados em, pelo menos, 9 (nove)
Estados brasileiros.

Letra D: correta. De fato, a entidade n‹o Ž homog•nea, pois representa os


interesses de diversas categorias (trabalhadores da indœstria, montadoras de
ve’culos e revendedores). Em raz‹o disso, ela n‹o tem legitimidade para
propor ADI.

Letra E: errada. O STF reconhece a legitimidade de Òassocia•›es de


associa•›esÓ para propor ADI.

15. (FGV/PC-MA Ð 2012) Uma lei federal de 2001 viola frontalmente


a garantia do acesso ˆ justi•a. Entretanto, a validade dessa norma
nunca foi desafiada em sede de controle abstrato. Posteriormente, em
2008, essa lei Ž revogada por outra lei federal, de conteœdo id•ntico, e,
portanto, tambŽm violadora daquela garantia constitucional. Em 2012,
Ž ajuizada a•‹o direta de inconstitucionalidade contra a lei federal de
2008, revogadora da anterior. A respeito do caso apresentado,
assinale a afirmativa correta.

a) O autor da a•‹o dever‡, expressamente, requerer que seja apreciada a


inconstitucionalidade da lei que vai voltar a produzir efeitos em raz‹o de sua
volta ˆ vig•ncia, sob pena de n‹o ser conhecida a a•‹o direta.

b) Ao ser declarada a inconstitucionalidade de uma norma revogadora, n‹o se


admite que a norma revogada volte ˆ vig•ncia, pois se trata de efeito
repristinat—rio, vedado pelo ordenamento.

c) Um dos efeitos decorrentes da declara•‹o de inconstitucionalidade da norma


revogadora Ž, exatamente, o retorno ˆ vig•ncia da norma revogada, e, se esta
padecer do v’cio de inconstitucionalidade, s— poder‡ ser impugnada por meio
de a•‹o pr—pria.
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d) Com a declara•‹o de inconstitucionalidade da norma revogadora, somente


voltam ˆ vig•ncia ˆs normas por ela revogadas que sejam compat’veis com a
Constitui•‹o da Repœblica.

e) O retorno ˆ vig•ncia da norma revogada consubstancia exemplo de


inconstitucionalidade superveniente, n‹o admitido em nosso ordenamento.

Coment‡rios:

Letra A: correta. O STF poder‡ declarar a inconstitucionalidade da norma


impugnada (objeto da a•‹o) e tambŽm das normas por ela revogadas,
evitando o efeito repristinat—rio (indesejado) da decis‹o de mŽrito.
Entretanto, para que isso ocorra, Ž necess‡rio que o autor impugne tanto a
norma revogadora quanto os atos por ela revogados.

Letra B: errada. Se a lei de 2008 for declarada inconstitucional, ser‡


restaurada a vig•ncia da lei que ela revogou. ƒ o efeito repristinat—rio, que
uma das consequ•ncia da declara•‹o de inconstitucionalidade em sede de ADI.

Letra C: errada. A norma revogada j‡ pode ser impugnada na pr—pria ADI que
examina a constitucionalidade da norma revogadora.

Letra D: errada. Com a declara•‹o de inconstitucionalidade da norma


revogadora, a norma revogada volta ˆ vig•ncia.

Letra E: errada. O retorno ˆ vig•ncia de norma revogada Ž o que se chama de


efeito repristinat—rio. No Brasil, n‹o se admite a inconstitucionalidade
superveniente.

16. (FGV/PC-MA Ð 2012) Sobre os efeitos decorrentes de altera•›es


legislativas ˆ norma impugnada em sede de a•‹o direta de
inconstitucionalidade, assinale a afirmativa correta:

a) Caso se constate a revoga•‹o da norma impugnada na a•‹o, a


jurisprud•ncia do STF indica a necessidade de se aditar a inicial.

b) Mesmo que a norma cuja constitucionalidade Ž questionada seja revogada,


persiste interesse processual no ajuizamento da a•‹o, sobretudo diante dos
efeitos j‡ produzidos pela norma revogada.

c) Qualquer altera•‹o na lei questionada por meio da A•‹o Direta prejudica o


seu prosseguimento.

d) N‹o ter‹o impacto no curso processual altera•›es legislativas que n‹o


modifiquem o conteœdo do dispositivo impugnado ou que impliquem altera•‹o
meramente formal.

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e) A convers‹o em lei de Medida Provis—ria questionada em A•‹o Direta levar‡


sempre ˆ perda superveniente do objeto da a•‹o.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Caso a norma seja revogada, haver‡ perda de objeto da ADI.
A ADI ser‡ extinta sem resolu•‹o de mŽrito.

Letra B: errada. Se a norma for revogada, haver‡ perda de objeto. Haver‡


extin•‹o da ADI sem resolu•‹o de mŽrito.

Letra C: errada. Nem toda altera•‹o na lei questionada prejudica o


prosseguimento da ADI. Uma altera•‹o meramente formal n‹o prejudica o
prosseguimento da a•‹o.

Letra D: correta. Altera•›es legislativas que n‹o modifiquem o conteœdo do


dispositivo impugnado ou que impliquem altera•‹o meramente formal n‹o
impedir‹o o prosseguimento da ADI.

Letra E: errada. A convers‹o de medida provis—ria em lei n‹o causa perda do


objeto da ADI.

17. (FGV / SEGEP Ð 2013) Um partido pol’tico, com representa•‹o no


Congresso Nacional, pretende propor ADI contra lei de iniciativa do
Deputado Federal Y. A lei em refer•ncia, que disp›e sobre Processo
Civil, teve tr‰mite regular no Congresso Nacional, foi sancionada pelo
Presidente da Repœblica e j‡ est‡ em vigor. Nesse caso, assinale a
alternativa que indica o polo passivo da ADI.

a) Somente o Congresso Nacional.

b) O Congresso Nacional e o Advogado-Geral da Uni‹o.

c) O Congresso Nacional e o Deputado Federal Y.

d) A lei questionada e o Advogado-Geral da Uni‹o.

e) Somente o Deputado Federal Y.

Coment‡rios:

O p—lo passivo da ADI ser‡ o Congresso Nacional. Foi o Congresso, afinal, o


respons‡vel pela edi•‹o da lei em quest‹o. A resposta Ž a letra A.

18. (FGV / MPE-MS Ð 2013) Com rela•‹o ao controle de


constitucionalidade no direito brasileiro, analise as afirmativas a
seguir.

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I. A perda de representa•‹o no Congresso Nacional ap—s a propositura da ADI


caracteriza a superveniente falta de legitimidade ativa do partido pol’tico.

II. N‹o se admite a propositura de ADI tendo por objeto um Decreto editado
pelo Chefe do Poder Executivo.

III. O efeito vinculante proferido em sede de a•›es de controle abstrato de


constitucionalidade n‹o alcan•a os —rg‹os do Poder Legislativo.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente a afirmativa III estiver correta.

e) se somente a afirmativa II estiver correta.

Coment‡rios:

A primeira assertiva est‡ errada. A aferi•‹o de legitimidade do partido pol’tico


Ž feita no momento da propositura da a•‹o. A perda de representa•‹o no
Congresso Nacional n‹o caracteriza a superveniente falta de legitimidade ativa
do partido pol’tico.

A segunda assertiva est‡ errada. Se for um decreto aut™nomo, Ž admitida ADI.

A terceira assertiva est‡ correta. O efeito vinculante das a•›es de controle


abstrato n‹o alcan•a o Poder Legislativo.

O gabarito Ž letra D.

19. (FGV / CONDER Ð 2013) Em rela•‹o ao controle de


constitucionalidade, analise as afirmativas a seguir.

I. O decreto legislativo do Congresso Nacional que susta ato normativo do


Poder Executivo, por pretensamente ter exorbitado a delega•‹o legislativa,
pode ser objeto de A•‹o Direta de Inconstitucionalidade.

II. ƒ admiss’vel, por raz›es de seguran•a jur’dica, a propositura de A•‹o Direta


de Inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo j‡ revogado, desde que tal
norma tenha produzido algum efeito no passado.

III. Proposta a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, n‹o Ž admiss’vel


desist•ncia.

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Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Coment‡rios:

A primeira assertiva est‡ correta. O decreto legislativo que susta ato normativo
do Poder Executivo pode, sim, ser objeto de ADI.

A segunda assertiva est‡ errada. A norma impugnada por meio de ADI deve
estar em vigor.

A terceira assertiva est‡ correta. N‹o se admite desist•ncia de ADI.

O gabarito Ž a letra E.

3. A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o / A•‹o


Declarat—ria de Constitucionalidade:

20. (FGV/TCE-BA Ð 2013) A respeito das a•›es constitucionais e da


reforma da Constitui•‹o, assinale a afirmativa incorreta.

a) No controle incidental, a inconstitucionalidade Ž arguida no contexto de um


processo ou a•‹o judicial, em que a quest‹o da inconstitucionalidade configura
um incidente.

b) ƒ poss’vel a verifica•‹o da matŽria ou circunst‰ncia de fato em sede de


controle abstrato de constitucionalidade.

c) As cl‡usulas pŽtreas representam um esfor•o do constituinte origin‡rio para


assegurar a integridade da constitui•‹o.

d) A propositura de a•‹o declarat—ria de constitucionalidade n‹o se afigura


admiss’vel se n‹o houver controvŽrsia relevante quanto ˆ legitimidade da
norma.

e) O princ’pio da seguran•a jur’dica imp›e que a declara•‹o de


inconstitucionalidade proferida pelo STF em sede de ADI produza efeitos ex
nunc, salvo ressalva expressa.

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Coment‡rios:

Letra A: correta. No controle incidental, a declara•‹o de inconstitucionalidade


n‹o Ž o objeto principal da a•‹o.

Letra B: correta. Segundo o art. 9¼, ¤ 1¼, da Lei n¼ 9.868/99, Òem caso de
necessidade de esclarecimento de matŽria ou circunst‰ncia de fato ou de
not—ria insufici•ncia das informa•›es existentes nos autos, poder‡ o relator
requisitar informa•›es adicionais, designar perito ou comiss‹o de peritos para
que emita parecer sobre a quest‹o, ou fixar data para, em audi•ncia pœblica,
ouvir depoimentos de pessoas com experi•ncia e autoridade na matŽria.Ó

Letra C: correta. Exatamente isso! As cl‡usulas pŽtreas n‹o poder‹o ser objeto
de emenda constitucional tendente a aboli-las.

Letra D: correta. A propositura de ADC somente ser‡ poss’vel quando houver


controvŽrsia judicial relevante.

Letra E: errada. Em regra, a declara•‹o de inconstitucionalidade proferida pelo


STF em sede de ADI produzir‡ efeitos Òex tuncÓ.

21. (FGV/OAB Ð 2013)A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, a A•‹o


Declarat—ria de Constitucionalidade e a A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade por Omiss‹o est‹o regulamentadas no ‰mbito
infraconstitucional pela lei 9.868/99, que disp›e sobre o processo e
julgamento destas a•›es perante o Supremo Tribunal
Federal. Tomando por base o constante na referida lei, assinale a
alternativa incorreta.

a) Podem propor a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o os


mesmos legitimados para propositura da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade
e da A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade.

b) Cabe no ‰mbito da A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade a concess‹o de


medida cautelar.

c) As decis›es proferidas em A•‹o Direta de Inconstitucionalidade e em A•‹o


Declarat—ria de Constitucionalidade possuem o chamado efeito dœplice.

d) Enquanto a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade e a A•‹o Declarat—ria de


Constitucionalidade n‹o admitem desist•ncia, a A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade por Omiss‹o admite a desist•ncia a qualquer tempo.

Coment‡rios:

Letra A: correta. Os legitimados a propor ADI, ADC e ADO est‹o relacionados


no art. 103, CF.

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Letra B: correta. ƒ poss’vel a concess‹o de medida cautelar em sede de ADC.

Letra C: correta. ƒ isso mesmo. As decis›es proferidas em ADI e em ADC t•m


efeito dœplice (ou ambivalente). Se uma ADI Ž julgada procedente, a norma
impugnada Ž declarada inconstitucional; se ela for julgada improcedente, a
norma Ž considerada compat’vel com a Constitui•‹o.

Letra D: errada. A ADO tambŽm n‹o admite desist•ncia.

22. (FGV/PC-MA Ð 2012) Acerca da concess‹o de medidas cautelares


em a•›es de controle abstrato de constitucionalidade, assinale a
afirmativa correta.

a) Em qualquer caso, s— podem ser concedidas por 2/3 dos membros do


Tribunal.

b) A medida cautelar em a•‹o direta de inconstitucionalidade tem efeitos ex


nunc, ressalvada a possibilidade de concess‹o de efeitos retroativos ˆ decis‹o.

c) A medida cautelar em a•‹o declarat—ria de constitucionalidade pode ser


concedida por maioria simples dos membros do tribunal.

d) A medida cautelar em a•‹o direta de inconstitucionalidade perder‡ a efic‡cia


em 180 dias, se o tribunal n‹o proceder ao julgamento definitivo da a•‹o.

e) A a•‹o direta de inconstitucionalidade por omiss‹o n‹o admite a concess‹o


de medida cautelar.

Coment‡rios:

Letra A: errada. A medida cautelar Ž concedida por maioria absoluta dos


membros do STF.

Letra B: correta. As medidas cautelares tem efic‡cia Òerga omnesÓ e efeitos


Òex nuncÓ.

Letra C: errada. A concess‹o da medida cautelar depende de vota•‹o da


maioria absoluta dos membros do STF.

Letra D: errada. A medida cautelar em ADI n‹o perde a efic‡cia pelo decurso
do prazo de 180 dias. Isso ocorre apenas com as medidas cautelares
concedidas em sede de ADC.

Letra E: errada. TambŽm Ž poss’vel a concess‹o de medida cautelar em sede


de ADO.

23. (FGV / AL-MA Ð 2013) O partido PKK pretende apresentar a•‹o


perante o Supremo Tribunal Federal por entender que determinada
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norma estadual tem interpreta•‹o quanto ˆ sua constitucionalidade


controvertida, tanto em —rg‹os da administra•‹o pœblica, como em
—rg‹os do Poder Judici‡rio. Nesse sentido, consoante a normativa em
vigor:

a) a A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade prescinde de interpreta•‹o


controvertida.

b) a norma estadual e municipal n‹o podem ser confrontadas com a


Constitui•‹o Federal.

c) a controvŽrsia entre —rg‹os julgadores Ž requisito para a A•‹o Declarat—ria


de Constitucionalidade mas n‹o para a de Inconstitucionalidade.

d) o partido pol’tico n‹o tem legitimidade para propor a•‹o de controle


concentrado de constitucionalidade.

e) o controle concentrado de constitucionalidade Ž realizado pelo Superior


Tribunal de Justi•a.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Um requisito essencial para que seja proposta ADC Ž a


exist•ncia de controvŽrsia judicial relevante.

Letra B: errada. A norma estadual pode ser objeto de ADI.

Letra C: correta. De fato, a exist•ncia de controvŽrsia judicial Ž requisito para


que seja ajuizada ADC. Para que seja ajuizada ADI, n‹o Ž necess‡rio que
exista qualquer tipo de controvŽrsia.

Letra D: errada. O partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional


tem legitimidade para propor a•›es do controle concentrado de
constitucionalidade.

Letra E: errada. O controle concentrado de constitucionalidade Ž realizado pelo


STF.

4. Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental:

24. (FGV / TJ-PI Ð 2015) Em setembro de 1988, foi promulgada


determinada lei estadual que disciplinou certos aspectos relacionados
ˆ preserva•‹o do meio ambiente. Alguns setores representativos da
doutrina e da jurisprud•ncia consideraram que a lei, por destoar da
Constitui•‹o promulgada em 5 de outubro de 1988, n‹o fora por ela
recepcionada. Ë luz da sistem‡tica constitucional, a compatibilidade
dessa lei com a Constitui•‹o vigente pode ser analisada, pelo Supremo

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Tribunal Federal, no exerc’cio de sua compet•ncia origin‡ria, desde


que observados os requisitos previstos na ordem jur’dica, com:

a) o ajuizamento da a•‹o direta de inconstitucionalidade;

b) o ajuizamento da a•‹o declarat—ria de constitucionalidade;

c) a interposi•‹o de recurso extraordin‡rio;

d) o uso da a•‹o de descumprimento de preceito fundamental;

e) o uso da reclama•‹o.

Coment‡rios:

A an‡lise da compatibilidade entre uma lei prŽ-constitucional e a


Constitui•‹o Federal de 1988 pode ser feita pelo STF mediante ADPF
(Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental). Por meio da ADPF,
seria poss’vel realizar-se um ju’zo de recep•‹o ou revoga•‹o da lei prŽ-
constitucional.

A ADI e a ADC somente podem ter como objeto leis editadas j‡ na


vig•ncia da CF/88. Essas a•›es do controle abstrato n‹o seriam,
portanto, instrumentos cab’vel para se realizar o ju’zo de recep•‹o ou
revoga•‹o.

O gabarito Ž a letra D.

25. (FGV / TCE-RJ Ð 2015) A C‰mara de Vereadores de determinado


munic’pio aprovou projeto de lei e o encaminhou ao Chefe do Poder
Executivo, que vetou uma parte do projeto e sancionou a outra,
terminando por promulgar a lei municipal. Em suas raz›es de veto, que
ainda pendem de aprecia•‹o pela C‰mara de Vereadores, argumentou
o Chefe do Poder Executivo que a parte do projeto por ele vetada Ž
inconstitucional.

Ë luz desse quadro, um renomado advogado elaborou parecer


defendendo que o veto parcial ao projeto foi equivocado, pois, nessa
parte, o projeto mostrava-se constitucional. Acresceu, ainda, que o
v’cio de inconstitucionalidade reca’a justamente sobre a parte
sancionada.

Considerando o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, Ž


correto afirmar que:

a) o veto parcial ao referido projeto de lei poderia ser impugnado via argui•‹o
de descumprimento de preceito fundamental;

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b) caso a C‰mara de Vereadores mantenha o veto, ser‡ poss’vel a submiss‹o,


dessa parte do projeto, ao controle concentrado de constitucionalidade perante
o Tribunal de Justi•a;

c) a proposta de emenda ˆ constitui•‹o, ainda que seja tida como dissonante


de cl‡usulas pŽtreas, n‹o pode ser impugnada via argui•‹o de
descumprimento de preceito fundamental;

d) as leis municipais de natureza prŽ-constitucional n‹o podem ser


impugnadas via argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental;

e) a argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental e a a•‹o direta de


inconstitucionalidade s‹o fung’veis, com a œnica distin•‹o de que a primeira
alcan•a os atos normativos prŽ-constitucionais.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O veto Ž um ato pol’tico e, portanto, n‹o h‡ que se falar em


controle jurisdicional de constitucionalidade em rela•‹o a este. O veto est‡
sujeito apenas a um controle pol’tico, que consiste na possibilidade de que este
seja rejeitado pelo Poder Legislativo.

Letra B: errada. Se a C‰mara dos Vereadores mantiver o veto, a parte vetada


do projeto nem entrar‡ em vigor. Portanto, n‹o poder‡ ser objeto de controle
concentrado de constitucionalidade perante o Tribunal de Justi•a.

Letra C: correta. A ADPF tem car‡ter subsidi‡rio, ou seja, n‹o ser‡


admitida argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental quando
houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade. Trata-se, portanto,
de a•‹o de car‡ter residual: n‹o sendo poss’vel o ajuizamento das demais
modalidades de controle abstrato, admite-se o uso da ADPF.

No caso de proposta de emenda ˆ constitui•‹o que viola cl‡usula pŽtrea, a


impugna•‹o poder‡ ser feita por mandado de seguran•a impetrado por
parlamentar. Assim, n‹o caber‡ impugna•‹o via ADPF.

Letra D: errada. As leis municipais prŽ-constitucionais poder‹o, sim, ser


impugnadas por meio de ADPF.

Letra E: errada. H‡ outras distin•›es entre a ADPF e a ADI. Por exemplo, a


ADPF poder‡ ter como objeto leis ou atos normativos municipais.

26. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O controle judicial da constitucionalidade


das leis ganhou not‡vel espa•o com a Constitui•‹o de 1988, uma vez
que ela ampliou o rol de legitimados e as formas de controle. A
respeito do tema controle de constitucionalidade, assinale a afirmativa
correta.

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a) N‹o h‡ inconstitucionalidade formal superveniente, de modo que se


consideram recepcionadas leis ordin‡rias anteriores ˆ Constitui•‹o que
disponham sobre matŽrias que, desde a Carta de 1988, s‹o reservadas ˆ lei
complementar.

b) As leis do per’odo do regime militar, que disp›em em sentido hoje


incompat’vel com a Constitui•‹o, podem ser objeto de controle de
constitucionalidade, por meio de a•‹o direta de inconstitucionalidade.

c) A improced•ncia da a•‹o declarat—ria de constitucionalidade n‹o equivale ˆ


declara•‹o de inconstitucionalidade em sede de a•‹o direta, uma vez que n‹o
possui efic‡cia contra todos e efeitos vinculantes.

d) O controle concentrado e por via principal da inconstitucionalidade por


omiss‹o d‡-se por meio da a•‹o direta de inconstitucionalidade por omiss‹o e
do mandado de injun•‹o.

e) O v’cio de iniciativa no processo legislativo n‹o enseja o controle de


constitucionalidade da norma, porque a ofensa ˆ Constitui•‹o d‡-se de forma
reflexa.

Coment‡rios:

Letra A: correta. O STF n‹o admite a inconstitucionalidade


superveniente: a constitucionalidade de uma norma deve ser aferida tendo
como par‰metro a Constitui•‹o em vigor ˆ Žpoca em que ela foi editada.
Assim, as normas anteriores ˆ nova Constitui•‹o ser‹o por ela recepcionadas
ou revogadas.

A recep•‹o das normas anteriores depende apenas da compatibilidade


material, n‹o sendo necess‡ria compatibilidade formal. Nesse sentido,
consideram-se recepcionadas leis ordin‡rias anteriores ˆ Constitui•‹o que
disponham sobre matŽrias que, desde a Carta de 1988, s‹o reservadas ˆ lei
complementar.

Letra B: errada. A constitucionalidade das leis do per’odo do regime militar


somente podem ser aferidas tendo como par‰metro a Constitui•‹o em vigor
ˆ Žpoca, por meio de ADPF.

Letra C: errada. Quando uma ADC for julgada improcedente, isso significa que
a norma foi declarada inconstitucional.

Letra D: errada. O mandado de injun•‹o viabiliza o controle de


constitucionalidade na via incidental.

Letra E: errada. O v’cio de iniciativa d‡ ensejo ao controle de


constitucionalidade da norma. Trata-se, afinal, de inconstitucionalidade formal.

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27. (FGV / SUDENE Ð 2013) PŽrola pretende apresentar A•‹o de


Descumprimento de Preceito Fundamental para defender uma
pretens‹o individual. Ap—s consultas, verifica que n‹o possui a
legitimidade para a a•‹o. Nos termos da Constitui•‹o Federal, assinale
a alternativa que indica o —rg‹o julgador da ADPF.

a) Superior Tribunal de Justi•a.

b) Superior Tribunal Militar.

c) Supremo Tribunal Federal.

d) Tribunal Superior do Trabalho.

e) Tribunal Superior Eleitoral.

Coment‡rios:

Essa era uma quest‹o bem tranquila! O STF Ž que detŽm compet•ncia para
julgar ADPF. A resposta Ž a letra C.

28. (FGV / INEA Ð 2013) O partido pol’tico XYZ prop›e Argui•‹o de


Descumprimento de Preceito Fundamental perante o Supremo Tribunal
Federal que decide pelo seu n‹o acolhimento, tendo em vista que o
pleito poderia ser solvido por outras vias. Nesse caso, houve a
aplica•‹o do Princ’pio da

a) Legalidade.

b) Igualdade.

c) Subsidiariedade.

d) Uniformidade.

e) Declaratividade.

Coment‡rios:

A ADPF Ž regida pelo princ’pio da subsidiariedade, segundo o qual n‹o ser‡


admitida quando houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade. A
resposta Ž a letra C.

5. Controle Abstrato de Constitucionalidade do Direito Estadual e


Municipal:

29. (FGV / Procurador de Paul’nia Ð 2016) O Prefeito Municipal vetou


determinado projeto de lei flagrantemente dissonante da Constitui•‹o

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da Repœblica Federativa do Brasil, isso por violar os seus alicerces


estruturais. Ao apreciar as raz›es de veto, a C‰mara Municipal decidiu
n‹o mant•-lo, o que resultou na promulga•‹o e consequente
publica•‹o da lei municipal X.

Inconformado com esse estado de coisas, o Chefe do Poder


Executivo solicitou que a Procuradoria do Munic’pio realizasse
estudo a respeito da melhor forma de impugnar a lei municipal X
perante o Poder Judici‡rio. A Procuradoria elaborou um alentado
parecer, no qual examinou todos os aspectos afetos ao caso
concreto.

Ë luz do sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, Ž


correto afirmar que a lei municipal X

a) est‡ sujeita ao controle concentrado de constitucionalidade perante o


Tribunal de Justi•a, que examinar‡ a sua compatibilidade com a Constitui•‹o
da Repœblica.

b) n‹o pode ser submetida, por meio de qualquer dos instrumentos


dispon’veis, ao controle concentrado de constitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal.

c) somente pode ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade


perante o Tribunal de Justi•a, que examinar‡ a sua compatibilidade com a
Constitui•‹o Estadual.

d) somente pode ser objeto de controle difuso de constitucionalidade, que ser‡


realizado por qualquer —rg‹o do Poder Judici‡rio.

e) pode ser submetida ˆ aprecia•‹o do Supremo Tribunal Federal, por meio da


argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental, que analisar‡ a sua
compatibilidade com a Constitui•‹o da Repœblica.

Coment‡rios:

Letra A: errada. A lei municipal est‡ sujeita ao controle concentrado de


constitucionalidade perante o Tribunal de Justi•a, mas tendo como
par‰metro a Constitui•‹o Estadual.

Letra B: errada. A lei municipal pode ser objeto de controle concentrado de


constitucionalidade perante o STF, por meio de ADPF (Argui•‹o de
Descumprimento de Preceito Fundamental).

Letra C: errada. N‹o existe ÒsomenteÓ essa alternativa. A lei municipal pode
ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade perante o Tribunal
de Justi•a ou perante o STF.

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Letra D: errada. A lei municipal pode ser objeto de controle difuso de


constitucionalidade, o qual Ž realizado por qualquer juiz ou Tribunal do pa’s.
No entanto, essa n‹o Ž a œnica alternativa para se questionar a validade da lei.

Letra E: correta. A lei municipal pode ser questionada no STF por meio de
ADPF.

O gabarito Ž a letra E.

30. (FGV / MPE-RJ Ð 2016) Determinado Promotor de Justi•a, no


curso de um inquŽrito civil, constatou que certa lei estadual, cuja
aplica•‹o, ou n‹o, tinha influ•ncia direta na resolu•‹o do problema
concreto submetido ˆ sua aprecia•‹o, era flagrantemente
inconstitucional. A partir de ent‹o, realizou amplos estudos a respeito
de como deflagrar o controle de constitucionalidade. Ë luz da
sistem‡tica constitucional brasileira, Ž correto afirmar que:

a) a lei estadual somente poderia ser submetida, pelo devido legitimado, ao


controle concentrado de constitucionalidade realizado pelo Supremo Tribunal
Federal;

b) n‹o h‡ nenhum instrumento, ao alcance do Promotor de Justi•a, para


pleitear a n‹o aplica•‹o da lei estadual a um caso concreto;

c) a declara•‹o de inconstitucionalidade da lei estadual poderia fazer parte do


pedido da a•‹o civil pœblica que viesse a ajuizar;

d) a lei estadual poderia ser submetida, pelo devido legitimado, ao controle


concentrado de constitucionalidade realizado pelo Tribunal de Justi•a;

e) a lei estadual poderia ser declarada inconstitucional, por qualquer —rg‹o


jurisdicional, unit‡rio ou colegiado, a partir de pedido formulado pelo
interessado.

Coment‡rios:

Letra A: errada. A lei estadual pode ser submetida ao controle concentrado


de constitucionalidade perante o STF. No entanto, essa n‹o Ž a œnica
alternativa. H‡ possibilidade, por exemplo, que essa lei estadual seja
submetida ao controle concentrado de constitucionalidade perante o
Tribunal de Justi•a, tendo como par‰metro a Constitui•‹o Estadual.

Letra B: errada. ƒ poss’vel que o Promotor de Justi•a promova o controle


difuso-incidental de constitucionalidade.

Letra C: errada. Na a•‹o civil pœblica que vier a ser ajuizada pelo Promotor
de Justi•a, o pedido n‹o ser‡ a declara•‹o de inconstitucionalidade. A

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aferi•‹o de constitucionalidade ser‡ um antecedente l—gico ˆ resolu•‹o do


mŽrito.

Letra D: correta. O Tribunal de Justi•a poder‡ realizar o controle


concentrado de constitucionalidade da lei, tendo como par‰metro a
Constitui•‹o Estadual.

Letra E: errada. Os —rg‹os fracion‡rios de tribunais n‹o podem, como regra


geral, declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Isso porque
eles precisar‹o obedecer a cl‡usula de reserva de plen‡rio.

O gabarito Ž a letra D.

31. (FGV / MPE-RJ Ð 2016) O Procurador-Geral de Justi•a, agente


que possui legitimidade para deflagrar o controle concentrado de
constitucionalidade perante o Tribunal de Justi•a, foi procurado por
uma associa•‹o de moradores para que adotasse as provid•ncias
necess‡rias visando ˆ declara•‹o de inconstitucionalidade de lei
estadual. Sua assessoria, ap—s analisar o caso, concluiu que as normas
da Constitui•‹o Estadual tidas como violadas reproduziam o conteœdo
de normas da Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil.

Ë luz da sistem‡tica constitucional, esse estado de coisas:

a) impede, em qualquer caso, a realiza•‹o do controle concentrado de


constitucionalidade pelo Tribunal de Justi•a;

b) n‹o impede a realiza•‹o do controle concentrado de constitucionalidade pelo


Tribunal de Justi•a;

c) impede o controle concentrado de constitucionalidade pelo Tribunal de


Justi•a, caso a norma estadual seja de reprodu•‹o obrigat—ria;

d) caracteriza um potencial conflito entre jurisdi•›es constitucionais, a ser


dirimido pelo Conselho Nacional de Justi•a;

e) impede o controle concentrado de constitucionalidade pelo Tribunal de


Justi•a, se a norma estadual for de reprodu•‹o facultativa.

Coment‡rios:

O Tribunal de Justi•a tem compet•ncia para processar e julgar,


originariamente, a•›es diretas de inconstitucionalidade que tenham como
objeto lei ou ato normativo estadual ou municipal. Ao realizarem essa
aferi•‹o de constitucionalidade, ter‹o como par‰metro a Constitui•‹o
Estadual.

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Pouco importa se a norma-par‰metro da Constitui•‹o Estadual reproduz


norma da Constitui•‹o Federal. Mesmo assim, ela poder‡ ser usada pelo
Tribunal de Justi•a como par‰metro para o controle de constitucionalidade
estadual.

O gabarito Ž a letra B.

32. (FGV / TCM-SP Ð Ci•ncias Jur’dicas Ð 2015) Determinado Prefeito


Municipal foi cientificado de que a C‰mara dos Vereadores aprovou
reforma da lei org‰nica municipal que, no seu entender, era
inconstitucional. Ato cont’nuo, procurou sua assessoria jur’dica e
solicitou a elabora•‹o de estudo sobre o controle concentrado de
constitucionalidade das leis municipais utilizando-se como paradigma
de confronto a Constitui•‹o Estadual.

A esse respeito, Ž correto afirmar que:

a) os legitimados ˆ deflagra•‹o do controle de constitucionalidade, perante o


Tribunal de Justi•a, devem ser os mesmos previstos para realizar esse tipo de
controle perante o Supremo Tribunal Federal;

b) as normas de reprodu•‹o obrigat—ria, que s— reproduzem comandos da


Constitui•‹o da Repœblica, n‹o podem ser utilizadas como paradigma de
confronto no controle de constitucionalidade realizado pelo Tribunal de Justi•a;

c) o controle concentrado de constitucionalidade, realizado pelo Tribunal de


Justi•a, n‹o impede que a matŽria seja rediscutida, pelo Supremo Tribunal
Federal, em sede de controle difuso de constitucionalidade;

d) o controle de constitucionalidade realizado pelo Tribunal de Justi•a somente


pode utilizar, como paradigma de confronto, as normas que reproduzam
comandos da Constitui•‹o da Repœblica;

e) a Constitui•‹o da Repœblica deve ser igualmente utilizada como paradigma,


pelo Tribunal de Justi•a, ao realizar o controle concentrado de
constitucionalidade.

Coment‡rios:

Letra A: errada. ƒ poss’vel a realiza•‹o do controle concentrado de


constitucionalidade de leis municipais junto ao Tribunal de Justi•a, tendo
como paradigma a Constitui•‹o Estadual. Os legitimados a deflagrar esse
controle de constitucionalidade n‹o s‹o os mesmos legitimados a ajuizar
ADI / ADECON / ADC / ADPF junto ao STF. Os legitimados a deflagrar o
controle concentrado de constitucionalidade junto ao Tribunal de Justi•a
estar‹o elencados na Constitui•‹o Estadual.

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Letra B: errada. As normas da Constitui•‹o Estadual que s— reproduzem


comandos da Constitui•‹o Federal poder‹o, sim, servir como paradigma
para o controle concentrado de constitucionalidade de leis municipais perante o
Tribunal de Justi•a.

Letra C: correta. De fato, n‹o h‡ qualquer impedimento a que seja discutida a


constitucionalidade da lei municipal perante o STF. Observe, todavia, que essa
discuss‹o no STF, n‹o poder‡ ocorrer em sede de controle abstrato,
mas apenas diante de um caso concreto. Assim, Ž poss’vel a discuss‹o no STF
em sede de controle difuso.

Letra D: errada. O controle concentrado de constitucionalidade perante o


Tribunal de Justi•a ter‡ como par‰metro as normas da Constitui•‹o Estadual,
independentemente de estas reproduzirem comandos da CF/88.

Letra E: errada. O Tribunal de Justi•a, ao realizar o controle concentrado de


constitucionalidade, somente pode usar como par‰metro de controle
(paradigma) a Constitui•‹o Estadual.

33. (FGV / OABÐ 2015) A Lei Z, elaborada recentemente pelo Poder


Legislativo do Munic’pio M, foi promulgada e passou a produzir seus
efeitos regulares ap—s a C‰mara Municipal ter derrubado o veto aposto
pelo Prefeito. A peculiaridade Ž que o conteœdo da lei Ž praticamente
id•ntico ao de outras leis que foram editadas em milhares de outros
Munic’pios, o que lhe atribui ineg‡vel relev‰ncia. Inconformado com a
derrubada do veto, o Prefeito do Munic’pio M, partindo da premissa de
que a Lei Z possui diversas normas violadoras da ordem constitucional
federal, pretende que sua inconstitucionalidade seja submetida ˆ
aprecia•‹o do Supremo Tribunal Federal.

A partir das informa•›es acima, assinale a op•‹o que se encontra em


conson‰ncia com o sistema de controle de constitucionalidade adotado
no Brasil.

a) O Prefeito do Munic’pio M, como agente legitimado pela Constitui•‹o


Federal, est‡ habilitado a propor argui•‹o de descumprimento de preceito
fundamental questionando a constitucionalidade dos dispositivos que entende
violadores da ordem constitucional federal.

b) A tem‡tica pode ser objeto de a•‹o direta de inconstitucionalidade ou de


argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental, se proposta por
qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constitui•‹o Federal.

c) A Lei Z n‹o poder‡ ser objeto de a•‹o, pela via concentrada, perante o
Supremo Tribunal Federal, j‡ que, de acordo com o sistema de controle de
constitucionalidade adotado no Brasil, atos normativos municipais s— podem
ser objeto de controle, caso se utilize como paradigma de confronto a
Constitui•‹o Federal, pela via difusa.
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d) Os dispositivos normativos da Lei Z, sem desconsiderar a possibilidade de


ser realizado o controle incidental pela via difusa, podem ser objeto de controle
por via de argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental, se proposta
por qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constitui•‹o Federal.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O Prefeito n‹o Ž legitimado para propor ADPF perante o STF.
Os legitimados a propor ADPF est‹o relacionados no art. 103, CF/88:

Art. 103. Podem propor a a•‹o direta de inconstitucionalidade e a a•‹o


declarat—ria de constitucionalidade:
I - o Presidente da Repœblica;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da C‰mara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da C‰mara Legislativa do
Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da Repœblica;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional;
IX - confedera•‹o sindical ou entidade de classe de ‰mbito nacional.

Letra B: errada. As leis municipais n‹o podem ser objeto de ADI perante o
STF. A ADI ajuizada no STF tem como objeto leis ou atos normativos federais e
estaduais.

Letra C: errada. ƒ poss’vel, sim, que leis municipais sejam objeto de controle
de constitucionalidade perante o STF. Isso ser‡ feito por meio de ADPF.

Letra D: correta. A Lei Z (lei municipal) pode ser objeto de ADPF perante o
STF. AlŽm disso, tambŽm Ž poss’vel que seja realizado o controle incidental de
constitucionalidade da Lei Z perante o STF.

O gabarito Ž a letra D.

34. (FGV / AL-MT Ð 2013) Quanto ˆs a•›es constitucionais, assinale a


afirmativa incorreta.

a) A Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental pode ser utilizada


para resolver controvŽrsia acerca da legitimidade do direito ordin‡rio prŽ-
constitucional.

b) A exclus‹o de benef’cio incompat’vel com o princ’pio da igualdade, a um


determinado grupo de pessoas, pode caracterizar caso de omiss‹o parcial do
dever de legislar.

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c) A suspens‹o pelo Senado Federal da execu•‹o da lei inconstitucional se


aplica ˆ declara•‹o de n‹o-recep•‹o da lei prŽ-constitucional levada a efeito
pelo Supremo Tribunal Federal.

d) ƒ dominante, no ‰mbito do Supremo Tribunal Federal, entendimento


segundo o qual, na A•‹o Direta de Inconstitucionalidade e na A•‹o Declarat—ria
de Constitucionalidade, prevalece o pedido da causa petendi aberta.

e) O constituinte de 1988 fixou como princ’pios b‡sicos, cuja les‹o pelo


Estado-membro poder‡ dar ensejo ˆ interven•‹o federal, entre outros, a forma
republicana, o sistema representativo e o regime democr‡tico.

Coment‡rios:

Letra A: correta. A ADPF pode ser utilizada para aferi•‹o da legitimidade do


direito prŽ-constitucional.

Letra B: correta. De fato, a exclus‹o de benef’cio a um determinado grupo de


pessoas pode caracterizar omiss‹o parcial.

Letra C: errada. A suspens‹o da execu•‹o de lei pelo Senado Federal se aplica


apenas ˆs leis declaradas inconstitucionais pelo STF em sede de controle difuso
de constitucionalidade.

Letra D: correta. A causa de pedir Ž aberta na ADI e ADC.

Letra E: correta. A forma republicana, o sistema representativo e o regime


democr‡tico s‹o princ’pios constitucionais sens’veis.

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Lista de Quest›es

1. (FGV / MPE-RJ Ð 2016) De acordo com o art. 97 da Constitui•‹o


da Repœblica Federativa do Brasil, Òsomente pelo voto da maioria de
seus membros ou dos membros do respectivo —rg‹o especial poder‹o
os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder PœblicoÓ. Determinado juiz de direito, ap—s ler esse preceito,
que somente faz men•‹o a tribunais, e constatar que nenhum
comando expresso na Constitui•‹o o autorizava a realizar o controle
de constitucionalidade, negou requerimento formulado pelo MinistŽrio
Pœblico em sede de a•‹o civil pœblica. No caso concreto, o MinistŽrio
Pœblico pretendia que o juiz de direito deixasse de aplicar uma norma
que considerava inconstitucional, o que teria influ•ncia direta na
resolu•‹o do problema concreto.

Ë luz da sistem‡tica constitucional, o controle de


constitucionalidade pretendido pelo MinistŽrio Pœblico Ž
considerado:

a) difuso, podendo ser realizado pelo juiz de direito;

b) concentrado, somente podendo ser realizado por tribunal;

c) abstrato, podendo ser realizado pelo juiz de direito;

d) difundido, somente podendo ser realizado por tribunal;

e) concreto, somente podendo ser realizado por tribunal.

2. (FGV / OAB Ð 2015) Muitos Estados ocidentais, a partir do


processo revolucion‡rio franco-americano do final do sŽculo XVIII,
atribu’ram aos ju’zes a fun•‹o de interpretar a Constitui•‹o, da’
surgindo a denominada jurisdi•‹o constitucional.

A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de


estrutura org‰nica, assinale a afirmativa correta.

a) A supremacia da Constitui•‹o e a hierarquia das fontes normativas


destacam-se entre os pressupostos do controle de constitucionalidade.

b) A denominada muta•‹o constitucional Ž uma modalidade de controle de


constitucionalidade realizado pela jurisdi•‹o constitucional.

c) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na an‡lise da


compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a Constitui•‹o.

d) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve


ser realizado pela via difusa.
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3. (FGV / DPGE-RJ Ð 2014) A Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004,


incluiu no texto constitucional o Art. 103-A, que disp›e sobre a
chamada sœmula vinculante. O Supremo Tribunal Federal editou a
sœmula vinculante n¼ 13, que tem a seguinte reda•‹o: ÒA nomea•‹o de
c™njuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, atŽ o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jur’dica investido em cargo de dire•‹o,
chefia ou assessoramento, para o exerc’cio de cargo em comiss‹o ou
de confian•a ou, ainda, de fun•‹o gratificada na administra•‹o pœblica
direta e indireta em qualquer dos poderes da Uni‹o, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Munic’pios, compreendido o ajuste mediante
designa•›es rec’procas, viola a Constitui•‹o FederalÓ. Maur’cio,
Prefeito de um Munic’pio fluminense, nomeou seu irm‹o para exercer
cargo em comiss‹o de assessor parlamentar junto a seu gabinete. No
caso em tela, esgotada a via administrativa, o legitimado deve propor

a) reclama•‹o diretamente no Supremo Tribunal Federal.

b) reclama•‹o diretamente no Tribunal de Justi•a do Rio de Janeiro.

c) reclama•‹o perante o ju’zo de primeira inst‰ncia.

d) a a•‹o cab’vel junto ao Tribunal de Justi•a do Rio de Janeiro e, apenas se a


sœmula vinculante n‹o for acatada pelo tribunal, interpor reclama•‹o no STF
contra o ac—rd‹o.

e) a a•‹o cab’vel junto ao ju’zo de primeira inst‰ncia e, apenas se a sœmula


vinculante n‹o for acatada pelo ju’zo, interpor reclama•‹o no STF.

4. (FGV / DPGE-RJ Ð 2014) Em tema de controle de


constitucionalidade, a chamada cl‡usula de reserva de plen‡rio
prevista na Constitui•‹o da Repœblica

a) estabelece que, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou


dos membros do respectivo —rg‹o especial, poder‹o os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Pœblico.

b) aplica-se para a declara•‹o de constitucionalidade e declara•‹o de


inconstitucionalidade em sede de controle difuso, devendo o —rg‹o fracion‡rio
remeter a quest‹o da constitucionalidade ao voto da maioria absoluta dos
membros do tribunal ou respectivo —rg‹o especial.

c) disp›e que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda


da Constitui•‹o, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente a a•‹o direta
de inconstitucionalidade de lei.

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d) significa que compete ao Senado Federal suspender a execu•‹o, no todo ou


em parte, de lei declarada inconstitucional por decis‹o definitiva do Supremo
Tribunal Federal.

e) determina que o ju’zo origin‡rio de primeiro grau de jurisdi•‹o n‹o tem


compet•ncia para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, que
s— pode ser feito pela maioria absoluta dos membros do tribunal pleno ou
respectivo —rg‹o especial.

5. (FGV/OAB Ð 2013) Ap—s reiteradas decis›es sobre determinada


matŽria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de
Sœmula Vinculante determinando que ÒŽ inconstitucional lei ou ato
normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
cons—rcios e sorteios, inclusive bingos e loteriasÓ. O Estado X, contudo,
n‹o concordando com a posi•‹o do Supremo Tribunal Federal (STF),
edita lei dispondo exatamente sobre os sistemas de cons—rcios e
sorteios em seu territ—rio. A partir da situa•‹o apresentada, assinale a
afirmativa correta.

a) O Supremo Tribunal Federal (STF) poder‡, de of’cio, declarar a


inconstitucionalidade da norma estadual produzida em desconformidade com a
Sœmula.

b) Qualquer cidad‹o poder‡ propor a revis‹o ou o cancelamento de sœmula


vinculante que, nesse caso, ser‡ declarada mediante a decis‹o de dois ter•os
dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

c) ƒ cab’vel reclama•‹o perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para


questionar a validade da lei do Estado X que disp›e sobre os sistemas de
cons—rcios e sorteios em seu territ—rio.

d) A sœmula possui efeitos vinculantes em rela•‹o aos —rg‹os do Poder


Judici‡rio e ˆ Administra•‹o Pœblica direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, mas n‹o vincula o Poder Legislativo na sua atividade
legiferante.

6. (FGV/MPE-MS Ð 2013) S‹o par‰metros para o reconhecimento da


inconstitucionalidade de uma Norma:

a) apenas as normas do corpo permanente da Constitui•‹o.

b) apenas as normas do corpo permanente da Constitui•‹o e as Disposi•›es


Constitucionais Transit—rias.

c) as normas do corpo permanente da Constitui•‹o, as disposi•›es


Constitucionais Transit—rias e o Pre‰mbulo.

d) o Pre‰mbulo e as normas do corpo permanente da Constitui•‹o


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e) as normas do corpo permanente da Constitui•‹o, as Disposi•›es


Constitucionais Transit—rias e o texto das Emendas Constitucionais.

7. (FGV/OAB Ð 2012) Jo‹o ingressa com a•‹o individual buscando a


repeti•‹o de indŽbito tribut‡rio, tendo como causa de pedir a
inconstitucionalidade da Lei Federal ÒXÓ, que criou o tributo. Sobre a
demanda, assinale a afirmativa correta.

a) Jo‹o n‹o possui legitimidade para ingressar com a demanda, questionando


a constitucionalidade da Lei Federal ÒXÓ, atribu’da exclusivamente ˆs pessoas e
entidades previstas no art. 103 da Constitui•‹o.

b) Caso a quest‹o seja levada ao Supremo Tribunal Federal, em sede de


recurso extraordin‡rio, e este declarar a inconstitucionalidade da Lei Federal
ÒXÓ pela maioria absoluta dos seus membros, a decis‹o ter‡ efic‡cia contra
todos e efeitos vinculantes.

c) O —rg‹o colegiado, em sede de apela•‹o, n‹o pode declarar a


inconstitucionalidade da norma, devendo submeter a quest‹o ao Pleno do
Tribunal ou ao —rg‹o especial (quando houver), salvo se j‡ houver prŽvio
pronunciamento deste ou do plen‡rio do STF sobre a sua inconstitucionalidade.

d) O juiz de primeiro grau n‹o detŽm compet•ncia para a declara•‹o de


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, mas somente o Tribunal de
segundo grau e desde que haja prŽvio pronunciamento do plen‡rio do
Supremo Tribunal Federal sobre a quest‹o.

8. (FGV / AL-MA Ð 2013) No amplo debate que surgiu nos


prim—rdios da institui•‹o do controle de constitucionalidade, dois
modelos se sobressa’ram. O origin‡rio dos Estados Unidos da AmŽrica,
por meio da conhecida decis‹o proferida no julgamento Marbury
versus Madison, onde o Chief Justice Marshall estabeleceu os
contornos da judicial review; e outro, de matriz austr’aca que logrou
•xito tambŽm na Alemanha, propiciando a cria•‹o de tribunais
constitucionais, organismos especiais que n‹o figuram na estrutura
cl‡ssica do Poder Judici‡rio. Estabelecem-se diferen•as quanto ˆ
natureza da norma inconstitucional nos dois modelos apresentados.

No Brasil, prevalece a tese de que a norma inconstitucional Ž:

a) anul‡vel.

b) inexistente.

c) nula.

d) repristin‡vel.

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e) revog‡vel.

9. (FGV / ISS Niter—i Ð 2015) Determinado Estado da federa•‹o


promulgou lei cujo œnico objeto era a prorroga•‹o, por prazo
irrazo‡vel e sem licita•‹o, do contrato de concess‹o de servi•o pœblico
celebrado com determinada sociedade empres‡ria. Ao tomar
conhecimento dessa situa•‹o, um partido pol’tico com representa•‹o
no Congresso Nacional decidiu ajuizar a•‹o direta de
inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal:

Em rela•‹o ˆ referida a•‹o, Ž correto afirmar que esse Tribunal:

a) n‹o ir‡ conhec•-la, pois a lei em sentido meramente formal n‹o


consubstancia verdadeiro ato normativo.

b) ir‡ conhec•-la, pois todo e qualquer ato normativo, legal ou infralegal,


sempre est‡ sujeito a esse tipo de controle.

c) n‹o ir‡ conhec•-la, pois somente os atos normativos gerais e abstratos


est‹o sujeitos a esse tipo de controle.

d) n‹o ir‡ conhec•-la, pois se trata de uma lei de efeitos concretos.

e) ir‡ conhec•-la, pois a exig•ncia de generalidade do ato normativo n‹o


prevalece em rela•‹o ˆ lei em sentido formal.

10. (FGV / DPE-RO Ð Analista Ð 2015) Ë luz da compet•ncia


origin‡ria do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar Òa a•‹o
direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadualÓ, conforme disp›e o art. 102, I, a, da Constitui•‹o da
Repœblica, pode-se afirmar que:

a) cabe a•‹o direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada


da sua compet•ncia legislativa municipal;

b) o princ’pio da seguran•a jur’dica impede que a•‹o direta de


inconstitucionalidade seja ajuizada quando a longa vig•ncia da lei gerou a
estabiliza•‹o das rela•›es jur’dicas;

c) nenhuma lei do Distrito Federal pode ser objeto de a•‹o direta de


inconstitucionalidade;

d) somente os atos normativos que possuam os atributos da imperatividade,


da generalidade e da abstra•‹o podem ser objeto de a•‹o direta de
inconstitucionalidade;

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e) quando houver uma controvŽrsia constitucional em abstrato, a lei,


independente de sua natureza genŽrica ou abstrata, pode ser objeto de a•‹o
direta de inconstitucionalidade.

11. (FGV/OAB Ð 2013) Acerca do controle de constitucionalidade,


assinale a alternativa INCORRETA.

a) ƒ imposs’vel o esclarecimento de matŽria de fato em sede de A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade.

b) A Uni‹o Nacional dos Estudantes n‹o tem legitimidade para propor A•‹o
Direta de Inconstitucionalidade.

c) N‹o se admite a desist•ncia ap—s a propositura da A•‹o Declarat—ria de


Constitucionalidade.

d) Os efeitos da decis‹o que afirma a inconstitucionalidade da norma em sede


de A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, em regra, s‹o ex tunc.

12. (FGV/OAB Ð 2013) Ajuizada uma A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade (ADI) requerendo expressamente que se declare
inconstitucional o Art. 2¼ da Lei X, o Supremo Tribunal Federal (STF),
ao apreciar o pedido, apenas declarou inconstitucional uma
interpreta•‹o poss’vel da norma impugnada, sem declarar sua
invalidade, e determinou que sua decis‹o s— acarretasse efeitos a
partir do seu tr‰nsito em julgado. Com base na situa•‹o acima,
assinale a afirmativa correta.

a) O STF como —rg‹o do Poder Judici‡rio, por for•a do princ’pio da correla•‹o,


n‹o poderia julgar de forma distinta daquela requerida pela parte autora.

b) O STF, no controle abstrato de constitucionalidade, n‹o est‡ adstrito ao


pedido formulado na inicial, podendo, inclusive, fazer uma interpreta•‹o
conforme a Constitui•‹o, a despeito de expresso requerimento pela declara•‹o
de invalidade da norma.

c) A modula•‹o dos efeitos das decis›es do STF em A•‹o Direta de


Inconstitucionalidade (ADI) Ž poss’vel, desde que com a aprova•‹o da maioria
absoluta dos seus membros.

d) O STF n‹o pode fixar os efeitos da decis‹o a partir do seu tr‰nsito em


julgado, pois, em conformidade com o princ’pio da supremacia da Constitui•‹o,
a pecha da inconstitucionalidade contamina a lei desde a sua g•nese.

13. (FGV/MPE-MS Ð 2013) O Supremo Tribunal Federal declarou a


inconstitucionalidade da Lei n. 1.234, do Estado "X", que estabelecia
reserva de vagas para as mulheres nas universidades estaduais, por
entender configurada a ofensa ao princ’pio constitucional da isonomia.
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Se outro Estado da Federa•‹o editar lei de id•ntico teor e o Supremo


Tribunal Federal admitir o cabimento da Reclama•‹o contra a nova lei,
reconhecendo atentado ˆ autoridade da sua decis‹o, estar‡ adotando a
teoria:

a) da inconstitucionalidade por arrastamento.

b) da inconstitucionalidade superveniente.

c) da efic‡cia transcendente dos motivos determinantes.

d) da inconstitucionalidade progressiva.

e) da Supremacia da Constitui•‹o.

14. (FGV/PC-MA Ð 2012) Determinada associa•‹o de ‰mbito


nacional, que congrega trabalhadores da indœstria automotiva,
montadoras instaladas no pa’s e revendedores de ve’culos e bens
correlatos, aju’za uma a•‹o direta de inconstitucionalidade contra lei
federal que determinou a majora•‹o do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) incidentes sobre ve’culos produzidos no pa’s. A
partir do caso relatado, assinale a afirmativa correta.

a) A associa•‹o de ‰mbito nacional n‹o foi elencada pela Constitui•‹o da


Repœblica como um dos legitimados ˆ propositura da a•‹o.

b) A associa•‹o de ‰mbito nacional est‡ dispensada de demonstrar o requisito


da pertin•ncia tem‡tica para o ajuizamento da a•‹o.

c) O car‡ter nacional da associa•‹o Ž verificado pela declara•‹o constante dos


seus atos constitutivos.

d) A associa•‹o em tela n‹o preenche o requisito da homogeneidade para


qualificar-se como legitimado ˆ propositura da a•‹o.

e) N‹o se admite a legitimidade de associa•›es constitu’das por pessoas


jur’dicas para a propositura de a•‹o direta de inconstitucionalidade.

15. (FGV/PC-MA Ð 2012) Uma lei federal de 2001 viola frontalmente


a garantia do acesso ˆ justi•a. Entretanto, a validade dessa norma
nunca foi desafiada em sede de controle abstrato. Posteriormente, em
2008, essa lei Ž revogada por outra lei federal, de conteœdo id•ntico, e,
portanto, tambŽm violadora daquela garantia constitucional. Em 2012,
Ž ajuizada a•‹o direta de inconstitucionalidade contra a lei federal de
2008, revogadora da anterior. A respeito do caso apresentado,
assinale a afirmativa correta.

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a) O autor da a•‹o dever‡, expressamente, requerer que seja apreciada a


inconstitucionalidade da lei que vai voltar a produzir efeitos em raz‹o de sua
volta ˆ vig•ncia, sob pena de n‹o ser conhecida a a•‹o direta.

b) Ao ser declarada a inconstitucionalidade de uma norma revogadora, n‹o se


admite que a norma revogada volte ˆ vig•ncia, pois se trata de efeito
repristinat—rio, vedado pelo ordenamento.

c) Um dos efeitos decorrentes da declara•‹o de inconstitucionalidade da norma


revogadora Ž, exatamente, o retorno ˆ vig•ncia da norma revogada, e, se esta
padecer do v’cio de inconstitucionalidade, s— poder‡ ser impugnada por meio
de a•‹o pr—pria.

d) Com a declara•‹o de inconstitucionalidade da norma revogadora, somente


voltam ˆ vig•ncia ˆs normas por ela revogadas que sejam compat’veis com a
Constitui•‹o da Repœblica.

e) O retorno ˆ vig•ncia da norma revogada consubstancia exemplo de


inconstitucionalidade superveniente, n‹o admitido em nosso ordenamento.

16. (FGV/PC-MA Ð 2012) Sobre os efeitos decorrentes de altera•›es


legislativas ˆ norma impugnada em sede de a•‹o direta de
inconstitucionalidade, assinale a afirmativa correta:

a) Caso se constate a revoga•‹o da norma impugnada na a•‹o, a


jurisprud•ncia do STF indica a necessidade de se aditar a inicial.

b) Mesmo que a norma cuja constitucionalidade Ž questionada seja revogada,


persiste interesse processual no ajuizamento da a•‹o, sobretudo diante dos
efeitos j‡ produzidos pela norma revogada.

c) Qualquer altera•‹o na lei questionada por meio da A•‹o Direta prejudica o


seu prosseguimento.

d) N‹o ter‹o impacto no curso processual altera•›es legislativas que n‹o


modifiquem o conteœdo do dispositivo impugnado ou que impliquem altera•‹o
meramente formal.

e) A convers‹o em lei de Medida Provis—ria questionada em A•‹o Direta levar‡


sempre ˆ perda superveniente do objeto da a•‹o.

17. (FGV / SEGEP Ð 2013) Um partido pol’tico, com representa•‹o no


Congresso Nacional, pretende propor ADI contra lei de iniciativa do
Deputado Federal Y. A lei em refer•ncia, que disp›e sobre Processo
Civil, teve tr‰mite regular no Congresso Nacional, foi sancionada pelo
Presidente da Repœblica e j‡ est‡ em vigor. Nesse caso, assinale a
alternativa que indica o polo passivo da ADI.

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a) Somente o Congresso Nacional.

b) O Congresso Nacional e o Advogado-Geral da Uni‹o.

c) O Congresso Nacional e o Deputado Federal Y.

d) A lei questionada e o Advogado-Geral da Uni‹o.

e) Somente o Deputado Federal Y.

18. (FGV / MPE-MS Ð 2013) Com rela•‹o ao controle de


constitucionalidade no direito brasileiro, analise as afirmativas a
seguir.

I. A perda de representa•‹o no Congresso Nacional ap—s a propositura da ADI


caracteriza a superveniente falta de legitimidade ativa do partido pol’tico.

II. N‹o se admite a propositura de ADI tendo por objeto um Decreto editado
pelo Chefe do Poder Executivo.

III. O efeito vinculante proferido em sede de a•›es de controle abstrato de


constitucionalidade n‹o alcan•a os —rg‹os do Poder Legislativo.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente a afirmativa III estiver correta.

e) se somente a afirmativa II estiver correta.

19. (FGV / CONDER Ð 2013) Em rela•‹o ao controle de


constitucionalidade, analise as afirmativas a seguir.

I. O decreto legislativo do Congresso Nacional que susta ato normativo do


Poder Executivo, por pretensamente ter exorbitado a delega•‹o legislativa,
pode ser objeto de A•‹o Direta de Inconstitucionalidade.

II. ƒ admiss’vel, por raz›es de seguran•a jur’dica, a propositura de A•‹o Direta


de Inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo j‡ revogado, desde que tal
norma tenha produzido algum efeito no passado.

III. Proposta a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, n‹o Ž admiss’vel


desist•ncia.

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Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

20. (FGV/TCE-BA Ð 2013) A respeito das a•›es constitucionais e da


reforma da Constitui•‹o, assinale a afirmativa incorreta.

a) No controle incidental, a inconstitucionalidade Ž arguida no contexto de um


processo ou a•‹o judicial, em que a quest‹o da inconstitucionalidade configura
um incidente.

b) ƒ poss’vel a verifica•‹o da matŽria ou circunst‰ncia de fato em sede de


controle abstrato de constitucionalidade.

c) As cl‡usulas pŽtreas representam um esfor•o do constituinte origin‡rio para


assegurar a integridade da constitui•‹o.

d) A propositura de a•‹o declarat—ria de constitucionalidade n‹o se afigura


admiss’vel se n‹o houver controvŽrsia relevante quanto ˆ legitimidade da
norma.

e) O princ’pio da seguran•a jur’dica imp›e que a declara•‹o de


inconstitucionalidade proferida pelo STF em sede de ADI produza efeitos ex
nunc, salvo ressalva expressa.

21. (FGV/OAB Ð 2013)A A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, a A•‹o


Declarat—ria de Constitucionalidade e a A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade por Omiss‹o est‹o regulamentadas no ‰mbito
infraconstitucional pela lei 9.868/99, que disp›e sobre o processo e
julgamento destas a•›es perante o Supremo Tribunal
Federal. Tomando por base o constante na referida lei, assinale a
alternativa incorreta.

a) Podem propor a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss‹o os


mesmos legitimados para propositura da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade
e da A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade.

b) Cabe no ‰mbito da A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade a concess‹o de


medida cautelar.

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c) As decis›es proferidas em A•‹o Direta de Inconstitucionalidade e em A•‹o


Declarat—ria de Constitucionalidade possuem o chamado efeito dœplice.

d) Enquanto a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade e a A•‹o Declarat—ria de


Constitucionalidade n‹o admitem desist•ncia, a A•‹o Direta de
Inconstitucionalidade por Omiss‹o admite a desist•ncia a qualquer tempo.

22. (FGV/PC-MA Ð 2012) Acerca da concess‹o de medidas cautelares


em a•›es de controle abstrato de constitucionalidade, assinale a
afirmativa correta.

a) Em qualquer caso, s— podem ser concedidas por 2/3 dos membros do


Tribunal.

b) A medida cautelar em a•‹o direta de inconstitucionalidade tem efeitos ex


nunc, ressalvada a possibilidade de concess‹o de efeitos retroativos ˆ decis‹o.

c) A medida cautelar em a•‹o declarat—ria de constitucionalidade pode ser


concedida por maioria simples dos membros do tribunal.

d) A medida cautelar em a•‹o direta de inconstitucionalidade perder‡ a efic‡cia


em 180 dias, se o tribunal n‹o proceder ao julgamento definitivo da a•‹o.

e) A a•‹o direta de inconstitucionalidade por omiss‹o n‹o admite a concess‹o


de medida cautelar.

23. (FGV / AL-MA Ð 2013) O partido PKK pretende apresentar a•‹o


perante o Supremo Tribunal Federal por entender que determinada
norma estadual tem interpreta•‹o quanto ˆ sua constitucionalidade
controvertida, tanto em —rg‹os da administra•‹o pœblica, como em
—rg‹os do Poder Judici‡rio. Nesse sentido, consoante a normativa em
vigor:

a) a A•‹o Declarat—ria de Constitucionalidade prescinde de interpreta•‹o


controvertida.

b) a norma estadual e municipal n‹o podem ser confrontadas com a


Constitui•‹o Federal.

c) a controvŽrsia entre —rg‹os julgadores Ž requisito para a A•‹o Declarat—ria


de Constitucionalidade mas n‹o para a de Inconstitucionalidade.

d) o partido pol’tico n‹o tem legitimidade para propor a•‹o de controle


concentrado de constitucionalidade.

e) o controle concentrado de constitucionalidade Ž realizado pelo Superior


Tribunal de Justi•a.

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24. (FGV / TJ-PI Ð 2015) Em setembro de 1988, foi promulgada


determinada lei estadual que disciplinou certos aspectos relacionados
ˆ preserva•‹o do meio ambiente. Alguns setores representativos da
doutrina e da jurisprud•ncia consideraram que a lei, por destoar da
Constitui•‹o promulgada em 5 de outubro de 1988, n‹o fora por ela
recepcionada. Ë luz da sistem‡tica constitucional, a compatibilidade
dessa lei com a Constitui•‹o vigente pode ser analisada, pelo Supremo
Tribunal Federal, no exerc’cio de sua compet•ncia origin‡ria, desde
que observados os requisitos previstos na ordem jur’dica, com:

a) o ajuizamento da a•‹o direta de inconstitucionalidade;

b) o ajuizamento da a•‹o declarat—ria de constitucionalidade;

c) a interposi•‹o de recurso extraordin‡rio;

d) o uso da a•‹o de descumprimento de preceito fundamental;

e) o uso da reclama•‹o.

25. (FGV / TCE-RJ Ð 2015) A C‰mara de Vereadores de determinado


munic’pio aprovou projeto de lei e o encaminhou ao Chefe do Poder
Executivo, que vetou uma parte do projeto e sancionou a outra,
terminando por promulgar a lei municipal. Em suas raz›es de veto, que
ainda pendem de aprecia•‹o pela C‰mara de Vereadores, argumentou
o Chefe do Poder Executivo que a parte do projeto por ele vetada Ž
inconstitucional.

Ë luz desse quadro, um renomado advogado elaborou parecer


defendendo que o veto parcial ao projeto foi equivocado, pois, nessa
parte, o projeto mostrava-se constitucional. Acresceu, ainda, que o
v’cio de inconstitucionalidade reca’a justamente sobre a parte
sancionada.

Considerando o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, Ž


correto afirmar que:

a) o veto parcial ao referido projeto de lei poderia ser impugnado via argui•‹o
de descumprimento de preceito fundamental;

b) caso a C‰mara de Vereadores mantenha o veto, ser‡ poss’vel a submiss‹o,


dessa parte do projeto, ao controle concentrado de constitucionalidade perante
o Tribunal de Justi•a;

c) a proposta de emenda ˆ constitui•‹o, ainda que seja tida como dissonante


de cl‡usulas pŽtreas, n‹o pode ser impugnada via argui•‹o de
descumprimento de preceito fundamental;

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d) as leis municipais de natureza prŽ-constitucional n‹o podem ser


impugnadas via argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental;

e) a argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental e a a•‹o direta de


inconstitucionalidade s‹o fung’veis, com a œnica distin•‹o de que a primeira
alcan•a os atos normativos prŽ-constitucionais.

26. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O controle judicial da constitucionalidade


das leis ganhou not‡vel espa•o com a Constitui•‹o de 1988, uma vez
que ela ampliou o rol de legitimados e as formas de controle. A
respeito do tema controle de constitucionalidade, assinale a afirmativa
correta.

a) N‹o h‡ inconstitucionalidade formal superveniente, de modo que se


consideram recepcionadas leis ordin‡rias anteriores ˆ Constitui•‹o que
disponham sobre matŽrias que, desde a Carta de 1988, s‹o reservadas ˆ lei
complementar.

b) As leis do per’odo do regime militar, que disp›em em sentido hoje


incompat’vel com a Constitui•‹o, podem ser objeto de controle de
constitucionalidade, por meio de a•‹o direta de inconstitucionalidade.

c) A improced•ncia da a•‹o declarat—ria de constitucionalidade n‹o equivale ˆ


declara•‹o de inconstitucionalidade em sede de a•‹o direta, uma vez que n‹o
possui efic‡cia contra todos e efeitos vinculantes.

d) O controle concentrado e por via principal da inconstitucionalidade por


omiss‹o d‡-se por meio da a•‹o direta de inconstitucionalidade por omiss‹o e
do mandado de injun•‹o.

e) O v’cio de iniciativa no processo legislativo n‹o enseja o controle de


constitucionalidade da norma, porque a ofensa ˆ Constitui•‹o d‡-se de forma
reflexa.

27. (FGV / SUDENE Ð 2013) PŽrola pretende apresentar A•‹o de


Descumprimento de Preceito Fundamental para defender uma
pretens‹o individual. Ap—s consultas, verifica que n‹o possui a
legitimidade para a a•‹o. Nos termos da Constitui•‹o Federal, assinale
a alternativa que indica o —rg‹o julgador da ADPF.

a) Superior Tribunal de Justi•a.

b) Superior Tribunal Militar.

c) Supremo Tribunal Federal.

d) Tribunal Superior do Trabalho.

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e) Tribunal Superior Eleitoral.

28. (FGV / INEA Ð 2013) O partido pol’tico XYZ prop›e Argui•‹o de


Descumprimento de Preceito Fundamental perante o Supremo Tribunal
Federal que decide pelo seu n‹o acolhimento, tendo em vista que o
pleito poderia ser solvido por outras vias. Nesse caso, houve a
aplica•‹o do Princ’pio da

a) Legalidade.

b) Igualdade.

c) Subsidiariedade.

d) Uniformidade.

e) Declaratividade.

29. (FGV / Procurador de Paul’nia Ð 2016) O Prefeito Municipal vetou


determinado projeto de lei flagrantemente dissonante da Constitui•‹o
da Repœblica Federativa do Brasil, isso por violar os seus alicerces
estruturais. Ao apreciar as raz›es de veto, a C‰mara Municipal decidiu
n‹o mant•-lo, o que resultou na promulga•‹o e consequente
publica•‹o da lei municipal X.

Inconformado com esse estado de coisas, o Chefe do Poder


Executivo solicitou que a Procuradoria do Munic’pio realizasse
estudo a respeito da melhor forma de impugnar a lei municipal X
perante o Poder Judici‡rio. A Procuradoria elaborou um alentado
parecer, no qual examinou todos os aspectos afetos ao caso
concreto.

Ë luz do sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, Ž


correto afirmar que a lei municipal X

a) est‡ sujeita ao controle concentrado de constitucionalidade perante o


Tribunal de Justi•a, que examinar‡ a sua compatibilidade com a Constitui•‹o
da Repœblica.

b) n‹o pode ser submetida, por meio de qualquer dos instrumentos


dispon’veis, ao controle concentrado de constitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal.

c) somente pode ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade


perante o Tribunal de Justi•a, que examinar‡ a sua compatibilidade com a
Constitui•‹o Estadual.

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d) somente pode ser objeto de controle difuso de constitucionalidade, que ser‡


realizado por qualquer —rg‹o do Poder Judici‡rio.

e) pode ser submetida ˆ aprecia•‹o do Supremo Tribunal Federal, por meio da


argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental, que analisar‡ a sua
compatibilidade com a Constitui•‹o da Repœblica.

30. (FGV / MPE-RJ Ð 2016) Determinado Promotor de Justi•a, no


curso de um inquŽrito civil, constatou que certa lei estadual, cuja
aplica•‹o, ou n‹o, tinha influ•ncia direta na resolu•‹o do problema
concreto submetido ˆ sua aprecia•‹o, era flagrantemente
inconstitucional. A partir de ent‹o, realizou amplos estudos a respeito
de como deflagrar o controle de constitucionalidade. Ë luz da
sistem‡tica constitucional brasileira, Ž correto afirmar que:

a) a lei estadual somente poderia ser submetida, pelo devido legitimado, ao


controle concentrado de constitucionalidade realizado pelo Supremo Tribunal
Federal;

b) n‹o h‡ nenhum instrumento, ao alcance do Promotor de Justi•a, para


pleitear a n‹o aplica•‹o da lei estadual a um caso concreto;

c) a declara•‹o de inconstitucionalidade da lei estadual poderia fazer parte do


pedido da a•‹o civil pœblica que viesse a ajuizar;

d) a lei estadual poderia ser submetida, pelo devido legitimado, ao controle


concentrado de constitucionalidade realizado pelo Tribunal de Justi•a;

e) a lei estadual poderia ser declarada inconstitucional, por qualquer —rg‹o


jurisdicional, unit‡rio ou colegiado, a partir de pedido formulado pelo
interessado.

31. (FGV / MPE-RJ Ð 2016) O Procurador-Geral de Justi•a, agente


que possui legitimidade para deflagrar o controle concentrado de
constitucionalidade perante o Tribunal de Justi•a, foi procurado por
uma associa•‹o de moradores para que adotasse as provid•ncias
necess‡rias visando ˆ declara•‹o de inconstitucionalidade de lei
estadual. Sua assessoria, ap—s analisar o caso, concluiu que as normas
da Constitui•‹o Estadual tidas como violadas reproduziam o conteœdo
de normas da Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil.

Ë luz da sistem‡tica constitucional, esse estado de coisas:

a) impede, em qualquer caso, a realiza•‹o do controle concentrado de


constitucionalidade pelo Tribunal de Justi•a;

b) n‹o impede a realiza•‹o do controle concentrado de constitucionalidade pelo


Tribunal de Justi•a;
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c) impede o controle concentrado de constitucionalidade pelo Tribunal de


Justi•a, caso a norma estadual seja de reprodu•‹o obrigat—ria;

d) caracteriza um potencial conflito entre jurisdi•›es constitucionais, a ser


dirimido pelo Conselho Nacional de Justi•a;

e) impede o controle concentrado de constitucionalidade pelo Tribunal de


Justi•a, se a norma estadual for de reprodu•‹o facultativa.

32. (FGV / TCM-SP Ð Ci•ncias Jur’dicas Ð 2015) Determinado Prefeito


Municipal foi cientificado de que a C‰mara dos Vereadores aprovou
reforma da lei org‰nica municipal que, no seu entender, era
inconstitucional. Ato cont’nuo, procurou sua assessoria jur’dica e
solicitou a elabora•‹o de estudo sobre o controle concentrado de
constitucionalidade das leis municipais utilizando-se como paradigma
de confronto a Constitui•‹o Estadual.

A esse respeito, Ž correto afirmar que:

a) os legitimados ˆ deflagra•‹o do controle de constitucionalidade, perante o


Tribunal de Justi•a, devem ser os mesmos previstos para realizar esse tipo de
controle perante o Supremo Tribunal Federal;

b) as normas de reprodu•‹o obrigat—ria, que s— reproduzem comandos da


Constitui•‹o da Repœblica, n‹o podem ser utilizadas como paradigma de
confronto no controle de constitucionalidade realizado pelo Tribunal de Justi•a;

c) o controle concentrado de constitucionalidade, realizado pelo Tribunal de


Justi•a, n‹o impede que a matŽria seja rediscutida, pelo Supremo Tribunal
Federal, em sede de controle difuso de constitucionalidade;

d) o controle de constitucionalidade realizado pelo Tribunal de Justi•a somente


pode utilizar, como paradigma de confronto, as normas que reproduzam
comandos da Constitui•‹o da Repœblica;

e) a Constitui•‹o da Repœblica deve ser igualmente utilizada como paradigma,


pelo Tribunal de Justi•a, ao realizar o controle concentrado de
constitucionalidade.

33. (FGV / OABÐ 2015) A Lei Z, elaborada recentemente pelo Poder


Legislativo do Munic’pio M, foi promulgada e passou a produzir seus
efeitos regulares ap—s a C‰mara Municipal ter derrubado o veto aposto
pelo Prefeito. A peculiaridade Ž que o conteœdo da lei Ž praticamente
id•ntico ao de outras leis que foram editadas em milhares de outros
Munic’pios, o que lhe atribui ineg‡vel relev‰ncia. Inconformado com a
derrubada do veto, o Prefeito do Munic’pio M, partindo da premissa de
que a Lei Z possui diversas normas violadoras da ordem constitucional

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federal, pretende que sua inconstitucionalidade seja submetida ˆ


aprecia•‹o do Supremo Tribunal Federal.

A partir das informa•›es acima, assinale a op•‹o que se encontra em


conson‰ncia com o sistema de controle de constitucionalidade adotado
no Brasil.

a) O Prefeito do Munic’pio M, como agente legitimado pela Constitui•‹o


Federal, est‡ habilitado a propor argui•‹o de descumprimento de preceito
fundamental questionando a constitucionalidade dos dispositivos que entende
violadores da ordem constitucional federal.

b) A tem‡tica pode ser objeto de a•‹o direta de inconstitucionalidade ou de


argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental, se proposta por
qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constitui•‹o Federal.

c) A Lei Z n‹o poder‡ ser objeto de a•‹o, pela via concentrada, perante o
Supremo Tribunal Federal, j‡ que, de acordo com o sistema de controle de
constitucionalidade adotado no Brasil, atos normativos municipais s— podem
ser objeto de controle, caso se utilize como paradigma de confronto a
Constitui•‹o Federal, pela via difusa.

d) Os dispositivos normativos da Lei Z, sem desconsiderar a possibilidade de


ser realizado o controle incidental pela via difusa, podem ser objeto de controle
por via de argui•‹o de descumprimento de preceito fundamental, se proposta
por qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constitui•‹o Federal.

34. (FGV / AL-MT Ð 2013) Quanto ˆs a•›es constitucionais, assinale a


afirmativa incorreta.

a) A Argui•‹o de Descumprimento de Preceito Fundamental pode ser utilizada


para resolver controvŽrsia acerca da legitimidade do direito ordin‡rio prŽ
constitucional.

b) A exclus‹o de benef’cio incompat’vel com o princ’pio da igualdade, a um


determinado grupo de pessoas, pode caracterizar caso de omiss‹o parcial do
dever de legislar.

c) A suspens‹o pelo Senado Federal da execu•‹o da lei inconstitucional se


aplica ˆ declara•‹o de n‹o-recep•‹o da lei prŽ-constitucional levada a efeito
pelo Supremo Tribunal Federal.

d) ƒ dominante, no ‰mbito do Supremo Tribunal Federal, entendimento


segundo o qual, na A•‹o Direta de Inconstitucionalidade e na A•‹o Declarat—ria
de Constitucionalidade, prevalece o pedido da causa petendi aberta.

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e) O constituinte de 1988 fixou como princ’pios b‡sicos, cuja les‹o pelo


Estado-membro poder‡ dar ensejo ˆ interven•‹o federal, entre outros, a forma
republicana, o sistema representativo e o regime democr‡tico.

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Gabarito

1. LETRA A
2. LETRA A
3. LETRA A
4. LETRA A
5. LETRA D
6. LETRA E
7. LETRA C
8. LETRA C
9. LETRA E
10. LETRA E
11. LETRA A
12. LETRA B
13. LETRA C
14. LETRA D
15. LETRA A
16. LETRA D
17. LETRA A
18. LETRA D
19. LETRA E
20. LETRA E
21. LETRA D
22. LETRA B
23. LETRA C
24. LETRA D
25. LETRA C
26. LETRA A
27. LETRA C
28. LETRA C
29. LETRA E
30. LETRA D
31. LETRA B
32. LETRA C
33. LETRA D
34. LETRA C

   

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