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Livro Código
3.4.pt
para o Bom-Trato
Livro Código
Novembro de 2008
LIVRO
CÓDIGO
LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
Índice
Introdução ............................................................................................................................ p 5
1. O bom-trato .................................................................................................................... p9
1.1. Definições ............................................................................................................. p 11
1.2. Princípios fundamentais ....................................................................................... p 12
1.2.1. Ética .......................................................................................................... p 12
1.2.1.1. Princípios éticos .................................................................................. p 12
1.2.1.2. Referências deontológicas ................................................................. p 14
1.2.2. Valores ...................................................................................................... p 17
1.2.3. Confidencialidade ..................................................................................... p 19
Conclusão ............................................................................................................................ p 43
Anexos .................................................................................................................................. p 47
Instrumentos e métodos de referenciação de disfunções ................................................ p 49
Um método ................................................................................................................. p 49
Alguns exemplos de instrumentos .............................................................................. p 55
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LIVRO
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LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
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LIVRO
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LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
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CÓDIGO
LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
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LIVRO
CÓDIGO
LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
Para além dos níveis de formação e de responsabilidade dos intervenientes sociais, para além da
divisão por tipos de público, trata-se de alimentar as práticas profissionais.
Estruturação do documento:
Definimos num primeiro tempo o bom-trato e alguns elementos mais importantes como referências
ontológicas, deontológicas e de comportamento com vista a assegurar a qualidade de intervenção
social. Trata-se de instrumentos acessíveis ao interveniente social para que este possa gerar
individualmente a qualidade da sua intervenção.
A partir dos pontos críticos identificados nos “referenciais europeus profissionais e de formação
para a relação de ajuda», referenciados no estudo Relais2, indicamos as posturas profissionais a
adoptar para incentivar o bom-trato.
Propomos igualmente uma ferramenta que pode ser utilizada pela instituição ou pelos
trabalhadores sociais, relembrando os direitos fundamentais relativamente ao bom-trato.
Esta grelha pode ser igualmente utilizada para referenciar disfunções com a ajuda das
ferramentas integradas em anexo ao código.
Para alargar a exploração deste documento, o utilizador dispõe no final de uma bibliografia e de
uma lista de recursos on-line a fim de tirar um maior partido desta ferramenta.
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O BOM-TRATO
1. O bom-trato
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LIVRO
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LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
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LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
1.1. Definições
O conceito de bom-trato considerado pelos parceiros é o que surge em França na década de 90,
quando se coloca a questão da humanização do acolhimento de crianças muito jovens, através do
encaminhamento de profissionais que desejavam «procurar activamente meios que permitam não
se deixar invadir pelo desencorajamento provocado pela complexidade das situações de maus-
tratos. »1
É o conjunto dos comportamentos, das atitudes que levam em conta a fase de desenvolvimento
da pessoa, que se adaptam às suas diferentes necessidades (psicológicas, fisiológicas, afectivas,
…), tendo por objectivo permitir-lhe um desenvolvimento harmonioso. Diz respeito a todos os
públicos: desde a criança muito jovem, o adolescente, o adulto, o idoso até aos cuidados
paliativos. O bom-trato encontra os seus fundamentos no respeito pela pessoa, pela sua
dignidade e singularidade. Funda-se no princípio da igualdade de dignidade de todos os seres
humanos constante na Declaração universal dos direitos do homem. Baseia-se igualmente na
convicção de que todos os beneficiários devem ver as suas capacidades de desenvolvimento e a
sua dignidade desabrochar plenamente.
O termo maus-tratos é também de aparecimento recente. O conselho da Europa define maus-
tratos do seguinte modo: «Todo o acto ou omissão que tenha por efeito atentar gravemente, de
forma voluntária ou involuntária, contra os direitos fundamentais, liberdades civis, integridade
física, dignidade ou bem-estar geral de uma pessoa vulnerável. » Existem duas formas de maus-
tratos: activos (golpes, agressões, violência), relativamente fáceis de detectar, e passivos
(abandono, pressão psicológica, ignorância), mais insidiosos, dissimulados e, consequentemente,
de referenciação mais difícil.
Existe uma ressonância profunda entre estes dois conceitos. A utilização do termo bom-trato
obriga, com efeito, os profissionais de ajuda à pessoa a terem em mente a ideia de maus-tratos.
Desta forma, poderíamos formar um continuum do mau-trato ao bom-trato, com o objectivo de
optimizar a relação profissional/utente. Esta área de melhoria constante da relação e das práticas
decorre de uma dinâmica voluntarista da instituição e do interveniente. Trata-se assim de um
esforço positivo que deve ter em mente o risco.
Não se trata de reduzir o bom-trato à ausência de maus-tratos nem à prevenção destes últimos,
mas sim de o inscrever na concepção duma sociedade. É uma noção contextual em que cabe ao
profissional no seu trabalho definir os contornos e as condições de implementação no âmbito do
projecto institucional ou do seu próprio esforço. Trata-se de uma cultura inspiradora das acções
individuais e das relações colectivas no seio de um organismo ou dum serviço. O seu objectivo é
promover o bem-estar dos utentes, tendo em mente o risco de maus-tratos. É uma dinâmica
constante, e constantemente questionada, num esforço evolutivo e de progresso permanente.
A análise do bom-trato leva sempre em consideração elementos observáveis e mensuráveis, os
comportamentos e, ocasionalmente, as atitudes de quem presta ajuda. Por essa razão, há que
não ignorar o facto de que o grau de adequação destes comportamentos está directamente ligado
ao conhecimento, aceitação e observância das regras e princípios profissionais e éticos reunidos
sob o conceito de deontologia. Nas profissões que têm como objecto cuidar de seres humanos, os
aspectos ligados à moral ou à ética ocupam uma posição central e são de crucial importância.
Encontramo-nos actualmente ao nível de uma deontologia do cuidado e do refinamento dos
valores humanos de quantos se encontram envolvidos na relação de ajuda.
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Rapoport, Danièlle. La bien-traitance envers l’enfant . Paris : Belin, 2006, p. 20
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O termo princípio ético pode ser definido como o conjunto de leis e noções básicas de uma
disciplina. Um princípio ético está relacionado com as noções básicas subjacentes ao decurso de
uma vida moral, aceites por uma colectividade – no nosso caso, noções básicas na prática da
assistência social.
• As pessoas são capazes de fazer as suas próprias escolhas, de tomar as suas próprias
decisões e de aprender a conduzir a sua própria vida. Devem ser encorajadas a assumir as
responsabilidades em total liberdade.
• Mesmo aceitando a ideia de que na origem dos problemas de vida se encontram também as
experiências e acontecimentos vividos e sabendo que a análise das experiências passadas
pode ser benéfica, verificamos que a maioria das dificuldades encontradas no percurso da
melhoria e da integração social podem ser resolvidas concentrando a atenção nas escolhas e
nas possibilidades existentes, através da mobilização do potencial de adaptação latente nos
indivíduos.
• Muitos dos problemas dos indivíduos têm a sua origem na sociedade, não resultando,
portanto, deles próprios. Como consequência, a resolução não pode limitar-se à melhoria das
competências individuais, requerendo também a adopção de medidas de política social.
• As pessoas necessitam de estar conscientes do seu próprio valor e de ter auto-estima; para
isso é importante que sejam revalorizadas não só pelas pessoas que as rodeiam, mas
também pelo trabalhador social.
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Este pode contribuir para tal durante as relações de aconselhamento, através do cuidado, do
encorajamento, da aceitação.
• A relação entre o profissional e o cliente pode tornar-se para este último um modelo de relação
aberta, sincera, autêntica. A pessoa assistida pode adoptar o modelo e transpô-lo para as
suas próprias relações.
• Todos os métodos para resolução de situações problemáticas devem ter em conta que os
meios para alcançar um fim são tão importantes como o fim em si. Os meios utilizados pelo
trabalhador social devem respeitar a dignidade, o direito à autodeterminação e a
confidencialidade do assistido.
Os trabalhadores sociais têm a responsabilidade de prestar ajuda aos indivíduos, a despeito dos
valores e das convicções destes.
2
Banks, S., Ethics and Values in Social Work, London, BASW, 2001.
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Em 1994, em Colombo, no Sri Lanka, realizou-se uma reunião internacional de especialistas que
tentaram definir a área de actuação do assistente social no âmbito dos programas de protecção
social. A Federação Internacional dos Assistentes Sociais adoptou, no decorrer deste encontro, o
documento «A Ética no Serviço Social. Princípios e Valores» que compreende duas partes: a
Declaração Internacional dos Princípios Éticos do Serviço Social e as Normas Éticas
Internacionais dos Assistentes Sociais.
A reflexão ética sobre o bom-trato é o ponto de partida dessa implementação com vista a dominar
as ocorrências de maus-tratos. É indissociável do processo de melhoramento do esforço
profissional necessário a alcançar o nível dos direitos do homem.
Partindo do princípio básico da profissão de assistente social, que preconiza que este intervém no
sentido de aumentar o bem-estar do indivíduo e a determinação do eu do indivíduo, as Normas
Éticas Internacionais dos Assistentes Sociais regulamentam as relações entre:
• O assistente social e a problemática social, que prevêem normas ligadas à identificação,
compreensão e interpretação das necessidades individuais e sociais;
• O assistente social e o cliente, ligadas aos princípios de recolha e utilização de informação
respeitante à situação do cliente e meios de trabalho com o cliente.
• O assistente social e a instituição para a qual trabalha contendo os aspectos ligados aos
processos e práticas adequados aos serviços prestados pelo seu empregador.
• O assistente social e os colegas, estando previstas normas para apoiar as oportunidades de
informação e de experiência entre os especialistas, e que regulamentam as situações de
transgressão da ética profissional.
• O assistente social e a profissão, ligadas às modalidades de manutenção e aplicação dos
valores profissionais na prática do serviço social.
As ocorrências de maus-tratos sempre existiram, mas presentemente são cada vez mais
assinaladas, atingindo por vezes um nível mediático, o que permitiu a sua conscientização e um
esforço de resolução e de reajustamento dos comportamentos, um esforço de bom-trato.
Os problemas éticos foram adquirindo uma maior amplitude à medida que aumentava a
publicidade dos casos sociais, como resultado do interesse do estado nos problemas sociais e,
em geral, como efeito do interesse público no bem-estar e na qualidade de vida do indivíduo. Diz-
se que a moral não pode ser aprendida nas salas de formação nem clarificada nos manuais, tem
de ser exercida na actividade efectiva. Devemos ter em mente a advertência de Tomás de Aquino
que dizia que nas questões de ética «não se pode discutir o que é necessário fazer sem saber o
que é possível fazer ».
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LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
«Para que os assistentes sociais se preparem para a difícil tarefa que lhes cabe de resolverem os
dilemas morais através da tomada de decisões responsáveis, devem saber reconhecer a prática
da ajuda social que coloca em balanço diferentes valores morais e clarificar os próprios valores
profissionais, que devem em seguida ser relacionados com os valores da profissão»3.
O dilema ético surge quando o assistente social se vê confrontado com uma situação em que tem
de tomar uma decisão, no caso de uma alternativa conflitual, como o conflito entre os valores
pessoais/valores profissionais, valores pessoais/valores da pessoa assistida, valores
pessoais/valores da instituição onde trabalha, etc. Após a identificação e a definição do dilema
ético, a ajuda social deverá decidir, de entre os valores envolvidos, aqueles que irão ser
prioritariamente levados em conta.
Para nos esclarecermos sobre as soluções existentes para casos mencionados e outros, de
acordo com a ajuda social, é necessário conhecermos o modo como a profissão estabelece as
suas prioridades em matéria de valores.
Para tomar uma decisão ética, é necessário clarificar quais as partes envolvidas que serão
influenciadas pela nossa decisão e quais as que somos obrigados a sustentar. Na análise de um
dilema ético, é necessário investigar cinco categorias de responsabilidades:
• responsabilidades perante a sociedade;
• responsabilidades perante a profissão;
• responsabilidades perante as pessoas assistidas;
• responsabilidades perante nós próprios enquanto profissionais;
• responsabilidades perante os nossos colegas;
• responsabilidades perante a instituição onde trabalhamos.
Os grandes conflitos a que os assistentes sociais têm de fazer face podem ser resultantes de três
grupos de factores4:
• Factores ligados aos assistentes sociais: os seus preconceitos, as suas convicções, os
seus juízos de valor sobre a natureza humana, os valores, as finalidades da actividade de
serviço social ou as suas concepções teóricas sobre a sua actividade profissional.
• Factores ligados ao cliente: a sua personalidade, o seu nível educacional e mental, as suas
relações com outros membros da sua família e com a comunidade, e a sua situação
profissional, etc.
• Factores ligados ao problema: a natureza do problema, a sua definição, os objectivos e
prioridades que daí decorrem, as estratégias e as opções a que se presta.
3
Roth-Szamoskozi, Maria, 2003, Perspectives theoriques et pratiques de l’assistance sociale,
Editura Presa Universitară Clujeană, Cluj.
4
Roth-Szamoskozi, Maria, 2003, Perspectives theoriques et pratiques de l’assistance sociale, Editura Presa
Universitară Clujeană, Cluj.
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Os aspectos éticos do trabalho de ajuda social surgem cada vez que há um conflito ou uma
assimetria associada aos factores mencionados ou quando se confrontam valores no interior dos
diversos componentes.
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1.2.2. Valores
Os valores fazem parte de toda e qualquer decisão que implique juízos éticos. Para isso, é
importante estar consciente do nosso sistema de valores e dos motivos para a sua assimilação,
mas também do modo como os nossos valores se relacionam com os valores dos outros.
Em todas as relações profissional/utente, existe o risco de choque entre os valores de cada um, o
que pode provocar disfunções. É necessário efectuar um reajustamento que só é possível tendo
pleno conhecimento dos possíveis obstáculos.
Os nossos valores versus os valores do cliente: As coisas que são importantes para
nós não são forçosamente aquelas que a pessoa assistida considera importantes. É possível um
reajustamento com a tomada de consciência e a consideração dos valores do outro no respeito
pela diferença de pontos de vista.
Os nossos valores como modelo: Os nossos valores podem influenciar a pessoa
assistida e na maioria das situações o profissional representa um modelo para esta. O impacte
dos nossos valores no cliente é influenciado pela nossa posição enquanto pessoa que,
supostamente, conhece muito bem a situação.
Este facto coloca-nos numa posição de poder, no que se refere ao impacte na pessoa
assistida. Nesta situação, é muito importante para nós identificar os valores aos quais nos
referimos e ver como podemos ajudar a pessoa assistida a compreender os seus próprios valores
e o modo como estes vão influenciar as suas decisões.
Os nossos valores versus os valores da instituição/ da sociedade/ dos profissionais:
O sistema pessoal de valores pode entrar em conflito directo com o da instituição onde a nossa
actividade se desenrola, com as normas da sociedade ou com o código ético profissional.
Actuamos todos de acordo com o nosso código ético que, normalmente, representa aquilo que
consideramos legal, ético ou correcto do ponto de vista moral.
É fácil tomar decisões apoiadas em regras, mas podemos descobrir que essas regras não se
aplicam a todas as situações. Em definitivo, cada pessoa responde pelas suas decisões, sendo
por isso importante conhecer o seu próprio sistema de valores e o modo como este se relaciona
com o sistema dos outros.
A escolha de uma carreira profissional ligada à assistência social exige uma profunda análise dos
valores individuais e a sua comparação com os valores da profissão (Hoffman et Salle, 1994, in
Roth-Szamonskozi, 2003). Os valores individuais diferem, por vezes, dos problemas concretos da
vida social como, por exemplo, o suicídio, o aborto, a pena de morte, a homossexualidade, etc.
A maioria dos trabalhadores na área do serviço social subscreve os seguintes valores
fundamentais, de importância crucial na profissão (Código deontológico, Associação Nacional
Americana dos Assistentes Sociais, 1996) (Roth-Szamoskozi, 2003).
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O respeito pela pessoa assistida não é aqui incluído como valor específico, pois é considerado por
muitos autores como um pré-requisito dos outros valores mencionados.
O trabalhador social fornece ferramentas às pessoas assistidas nos seus esforços de identificação
e clarificação dos respectivos objectivos, para que seja efectuada a melhor opção. Os
profissionais podem limitar os direitos das pessoas assistidas à autodeterminação quando, no
parecer profissional do assistente social, as acções presentes e/ou futuras das pessoas assistidas
representem um risco para si próprias e/ou para os outros
O bom-trato é uma capacidade de adaptação em resposta aos direitos e às escolhas expressas
pelo utente. É dar-lhe a capacidade de autodeterminação, de ser co-autor e de estar no centro do
seu percurso
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1.2.3. Confidencialidade
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RECOMENDAÇÕES
PARA O
BOM-TRATO
2. Recomendações para
o bom-trato
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Lembremos que estas recomendações são efectuadas a partir de pontos críticos identificados nos
referenciais europeus «profissões e formação da relação de ajuda» referenciados no estudo
Relais2.
O beneficiário deve estar no centro das preocupações do trabalhador social para a elaboração do
percurso.
É «o chefe de fila» pelo que o interveniente social deve ter em conta a cultura, o ambiente pessoal
do beneficiário e ser capaz de se adaptar aos diversos modos de comunicação e às diferentes
situações.
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Para que esta cultura seja partilhada por todos os actores e contribua para a satisfação do
beneficiário, é importante estabelecer um quadro comum.
Este referencial contém uma série de fichas de acções onde se enumeram os pontos sensíveis e
os factores capazes de conduzir a situações de violência, bem como as medidas que contribuem
para as prevenir.
Para cada item, deverá haver um posicionamento em termos de acção realizada, em vias de
realização ou a realizar.
Todas estas fichas de acções podem ser utilizadas sob a forma de trocas de ideias, conversas,
reuniões, etc.
Pretende-se que estas fichas sejam uma ferramenta viva, interactiva, participativa e evolutiva que
facilite a orientação e evolução das práticas e simultaneamente a troca de ideias entre os diversos
interlocutores.
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Esta ferramenta poderá igualmente ser utilizada para referenciar disfunções que «coloquem em
perigo» o bom-trato, num esforço de qualidade do estabelecimento, por exemplo, que deve ser
partilhado por todos para lhe conferir eficácia:
Estabelecer objectivos a alcançar e assinalar os seus progressos
Proceder a ajustamentos, se for caso disso: corrigir os erros, adaptar a aplicação mediante
ligeiras modificações, melhorar os desempenhos da aplicação, facilitar as evoluções futuras da
mesma.
Avaliar a satisfação do cliente, identificando nomeadamente o grau de adequação das
características específicas e do processo de prestação de serviços em relação às expectativas do
cliente.
O esforço de qualidade poderá ter efeitos nas práticas profissionais e numa tomada de
consciência das necessidades de formação, por exemplo.
Assim, consoante os três eixos em torno dos quais estas fichas se encontram organizadas:
- O utente é principalmente evocado nas fichas 1, 2, 3, 4 e 5,
- Os profissionais são principalmente evocados nas fichas 6, 7 e 8,
- O dispositivo institucional é principalmente evocado nas fichas 9 (e 5 e 8).
No final de cada ficha de acção, indicaremos para que pontos críticos assinalados no estudo o
documento pode trazer uma resposta.
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Ficha de acção N°1 : Garantir o respeito pelos direitos dos beneficiários (continuação)
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Ficha de acção N°5: Propor um quadro que respeite o equilíbrio entre a vida individual e a
vida colectiva
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Para cada ficha de acção, relativamente a cada objectivo e a cada acção, haverá um esforço de
articulação e de proposta de grelhas de auto-avaliação do pessoal para a implementação, por
exemplo, de um plano de melhoria permanente da qualidade:
Calendário ou Modalidades de
O que já existe O que falta criar A actores prazo de avaliação da
envolvidos realização acção em causa
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CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
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Este livro código destina-se a todos os trabalhadores sociais, para clarificação das suas práticas
profissionais, mas também aos estabelecimentos ou aos serviços, permitindo-lhes definir uma
cultura comum de funcionamento.
O bom-trato é, antes de mais, uma capacidade de adaptação ao outro e inscreve-se num esforço
dinâmico positivo, como resposta aos direitos e às escolhas expressas pelo utente.
Este conceito deve estar sempre em constante evolução e integrar a participação de todos os
actores (trabalhador social, utente, contexto familiar, instituição) para responder da melhor
maneira possível a uma necessidade identificada num dado momento, tendo em conta «a história
de vida» do cliente em toda a sua complexidade.
Os autores do presente documento estão conscientes de que este representa – antes de mais –
uma proposta de análise e de debate sobre o valor, ética profissional e comportamentos da
relação de ajuda. Esta proposta pode e deve ser melhorada através do envolvimento neste debate
de outros profissionais da relação de ajuda, de representantes dos dirigentes que elaboram as
políticas sociais, de representantes das instituições e organismos prestadores de serviços, de
formadores, de sindicatos e nomeadamente dos beneficiários do apoio prestado.
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ANEXOS
ANEXOS
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Um método :
a) Inventariar os problemas
3/ Decidir :
b) Seleccionar o problema
Do fácil ao complexo…
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c) Colocar o problema
Enunciar o que não está bem e não aquilo que é necessário fazer. Medir o estado não satisfatório
e definir o indicador correspondente
d) Descrever a situação
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Privilegiar os factos verificados e não as suposições. Dispor de factos organizados para que eles
«falem».
e) Procurar as causas
1/ Inventariar as causas existentes (as fontes estão a montante)
As condições-chave:
- Dizer tudo: variedade, diversidade
- Dizer o mais possível: quantidade
- Aproveitar as ideias dos outros: analogias – variantes – oposições
- Não comentar, criticar ou censurar as ideias expostas
- Privilegiar o bom humor e evitar querelas
-
- identificar 3 a 6 famílias às quais as causas possam ser associadas (desenhar o
diagrama causas-efeitos
- classificá-los por natureza e importância: voto ponderado (as causas têm um nível e são
hierarquizadas
- Elaborar um plano de validação, isto é, conceber testes para validação das causas:
QQOQCP (ver capítulo sobre os instrumentos – 3.3.2)
Causas = porquê? e não efeitos ou consequências
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Informar, estar presente, tomar parte junto dos actores e do contexto, eles serão parte interessada
A solução é implementada
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1/ Assegurar que os efeitos visados são alcançados, que o problema inicial desaparece de forma
durável e que não surgem efeitos perversos
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QQOQCP
Q = Quê?
Q = Quem?
O = Onde?
Q = Quando?
C = Como?
P = Porquê?
Para além da primeira identificação dos processos e procedimentos, esta ferramenta apresenta
uma certa eficácia na resolução dos problemas. Com efeito, para uma análise sistemática e
pragmática das informações e dados ligados ao problema, torna-se necessário anotar em que
consiste e em que não consiste o problema. A análise das diferenças permite isolar do problema
global o que nos propomos estudar.
Ora, o QQOQCP permite colocar numerosas questões sem limites à imaginação. A finalidade é
chegar a uma formulação clara e precisa do problema.
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Um método que recorra ao QQOQCP para a resolução de problemas apresenta-se sob a forma
da seguinte tabela :
O QUÊ ?
Peças
Locais
Subconjuntos
Natureza das operações
Objecto das operações
Produtos
Serviços
Manutenção
Máquinas
Métodos
Procedimentos
Escalas
Diversos
QUEM ?
O pessoal
Número
Qualificação
Fornecedores
Clientes
Diversos
ONDE?
Oficina
Serviço
Local
Distâncias
Recepção
Acolhimento
No fornecedor
No cliente
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QUANDO?
De dia
Que dia?
De noite
De manhã
Hora?
COMO?
Fornecimentos
Arbitragem
Transporte
Material
Diagrama de Ishikawa
Mais do que um diagrama, trata-se aqui quase de um ideograma. O seu autor: o professor
ISHIKAWA, Presidente do Instituto de Tecnologia Musashi, desenvolveu, desde 1978 até à sua
morte, este modo de apreensão dos problemas e das soluções por meio dos famosos círculos de
qualidade de que foi aliás instigador. Ele afirmava que este diagrama não seria aplicável pelos
ocidentais em virtude de estes desconhecerem os ideogramas.
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Heurística,sb. f.
Método de resolução de problemas, não fundamentado num modelo formal e que não
culmina necessariamente numa solução.
1) Descrição :
Uma grande seta horizontal exprime o resultado desejado: o efeito, a consequência. Este
resultado pode ser: uma característica, uma operação, uma consequência, um fim, um
objectivo, um resultado.
Efeito
Pode prosseguir-se a subdivisão até terem sido identificadas todas as causas possíveis.
2) Recomendações:
Todavia, há que não confundir o problema com o efeito. O problema é a doença, o efeito é o
sintoma ou a síndrome.
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BIBLIOGRAFIA
5. BIBLIOGRAFIA
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LIVRO
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SILVA, Ilda Lopes R. da, Mary Richmond – Um olhar sobre os fundamentos do Serviço Social. Ed.
CBCISS Rio de Janeiro, 2004
ŞOITU Conţiu, Adolescenţii instituţionalizaţi, Editura Fundaţiei Axis, 2005
TOURAINE, Alain - Sciences Humaines, nº 42, août – septembre, p.56. Editions Fayard, Paris
1994
UNIOPSS, Accompagnement social et insertion - Editions Syros, Paris, 1995.
Documento interno «formação para o esforço de qualidade» em GRETA VIVA5 – Abril 2002 -
Plano de desenvolvimento do bom-trato e o reforço da luta contra o mau-trato – ministério
delegado à segurança social, aos idosos, às pessoas com deficiência e à família – 14 de Março de
2007 – França -
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CÓDIGO
LIVRO CÓDIGO para o bom-trato.
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http://www.anesm.sante.gouv.fr/
CHRIT – Estados membros:
http://ec.europa.eu/employment_social/health_safety/docs/slic_members_fr.pdf
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http://ec.europa.eu/employment_social/health_safety/index_fr.htm
Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) : http://www.etuc.org/fr
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http://www.eurofound.europa.eu/publications/htmlfiles/ef05125.htm
Eurostat : http://epp.eurostat.cec.eu.int/
Fundação europeia para a melhoria das condições de vida e de trabalho :
http://www.eurofound.europa.eu/
Increase in violence at work in the health care sector:
http://www.eurofound.europa.eu/ewco/2003/12/FI0312NU02.htm
Organização Internacional do Trabalho (OIT): http://www.ilo.org/global/lang--en/index.htm
Organização Mundial de Saúde (OMS) : http://www.who.int/fr/
Portal de acesso ao direito da União Europeia (EUR-Lex) : http://eur-lex.europa.eu/
The health and social services sector - what future?:
http://www.eurofound.europa.eu/emcc/content/source/tn03008a.htm?p1=sectorfutures&p
2=null
União das confederações da indústria e dos empregadores da Europa (UNICE) :
http://www.unice.org/Content/Default.asp
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