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2019

As mudanças climáticas estão


afetando a saúde humana?

Abstrato

Os primeiros princípios sugerem que a mudança climática vem


afetando a saúde humana, baseando-se pelo o que é entendido a respeito
das relações entre a média e a variabilidade de temperatura, a
precipitação, outras variáveis temporais, efeitos clima-sensitivos na saúde
e a extensão da mudança climática já ocorrida. No entanto, a
complexidade dessas relações e os diversos condutores dos efeitos clima-
sensitivo na saúde tornam desafiadora a descoberta e a atribuição de
mudanças do padrão patológico às mudanças climáticas. Ainda assim, os
empenhos para fazê-la são vitais para uma política de informação, para
estabelecer prioridades de adaptação e soluções atenuantes.

Existe um crescente corpo de pesquisa documentando o grau no


qual as tendências em mudanças, nos sistemas biológicos e físicos, são
afetadas por mudanças climáticas antropogênicas. As evidências são
maiores para alterações em sistemas físicos. (cf. [1]). Estudos sobre como
as mudanças climáticas antropogênicas (não apenas a variação climática)
têm afetado sistemas biológicos, a saúde humana incluída, são
importantes para identificar (1) os impactos locais e regionais que irão
apoiar projeções mais robustas de possíveis impactos da mudança
climática sob diferentes cenários de desenvolvimento futuro. Além disso,
conceber (2) apropriadas políticas adaptativas e ações para lidar com a
atual e se preparar para riscos porvir da mudança climática [2]. Estudos
de atribuição seguindo as melhores guianças práticas provém evidências
fidedignas aos decisores políticos, quando prioriza e implementa políticas
de mitigação e adaptação. [3,4]

Poucos estudos possuem os dados necessários para conduzir


uma identificação e uma atribuição formal dos efeitos clima-sensitivos.
São necessários dados de qualidade, não apenas do número de casos de
um certo resultado sobre longos períodos; precisa-se de dados para
outros fatores que podem afetar com alterações nos padrões de saúde.
Por exemplo, a extensão geográfica e a sazonalidade das doenças de
vetores podem ser alteradas não apenas por conta das mudanças no
âmbito climático, mas também pelas mudanças em vetores, patógenos,
humanos e suas mútuas interações. Contudo, o conjunto de dados
combinados entre escalas temporais e espaciais são incomuns.

Silva et al [5] faz uma valorosa contribuição para esta literatura


limitada ao perguntar como concentrações de ozônio a nível do solo e o
problema de partículas finas (PM2.5) mudaram entre 1850 e 2000, a
mortalidade relacionada à poluição do ar em 2000 que poderia ser
atribuído a aumentos modelados, e o quanto deste impacto de saúde foi
igualmente atribuído às mudanças climáticas. O problema da poluição do
ambiente por partículas é uma das principais causas de mortalidade
prematura e dos anos de vida perdidos por ajuste de incapacidade [6]. É
de importância aos dirigentes para que entendam qual a proporção que
esse impacto na saúde pode ser atribuída às mudanças climáticas
antropogênicas e como o problema pode se alterar se o clima continuar
mudando.

É evidente que a qualidade do ar e os dados de mortalidade não


estão disponíveis para a data de 1850, portanto, os autores usaram um
conjunto de modelos para estimar as concentrações de ozônio e PM2.5
nos anos de 1850 e 2000. Eles mostraram que as concentrações
intensificadas em 2000 possuíram um considerável efeito na mortalidade
humana prematura anual: 470 000 (intervalo de confiança de 95%, 140
000 - 900 000) mortes respiratórias prematuras associadas globalmente
com o ozônio antropogênico, e 2.1 (1.3-3.0) milhões de mortes associadas
com PM2.5 antropogênico em doenças cardiopulmonar (93%) e câncer
pulmonar (7%). Uma pequena fração dessas mortes foram atribuídas às
mudanças climáticas do passado: 1500(-20 000 a 27 000) mortes por ano
devido ao ozônio e 2200 (-350 000 a 140 000) devido ao PM2.5. O amplo
alcance reflete diferentes resultados dos modelos no conjunto, com
alguns modelos insinuando que a mudança climática reduziu a
mortalidade relacionada à poluição do ar.

Essa abordagem prática respondendo à questão do quanto a


mudança climática vem afetando a mortalidade por doenças respiratórias
associadas com a poluição do ar, não segue estritamente o IPCC Good
Practice Guidance Paper on Detection and Attribution Related to
Anthropogenic Climate Change [3]. As concentrações de ozônio e PM2.5
não eram apenas não observadas em 1850, como existe ainda atualmente
uma observação limitada em muitas das regiões dos países de baixo e
médio rendimento, consequentemente, faz-se necessário uma
modelagem. De toda forma, a falta de dados não necessariamente
significa uma falta de impacto. Esperar até que existam dados suficientes
poderia acarretar no equívoco de que a mudança climática não é
atualmente um risco de saúde.

O pequeno impacto global da morte prematura resultante da


mudança climática associada com a poluição do ar prevista por Silva et al,
não é surpreendente, dado que o valor relativamente baixo da mudança
climática ocorrida. Mesmo com diversas incertezas nos modelos, esses
números provavelmente subestimam o impacto atribuível. Uma
exposição a ozônio por longo período pode afetar a mortalidade
prematura em uma escala maior que Silva et al pressupõe [7]. Como os
autores notam, suas análises incluem apenas um limitado cenário de
efeitos na saúde, afetados por alta concentração de ozônio ambiente e
material particulado, e esta era restrita a adultos acima de 30 anos.
Incluindo uma gama mais ampla das consequências, o problema total da
saúde no ano 2000 poderia ser incrementado, assim como o estimado
impacto imputado à mudança climática. Alguns resultados não incluídos,
tal como a admissão e agravação da asma são importantes problemas de
saúde, porém com pouco efeito na mortalidade. Além disso, alguns
grupos vulneráveis em particular, tal como as crianças [8], foram
excluídos. A evidência é crescente de que a poluição do ar pode ter efeitos
pré-natais, com consequências por toda a vida [9]. Incluir esses grupos
vulneráveis intensificaria ainda mais o impacto na saúde.

Usar uma função de concentração-resposta baseada em dados


dos Estados Unidos, cria expressivas incertezas em impactos estimados
em outros países, particularmente naqueles com alta concentração de
ozônio e material particulado. Uma pesquisa adicional poderia
posteriormente, entendendo a apropriada função de concentração-
resposta, se aplicar quando estimados o impacto global e regional da
mudança climática atual e futura.

A estimativa de que a mudança climática teve um impacto global


limitado na mortalidade relacionada à poluição do ar, não sustenta uma
garantia de que impactos sob um clima alterado continuarão pequenos.
Amostras regionais podem ser bem diferentes das médias globais. Por
exemplo, Orru et al [10] usou uma abrangência europeia de uma função
de exposição-resposta e parâmetro de morbidade e mortalidade
específico ao país para se comparar impactos de saúde associados a
ozônio entre o período de 1990-2009 com o de 1961-1990. Havia então
um padrão misto de até 5% de aumento e diminuição dependendo da
região geográfica, com sua diminuição nos países mais ao norte. Impactos
de morbidade e mortalidade relacionados a ozônio de meados do século,
projetados em um cenário A2, mostraram acréscimos e reduções
dependendo da localização. Um entendimento melhor dos impactos
diferenciados na morbidade e mortalidade é necessário quando se
considera mudanças nas regulações de emissão.

Silva et al fornece uma importante contribuição para se entender


a extensão da qual a mudança climática tem contribuído com a atual
mortalidade relacionada a poluição do ar. Uma pesquisa adicional poderia
reduzir incertezas e prover discernimentos em todos os seguimentos de
saúde afetados pela poluição do ar, podendo assim dar suporte em
projeções mais nuançadas de como esses impactos poderiam mudar com
mudanças climáticas adicionais.

[1] IPCC 2007 Climate Change 2007: Synthesis Report. Contribution of Working
Groups I, II and III to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel
on Climate Change ed Core Writing Team, R K Pachauri and A Reisinger (Geneva: IPCC)
[2] Brander K, Bruno J, Hobday A and Schoeman D 2011 The value of attribution
Nature Clim. Change 1 70–1
[3] IPCC 2010 Meeting Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change
Expert Meeting on Detection and Attribution Related to Anthropogenic Climate
Change ed T F Stocker et al (Bern: IPCC Working Group I Technical Support Unit,
University of Bern)
[4] Stocker T F, Qin D, Plattner G-K, Midgley P and Tignor M 2011 Tried and tested
Nature Clim. Change 1 71
[5] Silva R A et al 2013 Global premature mortality due to anthropogenic outdoor air
pollution and the contribution of past climate change Environ. Res. Lett. 8 034005
[6] Lim S S et al 2012 A comparative risk assessment of burden of disease and injury
attributable to 67 risk factors and risk factor clusters in 21 regions, 1990–2010: a
systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010 Lancet 380 2224–60
[7] Smith K R et al 2009 Public health benefits of strategies to reduce greenhouse-gas
emissions: health implications of short-lived greenhouse pollutants Lancet 374 2091–
103
[8] Sheffield P E and Landrigan P J 2011 Climate change and children’s health: threats
and strategies Environ. Health Perspect. 119 291–8
[9] Olsson D, Mogren I and Forsberg B 2013 Air pollution exposure in early pregnancy
and adverse pregnancy outcomes: a register-based cohort study BMJ Open 3 e001955
[10] Orru H, Andersson C, Ebi K L, Langner J, Astrom C and Forsberg B 2013 Impact of
climate change on ozone-related mortality and morbidity in Europe Eur. Respir. J. 41
285–94

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