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RESENHA: aula 2 (27/03) – As novidades de Thomas Piketty

Rodrigo Mahlmeister, nº 8962846


Instituições Políticas e Desigualdade: Teorias e Explicações
Profa. Marta Arretche

O mecanismo causal proposto por Piketty (2014) para a trajetória da desigualdade de renda é apresentado à luz
de uma métrica específica que decompõe a renda em décimos e centésimos e em categorias funcionais – capital e
trabalho –, cada uma com remunerações que seguem ritmos de crescimento próprios (r e g).
Essa decomposição permitiu ao autor concluir que, em boa parte dos países desenvolvidos, a compressão da
desigualdade de renda durante o século passado se deve inteiramente à queda dos altos retornos do capital, uma vez que
a desigualdade da renda total diminuiu no período enquanto que a dos salários permaneceu praticamente constante.
Piketty atribui essa queda ao período entreguerras, marcado por destruições associadas aos conflitos mundiais, falências
dos anos 30, e também pela adoção de diversas políticas públicas. Como as rendas do capital são sempre
sobrerrepresentadas no décimo superior da hierarquia de rendas, esses choques sobre o capital conduziram a essa queda
na desigualdade.
Tal explicação contrapõe-se à previsão otimista de Kuznets (1955), que procura explicar como a distribuição de
renda se altera com o desenvolvimento. Esse autor argumenta que o processo de expansão da economia é acompanhado
em um primeiro momento por uma intensa migração da mão de obra mais qualificada de setores tradicionais, com baixo
retorno, para outros mais dinâmicos, com remunerações maiores, o que resulta na ampliação da desigualdade salarial
dos trabalhadores. Esse estágio inicial da formação econômica da sociedade, durante o qual a relação entre desigualdade
de renda e crescimento é positiva, atingiria um ponto crítico de maturação quando a mão de obra passasse a se
homogeneizar – tornando essa relação gradualmente negativa e configurando o que ficou conhecido na literatura como
a hipótese do “U” invertido. Para Piketty, entretanto, a trajetória da desigualdade não se caracteriza por uma tendência
inexorável e sistemática a um equilíbrio “natural”, e não há evidência nos países desenvolvidos que sustente que um
processo estrutural de compressão generalizada da desigualdade do trabalho desempenhou papel relevante no longo
prazo.
Piketty também aponta limitações de outra formulação sobre a desigualdade de renda do trabalho: a teoria da
produtividade marginal, cujo primeiro expoente é Tinbergen (1975). Segundo ele, um aumento na oferta relativa de
trabalhadores qualificados deveria induzir uma redução na disparidade de remuneração em relação aos não qualificados,
enquanto um crescimento na demanda relativa por qualificados poderia compensar parcialmente esse impacto
equalizador da oferta. O autor elenca duas razões principais para justificar essas alterações: o avanço tecnológico
favoreceria a demanda relativa por trabalhadores com graus mais altos de instrução, aumentando seus salários; já o
aumento educacional promoveria uma força contrabalanceadora. A discussão, assim, toma a forma de uma corrida entre
educação e tecnologia. Ainda que reconheça que essas duas forças são determinantes da desigualdade salarial no longo
prazo, Piketty argumenta que essa teoria não permite levar em consideração a diversidade de evoluções históricas e de
experiências internacionais. É necessário, segundo ele, adotar uma abordagem mais ampla que abarque o papel de
instituições e regras do mercado de trabalho, como a política do salário mínimo, que logra expandir a massa salarial e,
por consequência, reduzir a participação relativa do capital na renda nacional. A teoria da produtividade marginal
também não é, para Piketty, suficiente para explicar divergências entre as trajetórias da desigualdade entre os países: o
surgimento de remunerações extremamente elevadas no pico da hierarquia dos salários a partir dos anos 70 ocorreu
apenas em países anglo-saxões, e não é explicado pelo skill-biased technical change.
A concentração patrimonial, por sua vez, é explicada por Piketty por divergências entre o ritmo de crescimento
econômico e a taxa de rendimento do capital.

Referências:
Kuznets, S. (1955). Economic Growth and Income Inequality, The American Economic Review, Vol. 45, Issue 1, pp. 1-28.

Piketty, T. (2014). O Capital no Século XXI. Terceira Parte: A estrutura da desigualdade. São Paulo: Intrínseca.

Tinbergen, J. (1975).” Income Distribution: Analysis and Policies”. NorthHolland: Amsterdam. World Bank (2011). “Skills for the
21st Century in Latin America and the Caribbean”. World Bank, Washington DC.

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