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dimensao histérica. Na medida em que consideragées relati- vas A origem sejam importantes, os senhores serio municia- dos a contento com diversas atividades didaticas a respeito do assunto nos semindrios de trabalho complementares.”* Gostaria de dizer, contudo, que a heterogencidade peculiar e algo assustadora da Sociologia, esse caréter de // aglomerado propriamente sem denominadot comum, ja existe no pro- prio Comte. E claro que no de modo explicito, pois Comte era um erudito, de comportamento muito racionalista ¢ de apresentacio muito pedance, para o qual seguramente se en- contra em primeiro lugar a exigéncia de representar a maior quantidade possfvel, como se ela fosse coerente nos termos da demonstrag%o matemética. Nisso a Sociologia n3o é nada diferente da Filosofia: também os famosos textos da Filoso- fia precisam ser apreendidos como campo de forga. HA que descobrir, sob a superficie das opinides doutrindcias aparen- temente undnimes, as forgas que se exaurem wmas as outras para, a seguit, se juntarem apenas de modo provisério em configuragées sistémicas ou formulagées cerminais. E a esse tespeito, de um lado, parece muito claro que Auguste Comce possui o ideal de conhecimento das ciéncias naturais. Um de seus grandes temas é lamentar que a ciéncia da sociedade ainda nao tenha a confiabilidade absoluta, a transparéncia racional e, sobretudo, a fundamentagao unfvoca em fatos rigorosamente observados, tal como ele a atribui 4 ciéncia nacural. Mas, a0 mesino tempo, nem sequee propde uma reflex3o sobre se isso pode cer algo a ver com o objeto, Para adiantar a questio: por exemplo, se nas ciéncias sociais, sobretudo no campo da ma- crossociologia, sio possiveis previsdes no mesmo sentido em que elas so em geral possiveis no campo das ciéncias naturais. E claro que ele apresenta motivos para esse cardter retarda- tario da Sociologia enquanto ciéncia, mas nfo se preocupa muito por causa disso ¢ de modo bastante ingénuo assume que, havendo um progresso suficiente do conhecimento, a ciéncia da sociedade poderd ser formada conforme o modelo tio bem-sucedido das ciéncias natucais. Entretanto, do outco lado — como ja lhes disse — para ele Sociologia também se chama Filosofia. Eis uma questéo muito dificil em Comte, pois é possivel afirmar que ele era um inimigo // da Filosofia, e sobretudo como verdadeiro herdeiro de seu professor Saint- -Simon, era um inimigo jurado do pensamento especulativo, um inimigo da metafisica, na expectativa de a Sociologia se dispor no lugar do que, conforme sua visio, fora anterior- mente realizado pela especulagdo metafisica. De qualquer modo, mesmo Comte esperava que, para além da investiga- Gao de setores particulares ¢ de problemas particulares de conhecimento pratico, a Sociologia oferecesse uma espécie de otientacio para um ordenamento verdadeiro da sociedade. Algo que a cetirasse da situagio em que ele préprio se viu, ou iseja, de um lado, como herdeiro da emancipagio burguesa, da evolugio Francesa, e, de oucro, de modo semelhante a Hegel, enteiramente consciente de que — como jé afirmara Hegel — a ociedade civil impele para além de si.?* Esse seu sentimento de antagonismo se condensaria na dicotomia entre 0 princfpio da ordem e 0 principio do progresso, ou seja, no principio da estdcica ¢ no principio da dinimica na Sociologia.” Seja como for, de um lado, Comte era tomado por orientagao ou nostalgia pela ciéncia natural, ou possuia um ideal nos termos das ciéncias naturais, Mas, de outro, ainda portava um ideal filoséfico secularizado, na medida em que tinha em mente um direcionamento da sociedade pela Sociologia no sentido da verdade conforme sua teoria. Assim fica visivel como o cardcer duplo ou a ambiguidade da Sociologia atinge até mesmo seu ponto de partida tedrico. Sobre este assunto ¢ sobre a fungio origindria da Sociologia em sentido estrito direi mais na pré- xima aula.

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