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O Preço do Amanhã | Crítica

Sci-fi cheio de juventude não sabe, ironicamente, criar um herói que seja jovem de verdade

03/11/2011 - 21:00 MARCELO HESSEL

Ficções científicas com "sacadinhas" são a especialidade do roteirista e diretor Andrew Niccol, de Gattaca, O Show
de Truman e S1m0ne. Em O Preço do Amanhã (In Time), a premissa permite várias delas.

A trama se passa em uma sociedade que conseguiu bloquear o gene do envelhecimento. Todo mundo cresce até
os 25 anos, e depois pode permanecer jovem pra sempre - contanto que pague por isso, afinal a superpopulação
do planeta é uma preocupação geral. O tempo é a moeda de troca. Os mais ricos vivem séculos. Os mais pobres,
assim que completam 25 anos, passam a conviver com uma contagem regressiva diariamente.

Então frases corriqueiras como "tem um minuto?" ou "não tenho tempo para namorar" ou "belo relógio o seu" - dá
pra ficar enumerando as sacadinhas - ganham outro contexto. O protagonista, que não tem tempo a perder, é Will
Salas (Justin Timberlake), um homem da periferia falsamente acusado de assassinar um milionário para roubar seu
tempo. Na fuga, por que não?, ele decide desafiar o sistema.

O Preço do Amanhã é o tipo de filme formatado para agradar sem fazer muito esforço. Seu discurso à Robin Hood
tem apelo atemporal (especialmente em tempos de Occupy Wall Street) e a premissa permite não só as sacadinhas
como dá a Hollywood o salvo-conduto de aproveitar todos os seus astros bonitos e prematuros sem a dor na
consciência de jogar os velhos para escanteio (lembrando que ninguém envelhece na trama).

Então Timberlake, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Matt Bomer e Cillian Murphy correm de um lado para o outro,
com o gás da juventude, como se estivéssemos vendo 007 - No Jardim da Infância. O herói inclusive se apresenta
como "Salas, Will Salas" na cena do jogo de pôquer, jamesbondiana por excelência. Completa o pacote piano-bar o
obrigatório clima vintage, presente na arquitetura de concreto e nos carros antigos de decalque fosco.

Debaixo dessa casca de suspense-de-bom-gosto, porém, O Preço do Amanhã tem visíveis rachaduras. Um
esmerado design de produção e um elenco fotogênico não salvam um filme que, conceitualmente, não entende a
trajetória do herói.

A questão não é a competência de Timberlake; Will Salas é um personagem mal construído. Ele está lutando contra
um sistema patriarcal - no filme, os ricos são ricos por herança - mas tem, ele próprio, a proteção de uma "herança":
o pai herói de Will morreu lutando contra o sistema.

Niccol obviamente incluiu esse elemento no filme para aproximar o herói do vilão (o antagonista vivido por Cillian
Murphy é o único que sabe do passado de Will), mas não percebeu a hipocrisia que isso gera: é um filme que critica
privilégios de hereditariedade e, mesmo assim, elege como herói um herdeiro. Na prática, Will se rebela contra o
sistema não porque quer, mas porque a rebeldia "está no seu sangue".

É o tipo de coisa que um bom roteirista saberia evitar. Andrew Niccol - assim como seu casal fora da lei que corre
contra o relógio mas encontra tempo pra brincar de pontaria como dois jovens Bonnie & Clyde - aparentemente
estava mais preocupado em emplacar mais uma sacadinha. No fim, O Preço do Amanhã é uma ficção científica
cheia de mocidade que não sabe, ironicamente, criar um herói que seja jovem de fato, livre das referências (James
Bond, o pai) do passado.

Disponível em: https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/o-preco-do-amanha/?key=61711


FILME: O PREÇO DO AMANHÃ (“IN TIME”)
CRÍTICAS ADOROCINEMA
3,5 Bom
TEMPO É DINHEIRO por Roberto Cunha

Se você nunca deu muita bola para expressões como "perda de tempo" ou "tempo é dinheiro", prepare-
se para encarar uma história onde elas fazem muito sentido.

A trama se passa em um futuro não muito distante onde as pessoas foram mofificadas genéticamente
para viver até os 25 anos. Daí em diante, algo pode ser feito para driblar essa programação, mas para
isso acontecer é preciso ganhar tempo - literalmente - e a tarefa não é das mais fáceis, uma vez que a
sociedade é bem dividida entre os pobres, que trabalham, e os ricos, dominantes.

Dentro deste contexto, que flerta com a tão sonhada busca pela imortalidade, Will (Justin Timberlake) é
um trabalhador que segue a máxima de viver um dia após o outro. Só que ele recebe uma "doação"
inesperada e se torna alvo de uma organização que controla o tempo. Revoltado com uma perda afetiva
recente, ele se rebela contra o sistema, passa a questionar a divisão de classes e sequestra a filha rebelde
(Amanda Seyfried) de um poderoso magnata.

Meio que vitimada pela Síndrome de Estocolmo, a jovem passa a se identificar com a causa dele,
lembrando que "os pobres morrem e os ricos não vivem". Cheio de detalhes, como uma região chamada
de Greenwich, numa possível alusão ao meridiano que divide o planeta, e ainda uma curiosa inversão de
papéis tendo bandidos chamados de Minutemen (heróis da revolução americana), fica nítido que muitos
pontos poderiam ter sido melhor trabalhados.

O roteiro de Andrew Niccol (O Senhor das Armas), que também dirigiu e produziu, é amarrado, mas tem
uns fiapos soltos com as várias licenças criativas e de tempo (sem trocadilho). São elas que permitem
que os heróis façam coisas impossíveis, como ele fingir ser um segurança, sendo o único com barba por
fazer, ou ela atirando com precisão sem nunca ter pego numa arma. Não dá, né? Bobeiras que poderiam
ser evitadas e essa última parece ter sido falha de edição, porque numa sequência seguinte ela aparece
dando uma treinada. Se não é, parece erro de montagem.

Ainda assim, a produção funciona como entretenimento, ofertando perseguições (a pé e motorizada),


tiros, lutas, entre outras coisas do arsenal do gênero. Os efeitos especiais são modestos e os carros
ligeiramente modificados com o ronco de motores lembrando um zumbido. Falando em veículos, Will
visita uma loja e encontra dois clássicos: um Citroên DS (conhecido como Boca de Sapo) e um Jaguar E-
Type.

No elenco de rostos conhecidos com pequenas participações, como Alex Pettyfer e Johnny Galecki (da
série Big Bang Theory), destacam-se Olivia Wilde protagonista de uma bonita cena de emoção e
suspense logo no início e Cillian Murphy, que faz um dos vilões.

Tendo como pano de fundo influências dos clássicos Fuga no Século 23, dos famosos bandidos Bonnie
& Clyde e até Robin Hood, O Preço do Amanhã está longe de ser uma obra-prima, que você precisa ver
hoje, mas é boa diversão. Daquelas pagas com dinheiro e tempo (dentro da sala), mas sem
arrependimento porque encontrou distração.

Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-180314/criticas-adorocinema/


Crítica | O Preço do Amanhã
By Thiago Nunes

-23 de janeiro de 2016

“Dá para fazer muitas coisas em um dia” – Will Salas


Provavelmente você já ouviu falar que tempo é dinheiro. E se algum dia essa expressão passasse a ter um sentido
literal? É o que acontece no filme O Preço do Amanhã (In Time – 2011) de Andrew Niccol (O Senhor das Armas)
A trama do filme nos leva a um futuro não tão distante onde o envelhecimento foi controlado para dominar
também a superpopulação. A genética humana permite que a pessoa envelheça até os 25 anos de idade. Ao
completar tal idade, cada um possuí apenas mais um ano de vida. Para mais que isso, deve-se lutar pelo seu
tempo.
Todas as pessoas possuem na pele do braço esquerdo relógios que contem treze dígitos. O tempo lá marcado é
igual ao seu tempo de vida. E não só isso, o número lá registrado define também o tamanho da sua riqueza.
Logo: Se você possuir bastante tempo está na classe rica dominante, se tiver pouco é um morador da periferia.
Todas as classes estão divididas em zonas de tempo, com pedágios caros ligando uma à outra. É aqui que entra
o controle da superpopulação, os mais pobres vão morrendo para que possa haver lugar para outros.
Justin Timberlake é o galã da vez, ele interpreta Salas. Will Salas, um rapaz da periferia que aprendeu a viver
com a premissa “um dia de cada vez”. O que ele ganha é dividido com sua mãe, para que ela possa pagar aluguel,
contas de energia além de sobreviver.
Mas, como a história precisa desenvolver, Will recebe uma doação misteriosa. Algo em torno de um século de
tempo. Uma organização que controla o tempo passa a perseguir o protagonista, que está com um sério
questionamento em sua cabeça: Estaria certa tal divisão de classes. Seguindo dessa maneira os passos de seu
pai que morreu lutando contra o sistema.
Sylvia Weis (Amanda Seyfried) é a filha de um grande magnata – dos que estão de olho na herança de Salas.
Em um momento de rebeldia, Will sequestra a garota que se sente atraída pelo espírito aventureiro do rapaz,
passando a ajuda-lo em sua causa “RobinHoodiana”.
O roteiro que também fica a cargo de Andrew é cheio de trocadilhos com a falta de tempo das pessoas, além de
excelentes diálogos que até o espectador mais desatento percebe a clara crítica ao sistema capitalista que o
diretor imprime em sua obra.
A direção também não deixa a desejar. Sejam cenas de luta, “bang-bang” ou perseguição, é visível o cuidado
para que tudo fique ágil e de uma maneira que nada seja forçado. Outro ponto interessante é o esquema utilizado
pela direção fotográfica do filme – a cargo de Roger Deakins (Fargo) onde as cores mais quentes representam
o subúrbio, enquanto cores mais claras tomam conta do ambiente rico da trama, dando o tom (sem trocadilhos),
exato que o contexto exige.
O elenco não canta nada mal também. Timberlake mostra mais uma vez que consegue levar um personagem de
maneira bem firme, nem passa pela cabeça pensamentos como: “Ele não é cantor? Por que cargas d’água se
meteu a atuar? ” Já Amanda Seyfried demonstrou que tem uma longa e promissora carreira nos cinemas, a julgar
pelas excelentes cenas desempenhadas aqui em parceria com Timberlake. Também vale citar os satisfatórios
trabalhos de Alex Pettyfer (Fortis), Vincent Kartheiser (Philippe Weis) e Cillian Murphy (Raymond Leo).
Por mais que a principal crítica do filme seja o sistema capitalista, o espectador é levado também a outra reflexão:
De que maneira você tem usado seu tempo? Você dá o seu tempo ou cobra por ele? Qual a significância dele em
sua vida? Se ainda não assistiu, pode considerar colocar o longa em sua Watch List
FICHA TECNICA
Lançamento: 04 de Novembro de 2011
Duração: 101 minutos
Direção: Andrew Niccol
Conta com: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Matt Damon, Cillian Murphy, Alex Pettyfer e Vincent
Kartheiser
Gênero: Ficção Científica, Suspense, Drama, Ação.
NOTA: 7.9

Disponível em: http://retalhoclub.com.br/cinema/resenha-o-preco-do-amanha/


O preço do amanhã – a distopia do tempo
POSTED 2 ANOS AGO BY CANAL DA IMPRENSA

Luciana Ferreira

Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem sua ocasião , já dizia o velho sábio Salomão. Talvez o que não imaginava
nosso mestre das experiências temporais, é que com o avançar do tempo e o advento da tecnologia, a sociedade “evoluiria” de tal
forma que agora o tempo e a ocasião não esperam por ninguém e o tempo perdido não volta mais .O que diria ele observando
uma sociedade onde tempo é dinheiro ?

Sob essa temática de tempo como sistema monetário é que o filme O Preço do Amanhã (2011), dirigido por Andrew Niccol, foi
construído. O longa retrata a distopia de uma sociedade futurística dividida em classes e submersa na busca por riquezas, em que
literalmente “tempo é dinheiro”. É uma ficção científica que conta a história de Will Salas, um jovem da periferia que se revolta
contra os meios autoritários dos quais uma minoria elitizada lança mão para dominar e oprimir a parte marginalizada da
sociedade.

O filme critica o modo como o ser humano se deixou aprisionar pela rotina frenética de velocidade ditada pela tecnologia, onde
se corre contra o tempo a fim de obter dinheiro, poder e a tão sonha imortalidade. E diante desta corrida, as pessoas mais ricas
conseguem organizar seu tempo de forma a dispor de maiores porções(dele) para atividades que lhe dão prazer. Ao passo que a
parte pobre da sociedade trabalha muito, obtendo pouco lucro e, consequentemente, trava contra o tempo uma luta pela
sobrevivência.

É por meio dessa pegada futurística que o autor apresenta uma sociedade moderna fortemente presa ao tempo. Esse elemento tão
caro ao homem continua a ser moeda de troca e se faz mais importante do qualquer outro componente. Prova disso é o preço que
se paga na busca incessante pela imortalidade, objetivando alcançá-la no menor prazo possível. Cada vez mais as pessoas correm
contra o tempo, a fim de obter mais tempo para usufruir a vida.

A revista VEJA , mesmo diante o bombardeio de escândalos políticos envolvendo o Brasil, ainda reservou espaço em seu
periódico para veicular, só nos dois últimos dois anos, mais de uma dezena de matérias relacionando saúde, estética e
tratamentos rápidos para se obter longevidade. As famosas dietas, passadas de geração para geração pelas nossas avós, estão
sendo substituídas por procedimentos estéticos que apresentam o resultado desejado em um curto espaço de tempo.

Em uma reportagem intitulada Otimismo, a VEJA apresentou 20 motivos para se ter otimismo neste século. Dentre eles, estava o
fato de que a sociedade conseguira alavancar a expectativa de vida de 33 anos de idade, na década de 90, para 74 anos,
utilizando métodos como a sequenciação do DNA, onde se paga cerca de mil dólares para descobrir em tempo recorde possíveis
mutações genéticas e tratá-las elevando assim o tempo de vida da pessoa.

A busca pelo corpo perfeito em menos tempo também é apresentada pela VEJA como matéria de capa. Na reportagem A
Revolução dos Músculos tem-se uma série de exercícios rápidos e intensos que estão mudando a rotina das academias. Antes,
além da busca pelo corpo saudável, as pessoas aproveitavam o tempo de exercício físico para conversar com amigos, se distrair.
Atualmente, a velocidade foi inserida nessa busca pelo corpo escultural. Aliou-se ao melhor resultado, a menor quantidade de
horas dispensadas para se alcançar o objetivo desejado.

A busca incessante por tempo, também é apresentada no filme como responsável por ocasionar a segregação social. Desde os
primórdios da história, as civilizações têm sido divididas em classes que as distinguem pela posição que ocupam, pelo poder que
detêm ou de acordo com a riqueza acumulada. A sociedade grega, por exemplo, era fragmentada em eupátridas, demagogos e
metecos e na Idade Média, tínhamos o clero, a nobreza, comerciantes e por fim, camponeses e servos.

A semelhança do que ocorreu em diferentes épocas da história da humanidade, o filme apresenta uma sociedade estratificada,
onde ricos e pobres são separados pela porção de tempo que cada um possui.

Com relação à estratificação social brasileira, em novembro de 2014, o site G1.com divulgou uma matéria que destacava a
fragmentação da sociedade, proposta pela Secretária de Assuntos Estratégicos (SAE) do Governo Federal, que utiliza a renda per
capita para classificar as pessoas. Assim como acontece no filme, na sociedade brasileira, dados do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) mostram que pobres trabalham duas vezes mais que os ricos para manterem suas despesas básicas.
E ainda possuem uma carga tributária de quase 54%, em comparação a classe que está no topo da pirâmide que paga apenas 26%
de impostos. Traduzindo, a classe baixa trabalha mais, paga mais e recebe menos. Trabalha mais e vive menos, no sentido de que
o tempo (de lazer, de saúde, de beleza, de descanso) é imensamente menor que o da elite. Lógica ilógica essa, não!

Mas, após tanto tempo consumido escrevendo sobre a “cultura” de se aproveitar o tempo e correr atrás de mais tempo, voltemos
ao clássico Salomão. Como ele se sentiria imerso em uma sociedade onde não há mais tempo para nada debaixo da terra?

Disponível em: http://www.unasp-ec.com/canaldaimprensa2/index.php/o-preco-do-amanha-a-distopia-do-tempo/


20/08/2013 07h19 - Atualizado em 11/11/2014 16h08

Veja diferenças entre definições de classes


sociais no Brasil
Associação de pesquisa de mercado lançou novo conceito. Critério tem diferenças em
relação ao adotado pelo governo.

Gabriela GasparinDo G1, em São Paulo

Um novo critério para a definição das classes sociais no Brasil será adotado a partir de 2014 pela Associação
Brasileira de Empresas e Pesquisas (Abep), que representa a atividade de pesquisa de mercado, opinião e mídia do
país. O conceito está no livro “Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil”, lançado no último dia 15, e foi
elaborado pelos professores Wagner A. Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (Faculdade de Economia
e Administração da Universidade de São Paulo).
O critério contrasta com o usado pelo Governo Federal, lançado em 2012 pela Secretaria de Assuntos Estratégicos
(SAE). Um dos pontos é que estabelece sete estratos sociais, enquanto o da SAE aponta oito.
A faixa de renda familiar em cada um também varia. No da SAE, por exemplo, a renda familiar do grupo
“extremamente pobre” (a base da pirâmide) é de até R$ 324, enquanto o novo modelo determina uma base com renda
média familiar de R$ 854 (que, por ser média, pode variar um pouco para cima ou para baixo).

O G1 conversou com Mazzon, que apontou as principais diferenças entre os critérios.


GRUPOS DE RENDA DA POPULAÇÃO

Classificação do governo (SAE) Novo critério a ser adotado pela Abep


em 2014

Grupo Renda per Renda familiar Grupo Renda média familiar


capita

Extremamente pobre Até R$ 81 Até R$ 324 1 R$ 854

Pobre, mas não extremamente Até R$ 162 Até R$ 648 2 R$ 1.113


pobre

Vulnerável Até R$ 291 Até R$ 1.164 3 R$ 1.484

Baixa classe média Até R$ 441 Até R$ 1.764 4 R$ 2.674

Média classe média Até R$ 641 Até R$ 2.564 5 R$ 4.681

Alta classe média Até R$ 1.019 Até R$ 4.076 6 R$ 9.897

Baixa classe alta Até 2.480 Até R$ 9.920 7 R$ 17.434


GRUPOS DE RENDA DA POPULAÇÃO

Classificação do governo (SAE) Novo critério a ser adotado pela Abep


em 2014

Alta classe alta Acima de Acima de R$ --


2.480 9.920

Fontes: Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e livro "Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil"

Renda corrente X renda permanente


De acordo com ele, a primeira grande distinção é o conceito de renda corrente, usado pela SAE e no antigo critério
da Abep, e a permanente, usado no novo critério. “A renda permanente é a capacidade que uma família tem de
manter o mesmo padrão de vida por determinado período de tempo, mesmo que mude a renda corrente”, explica. A
renda corrente é aquela que a família tem garantida mensalmente, como salário, aluguel ou a pensão.

O professor explica que mesmo que uma pessoa deixe o emprego, ela pode continuar com o antigo padrão de vida
por um determinado período de tempo, mesmo que a renda corrente seja zero – para isso, ela pode usar, por
exemplo, recursos de um dinheiro guardado na poupança, crédito etc. “Eu consigo viver mantendo o meu padrão
[por um determinado período], mas a renda corrente caiu para zero. Se esta pessoa fosse medida pelo outro critério,
ela saiu da linha”, afirma.
Renda corrente declarada X renda comprovada
Mazzon explica que o novo critério usa dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que é mais criteriosa do
ponto de vista de comprovação de renda. Na prática, isso significa que quando o pesquisador entrevista as pessoas,
ele exige uma comprovação de que o entrevistado de fato recebe o que falou. “As pessoas, mesmo honestas, dão um
conceito muito limitado [da renda]. Nós usamos a renda comprovada. O pesquisador fala: ‘Me mostra o holerite para
ver o quanto está ganhando’”, explica.
De acordo com o professor, a SAE utiliza a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para seus padrões,
que não exige a comprovação e se vale apenas da declaração do entrevistado. “A Abep atualmente usa a renda
corrente declarada também”, diz.

Regionalização e composição familiar


Uma terceira distinção destacada pelo professor é a regionalização das famílias. “A SAE tem oito estratos
socioeconômicos, a renda corrente é igual tanto para quem mora em São Paulo quanto para uma família que mora na
beira do Rio Amazonas. Só que o poder aquisitivo de quem tem R$ 300 de renda per capita (por pessoa) é diferente
nos dois lugares”.

Mazzon cita ainda que o novo critério leva em conta a composição familiar, porque a mesma renda permanente em
um domicílio permite padrões de vida diferentes de acordo com a quantidade de pessoas que vivem no local. Com a
mesma renda, dois adultos conseguem manter um padrão de vida mais elevado do que um domicílio com três
adultos e duas crianças.

“Se você combina as duas coisas, de um lado a variável que é a região demográfica e tipo de domicílio e de outro a
composição familiar, eu faço correção da renda entre duas características e uma pessoa que em São Paulo estaria no
estrato três, de repente, ela vai estar classificada como estrato dois no interior do Piauí", explica.

Segundo o pesquisador da USP, os novos critérios são mais precisos do que os usados anteriormente pela associação
e dão subsídios às empresas na realização de campanhas de marketing e decisões estratégicas que dependem de
análise de potencial de mercado. “Claro que serve para política pública, não há a menor dúvida que pode ser usado
também na área de marketing social.”

O professor afirma ainda que a definição criteriosa de classes sociais no Brasil é importante por uma questão de
justiça social. “As classes que nos quereremos mostrar têm perfis diferentes. Quando eu falo em perfil estou falando
de um padrão de vida como um todo. Se a gente quiser uma sociedade menos desigual, a gente teria que reduzir
distâncias entre classes socioeconômicas”, avalia.

Disponível em: http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2013/08/veja-diferencas-entre-


conceitos-que-definem-classes-sociais-no-brasil.html

Acesso em: 13.10.2017.

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