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XXIV EXAME DE ORDEM

COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DE 1 ª FASE

PROVA VERDE TIPO 2

DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PROFESSORA RAQUEL BUENO

DIREITO CIVIL

QUESTÃO 36 GABARITO D
Laurentino constituiu servidão de vista no registro competente, em favor de Januário, assumindo o compromisso de não
realizar qualquer ato ou construção que embarace a paisagem de que Januário desfruta em sua janela. Após o falecimento
de Laurentino, seu filho Lucrécio decide construir mais dois pavimentos na casa para ali passar a habitar com sua esposa.
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.

A) Januário não pode ajuizar uma ação possessória, eis que a servidão é não aparente.
B) Diante do falecimento de Laurentino, a servidão que havia sido instituída automaticamente se extinguiu.
C) A servidão de vista pode ser considerada aparente quando houver algum tipo de aviso sobre sua existência.
D) Januário pode ajuizar uma ação possessória, provando a existência da servidão com base no título.

COMENTÁRIO - A servidão é um direito real sobre coisa alheia que incide somente sobre bens imóveis e sua constituição
exige o respectivo registro no cartório de imóveis competente, gerando oponibilidade erga omnes. Além disso, na servidão
há o imóvel serviente (o de Laurentino) e o dominante (o de Januário). Dentre as classificações possíveis, a servidão pode
ser aparente ou não aparente. A servidão de vista (de não construir acima de determinada altura) é classificada como não
aparente. Caso tal direito seja constituído sem prazo, entende-se perpétuo, não se extinguindo com a morte dos sujeitos
de origem. No caso específico, diante da conduta do herdeiro em desacordo com o direito de servidão instituído,
plenamente cabível a respectiva ação possessória.

Código Civil - Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio
serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários,
ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da
servidão.
Extinção das servidões: artigos 1387-1389 do Código Civil.

QUESTÃO 37 – GABARITO D
Lúcia, sem ascendentes e sem descendentes, faleceu solteira e não deixou testamento. O pai de Lúcia tinha dois irmãos,
que tiveram, cada qual, dois filhos, sendo, portanto, primos dela. Quando do falecimento de Lúcia, seus tios já haviam
morrido. Ela deixou ainda um sobrinho, filho de seu único irmão, que também falecera antes dela. Sobre a sucessão de
Lúcia, de acordo com os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A) O sobrinho concorre com o tio na sucessão de Lúcia, partilhando-se por cabeça.
B) O sobrinho representará seu pai, pré-morto, na sucessão de Lúcia.
C) O filho do tio pré-morto será chamado à sucessão por direito de representação.
D) O sobrinho é o único herdeiro chamado à sucessão e herda por direito próprio.

COMENTÁRIO - Na ordem de vocação hereditária legítima, segue-se o artigo 1829 do Código Civil, com a seguinte regra
de ouro: os mais próximos excluem os mais remotos. Assim, entre sobrinhos e primos, a herança é concedida aos colaterais
de terceiro grau.

Código Civil - Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário
nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido
no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo
único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de
representação concedido aos filhos de irmãos.

Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.

QUESTÃO 40 – GABARITO C
Quincas adentra terreno vazio e, de forma pública, passa a construir ali a sua moradia. Após o exercício ininterrupto da
posse por 17 (dezessete) anos, pleiteia judicialmente o reconhecimento da propriedade do bem pela usucapião. Durante
o processo, constatou-se que o imóvel estava hipotecado em favor de Jovelino, para o pagamento de numerários devidos
por Adib, proprietário do imóvel. Com base nos fatos apresentados, assinale a afirmativa correta.
(A) A hipoteca existente em benefício de Jovelino prevalece sobre eventual direito de Quincas, tendo em vista o
princípio da prioridade no registro.
(B) A hipoteca é um impeditivo para o reconhecimento da usucapião, tendo em vista a função social do crédito
garantido. (C) Como a usucapião é modo originário de aquisição da propriedade, a hipoteca não é capaz de
impedir a sua consumação.
(D) Quincas pode adquirir, pela usucapião, o imóvel em questão, porém ficará com o ônus de quitar o débito que
a hipoteca garantia.

COMENTÁRIO – O imóvel hipotecado pode ser objeto de usucapião, forma originária de aquisição da propriedade de bem
imóvel, móvel, e de outros direitos reais que admitam a prescrição aquisitiva, a exemplo do direito real de servidão. Para
usucapir, há a necessidade de preencher requisitos essenciais (posse ad usucapionem, mansa ou pacífica, contínua ou
duradoura, animus domini, coisa hábil, prazo legal e ação declaratória de usucapião/usucapião extrajudicial) e requisitos
complementares/especiais que variam conforme a espécie de usucapião. O bem hipotecado, ou seja, dado em garantia,
pode ser perfeitamente usucapido, se preenchidos os requisitos exigidos por lei, não estando o usucapiente obrigado ao
pagamento da dívida hipotecária, diante do fato da aquisição ser originária.

QUESTÃO 41 – GABARITO B
João e Carla foram casados por cinco anos, mas, com o passar dos anos, o casamento se desgastou e eles se divorciaram.
As três filhas do casal, menores impúberes, ficaram sob a guarda exclusiva da mãe, que trabalha em uma escola como
professora, mas que está com os salários atrasados há quatro meses, sem previsão de recebimento. João vinha
contribuindo para o sustento das crianças, mas, estranhamente, deixou de fazê-lo no último mês. Carla, ao procurá-lo, foi
informada pelos pais de João que ele sofreu um atropelamento e está em estado grave na UTI do Hospital Boa Sorte.
Como João é autônomo, não pode contribuir, justificadamente, com o sustento das filhas. Sobre a possibilidade de os avós
participarem do sustento das crianças, assinale a afirmativa correta.
A) Em razão do divórcio, os sogros de Carla são ex-sogros, não são mais parentes, não podendo ser compelidos
judicialmente a contribuir com o pagamento de alimentos para o sustento das netas.
B) As filhas podem requerer alimentos avoengos, se comprovada a impossibilidade de Carla e de João
garantirem o sustento das filhas.
C) Os alimentos avoengos não podem ser requeridos, porque os avós só podem ser réus em ação de alimentos no
caso de falecimento dos responsáveis pelo sustento das filhas.
D) Carla não pode representar as filhas em ação de alimentos avoengos, porque apenas os genitores são
responsáveis pelo sustento dos filhos.

COMENTÁRIO – A obrigação alimentar avoenga é subsidiária, complementar e incide quando os reais responsáveis pelo
pagamento dos alimentos (devedores principais) não possuem condições ou a contribuição se mostrar insuficiente às
necessidades da prole. Nesse sentido, seguem alguns precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ALIMENTOS. OBRIGAÇÃO DO AVÔ


PATERNO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA E COMPLEMENTAR. NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO
DOS MEIOS PROCESSUAIS PARA LOCALIZAÇÃO DO GENITOR. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A obrigação dos
avós de prestar alimentos aos netos é subsidiária e complementar, tornando imperiosa a demonstração
da inviabilidade de prestar alimentos pelos pais, mediante o esgotamento dos meios processuais
necessários à coerção do genitor para o cumprimento da obrigação alimentar, inclusive por meio da
decretação da sua prisão civil, prevista no art. 733 do CPC, para só então ser possível o
redirecionamento da demanda aos avós. 2. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 740.032/BA,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/09/2017, DJe 02/10/2017)
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ALIMENTOS. AVÔ PATERNO. OBRIGAÇÃO DE NATUREZA
COMPLEMENTAR. COMPROVAÇÃO DE QUE A GENITORA E O ESPÓLIO DO GENITOR ESTÃO
IMPOSSIBILITADOS DE ARCAREM COM A PRESTAÇÃO ALIMENTAR. NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO
PROVIDO. 1. A obrigação dos avós de prestar alimentos tem natureza complementar e somente exsurge
se ficar demonstrada a impossibilidade de os dois genitores proverem os alimentos dos filhos, ou de os
proverem de forma suficiente. Precedentes. 2. No julgamento do REsp 1.354.693/SP, ficou decidido que
o espólio somente deve alimentos na hipótese em que o alimentado é também herdeiro, mantendo-se
a obrigação enquanto perdurar o inventário. 3. Nesse contexto, não tendo ficado demonstrada a
impossibilidade ou a insuficiência do cumprimento da obrigação alimentar pela mãe, como também
pelo espólio do pai falecido, não há como reconhecer a obrigação do avô de prestar alimentos. 4. O
falecimento do pai do alimentante não implica a automática transmissão do dever alimentar aos avós.
5. Recurso especial provido. (REsp 1249133/SC, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Rel. p/
Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 16/06/2016, DJe 02/08/2016).

PROCESSO CIVIL
QUESTÃO 53 – GABARITO B
Leilane, autora da ação de indenização por danos morais, proposta em face de Carlindo na 5ª Vara Cível da comarca da
capital, informou, em sua petição inicial, que não possuía interesse na audiência de conciliação prevista no Art. 334 do
CPC/15. Mesmo assim, o magistrado marcou a audiência de conciliação e ordenou a citação do réu. O réu, regularmente
citado, manifestou interesse na realização da referida audiência, na qual apenas o réu compareceu. O juiz, então, aplicou
à autora a multa de 2% sobre o valor da causa. Sobre o procedimento do magistrado, a partir do caso apresentado, assinale
a afirmativa correta.
A) O magistrado não deveria ter marcado a audiência de conciliação, já que a autora informou, em sua petição
inicial, que não possuía interesse.
B) O magistrado agiu corretamente, tendo em vista que a conduta da autora se caracteriza como um ato
atentatório à dignidade da justiça.
C) O magistrado deveria ter declarado o processo extinto sem resolução do mérito, e a multa não possui
fundamento legal.
D) A manifestação de interesse do réu na realização da referida audiência pode ser feita em até 72 horas antes da
sua realização.

COMENTÁRIO – A questão tem como fundamento legal o artigo 334 do CPC vigente, conforme os fragmentos abaixo
reproduzidos:

CPC - Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de
antecedência. (...)

§ 4o A audiência não será realizada:

I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; (...)


§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.

QUESTÃO 55 – GABARITO B
Marcos se envolveu em um acidente, abalroando a motocicleta de Bruno, em razão de não ter visto que a pista estava
interditada. Bruno ajuizou, em face de Marcos, ação de indenização por danos materiais, visando receber os valores
necessários ao conserto de sua motocicleta. Marcos, ao receber a citação da ação, entendeu que a responsabilidade de
pagamento era da Seguradora Confiança, em virtude de contrato de seguro que havia pactuado para seu veículo, antes
do acidente. Diante de tal situação, assinale a afirmativa correta.
A) Marcos pode promover oposição em face de Bruno e da seguradora.
B) (Marcos pode promover denunciação da lide à seguradora.
C) Marcos pode pedir a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica em face da
seguradora.
D) Marcos pode promover o chamamento ao processo da seguradora.

COMENTÁRIO – A questão é simples e envolve o tema intervenção de terceiros, mais precisamente, a denunciação da lide
do segurado (denunciante) em face da seguradora (denunciada), cabendo ao réu, caso queira, invocar tal espécie de
intervenção de terceiro na peça contestatória. Nesse sentido, segue o dispositivo legal pertinente:

CPC - Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: (...)

II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de
quem for vencido no processo.

QUESTÃO 56 – GABARITO B
O Supermercado “X” firmou contrato com a pessoa jurídica “Excelência” – sociedade empresária de renome - para que
esta lhe prestasse assessoria estratégica e planejamento empresarial no processo de expansão de suas unidades por todo
o país. Diante da discussão quanto ao cumprimento da prestação acordada, uma vez que o supermercado entendeu que
o serviço fora prestado de forma deficiente, as partes se socorreram da arbitragem, em razão de expressa previsão do
meio de solução de conflitos trazida no contrato. Na arbitragem, restou decidido que assistia razão ao supermercado,
sendo a sociedade empresária “Excelência” condenada ao pagamento de indenização, além de multa de 30%.
Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
A) Por se tratar de um título executivo extrajudicial, deve ser instaurado um processo de execução.
B) Por se tratar de um título executivo judicial, será promovido segundo as regras do cumprimento de sentença.
C) A sentença arbitral só poderá ser executada junto ao Poder Judiciário após ser confirmada em processo de
conhecimento, quando adquire força de título executivo judicial.
D) A sentença arbitral será executada segundo as regras do cumprimento de sentença, tendo em vista seu caráter
de título executivo extrajudicial.

COMENTÁRIO – A sentença arbitral é título executivo judicial (CPC, artigo 515, inciso VII), que produz efeitos
independentemente de homologação judicial (Lei de Arbitragem – Lei 9307/96, artigos 18 e 31). Como se trata de título
executivo judicial submete-se à execução no modelo de cumprimento de sentença, conforme preceitua o artigo 515, §1º,
do CPC/15, in verbis:
“(...) § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da
sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.”

QUESTÃO 57 – GABARITO C
Arthur ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter reparação por
danos materiais, em razão de falha na prestação de serviços pela sociedade empresária Consultex. A sentença de
improcedência dos pedidos iniciais foi publicada, mas não apreciou juridicamente um argumento relevante suscitado na
inicial, desconsiderando, em sua fundamentação, importante prova do nexo de causalidade. Arthur pretende opor
embargos de declaração para ver sanada tal omissão. Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta.
A) Arthur poderá opor embargos de declaração, suspendendo o prazo para interposição de recurso para a Turma
Recursal. B) Os embargos não interrompem ou suspendem o prazo para interposição de recurso para a Turma
Recursal, de modo que Arthur deverá optar entre os embargos ou o recurso, sob pena de preclusão.
C) Eventuais embargos de declaração interpostos por Arthur interromperão o prazo para interposição de
recurso para a Turma Recursal.
D) Arthur não deverá interpor embargos de declaração pois estes não são cabíveis no âmbito de Juizados Especiais.

COMENTÁRIO – A questão traz uma novidade do CPC que alterou a lei 9.099/95, ao estabelecer que também no âmbito
dos Juizados Especiais, o recurso de embargos de declaração interrompe o prazo de recurso para a turma recursal,
conforme o artigo 1065 do novo CPC, ora reproduzido:

CPC - Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte
redação: (Vigência)

“Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.” (NR)

Prof.ª Raquel Bueno – Direito Civil e Processo Civil

Formada em Direito pela Universidade Católica de Brasília, Especialista em Direito Civil e


Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes-RJ, Mestranda em Direito na
Universidade Católica de Brasília, professora de Direito Civil da graduação da
Universidade Católica de Brasília e IESB, da pós graduação em Direito Civil da
UniEvangélica de Anápolis-GO e professora de Direito Civil e Processo Civil do Gran
Cursos Online. Advogada.

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