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Um dos fenômenos mais marcantes do período entre guerras, foi a ascensão do fascismo, uma tendência política que
ganhou maior projeção na Itália, com Mussoline, e na Alemanha, com Hitler.
Houve na verdade, uma escalada de ditaduras que envolveram vários países europeus e, atravessando o oceano Atlântico,
atingiu até o Brasil, com a implantação do Estado Novo (1937 a 1945).
O impressionante nisso tudo é que as lembranças da guerra ainda estavam vivas. O mundo ainda comemorava a vitória das
democracias liberais na Primeira Guerra Mundial, e, em paralelo, caminhava para o autoritarismo. Pior ainda, caminhava para
outra guerra.
É verdade! Após a Primeira Guerra Mundial, parecia que, à exceção da URSS, cujo modelo stanilista também era
autoritário, a “revolução democrática” vencera. O mapa político da Europa mudara substancialmente: desapareceram as dinastias
dos Habsburgo, dos Hohenzollen, dos Ramanov e dos sultões otomanos. Em 1914, havia, 17 monarquias e 3 repúblicas. Agora, na
Europa de 1919, encontravam-se 13 repúblicas e 13 monarquias, com perfis mais liberais.
O que aconteceu para que o fenômeno democrático demonstrasse possuir um fôlego tão curto?
Aconteceu o inevitável: o capitalismo mergulhou em novas crises, aumentando as contradições sociais e, como era de se
esperar, levando a busca desesperada por soluções rápidas. O Fascismo propôs-se exatamente a superar as crises capitalistas de
forma rápida e eficiente.
Toda a crise gera uma situação de inconformismo e de busca de soluções. O inconformismo na Rússia e nas repúblicas
vizinhas resultou numa revolução socialista. Mas os grupos sociais descontentes nem sempre seguem os caminhos da esquerda.
Muitas vezes os caminhos da direita, apresentam-se como os mais atraentes.
Examinaremos, agora, exatamente, um desses caminhos. Ao olharem para a estrada da história, alguns grupos descontentes,
viram sinalizando o caminho fascista, e por ele se aventuraram.
Fascismo italiano
A participação da Itália na Primeira Guerra Mundial encerrou-se - em 1918 com um saldo de 500.000 mortos, 700.000
feridos e uma dívida externa de 4 bilhões,de dólares. Ela lutou ao lado dos vencedores mas saiu ferida e insatisfeita com os
resultados dos tratados pós - guerra.
Em 1919, a Conferência de Versalhes recusou-se a atender as reivindicações territoriais da Itália, negando-lhe a anexação
da costa da Dalmácia.
A democracia italiana saiu da guerra "vencida no campo dos vencedores" e às voltas com uma crise de grandes proporções:
• Crise econômica - A inflação, a alta dos preços e a queda da produção industrial atingiram o país nos
primeiros anos do pós - guerra.
• Crise social - A queda dos salários e o aumento vertiginoso do desemprego, com a desmobilização de milhões
de soldados, foram seguidos de uma sucessão de greves que culminaram, em 1920, com a paralisação de 600.000 operários.
• Crise política - A democracia parlamentar enfraqueceu-se com a queda de inúmeros gabinetes, que não
conseguiram conter o agravamento dos problemas sociais e econômicos que abalavam o país.
Em 1919, em meio à crise do pós - guerra, Benito Mussolini fundou o Partido Fascista. O fascismo declarava-se adversário
tanto do comunismo quanto da democracia liberal e defendia a restauração da ordem por meio de implantação de um Estado forte
e centralizado.
O programa fascista encontrou apoio entre liberais e conservadores (burguesia, latifundiários, camadas médias e
desempregados) atingidos pela crise e temerosos face ao crescimento do socialismo e do comunismo.
Em 1922, respaldados por esses setores sociais, os fascistas realizaram a célebre Marcha sobre Roma (uma grande
manifestação popular) que resultou na queda do governo. A convite do rei Vitor Emanuel II, Mussolini formou um novo governo,
iniciando na Itália a era do fascismo.
Você prestou bem atenção no que acabou de ler? o fascismo chegou ao poder usando os caminhos normais oferecidos por
uma sociedade liberal: eleições, Parlamentos, etc. Em outras palavras, eles não tomaram o poder, chegaram lá com o
consentimento do povo. Impressionante, não é mesmo?
Em 1924, utilizando-se de fraudes e manipulações, os fascistas obtiveram 65% dos votos nas eleições e conseguiram fazer
a maioria no Parlamento italiano. Nesse ano, o assassinato do deputado socialista Matteotti, após violento discurso denunciando
fraudes eleitorais, mergulhou o país numa grande crise política e abriu caminho para a implantação definitiva da ditadura.
Em 1925, o Parlamento italiano, dominado pelos fascistas, concedeu plenos poderes a Mussolini, que promulgou leis de
exceção. Os partidos de oposição foram dissolvidos, os sindicatos foram interditados e estabeleceu-se censura à imprensa. Em
1926, a democracia liberal foi sepultada. Em seu lugar ergueu-se o totalitarismo fascista.
Após chegarem ao poder pelos caminhos da ordem liberal, os fascistas manipularam os instrumentos do poder e, através de
golpes e manobras políticas, desestabilizaram a democracia liberal.
• totalitarismo, segundo o qual os interesses do indivíduo estão totalmente subordinados aos interesses do Estado;
• nacionalismo, segundo o qual a nação representa a forma suprema de desenvolvimento e organização das sociedades: os
interesses das nações encontram-se em conflito permanente;
• militarismo, para qual a expansão é uma necessidade inerente à vida das nações e seu instrumento é a guerra, que fortalece os
indivíduos e regenera os povos.
A política externa do fascismo estava voltada para o estabelecimento da hegemonia da Itália no Mediterrâneo e para a
expansão colonial no continente africano. Entre suas principais realizações podem ser destacados o(a):
• Tratado de Latrão, firmado em 1925 por Mussolini e Pio IX e que solucionou a Questão Romana, cujas origens estavam na
unificação italiana em 1870. É bom lembrar que este tratado criou o Estado do Vaticano.
• conquista da Abissínia, Estado africano invadido e ocupado em 1935 pelo exército italiano;
• ocupação da Albânia, realizada através de ação militar do exército italiano no ano de 1938.
• A "política de agressão" do imperialismo fascista voltada para a restauração do antigo Império Romano, acabou se
transformando num dos fatores de eclosão da Segunda Guerra Mundial.
• o racismo: a superioridade e a pureza da raça ariana, representada pelos alemães, destinada a dominar as raças "inferiores"
(judeus, eslavos, etc... );
• o totalitarismo: a destruição das instituições representativas da democracia liberal e a completa subordinação do indivíduo ao
Estado;
• o nacionalismo: o repúdio ao Tratado de Versalhes e restauração do poderio da nação alemã;
• o anticomunismo: a destruição do regime bolchevique da União Soviética era, segundo Hitler, uma missão que lhe fora
destinada pela "Providência" .
• o expansionismo: a conquista do "espaço vital" necessário ao desenvolvimento do povo alemão por meio da expansão pelos
territórios do leste da Europa.
O processo de expansão do imperialismo alemão, baseado na "política de agressão" a outros países, desenvolveu-se através
de várias etapas:
• em 1935, Hitler deu início ao rearmamento alemão e restabeleceu o serviço militar obrigatório;
• em 1936, ordenou a recuperação militar da Renânia, assinou com o Japão o Pacto Antikomintern, estabeleceu com a Itália o
Eixo Roma Berlim e interveio na Guerra Civil Espanhola;
• em 1938 realizou anexação da Áustria, (Sudetos) e estabeleceu um protetorado alemão na Boêmia-Morávia;
• em 1939 concluiu com a União Soviética o Pacto da Não-agressão e realizou logo depois a invasão da Polônia; esse último
acontecimento transformou-se na causa imediata que deflagrou a Segunda Guerra Mundial.