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O QUE É PARASITO:
-Parasito é um ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte (hospedeiro), sempre
dependendo deste para seu abrigo, alimentação e reprodução.
Parasito organismo agressor
Hospedeiro organismo agredido
-Normalmente, parasito e hospedeiro vivem em equilíbrio uma vez que a doença no hospedeiro irá
comprometer a sobrevivência do parasito. Entretanto, condições adversas podem ocorrer, principalmente no
que diz respeito à sanidade ambiental, fazendo com que este equilíbrio da relação parasito-hospedeiro seja
comprometido e conseqüentemente com que a doença clínica ocorra.
*NICHO ECOLÓGICO – espaço onde vivem os organismos, incluindo os alimentos que utilizam, as atividades que
desenvolvem, suas relações com outros seres, seus hábitos e maneiras de reagirem às condições ambientais. Em
cada nicho encontramos apenas uma espécie, mas o mesmo nicho pode ser ocupado em lugares diferentes por
espécies diferentes. Ex: Na Europa o Ancylostoma duodenale é parasito do intestino delgado do homem (nicho).
No Brasil este mesmo nicho é ocupado pela espécie Ancylostoma brasiliensis.
*PARASITISMO - Associação entre seres vivos, onde existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos
associados prejudicado pela associação.
*PARASITO ACIDENTAL - É o que parasita hospedeiro Diferente do habitual. Ex: Dipylidium caninum parasitando
crianças.
*PARASITO FACULTATIVO - É o que pode viver parasitando ou não outro hospedeiro. Ex: larvas de
Sarcophagidae.
*PARASITO OBRIGATÓRIO- É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Ex: Toxoplasma gondii.
*PATOGENIA OU PATOGÊNESE - Mecanismo pelo qual o agente infeccioso provoca as lesões no hospedeiro. Ex:
A maioria dos helmintos provoca lesões nos locais em que se fixam no aparelho digestivo.
*PATOGENICIDADE - É a habilidade do agente infeccioso em provocar lesões.
*PATOGNOMÔNICO - Sinal ou sintoma característico de uma doença. Ex: o sinal de Romanã é típico da doença
de Chagas.
*PERÍODO DE INCUBAÇÃO - É o período decorrente entre o início da infecção e o aparecimento dos primeiros
sinais clínicos.
*PERÍODO PRÉ-PATENTE - É o período que decorre entre a infecção e o aparecimento das primeiras formas
detectáveis do agente infeccioso. Ex: No Schistosoma. mansoni o período entre a penetração da cercária até o
aparecimento de ovos nas fezes é de 43 dias.
*PROFILAXIA - É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle das doenças ou fatores
prejudiciais aos seres vivos.
*RESERVATÓRIO - São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive
e se multiplica o agente infeccioso.
*SINANTROPIA - É a habilidade de certos animais silvestres (mamíferos, aves e insetos) de freqüentar habitações
humanas, normalmente resultante de uma alteração ou destruição do habitat natural desses animais
(desmatamento, queimadas, etc...).
*VETOR - É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros.
Vetor Mecânico - quando o parasito não se multiplica e nem se desenvolve no vetor, este
simplesmente servindo de transporte.
Vetor Biológico - quando o parasito se multiplica ou se desenvolve no vetor.
ZOONOSE - Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e o homem.
Zooantroponose - doença primária do homem que pode ser transmitida aos animais. Ex:
Equistossomose no Brasil.
Antropozoonose - doença primária de animais e que pode ser transmitida ao homem. Ex: Brucelose
ORIGEM DO PARASITISMO:
-Os seres vivos na natureza apresentam grande inter-relacionamento que varia desde uma colaboração mútua
(simbiose) até o parasitismo e canibalismo.
Evolução
Biológicas
-Alta capacidade reprodutiva. Ex: produção de grande quantidade de ovos.
-Tipos diversos de reprodução = Hermafroditismo, partenogênese, polienbrionia.
-Resistência à agressão do hospedeiro: Ex: produção de enzimas neutralizantes.
-Tropismos: facilitam a propagação, reprodução ou sobrevivência do parasito.
PARASITISMO
-Tipo de associação entre seres vivos de espécies diferentes, onde existe unilateralidade de benefícios, ou seja,
o hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este.
Tendência ao equilíbrio
-Doença parasitária é um acidente que ocorre devido a um desequilíbrio entre o parasito e o hospedeiro”.
Nº. Formas infectantes
O grau de intensidade da
Patogenicidade do parasita
doença
Condições físicas do hospedeiro
Resposta imune do hospedeiro
Quando a espécie possuir um subgênero, este virá interposto entre o gênero e a espécie, separado por
parênteses.
Ex: Anopheles (Kerteszia) cruzi
As categorias tribo, subfamília, família e superfamília são escritas baseadas no gênero-tipo e acrescentando-
se uma desinência própria.
Ex: Gênero-tipo: Culex
Tribo - acrescenta-se ini - Culicini
Subfamília - acrescenta-se inae - Culicinae
Família - acrescenta-se idae - Culicidae
Quando vai se descrever uma espécie, seu nome deve ser simples e elucidativo.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO FILO PLATYHELMINTHES
-Possui ventosas para a fixação aos tecidos dos hospedeiros, indicando uma adaptação à vida parasitária.
*Cestódeos rostelo (auxilia a fixação)
Trematoda Cestoda
REVESTIMENTO EXTERNO:
-Resistente à ação da Tripsina e está associado à
respiração e à absorção de substâncias nutritivas.
-O revestimento é formado por duas principais
camadas:
•Região citoplasmática distal (anucleada).
•Região citoplasmática perinuclear.
SISTEMA DIGESTIVO:
-Pouco desenvolvido.
-Constituído normalmente por boca, faringe,
esôfago e dois cecos.
-Em geral não possui ânus.
SISTEMA EXCRETOR:
-Sistema excretor é constituído por células excretoras (células em flama ou solenócitos), dois tubos excretores e
uma vesícula excretora que se comunica com o exterior por meio do poro excretor.
ÓRGÃOS DE FIXAÇÃO:
SISTEMA VASCULAR:
-Constituído por dois ou mais tubos longitudinais de cada lado e por vários capilares (transporte dos nutrientes).
SISTEMA NERVOSO:
-Sistema primitivo composto por dois gânglios cerebrais e um plexo submuscular.
SISTEMA REPRODUTIVO:
-Com raras exceções são Hermafroditas, sendo os órgãos reprodutivos os mais desenvolvidos.
-Sistema Reprodutivo Masculino: constituído de testículos, canais eferentes, canal deferente, vesícula seminal,
canal ejaculador, pênis ou cirro, glândulas prostáticas e bolsa de cirro.
-Sistema Reprodutivo Feminino: constituído de ovário, oviduto, receptáculo seminal (acúmulo de espermatozóides
que sobem pelo útero), oótipo (parte modificada do oviduto onde os óvulos tomam forma definida), útero e
glândulas anexas (glândula de Menhlis e glândulas vitelínicas). A fertilização irá ocorrer no oótipo ou nas suas
proximidades.
CICLO BIOLÓGICO:
-Enquanto um ovo de nematóide pode desenvolver-se apenas em 1 (um) adulto, um ovo de trematóide pode dar
origem a centenas de adultos.
-Trematódeos monogenéticos = ciclo direto sem HI.
-Trematódeos digenéticos = ciclo indireto c/ alternância de hospedeiro e de processo de multiplicação
-Nos Hospedeiro Intermediário, os parasitas em suas formas larvárias, se multiplicam assexuadamente.
*Quando existe apenas 1, este normalmente é representado por um molusco.
*Mais HI 1o é um molusco e o 2o outro molusco, um artrópode ou um vertebrado.
-O Hospedeiro Definitivo geralmente é um vertebrado no qual se dá o processo sexual de formação dos ovos.
-Principais formas evolutivas:
*Ovo: Constituído por uma célula ovariana fecundada e por várias células vitelínicas. São eliminados juntos
com as fezes, urina ou secreções brônquicas dos HD. Os ovos após eclodirem, dão origem a larvas ciliadas
denominadas miracídios.
*Miracídio: É a primeira forma evolutiva após a eclosão dos ovos, correspondendo a uma larva primária
ciliada. Apresenta normalmente o corpo em forma de pêra ou cilíndrico, sendo coberto de placas epidérmicas
variadas. É provido de glândulas de penetração que secretam enzimas próprias. Após a eclosão dos ovos na
água, o miracídio irá se locomover através do batimento dos cílios, à procura de um HI (molusco) onde irá
iniciar sua próxima fase de desenvolvimento. Ao penetrar no HI, o miracídio perde o epitélio ciliado, as
glândulas de penetração e se transforma em um corpo alongado, denominado esporocisto-mãe.
*Esporocisto-mãe: Contém várias células germinativas que se multiplicam por mitose, formando bolsas
germinativas. Através de substâncias nutritivas provenientes do HI, as bolsas germinativas aumentam de
tamanho dando origem a uma segunda geração de esporocistos (esporocistos-filho) ou a uma próxima geração
de larvas, denominadas rédias. No ciclo de algumas espécies, os esporocistos originam diretamente as
cercárias, sem ocorrência da fase de rédia, como é o caso de parasitas que utilizam apenas um HI.
*Rédias: Caracterizam-se por se apresentarem como uma estrutura alongada, com 2 ou 4 projeções em forma
de broto. Da mesma forma que os esporocistos, possuem células e bolsas germinativas que irão se
desenvolver em uma segunda geração de rédias (rédias-filhas) ou em uma próxima geração de larvas,
denominadas cercárias.
*Cercárias: Morfologicamente possuem corpo, cauda e uma ou duas ventosas. Após completado o
desenvolvimento, as cercárias podem seguir os seguintes caminhos:
. As cercárias saem do corpo do HI diretamente para a água, onde nadam ativamente até encontrarem o HD.
A penetração direta no HD ocorre através da pele.
. As cercárias abandonam o HI e penetram em um segundo HI (HI) ou em plantas, onde irão se encistar
dando origem a uma forma vegetativa denominada metacercárias.
-A contaminação do HD irá ocorrer, desta forma, pela penetração direta da cercária através da pele ou pela
ingestão de HI ou plantas contendo a Metacercária.
-No corpo do HD as cercárias perdem a cauda e as glândulas de penetração, atingem a circulação sanguínea e
migram até os sítios de fixação, onde alcançam a maturidade sexual e iniciam a produção de ovos.
Ovo
Cercária
Miracídioo
CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA:
(1) Filo Platyelminthes
(2) Classe Trematoda
(3) Ordem Prosostomata
(4) Família Fasciolidae
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Trematódeo parasita de canais biliares de ovinos, caprinos, suínos e outros animais, inclusive silvestres.
Acidentalmente, parasita o homem. As formas imaturas são encontradas no fígado e na cavidade peritoneal.
-Além de ser um problema de saúde pública, pois pode acometer o homem, a Fasciolose é responsável por
consideráveis prejuízos na economia nacional:
* Índice de Mortalidade
* Produtividade dos animais doentes ( Taxa de crescimento, produção de leite, produção de lã).
*Condenação de vísceras (fígados) durante a inspeção nos matadouros.
*Gastos com medidas de controle e com o tratamento dos animais acometidos.
-A Fasciola hepatica é encontrada em quase todos os países do mundo, particularmente em zonas alagadiças e
sujeitas a inundações, onde existe o hospedeiro intermediário.
-É uma doença comum em muitas áreas do RS, SC e PR e em algumas áreas de SP e RJ. Em MG, já foram verificados
focos desta parasitose principalmente na região Sul. Além disso, a Fasciolose encontra-se em expansão pelo
território brasileiro. O aparecimento de casos de Fasciolose em áreas anteriormente livres está principalmente
ligado ao baixo controle de trânsito animal, ao aumento do número de animais susceptíveis devido à intensificação
da pecuária e à presença do Hospedeiro intermediário (Caramujo das espécies Lymnaea columela e L. cubensis).
Essas situações ocorrem com crescente prevalência em algumas áreas de Minas Gerais.
-Em regiões endêmicas a prevalência de Fasciolose nos animais é superior a 40%, podendo chegar a 100%.
MORFOLOGIA:
O PARASITO:
-Verme adulto mede 20 a 30 mm de comprimento por 13 mm de largura. É hermafrodita.
-Corpo achatado em forma de folha, de coloração vermelho castanha e c/ tegumento coberto por espinhos.
-São hermafroditas, possuindo testículos e ovários ramificados. As glândulas vitelogênicas ocupam os campos
laterais e posterior do corpo. Úteros e ovários anteriores aos testículos. O poro genital localiza-se na linha mediana
longitudinal, entre o acetábulo e a bifurcação do esôfago.
-Possui faringe desenvolvida, esôfago curto e ceco longo e ramificado.
-Como característica específica, possui cone cefálico caracterizado por uma projeção cônica anterior.
-Os ovos são operculados e castanhos.
CICLO BIOLÓGICO:
-Os parasitas adultos localizam-se nos canais biliares dos Hospedeiros Definitivos onde irão produzir ovos => Os
ovos são expulsos junto com as fezes porém só se desenvolvem quando em contato com a água. Após 15 dias,
estando a temperatura, luminosidade e umidade favoráveis, os ovos irão eclodir liberando na água, a larva do
tipo Miracídio. => O miracídio irá penetrar ativamente na pele do Hospedeiro Intermediário (Caramujo do gênero
Lymnaea) => Nos pulmões do HI, o miracídio irá perder os cílios e se diferenciar em esporocisto de 1ª geração os
quais irão se multiplicar dando origem a uma primeira geração de rédias (5 ou 8 rédias). Em determinadas regiões
pode ocorrer uma segunda geração de rédias.
-Ainda no HI, as rédias irão se multiplicar, originado as cercárias (larvas providas de cauda) que irão abandonar o
corpo dos HI e se encistar no ambiente. A larva encistada recebe o nome de Metacercária que após 15 dias se
torna infectante. As cercárias só deixam o molusco quando a temperatura da água está compreendida entre 9 a
26ºC, e o processo independe de luz. O principal estímulo para a emergência das cercárias é a água limpa.
-A infecção ocorre quando o Hospedeiro Definitivo ingere as Metacercárias encistadas presentes na água ou na
vegetação que margeia os córregos, rios ou lagoas. No Hospedeiro Definitivo a metacercária irá se desencistar,
liberando as larvas que atravessam a parede intestinal => cavidade peritoneal => fígado => adultos nos canais
biliares.
-O PPP varia de 60 a 90 dias.
-Os adultos produzem de 3.000 a 7.000 ovos por dia.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-A Forma Aguda ocorre principalmente devido à migração das larvas pelo parênquima hepático (2 a 6 semanas
após a infecção). É comum quando o animal se infecta com uma grande quantidade de metacercárias (> 2.000).
Os ovinos são menos resistentes à forma aguda e apresentam basicamente os seguintes sintomas:
*Hemorragias hepáticas c/ fibrose após a migração do parasita.
*Ocorrência de lesões necróticas (toxinas liberadas pelos parasitas).
*Animais apresentam anorexia, apatia, dor abdominal e palidez de mucosas.
*O fígado encontra-se aumentado de volume, hepatomegalia.
*Febre
*Eosinofilia
*A mortalidade é de 10 a 15% dos animais acometidos.
*Necropsia: fígado dilatado, hemorrágico e dividido em forma de favos pelo trajeto dos trematóides
migrantes.
-A Forma Subaguda ocorre devido à ingestão de menor quantidade de metacercárias por períodos mais
prolongados. Neste caso, tanto a migração larval no parênquima hepático como a presença do adulto nos ductos
biliares é responsável pelo quadro patogênico (6 a 10 semanas após a infecção). Acomete também com maior
freqüência, os ovinos.
*As larvas causam lesões menos graves, porém semelhantes à forma aguda
*Colangite ação traumática dos adultos na parede dos ductos hepáticos e biliares.
*Anemia Hemorrágica e hipoalbuminemia => palidez de mucosa e edemas.
*Necropsia: fígado dilatado c/ numerosos trajetos necróticos na superfície e no parênquima. Em geral
observam-se hemorragias subcapsulares, mas sua ruptura é rara.
-A Forma Crônica ocorre principalmente devido à presença do parasita adulto nos canais biliares (4 a 5 meses
após a infecção). Acomete com maior freqüência os animais mais jovens (3 meses a 2 anos de idade), sendo
assintomática nos adultos. Os bovinos são menos resistentes à forma aguda e apresentam basicamente os
seguintes sintomas:
*O parasita é hematófago causando hemorragias nos ductos biliares => anemia => hipoalbuminemia =>
edema submandibular.
*Palidez de mucosa devido ao quadro de anemia.
*Colangite (inflamação nos ductos).
*Perda de peso, letargia, baixa produção de leite e lã.
*Necropsia observa-se fibrose hepática e colangite hiperplásica.
-A cercária pode atingir os pulmões durante a migração hepática com formação de cistos de ~ 1 cm de diâmetro.
-Como as infecções são simultâneas, os animais apresentam a doença aguda e crônica ao mesmo tempo, porém,
os bovinos são mais susceptíveis à forma crônica e os ovinos à forma aguda.
EPIDEMIOLOGIA:
-Alguns fatores irão atuar, favorecendo a ocorrência das infecções e das manifestações clínicas por Fasciolose:
Temperatura e Umidade:
*Os dados relativos à Fasciolose correspondem a estudos feitos na região Sul do Brasil onde se observa a doença
com mais freqüência (> umidade).
*O limite de temperatura para o desenvolvimento dos ovos e larvas de Fasciola hepática e do HI varia entre 10 a
13ºC. No inverno do Sul ( Temperaturas) o desenvolvimento do parasita interrompe.
*Na seca o parasita e o HI entram em estivação ou hibernação.
*No Sul, a maior ocorrência de Fasciolose é verificada nos meses de agosto a novembro (final do inverno e início
da primavera), após um aumento na população de HI e de metacercárias e conseqüentemente da taxa de
infecção dos animais. No sudeste a doença acomete os animais principalmente em meados do verão (Pico em
fevereiro).
DIAGNÓSTICO:
-Clínico: difícil, pois os sintomas da forma aguda não são específicos para a doença e a forma crônica é na maioria
das vezes assintomática. Em áreas endêmicas torna-se mais fácil.
-Exame de fezes: Os ovos são característicos dos trematódeos (grandes e operculados). As técnicas usadas são as
seguintes:
*Tamissagem (passagem em peneira de Tamires).
*Sedimentação (pior).
-Necrópsia => conclusivo. Lembrar que na forma aguda o fígado encontra-se dilatado, hemorrágico e dividido em
forma de favos; na forma subaguda o fígado está dilatado c/ numerosos trajetos necróticos na superfície e no
parênquima e na forma crônica observam-se fibrose hepática e colangite hiperplásica.
-Exames laoratorias: Detecção de enzimas liberadas por células hepáticas lesadas. A glucamato-desidrogenase
(TGO) é liberada quando a lesão ocorre nas células do parênquima hepático e a glutamiltranspeptidase (TGP)
quando as células epitelias dos ductos hepáticos são lesionadas.
-Exames Sorológicos: *O teste Elisa que detecta a presença de anticorpos contra a Fasciola é o que apresenta
melhores resultados.
TRATAMENTO:
-No tratamento da fascilose podem ser utilizadas drogas fasciolicidas que tenham efeito na forma adulta e na
forma imatura também. Entretanto, a maioria delas só apresenta bons resultados sobre as formas adultas, sendo
geralmente necessária a aplicação de uma segunda dose.
-Não se recomenda esperar que o rebanho apresente sintomas clínicos da doença para iniciar o tratamento, pois
as pastagens já estarão com um alto grau de infestação e o controle se tornará muito mais difícil.
-A fasciolose é um problema de rebanho, portanto todos os animais devem ser incluídos no programa de
tratamento para diminuir a infecção ambiental.
CONTROLE:
-O controle da fasciolose consiste na aplicação de drogas fasciolicidas em épocas estratégicas, a fim de obter um
melhor custo-benifício, e sempre associado a práticas de manejo que visem diminuir a contaminação dos pastos
com metacercárias e/ou evite a translação parasitária.
Na Região Sul: O primeiro tratamento é feito no final do verão e no início do outono (antes das chuvas)
quando os animais albergam basicamente parasitos adultos, evitando a contaminação dos caramujos que
emergirem do solo após o verão. Um segundo tratamento deve ser feito no final do inverno.
Região Sudeste : O primeiro tratamento no final de outono e início de inverno, com a finalidade de atingir
os parasitos que infectam os hospedeiros vertebrados na época das chuvas (época de maior população de
metacercárias e caramujos na região Sudeste). Neste momento do tratamento, como a translação estará
diminuída em função da seca e das baixas temperaturas, os hospedeiros estarão albergando basicamente
parasitos adultos, sensíveis às drogas. Além disso, é a época de menor disponibilidade de pastagens aos
animais que podem estar subnutridos e portanto, mais susceptíveis à fasciolose clínica. Um segundo
tratamento deve ser feito no final do inverno para atingir as formas que se encontravam imaturas na
época do primeiro tratamento. Estes dois tratamentos vão diminuir sensivelmente a eliminação de ovos
nas pastagens para o período das chuvas, diminuindo, portanto, a translação no verão.
Como o controle de verminose gastro-intestinal ideal para a região Sudeste é de três vermifugações no
período seco (maio, julho e setembro), os fasciolicidas poderiam ser integrados a estes tratamentos
(populações de caramujo e metacercária estão menores).
-O tratamento de qualquer animal introduzido no rebanho é extremamente importante, ainda mais se não souber
se a área de origem é endêmica ou não.
-Construção das instalações das propriedades em áreas mais altas, evitando o contato do hospedeiro vertebrado
com os cursos d’água.
-É imprescindível que a faciolose seja divulgada entre os técnicos do Sudeste como uma doença emergente na
região.
-Deve-se fazer a drenagem de planícies pantanosas para diminuir a área povoada pelo caramujo na propriedade.
-O combate químico aos caramujos com substâncias moluscocidas pode ser feito, entretanto, apresenta sérios
danos ao ambiente (ex: sulfato de cobre).
-Práticas de controle natural podem ser utilizadas em áreas específicas, através da introdução em massa de
animais predadores de Lymnaea spp (peixes e patos).
Eurytrema coelomaticum
CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA:
(1) Classe Trematoda
(2) Sub classe Digenea
(3) Ordem Prosostomata
(4) Sub Ordem Distomata
(5) Família Dicrocoelidae
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Os parasitas adultos são encontrados no canal pancreático dos bovinos, caprinos e ovinos.
-A doença é diagnosticada em vários estados do Brasil. MG- 17,15% ocorrência.
-Possui dois hospedeiros intermediários durante o seu desenvolvimento biológico. O primeiro é representado por
um caramujo onde o parasita irá se desenvolver até o estádio de Cercária. O segundo HI, normalmente é um
gafanhoto do gênero Conocephalus sp. no qual a cercária não se desenvolve mas permanece encistada até ser
ingerida pelo bovino junto com a gramínea, durante a alimentação.
-Normalmente é apatogênico para o hospedeiro podendo em infestações maciças, provocar atrofia e fibrose
pancreática.
MORFOLOGIA:
-Possuem o corpo em forma de lança.
-Possui ovos operculados.
-Os adultos medem 0,8-1,6cm x 0,5–0,8cm.
-Coloração vermelha com manchas escuras e com tegumento coberto por espinhos.
-Ventosas grandes.
-Não possui cone cefálico.
-Poro genital se localiza posterior à bifurcação esôfago.
-Testículos não ramificados na linha horizontal.
-Ovários não ramificados na linha mediana.
-Bolsa de cirrus anterior ao acetábulo.
-Ceco terminando em tubo longo e não ramificado.
Ventosa
Oral
Testículos
Ovários
Morfologia do Adulto de
Eurytrema coelomaticum
CICLO BIOLÓGICO:
-O parasita adulto localizado nos canais pancreáticos dos hospedeiros definitivos, produz ovos que são eliminados
junto com as fezes Os ovos são expulsos junto com as fezes a larva primária denominada miracídio inicia o
seu desenvolvimento dentro dos ovos que são ingeridos pelo hospedeiro intermediário (Caramujo do gênero
Bradybaena sp.).
-Dentro do caramujo, os ovos irão eclodir e liberar o miracídio que dará origem a uma grande quantidade de
esporocistos de 1ª geração.
-Neste parasita não é verificada a ocorrência de uma geração de rédias durante o ciclo evolutivo, ao contrário, os
esporocistos de 1ª irão gerar os esporocistos de 2ª geração que por sua vez darão origem às cercárias.
-Os caramujos à medida que se locomovem irão liberando as cercárias que serão ingeridas pelo segundo HI
(gafanhoto) onde elas se encistarão e se transformarão em metacercárias.
-A infecção do animal ocorre quando ele ingere o gafanhoto contendo a metacercária, durante o pastejo.
-No Hospedeiro Definitivo, as metacercárias irão penetrar na mucosa intestinal corrente sangüínea
pâncreas onde irão se desenvolver em parasitas adultos.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Considerado quase apatogênico porém, em infestações maciças pode causar a obstrução dos canais pancreáticos
(adultos) reação inflamatória pancreatite crônica Pode ocorrer focos de necrose no pâncreas.
-Os efeitos são principalmente observados em longo prazo e, quando a pancreatite crônica ocorre, o animal pode
se tornar apático.
DIAGNÓSTICO:
-Exame de fezes.
TRATAMENTO:
-Complicado – Anti Helmintico.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA CLASSE CESTODA
-Endoparasitas; em geral, achatados dorso-ventralmente; corpo em forma de fita e segmentado. Cada segmento
é denominado proglote e possui órgãos reprodutivos independentes.
-Não possuem tubo digestivo, sendo os nutrientes absorvidos diretamente pelo tegumento.
-São hermafroditas e se reproduzem sexualmente através da auto-fecundação ou da fecundação cruzada entre
proglotes.
-Os órgãos de fixação são representados por ventosas e rostelo, este sendo um órgão protrátil e que pode
apresentar-se armado por uma fileira de acúleos (espinhos) que auxiliam a adesão ao tecido do hospedeiro.
-Os cestódeos se desenvolvem por evolução indireta, ou seja, necessitam de um hospedeiro intermediário
durante o seu ciclo biológico. Normalmente, o HD se torna infectado ao ingerir um HI contendo o metacestódeo
(formas imaturas dos cestódeos), e o HI, torna-se infectado ao ingerir os ovos dos adultos expelidos com as fezes
do HD.
-Os adultos são normalmente parasitos do tubo digestivo, ductos biliar e pancreático de vertebrados. As larvas
(metacestódeos) são parasitas de tecidos de vertebrados e invertebrados.
MORFOLOGIA:
PARASITOS ADULTOS:
Os cestódeos são constituídos por uma região anterior, denominada cabeça ou escólex, ligada ao corpo ou
estróbilo por uma região intermediária denominada pescoço ou colo:
(a). Escólex
-Mede de 1 a 2 mm.
-Composto por 4 ventosas musculares dispostas radialmente que servem como órgãos de locomoção e fixação.
-Em algumas espécies, no ápice do escólex existe um rostelo armado por pequenos ganchos. Os cestódeos que
não possuem rostelo, geralmente apresentam as ventosas maiores e mais desenvolvidas.
-O escólex se fixa, por exemplo, no Intestino Delgado do Hospedeiro Definitivo e inicia o crescimento com a
germinação das proglotes. No início são proglotes imaturas que atingem a maturidade sexual com o tempo,
tornando-se proglotes grávidas.
(b). Pescoço:
-É também chamado colo. É a região de crescimento, e que une a cabeça ao corpo.
-Não possui segmentação.
-Possui células em constante atividade de multiplicação de onde são originados os segmentos (proglotes).
(c). Estróbilo:
-O corpo ou estróbilo dos cestódeos é constituído
por uma cadeia de segmentos que se denominam
proglotes. A forma e o tamanho das proglotes, entre
as várias espécies, variam muito.
-São encontradas no estróbilo, proglotes em 3
estágios de desenvolvimento. Logo após o pescoço
encontram-se as proglotes mais imaturas ou
proglotes jovens nas quais os órgãos reprodutivos
ainda não estão formados. Seguindo este primeiro
estágio vêm as chamadas proglotes maduras que
apresentam os órgãos genitais completamente
desenvolvidos e em funcionamento. Finalmente,
segue-se uma série de proglotes grávidas, nas quais
o útero encontra-se repleto de ovos.
Proglote Maduro
Útero
Poro
Genital Testículos Útero
repleto
de ovos
Ovário
Glândulas Vitelínicas
Proglote Grávido
-Cada proglote maduro possui órgãos reprodutivos masculino e feminino, músculos, canais excretores e nervos.
-Os ovos fecundados ficam retidos no útero. Quando o proglote enche de ovos, ele se solta do resto do estróbilo
e é expelido junto com as fezes dos animais. Alguns proglotes podem se movimentar nas fezes.
OVOS:
-Os ovos dos cestódeos contêm o embrião (oncosfera) completamente desenvolvido.
-Ao serem expelidos, os ovos já se apresentam imediatamente infectantes para o hospedeiro intermediário.
-No centro do ovo, o embrião é envolvido por uma estrutura denominada embrióforo. A cápsula é o revestimento
mais exterior.
METACESTÓDEOS:
-O termo metacestódeo é coletivamente empregado a todos os estágios de cestódeos que parasitam os
hospedeiros intermediários.
-O embrião ou oncosfera torna-se um metacetódeo ao emergir do embrióforo e penetrar na parede do intestino
dos HI. O objetivo do desenvolvimento do metacestódeo é formar um escólex (cabeça) nos tecidos do HI onde
terá probabilidade de ser ingerido pelo hospedeiro definitivo adequado.
-Existe uma variedade em tamanho e formas dos metacestódeos que irá depender do hospedeiro intermediário
que será parasitado:
Cysticercus
Estrobilocerco
Cisticercóide
Coenuro
Hidátide ou Cisto Hidático
-Além desses dois tipos ainda existem as metacestodas do tipo coenuro e do tipo estrobilocerco que não serão
consideradas por serem observadas em parasitas que não apresentam muita importância na parasitologia
veterinária.
CICLO BIOLÓGICO:
INFECÇÃO DO HI
-Os adultos presentes no intestino dos hospedeiros definitivos irão se reproduzir sexualmente seja por auto-
fecundação interna nos proglotes ou por fecundação cruzada entre proglotes. As proglotes grávidas serão
expelidas junto com as fezes, contendo em seu interior centenas de ovos embrionados.
-Os cestódeos de importância médico-veterinária apresentam sempre hospedeiros intermediários que podem ser
animais vertebrados (Família Taenidae) ou invertebrados (Famílias Anoplocephalidae, Hymenolepididae,
Davaineidae e Dylepididae). Esses HI irão se infectar ao ingerir os ovos liberados de dentro das proglotes grávidas.
No aparelho digestivo dos HI os ovos irão liberar o embrião que irá penetrar na parede intestinal migrar para os
tecidos e formar um escólex (cabeça) dando origem à larva do tipo metacestoda.
-A evolução se completa quando as larvas, encistadas nos tecidos dos hospedeiros intermediários, são ingeridas
por hospedeiros definitivos apropriados. No tubo gastrointestinal destes, as larvas, auxiliadas pelas enzimas
digestivas, libertam-se dos tecidos dos HI e, após a evaginação, os escólex fixam-se pelos seus órgãos adesivos
(ventosas e rostelos) às paredes intestinais. Aí instalado, o parasito cresce progressivamente e continuamente,
formando segmentos (proglotes) que se tornam maduros à medida que vão se afastando do escólex. A expulsão
dos ovos dos cestódeos para o exterior é realizada através das fezes, no interior das proglotes grávidas que se
destacam do estróbilo.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-O parasito adulto é encontrado no intestino delgado do homem (Hospedeiro definitivo) onde causa a doença
denominada Teníase.
-Os hospedeiros intermediários (vertebrados) podem ser o porco, o cão e acidentalmente o homem nos quais as
larvas metacestodas irão se encistar causando uma doença conhecida por cisticercose.
-A larva metacestoda denominada Cysticercus cellulosae, é encontrada encistada nos tecidos do hospedeiro
intermediário onde causa a cisticercose.
-Além de apresentarem-se como um problema de saúde pública, pois podem acometer o homem, a Cisticercose é
responsável por consideráveis prejuízos na economia nacional:
* Produtividade dos animais doentes (quando o Cysticercus cellulosae se aloja no Sistema Nervoso
Central e causa a neurocisticercose)
*Condenação das carcaças durante a inspeção nos matadouros.
-Os suínos com mais de seis meses de idade, raramente irão se infectar com a metacestoda.
MORFOLOGIA:
-Os parasitos adultos medem aproximadamente 3 metros de comprimento.
-O escólex possui quatro ventosas e um rostelo não retrátil, armado por quatro fileiras de ganchos (acúleos).
-Os proglotes são globosos c/ o útero apresentado ramificações dendríticas.
-A proglote grávida é imóvel e pode conter até 40.000 ovos.
Rostelo
Ramificações
Ventosas Dendríticas
CICLO BIOLÓGICO:
-Os parasitos adultos presentes no intestino delgado do hospedeiro definitivo (homem) irão liberar as proglotes
grávidas repletas de ovos que serão expelidas junto com as fezes. No meio exterior, as proglotes irão se romper,
liberando os ovos embrionados.
-Os hospedeiros intermediários irão se contaminar, ingerindo os ovos presentes no solo, alimentos contaminados,
água, etc.
-No intestino delgado do HI os ovos irão eclodir, liberando o embrião que irá penetrar na mucosa intestinal e
alcançar a circulação sanguínea fígado circulação geral de onde será distribuída para vários tecidos do
corpo do animal.
-Uma vez alojado nos tecidos, o embrião irá se transformar na metacestoda que neste caso é o cisticerco
denominado Cysticercus cellulosae. A metacestoda pode ficar encistada nos tecidos (músculos) do hospedeiro
intermediário durante muitos anos sem causar nenhuma patogenia. A doença cisticercose irá ocorrer quando a
larva se encistar em tecidos vitais como cérebro, músculo ocular, músculo cardíaco etc...
-A contaminação do hospedeiro definitivo (homem) irá ocorrer quando este ingerir a carne do hospedeiro
intermediário (principalmente suíno) contendo o Cisticercus cellulosae. Por este motivo é que devemos evitar
ingerir carne mal passada de suínos pois neste caso o cisticerco não pode ser morto.
-No intestino do hospedeiro definitivo irá ocorrer a evaginação do cisticerco que irá perder as adjacências
restando apenas o escólex. A partir de então, o escólex irá se fixar na mucosa intestinal e originará um parasito
adulto através da germinação de proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasita fixado.
-Atingindo a maturidade sexual, a tênia esta pronta para iniciar o ciclo.
-O período pré-patente da teníase é de aproximadamente 60 dias.
-Nos hospedeiros intermediários, os cisticercos necessitam de pelo menos 60 dias para se tornarem infectivos
(tempo para que o embrião desenvolva o escólex c/ rostelo).
-Resumindo, o homem irá adquirir a teníase (parasito adulto) através da ingestão de carne contaminada dos
hospedeiros intermediários (porco, cão e homem acidentalmente) que por sua vez, irão adquirir a cisticercose
pela ingestão de ovos de tênia.
-Além disso, o homem pode desenvolver a cisticercose através de coprofagia (ingestão de suas próprias fezes) e
de auto-infecção interna.
SINTOMAS CLÍNICOS:
CISTICERCOSE
*Hospedeiro Intermediário:
Suíno -Normalmente não apresentam sintomas. Porém, em caso de neurocisticercose
(70% dos casos) podem apresentar baixo ganho de peso. Eventualmente pode
ocorrer: sensibilidade no focinho, paralisia da língua e convulsões.
TENÍASE
*Hospedeiro Definitivo
Homem -É na maioria das vezes assintomática.
-Causa dores e incômodo abdominal devido à toxinas liberadas pelas tênias.
Pode causar obstrução em infecções maciças.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Este parasita tem como hospedeiro definitivo o homem no qual também irá causar a Teníase. O hospedeiro
intermediário (vertebrado) é o bovino onde as larvas metacestodas irão se encistar.
-O parasito adulto é encontrado no intestino delgado do homem (HD).
-A larva metacestoda denominada Cysticercus bovis, é encontrada encistada nos tecidos do bovino e
eventualmente outros pequenos ruminantes (HI).
-A maior prevalência de teníase humana é a causada por Taenia saginata (> que por Taenia solium). Isso ocorre
devido ao maior consumo de carne de bovinos em relação à carne de suíno e devido à maior dificuldade de
diagnóstico do Cysticercus bovis no matadouro quando comparado ao Cysticercus cellulosae. Além disso, a
maioria das criações de suínos para abate corresponde a granjas altamente tecnificadas onde os animais recebem
alimentação controlada.
MORFOLOGIA:
-Os parasitas adultos medem aproximadamente 8 metros de comprimento sendo portanto significativamente
maior que a Taenia solium.
-O escólex possui 4 ventosas porém não possui rostelo.
-Os proglotes são quadrangulares c/ o útero apresentado ramificações dicotômicas.
-A proglote grávida é móvel e pode conter até 100.000 ovos.
Ventosas
Ramificações
Dicotomicas
CICLO BIOLÓGICO:
-O ciclo é semelhante ao da Taenia solium, porém neste caso, apenas o bovino e eventualmente outros pequenos
ruminantes irão funcionar como hospedeiro intermediário. Neste caso, não existe cisticercose em humanos
causada pela Taenia saginata.
-Parasito adulto no intestino delgado do homem proglotes grávidas nas fezes bovino (HI) ingere os ovos
embrionados formação da metacestoda (Cysticercus bovis) no tecido do bovino (fígado, pulmão, rim e gordura
abdominal) o HD (homem) ingere a carne do HI contendo o cisticerco adulto se desenvolve do intestino
delgado do homem.
CISTICERCOSE
*Taenia solium:
-Suíno: *Exame post mortem no matadouro através do exame da carcaça.
*Taenia saginata
-Bovinos: *Exame post mortem no matadouro através do exame da carcaça.
*Mais difícil a detecção pois a infecção maciça é mais rara.
TENÍASE
*Taenia solium
-Homem: *Exame de fezes. Os ovos são bem característicos das tênias.
*Taenia saginata
-Homem *Exame de fezes. Os ovos são bem característicos das tênias.
-Animal:
* Não se trata a cisticercose nos grandes animais.
*Na neurocisticercose em cães, pode-se empregar o mesmo tratamento preconizado para o
homem.
Controle da Teníase e da Cisticercose
-As políticas de controle e profilaxia se baseiam principalmente no hospedeiro definitivo (Homem):
* Educação sanitária da população (Higiene alimentar, higiene básica).
* Saneamento básico (esgotamento de dejetos).
* Diagnóstico e tratamento da teníase na população infectada.
-Vigilância sanitária agindo em conjunto com a inspeção federal nos matadouros, de maneira a identificar a
população de risco que possivelmente está ingerindo carne contaminada com cisticerco.
FILO PLATYELMINTHES
CLASSE CESTODA
Sub Classe Eucestoda
ORDEM CYCLOPHYLLIDEA
FAMÍLIA TAENIIDAE
MORFOLOGIA:
PARASITA ADULTO:
*Possuem de 3 a 6 proglotes apenas, medindo de 4 a 6 mm de comprimento.
*O escólex apresenta um rostelo não retrátil, armado de acúleos.
(Parasito Adulto)
*A primeira proglote é imatura e não apresenta esboço dos órgãos reprodutivos. A segunda é madura e
apresenta os órgãos genitais desenvolvidos. A terceira (grávida), que corresponde a 1/3 ou ½ do comprimento
total do estróbilo encontra-se repleta de ovos (500 a 800 ovos).
CISTO HIDÁTICO:
*No local de fixação no corpo do HI, o embrião irá crescer progressivamente até se transformar em uma vesícula
de 5 a 10 cm de diâmetro conhecida por cisto hidático (metacestoda). O cisto hidático cresce aproximadamente 1
a 5 cm por ano, podendo chegar ao tamanho de uma bola de futebol de salão.
*Depois de completamente desenvolvido o cisto hidático apresenta a seguinte estrutura:
CISTO HIDÁTICO
Membrana
Membrana Adventícia Anista
Membrana
Prolígera
Vesícula
Prolígera Protoescólex
1) Membrana Adventícia: É uma reação tecidual do órgão parasitado à presença da larva. É a estrutura
de posição mais externa e tem espessura variável, podendo medir 1 mm.
2) Membrana Anista: É secretada pela membrana mais externa do cisto (membrana prolígera); tem
aspecto homogêneo leitoso e funciona como uma barreira defensiva às defesas do hospedeiro.
Apresenta estrutura variável, podendo medir, em média, 0,5 mm.
3) Membrana Prolígera ou Camada Germinativa: É a membrana responsável pela proliferação do
parasito. É extremamente fina e delicada, reveste internamente todo o cisto e origina as vesículas
prolígeras.
4) Vesícula Prolígera: Mede cerca de 1mm de diâmetro, tem a mesma estrutura da membrana prolígera
e dá origem, internamente, de 2 a 50 escólex (protoescólex).
5) Protoescólex: Tem aspecto ovóide. Apresenta-se invaginado dentro de uma pequena vesícula e possui
4 ventosas e um rostelo armado de ganchos.
6) Areia Hidática: Formada por escólex isolados e por fragmentos da membrana prolígera. Um cm3 dessa
areia pode conter cerca de 400.000 protoescólex. Cada protoescólex irá originar um novo parasita.
CICLO BIOLÓGICO:
-O ciclo é semelhante ao da Taenia solium e Taenia saginata.
-Parasita adulto no intestino delgado do cão proglotes grávidas nas fezes ovino, caprino, bovinos, homem,
etc.. (HI) ingerem os ovos embrionados formação da metacestoda (Cisto Hidático) no tecido dos HI o HD
(cão) ingere a carne do HI contendo a metacestoda adulto se desenvolve do intestino delgado do homem.
Ciclo Biológico de
HD Echinococcus granulosus
HD ingere a carne
contaminada do HI
Parasita adulto
HI morre
Hidátide
HI ingere os ovos
HI
-Dos cistos hidáticos produzido uma grande proporção é infértil (sem protoescólex). Nos ovinos apenas 9% dos
cistos são estéreis, ao contrário dos bovinos (90%) e suínos (20%).
SINTOMAS E PATOGENIA:
EQUINOCOCOSE:
-Os parasitas presentes no ID normalmente não causam sintomas nos animais.
-Em infestações maciças pode causar excesso de salivação
HIDATIDOSE:
-Nos animais domésticos a hidatidose hepática é normalmente assintomática, pois o crescimento do cisto é muito
demorado e os animais normalmente são abatidos antes.
-No Homem possui grande importância na saúde pública:
*Disfunção hepática e de outros órgãos dependendo da localização dos cistos.
*Patogenia da doença:
•Compressão mecânica de órgãos vizinhos
•Reação anafilática devido ao rompimento do cisto c/ liberação de substâncias alergênicas
presentes no líquido hidático.
EPIDEMIOLOGIA:
-O parasita é cosmopolita, porém no Brasil, ocorre com maior freqüência na região Sul e também nos estados de
SP, MG, GO, MT, MA e BA.
-O ciclo mais importante ocorre entre o cão de pastoreio e o ovino, principalmente no Sul do Brasil.
-No sul da América do Sul é onde se observa a maior prevalência de hidatidose no mundo. O RS apresenta a maior
taxa do Brasil.
-A prevalência de hidatidose nos animais (HI) é de 25,30% em ovinos; 16,8% em bovinos e 6,39% em suínos. A
hidatidose humana está altamente ligada a hábitos culturais com prevalência de até 20% em certos locais na
China.
-Em MG a prevalência de hidatidose bovina é de 6,44%.
-Os ovinos são considerados os HI mais importantes por serem mais susceptíveis e por apresentarem maior
contato com os cães (Hospedeiro Definitivo).
DIAGNÓSTICO:
EQUINOCOCOSE:
-A necropsia com demonstração do parasito no intestino delgado é o método de diagnóstico mais conclusivo.
-O exame de fezes é pouco conclusivo, pois os ovos de todos os pertencentes da família Taenidae são
semelhantes.
HIDATIDOSE:
-Nos animais o diagnóstico da hidatidose é feito através da necropsia.
-No homem pode-se fazer exames sorológicos, raio-x (cisto hidático), tomografia computadorizada , etc...
TRATAMENTO:
-Nos cães (HD) usa-se praziquantel a 5 mg/ Kg.
-Nos HI o BDZ é usado em humanos. Muitas vezes o tratamento cirúrgico é preconizado.
PROFILAXIA E CONTROLE:
-Enterrar as fezes dos cães contaminados.
-Educação sanitária da população.
-Tratamento dos cães parasitados.
-Inspeção em abatedores e destino adequado das carcaças e vísceras dos HI com hidatidose.
-Evitar fornecer carne crua aos animais.
Taenia hydatigena / Cysticercus tenuicollis
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Este parasita tem com hospedeiro definitivo os cães e outros carnívoros silvestres. Os hospedeiros
intermediários (vertebrados) são ruminantes e suínos.
-O parasita adulto é encontrado no intestino delgado do hospedeiro definitivo (cão).
-A larva metacestoda denominada Cysticercus tenuicollis aloja-se no fígado, peritôneo e na pleura (mais raro) dos
hospedeiros intermediário.
-O Cysticercus tenuicollis pode atingir o tamanho de uma bola de tênis.
MORFOLOGIA:
-O adulto mede de 0,75 a 5 m de comprimento (média de 1m).
-Possui escólex com rostelo armado com 2 fileiras de ganchos (acúleos).
-Possui o pescoço com largura equivalente ao escólex.
-O Cysticercus tenuicollis é constituído por uma vesícula que pode medir cerca de 8 cm de diâmetro.
CICLO BIOLÓGICO:
-Parasita adulto no intestino delgado dos cães ou canídeos silvestres (HD) proglotes grávidas nas fezes
ruminantes ou suínos (HI) ingerem os ovos embrionados formação da metacestoda (Cysticercus tenuicollis) no
tecido do HI (fígado, peritôneo, pleura e pericárdio) o HD (canídeos) ingerem a carne do HI contendo o
cisticerco adulto se desenvolve do intestino delgado do canídeo.
PATOGENIA:
-O verme adulto, como ocorre entre os outros tenídeos, é pouco patogênico para o hospedeiro definitivo,
podendo causar desconforto abdominal em infestações maciças.
-Com relação ao Cysticercus tenuicullis, quando se aloja no peritôneo é pouco patogênico. Porém, pode causar
lesão séria no parênquima hepático denominada hepatite cisticercosa, quando a metacestoda se fixa neste órgão.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Este parasita tem com hospedeiro definitivo os gatos no qual o parasito adulto encontra-se no intestino delgado.
-Os hospedeiros intermediários (vertebrados) são camundongos e outros roedores que albergam as larvas
metacestoda do tipo Cysticercus fasciolaris no parênquima hepático.
MORFOLOGIA:
-O adulto mede de 30 a 60 cm de comprimento.
-Possui escólex com rostelo pouco desenvolvido com duas fileiras de 26 a 52 ganchos (acúleos).
-Possui proglotes imbricados e em forma de trapézio.
-O Cysticercus fasciolaris mede de 3 a 20 mm de comprimento e apresenta uma escólex, seguido por uma porção
longa e segmentada à semelhança de um estróbilo, terminando em uma vesícula pequena. Apresenta-se no
interior de uma vesícula grande, resultante da reação dos tecidos parasitados.
CICLO BIOLÓGICO:
-Parasita adulto no intestino delgado dos gatos (HD) proglotes grávidas nas fezes roedores (HI) ingerem os
ovos embrionados formação da metacestoda (Cysticercus fasciolaris) no tecido do HI (fígado) o HD ingerem
a carne do HI contendo o cisticerco adulto se desenvolve do intestino delgado do gato.
FILO PLATYELMINTHES
CLASSE CESTODA
Sub Classe Eucestoda
ORDEM CYCLOPHYLLIDEA
FAMÍLIA : DAVAINEIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Caracteriza-se por apresentar escólex com rostelo armado de pequenos e numerosos acúleos.
-Alguns parasitos pertencentes a esta família também apresentam ventosas armadas de acúleos.
-Normalmente são parasitas de aves domésticas e silvestres.
-Desenvolve-se por ciclo indireto como os demais cestódeos. A metacestoda que se desenvolve nos tecidos do HI
é do tipo “Larva Cisticercóide” ou “Cisticercóide”, apenas.
-Os HI, na maioria das vezes, são artrópodes invertebrados.
Davainea proglotina
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-O parasito adulto é encontrado no duodeno de aves domésticas e pombos (HD).
-Os HI são lesmas de vários gêneros nos quais irá ocorrer a formação da metacestoda do tipo larva cisticercóide
(semelhante ao cisticerco, porém sem líquido – larva seca).
-Cestoda mais patogênico para as aves sendo encontrado no mundo inteiro.
MORFOLOGIA:
-É relativamente pequeno, medindo de 0,5 a 4,0 mm de comprimento.
-Escólex com rostelo armado de aproximadamente 80 acúleos. As ventosas também contêm acúleos em toda a
sua extensão.
-Estróbilo constituído por 4 a 9 proglotes.
-Poros genitais alternados regularmente.
-As proglotes grávidas são ativas como ocorre com a Taenia saginata.
CICLO BIOLÓGICO
-Apenas uma proglote grávida é eliminada por dia junto com as fezes do HD (galinha).
-As proglotes no meio exterior irão se movimentar, eliminando os ovos por onde elas passam Os ovos são
ingeridos pelos HI (lesmas) liberação do embrião no tubo digestivo dos HI Formação da larva cisticercóide
no tecido do corpo do HI (3 semanas).
-O HD se contamina pela ingestão da lesma (HI) contendo a larva cisticercóide Evaginação da larva cisticercóide
que irá se fixar na mucosa intestinal e originará um parasito adulto através da germinação de proglotes. O
crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasito fixado. Atingindo a maturidade sexual, o parasita está
pronto para iniciar o ciclo.
-PPP é de 15 dias.
4. PATOGENIA E SINTOMAS
-Espécie de cestódeo de maior patogenicidade para as galinhas, podendo causar 50% de mortalidade em algumas
criações.
-No HD, o adulto irá penetrar profundamente na mucosa duodenal, provocando erosão inflamação e às vezes
hemorragias anemia.
-Sinais Clínicos: penugem opaca, movimentos lentos, redução no ganho de peso, edema, dificuldade respiratória,
paralisia nas patas e morte.
GÊNERO Raillietina
CICLO BIOLÓGICO:
-Adulto no intestino delgado das galinhas (HD) irá -O HD se contamina pela ingestão dos HI contendo a
liberar a proglote grávida no lúmem intestinal que é larva cisticercóide Evaginação da larva
expelida junto com as fezes Os Hospedeiros cisticercóide que irá se fixar na mucosa intestinal e
Intermediários (artrópodes invertebrados) irão se originará um parasito adulto através da germinação
infectar pela ingestão dos ovos liberados após a de proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo
desintegração da cápsula ovígera e da proglote ou pescoço do parasito fixado. Atingindo a
grávida liberação do embrião no tubo digestivo maturidade sexual, o cestódeo está pronto para
dos HI Formação da larva cisticercóide nos iniciar o ciclo.
tecidos do corpo do HI.
-PPP médio de 3 a 4 semanas
HD
Ovos liberados
nas fezes
Parasita adulto
Ingestão do
HI pelo HD.
Parasito Adulto
ovo
HI
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Parasito adulto se enterra profundamente na mucosa duodenal, formando nódulos na parede do intestino que
são perceptíveis pelo lado externo.
-Aves parasitadas apresentam ganho de peso reduzido.
FILO PLATYELMINTHES
CLASSE CESTODA
Sub Classe Eucestoda
ORDEM CYCLOPHYLLIDEA
FAMÍLIA: DILEPIDIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Possuem escólex com rostelo armado de acúleos. As ventosas podem ou não possuírem acúleos, dependendo da
espécie em questão.
-Os adultos são encontrados parasitando certas espécies de mamíferos (HD).
-Os Hospedeiros Intermediários são artrópodes invertebrados nos quais se desenvolve as metacestodas do tipo
“Larva Cisticercóide”.
-Desenvolve-se normalmente por ciclo indireto.
-Possuem cápsula ovígera.
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO:
Gênero Dipylidium Dipylidium caninum
Gênero Amoebotaenia
Amoebotaenia cuneata
Dipylidium caninum:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Verme adulto comumente encontrado no ID de cães (+ importante) e gatos (HD). Ocasionalmente pode parasitar
o homem.
-Os HI nos quais se desenvolve as metacestodas do tipo “Larva Cisticercóide”, são pulgas de cães e gatos
(Ctenocephalides felis; C. canis), piolhos (Trichidectis) e pulgas que parasitam o homem (Pulex irritans).
-É um parasito cosmopolita que possui alta prevalência entre os cães.
MORFOLOGIA:
-Mede de 15 a 20 cm de comprimento, podendo chegar a 60 cm.
-Rostelo retrátil c/ 4 fileiras de pequenos acúleos.
-Ventosas sem acúleos.
-Genitália dupla com poro genital bilateral.
-Proglotes grávidas ativas, semelhantes a semente de abóbora. Nas fezes são frequentemente confundidas com
larvas de moscas.
-Cápsulas ovígeras nas proglotes grávidas contendo aproximadamente 20 ovos.
CICLO BIOLÓGICO:
Parasito adulto no
Contaminação do HD (cães,
ID do HD
gatos, homem) pela ingestão
do HI contando a larva
Cisticercóide (Metacestoda)
Intestino Delgado do HD
(cães, gatos e Homem)
-Proglotes grávidas dos parasitos são eliminadas junto com as fezes do HD (cão ou gato) ou saem através do ânus
por movimentos próprios No ambiente os ovos são liberados das proglotes e ingeridos pelos HI (larvas de
pulgas) No tubo digestivo do HI, a larva é liberada do embrióforo, penetra na parede intestinal e se transforma
em larva cisticercóide nos tecidos.
-O Hospedeiro Definitivo se infecta quando ingere o HI contendo a larva cisticercóide parasita adulto no ID do
hospedeiro definitivo (HD).
-O PPP é de aproximadamente 2 meses.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA:
-É aparentemente pouco patogênico para cães e gatos.
-Em caso de infestação maciça o parasito pode provocar irritação da mucosa intestinal enterite hemorrágica
sangue nas fezes.
-Irritação na região perianal (migração das proglotes) causando coceira e inquietação.
DIAGNÓSTICO:
-Exame de fezes (encontro das proglotes grávidas nas fezes ou presas na região peri-anal do Hospedeiro
Definitivo).
CONTROLE:
-Anti-helmíntico deve ser administrado nos animais parasitados.
-Controle de pulgas e piolhos (HI) nos animais.
-Controle de pulgas e piolhos (HI) no ambiente.
Amoebotaenia cuneata
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito adulto encontrado no duodeno de galinhas (HD), muito frequente em algumas regiões do Brasil.
-Os HI são minhocas de diversas espécies, nas quais se desenvolvem as larvas cisticercóides.
-Apenas em infecções altas é considerada patogênica.
MORFOLOGIA:
-Possui uma forma grosseiramente triangular. Parasita de pequeno porte (2-4 mm x 1 mm).
-Ventosas proeminentes e sem acúleos, rostelo retrátil c/ 12-14 acúleos.
-Estróbilo formado por 20 proglotes (+ largas do que compridas).
-Genitália simples c/ poros genitais alternados.
CICLO BIOLÓGICO:
-Adulto no duodeno das galinhas (HD) irá liberar a proglote grávida no lúmem intestinal que é expelida junto com
as fezes Os Hospedeiros Intermediários (minhocas) irão se infectar pela ingestão dos ovos liberados após a
desintegração da cápsula ovígera e da proglote grávida liberação do embrião no tubo digestivo dos HI
Formação da larva cisticercóide nos tecidos do corpo do HI.
-O HD se contamina pela ingestão das minhocas (HI) contendo a larva cisticercóide Evaginação da larva
cisticercóide que irá se fixar na mucosa intestinal e originará um parasito adulto através da germinação de
proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasito fixado. Atingindo a maturidade sexual, o
cestódeo está pronto para iniciar o ciclo.
-PPP médio de 15 a 30 dias.
PATOGENIA:
-O adulto no duodeno do hospedeiro definitivo é normalmente apatogênico.
-Em infestações maciças pode provocar enterites.
FILO PLATYELMINTHES
CLASSE CESTODA
ORDEM CYCLOPHYLLIDEA
FAMÍLIA: ANOPLOCEPHALIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Os cestódeos pertencentes a esta família são desprovidos de rostelos e de acúleos.
-Possuem proglotes mais largas do que compridas com poro genital lateral.
-Apresentam testículos numerosos e úteros transversais que podem ou não ser substituídos por cápsulas
ovígeras.
-Desenvolve-se por ciclo indireto.
-Os adultos são parasitos de mamíferos, aves e répteis (HD). Geralmente são pouco patogênicos para os seus
hospedeiros.
-Os Hospedeiros Intermediários são ácaros das famílias Oribatidae e Psocidae que se localizam nas gramíneas e
forrageiras.
-Os adultos se localizam no aparelho digestivo dos Hospedeiros Definitivos (Equídeos ou Ruminantes) de onde
eliminam as proglotes grávidas junto com as fezes dos animais.
-Os ovos que são libertados pela desintegração da proglote, são ingeridos por ácaros oribatídeos de vários
gêneros (Hospedeiros Intermediários) que vivem nas pastagens. Nos ácaros, a larva se libera do ovo, e se
desenvolve para larva metacestoda do tipo “Larva Cisticercóide”, entre 2 a 6 meses.
-Os Hospedeiros Definitivos se infectam ingerindo, acidentalmente, os ácaros oribatídeos infectados, misturados
às gramíneas ou outras plantas forrageiras.
HI
Cisticercóide
Ciclo Biológico
Anoplocephala Perfoliata
Anoplocephala magna:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito adulto encontrado no intestino delgado e raramente estômago de equídeos.
-Os Hospedeiros Intermediários são ácaros oribatídeos que ocorrem na vegetação.
-É provavelmente a mais patogênica de todas as espécies causando, em infestações pesadas, enterite catarral ou
hemorrágica.
MORFOLOGIA:
-Parasita adulto mede 30 cm, podendo chegar a 60 cm de comprimento por 2 cm de largura.
-Possui escólex globoso (4-6 mm), com as ventosas dirigidas p/ frente.
-Apresenta Pescoço curto.
-As proglotes são curtas com genitália simples. Poros genitais unilaterais.
-Os testículos são numerosos e o útero é transverso com ramificações anteriores e posteriores.
Anoplocephala perfoliata:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito adulto encontrado no intestino delgado, ceco e cólon de equídeos.
-Os Hospedeiros Intermediários são ácaros
oribatídeos que ocorrem na vegetação.
-Anoplocephala perfoliata frequentemente se
localiza próxima à válvula íleo-cecal onde pode
causar ulceração, edema e ocasionalmente
formação de tecido granuloso. Este processo pode
levar a uma oclusão da válvula íleo-cecal. Em
infestações maciças de animais jovens pode causar
enterite catarral aguda ou ulcerativa.
MORFOLOGIA:
-Parasita adulto mede 8 cm de comprimento por 1,2 cm de largura..
-Possui escólex menor (2-3 mm) e ventosas dirigidas para frente.
-Apresenta uma projeção triangular (Expansão cefálica) posterior às ventosas semelhantes a uma gravata
borboleta.
-As proglotes são muito curtas e imbricadas uma sobre as outras apresentando genitália simples. Os poros
genitais se abrem anteriormente, nas bordas laterais das proglotes.
-Os testículos são numerosos e o útero é lobado.
Expansão
cefálica
Paranoplocephala mamillana:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito adulto encontrado no intestino delgado e raramente estômago de equídeos.
-Os Hospedeiros Intermediários são ácaros oribatídeos que ocorrem na vegetação.
-Paranoplocephala mamillana raramente causa enfermidades no Hospedeiro Definitivo.
MORFOLOGIA:
-O parasita adulto atinge de 0,5 a 6 cm de comprimento por 4 a 5 mm de largura.
-Escólex pequeno com ventosas localizadas lateralmente com aspecto de fenda longitudinal.
-Os proglotes apresentam genitália simples que se abre unilateralmente através do poro genital.
Gênero Moniezia:
Moniezia expansa:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasita cosmopolita comum em ruminantes domésticos.
-O adulto se localiza no intestino delgado de ovinos, caprinos (mais importantes), bovinos e ruminantes silvestres.
-Os Hospedeiros Intermediários são ácaros oribatídeos que ocorrem na vegetação.
-Ação patológica do parasito adulto é pouco conhecida e, apesar de ocorrerem em animais adultos e jovens, são
mais comuns nestes últimos. O número de parasitas no HD é variável, podendo ocorrer infestações maciças que
são responsáveis por causar obstrução intestinal e irritação da parede intestinal dos hospedeiros, através da ação
mecânica das ventosas.
MORFOLOGIA:
-O parasita adulto mede 3m podendo chegar a 6m de comprimento por 6 cm de largura.
-Possui escólex globoso com ventosas sem acúleos proeminentes.
-Próximas ao bordo posterior das proglotes localizam-se uma série de glândulas interproglotidiais espalhadas em
uma longa fileira.
-Proglotes com genitália dupla e poro genital bilateral.
-Testículos numerosos e ovário sob forma de massa lobada. Útero ramificado, ocupando quase toda a proglote
grávida.
-Ovos com formato triangular e com aparelho piriforme apresentando duas projeções em forma de gancho.
Moniezia benedeni:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-O adulto se localiza no intestino delgado de bovinos (mais importante), caprinos, ovinos e ruminantes silvestres.
-Os Hospedeiros Intermediários são ácaros oribatídeos que ocorrem na vegetação.
-Ação patológica do parasito adulto é pouco conhecida e, apesar de ocorrerem em animais adultos e jovens, são
mais comuns nestes últimos. O número de parasitas no HD é variável, podendo ocorrer infestações maciças que
são responsáveis por causar obstrução intestinal e irritação da parede intestinal dos hospedeiros, através da ação
mecânica das ventosas.
MORFOLOGIA:
-Muito semelhante à Moniezia expansa.
-O parasito adulto mede 3m podendo chegar a 6m de comprimento por 2,6 cm de largura.
-Escólex cm ventosas proeminentes e sem acúleos.
-As glândulas interproglotidiais apresentam-se dispostas em uma cadeia contínua e curta e se localizam na borda
posterior da proglote.
-Proglotes com genitália dupla e poro genital bilateral.
-Testículos numerosos e ovário sob forma de massa lobada. Útero ramificado, ocupando quase toda a proglote
grávida.
-Ovos com formato triangular e com aparelho piriforme apresentando duas projeções em forma de gancho.
Proglote de Moniezia benedeni
Glândulas Interproglotidiais
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Animais invertebrados de corpo vermiforme, cilíndricos, pseudocelomados, não segmentados e de simetria
bilateral.
-Corpo coberto por cutícula bem desenvolvida, apresentando espinhos, escamas e outras estruturas.
-Tubo digestivo completo, geralmente reto.
-Sistema circulatório e respiratório ausentes.
-Sexo separado, podendo também ser hermafroditas ou partenogenéticos.
-Compreende espécies aquáticas e terrestres.
-Compreende cinco classes, porém apenas a Nematoda apresenta importância médico-veterinária.
CLASSE NEMATODA
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-Aschelminthes c/ tubo digestivo completo, cavidade geral s/ epitélio de revestimento; corpo cilíndrico ou
filiforme.
-O comprimento do corpo varia de acordo com a espécie, de poucos milímetros a pouco mais de um metro.
-Com poucas exceções, os nematóides são de sexo separado, sendo o macho geralmente menor do que a fêmea.
-A maioria dos nematódeos evolui diretamente, porém, alguns exigem hospedeiros intermediários.
-Podem ser de vida livre ou de vida parasitária, sendo estes últimos comumente encontrados parasitando animais
(vertebrados e invertebrados) e plantas.
SISTEMA DIGESTIVO:
-Aparelho digestivo consta de um tubo simples dividido em três regiões: Estomodeo (boca, cavidade bucal e
esôfago), Mesêntero (intestino) e Proctodeo (ânus).
-Boca constituída por lábios que variam de número, tamanho e forma, conforme a espécie. Presença de papilas
sensoriais nos lábios.
-A cavidade bucal de algumas famílias pode conter ou não dentes ou lâminas cortantes, ambos estruturas
quitinosas.
-O esôfago é parcial ou totalmente muscular (sucção do alimento), de forma cilíndrica ou claviforme, revestido
até certa altura pela cutícula. Presença de glândulas que secretam enzimas digestivas. O esôfago funciona como
órgão de sucção porém, pode variar consideravelmente de função e de estrutura. Existem 3 principais tipos de
esôfagos: Oxyuróide (c/ bulbo posterior), Rabditóide (c/ pseudo-bulbo anterior, ístmo e bulbo posterior) e
Filarióide (cilíndrico e s/ diferenciação).
Pseudo-bulbo
Anterior
Bulbo
Istmo Posterior
Bulbo
Posterior
Rabditóide Filarióide Oxyuróide
-O intestino apresenta-se como um tubo geralmente achatado, quase reto. O intestino exerce papel muito
importante na absorção de alimentos, sendo observada a presença de glândulas que secretam enzimas digestivas.
-Nos nematódeos a absorção de alimentos pode também ser feita através do tegumento.
SISTEMA EXCRETOR:
-Sistema excretor tubular, constituído por dois canais que excretores, que se iniciam posteriormente e percorrem
os campos longitudinais laterais em toda a extensão e terminando em um canal comum que se desemboca no
poro excretor.
6. SISTEMA NERVOSO:
-Sistema Nervoso formado por gânglios situados em
torno do esôfago de onde partem nervos para frente
e para trás.
-Presença de órgãos sensoriais (papilas sensoriais)
que são classificados de acordo com a sua
localização, podendo ser cefálicos, cervicais, caudais
ou intestinais.
SISTEMA GENITAL
-Sistema Genital Masculino: Extremidade
Posterior do Macho
Constituído por testículo, canal deferente, vesícula
seminal e canal ejaculador. Os machos normalmente Espículos
possuem na região posterior, órgãos genitais
destinados a facilitar a união entre os sexos: os Gubernáculo
espículos (função de prender a fêmea, dilatar a
vagina e dirigir o fluxo de esperma), o gubernáculo e
a bolsa copuladora.
-Sistema Genital Feminino:
Bolsa Copuladora
Geralmente constituído por dois tubos alongados
diferenciados em ovário, oviduto e útero.
-Antes do oviduto pode aparecer uma dilatação do tubo genital que é o receptáculo seminal. As fêmeas podem
ser classificadas em: Anfidelfas (um ovário em cada metade do corpo); Prodelfas (ambos ovários na metade
anterior) e Opistodelfos (ambos ovários na metade posterior). O útero é um tubo +/- alongado e cilíndrico no qual
os ovos recebem casca e se desenvolvem.
CICLO BIOLÓGICO:
-Normalmente os nematóides são ovíparos (fêmeas põem ovos ñ segmentados) ou ovovivíparos (ovos
segmentados), podendo em raros casos (Filarídeos) também ser vivíparos (eliminam larvas).
-O ciclo pode ser direto (monoxeno) ou indireto (heteroxeno – uso de HI).
-A produção de ovos (Potencial Biótico) varia dentro das espécies, com a idade da fêmea, com a época do ano e
em decorrência de muitos fatores ainda não determinados.
-Ovos: Variam muito entre as espécies. Geralmente são elípticos e mais raramente são arredondados ou
assimétricos. Geralmente possuem opérculos e são envolvidos por 3 membranas (maior resistência).
-Larvas: o desenvolvimento pós eclosão passa por quatro períodos distintos (L1, L2, L3, L4 e L5 ou pré adulto),
sendo a mudança de estágio acompanhada pela troca da cutícula externa. Algumas larvas sofrem as duas
primeiras mudas no exterior; outras mudam de estágio no corpo do HI. Normalmente as larvas tornam-se
infectantes quando atingem o terceiro estágio (L3). A larva após infectante pode atingir o HD passivamente
(ingestão) ou ativamente (penetração pela pele).
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO:
FILO ASCHELMINTHES
CLASSE NEMATODA
ORDEM ASCARIDIDEA
Família Ascarididae
Sub Família Ascaridinae Ascaris suun
Parascaris equorum
Toxascaris leonina
Sub Família Toxocarinae Toxocara canina
Toxocara mystax
Toxocara vitulorum
Super Família Heterakoidea
Familia Ascaridiinae Ascaridia gali
Ascaridia columbae
Ascaridia lineata
ORDEM STRONGYLIDEA
Família Strongylidae Strongylus equinus
Strongylus vulgaris
Strongylus edentatus
Triodontophorus sp.
Haemoncus similis
Família Protostrongylidae
Sub Família Dictyocaulinae Dictyocaulus viviparus
Dictyocaulus filaria
Dictyocaulus arnfieldi
Sub Família Metastrongylinae Metastrongylus apri
Metastrongylus salmi
ORDEM DIOCTOPHIMIDEA
Família Dioctophimidae Dioctophime renale
ORDEM TRICHURIDEA
Família Trichuridae
Sub Família Trichurinae Trichuris discolos
Trichuris suis
Trichuris vulpis
Sub Família Capillariinae Capillaria hepatica
Capillaria bovis
Capillaria feliscati
Capillaria anatis
Capillaria caudinflata
Capillaria contorta
ORDEM OXYURIDEA
Família Oxyuridae Oxyuris equi
ORDEM RHABDISIDEA
Famíla Strongyloididae Strongyloides westeri
Strongyloides ransoni
Strongyloides füelleborni
Strongyloides agouthi
Strongyloides papillosus
Strongyloides avium
Strongyloides ratti
Strongyloides stercoralis
ORDEM FILARIDEA
Família Stephanofilaridae Setaria equina
Setaria cervi
Setaria digitata
Família Dipetalonematidae
Gênero Dirofilaria Dirofilaria immitis
Dirofilaria repens
Gênero Oncocerca Oncocerca volvulus
Oncocerca guturosa
Oncocerca cervicalis
Gênero Dipetalonema Dipetalonema reconditum
Dipetalonema grassi
Filo: Aschelminthes
Classe: Nematoda
Ordem: Ascarididea
FAMÍLIA ASCARIDIDAE
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-Os ascarídeos estão entre os maiores nematóides e ocorrem na maioria dos animais domésticos, sendo de
importância veterinária tanto os estágios larvais como os adultos.
-São parasitos do intestino delgado de vertebrados e apesar de não serem hematófagos, alimentam-se do
conteúdo intestinal pré-digerido do hospedeiro. Ainda que os adultos no intestino possam causar definhamento
em animais jovens e ocasional obstrução, uma característica importante do grupo é a conseqüência patológica do
comportamento migratório dos estágios larvais.
-São vermes relativamente grandes e de evolução direta (sem HI), podendo, entretanto as larvas serem
encontradas em hospedeiros paratênicos (transporte).
-Durante o desenvolvimento as larvas podem realizar migrações pelo corpo do hospedeiro.
-Fêmeas c/ alto potencial biótico, ou seja, alta capacidade reprodutiva.
MORFOLOGIA GERAL:
-Vermes grandes de coloração branca ou rósea.
-Macho sem asa caudal, com numerosas papilas, com 2 espículos e sem bolsa copuladora.
-Fêmeas com extremidade bucal cônica, 2 ovários, ovíparas. Ovos são postos não embrionados.
-Não existe cápsula bucal, e a boca consiste simplesmente numa abertura circundada por três lábios em forma de
triângulo (1 dorsal e 2 ventrais).
Boca de Ascarídeo
Lábio dorsal
LV Lábio Ventral
CICLOS BIOLÓGICOS BÁSICOS:
CICLO DE LOSS OU CICLO HEPATO-TRAQUEAL:
-Vermes adultos no ID do animal se acasalam e a fêmea faz a postura ovos permanecem no meio ambiente s/
embrionar de acordo com as condições ambientais forma-se o L1 ainda dentro do ovo L1 muda para L2 e
posteriormente L3 (forma infectante). Este processo (L1 até L3) dura ~ 25 a 35 dias Pode haver a existência de
hospedeiros paratênicos que irão ingerir o ovo larvado (p.ex. minhocas), neste caso o HD irá ingerir diretamente o
HP e não o ovo contendo a larva L3.
-Normalmente o HD irá ingerir diretamente o ovo infectado c/ L3 No Intestino Delgado do HD, em função do
pH e de enzimas proteolíticas o ovo irá eclodir L3 penetra na parede intestinal, cai na circulação sanguínea e
finalmente alcança o Fígado através do sistema porta A larva L3 irá migrar pelo fígado direta (parênquima) ou
indiretamente (sist. Porta) Através da circulação venosa a larva L3 chega ao Coração Direito Via artéria
pulmonar a larva L3 alcança o Pulmão Larva L3 muda para L4 (nos capilares alveolares) Dos capilares L4
migra para os alvéolos e se transforma em L5 (pré-adulto) Bronquíolos Brônquios Traquéia Ajudada
pela expectoração natural, L5 é tossida e deglutida, alcançando o ID, onde cresce e atinge o estágio adulto
Acasalamento Postura.
CICLO SOMÁTICO:
-No ciclo somático os HD irão ingerir o ovo contendo L3 L3 irá penetrar na parede do ID, atingir a circulação e
chegar até o pulmão Coração esquerdo Grande circulação A partir daí atinge todos os tecidos somáticos,
onde permanecem em quiescência.
-Se o HD for fêmea, quando esta atingir o estádio adulto e estiver em gestação (a partir do 42° dia) as L3 nos
tecidos somáticos são ativadas (fatores hormonais e queda de resistência da fêmea gestante) Migração
placentária e circulação sanguínea Nos fetos as larvas L3 migram pelo fígado e vão p/ o pulmão onde ficam
retidas até o nascimento do animal Após o nascimento, as larvas atingem a forma adulta através do Ciclo de
Loss.
-Não ocorre muda no ciclo somático, apenas encistamento.
CICLO DE MUCOSA:
-Vermes adultos no ID do animal se acasalam e a fêmea faz a postura Ovos permanecem no meio ambiente s/
embrionar De acordo com as condições ambientais forma-se o L1 Ainda dentro do ovo L1 muda para L2
(forma infectante).
-O HD irá ingerir o ovo contendo L2 Eclosão no tubo digestivo Penetração na mucosa do estômago Após
2 semanas larvas na luz do estômago migram p/ ID Formação de um nódulo na mucosa do onde irá ocorrer a
muda p/ L3 e posteriormente p/ L4 Na luz intestinal L4 se transforma em L5 Adultos fazem acasalamento e
postura.
-Neste caso irão ocorrer mudas fora do aparelho respiratório.
ADULTOS NO
ID DO HD Ovos expelidos
nas fezes
Ovo contendo L3 é
ingerido pelo HD
CICLO HEPATO-TRAQUEAL
Na traquéia a larva L5 é Eclosão das larvas e
deglutida estomago penetração na
mucosa do ID
L4 L5 (alvéolos)
Migração
hepática
Pulmão Coração
(Veia Cava)
Milk spots
L3 L4 (capilares)
PATOGENIA GERAL:
-Migração larvar no Fígado:
*Assintomática Número de larvas pequeno.
*Sintomática Focos hemorrágicos que irão fibrosar podendo comprometer a função do
fígado. Tais pontos fibróticos são substituídos por tecido conjuntivo branco (milk spot). Este
processo pode levar a uma hepatomegalia ou a uma hipertrofia compensatória do fígado.
-Alterações circulatórias (fígado)
-Reações de Hipersensibilidade nos pulmões devido ao líquido alergênico produzido pelo parasita durante o
processo de muda. Ocorrência de processos inflamatórios Edema c/ acúmulo de líquido e também enfisema.
-Pontos hemorrágicos nos pulmões devido ao rompimento de capilares.
-Larvas erráticas podem causar reações inflamatórias por onde passam.
-Os adultos no Intestino Delgado podem apresentar:
*Ação Espoliativa: Ingestão de alimentos já digeridos causando anemia e emagrecimento.
*Ação Tóxica: Liberação de metabólitos de ação tóxica. De acordo com o grau podem ocasionar
lesões nervosas.
*Ação sobre o Metabolismo: Inibição de enzimas pelos metabólitos.
*Ação Mecânica: Êmbolo causado pelos vermes pode levar a um quadro de obstrução intestinal,
prejudicando o peristaltismo Ruptura intestinal. Pode ocorrer um quadro de peritonite c/
morte do hospedeiro.
FAMÍLIA – ASCARIDIDAE
Sub-família - ACARIDINAE
GÊNERO Ascaris
-São nematódeos usualmente robustos com asa cervical ausente.
-Os machos possuem cauda cônica e não possuem asa caudal e gubernáculo.
-As fêmeas possuem a vulva na metade anterior do corpo; com dois úteros.
-Desenvolvem-se pelo “Ciclo de Loss”.
Ascaris suum
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Ascaridinaes parasito do intestino delgado de suínos.
-O A. suum é considerado irmão do A. lumbricóides (ID do Homem), uma vez que não existem diferenças
morfológicas entre eles.
-Desenvolve-se no hospedeiro através do Ciclo de Loss, podendo em certos casos, haver participação de um
hospedeiro paratênico.
-Fêmea adulta c/ alto potencial biótico (500.000 ovos/dia). Os ovos são extremamente resistentes no ambiente.
MORFOLOGIA:
-Quando recentemente colhido, os vermes possuem coloração rósea.
-Adultos machos medem de 15-25 cm de comprimento, com extremidade anterior delgada e posterior cônica.
São curvados ventralmente e não possuem asa caudal ou cervical.
-A fêmeas mede de 20-40 cm, com vulva localizada no meio do corpo e os dois úteros paralelos.
CICLO BIOLÓGICO:
-Desenvolvem-se pelo “Ciclo de Loss” (Hepato-traqueal).
-Vermes adultos no ID dos suínos (HD) se acasalam e a fêmea faz a postura Os ovos não segmentados são
eliminados junto com as fezes e permanecem no meio ambiente s/ embrionar.
-De acordo com as condições ambientais (umidade e temperatura adequadas) os ovos desenvolvem-se até L3
(forma infectante). Este processo (L1 até L3) dura ~ 25 a 35 dias. Pode haver a existência de hospedeiros
paratênicos que irão ingerir o ovo larvado (p.ex. minhocas), neste caso o HD irá ingerir diretamente o HP e não o
ovo contendo a larva L3.
-Normalmente o HD (suíno) irá ingerir diretamente o ovo infectado com a larva L3 No ID do HD o ovo irá
eclodir L3 penetra na parede intestinal, cai na circulação sanguínea e finalmente alcança o Fígado através do
sistema porta A larva L3 irá migrar pelo fígado direta (parênquima) ou indiretamente (sist. Porta) Através da
circulação venosa a larva L3 chega ao Coração Direito Pulmão No pulmão a larva L3 muda para L4 (nos
capilares alveolares) Dos capilares L4 migra para os alvéolos e se transforma em L5 (pré-adulto) Bronquíolos
Brônquios Traquéia Ajudada pela expectoração natural, L5 é tossida e deglutida, alcançando o ID, onde
cresce e atinge o estágio adulto Acasalamento Postura.
-O PPP é de aproximadamente 2 meses.
PATOGENIA E SINTOMAS:
Adultos:
-Espoliação de nutrientes pelo verme adultos no ID Diminuição da conversão alimentar, ou seja, o animal tem
que se alimentar mais do que o normal para atingir uma determinada massa corporal.
-Adultos podem causar obstrução intestinal que é agravada por ruptura e peritonite. (altas infestações).
Larvas:
-Lesões Hepáticas devido a migração larval (milk spot).
-Pneumonia, principalmente de origem secundária. Reações de hipersensibilidade pulmonar levando a um quadro
pneumônico (alergênicos produzidos).
-As larvas de A. suum podem migram pelo pulmão de bovinos sem se estabelecerem => pneumonia intersticial.
-Obstrução hepática podendo levar a quadros de icterícia.
Sintomatologia:
-Nos animais severamente parasitados observam-se sinais de pneumonias, tosse e exudato pulmonar. Às vezes
pode ocorrer diarréia.
-O principal efeito dos vermes adultos é causar queda de produção em termos de menor ganho de peso.
EPIDEMIOLOGIA:
-É mais prevalente nas zonas tropicais e subtropicais (boas temperaturas para a eclosão dos ovos). A temperatura
ótima está em torno de 31 c.
-Nematoda mais importante em criações tecnificadas de suínos ( Potencial Biótico e resistência no ambiente)
-Ocorre mais comumente em leitões jovens (3-5 meses), pois os adultos são mais resistentes à infecção.
-Piso de concreto e lâmina d’água favorece a infecção. Piso ripado também é problemático.
DIAGNÓSTICO:
-Sintomatologia clínica
-Exame de fezes ( 1 vez por ano) e necropsia nos matadouros (parasita no intestino e milk spots).
TRATAMENTO E CONTROLE:
-Vermifugação das porcas prenhes antes do parto. Vermifugação dos suínos jovens quando estes vão para as
instalações de acabamento e oito semanas mais tarde. Vermifugação dos varrões a cada 3 ou 6 meses.
-Uso de desinfetante forte nas instalações (soda cáustica).
-Em suínos criados em regimes de pastos (out door), o problema é maior, e onde há ascaridíase grave pode ser
necessário interromper o uso de piquetes por vários anos, uma vez que os ovos podem sobreviver.
GÊNERO Parascaris
Parascaris equorum
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Ascarídes parasita de equinos, sendo que a forma adulta se localiza no ID
-Desenvolve-se no hospedeiro através do Ciclo de Loss.
-Fêmea produz aproximadamente 10.000 ovos/dia. Os ovos são extremamente resistentes no ambiente.
MORFOLOGIA:
-Apresenta projeção cefálica proeminente.
-Adultos machos medem de 15-28 cm com extremidade anterior delgada e posterior cônica, com asa caudal. Os
espículos medem entre 2.0 a 2,5 cm de comprimento.
-As fêmeas medem de 18-50 cm.
CICLO BIOLÓGICO:
-Os parasitas se desenvolvem no Hospedeiro Definitivo através do “Ciclo de Loss”, semelhante ao Ascaris suum.
-O PPP varia de 2 a 2,5 meses.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Os parasitas adultos em infecções leves são assintomáticos.
-Durante o período de migração pelo corpo dos eqüídeos, as larvas podem provocar hemorragias e focos de
pneumonias, com sintomas de tosse e descarga de catarro pelas narinas.
-Os parasitos adultos são responsabilizados por cólicas e outros distúrbios intestinais (diarréias, enterite catarral
crônica, obstrução e perfuração intestinal, peritonite).
-Obstrução e perfuração intestinal têm sido relatadas como causa de mortes em eqüinos.
-Em potros tem sido observado ataque epilético (SNC) devido provavelmente às toxinas secretadas pelo parasito
adulto.
EPIDEMIOLOGIA:
-Ocorre mais comumente em animais jovens (2-6 meses), pois os adultos são mais resistentes à infecção, apesar
de se apresentarem como fonte constante de infecção para os potros.
DIAGNÓSTICO:
-Exame de fezes ( 1x/ano) e necrópsia nos matadouros (parasita no intestino e milk spots).
CONTROLE:
Controle Químico – Vermifugação:
-O controle da parasitose é fundamental, pois resulta em um melhor desempenho dos animais, especialmente
quando estão com elevada carga animal por área. A forma de controle adotado na maioria dos criatórios utiliza
exclusivamente os compostos antiparasitários por sua praticidade e eficiência, por sua ótima relação custo-
benefício e pela facilidade de aquisição. Dentre os compostos disponíveis, existem quatro grupos químicos
distintos que são os mais utilizados: os benzimidazóis (ex: albendazole e oxibendazole), as pirimidinas e
imidazotiazóis (ex: pamoato de pirantel e levamisole) e o grupo das lactonas macrocíclicas (ex: ivermectina e
moxidectin). A grande diferença entre os grupos químicos está no seu mecanismo de ação diferenciado e nas
formas de eliminação parasitária. Vale lembrar, no entanto, que nenhum composto antiparasitário é eficaz contra
todos os estádios de desenvolvimento dos parasitas de eqüinos. Neste particular, somente a moxidectina tem
efeito moderado contra larvas encistadas de terceiro e quarto estádio e nenhum efeito contra larvas em
hipobiose (Molento, 2005)
-Em relação à utilização dos medicamentos, a freqüência de sua utilização pode ser de forma supressiva:
tratamentos a cada 4-8 semanas, estratégica: tratamentos regulados pelas condições climáticas da região (na
região sudeste deve ser feito nos meses de maio, julho e setembro) e o possível aumento do número de parasitas
no animal, ou curativa: tratamentos quando o animal apresenta alta contagem de ovos nas fezes ou sinais
clínicos. Sabe-se também, que a alternância entre os quatro grupos químicos descritos acima é freqüente,
ocorrendo várias vezes ao ano. Esta situação é complementada pela falta de monitoramento da eficácia dos
produtos utilizados, o que dificulta uma melhor avaliação do Médico Veterinário no sucesso ou não do programa
antiparasitário em execução (Molento, 2005).
Controle Físico:
-Separação dos animais por faixa etária.
-Construção das baias em locais que permitam a radiação solar no seu interior durante um período do dia.
-Ajuste da densidade animal, evitando altas cargas por período prolongado de tempo.
-Limpeza diária no interior das baias e limpeza periódica dos piquetes.
-Construção de esterqueiras e origem adequada das águas para as baias.
-Uso de desinfetantes fortes nas instalações (soda cáustica).
GÊNERO Toxascaris
-Ascaridinae com asa cervical.
-Os machos possuem cauda cônica e não possuem asa caudal e gubernáculo. Os espículos são subiguais.
-As fêmeas possuem a vulva no terço anterior do corpo.
-Desenvolvem-se pelo “Ciclo de Mucosa”.
Toxascaris leonina
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-O adulto é parasita do intestino delgado de cães, gatos e outros felídeos.
-Pode ocorrer a existência de HI (roedores e coelhos silvestres), havendo mudanças de estágio das larvas nos
tecidos destes animais. O HD irá adquirir a infecção através do predatismo dos HI infectados. Importante o
controle de roedores em áreas endêmicas.
-Desenvolve-se no hospedeiro através do Ciclo da Mucosa (ciclo direto). No ciclo indireto não ocorre migração da
larva na mucosa intestinal.
-Sintomatologia semelhante à da Toxocariose intestinal.
MORFOLOGIA:
-O macho mede ~ 2-7 cm
-A fêmea mede ~ 2-10 cm
-Os nematóides adultos possuem a extremidade anterior
curva dorsalmente e asas cervicais alongadas, conferindo
um aspecto lanceolado ao ao verme.
CICLO BIOLÓGICO:
-Vermes adultos no ID do animal se acasalam e a fêmea faz a postura Os ovos permanecem no meio ambiente
sem se embrionar e, de acordo com as condições ambientais forma-se o L1 ainda dentro do ovo L1 muda para
L2 (forma infectante).
-O HD irá ingerir o ovo contendo L2 Eclosão do ovo no tubo digestivo Penetração na mucosa do estômago
Após 2 semanas larvas voltam para a luz do estomago e migram para o ID Formação de um nódulo na
mucosa do ID onde irá ocorrer a muda para L3 e posteriormente p/ L4 Na luz intestinal L4 se transforma em L5
e posteriormente em adulto Acasalamento e postura.
GÊNERO Toxocara
-Toxocarinae com asa cervical, sem interlabios e esôfago com bulbo posterior distinto.
-Macho com apêndice caudal digitiforme, com varias papilas na região posterior do corpo. Não Possuem
gubernáculo.
-Fêmea com a abertura vulvar situada na região ¼ anterior do corpo.
Toxocara canis
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-O adulto é parasita do ID de cães, gatos e raposas. É um dos mais importantes parasitos de cães, principalmente
de animais novos.
-No homem (hospedeiro paratênico) causa uma importante zoonose conhecida por “Larva Migrans Viceral”. Esta
zoonose é responsável pela ocorrência de disfunções hepáticas, oculares e nervosas em crianças pequenas. O HP
normalmente se infecta pela ingestão dos ovos larvados presentes nas fezes dos HD. O diagnóstico é feito através
de sorologia ou biópsia hepática.
MORFOLOGIA:
-São esbranquiçados, relativamente robustos, com um par de asas cervicais estreitas e semi lanceoladas.
-Macho mede de 4 a 10 cm de comprimento, c/ espículos desiguais, curvos e alados.
-Fêmeas c/ 5-18 cm de comprimento.
-Ovos são subglobulares, de cápsula espessa e rugosa.
-No cão pode ser confundido apenas com o Toxascaris leonina, do qual se diferencia apenas pela presença de um
processo digitiforme na cauda (microscópico).
Asa Cervical
Ovo de T.
canis
-Com relação à sua diferenciação do Toxocara cati, além desta espécie parasitar apenas gatos e felídeos, ela
possui as asas cervicais largas e estriadas, dando à extremidade anterior do corpo, um aspecto de seta.
CICLO BIOLÓGICO:
-Vermes adultos no ID do animal se acasalam e a fêmea faz a postura ovos permanecem no meio ambiente s/
embrionar de acordo com as condições ambientais forma-se o L1 ainda dentro do ovo L1 muda para L2 e
posteriormente L3 (forma infectante). Este processo (L1 até L3) dura ~ 25 a 35 dias.
-Esta espécie tem o ciclo evolutivo mais complexo na superfamília, com dois possíveis ciclos de desenvolvimento:
Em cães de idade superior a seis meses:
*Em hospedeiros com idade superior a seis meses de idade o parasita irá se desenvolver pelo ciclo
somático, ficando encistado nos tecidos dos animais.
*Neste caso, os HD com idade superior a 6 meses irão ingerir o ovo contendo L3 que irá penetrar na
parede do ID, atingir a circulação e chegar até o pulmão coração esquerdo grande circulação a
partir daí atinge todos os tecidos somáticos, onde permanecem em quiescência. Se o HD for fêmea.
*Neste ciclo, caso o HD seja uma fêmea, quando ela atingir o estádio adulto e estiver em gestação (a
partir do 42° dia), a L3 encistada nos tecidos somáticos podem ser ativadas (fatores hormonais e queda
de resistência da fêmea gestante) circulação sanguínea artéria umbilical feto circulação
sanguínea fetal fígado coração direito e pulmão onde ficam retidas até o nascimento. Após o
nascimento, os parasitas retidos no pulmão completam o desenvolvimento através do cilo hepato-
traqueal (Ciclo de Loss).
Em cães de até seis meses de idade:
*O ciclo hepatotraqueal irá ocorrer em HD recém nascidos e jovens que ainda não atingiram imunidade
contra o parasita (até 6 meses de idade).
*No Intestino Delgado do HD, em função do pH e de enzimas proteolíticas o ovo irá eclodir L3 penetra
na parede intestinal, cai na circulação sanguínea e finalmente alcança o Fígado através do sistema porta
A larva L3 irá migrar pelo fígado direta (parênquima) ou indiretamente (sist. Porta) Através da
circulação venosa a larva L3 chega ao Coração Direito Via artéria pulmonar a larva L3 alcança o Pulmão
Larva L3 muda para L4 (nos capilares alveolares) Dos capilares L4 migra para os alvéolos e se
transforma em L5 (pré adulto) Bronquíolos Brônquios Traquéia Ajudada pela expectoração
natural, L5 é tossida e deglutida, alcançando o ID, onde cresce e atinge o estágio adulto Acasalamento
Postura.
-Modos de infecção:
*Em animais adultos o que ocorre é a ingestão de ovos embrionados presentes no ambiente.
*Com a reativação das larvas quiescentes nas cadelas gestantes, alguns parasitas podem completar o ciclo
(ao invés de atingirem a artéria umbilical) e se fixarem no ID desses hospedeiros. Neste caso, as cadelas
adultas irão contaminar o amibiente com ovos de T. canis e os filhotes podem adquirir esta parasitose via
oral.
*Os fetos e cães récem nascidos normalmente adquirem a infecção via transplacentária ou trans-
mamária.
*A principal via de infecção é a transplacentária, encontrando-se vermes adultos no intestino dos filhotes
a partir da Segunda semana de vida.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Lesões hepáticas (milk spot) e pulmonares causadas pela migração das larvas. Alguns fetos podem morrer ante
do nascimento, em função da lesão hepática provocada pela migração das larvas neste órgão.
-Os vermes adultos quando em grandes infestações, podem causar obstrução intestinal com complicações do tipo
perfuração e peritonite.
-Ocasionalmente os animais podem apresentar convulsões (toxinas? Produzidas por vermes mortos; irritação de
terminações nervosas na mucosa do intestino? ou larvas c/ migração errática?).
-Os principais sintomas nos filhotes são: abdome distendido, diarréia ou constipação, inquietação, vômitos, sinais
de subnutrição, pelagem sem brilho, fraqueza, obstrução intestinal e sinais nervosos.
EPIDEMIOLOGIA:
-Verifica-se uma maior prevalência da doença em cães com menos de seis meses de idade.
-Ampla distribuição e alta intensidade de infecção devido a 3 principais motivos: (1) Alta capacidade reprodutiva
das fêmeas 700 até 15.000 ovos por grama de fezes. (2) Alta resistência dos ovos no ambiente. (3) Existe um
reservatório constante de infecção nos tecidos somáticos da cadela, sendo as larvas nestes locais insensíveis à
maioria dos anti-helmínticos.
DIAGNÓSTICO:
-O aparecimento de sinais pneumônicos numa ninhada, quase sempre dentro de duas semanas depois do
nascimento possibilita um diagnóstico presuntivo.
-Exame de fezes dos filhotes. Encontro dos ovos característicos ou verme adulto no material vomitado.
TRATAMENTO E CONTROLE:
-Todos os cãezinhos devem ser tratados com 2 semanas de idade (15 dias) e novamente 2 a 3 semanas mais tarde
(45 dias) para eliminar a infecção adquirida antes do nascimento.
-Uma outra dose deve ser administrada aos cãezinhos aos 2 meses de idade para eliminar qualquer infecção
adquirida através do leite materno (transmamária) ou por algum aumento na contagem de ovos nas fezes
maternas nas semanas posteriores ao parto.
-Vermifugar a cadela/gata prenhe a partir do 42° dia de gestação.
-Vermifugar cães adultos a cada 6 meses durante toda a vida.
Toxocara cati
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasita cosmopolita, encontrado no intestino delgado de gatos e outros felídeos.
-Ocorre normalmente em infecções mistas com o Toxascaris leonina do qual se difere pela morfologia das asas
cervicais. No Toxocara cati as asas cervicais têm a forma de uma ponta de flecha, com as bordas posteriores
quase em ângulo reto com o corpo, enquanto as de Toxascaris leonina se afilam gradativamente.
MORFOLOGIA:
-Da mesma forma que os demais parasitas da família Ascarididae, o Toxocara cati apresenta os 3 lábios
característicos.
-Possuem asas cervicais largas e estriadas. A extremidade anterior do corpo do animal tem aspecto de seta.
-Os machos medem de 3-6 cm de comprimento. As fêmeas medem de 40-10 cm
-Os ovos são subesféricos.
Asa Cervical
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Semelhante ao observado no Toxocara canis.
Toxocara vitulorum
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito do intestino delgado de bovinos bubalinos e outros ruminantes (menos comuns). Maior prevalência em
búfalos devido à predileção desta espécie por locais alagadiços (maior difusão de ovos).
-Da mesma forma que o T. cati, este parasita irá fazer uma mistura de ciclo Hepato-traqueal e de ciclo de mucosa.
O primeiro é de pouca importância e irá ocorrer apenas nos animais que ingerirem ovos infectantes. O ciclo de
mucosas irá ocorrer em todos os animais que se contaminaram via trans-mamária (epidemiologicamente mais
importante).
-As fêmeas apresentam um alto potencial biótico (100.000 ovos/dia) que decresce consideravelmente c/ a idade
do parasita.
MORFOLOGIA:
-Adultos possuem três lábios distintos, s/ papilas.
-Machos medem de 15-26 cm, possuem cauda curta em forma de espinho, papilas pré e pós-cloacais.
-Fêmeas medem de 22-30 cm. Ovos subesféricos c/ casca espessa e finalmente granulosa.
CICLO BIOLÓGICO:
-O ciclo é muito semelhante ao observado no Toxocara cati uma vez que a principal via de infecção também é a
transmamária. Da mesma forma, não ocorre transmissão transplacentária.
-O HD pode se infectar por duas principais vias:
(1).Via Transmamária = ocorre entre os bezerros. Neste caso o hospedeiro irá se contaminar com a larva
L3 que irá penetrar na mucosa do estômago e continuar o desenvolvimento através do ciclo de mucosas.
(2).Via Oral = ocorre quando o HD (bezerros acima a partir de 6 meses) ingere o ovo contendo a larva
infectante L2 que irá penetrar na parede intestinal, alcançar o fígado e fazer a muda p/ L3. No fígado a larva
permanecerá encistada até o HD entrar em gestação quando ela será ativada. Em torno de 8 dias antes do parto,
as larvas L3 migram p/ a glândula mamária do HD. Se o HD ingerir ovos a partir deste oitavo dia, as larvas L2
migram direto p/ gl. Mamária. A transmissão p/ o filhote inicia-se a partir do segundo dia pós-parto e se estende
até o 18° dia. Quando o filhote ingere o leite, a larva infectante L3 completa o seu desenvolvimento através do
Ciclo de Mucosa.
-Raramente irá ocorrer o desenvolvimento do verme adulto em vacas (animal já se encontra imune). O que ocorre
é a migração somática c/ encistamento no fígado ou a morte as larvas infectantes que foram ingeridas. O bezerro
é o único que irá albergar o parasita adulto e conseqüentemente, eliminar ovos no ambiente (de 3 a 10 semanas
de idade). Sendo assim, o tratamento deve ser concentrado nesta categoria animal (Tratamento. c/ 10 dias de
idade).
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Massa de adultos no intestino dificulta a passagem de alimentos Degeneração da mucosa e musculatura lisa
Diminuição da digestão e do crescimento Constipação, anorexia, dor abdominal, podendo levar a um
quadro de desidratação.
-Raramente ocorre obstrução intestinal c/ perfuração, intussuscepção e peritonite.
DIAGNÓSTICO:
-Deve ser feito o OPG apenas em animais c/ a faixa entre 3 a 10 semanas de vida (depois para de eliminar ovos e
encistam as larvas).
FAMÍLIA ASCARIDIDAE
Sub Família Ascaridiinae
Gênero Ascaridia
CICLO BIOLÓGICO:
-Vermes adultos no ID do animal se acasalam e a fêmea faz a postura ovos permanecem no meio ambiente s/
embrionar de acordo com as condições ambientais forma-se o L1 ainda dentro do ovo L1 muda para L2 e
posteriormente L3 (forma infectante). Este processo (L1 até L3) dura ~ 25 a 35 dias.
-As aves (HD) ingerem o ovo contendo a larva infectante L3 Eclosão dos ovos no duodeno com liberação das
larvas que completam o desenvolvimento através do ciclo de mucosas:
Ciclo de Mucosas = No ciclo de mucosas não ocorre e migração das larvas pelo corpo do animal. O HD
irá ingerir o ovo contendo L3 Eclosão no tubo digestivo Penetração na mucosa do estômago
Após 2 semanas larvas na luz do estômago migram p/ ID Formação de um nódulo na mucosa do
onde irá ocorrer a muda p/ L4 e posteriormente p/ L5 Na luz intestinal os adultos fazem
acasalamento e postura.
-Algumas minhocas podem ingerir os ovos larvados e funcionarem como hospedeiros paratênicos (HP).
-O PPP é de 5-6 semanas.
EPIDEMIOLOGIA:
-Infecção mais frequente em aves jovens (até 3 meses de idade) do que em adultos.
-Maior problema em confinamentos do que em criações extensivas. Ovos encontram ambiente propício p/
desenvolvimento próximo aos bebedouros (locais úmidos e sombreados). As camas de frango usadas em granjas
tecnificadas também constituem um ambiente propício p/ o desenvolvimento do parasita.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Lesão da mucosa e enterite catarral. Erosão na mucosa intestinal pelos vermes adultos (ação mecânica).
-Adultos em grandes quantidades podem causar obstrução intestinal.
-Os sintomas só ocorrem em caso onde se verifica infestações massivas: diarréias, c/ sangue às vezes, anemia,
emaciação e perda de vivacidade.
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO:
-Necrópsia é a forma mais comum de diagnóstico.
TRATAMENTO E CONTROLE:
-Quando as aves são criadas em um sistema extensivo e a ascaridiose constitui um problema, as aves jovens
devem, se possível, serem agrupadas e criadas em solo previamente não ocupado por aves.
-Como o nematóide também pode ser um problema em alojamento com camas densas, devem ser utilizados
sistemas de alimentação e fornecimento de água que limitem a contaminação dos alimentos e das águas por
fezes.
-Tratamento dos animais através da adição de anti-helmínticos (piperazina, levamizol ou benzimidazol) na ração
ou na água de beber.
Filo Aschelminthes
Classe Nematoda
Ordem Strongylidea
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Possuem boca bem desenvolvida ou rudimentar, com lábios ou coroa radiada.
-Os machos possuem bolsa copuladora e dois espículos iguais.
-Principais famílias de interesse médico veterinário:
Família Trichostrongylidae Coroa Radiada
Vesícula Cefálica
Família Strongylidae
Família Cyatostomídae Vesícula Cervical
Família Ancilostomatídae
Família Stephanuridae
Papila Cervical Papila Cervical
Família Ancylostomatidae
Família Protostrongylidae Asa Cervical
FAMÍLIA – TRICHOSTRONGYLIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Os adultos são parasitas de ID e Abomaso de ruminantes; algumas espécies parasitam também eqüinos, suínos e
aves. É nesta família onde se encontram os nematódeos de maior patogenia aos ruminantes, principalmente aos
bovinos.
-Encontra-se distribuído em praticamente 100% do território nacional sendo observado o favoritismo de algumas
espécies por determinadas regiões. Este comportamento está intimamente ligado ao perfil climático do lugar.
Normalmente o que ocorre no campo são infecções mistas. Os quadros patológicos, portanto serão resultados
das interações entre os diversos parasitas.
MORFOLOGIA:
-Nematóides delgados de cavidade bucal reduzida ou ausente.
-São de pequenas dimensões (os maiores medem menos de 4 cm).
-Possuem abertura bucal pequena com 3 a 6 lábios ou sem lábios. Não possuem coroa radiada.
-Os machos possuem bolsa copuladora bem desenvolvida.
-Ovos com cápsula delgada e segmentados quando são expelidos pelo hospedeiro.
-A infecção ocorre pela ingestão das larvas infectantes. Para tanto ocorre a migração da larva infectante L3 para a
ponta do capim onde ela será ingerida pelo hospedeiro. Considerando que a movimentação das larvas é feita
através das gotículas de H2O e orvalho presentes nas plantas, o fator umidade é limitante para a infecção dos
animais o que explica uma maior taxa de infecção (translação parasitária) nos períodos úmidos do ano (primavera
e verão na região sudeste).
CICLO BIOLÓGICO:
-Os vermes adultos vivendo na luz intestinal, fazem postura dos ovos embrionados que serão eliminados p/ o
meio exterior junto com as fezes. Nas fezes, em presença de oxigênio, os ovos eclodem dando origem a larvas L1
de esôfago rabditiformes. No meio ambiente, a larva L1 se alimenta de matéria orgânica e sofre a muda p/ L2
(esôfago rabditiformes) que também se alimenta e então se transforma em L3 ou larva infectante. Esta larva
possui esôfago filarióide e ñ se alimenta. Além disso, conserva a cutícula do último estágio como fator de
proteção. O período decorrido entre a emergência da larva L1 e a formação da larva L3 é de aproximadamente 7
dias. Em temperatura mais alta o período é mais curto, porém a larva L3 sobrevive por menos tempo devido ao
aumento do metabolismo.
-As larvas infectantes procuram sair das fezes migrando através da vegetação das pastagens, utilizando para tanto
as gotículas de água que ficam retidas nas plantas. Algumas larvas permanecem retidas no solo. Dependendo das
condições ambientais as larvas podem sobreviver por longos períodos (umidade e temperatura favoráveis). Uma
vez que são repelidas pela luz, as larvas L3 freqüentemente procuram locais sombreados, porém, são governadas
pelo fator umidade e não por qualquer outro estímulo, dentro de uma faixa de temperatura, variável para cada
espécie de nematóide.
-A larva infectante, quando ingerida pelo hospedeiro, emerge da cutícula protetora na luz do tubo digestivo.
Quando se trata de parasitas que se localizam no abomaso, a larva irá emergir no rúmem; em se tratando de
parasitas de intestino delgado, a larva irá emergir no abomaso. Libertada da cutícula protetora, a larva L3 entra na
fase do ciclo histotrófico durante a qual se alimenta dos tecidos do hospedeiro (duração desta fase depende da
resistência ou imunidade do hospedeiro contra o parasito). Para tanto a larva penetra na mucosa do abomaso ou
ID, onde irá sofrer duas mudas p/ L4 e posteriormente p/ o estádio adulto. Os adultos na luz do trato digestivo
irão se acasalar e produzir ovos.
-O PPP depende da espécie de Tricostrongilídeo, da idade, grau de resistência e outros fatores intrínsecos do
hospedeiro. Em uma média geral, fica em torno de 3 a 4 semanas.
Ovos embrionados
Parasita no ID/Abomaso do HD
espelidos c/ as fezes
Acasalamento
Na Mucosa
Eclosão no M.A
L3 L4 L5
L1
Se alimentam de
Libertada da cutícula, a L3 penetra M.O
na mucosa do Abomaso / ID L2
Não se alimenta L3
Forma Infectante
PATOGENIA GERAL:
-A penetração das larvas nos tecidos causa destruição das células estomacais ou intestinais, o que provoca uma
perda de função do órgão. Com isso os processos digestivos ficam prejudicados (absorção alimentar, secreção de
enzimas, etc...).
-A larva e os adultos podem ser hematófagos ou se alimentarem dos metabólitos do hospedeiro. Isso pode
provocar quadros de desnutrição ou hipoproteinemia devido à perda de albumina do sangue com conseqüente
edema generalizado.
-Durante a mudança de estágio larval no aparelho digestivo do hospedeiro, irá ocorrer a liberação do líquido de
muda que é extremamente alergênico, causando reação inflamatória no local Edema.
-Normalmente se observa edema sub-mandibular em bovinos (papeiras) e ascite em caprinos.
-Alguns parasitas podem provocar lesão no abomaso, principalmente nas glândulas produtoras de HCl e
pepsinogênio. Com a diminuição da secreção de ácido clorídrico ocorre um aumento do pH do estômago. Nestas
condições (pH básico) a digestão de proteínas irá parar, provocando nos animais um quadro conhecido por
dispepsia.
-Espécies de parasitas hematófagos podem produzir substância anti-coagulantes durante o processo de
alimentação (Haemoncus sp.). Tais substâncias prolongam a hemorragia no local de fixação em até 6 minutos
após a saída do parasito.
-No intestino delgado onde o parasita se fixa, podem ocorrer úlceras com necrose da mucosa, levando a uma
substituição de tecidos mortos por tecido fibroso com conseqüente diminuição da área de absorção.
-Os catabólitos produzidos pelo parasito induzem a liberação da Coleocistoquinina, um hormônio intestinal que
irá agir no hipotálamo inibindo o centro da fome. Desta forma, os animais entram em um quadro de Anorexia,
que é o principal responsável pela redução do peso corporal.
SINTOMAS MAIS COMUNS:
-Os efeitos variam com a idade do animal, com grau de resistência, com a intensidade da carga parasitária, com as
espécies de helmintos envolvidos e com o estado nutricional dos animais.
-Os animais novos, fêmeas gestantes e em lactação sofrem mais intensamente que os animais adultos
(imunidade).
-Na forma aguda os sintomas observados são: gastroenterite catarral; rápida perda de peso; diarréia associada c/
desidratação e anemia moderada.
-Na forma crônica os sintomas mais evidentes são: debilidade, emaciação e edema nas partes baixas e
intermandibular (papeira), anemia e diarréia. Os animais mostram decréscimo na produção de leite, carne e lã.
GÊNERO: TRICHOSTRONGYLUS:
comprimento. Espículos
GÊNERO: COOPERIA:
(a) Características Gerais e Morfológicas:
-Parasitos muito pequenos, delgados e de coloração avermelhada. (< 1 cm).
-Possui vesícula cefálica na extremidade anterior e estrias cuticulares transversais na região esofágica. Estas são
as características específicas do gênero.
-Os machos possuem bolsa copuladora simétrica, com espículos fortes, curtos e geralmente com uma expansão
rugosa em forma de asa.
-Não possuem gubernáculo.
-Fêmeas possuem a extremidade anterior cônica, terminando em ponta mais ou menos aguda.
Vesícula Cefálica
GÊNERO: OSTERTAGIA:
(a) Características Gerais e Morfológicas:
-Talvez seja a causa mais comum de gastroenterite parasitária em bovinos e ovinos. A doença é conhecida por
ostertagiose, caracteriza-se por perda de peso e diarréia, acometendo tipicamente os animais jovens durante seu
primeiro período de pastejo.
-São vermes delgados, castanho avermelhados de até 1 cm de comprimento.
-Não possuem vesícula cefálica na região anterior
-Macho c/ bolsa copuladora c/ lobo dorsal pequeno e c/ membrana bursal. Gubernáculos fusiformes e espículos
curtos.
-As fêmeas possuem a vulva na metade posterior do corpo, protegida por um processo vulvar. A extremidade
posterior é cônica e sem espinho terminal.
-Ocorrem comumente em regiões frias (Sul do Brasil).
GÊNERO: NEMATODIRUS:
(a) Características Gerais e Morfológicas:
-Comuns em regiões frias (Sul do Brasil).
-Delgados e atenuados anteriormente, com vesícula cefálica cuticular e estrias transversais na extremidade
anterior.
-Machos possuem bolsa copuladora com espículos longos e delgados, soldados na extremidade distal. Não
possuem gubernáculo.
-As fêmeas possuem cauda curta e truncada, terminando em um apêndice delgado em forma de espinho.
-Os ovos são grandes, em relação aos dos outros gêneros.
-Parasitam a região média do ID.
GÊNERO: HAEMONCHUS
EPIDEMIOLOGIA GERAL:
-Os ruminantes adquirem os tricostrongilídeos durante o pastejo. A contaminação das pastagens é mantida pelos
animais adultos com infecções subclínicas.
-No Brasil, todo rebanho deve ser considerado parasitado (100% de prevalência) e todas as pastagens devem ser
consideradas contaminadas. O aparecimento da doença clínica é o resultado da interação parasito hospedeiro
(desequilíbrio).
-A prevalência das várias espécies de tricostrongilídeos, a intensidade de parasitismo, e o aparecimento da
doença nos animais e nos rebanhos dependem de vários fatores, entre eles:
DIAGNÓSTICO:
-Os animais de campo são todos suscetíveis às infecções verminóticas, especialmente os jovens. Entretanto, a
presença de determinadas espécies de helmintos no trato digestivo nem sempre apresenta um perigo iminente. A
patogenicidade verminótica e a intensidade de infecção por nematódeos gastrointestinais estão diretamente
relacionadas com: idade e imunidade do animal, as espécies de helmintos, o grau de infestação e a suscetibilidade
do animal e as condições ambientais (solo, relevo, clima, etc...)
EXAME CLÍNICO:
-Pelos arrepiados, animal magro e c/ mucosas pálidas. Edemas de membros e submandibular.
-Não é o mais indicado pois a sintomatologia causada pelas diferentes espécies de helmintos, na maioria das
vezes confunde-se entre si, além de assemelhar-se com a causada por outras enfermidades.
EXAME LABORATORIAL:
-Hemograma: detecta a anemia nos animais submetidos às infestações por vermes hematófagos (Haemonchus
sp., Cooperia sp., Bunostomum sp.)
-Contagem de Ovos por Grama de Fezes (OPG): Fazer em aproximadamente 10% de cada categoria animal. Colher
amostrar diretamente da ampola retal de forma aleatória. Com o OPG obteremos um diagnóstico de rebanho,
determinando apenas a ordem dos parasitos envolvidos. Em rebanho de leite A e B fazer de 6/6 meses. Em
rebanho de leite tipo C e de corte fazer uma vez por ano. Acima de 600 ovos por grama de fezes preconiza-se o
tratamento emergencial do rebanho. A partir dessa técnica é possível identificar a ordem do parasito baseando-se
no aspecto dos ovos.
CONTROLE:
CONTROLE QUÍMICO:
(a) Tratamento Curativo ou Tratamento Clínico:
-É aquele método em que o criador só trata os animais quando esses apresentam a verminose clínica. Tais
animais representam uma importante fonte de contaminação ambiental.
-Considerando a distribuição bionominal, estes animais são justamente aqueles 10% do rebanho (animais de
“fundo”) que albergam 50% da população parasitária. O tratamento desses animais garante que uma alta carga
de helmintos seja eliminada do rebanho. Contudo, o ideal é que não exista necessidade que esse tipo de medida
seja tomado uma vez que no momento em que este tratamento é feito, a verminose já causou todo o prejuízo
aos animais acometidos. Este tipo de tratamento não melhora a produtividade dos animais e nem elimina a carga
parasitária do ambiente uma vez que as populações de vida livre permanecem altas nas pastagens.
-A necessidade de se empregar o tratamento curativo no rebanho está diretamente ligada a problemas de
manejo que permitiram que a doença clínica se manifestasse. Em situações nas quais o tratamento curativo não
pode ser evitado é ideal que os animais tratados sejam posteriormente submetidos a uma dieta com maiores
índices nutricionais. Desta forma, o vermífugo deve funcionar como um “ponta pé” inicial à recuperação do
bovino, aliado à conscientização do produtor no sentido de implementar medidas de prevenção e de controle
estratégico na propriedade.
-É importante salientar que para que o tratamento seja economicamente compensável, todos os animais até os
30 meses de idade devem ser incluídos no programa e que existem variações de acordo com o tipo de criação e
manejo.
CONTROLE BIOLÓGICO:
-Através do emprego de coleópteros do gênero Dichotomius (rola bosta). Esses besouros enterram as fezes
existentes nos pastos, impedindo a saída das larvas infectantes. Um besouro tem capacidade de enterrar um bolo
fecal de 500g a 60 cm de profundidade, durante 24 horas em período chuvoso.
-Outra alternativa que tem sido testada é a utilização de fungos nematófagos. Existem quatro principais tipos de
fungos: (1). Os Predadores (Arthrobotrys oligospora e Harposporium anguillulae), (2). Os Endoparasitas
(Drechemeria coniospora), (3). Os Oportunistas que parasitam ovos e (4). Os produtores de metabólitos tóxicos
para os nematóides.
-Embora o controle de nematódeos continue a ser realizado por anti-helmínticos, pesquisas que tornem o
controle biológico e biotecnológico viáveis são necessárias. As pesquisas têm explorado o desenvolvimento de
vacinas contra helmintos ou o desenvolvimento de animais geneticamente resistentes a nematódeos parasitas.
Em contraste, poucas investigações têm sido realizadas para a viabilização do controle biológico de nematódeos.
CONTROLE FÍSICO:
-Rotação de pastagem: não funciona na maioria dos estados brasileiros devido ao longo período de sobrevivência
das larvas nas pastagens.
-Construção de esterqueiras: a fermentação da matéria orgânica (chorume) elimina grande quantidade das larvas
infectantes.
-Construção de bezerreiros deve ser feita sempre acima do curral.
-Alternância de pastagens de ruminantes c/ pastagens de equïnos.
-Cimentar ou jogar cascalho em volta do bebedouro e comedouro dos animais (Locais de maior acúmulo de
fezes).
-Evitar o acúmulo de fezes nas instalações e nos piquetes.
-Formação de bancos de proteínas (leguminosas) como suporte nutricional p/ os animais nas épocas de menor
disponibilidade de alimentos.
-Evitar promiscuidade entre espécies animais. A separação deve ser feita por faixa etária procurando ajustar a
carga animal ao espaço disponível.
Filo Aschelminthes
Classe Nematoda
Ordem Strongyloidea
FAMIÍLIA PROTOSTRONGYLIDAE
GÊNERO DICTYOCAULUS
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito adulto encontrado nos brônquios de ruminantes domésticos e eqüinos, sendo a principal causa de
“Bronquite Parasitária”.
-Alta prevalência no centro-sul do Brasil (climas temperados).
-Parasitos realizam ciclo direto.
MORFOLOGIA:
-Nematódeos de porte relativamente médio podendo medir até 10 cm de comprimento.
-Possuem cavidade bucal muito reduzida. Boca circundada por 4 lábios pequenos e s/ coroa radiada.
-Macho com bolsa copuladora pequena, espículos curtos e fortes e com gubernáculo. Os machos medem de 1 a 2
cm.
-Fêmea com cauda reta. As fêmeas medem de 5 a 10 cm.
CICLO BIOLÓGICO:
-Adultos localizados nos brônquios dos hospedeiros se acasalam. As fêmeas produzem milhares de ovos
embrionados que transportados para a traquéia junto com exudato, alcançam a laringe, são deglutidos
(semelhante ao Ciclo de Loss) e atingem o tubo digestivo. As larvas L1 eclodem no intestino e chegam ao meio
externo junto c/ as fezes. Alguns ovos eclodem nos brônquios e larvas L1 podem ser verificadas no escarro.
-No meio exterior, em condições ideais de umidade e temperatura L1 L2 L3 em aproximadamente 4 dias.
Como em todos os estrôngilos a larva L3 infectante é filarióide e ñ se alimenta. Um modo comum de dispersão
das larvas é pelos esporangiósporos dos fungos Pilobolus que crescem no bolo fecal.
-Os hospedeiros ingerem as larvas durante o pastejo. As larvas L3 penetram na mucosa do ID Circulação
sangüínea Atingem os linfonodos mesentéricos onde L3 se transforma em L4 Sangue Ducto hepático
Coração direito Pulmão.
-No pulmão a larva L4 rompe os capilares e atinge os alvéolos brônquios onde L4 se transforma em adultos.
-O PPP é de ~ 30 dias.
PATOGENIA:
-É uma patogenia grave quando em grande quantidade.
-Durante a penetração intestinal as larvas podem causar diarréias quando em grande quantidade.
-Os parasitos irritam o epitélio brônquico o que ocasiona um aumento na produção de muco Obstrução da
árvore brônquica com redução da área respiratória Dispnéia (dificuldade respiratória). Com a obstrução os
alvéolos se dilatam e enchem de ar causando enfisemas. Além disso, pode ocorrer um quadro de pneumonia
bacteriana secundária e edema pulmonar.
-Fases da Patogenia:
*Fase de Penetração (1º ao 7º dia) sem sintomas
*Fase de Pré-patência (8º ao 25º dia): Larvas nos alvéolos e bronquíolos
Infiltrado celular espumoso (eosinófilos, macrófagos e neutrófilos)
*Fase de Patência: (25º ao 60º dia): grande quantidade de muco, adultos eliminando ovos que são
aspirados com as larvas:
Pneumonia, enfisema, edema, ↑ da freqüência respiratória, tosse, morte
SINTOMAS:
-Sinais clínicos mais acentuados nos animais novos tais como respiração acelerada e difícil, tosse, catarro nasal,
diarréia intermitente, emaciação e inapetência. Às vezes pode ocorrer enfisema. Frequentemente observa-se
eosinofilia e anemia.
-Nos animais adultos ocorre tosse e até dispnéia. Em casos extremos pode ser observada respiração angustiante
com enfisema e edema pulmonar.
EPIDEMIOLOGIA:
-A bronquite verminótica ocorre com certa frequência em algumas regiões do Brasil (Zonas de alta precipitação
pluviométrica).
-A dispersão da larva é facilitada pela umidade, pelo tipo de bolo fecal (fezes semi-fluidas são melhores) e pela
ajuda mecânica de alguns fungos (Phycomycetes).
-Animais adultos, que já sofreram infecções prévias, são mais resistentes do que os animais jovens primo-
infectados.
DIAGNÓSTICO:
-Clínico: tosse, corrimento nasal, inapetência, emagrecimento, estertor bolhoso na auscultação. Encontro das
larvas nas fezes.
-Laboratorial: Técnica de Baerman irá identificar L1.
-Necropsia.
CONTROLE E TRATAMENTO:
-Rotação de pastagens.
-Formação de esterqueiras.
-Separação por faixa etária, procurando colocar os animais mais jovens nos piquetes mais altos (evita a
contaminação em caso de chuva).
-Vermifugação.
FAMÍLIA PROTOSTRONGYLIDAE
GÊNERO METASTRONGYLUS
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Parasito adulto encontrado nos brônquios e bronquíolos de suínos.
-Parasitas realizam ciclo indireto. Os HI são minhocas dos gêneros Lumbricus, Eisenia e Allolobophora, entre
outras.
MORFOLOGIA:
-Possuem cavidade bucal reduzida. Boca com dois lábios trilobados e sem coroa radiada.
-Macho com bolsa , espículos delicados e longos, com ou sem gubernáculo. Os machos medem de 1 a 3 cm.
-Fêmea com expansão cuticular pré -vulvar. As fêmeas medem de 2 a 8 cm.
CICLO BIOLÓGICO:
-Adultos nos brônquios se acasalam. As fêmeas produzem milhares de ovos embrionados que são deglutidos,
atingem o tubo digestivo e chegam ao meio externo junto com as fezes.
-No ambiente os ovos são ingeridos por minhocas de vários gêneros (HI), no intestino das quais eles eclodem e
liberam as larvas L1. Ainda no HI, as larvas penetram no esôfago, papo, moela ou intestino anterior, onde se
desenvolvem (L1 L2 L3). Portanto este não é um hospedeiro paratênico.
-Como em todos os helmintos da ordem Strongylidea, a larva L3 é a forma infectante para o hospedeiro.
-Os suínos (HD) ingerem as minhocas (HI) contendo as larvas L3 em seu interior. As larvas L3 penetram no
intestino dos suínos, atingem os capilares Linfonodos mesentéricos onde L3 se transforma em L4. As larvas L4
migram para os ductos hepáticos e chegam ao coração direito através da corrente sanguínea, seguindo para o
pulmão Alvéolos Brônquios onde L4 se transforma em adultos. Ciclo semelhante ao verificado em
Dictyocaulus sp.
-O PPP é de aproximadamente 24 dias.
PATOGENIA:
-As larvas causam hemorragias petequiais nos pulmões.
-Durante a penetração intestinal as larvas podem causar diarréias quando em grande quantidade.
-Os parasitos irritam a parede pulmonar causando degeneração da mucosa e descamação do epitélio Aumento
na produção de muco que pode provocar a obstrução da árvore brônquica com redução da área respiratória
Com a obstrução os alvéolos se dilatam e enchem de ar causando enfisemas. Além disso, pode ocorrer um quadro
de pneumonia bacteriana secundária e edema pulmonar.
-Os vermes adultos podem morrer nos brônquios formando nódulos semelhantes aos encontrados na
tuberculose.
-Os ovos e larvas de Metastrongylus podem transmitir a peste suína entre os leitões.
SINTOMAS:
-Dispnéia (dificuldade respiratória) e secreção nasal.
-Sintomas mais acentuados nos leitões que se enfraquecem e se desenvolvem lentamente.
-Morte em casos de pneumonia bacteriana secundária.
EPIDEMIOLOGIA:
-Mais comum a ocorrência de “Bronquite Parasitária dos Suínos” em criações não tecnificadas (porco chafurda na
lama e ingere o HI).
-Ovos e larvas podem sobreviver por vários meses nas minhocas e no solo úmido.
DIAGNÓSTICO:
-Clínico: Corrimento nasal. Presença de pneumonia bacteriana secundária (tremedeira e febre).
-Laboratorial: sedimentação ou OPG
-Necropsia.
CONTROLE E TRATAMENTO:
-Controle dos hospedeiros intermediários através do uso de baias de alvenaria ou com o chão cimentado. Estes
procedimentos impedem a ingestão de minhocas pelos suínos susceptíveis.
-Vermifugação dos animais.
FAMIÍLIA STEPHANURIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Cavidade bucal desenvolvida, de paredes espessas e em forma de taça.
-Boca sem dentes e sem lâminas cortantes com coroa radiada rudimentar.
Stephanurus dentatus
-O cisto formado no tecido perirrenal, comunica-se com o ureter diretamente ou por meio de um fino canal
comunicante (fístula), permitindo a excreção de ovos dos vermes pela urina.
-É comum a migração errática de larvas pelo corpo do hospedeiro sendo estas encontradas na maioria dos órgãos
e em tecidos musculares. Nesses locais, ficam retidas por encapsulamento e jamais atingem a área perirrenal.
PATOGENIA:
Larvas:
-O principal efeito patogênico deve-se às larvas que, no final do estágio L4, possuem cápsulas bucais muito rijas
capazes de lacerar tecidos, causando grande lesão no fígado e ocasionalmente outros órgãos em suas migrações.
Em infestações maciças pode causar cirrose grave, ascite e insuficiência hepática. Porém na maioria das vezes, os
efeitos apenas são observados após o abate (cirrose branda c/ manchas no fígado) e o principal prejuízo deve-se à
condenação das víceras dos animais infectados.
-Quando se formam cistos na medula espinhal pode causar paralisia dos membros posteriores c/ arqueamento da
coluna.
Adultos:
-Formação de cistos no tecido perirrenal que podem conter pus esverdeado (bactérias?). Em casos raros os
ureteres podem estar estenosados ou fibrosados hibronefrose.
-Os ovos podem causar obstrução dos ureteres ou uretra retenção de urina nefrite ou cistite.
Meio Ambiente
Cordão
Circulação Portal Circulação Coração direito
Umbilical
pulmão Coração esquerdo
Fetos
Fígado (migração) Circulação
(L4 L5) sistêmica
Tecido
Peritoneal
Tecido Perirrenal
Formação dos cistos
L5 adulto
SINTOMAS:
-Os animais parasitados não se desenvolvem normalmente, apresentando o crescimento retardado.
-Baixa de peso nos animais acometidos.
-Caso ocorra lesão hepática grave ascite.
EPIDEMIOLOGIA:
-Os vermes adultos apesar de serem pouco numerosos, apresentam um potencial biótico muito alto grande
produção de ovos maior contaminação do ambiente.
-A larva L3 no ambiente é extremamente suscetível à dessecação, necessitando de solos úmidos para a sua
sobrevivência.
-As fêmeas (matrizes) representam a principal fonte de contaminação para a granja uma vez que os machos são
sacrificados antes dos parasitas adultos atingirem os tecidos perirrenais e iniciarem a produção de ovos.
DIAGNÓSTICO:
-Exame de sedimento urinário: presença de ovos.
-Necropsia c/ encontro do parasito na gordura perirrenal.
TRATAMENTO E CONTROLE:
-O tratamento é difícil, pois é nescessário alta dose de medicamento, podendo causar danos aos animais.
-Muitas vezes é necessário o sacrifício das reprodutoras contaminadas. Os machos, geralmente são abatidos
antes de completar o PPP, portanto apresentam menos risco de contaminarem o criatório.
-Criações tecnificadas c/ piso cimentado diminuem a probabilidade de ocorrência. Em piquetes o controle é mais
difícil.
-Os ovos sobrevivem por mais de 5 anos e as larvas ficam viáveis por mais de 30 dias nos anelídeos.
FILO ASCHELMINTHES
CLASSE NEMATODA
ORDEM DIOCTOPHYMIDEA
Principais características:
-Nematóides de porte médio ou grande.
-Boca circundada por 1 a 3 círculos de papilas. Esôfago longo.
-Machos com bolsa copuladora.
-Desenvolvem-se por ciclo indireto, portanto, utilizam hospedeiro intermediário.
FAMÍLIA DIOCTOPHYMIDAE
Sub-família Dioctophyminae
GÊNERO DIOCTOPHYMA
Dioctophyma renale
Ciclo biológico:
-Os ovos saem p/ o exterior através da urina. No meio externo os ovos se desenvolvem p/ L1 (desenvolvimento
muito lento). No ambiente ocorre a ingestão do ovo contendo a larva L1 por hospedeiros intermediários
(anelídeos que vivem nas brânquias de certas espécies de crustáceos de água doce) onde ela se desenvolve até
L3. A partir de então, pode ocorrer a participação de um segundo hospedeiro que são certas espécies de peixes e
anfíbios que ingerem as minhocas infectadas. Nestes animais, não ocorrerá o desenvolvimento dos parasitas
sendo portanto, hospedeiros paratênicos.
-O Hospedeiro definitivo (canídeos domésticos e silvestres e o homem) irá se infectar pela ingestão da larva
infectante L3 dentro do HI (anelídeos) ou dentro do HP (peixes e anfíbios.
-No estômago do HD, L3 penetra na mucosa e se transforma em L4 circulação portal fígado Cavidade
abdominal Parênquima renal onde a larva L4 irá se transformar em L5 e posteriormente em adulto.
-O PPP não é conhecido com exatidão, mas observou-se ser tão longo quanto 2 anos.
O HD se infecta ingerindo o HI ou o HP
contendo a larva infectante L3
Epidemiologia:
-Ocorre sobretudo nos estados do litoral brasileiro.
-Ciclo silvestre mantido por canídeos silvestres. Ciclo urbano é mantido pelo cão doméstico.
Patogenia e Sintomas:
-O efeito final da infecção é a destruição do rim: Inflamação do parênquima renal no local de fixação do parasita
Obstrução c/ retenção urinária Hematúria.
-Normalmente o parênquima renal é destruído, deixando apenas a cápsula como uma bolsa com ovos. Em geral
apenas um dos rins é acometido.
-Podem causar cifose devido à compressão da medula espinhal pelo rim parasitado.
-A infecção normalmente é assintomática mesmo quando um rim é totalmente destruído (apesar da hematúria e
cifose).
-Pode haver emagrecimento e depressão orgânica nos animais acometidos.
Diagnóstico:
-Exame de sedimento urinário: presença de ovos.
-Necrópsia c/ encontro do parasita na gordura perirrenal.
Tratamento e Controle:
-O tratamento deve ser cirúrgico quando necessário.
-Eliminação de peixe cru na dieta dos animais e homens.
Filo Aschelminthes
Classe Nematoda
Ordem Strongylidea
Família – Ancylostomatidae
-Cavidade bucal bem desenvolvida, com dentes ou lâminas cortantes, porém sem coroa radiada.
-Extremidade anterior curvada dorsalmente.
-Machos com bolsa copuladora bem desenvolvida.
-São hematófagos.
-No homem é responsável por uma importante zoonose de ocorrência nas áreas litorâneas (“Larva migrans
cutânea”).
-Animais jovens mais suscetíveis à infecção.
GÊNERO Ancylostoma
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Ancylostomatidae com a extremidade anterior curvada dorsalmente.
-Cavidade bucal em forma de infundíbulo (funil).
-Possuem de um a três pares de dentes anteriores e podem possuir lancetas triangulares ou dentes dorsais na
base.
-Fêmeas possuem a vulva no terço posterior do corpo.
-Machos com bolsa copuladora composta por dois espículos iguais e gubernáculo.
Ancylostoma braziliensis:
-Parasita de ID de canídeos e felídeos.
-Apesar de provocar hemorragia intestinal com extravasamento de plasma e conseqüente Hipoalbuminemia, esse
verme não é considerado hematófago.
-È o principal causador da Larva Migrans Cutânea no homem.
-Possui uma coloração rosada e tem as extremidades
afiladas.
-A cavidade bucal possui 2 pares de dentes (2 dentes
pequenos e 2 grandes).
-A fêmea mede de 6,5-9 mm. O macho mede de 5-
7,5 mm.
-A contaminação oral é a mais importante na
determinação da ocorrência da doença.
CICLO BIOLÓGICO:
-Os adultos copulam no ID e após esta cópula, as fêmeas eliminam uma grande quantidade de ovos. Esses ovos
são lançados para o meio exterior através das fezes e em condições favoráveis de oxigenação, umidade e
temperatura eles se desenvolvem formando em seu interior a larva L1 que é capaz de emergir rompendo a casca.
Esta larva L1 possui esôfago rabiditiforme e após se alimentar de matéria orgânica se transforma em L2. Após se
alimentar a larva L2 sofre muda para L3, que possui esôfago filarióide e é incapaz de se alimentar. A larva L3 é a
forma infectante.
-A contaminação dos hospedeiros pode ocorrer de três principais formas, que irão determinar seus respectivos
ciclos parasitários:
2. Transcutânea:
-A larva infectante penetra pela pele e/ou mucosas auxiliada por uma enzima que destrói a membrana basal
Migração de L3 pelos tecidos do hospedeiro até atingir um vaso sanguíneo ou linfático Coração Pulmão
Alvéolos Bronquíolos L3 se transforma em L4 Traquéia Deglutição No ID se transforma em adulto.
-O PPP varia de 14 a 21 dias
-Em algumas cadelas que se infectaram por via oral ou transcutânea, as larvas ao invés de se transformarem em
vermes adultos no ID do hospedeiro, podem ficar encistadas em seus tecidos somáticos (circulação cor. direito
pulmão cor.esquerdo tec. somáticos). Quando estas cadelas se tornam prenhas, as larvas encistadas são
reativadas e atingirem os fetos através do cordão umbilical.
3. Transplacentária:
-As larvas L3 reativadas penetram na circulação sanguínea da cadela e alcançam o feto através das artérias
umbilicais. Após o parto a larva completa o ciclo no filhote pela via hepato-traqueal, dando origem a adultos no ID
em apenas 10 a 12 dias.
-As larvas encistadas podem também re-infectar a própria cadela quando está é exposta a fatores estressantes e
imunossupressores.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Lesões na pele no local de penetração da larva devido à liberação de substâncias que lesam o tecido, provocando
hemorragias. Este quadro pode ser agravado por infecções secundárias causadas por bactérias que são carreadas
pelas larvas.
-No pulmão, a migração larval, provoca lesões traumáticas e hemorragias leves. Pode ocorrer pneumonia.
-No ID, o verme adulto ingere quantidade considerável de sangue sendo responsável pela ocorrência de grave
anemia no hospedeiro. Os vermes produzem substâncias anticoagulantes que provocam hemorragias nos postos
de fixação dos parasitas. O animal pode morrer por anemia hemorrágica.
-Na fase aguda observa-se uma anemia normocítica e normocrômica e na fase crônica, anemia microcítica e
hipocrômica, com desequilíbrio bioquímico e metabólico do hospedeiro (recomendável a administração de ferro
ao animal acometido).
-Os animais acometidos apresentam as mucosas pálidas, c/ edema na região mandibular (hipoproteinemia) e
anorexia. Frequentemente verifica-se sangue nas fezes dos animais.
EPIDEMIOLOGIA:
-No nosso meio, as populações de vida livre de ancilostomídeos são maiores em regiões com altos índices
pluviométricos durante o ano, pois a umidade relativa é um fator essencial na sobrevivência das larvas no
ambiente.
-Nos canis com instalações precárias e que usa água para lavá-las, a umidade acumulada pode estar favorecer a
sobrevivência das larvas no ambiente.
-De modo geral, acredita-se que praticamente 100% dos ecossistemas, onde vivem os nossos cães e gatos,
estejam contaminados por Ancylostoma spp e Toxocara spp. Em uma prevalência um pouco menor estariam o D.
caninum e Trichuris spp. Os demais helmintos estariam confinados a situações mais específicas.
DIAGNÓSTICO:
-Exame parasitológico nas fezes dos animais (OPG e coprocultura).
-Lembrar que os cãezinhos lactentes podem apresentar sintomatologia clínica grave (Patogenia da fase larval)
antes da detecção de ovos nas fezes.
-Necropsia.
CONTROLE:
-O tradicional feito em nematódeos para se evitar a disseminação dos ovos.
-Tratar os filhotes aos 15, 30 e 45 dias de vida e depois repetir a cada 6 meses.
-Vermifugação da cadela no pré-parto.
-Vacina A. caninum (?)
-Melhorar as condições nutricionais dos animais.
Bunostomum trigonocephalum:
-Verme adulto é hematófago e parasita de ID de
ovinos e caprinos.
-O dente dorsal da cavidade bucal é longo e
pontiagudo. Possui 2 lancetas subventrais da
cavidade bucal..
-A fêmea mede de 19-26 mm. O macho mede de 12-
17 mm.
-Contaminação transcutânea é a mais importante.
CICLO BIOLÓGICO:
-Os adultos copulam no ID e após esta cópula, as fêmeas eliminam uma grande quantidade de ovos. Esses ovos
são lançados para o meio exterior através das fezes e em condições favoráveis de oxigenação, umidade e
temperatura eles se desenvolvem formando em seu interior a larva L1 que é capaz de emergir rompendo a casca.
Esta larva L1 possui esôfago rabiditiforme e após se alimentar de matéria orgânica se transforma em L2. Após se
alimentar a larva L2 sofre muda para L3, que possui esôfago filarióide e é incapaz de se alimentar. A larva L3 é a
forma infectante.
-A infecção dos ruminantes ocorre pela penetração cutânea das larvas infectantes (L3) que atravessam a pele em
30 minutos e atingem os capilares em 1 hora.
-A larva infectante penetra pela pele e/ou mucosas Migração de L3 pelos tecidos do hospedeiro até atingir um
vaso sanguíneo ou linfático Coração Pulmão Alvéolos Bronquíolos L3 se transforma em L4 Traquéia
Deglutição No ID se transforma em adulto (semelhante ao ciclo de loss).
-O PPP varia de 1 a 2 meses.
PATOGENIA E SINTOMAS:
-Lesões na pele no local de penetração da larva devido à liberação de substâncias que lesam o tecido, provocando
hemorragias. Este quadro pode ser agravado por infecções secundárias causadas por bactérias que são carreadas
pelas larvas. Nos bovinos observa-se dermatite nos locais de penetração da larva (geralmente nos pés). Os
animais ficam batendo os pés no chão, incomodados.
-No pulmão, a migração larval, provoca lesões traumáticas e hemorragias leves. Podem ocorrer pneumonias
(importante em ovinos mal alimentados).
-No ID, o verme adulto ingere quantidade considerável de sangue sendo responsável pela ocorrência de grave
anemia no hospedeiro. Os vermes produzem substâncias anticoagulantes que provocam hemorragias nos postos
de fixação dos parasitas. O animal pode morrer por anemia hemorrágica.
-Na fase aguda observa-se uma anemia normocítica e normocrômica e na fase crônica, anemia microcítica e
hipocrômica, c/ desequilíbrio bioquímico e metabólico do hospedeiro (recomendável a administração de Ferro ao
animal acometido). Os animais acometidos apresentam as mucosas pálidas, c/ edema na região mandibular
(hipoproteinemia) e anorexia. Frequentemente verifica-se sangue nas fezes dos animais.
-Os animais jovens são mais suscetíveis que os adultos (imunidade).
DIAGNÓSTICO:
-Exame parasitológico nas fezes dos animais (OPG e coprocultura).
-Necrópsia.
CONTROLE:
-O tradicional feito em nematódeos p/ se evitar a disseminação dos ovos.
-Vermifugação estratégica em ruminantes (maio, julho e setembro).
-Vermifugação tática quando necessário.
-Melhorar as condições nutricionais dos animais.
-Controle Físico:
*Construção de esterqueiras
*Construção de bezerreiros sempre acima do curral.
*Alternância de pastagens de ruminantes c/ pastagens de equïnos.
*Evitar o acúmulo de fezes nas instalações e nos piquetes.
*Evitar promiscuidade entre espécies animais.
*Separação por faixa etária procurando e ajuste da carga animal ao espaço disponível.
CLASSE NEMATODA
ORDEM RHABDIASIDEA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-São nematóides de pequeno porte, delgados e em sua maioria de vida livre.
-As espécies que são parasitas, irão apresentar uma geração de vida livre e uma de vida parasitária:
Geração de Vida Parasitária = É inteiramente representada por fêmeas que produzem ovos larvados por
partenogênese. Essas fêmeas possuem esôfago do tipo filarióide.
Geração de Vida Livre = Os parasitas apresentam sexo separado, tendo, portanto machos e fêmeas. O
esôfago é do tipo rabditóide.
FAMÍLIA STRONGYLOIDIDAE
Gênero Strongyloides
Principais Características:
-Os parasitos pertencentes a este gênero, possuem importância muito grande na área humana. O Strongyloides
stercolaris, por exemplo, apesar de normalmente ocorrer parasitando cães e gatos, são freqüentemente
encontrados em humanos imunossuprimidos (aidéticos, cancerosos, etc...)
-Os adultos são parasitas de ID dos hospedeiros.
-Como o ciclo biológico é extremamente curto e rápido, estes nematódeos são os primeiros parasitas a infectar os
recém nascidos.
Morfologia:
-Nematóides de pequeno porte (± 3 mm até 1cm), delgados.
-Espécies parasitas, heterogenéticas, apresentando geração de vida livre e geração de vida parasitária.
-Geração parasitária representada por fêmea partenogenética ovípara, de esôfago filarióide e desprovida de
dentes. A fêmea partenogenética (3N) apresenta vulva no terço posterior do parasita, útero anfidelfo (anterior e
posterior) e cauda romba.
-Geração de vida livre de sexos separados, com esôfago rabditóide. A fêmea de vida livre (2N) apresenta metade
do tamanho da fêmea partenogenética e possui a abertura da vulva no meio do corpo. O macho (N) é ainda
menor (1/4 do tamanho da FP).
-Larva infectante apresentando esôfago filarióide.
-O ovo é pequeno, possui casca dupla e pode estar embrionado ou larvado.
Larva Rabditóide
Ovo Larvado
Ciclo biológico:
-Ciclo de Vida Parasitária: A fêmea partenogenética triplóide (3N) vive profundamente inserida no ID do
hospedeiro. Ela pode produzir ovos que darão origem a três tipos de larvas:
Larvas Rabditóides Haplóides (N): As larvas irão sofrer desenvolvimento no ambiente e darão origem aos
machos haplóides de vida livre (L1 L2=> L3=> L4=> L5=> Macho VL).
Larvas Rabditóides Diplóides (2N): As larvas irão sofrer desenvolvimento no ambiente e darão origem às
fêmeas diplóides de vida livre (L1=> L2=> L3=> L4=> L5=> Fêmea VL).
Larvas Rabditóides (3N): As larvas irão se evoluir no ambiente p/ larva infectante L3 de esôfago filarióide. As
larvas infectantes originadas do ciclo direto não retêm o envoltório do estádio anterior sendo, portanto, muito
sensíveis ao meio ambiente. No hospedeiro, essas larvas L3 irão dar origem às fêmeas partenogenéticas triplóides
de vida parasitária.
-Ciclo de Vida Livre: Os machos (N) e as fêmeas (2N) de vida livre irão se acasalar no ambiente e produzirão ovos.
Em condições favoráveis de temperatura e umidade, os ovos tornam-se embrionados e, em seguida eclodem,
dando origem a larvas (L1) rabditóides, que se transformarão em larvas infectantes L3, filarióides e triplóides (3N)
as quais originarão fêmeas partenogenéticas de vida parasitária após infectarem os hospedeiros.
*Transcutânea: A larva infectante L3 penetra ativamente pela pele do hospedeiro e alcança a circulação
sanguínea coração direito pulmão alvéolos (L3 L4).Na traquéia é deglutida e alcança o ID onde se
transforma em L5 e posteriormente, em fêmea partenogenética triplóide (migração hepato-traqueal).
*Transplacentária/ Lactogênica: A larva L3 infectante pode também alcançar a circulação sistêmica e se encistar
nos tecidos do hospedeiro. Se o hospedeiro for uma fêmea e entrar em gestação a larva pode ser ativada (fatores
hormonais), sair da quiescência e, através das artérias umbilicais, infectar o feto, onde irá dar origem à fêmea
adulta através da migração hepato-traqueal (coração pulmão deglutição ID). Pode também ocorrer a
infecção dos filhotes recém nascidos através da via transmamária.
Ciclo Biológico de Strongyloides
Fêmea Partenogenética (3N) no
epitélio do ID do HD
Partenogênes
e
3 TIPOS DE OVOS
Ovos 2N Ovos 3N
Ovo
sN
L1L2L3 L1L2L3 L1L2L3
M.A M.A M.A Infectante
CICLO DE
VIDA LIVRE
Acasalam e
produzem ovos
INFECÇÃO DO HD
L1L2L3
M.A Infectante
3 Vias
Coração Direito
ID
(L4L5)
Patogenia e Sintomas:
-Nos locais de penetração das larvas infectantes na pele, observam-se dermatites com hemorragias petequiais.
Podem ocorrer infecções secundárias por bactérias carreadas pelas larvas (Bacterióides nodosus) com necrose dos
tecidos ou podridão dos cascos. Nos bovinos é comum um quadro de pododermatite causada pela penetração
percutânea na região dos cascos. Nos eqüinos a lesão tecidual, favorece a ocorrência de Habronemose.
-As larvas que atingem o sistema linfático podem ficar retidas nos linfonodos, causando ínguas.
-No pulmão ao atravessarem os capilares, as larvas podem causar hemorragias puntiformes criando um meio
adequado ao desenvolvimento bacteriano Pneumonia. Com a obstrução dos alvéolos o ar pode se acumular,
causando Enfisema Pulmonar.
-Quando a fêmea adulta partenogenética penetra na mucosa do ID, ocorre uma resposta inflamatória com
acúmulo de linfócitos, levando a um quadro de congestão na circulação sangüínea com diminuição da oxigenação.
Esse quadro pode resultar em um edema local com alteração do pH e conseqüente proliferação bacteriana ou,
em casos mais graves, pode ocorrer necrose com posterior fibrosamento do intestino, diminuindo a área de
absorção e provocando uma diarréia muco-sanguinolenta.
Epidemiologia:
-Alguns fatores podem favorecer a infecção por estrongilóides:
Idade: Os animais mais jovens são mais susceptíveis. A polimerização do colágeno da epiderme nos
animais mais velhos faz com que eles se tornem mais resistentes à penetração da larva pela pele (barreira física).
Imunidade: Nos bovinos de corte, o pico da infecção ocorre com 2 a 3 meses e a partir de 7 meses de
idade, praticamente não ocorre mais infecção. Em Bovinos de Leite o pico ocorre entre 4 a 5 meses. Após este
período, as fêmeas adultas são eliminadas do ID e quando ocorrer uma re-infecção, as larvas serão levadas nos
tecidos dos animais (transmissão transplacentária). No homem não ocorre imunidade efetiva.
Diagnóstico:
-Exame de fezes:
OPG pode ser feito o diagnóstico genérico, pois o ovo é muito característico (ovo de casca fina e larvado). O
OPG é feito apenas c/ as espécies ovíparas.
Baerman utilizado c/ as espécies ovovivíparas (S. westeri, S. ransoni). São encontradas as larvas L1 que
permitem apenas o diagnóstico genérico.
-Exames diretos de escarro Muito utilizados em na medicina humana. Podem ser detectadas as larvas L3 ou L4
no período crítico de infecção.
-Necropsia: diagnóstico de espécie.
Tratamento:
-Tiabendazol => principalmente no Homem.
-Albendazol => pode causar lesões hepáticas.
-Ivermectina e Levamisol =>bovinos.
FAMÍLIA RHABDITIDAE
Gênero Rhabditis
Principais Características:
-São nematódeos de vida livre que ocasionalmente podem parasitar o conduto auditivo e pele de ruminantes,
cães, gatos, eqüinos e coelhos. Podem provocar otite nos animais parasitados.
-Comumente encontrado em animais de orelha grande (bovinos das raças Gir e Indubrasil).
-Quando em estado avançado pode causar a morte do animal com diagnóstico neurológico.
-Pode também causar uma dermatite purulenta no pavilhão auditivo dos hospedeiros.
-Vetores mecânicos (principalmente moscas) podem transmitir p/ outros animais através do cerume dos ouvidos
dos hospedeiros.
Diagnóstico:
-O diagnóstico é feito através da passagem de algodão na orelha dos animais.
-Colocando o algodão dentro de um vidro contra a luz, é possível observar as larvas em movimento.
Tratamento:
-Higiene das orelhas e diabendazol local. Pode-se aplicar também o triatox (amitraz).
-Em casos de dermatite purulenta, usar ivomec, triatox ou butox. Depende do animal acometido.
FILO ASCHELMINTHES
CLASSE NEMATODA
ORDEM FILARIDEA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Os vermes adultos são parasitos do tecido conjuntivo, dos vasos sangüíneos, das serosas e de outras regiões do
corpo do hospedeiro.
-O ciclo é indireto, envolvendo a transmissão de larvas através de artrópodes.
-As larvas eliminadas pelas fêmeas vivíparas, usualmente no sangue ou na linfa são denominadas microfilárias (s/
intestino). Normalmente as microfilárias se concentram nos pulmões, baço e nos grandes vasos, quando não
estão no sangue periférico.
-A larva L1 possui uma forma característica de salsicha e sofre suas mudas no corpo do HI, migrando p/ a
probócide (aparelho bucal) de onde alcança o HD durante a alimentação do inseto.
FAMÍLIA STEPHANOFILARIIDAE
GÊNERO Setaria sp.
Ciclo Biológico:
-Machos e fêmeas se acasalam na cavidade peritoneal e/ou pleural dos hospedeiros. As fêmeas vivíparas irão
liberar as microfilárias na circulação sanguínea ou linfática Os Hospedeiros Intermediários (mosquitos –Aedes,
Anopheles, Culex) ao sugarem o sangue dos hospedeiros, irão ingerir as microfilárias que se desenvolverão no seu
corpo até L3 (forma infectante). O desenvolvimento de L3 no organismo do HI pode levar até 12 dias.
-Completado o desenvolvimento, a larva L3 migra para região bucal do HI que ao sugar novamente o sangue de
outros animais, irá introduzir a larva L3 no organismo destes.
-No Hospedeiro Definitivo a larva L3 irá se desenvolver até a forma adulta e irá se fixar nos sítios preferenciais de
parasitismo.
Ciclo Biológico de Setaria sp.
No HI
L1 L2 L3
(12 dias)
Durante a
alimentação, o HI
reinocula a L3 no
HD
Desenvolvimento para a
forma adulta no corpo do HD
Patogenia:
-Os parasitas adultos em sua localização normal são considerandos apatogênicos.
-As larvas de Setaria digitata podem fazer migração errática e se instalarem no canal medular onde irão causar
paralisia lombar, que é irreversível e freqüentemente fatal. Porém tal patogenia é de rara ocorrência tendo sido
diagnosticada apenas no Oriente Médio e no Extremo Oriente.
Epidemiologia:
-Maior prevalência em locais mais quentes onde existe maior abundância dos vetores (mosquitos).
Diagnóstico:
-Esfregaços sanguíneos.
Tratamento e Controle:
-Tratamento com anti-helmíntico para se combater o parasita adulto (ivermectina).
-Controle dos vetores. Evitar o acúmulo de água parada e de lixo na área peri-domiciliar. Uso de inseticidas e/ou
substâncias repelentes (citronela) quando necessário.
FAMÍLIA DIPETALONEMATIDAE
Dirofilaria immitis
Ciclo Biológico:
-Machos e fêmeas se acasalam no coração e/ou artéria
pulmonar. As fêmeas são vivíparas e irão liberar as
microfilárias na circulação sanguínea ou linfática. Os HI
(mosquitos –Aedes, Anopheles, Culex) ao sugarem o
sangue dos HD, irão ingerir as microfilárias que se
desenvolverão no seu corpo até L3 (forma infectante).
Completado o desenvolvimento, a larva L3 migra para
região bucal do corpo do HI.
-A transmissão para o HD ocorre durante o repasso sanguíneo do HI que irá re-inocular na circulação sanguínea
dos animais, as larvas L3 presentes em seu aparelho bucal.
-As larvas infectantes que passam do mosquito para a pele dos hospedeiros permanecem em quiescência no
tecido subcutâneo onde L3L4 e, posteriormente L4 L5. As larvas L5 gastam aproximadamente 85 dias para
chegarem ao coração e se tornarem adultas.
-O PPP mínimo é de 6 meses. Os vermes adultos podem sobreviver por até 5 anos.
85 dias No HI
L1 L2 L3
(12 dias) Durante a
alimentação, o HI
No tecido subcutâneo da pele do HD reinocula a L3 no HD
L3 L4 L5
Patogenia:
-Adultos no coração direito causam um processo obstrutivo do fluxo sanguíneo acúmulo de sangue venoso
acometimento dos sistemas hepático e renal edema generalizado (anasarca) ascite.
-A obstrução do sangue no coração irá levar a uma hipertrofia cardíaca com posterior dilatação cardíaca
Insuficiência cardíaca congestiva.
-O acometimento do sistema hepático irá causar uma cirrose hepática. Nos rins poderá ser observado um quadro
de necrose. Comum nos casos crônicos, c/ menor obstrução.
-Os parasitas podem causar danos mecânicos no coração endocardite.
-Depois de morto, o parasita pode migrar p/ o pulmão, onde ele pode obstruir os vasos e causar trombose ou
pneumonia.
Sintomas:
-Em infecções maciças: Os animais ficam inquietos, com perda gradativa das condições físicas e intolerância a
exercícios. Apresentam tosse branda crônica, com hemoptise e, nas últimas fases da doença, tornam-se
dispnéicos e podem desenvolver edema e ascite.
-Nas infecções mais leves, observa-se baixo desempenho dos animais acometidos, durante os esforços físicos.
Epidemiologia:
*Fatores Inerentes ao Hospedeiro:
-Alta densidade de cães em áreas onde existe o vetor
-Longo período de sobrevivência do parasita no corpo do hospedeiro.
-Falta de resposta imune eficaz contra o parasita.
Microfilaria no
esfregaço sanguíneo
Tratamento e Controle:
-Tratar a insuficiência cardíaca após uma avaliação prévia das condições físicas do animal.
-A droga normalmente utilizada é a Tiacetarsamida que elimina o animal adulto (tomar cuidado com a ocorrência
de êmbolos causados pelos parasitas mortos). Após o tratamento o animal deve ficar em repouso por até seis
semanas.
-Após este tratamento deve-se iniciar o combate a microfilária que não é destruída pela Tiacetarsamida. Neste
caso pode-se usar Levamisol, Avermectinas e outras. Tomar cuidado, pois todas estas drogas são muito tóxicas.
-Remoção cirúrgica dos parasitas em casos extremos.
-Os métodos mais atuais de prevenção de infecção por dirofilárias envolvem a administração mensal, durante
toda a época de mosquitos, de ivermectina ou milbemicina, especialmente formulada para este uso em cães.
GÊNERO ONCHOCERCA
Principais características e morfologia:
-Parasitam o ligamento cervical dos animais (equinos e bovinos) sendo considerados apatogênicos. O. volvulus
parasita o tecido subcutâneo dos homens onde formam nódulos (patogênico).
-Evolui por ciclo indireto sendo os hospedeiros intermediários dípteros do gênero Simulium.
-São filiformes medindo entre 2 a 6 cm de comprimento. Possuem boca circundada por 8 papilas pequenas,
dispostas em dois círculos.Macho com extremidade posterior espiralada.
Ciclo Biológico:
-Machos e fêmeas se acasalam nos sítios de parasitismo. As fêmeas são vivíparas e irão liberar as microfilárias na
pele, linfa e tecidos subcutâneos dos hospedeiros. Os Hospedeiros Intermediários (mosquitos Simulium sp.) ao
sugarem o sangue dos hospedeiros, irão ingerir as microfilárias que se desenvolverão no seu corpo até L3 (forma
infectante).
-Ao completar o desenvolvimento, a larva L3 migra para região bucal do corpo do HI. Ao sugarem novamente o
sangue dos animais, o HI irá introduzir a larva L3 no hospedeiro definitivo.
-No Hospedeiro Definitivo a larva L3 permanecerá em quiescência no tecido subcutâneo onde se transformará em
L4 L5 que migra através da circulação sanguínea ou segue outras rotas Adulto no sítio parasitário definitivo.
-Onchocerca vulvulus: *Provoca oncocercose, que atinge cerca de 85 milhões de pessoas no mundo levando-as à
cegueira (30,5%). Pode levar à formação de nódulos subcutâneos (oncocercomas) e causar dermatites
(oncodermatites). As microfilárias possuem grande tropismo pelos tecidos oculares (cegueira dos rios). O adulto
pode viver no nódulo por até 15 anos.
*As larvas são consideradas apatogênicas, porém, podem causar trombos durante
a sua migração pela corrente sanguínea.
Diagnóstico:
-Pesquisa de microfilárias em amostras de biopsia de pele. Normalmente as microfilárias se concentram nos locais
preferidos de alimentação dos vetores e, no caso dos mosquitos do gênero Simulium sp. Tais locais são as partes
inferiores sombreadas do tronco (linha alba).
Tratamento e controle:
-Antihelmíntico (ivermectina)
-Tentar o controle de moscas.
GÊNERO DIPETALONEMA
Principais características e morfologia:
-Adultos são parasitos do tecido subcutâneo, perirrenal, e cavidade peritoneal do cão.
-As microfilárias são encontradas no sangue dos hospedeiros. São apatogênicos.
-Evolui por ciclo indireto sendo os hospedeiros intermediários espécies de carrapatos, piolhos e pulgas.
-Possuem o corpo delgado com a extremidade posterior mais fina. O comprimento varia de 1 a 3 cm.
-O macho possui a extremidade posterior espiralada com a cauda longa e afilada. Possuem asa caudal muito
estreita, 3 a 4 pares de papilas perianais, espículos desiguais, com ou sem gubernáculo. Não possuem bolsa
copuladora.
-As fêmeas possuem cauda longa e são vivíparas.
-Podem ser confundidos com Dirofilaria immitis.
CLASSE NEMATODA
ORDEM TRICHURIDEA
FAMÍLIA – TRICHURIDAE
Subfamília – Tricurinae
Gênero Trichuris
Trichuris suis:
-Parasita de IG de suínos.
-Os machos medem de 30-40 mm e as fêmeas de 35-50 mm.
-Os espículos medem de 2,0-3,35 mm.
Trichuris vulpis:
-Parasita de IG de canídeos.
-Os machos medem de 45-75 mm e as fêmeas de 45-75 mm.
-Os espículos medem de 7,6-11,0 mm.
CICLO BIOLÓGICO:
-Fêmeas vivendo c/ a extremidade anterior embebida na mucosa do IG, realizam oviposturas de milhares de ovos
ñ segmentados que são eliminados c/ as fezes. No meio ambiente os ovos irão se desenvolver até formar a larva
infectante L3 em seu interior. Esses ovos são muito resistentes no meio (cutícula espessa), porém são sensíveis à
falta de umidade e à radiação solar direta.
-Da mesma forma que ocorre entre os Ascaridídeos, o hospedeiro irá ingerir o ovo contendo a larva infectante L3
No estômago, sobre ação do suco gástrico a larva rompe o opérculo do ovo e migra até o ID IG. Chegando
ao IG a larva L3 penetra nas glândulas da mucosa cecal, onde irá se transformar em L4 L5 e posteriormente em
adulto. O adulto enterra 2/3 do seu corpo na mucosa acasalamento postura.
-O PPP é de ~ 40 dias.
Ciclo Biológico do Trichuris sp.
embebida na mucosa do IG
M.A
Ovos se desenvolvem
até L3 sem eclodir O hospedeiro se infecta
ingerindo o ovo com L3
No estômago o ovo
eclode, liberando L3
IG
L3 L4 L5
ID
Adulto.
PATOGENIA:
-A fase larvária é apatogênica. Na fase adulta, o local na mucosa em que o parasito se enterra pode apresentar
inflamação e conseqüentemente edema. Os helmintos secretam uma substância que digere as células da mucosa
intestinal, nos locais em que eles se fixam. Essas células digeridas servem como fonte de alimento para os
parasitos. Este processo é responsável pela enterite observada nos animais muito parasitados.
-O IG perderá a função absortiva nos locais de edema, resultando em diarréias. Além disso, o edema comprime os
nervos causando um aumento no peristaltismo.
-Em grande quantidade, apesar de não ser hematófago, pode causar anemia através da produção de metabólitos
que atuarão nos órgãos hemocitopoiéticos e pela própria lesão tecidual.
SINTOMAS:
-Nos suínos: anemia, anorexia, desenteria, perda de peso, às vezes morte.
-Nos cães: dores abdominais, diarréia ou constipação, vômitos, anemia, eosinofilias e, às vezes, sintomas
nervosos.
DIAGNÓSTICO:
-Encontro de ovos característico nas fezes (Bioperculados Barril). Método de sedimentação (ovo pesado).
CONTROLE:
-Desinfecção do ambiente. Os ovos são extremamente resistentes no ambiente o que dificulta o controle desta
parasitose.
-A vermifugação dos animais nas épocas estratégicas evita que as infecções maciças ocorram.
Subfamília – Capillariinae
Gênero Capillaria
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-São helmintos capiliformes (em forma de cabelo) dificilmente visíveis a olho nu. Possuem especial importância na
avicultura.
-Apresentam normalmente de 1 a 5 cm de comprimento.
-Região anterior e posterior iguais ou a primeira um pouco mais curta. Não existe diferenciação.
-Macho c/ espículo envolvido p/ bainha espinhosa.
-Ovos de casca espessa, bioperculados.
1.2. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO:
CICLO BIOLÓGICO:
-Ovos eliminados p/ o meio exterior junto c/ as fezes desenvolvimento da larva L3 infectante dentro do ovo
o ciclo pode ser direto ou indireto:
-Ciclo Direto: Ocorre normalmente nos mamíferos e na Capillaria obsignata (aves). O hospedeiro ingere os ovos
contendo a larva L3 infectante No ID a larva é liberada do ovo L3 L4 e posteriormente em L5 adulto.
-Ciclo Indireto: Ocorre normalmente nas aves. Os Hospedeiros intermediários (minhocas dos gêneros Lumbricus,
Allobophora e Eisenia) ingerem os ovos embrionados No interior do HI a larva se desenvolve até L3 (infectante).
Os HD (galináceos) irão se infectar pela ingestão dos HI Daí para frente o ciclo é semelhante ao monoxeno
(direto). As larvas podem ficar infectantes nos tecidos dos HI por até um ano.
PATOGENIA:
-Como ocorre com o Trichuris sp., a extremidade anterior dos parasitas fica enterrada na mucosa. Isso causa, nas
infecções maciças, inflamação diftérica, com inapetência e emanciação e, na infecção intestinal provoca diarréia.
-Na Capillaria contorta os adultos causam fibrosamento no papo das aves parasitadas devido às reações
inflamatórias.
-As C. obsignata, C. caudinflata e C. anatis, em infecções maciças podem provocar enterites graves
expessamento da parede do intestino descamação epitelial.
CLASSE NEMATODA
ORDEM SPIRURIDEA
FAMÍLIA – SPIRURIDAE
Gênero Spirocerca
Spirocerca lupi
Ciclo biológico:
-Vermes adultos vivendo em nódulos na parede do esôfago ou estômago dos HD acasalam-se e produzem ovos
que são eliminados junto com as fezes. Os HI (coleópteros nos estágios larvários ou adultos) ingerem os ovos
que eclodem no tubo digestivo e se desenvolvem até a forma infectante L3. Como ocorre na ordem
Dioctophymidea (Dioctophyma renale), outros animais podem ingerir os coleópteros infectados, porém servirão
apenas como hospedeiros paratênicos (anfíbios, répteis, aves ou roedores).
-O HD irá se infectar ingerindo o HI contendo a larva L3 infectante Na mucosa estomacal do HD as larvas L3 são
liberadas, atravessam a mucosa e penetram na artéria gástrica aorta (L3 L4). A partir daí, as larvas L4
migram para os tecidos adjacentes até atingirem as paredes do esôfago ou estômago onde formam nódulos e se
transformam em L5 e, posteriormente, adultos.
-O PPP é de 5 a 6 meses.
Formação de nódulos
na parede do
Estômago /ou esôfago Pode haver participação de HD (cão) ingere
L4 L5 Adultos um HP que irá ingerir o HI o HI ou HP
contendo L3
L3 Larvas L3
Migração Artéria aorta
penetra liberadas na
por tecidos L3 L4
na mucosa mucosa estomacal
Patogenia:
-As larvas migratórias produzem cicatrização na parede interna da aorta Estenose.
-Os nódulos atingem 2 a 3 cm de diâmetro, podendo obstruir as regiões esofágica e gástrica disfagia (animal
não consegue engolir a comida) morte por inanição.
-Os nódulos quando localizados na artéria aorta podem se romper causando a morte do hospedeiro por
hemorragia interna.
Diagnóstico:
-Necrópsia é o método mais comum de diagnóstico.
-Encontro de ovos característico nas fezes ou vômitos dos animais infectados.
Controle:
-Anti-Helmíntico sistêmico.
Gênero Habronema
Mosca pousa na
boca dos animais
(feridas)
PATOGENIA:
-O adulto pode penetrar na mucosa e formar nódulos (H. megastoma). As outras espécies não formam nódulos.
-Pode ocorrer “Habronemose Cutânea”,quando o equino apresenta feridas, as moscas são atraídas pelo cheiro de
sangue e posam no machucado. As larvas L3 abandonam as moscas, penetram nas feridas, mudam p/ L4 e
permanecem nestes locais reação inflamatória a ferida não se cicatriza e é substituída por tecido fibroso.
DIAGNÓSTICO:
-Xenodiagnóstico: colocar ovos de moscas nas fezes de animais suspeitos. Examinar a mosca adulta, colocando-a
entre duas lâminas e verificando a presença da larva L3.
-Diagnóstico clínico p/ Habronemose Cutânea (diferenciar de fungos).
-Necropsia. O diagnóstico do parasita é de fácil execução uma vez que o Trichostrongylus axei (o único outro
nematódeo encontrado em estômago de eqüinos) possui menos de 1 cm de comprimento.
CONTROLE:
-Controlar as moscas nos estábulos através da limpeza de camas, uso de esterqueira, inseticidas.
-Tratamento dos animais c/ anti helmínticos.
CLASSE NEMATODA
ORDEM OXYURIDEA
FAMÍLIA – OXYURIDAE
GÊNERO OXYURIS
Oxyuris equi
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Espécie parasita do ceco e do colo de eqüídeos, muito comum em cavalos e muares. Animais mais jovens são
mais parasitados (problema na desmama).
-Os adultos não se fixam na parede intestinal, se alimentando apenas do bolo alimentar, células descamadas e
bactérias.
-A fêmea para botar os ovos migra p/ a região perianal. Para fixá-los à mucosa do ânus, o parasita produz uma
substância gelatinosa potencialmente alergênica, responsável pelo prurido anal observado nos animais
parasitados.
MORFOLOGIA:
-É um nematódeo relativamente grande.
-O macho mede aproximadamente 1 cm e a fêmea 10 cm.
-Oxyurinae sem expansão cuticular cefálica.
-Boca hexagonal sem cavidade bucal.
-A fêmea possui uma cauda alongada, semelhante a um espermatozóide (às vezes representa ¾ do tamanho total
do parasito). A vulva localiza-se na região anterior.
-O macho possui a extremidade posterior truncada obliquamente, asa caudal com papilas pré e pós-cloacais.
CICLO BIOLÓGICO:
-Após a fecundação a fêmea migra para o reto, projeta a extremidade anterior para fora do ânus do hospedeiro,
iniciando a postura. Com o auxílio de uma substância gelatinosa secretada pelas fêmeas, os ovos se fixam na
região perianal, mantendo-se em uma temperatura ideal e protegidos do sol pela cauda do animal. O ovo é
operculado e em seu interior desenvolvem-se as larvas L1 L2 L3 (infectante).
-Os animais ingerem os ovos contendo a larva L3 que acidentalmente caem nos alimentos ou na água dos
bebedouros Ao chegar no estômago, as larvas L3 são liberadas dos ovos que têm a cápsula destruída por ação
dos sucos gástricos.
-A larva L3 livre migra para o intestino, penetra na mucosa e realiza a muda para L4 que abandona a mucosa
intestinal e na luz transforma-se em L5 adulto.
-O PPP é de aproximadamente 40 dias.
Dentro do ovo
L1 L2 L3
Na Luz intestinal:
L4 L5 Adulto
L3 migra
p/intestino e Ovo eclode no Os eqüinos ingerem
penetra na mucosa estômago, liberando os ovos contendo a
L3 L4 a larva L3 larva L3
PATOGENIA E SINTOMAS:
-As larvas causam pequenos danos. Em infecções massivas, podem contribuir p/ inflamação da mucosa intestinal,
com pequenas áreas necrosadas.
-Os vermes adultos se alimentam do conteúdo intestinal e são, portanto, considerados não patogênicos.
-As fêmeas na ovipostura, provocam irritação na região perianal dos animais devido à secreção de uma substância
gelatinosa alergênica. Os animais ficam inquietos e estressados tentando se coçar e, freqüentemente, são
encontrados se esfregando em mourões, troncos e árvores perda de pelo na região da cauda, com feridas e
inflamação perianal.
DIAGNÓSTICO:
-Suspeita clínica: cauda sem pelo e comportamento inquieto do animal (coceira perianal).
-Exame na região perianal do hospedeiro. Coloca-se uma fita adesiva na região por aproximadamente 2 horas,
faz-se uma lâmina com o material aderido à fita para a identificação dos ovos (operculado e com uma das laterais
achatada).
-Quando o eqüino está muito parasitado, normalmente as fêmeas são encontradas nas fezes do animal.
Ovo de Oxyuris sp.
TRATAMENTO E CONTROLE:
-Os parasitas são muito sensíveis aos Anti-Helmínticos (Ivermectina e Diabendazol).
-Lavar os estábulos e trocar as camas dos animais.
FAMÍLIA – HETERAKIDAE
Subfamília – Heterakinae
GÊNERO HETERAKIS
Heterakis gallinarum:
PATOGENIA E SINTOMAS:
TRATAMENTO:
-Piperazina ou fenoltiazina administrado na ração das aves.
FILO ARTROPODA
“Os artrópodes constituem o maior grupo de organismos do reino animal, tanto em número de espécies como em
número de indivíduos. Há mais de 1.000.000 espécies descritas, o que constitui cerca de 4/5 dos animais
conhecidos”.
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-Corpo com simetria bilateral, constituído de anéis agrupados entre si formando duas ou três regiões: céfalo-tórax
e abdome (ácaros) ou cabeça, tórax e abdome (insetos).
-Possui apêndices articulados dispostos aos pares. Os apêndices compreendem os órgãos dos sentidos (antenas),
os órgãos apreensores (mandíbulas), os órgãos perfuradores (quelíceras) e os órgãos locomotores (patas).
MORFOLOGIA EXTERNA:
-O esqueleto que reveste o corpo dos artrópodes, também denominado exoesqueleto, é formado de três
camadas: cutícula, epiderme e membrana basal, dispostas de fora para dentro, respectivamente. A cutícula
externa cobre toda a superfície do corpo e contém um pigmento denominado quitina. A epiderme é a camada
celular responsável pela secreção da cutícula.
-Durante o desenvolvimento, os artrópodes mudam várias vezes de cutícula. À cutícula desprendida dá-se a
denominação de exúvia. Essas mudas são chamadas de ecdise. O número de ecdise vai depender do parasita em
questão. Os carrapatos, por exemplo, realizam 2 ecdises durante todo o seu desenvolvimento, passando por três
diferentes estádios evolutivos.
-Várias estruturas ou processos tegumentares podem ser encontrados na superfície da cutícula: cerdas, escamas,
macrotríquias, espinhos, esporões, chifres.
-Os segmentos do corpo dos artrópodes também denominados metâmeros, anéis ou solomitos, podem se
apresentar agrupados em 3 regiões distintas, como nos insetos, constituindo a cabeça, o tórax e o abdome ou,
podem se agrupar em duas regiões apenas como observados entre os aracnídeos (céfalo-tórax e abdome).
-São munidos de apêndices cujo número, forma e localização variam muito entre as classes e as ordens. Os
apêndices cefálicos são as peças bucais e as antenas: os insetos possuem duas antenas, nos aracnídeos as antenas
foram substituídas pelas quelíceras. As antenas são órgãos sensoriais e as peças bucais são destinadas à
apreensão e ingestão dos alimentos. Os apêndices torácicos, constituídos pelas pernas e asas possuem função
locomotora e variam em número e forma nos diferentes grupos dos artrópodes. Os insetos são hexápodes (3
pares), os aracnídeos octópodes (4 pares), os crustáceos decápodes (5 pares) e os miriápodes (centopéias)
possuem vários pares de patas.
MORFOLOGIA INTERNA:
SISTEMA DIGESTIVO:
-Possuem o sistema digestivo dividido em 3 regiões:
*Intestino Anterior ou Estomodeu = boca, faringe, esôfago e proventrículo.
*Intestino Médio ou Mesêntero = estômago (digestão e absorção dos alimentos)
*Intestino Posterior ou Proctodeu = reto e ânus.
-A estrutura do sistema digestivo dos artrópodes varia nas diferentes classes. Nas espécies sugadoras a faringe
funciona como um órgão de sucção.
SISTEMA EXCRETOR:
-É representado por tubos de Malphigi ou por nefrídias. A função dos tubos de Malphigi consiste em coletar os
líquidos excretados e lançá-los no reto.
-Os aracnídeos podem possuir tubos de Malphigi ou glândulas coxais.
SISTEMA CIRCULATÓRIO:
-Os artrópodes possuem um coração situado dorso-longitudinalmente. O sangue também é conhecido por
hemolinfa.
SISTEMA RESPIRATÓRIO:
-Os artrópodes terrestres respiram através de traquéia ou sacos pulmonares. As traquéias são tubos ventilados e
elásticos que se ramificam por todo o corpo do artrópode e que se comunicam com o exterior através de orifícios,
chamados espiráculos ou estígmas, situados lateralmente aos segmentos do tórax e do abdome. Os espiráculos
são rodeados por um esclerito denominado peritrema.
SISTEMA NERVOSO:
-O sistema nervoso central consiste de um cérebro ou centro supra esofageano composto da reunião de 5 a 6
glânglios cefálicos. Do sistema nervoso central partem fibras nervosas para todos os órgãos e tecidos
importantes.
SISTEMA REPRODUTOR:
-Os artrópodes em geral possuem sexo separado, havendo excepcionalmente, casos de partenogênese.
-Os órgãos genitais masculinos constam de: um par de testículos, um par de ductos eferentes, um par de vesículas
seminais, um ducto ejaculador, glândulas acessórias e gonoporo.
-Os órgãos genitais femininos constam de: um par de ovários, um par de ovidutos laterais, um oviduto comum ou
oviduto mediano, uma espermateca, um gonoporo, uma câmara genital ou vagina e glândulas acessórias.
Família Demodecidae
Coorte Acariformes:
Ordem Sarcoptiformes
Família Sarcoptidae
Família Knemidokoptidae
Família Psoroptidae
Ordem Actinedida (Prostigmata)
CLASSE INSECTA:
Ordem Diptera
Subordem Nematocera
Família Culicidae
Família Simulidae
Família Psycodidae
Subordem Braquícera
Família Tabanidae
Subordem Ciclorrhapha
Família Muscidae
Família Calliphoridae
Família Sarcophagidae
Família Oestridae
Família Cuterebridae
Família Gasterophilidae
Ordem Hemiptera
Subordem Gymnocerata
Família Reduviidae
Família Cimicidae
Ordem Siphonaptera
Superfamília Pulicoidea
Família Tungidae
Família Pulicidae
Ordem Anoplura
Família Pediculidae
Família Haematopinidae
Família Linognathidae
Ordem Mallophaga
Subordem Amblycera
Subordem Ischnocera
FILO ARTROPHODA
CLASSE ARACHINIDA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Corpo com simetria bilateral, grosseiramente dividido em cefalotórax e abdome. O corpo pode ser dividido em
prosoma e opistosoma.
O Prosoma é aplicado ao conjunto dos seis primeiros segmentos do corpo, podendo ser
subdividido em gnatosoma e podosoma. O gnatossoma ou capítulo inclui as quelíceras, o
hipostomo e os palpos. O podosoma inclui os quatro pares de patas.
O Opistosoma compreende a parte restante (abdome) do corpo do aracnídeo.
Nos aracnídeos, tudo o que resta além do gnatosoma é chamado de idiosoma, que
corresponde ao podosoma e opistosoma , reunidos.
-Não possui antenas. Os apêndices cefálicos são constituído por duas quelíceras, um par de palpos e peças bucais
adaptadas à sucção de líquidos.
Quelíceras = são órgãos perfuradores, via de regra, terminando em pinças utilizadas
para perfurar ou rasgar os tecidos dos hospedeiros. Desta forma, as quelíceras são
responsáveis pela incisão na pele do hospedeiro para permitir a penetração do rostro
(conjunto formado pelas quelíceras mais o hipostomo).
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-São artrópodes pequenos e às vezes microscópicos.
-Os acarinos têm como característica a presença das peças bucais situadas em uma falsa cabeça denominada
gnatossoma. As peças bucais são constituídas por um par de quelíceras, um par de palpos e ventromedialmente
um hipostômio.
-Os acarinos de importância médico veterinária são os carrapatos e ácaros (sarnas).
-O ciclo evolutivo consiste no desenvolvimento do ovo em larva (hexápode) ninfa adulto (macho e fêmea).
Cada mudança de estágio é precedida por um período variável de alimentação sobre o corpo do hospedeiro.
-A ordem acari compreende as seguintes subordens de interesse médico veterinário:
Ordem Ixodida = Acari com um par de estigmas abrindo-se em peritremas curtos; hipostomo com
dentes recurrentes. Presença de um órgão olfativo denominado órgão de Haller no primeiro par de
patas. Não possuem ventosas adanais e genitais. Compreende os carrapatos que parasitam os animais e
esporadicamente o homem.
Ordem Sarcoptiformes = Acari sem estígmas ou com um sistema traqueal abrindo-se em áreas porosas
situadas em várias partes do corpo. As quelíceras, via de regra, terminam em pinças. Os machos em
geral possuem ventosas adanais.
Ordem Gamasida = Acari com um par de estigmas abrindo-se em peritremas alongados. Não possuem
órgão de Haller. O corpo geralmente é protegido por placas. As quelíceras das espécies parasitas são em
forma de estilete. Não possuem ventosas genitais.
Ordem Actinedida = Acari sem estígmas ou com um par próximo ao gnatossoma. Possuem quelíceras
adaptadas à perfuração e palpos desenvolvidos. Podem ou não possuir ventosas genitais.
SUB ORDEM IXODIDA
MORFOLOGIA INTERNA:
Sistema Digestivo:
-Intestino Anterior inclui uma cavidade bucal tubular, formada pela aposição das quelíceras sobre o hipostomo,
seguida de uma faringe muscular que funciona como órgão de sucção, um esôfago em S, e glândulas salivares e
acessórias.
-Intestino Médio ou Mesêntero representado por um estômago volumoso ou ventrículo.
-Intestino Posterior ou Proctodeu é formado pelo reto e pela vesícula retal.
Sistema Excretor:
-Presença de dois tubos de Malphigi, longos e sinuosos que terminam na junção dos intestinos médio e posterior.
-Alguns carrapatos possuem glândulas coxais que eliminam líquidos incolores, às vezes de grande importância na
transmissão de agentes infecciosos.
Sistema Circulatório:
-Nos carrapatos a circulação é rudimentar constando de um coração pequeno de pouca significação funcional. Os
órgãos internos são banhados pela hemolinfa.
Sistema Respiratório:
-Consta de uma rede de traquéias, muito ramificada, que se abre para o exterior através de dois espiráculos ou
estígmas.
Sistema Reprodutor:
-Os carrapatos são de sexo separado. A diferenciação sexual ocorre somente quando o parasita atinge o estádio
adulto.
Feminino = Constituído por um ovário duplo ligado ao útero pelo oviduto. O útero
comunica com a abertura genital feminina através da vagina. Nas fêmeas existe uma
glândula denominada “Glândula de Gené”, cuja função é secretar uma substância para
aglutinar os ovos na ocasião da postura.
-A subordem ixodida divide-se em três principais famílias: Ixodidae, Argasidae e Nuttalielidae, sendo que esta
última não tem representantes assinalados no Brasil.
FAMÍLIA ARGASIDAE
-Ausência de escudo dorsal
-Existe pouca diferenciação entre os sexos.
-Nas ninfas e adultos o capítulo não é visível dorsalmente, sendo localizado na face ventral.
-Quando olhos estão presentes, são localizados ventralmente.
-Todos os 4 segmentos do palpo possuem o mesmo tamanho.
-Glândulas coxais entre os 1º e 2º pares de patas.
-Tegumento coriáceo, rugoso, granuloso, mamiolado.
-Peritrema entre os 3º e 4º pares de patas.
-Não possuem pulvílus.
FAMÍLIA IXODIDAE
-Presença de escudo dorsal, este podendo ser ou não ornamentado. No macho o escudo recobre toda a face
dorsal, nas fêmeas somente a região dorsal anterior.
-Dimorfismo sexual evidente
-O capítulo é sempre visível dorsalmente.
-Quando os olhos são presentes eles são localizados dorsalmente ao lado do escudo.
-O quarto segmento do palpo é reduzido e curvado ventralmente sob o terceiro, podendo também estar
localizado na superfície dorsal do terceiro segmento.
-Peritremas grandes, localizados atrás do último par de patas.
-Os pulvilus são bem desenvolvidos
ESPÉCIES E GÊNEROS DE INTERESSE MÉDICO VETERINÁRIO PERTENCETES ÀS FAMÍLIAS IXODIDAE E ARGASIDAE:
-Família Argasidae
Argas miniatus
Ornithodoros sp.
Otobius sp.
-Família Ixodidae
Amblyomma cajennense
Anocentor nitens
Boophilus microplus
Rhipicephalus sanguineus
FILO ARTROPODA
CLASSE ARACHNIDA
Sub Classe Acari
ORDEM IXODIDA
FAMÍLIA ARGASIDAE
Capítulo
Poro
Peritrema Genital
Ânus
Otobius megnini
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Único representante do gênero Otobius encontrado no Brasil. Contudo, sua ocorrência não é comum.
-Os carrapatos adultos são de vida livre, as larvas e ninfas são parasitas do ouvido externo de bovídeos, eqüídeos,
cervídeos e sendo também encontrado nas aves.
-Possuem o tegumento verrugoso e o corpo achatado dorso-ventralmente.
-Constrição na região mediana do corpo que confere a este parasita um aspecto de violino.
-As larvas passam do ambiente para os hospedeiros, se alimentam e se transformam em ninfas que da mesma
forma irão se diferenciar em adultos. Desta maneira, realizam todas as mudas sobre o corpo do hospedeiro e
quando alcançam o estádio adulto abandonam o animal.
-Em conseqüência da alimentação de sangue, ocorre intensa irritação local na pele do hospedeiro, que resulta em
inflamação com grau variado de intensidade.
Argas miniatus
CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLÓGICAS:
-Constitui uma das 56 espécies descritas do gênero Argas. São vetores potenciais da Borrelia anserina , que é
secretada pela secreção coxal do carrapato após o período de alimentação.
-Seus hospedeiros de eleição são as aves, principalmente galinha criada em quintais, não sendo problema na
criação comercial.
-Possui o corpo de contorno oval, sendo mais largo posteriormente. No estádio adulto, quando visto de cima
possui o corpo achatado dorso-ventralmente.
-Margem lateral formada de áreas quadrangulares típicas.
-Adultos quando ingurgitados de sangue, possuem uma coloração castanha-azulada.
-Machos medem 4,8 x 3,4 mm e fêmeas 5,45 x 3,4 mm.
-Peritrema entre o 3º e 4º par de patas.
CICLO BIOLÓGICO:
-O ciclo de vida do Argas miniatus é composto de ovo, larva, vários estágios ninfais ( 2, 3 ou 4) e adultos.
-Os adultos e ninfas alimentam-se durante a noite, o que é um fator de adaptação da espécie, uma vez que os
hospedeiros durante este período estão no ninho. Neste caso, após o período de alimentação que é curto (média
30 minutos), o carrapato cai e volta para o seu habitat que geralmente compreende pedaços de tábuas dos
ninhos, frestas nas madeiras, paredes e pedras próximos ao local de alimentação. Cada período de alimentação é
seguido de produção de grupos de ovos em fêmeas e de espermatozóides em machos.
-As larvas alimentam-se por um período de tempo mais longo, ficando no hospedeiro em média por 5 dias. Nas
larvas e ninfas o período de alimentação é seguido de ecdise para o estágio subsequente.
-A fêmea após se alimentar e copular, não necessariamente nesta ordem, inicia a postura. Os ovos são grandes e
possuem uma cor castanha, o período de incubação varia com a temperatura ambiente, sendo em média de 2 a 3
semanas. Após a eclosão, são necessários alguns dias para que haja endurecimento aparelho bucal das larvas e,
após este período (7 a 10 dias) elas irão procurar os hospedeiros, fixando-se principalmente na pele do peito ou
sob as asas. O período de alimentação varia de 4 a 6 dias, após o qual elas irão cair do animal e procurar um local
seguro para realizarem a ecdise. O período de ecdise varia também com a temperatura ambiente, sendo que
quanto maior esta se apresentar mais rapidamente ocorrerá a ecdise (verão ocorre em uma média de 4 a 6 dias,
inverno ocorre em uma média de 21 a 22 dias).
-Os Argasideos podem apresentar vários estágios ninfais, tendo sido verificado no Argas miniatus até 4 estágios.
O primeiro estágio observado é o de Protoninfa seguido de Deutoninfa, Tritoninfa e eventualmente Tetraninfa.
Ambos apresentam um período de alimentação de aproximadamente 30 minutos seguido de uma média de 7 dias
de período de ecdise.
-Os adultos são também ovais e achatados. O orifício genital nos machos é pequeno e de forma circular, ventral
ao idiossoma , entre os dois primeiros pares de patas; nas fêmeas o orifício genital é maior em forma de uma
fenda horizontal situado na mesma posição. Os machos são um pouco menores que as fêmeas. A cópula ocorre
fora do hospedeiro, antes ou depois do período de alimentação (30 minutos aproximadamente). Para que haja
postura três fatores devem ser considerados: desenvolvimento e maturidade sexual da fêmea, sucção de sangue
e cópula. A cópula só é indispensável para a primeira postura, podendo ser obtidas várias outras posturas sem
que haja cópula, devido à capacidade da fêmea em armazenar os espermatozóides. O período de pré postura
aumenta com a diminuição da temperatura. As fêmeas efetuam várias posturas sendo indispensável que ocorra a
sucção antes de cada postura. O número médio de ovos por postura é de 89 ovos. O índice de eclodibilidade
médio é de 78,4%.
Larvas se ~5 dias
Ecdise para ecdise
desprendem dos Larvas infectantes
protoninfa encontram hospedeiro
hospedeiros
IMPORTÂNCIA:
-Além da irritação das aves , determinada pelo parasitismo e da perda de sangue que pode levar à anemia, Argas
miniatus é hospedeiro intermediário de Borrelia anserina, a bactéria causadora da borreliose das aves.
PERSPECTIVAS DE CONTROLE:
-Evitar construir ninhos de palha ou manter as aves em locais sombrios, quentes e úmidos que propiciam o
desenvolvimento deste parasita.
-O banho carrapaticida individual nas aves é desaconselhado: dificuldade de realização, proteção das penas
(camada hidrofóbica que impede a penetração do carrapaticida) e possibilidade de intoxicação.
-Aplicação de carrapaticida no ambiente, principalmente sobre os abrigos das aves. Pode-se utilizar produtos a
base de piretróides (K-otrine, cipermil, butox) ou organofosforados (assuntol).
Ornithodorus talaje
CARACTERÍSTICAS GERAIS :
-No Brasil esta espécie parece ser comum em algumas áreas.
-Distribuição: Califórnia à Argentina. Brasil: RJ, BA, CE, PI, PB, PE, MA, GO, MT, MG.
-Hospedeiros:
*Animais silvestres e suas tocas (preferencial): paca, porco do mato
*Morcego (forro das habitações humanas) – MG
-Picada dolorosa e que pode produzir reação severa no local
-Transmissor do vírus da peste suína
-Potencial vetor da “Doença de Lyme” para os homens
Ornithodorus rostratus
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-Carrapato robusto, apresenta a cor de terra.
-É encontrado na areia ou enterrado no chão das tocas dos animais silvestres.
-Encontrado no chão de casas rústicas, ranchos, tocas e chiqueiros (Brasil – CE)
-Distribuição: Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil (SP, MS, MG, GO, MT)
-Hospedeiros: coelhos, ratos, cobaias, macacos, sagüis, aves, mamíferos (silvestres)
-Picada dolorosa e que pode produzir reação severa no local
-Provável transmissor de Rickettsia rickettsi
FILO ARTROPODA
CLASSE ARACHNIDA
Sub Classe Acari
ORDEM IXODIDA
FAMÍLIA IXODIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
-Popularmente conhecidos por carrapatos duros (“Hard Ticks”), no Brasil há registro da ocorrência de sete
gêneros: Ambyomma sp., Anocentor sp., Aponoma sp., Boophilus sp., Haemaphysalis sp., Ixodes sp. e
Rhipicephalus sp.
-Presença de escudo dorsal, este podendo ser ou não ornamentado. No macho o escudo recobre toda a face
dorsal, nas fêmeas somente a região dorsal anterior.
-Dimorfismo sexual evidente
-O capítulo é sempre visível dorsalmente.
-Quando os olhos são presentes eles são localizados dorsalmente ao lado do escudo.
-O quarto segmento do palpo é reduzido e curvado ventralmente sob o terceiro, podendo também estar
localizado na superfície dorsal do terceiro segmento.
-Peritremas grandes, localizados atrás do último par de patas.
-Os pulvilus são bem desenvolvidos
-Amblyomma sp. (52 espécies): Amblyomma cajennense, A. ovale, A. cooperi, A. aureolatum, A. rotundatum
-Anocentor nitens
-Boophilus microplus
-Haemaphysalis leporispalustris
-Ixodes loricatus
-Rhipicephalus sanguineus
Amblyomma cajennense
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Popularmente conhecido por micuim na fase larvária, carrapatinho pólvora ou estrela na fase ninfal e rodoleiro
no estádio adulto, o Amblyomma cajennense é um carrapato trioxeno parasito de equinos e que pode ser
frequentemente encontrado em outros hospedeiros (mamíferos, aves e répteis), principalmente nos estádios de
larva e ninfa. É comum a ocorrência de infestação em humanos.
-Encontra-se distribuído na zona tropical compreendida do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina.
-Sua importância econômica e na saúde pública é indiscutível. Os danos causados por este carrapato variam
desde espoliação sanguínea e irritação nos locais de picada, à transmissão de microorganismos nocivos aos
animais e ao homem. Entre estes patógenos destacam-se provavelmente Rickettsia rickettsii o agente etiológico
da Febre Maculosa, Babesia caballi e Ehrlichia bovis.
MORFOLOGIA:
-Possui escudo ornamentado sendo grande nos machos e pequeno nas fêmeas.
-Machos e fêmeas com 11 festões.
-Base do capítulo retangular
-Palpos e rostro (quelíceras + hipostomo) longos e fortes
-Hipostomo com 3 fileiras de dentes.
-Peritrema atrás do 4º par de patas em forma de triângulo.
-Machos não possuem prolongamento caudal e nem placa adanal.
-Suco anal circundando o ânus posteriormente.
CICLO BIOLÓGICO:
-Ciclo trioxeno.
-Observa-se a ocorrência de apenas uma geração de carrapatos por ano com predominância de cada estádio em
determinada época.
-As larvas são encontradas durante todo o ano, contudo, apresentam predominância em vida livre de março a
setembro e em vida parasitária de outubro a março. Ninfas também são encontradas todo o ano, contudo
predominam de julho a setembro em vida livre e de julho a outubro em vida parasitária. Os adultos machos e
fêmeas predominam nos meses de agosto a maio (pico de janeiro a fevereiro).
-Os carrapaticidas quase não têm efeito sobre os carrapatos adultos. Eles agem melhor sobre as larvas e ninfas.
CONTROLE:
-O controle estratégico baseia-se na aplicação de carrapaticidas nos meses de predominância de larvas e ninfas
uma vez que as fêmeas são mais resistentes. A primeira bateria de aplicação inicia-se em abril, sendo
administrados 5 banhos carrapaticidas intervalados de 7 dias. A segunda bateria de tratamento inicia-se em
agosto e também é composta por 5 banhos com intervalos de 7 dias.
-Recomenda-se a aplicação de produtos carrapaticidas a base de piretróide. Não usar produtos a base de amitraz
: Triatox®, Amitracid®, Amitrazina®.
-Evitar a criação concomitante de bovinos e eqüinos.
-A rotação de pastagens não é uma medida de controle muito recomendada, pois as ninfas e adultos podem
sobreviver por até um ano sem se alimentarem, tornando esta estratégia inviável.
-A queimada de pastos além de ser ecologicamente incorreta, também pode apresentar resultados
insatisfatórios. Isto porque as larvas costumam se enterrar no solo quando as condições ambientais não são
favoráveis.
-Quando feito de maneira correta. O controle estratégico reduz consideravelmente a carga parasitária dos
animais e do ambiente. O período mínimo de tratamento parece ser de três anos, quando começam a surgir os
efeitos esperados.
Anocentor nitens
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Distribuição geográfica limitada ao novo mundo (Américas). É um parasito preferencial de eqüídeos, mas há
registro em bovinos, ovinos, caninos e felinos.
-Uma vez nos hospedeiros, preferem locais com as seguintes características: pele fina, maior umidade, circulação
sanguínea abundante, proteção contra a luz solar e difícil acesso para a auto-limpeza do hospedeiro. Entre estes
locais inclui-se o conduto auditivo externo (mais comum), o divertículo nasal, a crina, o períneo, a face interna das
coxas, o úbere, a bolsa escrotal, mas podem estar fixados em outras áreas do corpo.
MORFOLOGIA:
-Ixodídeo com escudo não ornamentado
-Machos e fêmeas possuem 7 festões pouco delimitados
-Palpo e quelíceras longos, com 4 fileiras de dentes no hipostomo
-Peritrema atrás do 4º par de patas, em forma de disco de telefone
CICLO BIOLÓGICO:
-Anocentor nitens é um carrapato monoxeno, ou seja, realiza todo o ciclo biológico sobre um único hospedeiro
sem cair no ambiente para a ecdise.
Período de postura das fêmeas 15 dias
Período de incubação dos ovos ~ 30 dias
Período de alimentação das larvas sobre o hospedeiro + ecdise para ~10 dias
ninfas
Período de alimentação das ninfas sobre o hospedeiro + ecdise para ~ 8 dias
adultos
Período de alimentação das fêmeas adultas ~15 dias
Período de pré-postura ~ 3 dias
-O ciclo como de todo carrapato pertencente à família Ixodidae, é constituído por ovo neolarva (larva ñ
alimentada) metalarva (larva alimentada) neoninfa (ninfa ñ alimentada) metaninfa (ninfa alimentada)
neandro (macho sexualmente inativo) e gonandro (macho sexualmente apto) neógena (fêmeas
sexualmente inativas), partenógenas (fêmeas sexualmente ativas, porém ainda ñ completamente alimentada) e
teleógena (fêmeas ingurgitadas e fecundadas que se desprenderam da pele do hospedeiro).
IMPORTÂNCIA:
-Provoca lesão purulenta no ouvido externo dos eqüídeos, com quebra do pavilhão auricular, que fica dobrado
sobre si mesmo (“orelha cabana”, “orelha murcha”).
-Este carrapato é vetor e hospedeiro intermediário de Babesia caballi para eqüinos.
-Perdas econômicas significativas oriundas dos gastos com controle e tratamento dos animais parasitados.
CONTROLE:
-Normalmente o controle estratégico para Amblyomma cajennense elimina o carrapato da orelha do cavalo. Caso
isso não ocorre, recomenda-se a aplicação local de talcos carrapaticidas (Tanidil ®).
Boophilus microplus
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Espécie conhecida no Brasil como “carrapato do boi”. Apresenta ampla distribuição mundial tendo sido
introduzida no Brasil provavelmente ainda no período colonial, com a importação de bovinos oriundos das ilhas
dos Açores.
-É um parasito preferencial de bovinos apesar de ser encontrado parasitando outros animais em condições
excepcionais (eqüinos, ovinos, caprinos, bubalinos e cervídeos).
MORFOLOGIA:
-Possuem o rostro (quelíceras + hipostomo) curto.
-A base do capítulo é de formato hexagonal
-Escudo não ornamentado de coloração castanho-avermelhada
-Não possui festões
-Extremidade posterior do macho possui apêndice caudal
Ninfa
Larva
Escudo
Macho
Fêmea
Fêmea ingurgitada
Ovos
-Nos bovinos localiza-se preferencialmente nas seguintes regiões: face interna da orelha, períneo, úbere ou
escroto, face interna da coxa, barbela e região hipogástrica.
-Após a sucção sanguínea a fêmea ingurgitada (Teleógena) cai no solo e procura um local úmido para realizar a
postura. O período que decorre da queda da teleógena ao início da postura é denominado período pré-postura e
varia conforme as condições ambientais (temperatura e umidade). Em MG demora aproximadamente 2 semanas.
Cada fêmea produz em média 3.000 ovos após um período de postura de 2 a 3 semanas. Os ovos são recobertos
por uma cera que é produzida pela glândula de gené e tem como objetivo impedir que eles se ressequem e
desidratem. O período de incubação dos ovos varia de 4 a 17 semanas, dependendo da temperatura ambiente.
-Assim que eclodem as larvas não alimentadas ou neolarvas necessitam de um período de descanso de 2 a 3 dias
para que ocorra o endurecimento da cutícula e do aparelho bucal. Após este período elas iniciam a busca aos
hospedeiros subindo para a ponta dos capins ou arbustos onde ficam durante todo dia à espera de uma “vítima”.
O gás carbônico proveniente da respiração do animal é um dos principais atrativos para as neolarvas infectantes.
Neste caso o órgão de haller é um dos responsáveis pela percepção e busca do hospedeiro. Se o carrapato não
obtiver sucesso durante o dia na busca do hospedeiro, ele retorna à tardinha para a base do capim onde ficam
protegidos durante a noite. As larvas não alimentadas podem sobreviver por até 23 dias no ambiente.
-Quando alcançam o hospedeiro as larvas migram para encontrar um local ideal para se fixarem. Uma vez fixadas,
alimentam-se por aproximadamente 3 dias quando começam a se transformar em neoninfas. A ecdise das
metalarvas para neoninfas ocorre aproximadamente no 7º dia do período parasitário. Aproximadamente 80%
das larvas que sobem nos animais não conseguem atingir o estádio ninfal.
-As neoninfas também se alimentam e após um período de 7 dias (14º dia de parasitismo) se transformam em
neandros ou após 8 dias (15º dia de parasitismo) em neógenas. Os neandros que são os machos sexualmente
imaturos se alimentam por 2 dias após os quais estão aptos a copularem (gonandros) e vivem por até 120 dias
quando copulam várias fêmeas diferentes. As neógenas começam a se alimentar e se tornam sexualmente
maduras após 2 dias (partenógenas). As partenógenas copulam e se alimentam por aproximadamente 5 dias,
transformando-se em teleógenas. Uma vez ingurgitadas as teleógenas se desprendem dos hospedeiros e iniciam
a produção de ovos.
-Em condições normais o ciclo sobre o hospedeiro se completa em 21 dias. O conhecimento deste período é
importante para a aplicação dos carrapaticidas durante o tratamento estratégico.
IMPORTÂNCIA:
-As fêmeas adultas podem sugar de 2 a 3 ml de sangue dos hospedeiros, provocando um intensa anemia nos
animais ou até mesmo uma perda de 17 a 32 Kg de peso. Os animais tornam-se inquietos, diminuem a produção
de leite e a conversão alimentar, causando prejuízos reais aos proprietários.
-No Brasil o couro do animal ainda não é valorizado nos frigoríficos. Contudo, infestações maciças por Boophilus
microplus podem causar um considerável dano ao couro dos animais, inutilizando-o para aproveitamento
secundário (indústrias de sapatos, bolsas e couros em geral).
-Boophilus microplus é o hospedeiro intermediário da Babesia bovis e Babesia bigemina (babésias bovinas) que
são agentes etiológicos componentes do complexo “Tristeza Parasitária”. Pode também trabalhar como vetor
mecânico de Anaplasma marginale e do vírus da papilomatose bovina.
-Não devemos negligenciar o custo do proprietário com tratamento das hemoparasitoses e com a compra de
produtos carrapaticidas que na maioria das vezes se apresentam ineficazes. Atualmente estirpes resistentes deste
carrapato têm demonstrado notáveis mecanismos de evasão contra os carrapaticidas presentes no mercado.
PERSPECTIVAS DE CONTROLE:
Controle Químico:
-Tratamento Estratégico varia conforme a região e baseia-se na aplicação de carrapaticidas quando o número
de carrapatos flutua em níveis toleráveis e graves para o gado. Em Minas Gerais preconiza-se a aplicação de 5 a 6
tratamentos carrapaticidas com intervalos inferiores a 21 dias (17 a 18 dias) a partir do início da primavera (fim de
setembro ou início de outubro). Este tratamento visa controlar as infestações dos anos seguintes uma vez que o
número de fêmeas que conseguem produzir ovos fica consideravelmente limitado. Na prática devemos
considerar o aparecimento das partenógenas nos animais e basear o intervalo de tratamento neste dado. O
importante é que se cubra, a partir do primeiro banho dado, um período total de tratamento de 120 dias. Além
disso, a eficiência do carrapaticida utilizado deve ser também considerada para se determinar o intervalo de
banhos No tratamento estratégico, o produtor deve procurar utilizar o carrapaticida na forma de pulverização,
porque o custo por animal é menor.
Banhos de imersão ou mergulho = os animais são conduzidos a uma instalação construída para esta
finalidade, onde o animal mergulha completamente num tanque com grande quantidade de água +
carrapaticida (10 a 16 litros). Tem como desvantagem o alto custo de construção da instalação e é indicado
normalmente para gado de corte (acima de 1000 cabeças) de raças susceptíveis.
Aspersão ou Pulverização = A aspersão deverá ser feita com bomba manual (pulverizador costal ou bomba
capeta), bomba elétrica ou em bretes de pulverização. Aplica-se cerca de 3 a 5 litros de produto em cada
animal o que vai depender do mecanismo utilizado. Deve-se cuidar para que todo o corpo do animal seja
banhado.
Injetável = são os endectocidas, ou seja, produtos que são eficientes no controle dos
parasitos internos e dos ectoparasitas (Ex. Dectomax®). Podem, dependendo da resistência
dos carrapatos do rebanho, ser utilizados em controles estratégicos com número menor de
aplicações e um maior intervalo entre aplicações (30 dias ?).
Época do ano = no outono e inverno os animais ficam mais susceptíveis à infestação e como
o pelo está mais comprido o produto carrapaticida tem uma menor eficiência. Isso justifica a
necessidade do tratamento estratégico na primavera e verão que irá reduzir a carga
parasitária por ocasião do outono e inverno.
Idade = os bezerros até 7 meses são bem resistentes ao carrapato (colostro e anticorpos
maternos). Dos 8 aos 12 meses atravessam uma fase de instabilidade parasitária,
estabilizando o seu nível de resistência por volta dos 18 meses. Portanto, devemos tomar
cuidado dobrado com bezerros de 8 aos 15 meses de idade.
Nutrição e stress = animais mal nutridos ou que tenham sofrido alguma forma de stress
ficam mais suscetíveis ao carrapato. Por esse motivo não devemos descuidar da alimentação,
principalmente em se tratando de bovinos suscetíveis na fase de recria.
Rhipicephalus sanguineus
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Única espécie do gênero com ocorrência confirmada no Brasil.
-Tem como hospedeiro preferencial o cão, contudo pode ser encontrado parasitando canídeos silvestres, felinos,
bovinos, ovinos, leporinos, roedores e primatas não humanos. Em casos excepcionais pode parasitar o homem
sem completar o ciclo neste hospedeiro.
MORFOLOGIA:
-Ixodídeo com escudo não ornamentado
-Possuem coloração vermelho-marron.
-Machos com festões discretos.
-Possuem os palpos e rostro curtos e base do capítulo hexagonal.
-Peritrema atrás do 4º par de patas em forma de vírgula.
-Machos com um par de placas adanais muito desenvolvidas e outro hipotrofiado.
-Coxa do primeiro par de patas com dois espinhos longos.
CICLO BIOLÓGICO:
-Ixodídeo trioxeno.
IMPORTÂNCIA:
-Além da perda de sangue do hospedeiro provocada pelo parasitismo, podem ocorrer também manifestações
alérgicas nos locais de fixação do carrapato que provocam intensa coceira e incômodo nos animais.
-Rhipicephalus sanguineus durante a alimentação podem transmitir Babesia canis e Ehrlichia canis aos cães
parasitados. Pode estar envolvido na transmissão de Rickettsia rickettsia, o agente da Febre Maculosa.
-Desta forma, fica claro o prejuízo causado a saúde pública e animal quais sejam gastos em medidas de controle,
tratamento e com honorários pagos aos veterinários.
CONTROLE:
-Como ocorre em todas as parasitoses, 95% dos parasitas encontram-se no ambiente e os restantes 5% estão em
vida parasitária sobre os hospedeiros. Desta forma o combate ao carrapato não deve se restringir apenas ao
tratamento dos animais, sendo imprescindível medidas de controle ambiental.
Nos animais:
Banhos carrapaticidas = aplicação de produtos a base de piretróides ou amitraz (Triatox®)
nos animais carrapatados. Devem ser feitos 5 banhos seguidos com intervalos semanais e
monitoramento dos animais após terminado o tratamento. Caso haja necessidade, mais
banhos devem ser administrados. Evitar que o animal fique no sol quente após a aplicação do
produto. Após a lavagem do animal com água e sabão, aplicar o carrapaticida e não enxaguar
novamente. É importante que se utilize a diluição comercial recomendada para se evitar
quadros de intoxicação nos animais e nos proprietários.
Outra alternativa é a pulverização dos animais com produtos ectocidas. Entre estes
produtos destacam-se o fipronil ou Frontline® que apresenta uma melhor eficiência razoável.
Existem ainda outras formulações ectocidas administradas em “bisnaguinhas” ou spot-on:
Frontline®, Advantage®, Revollution® das quais a primeira tem eficiência comprovada contra
carrapatos, contudo a segunda e terceira parecem agir melhor em infestações por pulgas.
No ambiente:
Aplicação de produtos carrapaticidas em todo o ambiente, principalmente nos locais onde
os animais costumam passar um tempo maior. Deve-se pulverizar as paredes, muros, gretas
em tijolos e passar o produto no chão. Evitar o acúmulo de tralhas nos quintais e procurar
passar reboco nas paredes e muros, vedando todas as possíveis gretas.
Principais características:
-Acari com cutícula delgada
-Não possuem estigmas respiratórios sendo também conhecidos como subordem Astigmata. Neste caso, a
respiração se efetua através do tegumento
-As quelíceras são em forma de tesoura e os palpos são simples
-Os machos geralmente possuem ventosas anais e apresentam um órgão para a cópula denominado edeago.
-As coxas das pernas são fundidas à parte ventral do corpo, formando uma estrutura denominada apódema.
-Entre os representantes desta subordem incluem-se os ácaros de vida livre e os que possuem hábitos
parasitários. Neste segundo grupo destacam-se os causadores de sarna nos animais e no homem e aqueles que se
localizam nas penas e tecidos das aves.
-Os ácaros parasitas diferem dos carrapatos por passarem todo o ciclo evolutivo, de ovo a adulto, nos
hospedeiros, sendo a transmissão, portanto, principalmente por contato.
Principais famílias de interesse veterinário:
-Família Sarcoptidae -Família Psoroptidae
Sarcoptes sp. Psoroptes sp
Notoedres sp. Octodectes sp.
Knemidokoptes sp.
“FAMÍLIA SARCOPTIDAE”
(Os Ácaros Escavadores)
Características gerais:
-Corpo globoso, coberto por uma cutícula com finas estrias paralelas, interrompidas por escamas ou espinhos.
-Pernas curtas com carúnculas tarsais e sem garras
-São parasitas de animais de sangue quente nos quais causam uma patologia denominada sarna.
-Inclui os gâneros Sarcoptes sp., Knemidokoptes sp. e Notoedres sp.
GÊNERO SARCOPTES
Sarcoptes scabei
Principais Características:
-São ácaros escavadores e que vivem em galerias na pele dos hospedeiros.
-A espécie Sarcoptes scabei causa a sarna sarcóptica ou escabiose humana. Parasitos semelhantes causam sarnas
nas espécies de animais domésticos, porém estes são considerados variedades de uma mesma espécie:
Sarcoptes scabei var suis (suínos) Sarcoptes sacabei var equi (equino)
Sarcoptes scabei var ovis (ovinos) Sarcoptes sacabei var canis (caninos)
Sarcoptes scabei var caprae (caprinos) Sarcoptes sacabei var cuniculli (coelho)
Sarcoptes sacabei var bovis (bovinos)
-As espécies que parasitam animais são altamente específicas e ocorrem em todo o mundo.
Morfologia:
Espinhos
Escamas
Sarcoptes
scabei
Pedicelo
Carúncula
Ciclo biológico:
-O ciclo biológico do Sarcoptes scabei inclui as seguintes fases: ovo, larva, ninfa, adulto (macho, fêmea imatura e
fêmea ovígera). A transformação da fêmea imatura em fêmea ovígera ocorre após a fertilização.
-O contágio possivelmente se realiza através da passagem da fêmea adulta ou da ninfa de um animal doente para
um animal sadio, diretamente ou através de roupas, arreios e utensílios.
-A fêmea gasta cerca de uma hora para penetrar na pele dos hospedeiros. A penetração é auxiliada pelas
carúnculas que aderem à pele e pelas peças bucais que cortam a epiderme. A fêmea fertilizada escava galerias na
espessura da pele, atingindo o estrato germinativo, onde se nutre de linfa. À medida que escava seu túnel, vai
efetuando a postura dos ovos (3 a 5 por vez) que vão sendo depositados com dois a três dias de intervalo,
geralmente durante dois meses.
-Um vez produzidos, os ovos ficam de 3 a 5 dias em incubação após os quais dão origem a larvas hexapodes (3
pares patas) que abandonam as galerias para viverem entre as crostas na superfície da pele. Nestes locais, as
larvas se alimentam de células de descamação e se transformam em ninfas octópodes (4 pares patas).
Rapidamente as ninfas realizam a muda para machos e fêmeas imaturas que após serem copuladas pelos
primeiros, transformam-se em fêmeas ovígeras e penetram novamente na pele, recomeçando um novo ciclo.
-Os machos e fêmeas podem ser encontrados na pele em cerca de 4 a 5 dias após a eclosão dos ovos. O ciclo
normalmente se completa em 10 a 17 dias.
Patogenia e Sintomas:
-O ataque parasitário ao homem e aos animais domésticos causa prurido intenso como resultado de um processo
alérgico. À proporção que aumenta a área acometida, o prurido vai se tornando maior.
-Ao abrirem os túneis na epiderme, as fêmeas ovígeras provocam o rompimento dos vasos linfáticos com
exsudação da linfa formação de crostas úmidas, contornadas por áreas de descamação eritrematosa.
-O papel patogênico não se restringe somente ao ataque do ácaro, mas também pela contaminação secundária
da pele e das feridas por bactérias oportunistas. Normalmente tal fato ocorre durante o ato de se coçar
(escoriações).
-Sintomas: animais tornam-se irritados, prurido intenso, descamação da pele e queda dos pêlos.
Diagnóstico:
-Os achados clínicos aliados ao exame parasitológico possibilitam um diagnóstico de razoável certeza. O exame
parasitológico é feito através de um raspado profundo nas bordas das lesões. O raspado pode ser feito com a
lâmina de um bisturi. Colocar 2 a 3 gotas de KOH ou lactofenol e observar ao microscópio. Em um animal positivo
é possível a visualização dos machos, ninfas e fêmeas no raspado.
Tratamento e controle:
-Isolamento e tratamento dos animais contaminados. Além disso, deve-se tratar todos os animais da casa.
-Tratamento: 4 banhos com intervalos semanais nos animais. Utilizar produtos acaricidas a base de
organoforforado e piretróides. Pode-se administrar a ivermectina injetável, contudo, deve-se tomar cuidado com
este tipo de medicamento 1.
-Alguns produtos podem melhorar o estado sanitário da pele dos aniamais, entre eles destaca-se o “Peroxidato
de Benzoíla”, comercialmente conhecido por Peroxidex®.
1
Proibida a ivermectina no Old English Sheep Dog, Pastor de Shetland e Collie.
GÊNERO NOTOEDRES
Principais Características:
-São ácaros escavadores semelhantes aos Sarcoptes sp. mas que apresentam uma variedade de hospedeiro mais
restrita.
-A espécie mais importante é Notoedres cati que
afeta principalmente os gatos, mas pode também
atacar os cães e os coelhos.
Morfologia:
-Muito semelhante ao Sarcoptes sp.
-Possuem o corpo arredondado e globoso com o 3º
e 4º par de patas curtos.
-O ânus se localiza na região dorsal sendo
circundado por pequenos espinhos
-Cutícula dorsal com estrias finas, interrompidas por
áreas com cerdas finas e flexíveis, espinho curto e
escamas em forma arredondadas.
-Patas com carúnculas em forma de sino. Nos
machos as carúnculas são observadas no 1º, 2º e 4º
par de patas e nas fêmeas no 1º e 2º par.
Ciclo biológico:
-Semelhante ao ciclo do Sarcoptes scabei.
-O ciclo biológico inclui as seguintes fases: ovo, larva, ninfa, adulto (macho, fêmea imatura e fêmea ovígera). A
transformação da fêmea imatura em fêmea ovígera ocorre após a fertilização.
-A fêmea fertilizada faz postura em galerias na pele. Provavelmente vivem cerca de duas semanas e morrem após
produzirem cerca de 60 ovos.
-O ciclo completo dura aproximadamente 19 dias.
Patogenia e Sintomas:
-Semelhante à patogenia e aos sintomas de Sarcoptes scabei
-Formação de crostas que vão se espessando pelo acúmulo de linfa desidratada. Essas crostas podem se
endurecer e se soltarem quando o animal se coça, provocando sangramento no local.
-Sintomas: animais tornam-se irritados, prurido intenso, descamação da pele e queda dos pêlos.
Nos gatos = A sarna notoédrica localiza-se principalmente nas orelhas e cabeça do animal,
podendo em infestações maciças se estender para outras partes do corpo, sobretudo em torno
dos órgãos genitais.
Nos cães = A sarna notoédrica determina lesões semelhantes aos produzidos pela escabiose ou
sarna sarcóptica.
Nos coelhos = A sarna também se inicia nas orelhas externamente e depois pernas e região
dos órgãos genitais. As lesões iniciais se constituem de pequenas pápulas, que vão formando
cadeias, principalmente no bordo da orelha, deformando o contorno desta; em seguida
aparecem crostas amarelo-acinzentadas, provocando queda dos pêlos. As lesões do focinho
dificultam o animal comer, chegando a impedir a alimentação, levando o animal à morte por
inanição.
GÊNERO KNEMIDOKOPTIDAE
Knemidokoptes mutans
GÊNERO PSOROPTES
Psoroptes equi
Principais Características:
-Única espécie do gênero. Ataca equídeos, contudo variedades desta espécie podem ser encontradas parasitando
outros animais com um alto grau de especificidade:
Psoroptes equi var. ovis Psoroptes equi var. caprae
Psoroptes equi var. bovis Psoroptes equi var. cuniculli
-São ácaros causadores da chamada “Sarna Psoróptica” sendo de fundamental importância entre os equinos e
entre os ovinos (Psoroptes equi var. ovis).
Morfologia:
-Possuem o corpo ovóide e sem espinhos. São
normalmente visíveis com lupa ou a olho nu sobre
uma superfície preta.
-O aparelho bucal é longo e cônico .
-Os machos possuem escudo dorsal e ventosa
copuladora. Não possuem carúncula no 4º par de
patas.
-Fêmeas com dois tuberculos dorsais que se
encaixam nas ventosas copuladoras dos machos. Não
possuem carúncula no 3º par de patas.
-Possuem patas mais longas do que as dos
pertencentes à família Sarcoptidae. O pedículo onde Fêmea
Vista Ventral
se insere as carúnculas é trisegmentado. Ventosas
Pedículo trisegmentado
As pernas
Ciclo biológico:
-Não cava galerias na pele dos animais acometidos.
-O ciclo é composto pelas fases de ovo, larva, ninfa e adulto e dura aproximadamente 10 dias.
-Os ovos são postos nas margens da lesão e, após um período de incubação de aproximadamente 3 dias, originam
larvas que se nutrem do exsudato que se forma no local da ferida. Depois de se alimentarem (~2 a 3 dias), as
larvas originam as ninfas que dão origem a fêmeas e machos adultos em aproximadamente 3 a 4 dias.
-A fêmea produz em média 5 ovos por dia, totalizando 90 ovos em toda a sua vida (30 a 40 dias).
Patogenia e Sintomas:
-As fêmeas ovígeras não cavam túneis, mas introduzem as peças bucais na pele dos hospedeiros e sugam os
fluidos teciduais, causando irritação, inflamação e exsudação linfática que coagula, transformando-se em crostas.
-Enquanto caminha na pele do hospedeiro, o parasito provoca coceiras descamação da pele.
-Localizam-se principalmente nas áreas de maior cobertura pilosa e pele mais escura. Durante os meses de maior
incidência solar os ácaros se restringem a áreas mais protegidas: axilas, parte interna da coxa.
-Sintomas: intensa coceira, descamação da pele, inquietação dos animais.
Nos ovinos = São as sarnas mais importantes nos ovinos. Atacam qualquer parte do corpo
recoberta por lã. Inicialmente aparecem pápulas pruriginosas que obrigam os animais a se
coçarem ou até mesmo morderem ou arranharem as áreas atingidas os pêlos se aglutinam e
acabam destacando-se em mechas. As lesões vão se espalhando inquietação dos animais
edema, anemia e fraqueza. Alguns animais podem chegar à morte.
Nos equinos e bovinos = Inicialmente, ataca regiões onde os pêlos são mais longos, podendo
também atacar outras regiões do corpo. Nos eqüinos as lesões iniciam-se na cabeça e nos
bovinos na cernelha.
Nos caprinos = A sarna pode atacar qualquer região do corpo, porém há uma tendência em se
limitar às orelhas, determinando a sarna auricular das cabras.
Nos coelhos = Causam sarna no pavilhão auricular externo dos coelhos. Inicialmente ocorre
uma hiperemia e formação de crostas vermelho-castanhas, próximo à base do pavilhão
auricular, com o avançar da parasitose pode afetar toda a superfície interna da orelha.
Diagnóstico:
-A doença ocorre normalmente nos meses mais frios e com menor incidência de luz favorece o crescimento do
parasita.
-Diagnóstico: raspado superficial nas áreas de lesão. Examinar o material ao microscópico após colocar lactofenol
ou KOH na lâmina.
-Na época de verão e primavera, lembrar de fazer o raspado nas áreas de latência (dobra da vulva, dobra iguinal e
fossas interdigitais).
Tratamento e controle:
-Devido a sua importância na ovinocultura, torna-se quase obrigatório o uso de tanques de imersão com
sarnicidas de alto poder de ação para controlar a parasitose do rebanho.
-A sarna psoróptica se difunde com grande facilidade, quer pelo contado direto, quer através de abrigos
infestados separação dos animais suspeitos e positivos e início imediato de tratamento.
GÊNERO OCTODETES
Octodetes cynotis
Principais Características:
-Parasitam o pavilhão auditivo de cães, gatos e carnívoros em geral.
-Possuem os pedículos curtos e não segmentados.
-Corpo ovóide e pernas mais longas.
-Os machos possuem carúnculas no 4° par de patas e
as fêmeas no 1° e 2° par.
Ciclo Biolólogico:
-O ciclo dura aproximadamente 2 semanas.
-Ciclo composto por ovo, larva, protoninfa e
deutoninfa. O macho se acopla à deutoninfa mas não
copula. Após a ecdise a deutoninfa pode ser
transformar em macho ou em fêmea. No último caso
irá ocorrer a cópula, no primeiro, o macho irá se
afastar e procurar outra deutoninfa.
Patogenia e Sintomas:
-Se alimentam de células de descamação.
-Estimulam o aumento de produção de cerúmen no ouvido devido à irritação que causam
-Os animais ficam se coçando e balançando a cabeça hematomas no local (otohematoma) devido ao
rompimento de vasos.
-Pode ocorrer infecção bacteriana secundária otite.
Diagnóstico:
-Exame de cerúmem
FILO ARTROPODA
CLASSE ARACHINIDA
Sub Classe Acari
ORDEM ACTINEDIDA
Principais características:
-Acari sem estigmas ou com um par próximo ao gnatossoma.
-Os palpos são livres e bem desenvolvidos e as quelíceras possuem forma de estiletes.
-Os machos não possuem ventosas adanais copuladoras.
-Pode também ser conhecida como subordem Prostigmata.
-Entre os parasitas pertencentes a esta subordem que possui interesse médico veterinário destacam-se os
pertencentes à família Demodicidae.
FAMÍLIA DEMODICIDAE
Demodex sp
Principais características:
-Ocorrem normalmente em pequenas quantidades na pele dos animais. Quando encontrados em excesso, podem
determinar a ocorrência de quadros patológicos.
-São parasitas dos folículos e das glândulas Demodex –Fêmea
sudoríparas dos mamíferos. No homem as espécies Vista Ventral
Demodex folliculorum e D. brevis, são responsáveis
pelos cravos subcutâneos uma vez que parecem
Prosoma
comprometer o fluxo das glândulas sebáceas. Nos
animais são agentes etiológicos da “Sarna Folicular
dos Bovinos (Demodex bovis), da “Sarna Demodécica
Canina” (D. canis), da “Sarna do Pêlo dos Equinos (D.
equi), da “Demodicose Suína” (D. phylloides), entre
outras.
Opistosoma
Morfologia:
-São ácaros pequenos e de corpo vermiforme.
-Possuem as pernas curtas e localizadas na região
anterior do corpo.
-O prosoma (aparelho bucal + 4 pares de patas) é liso
e o opistosoma (restante do corpo) é
transversalmente estriado (anelado)
-Os palpos possuem 3 artículos.
Principais espécies de interesse médico-veterinário:
-Demodex =Agente do cravo ou acne no homem.
folliculorum
-Demodex =Parasito das glândulas sudoríparas dos suínos onde causa
phylloides a Demodicose Suína.
-Demodex caprae =Agente da sarna demodécica dos caprinos.
-Demodex equi =Bioagente da sarna do pêlo de equinos
-Demodex bovis =Causador da sarna folicular dos bovinos, caracterizada
pela formação de nódulos e pústulas na pele desses
animais.
-Demodex canis =Agente da sarna demodécica dos cães. Muito importante.
Ciclo biológico:
-O ciclo completo dura aproximadamente 3 semanas, sendo composto por ovo, larva, ninfa (protoninfa e
deutoninfa) e adultos.
-Os parasitas vivem estritamentos nos folículos pilosos ou nas glândulas sebáceas, onde se alimentam de suas
secreções. São também ácaros escavadores e penetram profundamente na derme dos hospedeiros.
-Genericamente, os machos, ninfas e larvas vivem na parde mais rasa do folículo, quase sobre a queratina da
pele. As fêmeas fecundadas aprofundam-se no folículo piloso e atacam vorazmente as células, alimentando-se do
líquido extravasado; ovipõem no fundo do folículo e, após o desenvolvimento embrionário, ocorre a eclosão dos
ovos, com liberação das larvas, que se deslocam para a superfície da pele. Desta forma desenvolvem-se em ninfas
e posteriormente em adultos, reiniciando o ciclo.
-As formas infectantes são as deutoninfas. A infecção ocorre normalmente nos primeiros dias de vida, durante o
período de amamentação. Provavelmente, as formas infectantes são as deutoninfas presentes nos folículos
pilosos ao redor das mamas.
Patogenia:
Sarna Demodécica dos Cães:
-Acometem os cãezinhos a partir do 3º dia de vida. As lesões iniciam-se na face, ao redor do focinho, região
periorbital e membros inferiores. O contágio ocorre durante o período de aleitamento, quando os animais entram
em contato íntimo com os folículos pilosos ao redor das mamas das cadelas.
-Os cães afetados abrigam populações de Demodex canis muito maiores que o normal, aparentemente como
resultado de imunodeficiência.
-Pode assumir duas principais formas: localizada ou generalizada:
A Forma Localizada é caracterizada pela ocorrência de áreas circunscritas de eritrema e alopécia (queda
de pêlos) em torno dos olhos e boca, e sobre as projeções ósseas dos membros. Normalmennte não
ocorre prurido. Esta forma atinge normalmente animais de 5 a 10 meses de idade e as lesões sào
discretas e pouco perceptíveis. Ocorre dilatação do folículo piloso com penetração de bactérias. Não
possui caráter hereditário sendo caracterizada por auto-cura em 90% dos casos.
A Forma Generalizada é a evolução da forma localizada nos cães que não são capazes de se auto curar.
Ocorre em cães jovens e adultos sendo provavelmente relacionado a fatores imunológicos hereditários
(deficiência de Linfócitos T) ou não hereditários (imunossupressão causada por estresse, desnutrição, uso
de corticóides, tumores, etc...). Acomete primeiramente o pescoço e se espalha para outras regiões, onde
causa grande reação inflamatória foliculite. A pele se torna enrugada e espessada com muitas
pequenas pústulas que se rompem e transudam. Os cães acometidos apresentam um odor desagradável.
No princípio este tipo de demodicose não causa prurido. Contudo, quando os folículos dilatados são
invadidos por bactérias, inicia-se uma intensa coceira que quase sempre causa mutilações nos animais,
um vez que a pele no local encontra-se fragilizada. Nesta fase a doença é popularmente conhecida por
“Lepra dos Cães”. Em casos graves a infecção bacteriana pode se disseminar causando a morte dos
animais por septicemia.
Diagnóstico:
-O diagnóstico deve ser feito baseado no exame parasitológico da lesão.
-Expremer o folículo e fazer um raspado profundo com a secreção. Pode-se aplicar gotas de parafinas líquida
sobre a prega cutânea e raspar profundamente até aparecer sangue capilar.
-O diagnóstico é 100% eficiente, ou seja, 100% dos animais contaminados apresentam resultados positivos.
Controle e Tratamento:
-Uma vez que a demodicose canina generalizada pode apresentar caráter hereditário, recomenda-se a castração
de cadelas e machos que apresentem esta forma de doença.
-No tratamento recomenda-se o banho com substância sarnicidas, shampo anti-seborréico (Peroxidex®) e
antibiótico em caso de piodermatite grave.
-No banho sarnicida recomenda-se o uso de produtos a base de amitraz (Triatox®) que apresentam boa eficácia.
Os banhos devem ser dados semanalmente até a cura completa dos animais (~5 a 6 banhos).
-Produtos a base de ivermectina não funcionam bem para sarna demodécica.
FILO ARTROPODA
CLASSE ARACHINIDA
Sub Classe Acari
ORDEM GAMASIDA
Principais características:
-Acari com um par de estigmas laterais às coxas do 3º par de patas. Os estigmas geralmente são associados a um
peritrema alongado que se estende até o 1º par de patas.
-As pernas são regularmente espalhadas e situadas na metade anterior do corpo.
-Não possuem “Órgão de Haller”
-Hipostomo não adaptado para picar. Possuem o idiossoma (corpo) aracniforme (forma de aranha).
-Ventosas genitais ausentes e placas ventrais presentes (placa esternal, placa genitoventral, placa anal e placa
dorsal = função protetora).
-Possuem escudo dorsal.
-Entre as famílias de interesse médico veterinário incluem-se: Dermanyssidae, Macronyssidae e Raillietidae.
FAMÍLIA DERMANYSSIDAE
Dermanyssus gallinae
Principais características:
-Espécie cosmopolita que parasita galinhas domésticas e grande número de outras espécies de aves domésticas e
silvestres, sendo vulgarmente chamados de piolhos ou de “pixinigas” (nordeste).
-São parasitas hematófagos, representando um problema crescente na avicultura industrial.
-Normalmente não são encontrados sobre os animais, uma vez que passam o dia inteiro escondido nos ninhos,
poleiros, frestas e só atacam as aves durante a noite.
Morfologia:
-São aracniforme, ou seja, possuem formato de
aranha. São relativamente grandes (1,5 mm de
comprimento), facilmente visíveis a olho nu.
-Possuem os 4 pares de patas na região anterior do
corpo.
-A coloração varia de esbranquiçada (antes de se
alimentarem) para avermelhada (após se
alimentarem).
-As quelíceras são longas e delgadas.
-Possuem dois pares de cerdas na placa esternal e o
ânus localizado na metade posterior da placa anal.
-Presença de poucas cerdas no idiossoma (corpo).
Ciclo biológico:
-Este parasita ataca principalmente aves, mas pode parasitar outros animais e o homem.
-O ciclo biológico inicia-se com o ovo que é depositado nos esconderijos diurnos dos ácaros (poleiro, ninho,
frestas). Os estádios evolutivos são representados por ovo larva hexápode protoninfa deutoninfa
adultos (macho e fêmea). As larvas não se alimentam e após o período de ecdise, dão origem às protoninfas. A
partir de então, todos os estádios serão hematófagos e se alimentarão nos animais durante o período noturno.
Após o período de alimentação, regressam para os esconderijos onde passam a maior parte do tempo.
-O ciclo é curto, completando-se em aproximadamente uma semana. Grandes populações podem se desenvolver
em um período de tempo relativamente pequeno.
-Os adultos podem sobreviver por vários meses sem se alimentar, de modo que pode persistir uma população
reservatório em aviários desocupados.
Patogenia:
-São hematófagos. A espoliação sanguínea é suficiente para matar os filhotes. Nos adultos a anemia causada pela
perda de sangue diminui a conversão alimentar e a produção de ovos.
-Na Austrália é vetor de Borreliia anserina para as aves infestadas.
-Causam irritação e estresse nos animais que junto à anemia, são responsáveis pela queda na produção.
-Dermanyssus infecta facilmente outros animais, podendo causar intenso prurido e erimetra. Nos homens são
responsáveis por um quadro de dermatite pruriginosa.
Controle e tratamento:
-O tratamento dos animais é paliativo, devendo-se dar atenção aos esconderijos diurnos dos ácaros. Portanto, o
combate deve ser feito principalmente no ambiente. Os galpões e galinheiros devem ser limpos, escaldados com
água fervente e pulverizados com produtos acaricídas a base de piretróides ou organofosforados.
-As camas ou ninhos devem ser trocados
regularmente.
FAMÍLIA MACRONYSSIDAE
Ornithonyssus bursa
Ornithonyssus silviarum
Principais características:
-Comum nas regiões tropicais de todo o mundo, como parasito de aves domésticas e silvestres. O. bursa é
normalmente encontrado nas regiões temperadas e O. silviarum em climas tropicais. Pode se estabelecer
facilmente em criatórios de aves ornamentais.
-São parasitas hematófagos, representando um problema crescente na avicultura industrial.
-Ao contrário do Dermanyssus galinarum, passa toda a vida sobre o corpo da ave e pode sobreviver apenas
durante 10 dias fora do hospedeiro.
Morfologia:
-São aracniforme, ou seja, possuem formato de aranha. Medem aproximadamente 1,0 mm de comprimento.
-Possuem os 4 pares de patas na região anterior do corpo.
-As quelíceras são robustas.
-O ânus localiza-se na metade anterior da placa anal.
-As patas são longas e carunculadas.
-A coloração varia de esbranquiçada (antes de se alimentares) para avermelhada (após se alimentarem).
Ciclo biológico:
-O Ornithonyssus sp. permanece sobre o hospedeiro a maior parte de tempo e causa considerável perda de
sangue. Os estádios evolutivos também são representados por ovo larva ninfa adulto.
-Em granjas de poedeiras, o ácaro pode causar sérios aborrecimentos e desconfortos para as pessoas que
manipulam os ovos.
-A infecção ocorre diretamente por contato entre aves sadias e parasitadas ou indiretamente, através da
ocupação de instalações recentemente desocupadas por animais infestados.
Patogenia e sintomas:
-Nas infestações maciças, as aves ficam inquietas e perdem peso devido à irritação e à debilidade orgânica
causada pelo intenso hematofagismo anemia. As galinhas poedeiras reduzem significativamente a produção de
ovos.
-Os sinais comuns, além de debilidade, são pele crostosa, espessada, e penas manchadas em volta da cloaca.
Tratamento e controle:
-Aplicação de acaricidas nas aves e no ambiente em que elas vivem. Podem ser utilizadas formulações em pó ou
spray.
FILO ARTROPODA
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-Corpo com simetria bilateral, constituído de anéis agrupados entre si formando duas ou três regiões: cefalo-tórax
e abdome (ácaros) ou cabeça, tórax e abdome (insetos).
-Possui apêndices articulados dispostos aos pares - antenas, quelíceras, mandíbulas e patas.
-Cavidade geral (hemocele) repleta de um líquido denominado hemolinfa.
-Exoesqueleto renovado à medida que o parasita cresce.
-Tubo digestivo tubular e divido em três principais regiões: intestino anterior, médio e posterior.
-Sistema circulatório aberto com o coração se localizando dorsalmente.
-Sistema circulatório constituído por um único gânglio.
-Sistema excretor constituído por tubos de Malpighi.
-Sistema respiratório constituído de traquéia e estígmas.
MORFOLOGIA EXTERNA:
-O exoesqueleto é formado de três camadas: cutícula (quitina), epiderme e membrana basal.
-Durante o desenvolvimento, os artrópodes mudam várias vezes de cutícula.
-Presença de estruturas ou processos tegumentares na superfície da cutícula: cerdas, escamas, macrotríquias,
espinhos, esporões, chifres.
-Os segmentos do corpo podem se apresentar agrupados em:
*Insetos = cabeça, tórax e o abdômen.
*Aracnídeos = céfalo-tórax e abdômen.
-Apêndices com número, forma e localização variados:
*Apêndices cefálicos = peças bucais e as antenas
*Apêndices toráxicos = pernas e asas
MORFOLOGIA INTERNA:
-Sistema Digestivo dividido em 3 regiões: Intestino Anterior (cavidade bucal, faringe, esôfago e proventrículo),
Intestino Médio ou Mesêntero (onde os alimentos são digeridos e absorvidos) e Intestino Posterior (reto e ânus).
-Sistema Excretor representado por tubos de Malphigi ou por nefrídias. A função dos tubos de Malphigi consiste
em coletar os líquidos excretados e lançá-los no reto.
-Respiram através de traquéia ou sacos pulmonares. As traquéias são tubos ventilados e elásticos que se
comunicam com o exterior através de orifícios, chamados espiráculos ou estígmas
-Possuem sexo separado, havendo excepcionalmente, partenogênese.
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
MORFOLOGIA EXTERNA:
CABEÇA:
-A cabeça provavelmente é constituída de seis segmentos, fundidos e difíceis de distinguir. Na cabeça encontram-
se os olhos, as antenas e as peças bucais:
Os olhos costumam ser bem desenvolvidos e são constituídos por numerosos omatídeos, que
permitem uma ótima sensibilidade a movimento, mas má distinção de forma.
As antenas, de forma e estrutura muito variáveis, são um par de órgãos sensoriais implantados
entre os olhos.
As peças bucais são os órgãos encarregados da apreensão e absorção dos alimentos. Existem dois
tipos principais de aparelhos bucais nos insetos: mastigador e sugador. As peças bucais dividem-se
grosseiramente em labro, epifaringe, mandíbula, maxilas, hipofaringe e lábio.
TÓRAX:
-Consiste de 3 segmentos: o protórax, o mesotótax e metatórax. Cada segmento possui um par de pernas. As
asas, quando presentes inserem-se no 2º e 3º segmentos torácicos. A parte dorsal de cada segmento é chamada
de noto, as laterais de pleuras e a ventral de esterno; portanto no protórax há o pronoto, as propleuras e o
proesterno, e assim por diante.
-As pernas dos insetos variam de tamanho e forma nas várias espécies e consistem de 5 principais artículos: coxa,
trocânter, fêmur, tíbio e tarso. O tarso se divide em vários segmentos menores (tarsômeros). Na extremidade de
cada perna é comum a existência de garras e almofadas, para facilitar a locomoção e a fixação.
-Tipicamente os insetos possuem dois pares de asas. Algumas espécies são ápteras (s/ asas, ex. pulgas) e outras
possuem um só par. As asas são compostas por uma membrana dupla e têm veias, que são traquéias modificadas;
estas dão sustentação às asas. As regiões situadas entre as veias são denominadas células. As veias geralmente
são distribuídas nos grupos: Costal (C), Subcostal (Sc), Radial (R1 a R5), Mediana (M1 a M4), Cubital (Cu1 e Cu2) e
Anal (1A e 2A).
Abdômen:
-O abdome original dos insetos era composto por 11 segmentos, visíveis em gafanhotos e outros insetos; os
segmentos foram sendo modificados e reduzidos em número com a evolução.
-Geralmente há um par de estigmas respiratórios em cada segmento do abdômen. A parte lateral do abdômen,
onde se abrem os estígmas é membranosa e pregueada, permitindo um considerável aumento da capacidade
abdominal, como pode ser constatado nos insetos hematófagos antes e após o repasto sanguíneo (ex: barbeiros e
mosquitos).
-O abdômen é completamente desprovido de pernas.
-Os últimos segmentos abdominais são modificados para formarem a genitália.
MORFOLOGIA INTERNA:
-O sistema digestivo consiste de um tubo quase reto que se estende da boca até o ânus. Diferencia-se em 3
regiões: intestino anterior ou estomodeu (armazena os alimentos e inicia a digestão - trituração), intestino médio
(digestão e absorção) e intestino posterior (reto e ânus).
-Próximo à cavidade bucal abrem-se os ductos das glândulas salivares. A composição da saliva é variável. Nos
insetos hematófagos, a saliva contém substâncias anticoagulantes e anestésicas que são inoculadas no
hospedeiro durante a alimentação do parasito. A alergia às picadas de insetos ocorre exatamente devido a
natureza antigênica dos componentes da saliva.
-A excreção dos insetos ocorre principalmente pelos tubos de Malpighi que após coletarem a secreção ao longo
do corpo dos parasitas, abrem-se na luz do intestino posterior.
-O sistema respiratório é composto por traquéias que se comunicam com o exterior através dos espiráculos ou
estígmas que possuem estruturas destinadas a regularizar a entrada e saída de ar do corpo do inseto. Como regra
geral existem 10 pares de estigmas: 1 no mesotórax, 1 no metatórax e um par em cada um dos primeiros 7 ou 8
segmentos do abdômen. Os tubos traqueais se anastomosam no interior do corpo até formar as traqueíolas de
menor calibre. Essas entram em contato íntimo com as células dos parasitos e são responsáveis pela troca efetiva
do oxigênio pelo gás carbônico (hematose).
-Os insetos têm circulação aberta. Há apenas um vaso que se estende dorsalmente do tórax ao abdômen, acima
do aparelho digestivo e que se chama vaso dorsal.
DESENVOLVIMENTO E METAMORFOSE:
-Os insetos são, na maioria, ovíparos. A postura é realizada, geralmente, em locais que oferecem condições
adequadas ao desenvolvimento das formas jovens.
-Durante o desenvolvimento do ovo até o estádio adulto o inseto sofre uma série de transformações na sua
estrutura, com eliminação e renovação de cutícula, cujo fenômeno é conhecido por metamorfose dos insetos.
-Até atingirem a maturidade, os insetos passam por metamorfoses que podem ser do tipo paurometabólica,
hemimetabolica ou holometabólica:
Paurometabólicos: são insetos dos quais as formas imaturas de desenvolvimento são morfologicamente
semelhantes às dos adultos; vivem no mesmo ambiente e se alimentam da mesma forma. Como exemplo inclui-
se os piolhos, os gafanhotos e os percevejos.
Hemimetabólicos: apesar de terem um ciclo semelhante ao dos paurometabólicos, suas formas imaturas vivem
na água, enquanto que os adultos vivem fora da água. Um exemplo típico é a libélula.
Holometabólicos: apresentam as formas imaturas muito diferentes das formas adultas (morfológica e
biologicamente). Esses insetos precisam passar por um estádio de transformação (pupa) em que os tecidos das
larvas são destruídos e são formados os dos adultos (Ex: pulgas, as moscas, os mosquitos, os besouros, as
borboletas, as formigas, etc..)
ORDEM DIPTERA
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM NEMATOCERA
FAMÍLIA PHLEBOTOMIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-São pequenos dípteros corcundas e muito pilosos, com as asas em forma de ponta de lança, mantidas eretas
sobre o corpo, quando pousados.
-Os flebotomídeos são popularmente conhecidos no Brasil por birigüi, cangalhinha, mosquito palha, etc...
-Incomodam o homem com sua picada que é extremamente dolorosa e transmitem a este e aos animais, uma
variedade de parasitos. Entre eles, os protozoários do gênero Leishmania que são os agentes etiológicos da
Leishmaniose Cutânea (LC) e da Leishmaniose Visceral Americana (LVA).
MORFOLOGIA:
-Corpo e asa são recobertos por espessa pilosidade. O comprimento total é de 2 a 3 mm, com os eixos da cabeça
e do abdômen formando ângulo de aproximadamente 90° entre si. A cor geral é variável de amarelo a marron-
escuro.
-As antenas são longas e pilosas com 14 artículos cilíndricos.
-Os olhos são grandes e escuros, contrastando com a
cor clara da cabeça.
-A probócida (aparelho bucal) tem comprimento
semelhante ao do restante da cabeça, apontando
para o substrato. Os palpos maxilares têm cinco
artículos, os dois primeiros praticamente fundidos.
-As asas são estreitas e c/ a ponta em forma de
lança. As veias transversais são restritas à metade
basal da asa e as R1 a R5 e M1 a M3 estão presentes e
são quase paralelas. As pernas são longas e finas.
-O abdômen das fêmeas tem a extremidade
posterior romba, com cerdas pouco desenvolvidas.
Os machos apresentam, na extremidade posterior,
terminália constituída de apêndices em forma de
ganchos.
-A distinção entre as espécies é muito difícil. A morfometria e métodos de biologia molecular têm sido usados
para a distinção de certas espécies de flebotomídeos e para o esclarecimento da situação de complexos de
espécies.
-Os ovos são elípticos, alongados e um pouco encurvados, com o comprimento entre 300 e 500µm.
-As larvas são claras e vermiformes, com cápsula cefálica escura e bem esclerotizada e com mandíbulas robustas.
-As pupas têm o corpo constituído de cefalotórax e abdome, esboçando externamente várias estruturas,
especialmente as asas em formação.
CICLO BIOLÓGICO:
-Os flebotomídeos se adaptam bem a abrigos úmidos e escuros, saindo destes, em geral, em condições de alta
umidade e de temperaturas moderadas. A maioria das espécies é associada a florestas de vários tipos ou vive em
cavernas e cavidades entre pedras e, exemplares de várias espécies podem invadir domicílios e anexos.
-Os adultos apresentam vôo saltitante e silencioso, em geral se deslocando apenas algumas dezenas de metros.
-As fêmeas, além de ingerirem substâncias açucaradas da seiva de vegetais, sugam sangue de vários animais para
a produção de ovos. Os machos se alimentam apenas das substâncias açucaradas.
-As fêmeas apresentam preferências de hospedeiros, mas costumam ser oportunistas; em geral picam à noite ou
nos crepúsculos, mas as de algumas espécies, em geral com tempo nublado ou em florestas, picam no período
diurno. São picadas as partes descobertas do corpo do homem e animais (focinho, orelhas e região genital). A
sucção de sangue dura poucos minutos e frequentemente causa dor.
-Três a oito dias após a hematofagia, a fêmea deposita algumas dezenas de ovos em local terrestre úmido e
protegido da luz e volta a procurar uma fonte de sangue. Algumas espécies podem apresentar autogenia, ou seja,
produzir ovos sem a necessidade de alimentação prévia.
-Os criadouros já encontrados ficam em ambientes terrestres úmidos e escuros (espaço sob pedras ou folhas,
terra próxima de raízes tabulares e estábulos). A identificação dos criadouros costuma ser extremamente difícil.
-A eclosão das larvas ocorre, em geral, após 4 a 10 dias. As larvas se alimentam vorazmente de vários detritos
animais e vegetais, sofrem 3 mudas e se locomovem muito nos abrigos. Após um período aproximado de 30 a 60
dias, transforma-se em pupas. Estas ficam fixas ao chão, permanecem imóveis e originam os adultos em período
geral de 20 a 40 dias.
-O ciclo completo de ovo a adulto dura aproximadamente 2 meses.
CONTROLE:
-Os flebotomídeos que freqüentam domicílios podem ser controlados pela aplicação de inseticidas. Contudo,
depois de passado o efeito residual do produto os mosquitos voltam a invadir a casa.
-Muitas espécies são exclusivamente silvestres, o que complica muito o controle.
-Se for evidenciado que a transmissão ocorre no domicílio e que os flebotomídeos vão das matas para estes, o
desmatamento de uma faixa de 400m ao redor dos domicílios, se possível associado à aplicação de inseticidas
nestes, costuma dar bons resultados.
-Os repelentes, como a dietiltoluamida e o óleo de citronela, aplicados na pele e em roupas constituem uma
possível alternativa. Existem disponíveis no mercado xampus para cães à base de citronela.
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM NEMATOCERA
FAMÍLIA CULICIDAE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-São popularmente conhecidos por mosquitos, pernilongos, muriçocas, mossorongos, sovelas, mosquito-prego,
carapanãs, etc... A família possui cerca de 2.500 espécies distribuídas por todas as regiões do globo.
-Algumas fêmeas são hematófagas e, durante a alimentação, podem veicular diversos patógenos aos
hospedeiros. Na família Culicidae existem numerosas espécies que desempenham importante papel como
vetores de malária (Anopheles sp.), de filarioses, do vírus da Febre Amarela (Aedes aegypti), do vírus da Dengue e
de outros patógenos que acometem o homem. Além disso, possuem importância na medicina veterinária como
vetores de Dirofilaria immitis (verme do coração dos cães), encefalite eqüina, etc...
-São divididos em 3 subfamílias ou tribos: Toxorhynchitinae, Anophelinae e Culicinae. Neste material,
abordaremos apenas as duas últimas subfamílias por apresentarem maior interesse médico e veterinário. A tribo
Anophelinae é representada principalmente pelo Anopheles sp.,o mosquito vetor da malária. Os gêneros Aedes
sp. e Culex sp. são exemplos típicos de representantes da tribo Culicinae.
metatórax atrofiados.
-As patas são longas e delgadas Pata
Anophelini Culicini
Aedes sp. Culex sp.
OVO
LARVA
PUPA
CABEÇA
POUSO
CICLO BIOLÓGICO:
-São insetos holometabólicos (metamorfose completa) que passam por quatro estágios biológicos distintos: ovo,
larva (com quatro ínstares), pupa e adulto.
-As fases de ovo, larva e pupa desenvolvem-se em águas doces paradas ou com suave correnteza onde as fêmeas
fazem a postura. Algumas espécies de Anopheles sp. ovipõem em águas salinas. Os criadouros desta forma podem
ser lagos, açudes, valas de drenagem e de esgoto a céu aberto, em recipientes artificiais colocados
descuidadamente na natureza (latas, pneus, garrafas, etc..) e que são capazes de reter água. As fêmeas colocam
os ovos na superfície da água, aglomerados (Culex sp.) ou isolados (Aedes sp. e Anopheles sp.). A maioria das
espécies faz postura dos ovos durante o pôr do sol ou à noite.
-Para produzirem os ovos, as fêmeas recém fecundadas necessitam de se alimentarem de sangue.
-Os ovos eclodem dentro da água onde se desenvolvem até pupa: ovo larva (L1, L2, L3 e L4) pupa. Tudo isso
ocorre em tempo variável (condições climáticas favoráveis, ausência de predadores e suprimento alimentar
adequado). A alimentação das larvas compõe-se basicamente de microorganismos aquáticos. As pupas não se
alimentam.
-Os mosquitos possuem hábitos alimentares noturnos, e suas picadas podem causar considerável transtorno.
-As espécies dos gêneros Anopheles sp., Culex sp. e Aedes sp. podem transmitir as microfilárias de Dirofilaria
immitis e uma forma de malária aviária(Plasmodium sp.).
-São também importantes na transmissão de um vírus causador de encefalite equina.
-Para o homem, veiculam uma grande variedade de agentes patogênicos, entre eles os causadores da malária,
febre amarela, dengue, elefantíase, etc...
CONTROLE:
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM CYCLORRAPHA
FAMÍLIA MUSCIDAE
-A cabeça apresenta olhos muito desenvolvidos, contíguos ou muito próximos nos machos e separados em
fêmeas.
-Antenas com três segmentos evidentes, sendo o terceiro mais desenvolvido, com suco longitudinal e uma
estrutura perpendicular denominada arista que pode ter forma de cerda e, às vezes, plumosa.
-Possui sutura frontal que é uma cicatriz em forma de ferradura, formada após a retração do ptilíneo (bolsa
utilizada na abertura do pupário).
-Palpos maxilares c/ tamanho variável e apenas um artículo.
-Probóscida desenvolvida: rígida e adaptada para picar nas espécies hematófagas e com a extremidade dilatada
nas lambedoras.
-Abdômen em geral com sete segmentos evidentes.
-Ovos em geral são brancos e longos em forma de banana.
-As moscas adultas freqüentam vários ambientes, a depender da espécie e das condições, alimentando-se de
várias substâncias. Costumam voar muito (8-10 Km).
-O ciclo é composto de ovo larva pupa adulto. Em geral têm atividade diurna. Nas espécies hematófagas
os machos e fêmeas sugam sangue. Nas espécies causadoras de miíases, normalmente os adultos não se
alimentam.
-Importância econômica e na saúde pública: podem transmitir agentes patogênicos aos homens e aos animais
direta (hematofagia) ou indiretamente (transmissão mecânica através das patas contaminadas); espoliação
sangüínea e reações alérgicas no local da picada, causando grande incômodo no homem e queda de produção
dos animais; gastos com medicamentos e medidas de controle pouco eficazes; gastos com honorários pagos
aos veterinários.
-Dentre as principais espécies de interesse médico e veterinário destacam-se: Musca domestica, Stomoxys
calcitrans e Haematobia irritans.
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM CYCLORRAPHA
FAMÍLIA MUSCIDAE
GÊNERO MUSCA
Musca domestica
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Popularmente conhecida como mosca doméstica é encontrada em ambientes domiciliares e extra domiciliares.
-Não são parasitas obrigatórios, mas podem se nutrir de uma ampla variedade de secreções animais (suor,
lágrima, serosidade) e são especialmente atraídas por feridas. Uma vez que pousam em animais diferentes,
podem funcionar como vetor mecânico (patas) de uma grande variedade de patógenos.
MORFOLOGIA:
-Adultos medem de 6 a 9 mm.
-O tórax possui coloração que varia de cinza-amarelo
a cinza-escuro. Possui quatro listas negras
longitudinais no mesonoto.
-Apresenta arista plumosa, com cerdas longas
-O aparelho bucal é do tipo lambedor.
-Asa com nervura M1+2 formando uma angulosidade
semelhante a um cotovelo.
-Abdômen amarelado com uma faixa mediana
longitudinal no dorso.
-As asas têm a parte posterior lisa sem papilas, e os
espiráculos posteriores têm abertura sinuosa.
M1+2
CICLO BIOLÓGICO:
-Os adultos podem voar grandes distâncias em curtos períodos de tempo. Alimentam-se de várias substâncias
orgânicas de origem animal ou vegetal, como fezes, urina, lixo e uma infinidade de alimentos açucarados.
-As fêmeas após se alimentarem e copularem
produzem de 500 a 800 ovos parceladamente (75 a
150 ovos de cada vez). Os ovos podem ser Pupa
Ovo
depositados sobre qualquer matéria orgânica
fermentável (comida, dejetos, lixo). Os criadouros
Adulto
devem ser úmidos, mas nunca encharcados.
-Os ovos, em boas condições de temperatura e
umidade, eclodem em 24 horas ou menos as Larva
-O esterco das aves e de outros animais domésticos pode levar à produção de números enormes de moscas. Para
cada galinha média (1,8 kg), são produzidos cerca de 41 Kg de esterco/ano Uma lata de lixo mal cuidado pode
produzir, em uma semana, 20.000 larvas.
Controle:
-A erradicação desta e de outras moscas de uma área é uma tarefa impossível, sendo viável a sua redução a níveis
toleráveis.
-Tratamento dos dejetos através da retirada destes dos locais de produção e da construção e utilização de
esterqueiras. Os dejetos podem ser manejados das seguintes maneiras:
Retirada das fezes em intervalos de aproximadamente 5 dias. O material pode ser amontoado e exposto
ao sol e de preferência coberto com uma lona preta ou colocado em tonéis fechados. Este procedimento
irá aumentar a temperatura interna do bolo fecal, favorecendo a fermentação e consequentemente
impossibilitando o desenvolvimento das larvas presentes.
Os dejetos podem ser enterrados profundamente após a retirada do material não biodegradável.
Colocação dos dejetos em caixas com fundo de ripas ou telas, suspensas sob a água que pode conter
peixes. Desta forma eliminam-se as moscas e alimenta-se os peixes. Este procedimento é muito caro.
Incineração do esterco. É cara e desperdiça o material que pode ser utilizado como adubo.
-Em criações de aves, o fornecimento de água deve ser feito de forma a não molhar as fezes no piso, para reduzir
o desenvolvimento de larvas de moscas.
-Construção de fossas e banheiros adequados para se permitir o saneamento básico local.
-Os domicílios podem ser protegidos através da colocação de telas nas janelas dos cômodos onde se manipula os
alimentos. Além disso, a proteção do alimento e a retirada freqüente do lixo devem ser medidas prioritárias.
-Os inseticidas intradomiciliares podem ser utilizados com extrema moderação. Existem no mercado iscas e
armadilhas disponíveis com eficiência variável.
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM CYCLORRAPHA
FAMÍLIA MUSCIDAE
GÊNERO STOMOXYS
Stomoxys calcitrans
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Popularmente conhecida como mosca do estábulo ou mosca doméstica picadora.
-São hematófagas. Adultos de ambos os sexos costumam picar cavalos, bovinos, cães e, raramente o homem,
sempre ao ar livre; localizam e picam, em geral, na parte inferior do corpo. As picadas destes insetos são
extremamente dolorosas e além de causarem irritação aos animais podem veicular agentes patogênicos a estes:
Tripanossoma equinum, Anemia Infecciosa Eqüina (AIE), Carbúnculo, etc...
-As fêmeas fazem postura em excrementos dos animais (eqüinos, aves) e substâncias animais ou vegetais
fermentáveis (silagem). A mistura de silagem e urina fornece um substrato ideal para o desenvolvimento das
larvas.
MORFOLOGIA:
-Espécie semelhante à mosca doméstica, diferindo por ter o aparelho bucal do tipo sugador: probóscida rígida,
picadora, e dirigida horizontalmente para frente da cabeça, quando em repouso, e perpendicular no ato de picar.
-Quando pousada a Stomoxys calcitrans apresenta a cabeça levemente erguida, ao contrário da Musca domestica
que a apresenta para baixo.
-Os adultos medem aproximadamente 6 mm de
comprimento.
-Possui a arista plumosa dorsalmente
-Os palpos são curtos e não atingem a metade do
comprimento da probóscida.
-As asas são largas, longas e pontiagudas. A nervura
M1+2 é curvada suavemente para a frente.
-Costumam pousar com a extremidade do abdome
próxima ao substrato, ou seja, a mosca forma um
ângulo de 45 com este.
-O abdome possui 3 manchas escuras dorsais nos
tergitos II e III.
CICLO BIOLÓGICO:
-As formas imaturas desenvolvem-se em palhas e restos de ração abaixo dos cochos, em fezes de vários animais
domésticos, desde que misturadas com palha ou feno, em grama cortada e amontoada e em restilho (bagaço) de
usinas de cana de açúcar. Matéria orgânica animal e vegetal em fermentação são substratos potenciais para o
desenvolvimento de Stomoxys calcitrans.
-Os ovos são colocados (~ 650 ovos) e em cerca de 3 dias eclodem (26 °C). As larvas se desenvolvem até pupa em
aproximadamente 12 dias (30-31 °C).
-Após emergirem da pupa as moscas se alimentam e copulam postura. Podem voar a uma distância de até 10
Km a procura de hospedeiro para se alimentarem.
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM CYCLORRAPHA
FAMÍLIA MUSCIDAE
GÊNERO HAEMATOBIA
Haematobia irritans
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-Popularmente conhecida como mosca do chifre, a Haematobia irritans chegou ao Brasil em 1978 e hoje,
representa um problema crescente na pecuária nacional. Somente nos EUA esta mosca é responsável por perdas
de aproximadamente US$ 1 bilhão/ano.
-São hematófagas. As picadas causam grande perda de sangue e irritação, já que cada mosca pode picar 40 vezes
por dia. Os hospedeiros preferenciais são os bovinos e mais raramente os eqüinos.
-A mosca do chifre passa 99% de sua vida sobre o corpo do animal, abandonando o hospedeiro apenas para botar
ovos em fezes frescas.
MORFOLOGIA:
-Mede de 3 a 5 mm de comprimento.
-Possui a coloração preta semelhante à da Musca
doméstica.
-O aparelho bucal e a disposição das nervuras das
asas são semelhantes ao da Stomoxys calcitrans.
Contudo, a mosca do chifre possui os palpos longos
e dilatados na extremidade distal.
-Pousa em geral com a cabeça para baixo e com as
asas formando um ângulo de 60 entre si.
Ciclo biológico:
-Os adultos permanecem sobre o animal,
especialmente na região próxima à cabeça e no
cupim, pescoço e ventre, dia e noite; as fêmeas
afastam do corpo por alguns minutos para pôr de 10
a 20 ovos nas fezes recém eliminadas.
-As larvas se desenvolvem no interior do bolo fecal,
que deve permanecer úmido. O desenvolvimento de
ovo a adulto dura cerca de 8 a 9 dias na época da
chuva e 20 a 30 dias no inverno seco. As fezes de
outros animais não são adequadas devido à baixa
umidade local.
-Após a estação seca ou fria, quando ocorre uma precipitação pluvial acumulada de 23 mm em três dias
consecutivos de chuva, em um período de 10 dias, e a temperatura se eleva de 26,5 C ou mais, haverão todas as
condições para a grande proliferação das moscas. Contudo, as chuvas pesadas do verão diminuem as infestações
uma vez que aumenta a fauna de competidores e predadores na
massa fecal. Além disso, a chuva dilui as fezes dos
animais, tornando-as inutilizadas como substrato.
-A dispersão da mosca ocorre por migração natural,
podendo quando recém eclodidas, migrarem por até
10 Km. Entre os animais, podem migrar em um raio
de até 400m. Desta forma, o transporte de animais
entre regiões é o principal fator de dispersão das
moscas.
Controle:
-Até 200 moscas por animal é considerado tolerável. A redução de 68% da população de mosca do chifre em gado
europeu levou a um aumento de ganho de peso de 8,6 a 16% em 3 anos.
-A degradação e o dessecamento do esterco são muito importantes para impedir o desenvolvimento da larva de
H. irritans. Vários besouros são comuns nas fezes dos bovinos e contribuem para estes processos através da
abertura de túneis ou enterramento das fezes (rola-bosta).
-O uso indiscriminado de inseticidas para o controle destas moscas deve ser evitado, pois tem levado ao
desenvolvimento de resistência.
-Entre as principais medidas que podem ser tomadas (sugestão EMBRAPA-CPGC):
Introdução de besouros da espécie Onthophagus gazella na propriedade.
Aplicar juntamente com a terceira vermifugação, em setembro, inseticida fosforado (p.ex: Neguvon
Assuntol®) pour-on ou pulverização.
Quando o número de moscas exceder 200/animal durante a estação chuvosa, aplicar piretróides ou usar
brincos com este inseticidas (máximo 3 meses).
Não aplicar inseticidas na época seca, a menos que ocorra necessidade. Esta medida visa evitar o
aparecimento de resistência precoce nas moscas do rebanho.
-O tratamento deve ser direcionado para vacas em lactação.
-O piretríoide pour-on afeta a sobrevivência dos besouros rola-bosta degradadores das fezes dos animais,
dificultando o controle. A ivermectina, apesar de ser eliminada nas fezes, não exerce nenhum efeito na população
de besouro, contudo destrói as larvas de moscas ali presentes.
-As moscas tendem a afastar dos animais quando eles entram em locais escuros. A disponibilidade de pequenos
capões de mata é útil para a proteção contra esta e outras pragas.
-Utilização de armadilhas especializadas redução de 80 a 90% na população de moscas.
-Em rebanhos extensos, pode-se preconizar o tratamento de 10% dos animais mais parasitados.
-As medidas de controle e erradicação devem ser tomadas de forma coletiva, em parceria com a cooperativa rural
e órgãos afins. Não adianta controlar a mosca do chifre na sua fazenda se a fazenda do vizinho não entrar no
esquema. O contágio entre fazendas é uma forma de manutenção potencial da H. irritans e que dificulta
significativamente o seu controle.
FILO ARTROPODA
CLASSE INSECTA
ORDEM DIPTERA
SUBORDEM CYCLORRHAPHA
“AS MIÍASES”
-Algumas espécies de moscas pertencentes à subordem Cyclorrapha podem causar miíases. Por miíase entende-
se a infestação de vertebrados vivos por larvas de moscas que, pelo menos em parte de seu ciclo se alimentam de
tecidos vivos ou mortos de animais (homens e outros), líquidos corporais ou alimentos ingeridos. Desta forma a
infestação pode ocorrer externamente (pele, feridas externas, couro dos animais) ou em cavidades internas.
-Dentre os agentes das miíases, podemos citar os parasitos obrigatórios e os parasitos facultativos:
Parasitos obrigatórios: Suas larvas necessitam obrigatoriamente de passar pelo período parasitário
em tecidos vivos de hospedeiros, desta forma são denominadas larvas biontófagas. Dentre as
principais famílias de moscas das quais as formas imaturas se alimentam de tecidos vivos destacam-se:
Cuterebridae (Dermatobia hominis - Berne), Calliphoridae (Cochliomyia hominivorax - Bicheira),
Oestridae (Oestrus ovis – Miíase Cavitária), Gasterophilidae (Gasterophilus nasalis, G. intestinalis, G.
haemorrhoidalis – Miíase cavitária).
Parasitos facultativos: Suas larvas se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição, podendo
ser de origem animal, ou não. Podem ser em lixos, acúmulo de vegetais em decomposição, carcaças
em putrefação, tecidos necrosados em animais vivos (necrobiontófagas). Dentre as famílias destacam-
se a Calliphoridade (Cochliomyia macellaria, Chrysomya spp) e a Sarcophagidade.
-As famílias de importância médica veterinária que serão descritas a seguir são:
*Família Calliphoridae - Cochliomya hominivorax e Cochliomya macellaria
*Família Cuterebridae – Dermatobia hominis
*Família Oestridae – Oestro ovis
*Família Gasterophilidae – Gasterophilus nasalis, G. intestinalis, G. haemorrhoidalis
*Família Sarcophagidae
FAMÍLIA CALLIPHORIDAE
CICLO BIOLÓGICO:
Cochliomyia hominivorax
-Os adultos se alimentam de substâncias vegetais, excrementos, carnes, exudatos de feridas, podendo voar muito
(11 milhas em 24 horas).
-Os adultos só copulam uma vez, 5 dias após o nascimento. As fêmeas põem em média 200 ovos em cada
postura, na borda de feridas e aberturas naturais (ânus, vagina e vulva) de animais de sangue quente. São
especialmente atraídas por odores fortes causados por sujeira do corpo, excreções ou ferimentos. As fêmeas
nunca colocam seus ovos em tecidos necrosados ou em animais mortos.
-O período de incubação dos ovos é de aproximadamente 12 a 20 horas. Uma vez eclodidas, as larvas alimentam-
se vorazmente; vão destruindo os tecidos rapidamente e permanecem com a extremidade anterior (boca)
mergulhada nos tecidos, enquanto a extremidade posterior (espiráculos) fica em contato com o ar. Em cerca de
quatro a oito dias as larvas sofrem duas mudas (L1 L2 L3) quando finalmente abandonam o local, caem no
solo e enterram-se na terra fofa ou embaixo de folhas para se transformarem em pupas.
-O período pupal pode variar de 7 dias (verão) a 60 dias (inverno) sendo portanto, dependente da temperatura
ambiente.
-Os adultos, uma vez fora do pupário podem começar a oviposição dentro de 4 dias, produzindo um total de até
2.800 ovos durante a vida.
-Normalmente o ciclo se completa em 21 a 24 dias.
FAMÍLIA CUTEREBRIDAE
Dermatobia hominis
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-A mosca Dermatobia hominis ou mosca berneira como é popularmente conhecida, é importante por causar no
estádio larvário, uma miíase furuncular popularmente conhecida por “Berne”.
-É um inseto originário dos trópicos úmidos da América Latina. Atualmente, é encontrado desde o sul do México
até o norte da Argentina. O Chile é o único país livre de sua incidência. Ela certamente se expandiu através dos
bovinos, pois a mosca tem baixa capacidade de migração e um tempo de vida curto.
-Os prejuízos causados por este parasita na America Latina são estimados em aproximadamente U$200
milhões/ano.
-Sua ocorrência restringe-se a áreas de umidade relativa alta e de temperaturas moderadas. O Nordeste brasileiro
e o Norte de Minas Gerais não proporcionam condições favoráveis ao estabelecimento de populações deste
inseto.
MORFOLOGIA:
Mosca Adulta:
Mosca adulta robusta medindo 15 mm de comprimento.
Cabeça amarelada, com a parte superior escurecida; as peças bucais são atrofiadas, as antenas são
amareladas, com uma faixa escura no meio.
O tórax é castanho-escuro, as pernas são alaranjadas e o abdome é azul escuro, com brilho
metálico
Larva:
As larvas L1 medem inicialmente 1,5 mm de comprimento e possuem forma cilíndrica. A larva L2 é
piriforme, com a extremidade anterior mais dilatada. A larva de terceiro estágio ou L3 é oval e
alongada, com os espiráculos anteriores mais desenvolvidos.
As larvas têm fileiras de espinhos em vários segmentos do corpo e um par de proeminentes
ganchos orais.
CICLO BIOLÓGICO:
-A mosca adulta não se alimenta e vive por apenas alguns dias (3 a 5 dias). Por isso, elas devem viver em
ambientes sobreados e protegidos onde irão perder menos energia. Tais ambientes incluem florestas fechadas,
beiradas de matas, florestas de eucaliptos com altitudes entre 400 e 1500 m.
-Esta espécie de mosca não coloca seus ovos diretamente sobre os hospedeiros. Ao contrário, elas utilizam outros
insetos para disperssarem os seus ovos. Dentro do seu habitat, a mosca apreende os foréticos no ar, cai no solo e
coloca os seus ovos sobre o abdome destes insetos. Para facilitar a fixação da postura elas utilizam uma
substância cimentante. Provavelmente este comportamento é devido ao curto perído de vida da mosca
-Os ovos postos sobre o forético eclodem em cerca de 5 dias, podendo as larvas permanecerem vivas por até 20
dias dentro da casca do ovo. Quanto o inseto forético pousa sobre um mamífero, as larvas atraídas pelo calor do
corpo, abandonam a casca do ovo e penetram na pele do hospedeiro. A fase larvária dura cerca de 40 a 50 dias
nos bovinos. Nos zebuínos é mais longo que em europeus. Enquanto se desenvolve, as larvas se alimentam dos
tecidos do hospedeiro e causam uma miíase furuncular, popularmente conhecida por “Berne”. Normalmente
cada nódulo contém apenas uma larva.
-O período pupal dura cerca de 24 a 50 dias (média de 30 a 32), dependendo da temperatura. As fêmeas de D.
hominis põe cerca de 400 ovos em sua vida, com uma média geral de 20 a 40 ovos por forético.
-Entre os insetos foréticos já descritos portando ovos de Dermatobia hominis inclui-se: Musca domestica,
Haematobia irritans, Stomoxys calcitrans, etc... Normalmente os escolhidos são insetos grandes, de atividade
diurna e que mantêm contato com os hospedeiros.
-O homem e o cão são frequentemente infestados.
EPIDEMIOLOGIA:
FATORES RELATIVOS AO MEIO AMBIENTE
-Só ocorre em áreas de umidade relativa alta e temperaturas moderadas. O Nordeste brasileiro e o norte de
Minas gerais não proporcionam condições favoráveis ao estabelecimento de populações deste inseto.
SUDESTE Pico de larvas de D. hominis ocorre logo após as primeiras chuvas, na saída
do período seco, mantendo-se alto pelo período chuvoso e diminuindo no veranico
(janeiro ou fevereiro) quando a temperatura fica excessivamente alta.
-As maiores populações são obsevadas abaixo de 1500 m, em regiões que tenha pelo menos uma época do ano
com temperaturas médias entre 20 e 30°C e umidade relativa alta.
-A incidência nas regiões frias e no centro-oeste do Brasil costuma ser maior na primavera e no verão.
-A penetração das L3 maduras é muito mais difícil em solos secos do que em solos úmidos. Por isso ocorre uma
maior incidência de bernes em épocas de chuva do que em épocas de seca. Nas épocas de seca, a população de
Dermatobia hominis dimuinui em função da dificuldade das larvas maduras em penetrar no solo seco. Além disso,
o próprio solo argiloso representa um obstáculo ao desenvolvimento da mosca.
CONTROLE:
-O tratamento e controle da dermatobiose se faz principalmente com uso de drogas bernicidas:
Organofosforados: Bernilene®, Neguvon Assuntol ®, outros. O produto pode ser aplicado por
aspersão, transcutâneo ou injetável.
Avermectinas: Ivomec®, Dectomax®, outros. São as drogas bernicidas mais potentes, pois
apresentam longo período residual.
-Os tratamentos devem incluir todo o efetivo bovino de uma região ou propriedade.
-A primeira aplicação deve ser feita a partir das primeiras chuvas da primavera na região sudeste. O tratamento
consta em 4 aplicações de produtos inseticidas em intervalos de 28 dias.
-O controle de bernes pode ser integrado ao controle de carrapatos, uma vez que ambos são realizados na
mesma época.
TRATAMENTO:
-Em animais de estimação ou no homem, as larvas podem ser retiradas individualmente, através da oclusão do
orifício por um esparadrapo, fumo ou pedaço de toucinho.
-Pode-se também aplicar éter ou clorofórmio no orifíco. Essas substâncias intoxicam as larvas que ao tentarem
sair, ficam presas nos esparadrados ou toucinhos.
-É importante muito cuidado ao expremer os bernes pois esses podem se romper, infeccionando todo o tecido
local.
FAMÍLIA OESTRIDAE
Oestro ovis
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
-A mosca adulta possui aspecto de abelhas com as quais podem ser confundidas. São larvíparas.
-Espécie originária do continente Australiano, passou a ocorrer em todos os locais em que os carneiros foram
introduzidos.
-As moscas adultas depositam suas larvas na cavidade nasal dos ovinos onde essas se desenvolvem “Miíase
Cavitária”. Apresentam grande importância na ovinocultura. Podem parasitar também caprinos, eqüinos e,
raramente, o homem.
-No Brasil, é mais freqüente no Rio Grande do Sul (ovinos). Em Minas Gerais foi assinalada em Três Corações e
Cambuquira.
-As moscas possuem maior atividade durante o verão. Nos climas quentes podem ocorrer durante todo o ano.
MORFOLOGIA:
-Mosca adulta é robusta (10 a 12 mm) e tem aspecto de abelha. Apresenta a cabeça com fronte bem larga e olhos
grandes e bem separados entre si em ambos os sexos.
-O corpo tem coloração acinzentada e é coberto por cerdas curtas.
-No tórax, o mesonoto apresenta 4 listras longitudinais mal definidas.
-As veias das asas não atingem as bordas, formando células fechadas.
-O abdome tem manchas negras, pequenas e pares.
-Possuem aparelho bucal atrofiado.
-As larvas apresentam os ganchos orais levemente curvados. Na superfície ventral de cada segmento existem
espinhos grandes, dispostos em fileiras, seguidos de várias fileiras de espinhos menores.
CICLO BIOLÓGICO:
-Adultos não se alimentam, apenas sugam água. Após a cópula, as fêmeas voando rapidamente ao redor dos
ovinos, depositam suas larvas (até 500/vida) na cavidade nasal desses animais.
-As larvas se desenvolvem nas narinas e seios da cabeça. O período de desenvolvimento varia de 35 a 75 dias, em
média. Normalmente interrompem o seu desenvolvimento durante o inverno e só retomam no início da
primavera.
-As larvas maduras são expelidas para o exterior enquanto os animais espirram. Nos climas frios, as larvas
abandonam os animais durante a primavera e verão, mas nos climas quentes, a expulsão da larva pode ocorrer
em qualquer época do ano.
-As larvas, uma vez no meio ambiente, penetram no solo para puparem. O período pupal dura de quatro (meses
quentes) a oito semanas.
CONTROLE:
-A retirada das larvas da cavidade nasal é muito difícil.
-Neguvon Assuntol® injetável (88mg/Kg), pour – on ou pulverização tem apresentado bons resultados
(250mg/Kg).
-A Ivermectina (Ivomec®) 200µg/Kg também pode ser utilizada com resultados satisfatórios.
-O tratamento deve ser baseado em uma análise criteriosa das condições ambientais. Altas temperaturas
favorecem o desenvolvimento do parasita. Desta forma, em regiões de clima frio, os esforços devem ser
concentrados no verão/outono e início do inverno.
FAMÍLIA GASTEROPHILIDAE
GÊNERO GASTEROPHILUS
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-As larvas biontófagas de moscas deste gênero se desenvolvem em estômago e intestino de eqüinos e
ocasionalmente nos olhos e na pele de homens, cães e coelhos Miíase Cavitária.
-São dípteros robustos, com o corpo densamente piloso, cabeça com fronte larga e olhos pequenos e bem
separados entre si. As moscas adultas são semelhantes a abelhas, tanto quanto ao aspecto quanto ao zunido
característico. Possuem aparelho bucal vestigial.
Gasterophilus intestinalis
Corpo de coloração amarelo-pardacenta, com o -A espécie de maior prevalência no Brasil é o G.
tórax mais escuro do que a cabeça e o abdome. nasalis, em segundo lugar, G. intestinalis.
Abdome coberto de pêlos e com manchas e faixas
esbranquiçadas indefinidas.
As larvas são parasitas do estômago e duodeno dos
eqüinos, ocorrendo principalmente na região
cárdica.
Gasterophilus haemorrhoidalis
Adultos de copr escuro e cabeça amarela.
Pilosidade clara com uma faixa preta que cruza o
tórax e o abdome. A msoca adulta mede 12 mm de
comprimento.
As larvas são parasitas do estômago e duodeno dos
eqüinos, concentrando-se principalmente no piloro.
Ao se desprenderem, tornam a se fixar no reto,
podendo causar, em infestações maciças, retenção
de fezes e prolapso retal.
CICLO BIOLÓGICO:
-As fêmeas deste gênero depositam os ovos no pêlo do equino. As moscas da espécie Gasterophilus nasalis e G.
haemorroidalis geralmente fazem postura na região da cabeça (lábios) e pescoço e, as pertencentes à espécie
Gasterophilus intestinalis nas pernas anteriores dos animais. Normalmente fazem várias posturas de poucos ovos
(menos de 10) em locais diferentes de maneira rápida e eficiente, produzindo um total de até 500 ovos ao longo
de sua vida.
-Os ovos eclodem em 6 dias quando as larvas penetram na boca, migram pela mucosa oral, mudam para L2 e
chegam ao estômago (20 a 30 dias). Ainda como L2, fixam-se em determinados locais na mucosa estomacal ou
duodenal, dependendo da espécie envolvida:
Gasterophilus nasalis = Os ovos são postos principalmente na ganacha e não necessitam de umidade para a
eclosão. Desta forma, os ovos eclodem no local da postura e as larvas penetram ativamente na cavidade bucal do
hospedeiro, alojando-se entre os dentes. Após um período de 20 a 30 dias migram para o sistema digestivo. As
larvas são parasitas, principalmente da região do piloro e no duodeno. Podem se fixar na faringe e causar asfixia
nos animais parasitados.
Gasterophilus haemorroidalis = Os ovos também são colocados na região da cabeça e pescoço, contudo
necessitam de umidade e fricção para eclodirem. Assim, são levados junto com os alimentos e após a eclosão, as
larvas irão se desenvolver no estômago e duodeno dos eqüinos, concentrando-se principalmente no piloro. Ao se
desprenderem as L3 tornam a se fixar no reto, podendo causar em infestações maciças, retenção de fezes e
prolapso retal.
Gasterophilus intestinalis = Os ovos são postos nos pêlos das pernas anteriores e necessitam de umidade e fricção
para eclodirem. Quando os animais lambem o local da postura para se coçarem, eles umidescem os ovos,
favorecendo a eclosão e ainda transportam as larvas para a boca.
-As larvas maduras saem pelas fezes dos hospedeiros e, uma vez no ambiente, iniciam o período pupal que dura
de 15 a 70 dias (geralmente 21 dias), dependendo da temperatura.
TRATAMENTO:
-Os animais infestados podem ser tratados com DDVP, mebendazol, Triclorfon ou Tiabendazol.
-A ivermectina a 200mg/Kg apresenta resultados eficientes em cavalos com Gasterophilus nasalis e G. intestinalis,
devendo ser aplicada por via intramuscular ou oral.
FILO ARTROPHODA
ORDEM SIPHONAPTERA
Principais características:
-Nesta ordem encontram-se os insetos popularmente conhecidos por pulgas e bichos-de-pé.
-São insetos pequenos, sem asas e comprimidos lateralmente.
-Possuem o corpo bem esclerosado, coberto de
cerdas projetadas para trás, com os segmentos
distintamente imbricados uns sobre os outros.
-Apresentam aparelho bucal do tipo picador-sugador.
-As pernas são longas, especialmente as posteriores
que são adaptadas para saltar.
-São ectoparasitas hematófagos encontrados
parasitando uma diversidade de aves e mamíferos.
-Desenvolvem-se através de metamorfose completa
(holometabólicos).
Morfologia externa:
Cabeça:
-Possui forma grosseiramente triangular quando
Antena
vista lateralmente Mesonoto
Pronoto
-A cabeça se divide em duas regiões – uma anterior Olhos
Tórax:
-Constituído por 3 segmentos bem distintos, cada um constituído do esclerito dorsal (noto) e do esclerito ventral
(esterno). Desta forma, existem: pronoto, propleura e proesterno; mesonoto mesopleura e mesoesterno;
metanoto, metapleura e metaesterno.
-As pernas inserem-se no tórax. As do 3º par são mais longas e robustas do que a dos outros pares e permitem
longos saltos.
Abdome:
-É formado por dez segmentos. Os dorsais são denominados tergitos e os ventrais esternitos.
-Os estigmas respiratórios abrem-se nos tergitos dos segmentos II a VIII. O 10º sempre se implanta em um
tubérculo bem distinto.
-A fêmea não possui genitália externa, apenas uma espermateca no 7º esternito, que é bem visível ao
microscópio.
Mesonoto
Metepisterno
Ctenídeo Pronotal
Pronoto
Tergitos abdominais
Cerda antipigidial Metanoto
9 tergito Antena
abdominal ou
pigido Olho
Seta ocular
10 tergito Ctenídeo genal
abdominal
Peças Bucais
10 esternito
abdominal
Espermateca
Esternitos abdominais
Fêmur Coxa
Trocanter
Tíbia
Espinhos laterais
Ctenocephalides felis
Biologia:
-Durante o desenvolvimento, passam pelos estádios de ovo larva pupa adultos.
-As fêmeas copulam, se alimentam e fazem posturas parceladas de seis ou mais ovos, totalizando 400 a 500. Os
ovos são postos no ambiente ou até mesmo nos hospedeiros. As fêmeas preferem locais úmidos, sujos ou
empoeirados. Em domicílios revestidos por tábua corrida, as frestas entre os tacos representam ótimos locais
para a postura das pulgas.
-O período de incubação depende diretamente da temperatura ambiente, variando na média de 2 a 8 dias.
-Exitem 3 períodos larvários. As larvas são amareladas, muito ativas, fototaticamente negativas e se alimentam de
substâncias secas, como fezes das pulgas adultas e outros produtos orgânicos. Elas são encontradas nas fendas do
assoalho, debaixo de tapetes e em lugares habitados por animais hospedeiros do estádio adulto.
-A duração do período larval irá depender da -O período pupal varia consideravelmente (5 a 365
temperatura ambiente, umidade relativa e dias). No verão é mais curto e no inverno mais
disponibilidade de alimento. Em condições ótimas as prolongado.
larvas realizam todas as mudas e atingem o estádio -O ciclo completo em geral varia nas diferentes
de pupa em um período de uma a duas semanas espécies de um mês no verão a vários meses no
inverno.
Importância Médico-Veterinária:
Pulgas como agentes infestantes:
-Independente de transmissão de moléstias aos respectivos hospedeiros, as pulgas exercem sobre eles diversas
ações como ectoparasitos:
Ação Irritativa = pelo efeito da picada e conseqüente inoculação de saliva, elas podem provocar
reações alérgicas de intensidade variada aos respectivos hospedeiros. Em animais domésticos (cães e
gatos) estima-se que 50% dos problemas dermatológicos sejam devido às reações de
hipersensibilidade cutânea em resposta à infestação por pulgas. Tais reações causam intenso prurido e
irritação aos hospedeiros que se tornam inquietos e, na tentativa de se livrarem das pulgas, mordem e
arranham a pele, arrancando os pêlos e escarificando os tecidos cutâneos.
Ação Espoliadora = Altas infestações em animais de pequeno porte podem conduzir à anemia. Nas
pulgas, o repasto sangüíneo se prolonga após o ingurgitamento das fêmeas para que o sangue
extravasado sirva de alimento às larvas.
Ação Inflamatória = principalmente causada por aquelas espécies que penetram na pele dos
hospedeiros (bicho-de-pé). Os orifícios provocados pela introdução do parasita no corpo do
hospedeiro tornam-se via de acesso para agentes oportunistas, determinando infecções secundárias.
2Peste Bubônica = a área de peste no Brasil corresponde a 240.000 Km2, ocorrendo em 971 localidades-focos situadas em 189 municípios, nos seguintes estados:
CE (27), RN (5), PB (9), PE (44), AL (20), BA (68), MG (14) e RJ (2).
FILO ARTROPHODA
ORDEM SIPHONAPTERA
FAMÍLIA PULICIDAE
GÊNERO CTENOCEPHALIDES
Características Morfológicas:
Ctenídeo pronotal
-Os insetos adultos possuem olhos. Ctenocephalides felis
Controle:
Sobre os animais infestados:
-Métodos Naturais:
Catação manual dos sifonápteros presentes no corpo dos animais. Pode-se utilizar um pente fino para
facilitar o processo. Recomenda-se que os exemplares retirados sejam colocados em um vidro com álcool.
Lavagem e escovação frequente do pêlo do animal uma vez que os insetos preferem o animal sujo.
-Métodos Químicos:
Os inseticidas utilizados para o controle de pulgas sobre os animais parasitados podem ser encontrados
sob diversas formulações: xampus, spray, sabão, colares, talcos, spot-on, comprimidos, etc... Alguns são
sistêmicos, ou seja, agem em todo o corpo do animal. Outros apresentam ação tópica ou local.
Das bases e produtos presentes no mercado inclui-se:
a) Lufenuron (Program ®) que age impedindo a formação da cutícula quitinosa das larvas de pulga;
b) Fipronil (Frontline ®) pode ser aplicado tanto na forma spray como spot-on (bisnaguinhas) e que,
apesar de apresentar boa eficiência, possui a desvantagem de um alto custo;
c) Imidacloprid + cloronicotinil + nitroguanida sintética (Advantage ®), presente no mercado apenas
na forma de spot-on
d) Formulações mais antigas a base de forforados (coumafós, fenthion, chlopyrifós), piretróides
(deltametrina, permetrina), carbaryl, etc...
-Uma boa estratégia é empregar, alternativamente, os métodos naturais e químicos, visando diminuir o uso de
produtos químicos nos animais e evitar o desenvolvimento de resistência.
No ambiente peridomiciliar:
-Métodos Naturais:
Varreção freqüente do canil e outros abrigos com posterior incineração da varredura.
Impedir a utilização de esterco como adubo da vegetação extra domiciliar. Manejo da vegetação.
Manejo do solo.
Evitar presença de outros animais que possam albergar estas espécies de pulgas.
-Métodos Químicos:
Alguns inseticidas utilizados para o controle de pulgas no interior das casas também podem ser
estendidos ao peridomicílio: Piretróides (K-otrine® - bom para ser pulverizado no esterco), os
organofosforados (Propetamphos – considerável atividade residual e fotoestabilidade), os
organofosforados microencapsulados (chlorpyrifos, diazinon).
GÊNERO XENOPSYLLA
Xenopsylla cheopis
Principais características:
-É a pulga cosmopolita, parasita comum dos ratos domiciliares.
-É a principal transmissora da bactéria Yersinia pestis (Peste Bubônica) entre ratos domiciliares e destes para o
homem. Atua também como hospedeiro intermediário do cestódeo Hymenolepis diminuta e do protozoário
Trypanosoma lewisi.
Morfologia:
-Possuem duas fileiras divergentes de cerdas na Occipício
parte posterior da cabeça (occipício), cujos pontos
de inserção lembram a figura de um “V”.
-Não possuem ctenídeos.
-Possuem a mesopleura dividida por uma sutura.
-Nas fêmeas, a espermateca é bastante pigmentada,
quase que completamente enegrecida.
-Nos machos a cerda antisensiliais se insere em
tubérculo ou na linha dorsal do tergito VII.
Controle:
-Baseia-se principalmente na anti-ratização que visa afastar os roedores da habitação humana ou torná-las
inadequada para a colonização dos mesmos, na desratização (eliminação dos ratos) e na desinsetização dos
ambientes (eliminação das pulgas).
GÊNERO PULEX
Pulex irritans
Principais características:
-É a pulga cosmopolita, parasita comum dos homens. Freqüenta e coloniza facilmente as habitações domésticas.
-Pode sugar outros hospedeiros, mas raramente suga ratos. Não é boa transmissora da Peste Bubônica, embora
se admita que possa transmitir a peste entre a espécie humana, entre ratos domiciliares e destes para o homem.
Pode servir de hospedeiro intermediário para Dipylidium caninum.
Morfologia:
-Apresenta uma única cerda na região posterior da Cerda Occiptal
cabeça (occipício).
-Não possuem ctenídeos.
-Possuem a mesopleura íntegra, não dividida por
sutura.
-Nas fêmeas, a espermateca exibe forma
característica e não pigmentada.
Pulex irritans
FILO ARTROPHODA
ORDEM SIPHONAPTERA
FAMÍLIA TUNGIDAE
GÊNERO TUNGA
Tunga penetrans
Principais características:
-Causa uma patologia popularmente conhecida por bicho de pé, quando a fêmea hematófaga penetra na pele dos
animais e do homem onde produzem ovos que ficam retidos no abdome. Apesar de ambos serem hematófagos,
apenas as fêmeas penetram nos tecidos.
-É a menor pulga conhecida.
-Os hospedeiros atacados mais freqüentemente são: porco, homem, cão e gato. No homem, preferi penetrar
principalmente na sola plantar, calcanhar, cantos dos dedos (dos pés e das mãos).
-Apresenta alta prevalência no Brasil, especialmente nos meses mais quentes.
Morfologia:
-Insetos adultos apresentam o conjunto formado
pelos três segmentos torácicos mais curtos que o
primeiro segmento abdominal.
-Possui peças bucais longas com a maxila
serrilhada.
-As fêmeas não hipertrofiadas apresentam os
últimos pares de espiráculos abdominais bem
desenvolvidos.
-Presença de um tubérculo pronunciado na fronte.
Ciclo Biológico:
-Machos e fêmeas permanecem em locais secos, próximos de chiqueiros, montes de esterco e no peridomicílio
(jardins e hortas). Após a cópula, a fêmea procura um hospedeiro e penetra ativamente no local escolhido onde
permanece com a cabeça e o corpo mergulhado nos tecidos.
-As fêmeas se alimentam de sangue e em alguns dias começam a aumentar o abdome desproporcionalmente.
Este aumento é devido ao grande número de ovos que são retidos na região abdominal (cerca de 100 ovos). Ao
fim de aproximadamente 15 dias, todos os ovos estão eliminados como bala de canhão, a fêmea morre e sai ou é
destruída pela reação do hospedeiro.
-Os ovos no chão úmido e sombreado dão origem às larvas e posteriormente às pupas.
-A principal fonte de disseminação é através de esterco (ovo, larva, pupa e adulto) ou através de hospedeiros
portadores de fêmeas grávidas.
Profilaxia e Controle:
-Tratamento dos hospedeiros infestados:
Retirada do parasita dos tecidos do hospedeiro. Para tanto é necessária a
desinfecção prévia do local e da agulha. Fazer pequenas dilacerações na pele,
circundando a tumoração. É imprescindível muito cuidado para não aprofundar a
agulha, o que pode causar dor e romper a pulga. Após a incisão completa da pele,
retirar o bicho-de-pé, puxando-o com os dedos polegar e indicador, que
funcionam como uma pinça.
-Evitar andar descalço e, ao trabalhar com esterco, usar luvas.
-Aplicação de K-otrine® em chiqueiros.
-Como medidas naturais recomendam-se a varredura com posterior incineração do lixo.
FILO ARTROPODA
CLASSE INSECTA
ORDEM ANOPLURA
Principais características:
-Nesta ordem encontramos os insetos parasitas de mamíferos popularmente conhecidos como piolhos.
-São insetos hematófagos e que sofrem metamorfose gradual (paurometábólicos), ou seja os diferentes estádios
de desenvolvimento apresentam pouca diferença morfológica e biológica entre si.
-Possuem o corpo achatado dorso-ventralmente. São insetos ápteros com a cabeça mais estreita do que o tórax.
-O aparelho bucal é retrátil e do tipo picador-sugador. As antenas são curtas, constituídas de 3 a 5 artículos. Os
olhos são reduzidos ou ausentes.
-São importantes como agentes infestantes e como vetores biológicos de doenças.
Morfologia externa:
Cabeça:
-Bem distinta do tórax, a cabeça dos piolhos
sugadores possui a porção anterior às antenas em
forma de cone e de ápice arredondado.
-Quando presentes, os olhos são proeminentes,
porém simples.
Tórax:
-Regra geral é pequeno, apresentando os 3
segmentos soldados.
-As pernas são robustas, caracterizadas pelo aspecto
da tíbia e da garra tarsal ou unha.
-Ventralmente observa-se uma placa quitinosa
denominada “Placa Esternal”. Haematopinus suis
Abdome: Fêmea- Face Ventral
-Formado por 8 a 9 segmentos, sendo os dois primeiros fundidos. No gênero Pthirus sp. os 5 primeiros segmentos
quase sempre são fundidos.
-A maiorias das espécies exibe as margens laterais esclerotizadas, conhecidas como placas parategais ou pleurais
onde se abrem os espiráculos respiratórios.
-As faces ventrais e dorsais possuem número variado de placas quitinizadas, cada uma delas exibindo uma ou
mais fileiras transversais de cerdas
-A extremidade posterior das fêmeas é bifurcada e dos machos arredondada. Nas fêmeas, a vulva se abre
ventralmente e nos machos, o pseudopênis é localizado dorsalmente.
Ovos:
-Popularmente conhecido por lêndeas, são ovais e opercularizados e sempre cementado ao pêlo dos respectivos
hospedeiros.
Ciclo biológico:
-Os anopluros são altamente específicos aos seus hospedeiros, sendo muito dependentes do microambiente
proporcionado pelos mamíferos. O ciclo ocorre inteiramente no hospedeiro.
-Muitas espécies são restritas a determinados sítios do corpo, como é o caso do Pediculus capitis que é o piolho
encontrado na cabeça do homem. A localização do parasita é determinada principalmente pelo microclima ou da
limitação da capacidade do hospedeiro em realizarem a atividade de catação em certas regiões corpóreas.
-O ciclo completo compreende ovo (Lêndea), ninfas
(3 estádios) e adultos.
-As fêmeas põem os ovos nos pêlos dos hospedeiros,
fixando-o com uma substância cementante. O
período de incubação dos ovos varia de acordo com
a espécie, e com as condições de temperatura e
umidade do meio ambiente em que são criados os
hospedeiros.
-Os ovos originam indivíduos jovens denominados
ninfas. Há três estádios ninfais e ao contrário do que
ocorre entre os insetos holometabólitos, nos piolhos
(paurometabólicos) a ninfa é muito semelhante ao
adulto. Cada estádio ninfal dura cerca de 3 a 4 dias.
-Uma vez alcançado o estádio adulto, as fêmeas se alimentam, copulam e produzem os ovos (1 a 4 por dia e mais
de 90 no total dependendo da espécie).
-Vivem em média de 20 a 40 dias.
-Principais espécies:
Família Linognathidae:
-Apresenta os gêneros Linognathus e Solenopotes que infestam animais domésticos.
-Morfologicamente podem ser reconhecidos pela ausência de olhos e placas paratergais. As pernas anteriores e
suas respectivas garras tarsais são menores que as demais
-Principais espécies:
Controle:
-Tendo em vista que todos os estádios de desenvolvimento dos piolhos ocorrem sobre um mesmo hospedeiro, o
controle deverá ser efetuado exclusivamente sobre o animal infestado. Além disso, considerando os sítios de
parasitismo das diferentes espécies de piolhos, os tratamentos podem ser feitos direcionados a estes locais.
-A catação dos piolhos nos animais vai depender do tamanho e visibilidade do parasita, do tamanho do pêlo do
hospedeiro e da possibilidade de execução do processo. Animais mais dóceis podem ser facilmente penteados, o
mesmo não ocorre com os animais de temperamento arredio.
-O uso de inseticidas é a medida mais recomendada, entre eles os organofosforados sob forma de pó, emulsão ou
suspensão. A imersão em banhos carrapaticidas também é eficaz para o controle. Os piretróides também
proporcionam bons resultados.
FILO ARTROPODA
CLASSE INSECTA
ORDEM MALLOPHAGA
Principais características:
-Os malófagos são piolhos, parasitas de aves e mamíferos e que se alimentam basicamente de células de
descamação da pele, produtos retirados das penas e sangue.
-Atualmente são conhecidas 3.000 espécies de malófagos, das quais 512 espécies infestam mamíferos.
-Possuem o corpo achatado dorso-ventralmente, medindo entre 1 a 11 mm. Possuem a cabeça grande, sendo
mais larga do que o tórax.
-O aparelho bucal é do tipo mastigador. As antenas são expostas e filiformes ou escondidas em fossetas antenais.
Os olhos quando presentes são rudimentares.
-São insetos paurometabólicos.
Morfologia externa:
Cabeça:
-Geralmente grande para o tamanho do corpo; às
vezes possui uma escavação de cada lado onde se
inserem as antenas. Cabeça mais larga que o tórax
Tórax:
-Exibe um protórax livre e desenvolvido. O meso e
metatórax apresentam-se fundidos em um único
segmento denominado pterotórax, ou separados
por uma sutura. O mesotórax apresenta um par de
espiráculos respiratórios.
-As pernas são curtas, robustas e achatadas. Nas espécies que infestam mamíferos os tarsos possuem apenas
uma garra ou são desprovidos dessas. Salvo algumas exceções, as espécies providas de 2 garras são encontradas
parasitando as aves.
Abdome:
-Formado por 7 a 9 segmentos, sendo os dois primeiros fundidos. Os tergitos e esternitos são esclerotizados.
-O número de pares de espiráculos respiratórios no abdome é muito variado (mais comum 5 a 6 pares).
-Os machos apresentam a genitália exibindo ventralmente um aparelho copulador alongado ou lanceolado,
situado na linha mediana. As fêmeas não têm genitália aparente. Os machos são menores que as fêmeas e
apresentam o último segmento abdominal de contorno arredondado. Nas fêmeas este contorno é reintrante.
Ovos:
-São ovóides, operculados e colocados aderidos aos pêlos ou penas dos hospedeiros através de uma substância
cementante.
Ciclo biológico:
-Apresentam alta especificidade por hospedeiro. Apesar de que um mesmo animal pode ser parasitado por
diferentes espécies de malófagos ao mesmo tempo.
-Os malófagos passam toda a sua vida entre as penas e os pêlos de seus hospedeiros, onde põem seus ovos, em
grandes massas, sempre colados ao substrato.
-Algumas espécies alimentam-se de bárbulas de penas (parasitas de aves), de células de descamação da pele
(mamíferos) e de sangue que aflora à superfície da pele. Uma vez que possuem aparelho bucal do tipo
mastigador, os malófagos não são capazes de perfurar a pele. Contudo, espécies que são dotadas de mandíbulas
perfurantes e faringe sugadora, alimentam-se exclusivamente de sangue.
-O período de incubação dos ovos varia de acordo com a espécie, e com as condições de temperatura e umidade
do meio ambiente em que são criados os hospedeiros.
-Os ovos originam indivíduos jovens denominados ninfas. Há três estádios ninfais e ao contrário do que ocorre
entre os insetos holometabólitos, nos piolhos (paurometabólicos) a ninfa se difere do adulto apenas pela
ausência da genitália.
-Uma vez alcançado o estádio adulto, as fêmeas se alimentam, copulam e produzem os ovos.
-O ciclo completo compreende ovo (Lêndea), ninfas (3 estádios) e adultos e dura cerca de 20 a 25 dias em média.
-Não suportam temperatura elevada, sendo portanto, mais abundantes no inverno do que no verão.
-Nos mamíferos são normalmente encontrados na base da cauda e nas regiões escapular e lombar. Nas aves,
variam de acordo com a agilidade do parasita, desta forma, as espécies mais lerdas são encontradas na cabeça e
no pescoço, e as mais ativas nas regiões do peito, das costas e perianal. Contudo, quando a infestação é intensa,
os malófagos deixam os sítios próprios, estendendo-se para todo o corpo.
Família Menopinidae
Hospedeiros: Aves
Características:Todos os tarsos apresentam duas garras. Apresenta pró e mesotórax separados.
Possui 6 pares de espiráculos abdominais. A cabeça é largamente triangular.
Espécies:
Subordem Ischnocera:
-Não possuem palpos maxilares e as antenas são expostas, filiformes e constituídas por 3 a 5 segmentos.
-Esta subordem inclui as famílias de maior interesse veterinário que são Trichodectidae e Philopteridae:
Família Trichodectidae
Hospedeiros: Carnívoros
Características: Antenas com 3
segmentos nos machos e nas fêmeas.
Dimorfismo sexual aparente. Todos
os tarsos são providos de uma única
garra. Presença de 2 espinhos
recurvados inseridos junto à base dos
palpos maxilares. Algumas espécies
Trichodectes canis
não possuem espiráculos abdominais,
outras com apenas 2 ou 3 pares.
Espécies:
PARASITO
HOSPEDEIROS CARACTERISTICAS/ MORFOLOGIA
Felicola substrata
-Gatos -Mede entre 1,0 a 1,4 mm
-Encontrado principalmente na -Região pré-antenal apresenta forma
cabeça e pescoço, localizando-se triangular e três pares de espiráculos
nas partes mais pilosas próximas abdominais.
da pele
Controle:
-Devido ao alto contato deve ser tratado tanto o corpo do animal quanto a sua cama.
-Evitar contato entre os animais sadios e contaminados.
-Quando possível, a escovação freqüente e tosquia dos pêlos é indicada para os mamíferos, sobretudo bovinos,
eqüinos e cães.
-Oo uso de inseticidas é a medida mais recomendada, entre eles os carbamatos (bolfo, corvin) e organofosforados
(Malation) sob forma de pó a 4% ou líquido 2% (Malation). O tratamento deve ser feito duas vezes por semana,
durante quatro semanas.
FILO PROTOZOA
Conceito:
-São microorganismos animais, eucariotas, constituídos por uma única célula que apresenta as mais variadas
formas, processos de alimentação, locomoção e reprodução.
-É uma única célula que, para sobreviver, realiza todas as funções mantenedoras da vida: alimentação, respiração,
reprodução, excreção e locomoção.
-O filo Protozoa é constituído por 65.000 espécies conhecidas, das quais 25.000 são de vida livre, 10.000 são
parasitos dos mais variados animais, 30 parasitam o homem e as restantes são encontradas apenas como fósseis.
-Composto por 7 subfilos: Sarcomastigophora, Apicomplexa, Ciliophora, Macrospora, Labyrinthomorpha,
Ascetospora e Myxospora, entre os quais apenas os dois primeiros possuem importância como parasitas dos
animais domésticos do Brasil.
Características gerais:
-Os protozoários, como todas as células eucarióticas, possuem núcleo, retículo endoplasmático, mitocôndrias,
complexo de golgi, e lisossomos. Além disso, apresentam uma variedade de estruturas subcelulartes ou organelas
com características organizacionais e função distintas.
Reprodução:
-Divide-se em assexuada e sexuada. Alguns parasitas utilizam apenas a reprodução assexuada, outros se
desenvolvem utilizando os dois mecanismos. Neste último caso, as fases assexuadas e sexuadas podem ocorrem
em um mesmo hospedeiro (Ex: Eimeria sp.) ou em hospedeiros distintos (Trypanosoma sp.).
Nutrição:
-A nutrição de protozoários parasitas ocorre geralmente por pinocitose (ingestão de partículas líquidas) ou por
fagocitose (ingestão de partículas sólidas). Em ambos os casos, o processo é o mesmo, a membrana celular
envolvendo de modo gradativo a gotícula ou o fragmento sólido que aderiu à sua superfície externa. Quando isso
esta completo, a partícula é digerida por enzimas presentes no interior de lisossomas.
Locomoção:
-A locomoção pode ser auxiliada pelas seguintes
estruturas:
Flagelo: é uma fibra contrátil, que se origina em
uma estrutura denominada corpo basal e que, em
algumas espécies, se une ao corpo do protozoário ao
longo de seu comprimento, de tal modo que,
quando o flagelo bate, a membrana celular é
levantada e forma uma membrana ondulante. O
eixo do flagelo é o axonema que é constituído por
duas porções: o rizonema que está mergulhado no
citoplasma e o flagelo livre.
Cílios: são pêlos curtos que revestem grande parte
da superfície corpórea do parasita e que ao baterem
simultaneamente, produzem movimentos variados.
Pseudópodes: são prolongamentos citoplasmáticos que além de possuírem função como auxiliadores de
movimento ainda possuem capacidade de apreensão de alimentos e fagocitose.
Respiração:
-Podem ser encontrados dois tipos fundamentais de protozoários:
Aeróbicos: são aqueles que vivem em meio rico em oxigênio
Anaeróbicos: quando vivem em ambientes pobres em oxigênio.
FILO PROTOZOA
Subfilo Sarcomastigophora
CLASSE MASTIGOPHORA
ORDEM KINETOPLASTIDA
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
-Apresenta 9 gêneros dentre os quais, apenas dois apresentam importância médica e veterinária: Trypanosoma
sp. e Leishmania sp.
-Trypanossoma sp. e Leishmania sp. são parasitos heteroxenos de vertebrados, sendo transmitidos por insetos
hemetófagos.
-Apresentam diferentes formas celulares em seus ciclos biológicos, quais sejam:
Amastigota: forma esférica ou oval com núcleo grande, esférico e excêntrico. O cinetoplasto é visível e o flagelo
reduzido. É praticamente imóvel.
Esferomastigota: forma arredondada, com flagelo livre, representando uma transição entre a forma amastigota
e as formas flageladas.
Promastigota: Possui corpo celular lanceolado com cinetoplasto anterior ao núcleo. O flagelo torna-se livre a
partir da porção anterior da célula.
Paramastigota: cinetoplasto justanuclear. Contorno arredondado.
Epimastigota: Corpo lanceolado, com cinetoplasto localizado na extremidade anterior, porém próximo ao
núcleo, com pequena membrana ondulante e flagelo livre
Tripomastigota: Forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; o flagelo forma uma membrana
ondulante e torna-se livre na porção anterior da célula.
A – Promastigota
B – Opimastigota
C – Epimastigota
D – Tripomastigota
F – Amastigota
G – Paramastigota
H - Esferomastigota
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
Gênero Trypanosoma
Ciclo biológico:
-Os vetores são tabanídeos (mutucas), Stomoxys calcitrans, morcegos hematófagos e fômites (material cirúrgico e
agulhas contaminadas utilizados pelos veterinários). Os vetores artrópodes ingerem os parasitas ao sugarem o
sangue dos animais contaminados.
-A transmissão para o hospedeiro vertebrado é apenas mecânica, não ocorrendo penetração do parasita no corpo
do vetor.
-Ciclo: Hospedeiro X contaminado é picado pelo vetor O parasita proveniente do hospedeiro X aloja-se no
ferrão do artrópode O vetor ao se alimentar de sangue de outro hospedeiro (Y) irá transmitir mecânicamente
Trypanosoma equinum para este.
-Os reservatórios são búfalos, bovinos, suínos, capivara e morcego. Esses animais, apesar de portarem o parasita,
não desenvolvem a doença clínica. Desta forma, contribuem para a manutenção do protozoário na natureza.
Patogenia:
-Uma vez contaminado o hospedeiro, o desenvolvimento da doença ocorre em 5 momentos:
1°Momento: Ocorre divisão binária do parasito na corrente sanguínea. Neste momento pode ocorrer um
processo febril devido à reação do organismo hospedeiro às toxinas produzidas pelo protozoário durante a
multiplicação Primeiro pico de parasitemia Distribuição do parasita pelo corpo do hospedeiro Segundo
pico de parasitemia.
2°Momento: Nova resposta febril (3 a 6 dias após a primeira). Se organismo do animal se defender a parasitemia
pode diminuir. Caso contrário o animal apresetará febre intermitente.
3°Momento: O parasito atinge a medula óssea do hospedeiro, onde irá liberar toxinas. Essas substâncias
provocam uma alteração na produção de hemácias (eritropoiese) no animal Anemia progressiva.
4°Momento: Aumento do consumo de carboidratos na corrente sanguínea enfraquecimento do animal que já
se encontra anêmico.
5°Momento: Parasito atinge a medula espinhal onde irá liberar substâncias tóxicas que irão provocar alterações
neurológicas nos animais (SNC e SNP) Paralisia da parte posterior dos equídeos (mal das cadeiras). Essa
paralisia pode atingir o esfíncter anal e vesical do hospedeiro causando retenção urinária e fecal com
consequente distenção abdominal.
Sintomas:
-Febre
-Emagrecimento
-Anemia, palidez das mucosas e edema.
-Paralisia com distensão abdominal.
Diagnóstico:
-Pode ser baseado nos sinais clínicos: febre, paralisia, anemia, distenção abdominal, etc...
-Esfregaço de sague: vizualização do parasita em sua forma tripomastigota. É importante verificar a ausência de
cinetoplasto como diagnóstico diferencial.
-Exames sorológicos: detectam a presença de anticorpo no animal. Entre os métodos utilizados detacam-se o Elisa
e a Imunofluorescência.
Tratamento e controle:
-O tratamento é feito utilizando-se drogas anti-protozoários, entre elas o suramin ou a quinapiramina (Trypacide
®).
-A profilaxia baseia-se no controle do vetor (muito difícil), no sacrifício dos animais doentes e na concientização
dos veterinários para a utilização de fômites não contaminados durante as cirurgias ou aplicação de
medicamentos.
Trypanosoma equiperdum
(Mal do coito / Durina)
Ciclo biológico:
-O Trypanosoma equiperdum se aloja na mucosa genital externa onde irá se multiplicar. Após a primeira
multiplicação o parasita alcança os linfonodos da submucosa onde também se multiplicam, atingindo a circulação
sanguínea de onde se distribuem para o restante do corpo.
-A transmissão pode ocorre entre um macho ativamente contaminado (portador) para uma fêmea sadia, ou entre
um macho não contaminado atuando como carreador mecânico após cobrir uma égua contaminada.
Patogenia e sintomas:
-Ao penetrar na mucosa genital o parasita induz a formação de um processo inflamatório local edema vaginal
com prurido e dor após o coito.
Nas fêmeas: Ocorre edema vaginal e vulvar com aumento da secreção de muco. Se a égua estiver gestante pode
ocorrer aborto, pois o parasito irá se multiplicar no líquido amniótico. A égua pode apresentar prurido exagerado
com aumento do desejo sexual (ninfomania).
Nos Machos: Verifica-se um processo inflamatório no pênis e prepúcio com corrimento, edema escrotal, dor e
aumento da libido sexual.
-O parasita pode se disseminar causando reações alérgicas pelo corpo do hospedeiro urticárias.
-No sistema nervoso podem ocorrer manisfestações neurológicas devido às toxinas produzidas pelos parasitos.
Rigidez e fraqueza dos membros são evidentes e a incordenação se desenvolve.
-É comum a ocorrência de uma acentuada atrofia nos quartos posteriores, sendo que todos os animais ficam
muito enfraquecidos.
-O curso da doença é de 8 meses a 2 anos.
-Mortalidade de 50 a 75% em animais não tratados.
Diagnóstico:
-O diagnóstico deve ser feito de acordo com os sintomas clínicos, tomando-se cuidado principalmente nas regiões
endêmicas.
-A parasitemia (parasito no sangue) é baixa sendo difícil encontar o T. equiperum em esfregaços sanguíneos.
-Pesquisa de parasitas nas secreções genitais.
-Exames sorológicos: detectam a presença de anticorpo no animal. Entre os métodos utilizados detacam-se a
Fixação de complemento.
Tratamento e controle:
-O tratamento é feito utilizando-se drogas anti-protozoários, entre elas o Berenil ® 7mg/Kg pV por via intra
muscular, a suramina. Tratar as fêmeas na estação de monta. Muitos animais tratados permenecem como
portadores da doença e continuam contaminando a tropa.
-A profilaxia baseia-se no descarte de animais positivos e acompanhamento sorológico dos animais negativos.
Estas medidas são utilizadas principalemnte em áreas que se pretende erradicar a doença. Quando a doença é
enzoótica e não se pretende erradicá-la é comum o tratamento dos animais positivos.
-O controle do trânsito de animais de áreas endêmicas para regiões livres deve ser rigoroso.
Trypanosoma cruzzi
(Doença de Chagas)
Ciclo biológico:
-O ciclo é heteroxênico, ou seja, uma parte acontece no Hospedeiro Vertebrado e a outra no Hospedeiro
invertebrado (barbeiro):
-Ciclo biológico no Hospedeiro Vertebrado (HV):
-O hospedeiro veterbrado se infecta com as formas tripomastigotas metaciclícas, presentes nas fezes ou urina dos
barbeiros que são eliminadas durante ou logo após o repasto sanguíneo. As formas tripomastigotas penetram no
local da picada dos vetores e uma vez no corpo do HV se transformam em amastigotas.
-As formas amastigotas penetram nas células dos tecidos onde se multiplicam ativamente e se transformam
novamente em tripomastigotas. Na corrente sanguínea as formas tripomastigotas podem infectar outras células,
reiniciando o ciclo ou podem ser ingeridas pelo hospedeiro invertebrado.
Mecanismos de transmissão:
-Transmissão pelo vetor: é o mecanismo descrito anteriormente no qual os tripomastigotas metacíclicos
eliminados nas fezes dos barbeiros contaminam o hospedeiro vertebrado através de penetração em feridas
presentes na sua pele.
-Transfusão sanguínea: mais importante nas grandes cidades, onde é alta a prevalência da infecção e o controle
nos bancos de sangue é ineficiente.
-Transmissão congênita: ocorre quando a criança é contaminada durante a gestação e ao nascer já se encontra
positiva. Pode ser confundida com sífilis ou toxoplasmose. Pouca importância no Brasil.
-Acidentes de laboratório: pode ocorrer com as pessoas que manipulam o parasita.
-Transmissão oral: pode ocorrer durante a amamentação, com a ingestão do vetor infectado (mais comum em
animais), através da ingestão de água e alimentos contaminados com fezes de triatomídeos. Neste caso o parasita
irá penetrar na mucosa da boca íntegra ou lesada.
-Muito raros ainda são os casos de transmissão através do coito e transplantes de órgãos.
Patogenia:
-As células mais parasitadas pelo Trypanosoma cruzi são os macrófagos, as células apresentadoras de antígenos
(macrófago, células de langehans, histiócitos da pele), as células do sistema nervoso central, os fibroblastos, as
células musculares lisas e estriadas, cardíacas e esqueléticas.
-Fase Aguda: Inicia-se através de manifestações inflamatórias no local de penetração do parasita na pele do
hospedeiro: conjuntiva (sinal de romanã) ou tecido cutâneo (chagoma de inoculação). Os linfonodos visinhos são
frequentemente afetados. Na fase aguda também ocorre: febre, edema generalizado e localizado, hepatomegalia
( volume do fígado), esplenomegalia ( volume do baço) e, às vezes, insuficiência cardíaca e perturbações
neurológicas. Apresenta uma mortalidade de 10%, principalmente em crianças subnutridas.
-Fase Crônica: ocorre quando o hospedeiro se defende da fase aguda mas não consegue debelar a infecção. Pode
ser sintomática ou assintomática. As lesões são semelhantes às observadas na fase aguda, contudo em menor
intensidade.
-Fase Crônica Sintomática: certos indivíduos, após permanecerem assintomáticos por muito tempo, com o correr
do tempo apresentam sintomatologia relacionada com o sistema cardiovascular, digestivo, ou ambos:
Insuficiência cardíaca congestiva devido à destruição da musculatura do coração, lesão do SNC, lesão do
ventrículo.
Dilatações permanentes e difusas de víceras ocas (megaesôfago, megacólon, megaduodeno,
megabexiga), ou de canais (megabrônquio, megauretra)
Diagnóstico:
-Clínico: É feito baseado na origem do paciente, nos sinais de porta de entrada (sinal de romanã e ou chagoma de
inoculação).
-Laboratorial: na fase aguda recomenda-se pesquisa direta do parasita ou exames sorológicos (alta parasitemia,
produção de anticorpos específicos e início de produção de anticorpos inespecíficos). Na fase crônica, quando
se observa uma baixa parasitemia e uma produção de anticorpos específicos, recomenda-se a realização de
exames sorológicos indiretos.
-Exames sorológicos: detectam a presença de anticorpo no animal. Entre os métodos utilizados detacam-se a
Fixação de complemento.
Controle:
-Melhoria das habitações rurais. Evitar casebre de pau-à-pique ou de barro coberto por sapé pois nestes locais os
barbeiros encontram ótimas condições de desenvolvimento.
-Combate ao barbeiro através do uso de inseticidas específicos.
-O controle de bancos de sangue no sentido de se evitar a transmissão durante transfusões sanguíneas.
Triatomídeos
(Barbeiros)
1.Classificação e Morfologia:
Filo Artropoda
Classe Insecta
Ordem Hemiptera -Aparelho bucal do tipo picador-sugador. Lábios segmentados em
forma de calha.
-Rostro, quando em repouso, dispõe-se em posição horizontal na
face ventral do inseto, com a extremidade distal voltada para trás
-Possui dois pares de asas, porém apenas a posterior é utilizada para
o vôo. A asa anterior é formada por uma parte coriácea e outra
Rostro membranosa. A asa posterior é totalmente membranosa.
-Antenas formadas por 4 a 5 artículos.
-São insetos hemimetabólicos, ou seja, as ninfas são muito
semelhantes aos adultos.
-Gênero Triatoma sp.: Possui várias espécies importantes, contudo, a mais estudada é a Triatoma infestans. A
antena fica no meio entre o clípeo e os olhos.
-Gênero Rhodnius sp.: A espécies Rhodnius prolixus é a mais importante transmissora de chagas na Venezuela,
Colombia e Guiana Francesa. A antena se localiza na ponta do clípeo.
Ciclo biológico:
-São insetos hemimetabólicos.
-O ciclo é composto por ovo 5 estádios ninfais adultos.
-Após uma semana de desenvolvimento dos adultos ocorre a cópula e as fêmeas iniciam as posturas de ovos.
Durante a evolução passam por 5 estádios ninfais, sendo cada um deles precedido por muda de cutícula e repasto
sanguíneo. O quinto estádio ninfal pode se alimentar mais de uma vez.
-As ninfas se diferenciam dos adultos por não possuírem asas. Podem se infectar com o Trypanossoma cruzzi
desde o primeiro estágio ninfal.
-No Brasil começam a aparecer no mês de setembro e quase nunca terminam o ciclo em menos de 1 ano.
Epidemiologia:
-Os barbeiros têm fotofobia e se escondem da luz, portanto a transmissão da Doença de Chagas ocorre
geralmente à noite. Os barbeiros possuem na saliva substâncias anestésicas e anticoagulantes, de maneira que
não incomodam os hospedeiros durante o repasto sanguíneo.
-Existem 120 espécies de triatomídeos. Destas, aproximadamente 40 têm importância na transmissão da Doença
de Chagas.
-As espécies mais importantes no Brasil são: Panstrongylus megistrus (Mata Atlântica-MG), Triatoma infestans
(Originário da Bolívia), Triatoma sordida (cerrado), Rhodnius neglictus (Pará).
FILO PROTOZOA
CLASSE MASTIGOPHORA
ORDEM KINETOPLASTIDA
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
Gênero Leishmania
Principais Características:
-São protozoários unicelulares e heteroxenos.
-Entre os hospedeiros vertebrados incluem uma grande variedade de mamíferos: homem, roedores, canídeos
(mais comuns), marsupiais, edentatus, etc...
-Os hospedeiros invertebrados são insetos hematófagos da família Phlebotominae e que são popularmente
denominados flebótomos. A transmissão ocorre através da picada do inseto.
-São polimórficos:
Hospedeiro Vertebrado: amastigota encontrada dentro das células do sistema fagocitário mononuclear
(macrófagos, mastócitos, células de langehans).
Hospedeiro Invertebrado: paramastigota e promastigota no trato digestivo do inseto.
-Causam nos hospedeiros uma doença conhecida por leishmaniose que pode ser do tipo viceral ou tegumentar.
-Leishmaniose Viceral
Hospedeiro Vertebrado: Cães, homem, canídeos, roedores, rapousa e lobo guará.
Hospedeiro Invertebrado: Flebotomídeos (Lutzomyia longipalpis).
-Leishmaniose Tegumentar Americana
Hospedeiro Vertebrado: cães, homem, eqüinos, roedores, gambás, tamanduás, tatu, canídeos, preguiça e
primatas.
Hospedeiro Invertebrado: várias espécies de flebotomídeos do gêrero Lutzomia sp.
Morfologia:
-Amastigotas = formas ovais ou esféricas
Promastigotas
encontradas dentro da célula do hospedeiro
vertebrado. Possui núcleo grande e arredondado,
ocupando às vezes um terço do corpo do parasito. O
cinetoplasto apresenta a forma de um pequeno
bastonete corado em vermelho-púrpura. Não possui
flagelo livre. Multiplica-se por divisão binária.
-Paramastigota= pequenas e arredondadas ou ovais.
O flagelo é curto e exterioriza-se na região anterior
do corpo. O núcleo mantém-se na posição mediana
do parasita e o cinetoplasto paralelo ao núcleo ou
ligeiramente posterior a este.
-Promastigota = são alongadas, com um flagelo livre e longo emergindo do corpo do parasita em sua porção
anterior. O núcleo é arredondado ou oval e está situado na região mediana ou anterior do corpo do parasito. O
cinetoplasto em forma de bastão localiza-se na posição mediana entre a extremidade anterior e o núcleo. A
forma promastigota metacíclica, encontrada principalmente na glândula salivar do inseto, constituí a forma
infectante para o hospedeiro vertebrado.
Principais espécies:
Leishmaniose Viceral Americana (LVA):
Leishmania (Leishmania) donovani
Leishmania (Leishmania) chagasi
(2).Tipo Leishmaniose Cutâneomucosa: Infecções na derme com úlceras. Lesões metastásicas podem
ocorrer com a invasão de mucosa (Ulcera de Bauru).
Leishmania (Viannia) brasiliensis
Leishmania (V.) guyanensis
(3).Tipo Leishmaniose Cutâneodifusa: Infecção confinada à derme, formando nódulos não ulcerados.
Dissemina-se por todo o corpo.
Leishmania (Leishmania) amazonensis
Ciclo biológico:
Ciclo no Hospedeiro Invertebrado:
-Ao se alimentar em um hospedeiro vertebrado contaminado o flebótomo ingere junto com o sangue, os
macrófagos contendo as formas amastigotas de Leishmania sp. em seu interior No intestino do inseto, as
células se rompem liberando as amastigotas que se transformam em promastigotas, adaptando-se às novas
condições fisiológicas existentes.
-As formas promastigotas são encontradas a partir de 15 horas após a infecção do flebótomo e se multiplicam
intensamente por divisão binária, colonizando principalmente o trato digestivo médio e anterior do mosquito
Podem se transformam em paramastigotas e novamente em promastigotas que se apresentam extremamente
ágeis e se locomovem livremente, podendo também ser denominadas promastigotas metacíclicas.
-As formas promastigotas metacíclicas, presentes principalmente no trato digestivo anterior, glândulas salivares e
probóscide dos insetos, constituem a fonte de infecção para o hospedeiro vertebrado nos quais são inoculadas,
durante o repasso sangüíneo do flebótomo.
Patogenia:
-A patogenia ocorre no hospedeiro vertebrado devido à intensa destruição das células do sistema fagocitário
mononuclear promovida pelo parasita. Os órgãos ricos em células do SMF são os mais densamente parasitados,
tais como medula óssea, baço, fígado e linfonodos e ocasionalmente em outros tecidos incluindo sangue,
pulmões, rins, testículos, meninges e outros. As alterações mais comuns têm sido descritas nos tecidos sangüíneo,
hepático, esplênico, pulmonar e renal.
Leishmaniose Cutânea Americana (LCA):
-Irritação da pele no local da picada do vetor e da penetração do parasito morte celular gerando um processo
inflamatório que atrai os macrófagos para o local da lesão migração leucocitária com formação de um nódulo
denominado histiocitoma. O processo inflamatório se agrava e dissemina pelo corpo. Ocorre então uma erosão
na superfície do histiocitoma, formando uma ferida semelhante a uma cratera lunar com as bordas altas e o
centro profundo, coberto com exudato seropulurento. Esta á uma lesão característica da Leishmaniose Cutânea e
que ocorre sempre nos locais de penetração do parasita no corpo do hospedeiro.
-Simultaneamente ou em seguida ao aparecimento dessas lesões iniciais, pode ocorrer a disseminação do
parasita através do sistema linfático ou da circulação sanguínea Metástase cutânea, submucosa ou mucosa,
podendo atingir as mucosas do nariz (nariz de anta), boca, faringe e laringe. Esta é uma lesão característica da
Leishmaniose Cutânea do Tipo Cutâneomucosa. Esta manifestação clínica trata-se de um processo lento e de
curso crônico.
-Na Leishmaniose Cutânea Difusa ocorre a disseminação dos nódulos (sanguínea ou linfática) sem a ocorrência de
necrose ou ulceração, provavelmente devido a uma baixa no sistema imunológico do hospedeiro (ausência de
resposta celular). Esta manifestação clínica ocorre em amplas áreas da pele, particularmente nas extremidades e
outras áreas expostas, onde numerosas erupções papulares ou nodulares não ulceradas são vistas.
Sintomas:
Leishmaniose Cutânea Americana (LCA):
-Na forma cutânea, as lesões retringem-se a úlceras cutâneas superficiais, frequentemente nos lábios ou nas
pálpebras e a recuperação é expontânea. É claro que a sintomatologia irá depender do tipo de manifestação
cutânea e da espécie de parasito envolvido. Na forma cutaneomucosa as lesões são mais severas e, no homem, é
comum a formação de uma ferida na região nasal que pode causar uma mutilação irreversível.
Epidemiologia:
Leishmaniose Cutânea Americana (LCA):
-É uma endemia de animais silvestres e que acomete o homem e
os animais domésticos (hospedeiros acidentais) quando estes
penetram dentro das áreas onde a doença ocorre.
-No Brasil, quase que 50% dos casos ocorrem na região Norte,
seguida pela Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e em último lugar,
pela região Sul.
-Um grande número de mamíferos podem agir como reservatório
desta doença: roedores, marsupiais, edentados, procionídeos,
canídeos, primatas e ungulados. No reservatório, raramente o
parasita irá produzir a doença (adaptação parasito-hospedeiro).
-Nos Hospedeiros Acidentais (homens, Cães, Burros), a infecção irá produzir lesões na pele que podem se
manifestar das três formas já descritas (cutânea, cutâneamucosa e cutânea difusa).
Diagnóstico:
-O diagnóstico pode ser clínico, laboratorial ou regional (baseado na prevalência da doença):
Leishmaniose Cutânea Americana (LCA):
-Pode ser feito esfregaço de feridas, biópsias de pele para a pesquisa das formas amastigotas nos infiltrados
celulares.
-Em lesões recentes, o parasito é facilmente encontrado devido a alta parasitemia cutânea. Em lesões crônicas o
parasito é escasso. Na forma cutâneomucosa são raros os parasitos e muito difíceis de serem encontrados.
-Como método imunológico, o mais conhecido é o Teste de Montenegro que avalia a reação de hipersensibilidade
retardada no paciente.
Na Leishmaniose Cutânea: a resposta varia conforme a evolução da doença
Na Leishmaniose Cutâneomucosa: o hospedeiro é super reativo
Na Leishmaniose Cutâneo Difusa: o hospedeiro é anérgico (não reage).
-A Imunofluorescência Indireta é o método sorológico mais utilizado para o diagnóstico de LCA.
Controle:
-O controle é feito mediante a três ações básicas:
.Diagnóstico e Tratamento dos Casos Humanos:
-Visa recuperar os pacientes e também diminuir os focos de infecção uma vez que o homem pode funcionar como
reservatório mesmo em escala reduzida.
-O diagnóstico no homem é feito através do exame clínico e por exames parasitológicos e sorológicos.
-No Brasil, a droga de escolha para o tratamento do Calazar humano é o antimoniato de N-metil glucamina cujo
nome comercial é Glucantime®. Contudo, este medicamento apresenta muitas reações adversas e não deve ser
utilizado em gestantes.
FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE
-A ordem Trichomonadida inclui protozoários com 4 a 6 flagelos, dos quais um irá formar uma membrana
ondulante ao longo do corpo do parasita.
-Possuem copo parabasal
-A família Trichomonadidae possue os seguintes gêneros:
Tritrichomonas sp.: parasita com três flagelos. Dentre as espécies de interesse médico veterínário
incluídas neste gênero a mais importante é Tritrichomonas foetus. Além desta ainda incluem-se:
Tritrichomonas foetus (bovinos – aparelho reprodutor)
Tritrichomonas equi (equídeos) Pouca importância
Trichomonas sp.: parasita com quatro flagelos. Dentre as espécies de interesse médico veterinário
incluídas neste gênero a mais importante é Trichomonas galinae. Além desta ainda incluem-se:
Trichomonas galinarum (aves – aparelho digestivo)
Trichomonas galinarum (aves – fígado)
Pouca importância
Trichomanas ovis (ovinos – ñ patogênico)
Trichomonas vaginalis (homem – trato genital)
Pentatrichomonas sp.: parasita com cinco flagelos. Não inclui nenhuma espécie de importância
veterinária.
Trichomonas
Trichomonas
PentaTricho
Tritrichomonas foetus Trichomonas
Principais Características:
-Este parasita produz uma doença contagiosa no aparelho genital dos bovinos denominada “Trichomonose”. Esta
patologia pode causar esterilidade, aborto e piometra nos animais infectados.
-É mais comum em bovinos, mas também pode ser encontrado parasitando eqüínos, suínos e outros animais.
-Em Minas Gerais apresenta uma prevalência de 40% no gado leiteiro, sendo causa de infertilidade.
-A transmissão ocorre através do coito, portanto trata-se de uma doença venérea, onde o touro é o transmissor.
Nas vacas, são encontrados na vagina e útero. Nos machos localizam-se em maior número na glande e no
prepúcio e em menor quantidade nos testículos e glândulas acessórias
-Não resiste à dessecação e altas temperaturas, mas resiste à congelação do sêmem (12 dias).
Ciclo biológico:
-A transmissão ocorre através do coito, sendo o touro o principal transmissor. Pode também ser transmitido de
uma vaca doente para uma sadia através de instrumentos veterinários (pipetas, espéculos), de corrimento vaginal
que pode ser depositado na cama dos animais, de restos e secreções de abortos. A transmissão através da
inseminação artificial é provável uma vez que o parasita resiste ao congelamento do sêmem contaminado por até
12 dias (raro).
-O parasita se localiza na cavidade prepucial do macho, mais precisamente nas criptas do prepúcio, onde eles se
multiplicam. Em determinados casos pode penetrar na uretra e alcançar o epidídimo. Nos machos jovens, as
criptas são pouco profundas o que explica a menor prevalência do protozoário nestes animais quando
comparados àqueles mais velhos onde a grande profundidade das criptas favorece o desenvolvimento e
sobrevivência do parasita.
-Para ocorrer a transmissão, o protozoário tem que ser colocado na vagina da fêmea. Na vagina, o parasita se
multiplica causando uma inflamação local. Após esta etapa o parasita pode ser eliminado ou pode migrar para a
cérvix de onde, se não houver fecundação, também serão eliminados nos cios subseqüentes.
-No caso da fêmea estar gestante, os protozoários irão se multiplicar principalmente nos cotilédones da placenta,
causando uma variedade de quadros patológicos.
-O macho, uma vez infectado não irá se curar.
-Se a fêmea contaminada ficar sem cobertura por 2 a 3 cios pode ocorrer a auto-cura.
Patogenia:
-Machos:
-No macho a infecção é assintomática, sendo o touro apenas o portador. Contudo, uma vez infectado ele nunca
irá se curar.
-Na fase inicial pode ocorrer um balanopostite (inflamação da glande) que desaparece mais tarde. Pode estar
presente uma descarga mucopurulenta com pequenas pápulas avermelhadas na mucosa do prepúcio e na glande.
Esses sinais desaparecem após uma ou duas semanas do início da infecção.
-Fêmea:
-Ao se multiplicar na mucosa vaginal o parasita causa uma hiperemia no local onde em aproximadamente 4 dias
observa-se uma reação inflamatória (vaginite) com aumento de secreção das glândulas vaginais. Clinicamente
pode ser observado um “corrimento” líquido e translúcido.
-No útero o parasita pode causar uma inflamação catarral discreta e, se a fêmea não estiver gestante o parasita
será eliminados nos cios subsequentes.
-Em caso de gestação, o Tritrichomonas foetus irá se multiplicar principalmente nos cotilédones da placenta
causando problemas no feto devido ao comprometimento na circulação dos nutrientes maternos. Além disso,
observa-se um aumento de secreção, hiperemia e edema local o que pode causar descolamento da placenta e,
consequentemente, aborto precoce (30 a 90 dias de gestação). Normalmente este aborto precoce não é visto
pelo fazendeiro. O que se observa é a repetição de cio das vacas supostamente gestantes.
-Outra situação que pode ocorrer é a lesão da placenta com morte fetal mas sem a verificação de aborto precoce.
A placenta é parcialmente absorvida, devido à presença do feto. A presença de um corpo estranho faz com que o
organismo reconheça como gestação. Neste caso, a cérvix permanece fechada, o corpo lúteo não regride e a
vaca, consequentemente, não repete o cio. Todo este processo favorece o desenvolvimento de uma endometrite
catarral ou de piometra neste animal.
-Em alguns casos, a vaca pode apresentar uma gestação normal com o nascimento de cria normal, porém isto é
muito raro de ocorrer.
-Caso as fêmeas fiquem sem cobertura por 2 a 3 cios seguidos, pode ocorrer a auto cura desses animais.
Sintomas:
-Vaginite com exudato catarral e que pode evoluir para mucopurulenta;
-Edema de vagina e vulva;
-Cervicite e endometrite catarral crônica;
-Esterilidade devido à endometrite catarral crônica
-Aborto mais freqüente no 2º e 4º mês de gestação.
-Aborto com retenção fetal e consequente piometra.
-Repetição e irregularidade de cios
-Aumento do intervalo entre partos.
Epidemiologia:
-Entre os fatores que influem na prevalência da tricomonose incluem-se:
Idade: A percentagem dos animais infectados aumenta com a idade. Nos machos jovens, as criptas do
prepúcio são pouco profundas o que explica a menor prevalência dos protozoários nestes animais quando
comparados àqueles mais velhos onde a grande profundidade das criptas favorece o desenvolvimento e
sobrevivência do parasita. Muito importante em rebanhos que utilizam monta natural e nos quais os
touros mais velhos são mantidos em serviço por longo tempo.
Raça: Estudos mostraram um risco de infecção 6,93 vezes superior em Bos taurus (europeus) quando
comparados aos Bos indicus (zebuínos).
Persistência da infecção: Nos machos a infecção persiste por um longo período de tempo, durante os
quais os animais se apresentam como portadores. As fêmeas, embora possam se curar da infecção, não
desenvolvem imunidade protetora contra futuras reinfecções após transcorrido um período prolongado
de tempo.
Manejo: algumas práticas de manejo influem na ocorrência da doença no rebanho: monta natural
principalmente quando se utiliza um número muito pequeno de touro/vaca e quando estes primeiros são
mais velhos e há falta de quarentena dos touros recém adquiridos.
Diagnóstico:
-Clínico: verificar a ocorrência de fertilidade baixa, repetição de cio, aborto, piometra, etc...
-Histórico: pesquisar o manejo reprodutivo do rebanho (monta natural ou inseminação artificial) (se a
propriedade utiliza touros mais velhos).
-Diagnóstico Laboratorial é baseado na pesquisa dos parasitas em materiais coletados dos animais suspeitos:
Macho: Fazer um lavado prepucial com 1 litro de solução salina. Enviar para o laboratório 40 ml do lavado
com 1grama de meio de Rieck (40g de leite em pó, 1g de estreptomicina e 200.000 UI de penicilina). Para
a coleta deste material, o animal deve estar em abstinência sexual por no mínimo 10 dias.
Fêmea: pode ser coletado exsudato vaginal (12 a 21 dias após o coito), fluido uterino (até 60 dias após o
aborto), descargas vaginais e placenta, líquido aminiótico de feto abortado, conteúdo estomacal de feto
abortado. O exsudato e fluido vaginal devem ser enviados ao laboratório em meio de Riek. Os demais
materiais dever ser enviados em gelo.
Esses materiais podem ser submetidos a exame direto por microscopia óptica para a pesquisa de
parasitos, a cultura in vitro , à inoculação em camundongos e exames de muco aglutinação.
-O diagnóstico deve ser feito pelo menos 3 vezes nos touros com intervalos semanais, para a identificação dos
portadores.
Tratamento:
-Machos: O tratamento é complicado e nem sempre apresenta resultados satisfatórios. Em animais de baixo valor
zootécnico recomenda-se o abate. Caso contrário, o tratamento é feito utilizando-se os seguintes medicamentos:
triplflavina, iodeto de sódio, dimetridazole e ipromidazole. Pode-se fazer o tratamento tópico no pênis: exposição
do pênis, lavagem com água oxigenada a 3% e aquecida a 50 °C e aplicação de ganaseg no local.
-Fêmeas: Quase sempre ocorre a cura expontânea após um repouso sexual de 3 meses (3 cios). Contudo, em caso
de piometra o tratamento deve ser feito através de lavagens uterinas com intervalos semanais.
Controle:
-Machos infectados devem ser retirados do serviço e submetidos a tratamento ou sacrifício, conforme o seu valor
zootécnico.
-Repouso sexual de fêmeas infectadas.
-Os animais devem ser separada e manejada em dois grupos. O primeiro composto por vacas que não foram
expostas à infecção, novilhas virgens e touros virgens. O segundo constituídos pelos animais positivos, expostos e
suspeitos.
-Utilizar machos mais jovens, seguramente não infectados ou inseminação artificial.
FILO PROTOZOA
SUBFILO APICOMPLEXA
CLASSE SPOROZOA
ORDEM EUCOCCIDIIDA
FAMÍLIA SARCOCYSTIDAE
-São protozoários sem flagelos ou cílios, e que apresentam um complexo apical composto por anel polar, conóide
e roptria.
-Apresentam reprodução sexuada e assexuada.
-Nesta família incluem os seguintes gêneros de interesse médico e veterinário: Toxoplasma sp. e Sarcocystis sp.
No gênero Toxoplasma sp. destaca-se a espécie Toxoplasma gondi, causadora de toxoplasmose no homem e nos
animais.
Toxoplasma gondii
Principais características:
-Parasita polimórfico que dependendo do habitat e da fase do ciclo evolutivo pode apresentar as seguintes
formas: taquizoíto, bradizoíto, oocistos e cistos.
-Causa no homem e nos animais uma doença de alta prevalência e de baixa morbidade denominada
Toxoplasmose. Isso significa que apesar do grande número de pessoas apresentarem sorologia positiva, poucas
desenvolvem a sintomatologia clínica.
-A toxoplasmose é uma doença cosmopolita. Na saúde pública a doença é problema entre as mulheres gestantes
e entre pessoas HIV positivas.
-O parasita tem como hospedeiro definitivo os felídeos onde se reproduz sexuadamente. Os hospedeiros
intermediários são os mamíferos (homem, ovinos, caprinos, suínos, bovinos) nos quais se observa a ocorrência
das formas do ciclo assexuado em vários tecidos, células e líquidos orgânicos (saliva, leite, sêmem e líquido
peritoneal).
-A via mais comum de infecção é através da ingestão de oocistos presentes nas fezes do HD ou ingestão de carne
crua ou mal cozida do hospedeiro intermediário, contaminada com o protozoário. Pode ocorrer a transmissão
transplacentária.
Morfologia:
-Apresenta as seguintes formas durante o seu ciclo evolutivo:
Taquizoíto: Possui forma de meia lua com uma se multiplica lentamente. O cisto formado pelos
extremidade afilada e a outra arredondada. O núcleo bradizoítos possui parade resistente e elástica,
que se cora de vermelho no Giemsa, localiza-se no protegendo o parasita contra as defesas do sistema
centro da célula. Forma encontrada durante a fase imune do hospedeiro.
adulta da infecção sendo também denominada forma Oocisto: O oocisto é uma espécie de ovo produzido
proliferativa ou trofozoíto uma vez que se multiplica durante a fase sexuada do ciclo que ocorre no intestino
rapidamente. É encontrado nos líquidos orgânicos, dos felídeos. São esféricos e, após a esporulação no
excreções, secreções, células do sistema mononuclear meio ambiente, irão conter dois esporocistos, cada um
fagocitário (macrófagos, mastócitos, etc..), células contendo quatro esporozoítos no seu interior.
hepáticas, pulmonares, nervosas, etc...
Bradizoíto: São lanceolados e ficam contidos em cistos
no interior dos tecidos musculares, nervoso e ocular. É a
forma encontrada durante a fase crônica da infecção e
Toxoplasma gondi
Taquizoíto
Ciclo Biológico:
Fase assexuada:
-Ocorre nos mamíferos (Homem, ovinos, caprinos, suínos, bovinos, cães, gatos, etc...) e nas aves, sendo estes
considerados hospedeiros intermediários.
-Hospedeiro intermediário se contamina pela ingestão de oocistos maduros (fezes de felídeos), ingestão de carne
crua contendo cistos de bradizoítos viáveis ou por contato com taquizoítos eliminados em urina, leite, esperma,
pedigotos, etc. As formas taquizoítas que forem ingeridas serão destruídas, mas as que forem inaladas ou
penetrarem na mucosa oral darão sequência ao ciclo.
-Ao penetrar no corpo as formas se transformam em Taquizoíto que penetram no interior das células do
organismo do hospedeiro e começam a se multiplicar, iniciando a fase proliferativa e aguda da doença. Ao final
do processo, rompem as células parasitadas e liberam uma grande quantidade de taquizoítos recém formados na
circulação sanguínea e linfática. Esses taquizoítos podem parasitar novas células nas quais irão se multiplicar.
-A intensa destruição celular e multiplicação do parasito irá induzir uma resposta imune específica com produção
de anticorpos, marcando o fim da fase proliferativa. Parasitos extracelulares desaparecem do sangue, linfa e
vísceras, diminuindo a multiplicação intracelular. Neste momento, os taquizoítos se transformam em bradizoítos
que se agrupam em cistos no interior dos quais estarão protegidos da resposta imunológica do hospedeiro. Desta
forma, inicia-se a fase crônica da doença.
-A duração da fase aguda depende do tempo que o hospedeiro leva para induzir uma resposta imunológica
satisfatória. A membrana do cisto isola os bradizoítos das ações imunológicas do hospedeiro. A partir do
momento que o indivíduo entra na fase crônica, a toxoplasmose não tem cura.
Fase sexuada:
-Ocorre somente em células epiteliais, principalmente do intestino de gatos e outros felídeos jovens (H.D.) que se
contaminam pela ingestão de carne crua contendo os bradizoítos, oocistos maduros e de secreções corpóreas
contendo taquizoíto.
-Esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos no epitélio intestinal do gato penetram nas células onde se multiplicam
por esquizogonia3. Neste processo, um parasita irá formar em seu interior vários outros parasitas através de
duplicação da cromatina nuclear. Os parasitas formados recebem o nome de merozoítos. A célula se rompe
liberando merozoítos que penetram em novas células realizando nova esquizogonias (cinco esquizogonias ao
todo).
3
O parasita cresce até atingir tamanho suficiente enquanto o núcleo se divide repetidamente. Esta célula passa a ser denominada esquizonte e, quando madura, é
composta internamente por vários núcleos recém formados envoltos por uma porção do citoplasma. Esses núcleos formam estruturas alongadas e individuais
denominadas merozoítos, esporozoítos ou micro-gametas.
-A partir daí, os merozoítos liberados penetram em novas células formando os gametas masculinos
(microgametas móveis com dois flagelos) e femininos (macrogametas imóveis). Os microgametas saem das
células e migram e penetram nas células onde está o macrogameta, fecundado-os e formando o ovo ou zigoto.
-O zigoto recém formado irá evoluir dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla e originando uma
nova forma denominada oocisto. Uma vez formado, o oocisto irá romper a célula parasitada, caindo no lúmen
intestinal de onde será eliminado junto com as fezes dos animais.
-No ambiente, dentro de quatro dias o oocisto se torna maduro. O gato jovem é capaz de eliminar oocistos por
cerca de 30 dias, eliminando uma quantidade que varia de 300.000 a 100 milhões de oocistos. No exterior, o
oocisto se mantém infectivo sob condições ideais por aproximadamente 12 a 18 meses. Gatos jovens são os
maiores eliminadores de oocistos, já que 50% dos gatos já eliminaram oocistos aos seis meses de idade e 100% já
eliminaram aos 18 meses de idade.
-O período após o pico de eliminação de oocistos corresponde ao início de formação efetiva de anticorpos,
geralmente entre 14 e 21 dias após a infecção.
Merogonia
Gametogonia
Formas Infectantes:
1.Cisto c/ bradizoíto
2.Taquizoítos
3.Oocistos
Liberação do oocisto
Oocisto maduro
Esporogonia
Tipos de transmissão:
-As principais forma de transmissão para o homem e animais (HI) são:
Alimentos contaminados por oocistos (mais comum).
Cistos presentes na carne crua ou mal passada (mais comum).
Taquizoítos presentes no leite.
Inalação de taquizoítos (saliva, perdigotos).
Transmissão venérea de taquizoítos via sêmen.
Transmissão congênita: ocorre em 40 % dos fetos quando as gestantes adquirem a infecção pouco antes
ou durante a gravidez, sendo que no terço final de gestação a taxa de contaminação do feto é um pouco
maior. Letalidade próxima de 40 a 50%. Mulheres que apresentam sorologia positiva antes da gravidez têm
menor chance de infectar seus fetos do que aquelas que apresentam a primoinfecção durante a gestação.
Hoje, a toxoplasmose é considerada uma das principais causas de abortos em ovinos e caprinos no mundo
Patogenia:
Nos Hospedeiros Intermediários:
-A patogenia nos HI ocorre devido à destruição de células parasitadas, principalmente por taquizoítos. A
gravidade irá depender das células, órgãos ou tecidos destruídos.
-Os cistos presentes nos tecidos nos hospedeiros podem se romper levando a uma reação de hipersensibilidade
retardada.
-O toxoplasma lesa principalmente tecidos como cérebro, olhos e músculos (não há regeneração), fígado, pulmão
e tecido linfóide (há regeneração). A ruptura de cistos só tem importância em tecidos sem capacidade de
regeneração (retina), no endométrio (infecção pre-natal) e quando ocorre de forma massiva em algum órgão.
-Entre os animais domésticos, os caprinos são os hospedeiros para os quais o toxoplasma é mais patogênico. Nos
caprinos adultos, o toxoplasma pode causar sintomas clínicos, tais como encefalite, nefrite, hepatite, abomasite,
enterite e cistite. Entretanto, as lesões mais importantes ocorrem nas fêmeas gestantes: aborto, reabsorção
embrionária, natimorto, crias fracas e morte de récem-nascidos. As lesões fetais e placentárias são semelhantes
em caprinos e ovinos.
Sintomas:
-Acometimento dos linfonodos com linfadenopatia conseqüente.
-Febre no início da fase aguda, durante a multiplicação dos taquizoítos.
-Uveíte ou retinocoroidite que se caracteriza pelo acometimento da retina devido a uma reação de
hipersensibilidade causada pelo rompimento dos cistos de Toxoplasma gondii no olho dos hospedeiros.
-Encefalopatia.
-Em gestantes pode ser causa de abortos, natimortos ou até mesmo do nascimento de crianças ou filhotes que
apresentarão desenvolvimento comprometido.
Epidemiologia:
-O Toxoplasma gondii encontra-se distribuído endemicamente por todo o mundo, nos mais variados climas e
condições sociais com porcentagem de positividade que varia de 20 a 83% da população. Contudo, apesar de um
grande número de pessoas apresentarem sorologia positiva, poucas desenvolvem a sintomatologia clínica.
Hábitos culturais: como exemplo destaca-se a ingestão e manipulação de carne de ovinos e suínos mal
cozida ou crua e de leite de caprinos não pasteurizado.
Hábitos de higiene e condição econômica da população: moradias em condições precárias e de baixa
higiene facilitam a ocorrência de infecção, principalmente quando o hospedeiro definitivo se encontra
presente no local.
Atividades ocupacionais: podem expor determinados indivíduos ao risco de adquirirem a toxoplasmose.
Entre estes indivíduos temos os operadores da área de saúde humana e animal que lidam com os
hospedeiros intermediários e definitivos, indivíduos que manipulam carne crua ou mal cozida, indivíduos
que trabalham em jardins onde possivelmente podem existir fezes de gatos.
Presença do gato (HD) no ambiente domiciliar e peridomiciliar: aumenta o risco de infecção pelo
Toxoplasma gondii. Este animal deve ser evitado principalmente por gestantes não imunes.
Diagnóstico
-Clínico: Suspeito e pouco efetivo, já que a maioria dos casos são assintomáticos.
-Laboratorial: Demonstração do parasito. Em geral, só na fase aguda, o parasita pode ser demonstrado nos
tecidos e secreções como líquor, leite, sangue, exudatos (taquizoítos). No caso do gato, no exame de fezes pode
tentar visualizar os oocistos, diferenciando-os de oocistos de Isospora felis, I. rivolta de gatos, e esporocistos de
Sarcocystis.
-Testes sorológicos ou imunológicos:
A Reação de Imunofluorescência Indireta é o método mais usado na rotina tanto em humanos como em
animais. Como o anticorpo toxoplasmático é comumente encontrado na população normal, um teste
sorológico positivo indica infecção passada ou atual, mas não necessariamente doença. Na fase aguda irá
ocorrer um aumento de IgM e de IgA e diminuição de IgG. Em portadores assintomáticos (fase crônica)
observa-se uma elevação nos níveis de IgG específico e nenhuma alteração em IgA e IgM.
-Para o diagnóstico de aborto por toxoplasma em ovinos e caprinos, os materiais de escolha são fluidos cavitários
e soro do coração direito para sorologia e fragmentos de placenta e cérebro fetal para histopatologia.
Tratamento:
-As drogas só atuam nos taquizoítos.
-Sulfa e pirimetamina inibem a síntese do ácido fólico que é uma substância exigida pelo toxoplasma na fase
proliferativa.
-Gestantes trata-se com espiramicina, já que a sulfa é embriotóxica.
Controle:
-As medidas de controle empregadas baseiam-se, em sua maioria, em medidas preventivas. Estas medidas
deverão ser aplicadas em toda a população, porém, merecendo maior atenção entre as gestantes e indivíduos
imunodeprimidos.
Deve ser evitado o consumo de carne crua ou mal cozida, lavando-se as mãos após a sua manipulação.
Deve ser evitado o consumo de leite não pasteurizado.
As fezes de gatos devem ser eliminadas diariamente das caixas de areia, usando-se luvas para tal
procedimento.
Evitar alimentar gatos com carne crua ou mal cozida e impedir que eles saiam a caça de roedores e
pássaros.
Para gestantes e indivíduos imunodeprimidos, evitar o convívio direto com gatos.
Lavar muito bem os vegetais a serem consumidos.
Realização de exames sorológicos em mulheres no início da gravidez
FILO PROTOZOA
SUBFILO APICOMPLEXA
CLASSE SPOROZOA
ORDEM EUCOCCIDIIDA
FAMÍLIA EIMERRIDAE
Eimeria sp.
Principais características:
-São parasitas de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, onde causam uma patologia denominada coccidiose
ou eimeriose. Mais comum em animais jovens e criados de forma intensiva.
-Não utilizam vetores e nem hospedeiros intermediários e se reproduzem tanto pelo ciclo sexuado quanto pelo
ciclo assexuado.
-Nos hospedeiros são encontrados as seguintes formas evolutivas:
Meronte Primário: forma presente no ciclo assexuado. Reproduzem por esquizogonia (merogonia), dando
origem a inúmeros merozoítos primários. Parasitam as células endoteliais das vilosidades intestinais.
Meronte Secundário: também encontrada durante o ciclo assexuado. Reproduzem por esquizogonia
(merogonia), dando origem a inúmeros merozoítos secundários. São morfologicamente menores que os
merontes primários. Parasitam as células epiteliais das glândulas de Lieberkun (Intestino Delgado).
Macrogamonte: forma presente no ciclo sexuado. pelo gameta masculino (microgamonte). Possuem
Não se divide. O macrogamonte corresponde ao membrana dupla (resistência) e quatro
gameta feminino e quando fecundado, irá evoluir esporocistos compostos por 2 esporozoítos cada.
para o oocisto (ovo).
Ciclo biológico:
-No ciclo evolutivo dos coccídeos existem 3 fases distintas de desenvolvimento. Uma fase, a esporogônia, ocorre
no meio ambiente e corresponde a esporulação dos oocistos eliminados nas fezes. As outras duas, a merogonia e
gametogonia, irão ocorrer nos tecidos do hospedeiro, iniciando-se após a ingestão de oocistos esporulados e
terminando com a produção de novos oocistos que serão expulsos junto com as fezes. Os detalhes da duração do
ciclo evolutivo variam conforme a espécie de Eimeria.
Fase assexuada:
-De modo geral, o ciclo se inicia com a ingestão de oocistos esporulados. No estômago a parede do oocisto é
alterada por ação dos sucos digestivos, e no duodeno os sais biliares e enzimas digestivas ativam os esporozoítos
presentes no interior dos esporocistos. Esse processo leva ao rompimento da parede do oocisto com liberação
dos esporozoítos que serão as formas infectantes para os hospedeiros (A). Estes esporozoítos liberados
atravessam a camada epitelial do intestino delgado e penetram nas células dos vasos quilíferos das vilosidades
intestinais (B). Dentro da célula, o esporozoíto irá se multiplicar através da divisão múltipla da cromatina nuclear,
aumentando de tamanho, transformando-se em meronte primário. Por isso, este processo se chama merogonia
ou esquizogonia. Cada parte dividida é envolvida por uma membrana, formando milhares merozoítos dentro do
meronte (C).
B C
-Este meronte primário se rompe, liberando os merozoítos de primeira geração (D). Os merozoítos de primeira
geração imediatamente penetram nas células epiteliais das glândulas do intestino delgado (glândula de
Espécies mais importantes
Lieberkunn). Dentro destas células, eles iniciam uma nova merogonia, formando o meronte secundário que,
quando maduro, irá se romper, liberando de 8 a 24 merozoítos de segunda geração. Está finalizada a fase
merogônica. Algumas espécies de eimerias podem passar por mais uma geração merogônica, como é o caso da E.
tenella (parasita de aves domésticas) (E).
D
E
Fase sexuada:
-Estes merozoítos de 2º geração penetram em células do epitélio intestinal e iniciam a fase gametogônica. Os
merozoítos que originam os microgamontes têm sua cromatina multiplicada, crescem de tamanho e dão origem
ao microgamonte propriamente dito, contendo milhares de microgametas (masculino) (F). Os merozoítos que
originam os macrogamontes não multiplicam a sua cromatina, mas aumentam de tamanho, formando grânulos
eosinofílicos no seu interior, formando o macrogameta (feminino) (G). Os microgamontes se rompem, liberando
os microgametas (H). Um microgameta fecunda um macrogameta, originando o ovo ou zigoto (I).
F G
H
I
-O zigoto é envolvido por uma membrana cística formada a partir dos grânulos eosinofílicos, dando origem a um
oocisto. Após este período, a célula parasitada se rompe, liberando o oocisto imaturo na luz intestinal, que sai nas
fezes na forma de oocisto imaturo. O PPP varia de 2 a 3 semanas. No meio ambiente, os oocistos passam pelo
processo de esporogonia, onde o zigoto do oocisto imaturo se divide em quatro esporocistos, sendo que no
interior de cada esporocistos, se forma 2 esporozoítos.
Patogenia e lesões:
-As espécies que se multiplicam nas camadas superficiais do epitélio intestinal são pouco patogênicas. Ao
contrário, aquelas que parasitam a membrana basal são mais patogênicas.
-O parasita rompe as células intestinais durante os ciclos, causando alterações e patologias nos tecidos e órgãos
dos hospedeiros:
Perda de células epiteliais com alteração na permeabilidade da mucosa e consequente diminuição na
absorção de nutrientes. Com isso, o alimento não absorvido irá sofrer putrefação, servindo de substrato para
a multiplicação bacteriana. Além disso, todo esse processo favorece a ocorrência de um quadro inflamatório
com aumento do peristaltismo intestinal e consequente diarréia. A patogenia assemelha-se à observada nos
animais parasitados por helmintos.
A falta de absorção de nutrientes em conjunto com o quadro de diarréia, faz com que o animal apresente
uma Hipoproteinemia ( proteína sanguínea) com consequente desenvolvimento de edema generalizado.
Podem ocorrer hemorragias devido à lesão de capilares intestinais, agravando o quadro de
hipoproteinemia e edema generalizado. Clinicamente são observadas fezes sanguinolentas e mucosas
pálidas (perda de sangue anemia).
Devido à intensa diarréia, o animal pode sofrer desidratação e desequilíbrio hidroeletrolítico (Na e K).
Simultaneamente observa-se a produção de hormônios (somatostatina) pelo hospedeiro, levando-o a um
quadro de anorexia.
Sintomas:
-Diarréia com ou sem sangue.
-Desidratação.
-Animais com o ânus constantemente sujo de fezes.
-Pode ocorrer prolapso retal devido a força que alguns animais fazem para defecar.
-Os animais tornam-se fracos e dedidratados.
-Perdas econômicas devido ao baixo ganho de peso e baixa conversão alimentar.
Epidemiologia:
-A coccidiose é uma doença de rebanho que normalmente acomete animais jovens e apresenta uma alta
morbidade e uma baixa mortalidade. É autolimitante, ou seja, quando o parasita termina o ciclo de
desenvolvimento, o animal irá se curar.
-No campo, o que ocorre são infecções multiespecíficas (com as diferentes espécies de eimeria) e o quadro clínico
será resultante da interação dos efeitos patogênicos e não patogênicos das diferentes espécies de eimeria.
-A imunidade a este parasita é espécie específica o que indica que um animal que se infectou e encontra-se imune
a uma determinada espécie pode se infectar e desenvolver a doença quando provocada por uma outra espécie de
eimeria. Com o tempo, os animais vão se tornando imune à quase todas ou pelo menos às eimerias mais
importantes que estão presentes no rebanho.
-Representa um maior problema nas criações intensivas onde observa-se uma maior densidade de animais.
-Os animais mais velhos são imunes. Contudo, funcionam como fonte de infecção para os animais mais jovens
(Imunidade incompleta).
-A patogenicidade dos coccídios depende de vários fatores relacionados ao hospedeiro, parasito e meio
ambiente. A doença frequentemente aparece em situação de condições precárias de higiene, alta densidade
animal, baixo nível de nutrição e presença de animais jovens susceptíveis. A observação de um animal doente no
rebanho significa que a infecção está ocorrendo nos outros animais, uma vez que a coccidiose é uma doença de
rebanho.
Diagnóstico:
-Exame clínico e histórico da doença no rebanho (faixa etária dos animais acometidos, criações intensivas,
condições precárias de higiene).
-Exame laboratorial: OOPG (contagem de oocistos por grama de fezes). A presença de oocistos nas fezes como
um dado isolado não é suficiente para um diagnóstico de certeza. Cada espécie de ruminante é parasitada por
várias espécies de eimerias onde algumas são patogênicas e outras não. A diferenciação das espécies em função
dos oocistos requer um especialista, e na maioria das vezes, os oocistos devem estar esporulados para
identificação definitiva. Portanto, a presença de oocistos nas fezes não é necessariamente prova definitiva de que
os sinais clínicos são relativos à eimeriose ou outras doenças, assim como a ausência de oocistos nas fezes
também não descartam a possibilidade da doença ser eimeriose. Isto é principalmente devido ao fato de algumas
espécies de Eimeria serem mais patogênicas nas fases merogônica ou gametogônica, quando ainda não ocorreu a
formação dos oocistos. Por outro lado, animais parcialmente imunes, se infectam e eliminam oocistos de espécies
patogênicas sem que estejam doentes.
-O método conclusivo de diagnóstico é a necropsia (geralmente em situações de problema há morte de alguns
animais jovens), detectando o parasito ao microscópio em raspados das mucosas dos locais com lesões
macroscópicas, principalmente dos pontos brancos no intestino.
Tratamento:
-Nenhuma droga é capaz de curar um caso de eimeriose depois que os sinais da doença já tenham aparecido. A
medicação serve para retardar ou inibir os estágios de reinfecção, evitando que os animais sofram por estas
reinfecções e consequentemente, reduzindo a descarga de oocistos no ambiente.
-Dentre os produtos disponíveis para o tratamento dos ruminantes temos para ser administrado por via oral,
misturado no alimento ou água, o amprólio, toltrazuril e os antibióticos ionóforos como a monenzina e
salinomicina, sufaguanidina, e por via parenteral a sulfaquinoxalina e sulfametazina.
Controle:
-Baseado em medidas que diminuam a ingestão de oocistos esporulados pelos animais jovens susceptíveis, de
forma que as infecções sejam imunizantes sem causar sinais da doença:
Os animais devem ficar em instalações limpas e secas, com boa higiene ambiental.
Os bebedouros e comedouros deverão ficar limpos e protegidos de contaminação fecal.
Os currais devem ser mantidos secos e limpos o mais frequentemente possível, adotando para isto, piso de
concreto ou cascalho, em lugar de terra ou grama.
Construir os currais de forma que o telhado não proporcione sombra no seu interior por toda a área
durante todo o dia. A incidência solar é importante para desinfetar a área contaminada.
Manejar os animais com separação por faixa etária, principalmente na categoria de animais mais novos,
mantendo bezerros mais novos separados de bezerros mais velhos, uma vez que os animais mais velhos,
considerados resistentes à doença, não são completamente resistentes à infecção, e são fonte de infecção
para os animais mais novos.
Evitar altas densidades animais por longos períodos (nestes casos, quando não for possível, a medicação
profilática é essencial). Ex: confinamentos de animais jovens.
Colocar os animais mais jovens em pastagens bem drenadas e limpas (maior incidência de raios solares).
Evitar que a alimentação suplementar, principalmente de bezerros, seja oferecida diretamente no solo.
Isospora sp.
Principais características:
-Parasita o sistema digestivo de caninos, felinos e suínos (mais importante).
-São muito semelhantes às eimerias, tanto no que diz respeito à sua biologia e morfologia quanto ao dano que
causam nos hospedeiros.
-Os oocistos são elípticos ou levemente ovalados, contendo dois esporocistos com quatro esporozoítos em cada.
Possuem membrana externa lisa e membrana interna com pequeno lóbulo.
Ciclo biológico:
-Idêntico ao da eimeria, contudo o período pré patente (PPP) é menor.
Patogenia:
-Apesar de causar diarréia nos leitões devido à destruição de células intestinas e consequente má absorção dos
nutrientes, na Isosporose não se observa sangue nas fezes. Essas se apresentam inicialmente pastosas e se
tornam fluidas com o decorrer da doença, com coloração variando de cinza a amarela.
-Os sintomas são decorrentes do quadro de diarréia: queda de peso, baixa conversão alimentar, desidratação,
fraqueza, inapetência e morte de leitões.
-Em cães e gatos observa-se a ocorrência de estágios extraintestinais. Neste caso, alguns esporozoítos ou
merozoítos caem na circulação e vão para o fígado e linfonodos mesentéricos (mais comum), onde fazem
multiplicação em macrófagos. Caso a imunidade do animal caia significativamente, estas formas podem migrar
para o intestino e realizar o ciclo.
-Não se sabe a real importância clínica da isosporose canina. Apesar de existirem relatos de diarréia com perda de
peso, desidratação e raramente hemorragia, em função da isosporose em animais jovens, através da constatação
de oocistos nas fezes, vários outros agentes infecciosos poderiam causar esta mesma sintomatologia nos animais
jovens.
Epidemiologia:
-A isosporose neonatal é a doença mais importante em suínos criados intensivamente (granjas).
-A doença é menos frequente em primatas, cães e gatos, mas também é observada.
-Acomete principalmente suínos jovens, nos quais o parasita se localiza principalmente no jejuno e íleo (ID).
Apenas 1% dos animais mais velhos são acometidos.
-Provavelmente, a infecção na maternidade irá ocorrer por infecção ambiental, uma vez que o controle sanitário
em granjas tecnificadas costuma ser rigoroso. Entre os principais veículos do parasita para dentro dos galpões,
destacam-se: botas e roupas sujas e água contaminada.
-Da mesma forma que a eimeriose, possui alta morbidade e baixa mortalidade.
-Os surtos de isosporose normalmente ocorrem nos meses mais frios do ano.
-A doença também é auto limitante, contudo, os animais curados não permanecem como portadores (imunidade
completa).
-Na isosporose canina e felina, os animais mais jovens são mais infectados e a prevalência nas fezes de cães
jovens variou de 3 a 38% em inquéritos parasitológicos. Cães e gatos que vivem em liberdade são mais propensos
a adquirir a infecção, uma vez que estão em contato com diferentes tipos de ambiente e podem inclusive,
alimentar-se de hospedeiros paratêmicos.
Diagnóstico:
-Diarréia em leitões de 7 a 14 dias de idade, que não responde a terapia com antibióticos é sugestiva de
isosporose.
-O exame de fezes (OOPG) deve ser feito sempre com várias amostras de fezes de leitões doentes, pois a
liberação de oocistos só começa um dia após o início da doença. Desta forma, ao examinar mais de um animal,
não há risco de pegar apenas fezes de animais que ainda não iniciaram a liberação de oocistos.
-O raspado das áreas lesionadas da mucosa do intestino, com a identificação das formas de Isospora ao
microscópio, se constitui o método de diagnóstico mais eficiente, pois a simples presença de oocistos nas fezes é
pouco conclusiva.
Tratamento e controle:
-Não existe ainda um método efetivo de tratar os leitões com coccidiostáticos, pois todos os medicamentos
testados, seja na água dos leitões, seja via oral individualmente, não foram capazes de previnir a doença.
-Alguns veterinários recomendam o toltrazuril (50 mg/leitão) via oral individualmente na leitegada, alegando que
os sintomas clínicos se amenizam.
-Medidas de ordem sanitária têm sido o melhor método para previnir a isosporose nos leitões:
Boa limpeza das baias após a saída das porcas, removendo todos os detritos orgânicos.
Desinfecção das baias com desinfetantes fortes como a amônia em altas concentrações ou soda cáustica a
pelo menos 50%, além do uso de vapor ou vassoura de fogo nestas instalações.
Limitar o acesso de trabalhadores nas baias maternidades, assim como proibir o acesso de cães ou outros
animais de companhia, pois estes podem carrear oocistos em seus calçados ou roupas e pêlos.
Cryptosporidium sp.
Principais características:
-São encontrados em qualquer espécie de mamíferos uma vez que apresentam baixa especificidade.
-Parasita o ápice das células epiteliais do intestino delgado, formando um vacúolo parasitóforo no exterior da
célula (extracitoplasmático e intracelular). Normalmente encontrado em recém nascidos.
-Os oocistos são formados por quatro esporozoítos apenas.
-Pode ocorrer auto infecção (o oocisto se desencista no próprio hospedeiro).
-É uma zoonose importante em indivíduos HIV positivos.
Ciclo biológico:
-A infecção pode ocorrer pela ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos, inalação destes ou
auto-infecção.
-No intestino do hospedeiro a parede do oocisto é destruída e os esporozoítos são liberados, aderindo-se às
microvilosidades das células das vilosidades intestinais, onde irão formar o vacúolo parasitóforo.
-No vacúolo irá ocorrer a esquizogonia ou merogonia, com formação dos merozoítos primários Rompimento
do vacúolo com liberação dos merozoítos que podem se aderir a outras células e iniciar a segunda fase
merogônica. Nesta Segunda merogonia irá ocorrer a formação de apenas quatro merozoítos secundários.
-Estes merozoítos secundários penetram em células do epitélio intestinal e iniciam a fase gametogônica. Os
merozoítos que originam os microgamontes têm sua cromatina multiplicada, crescem de tamanho e dão origem
ao microgamonte propriamente dito, contendo milhares de microgametas (masculino). Os merozoítos que
originam os macrogamontes, não multiplicam a sua cromatina, mas aumentam de tamanho, formando grânulos
eosinofílicos no seu interior, formando o macrogameta (feminino). Os microgamontes se rompem, liberando os
microgametas. Um microgameta fecunda um macrogameta, originando o ovo ou zigoto.
-A esporulação do oocisto de Cryptosporidium irá ocorrer dentro do próprio hospedeiro, ao contrário do
observado na eimeria e isospora (esporulação no ambiente).
-Pode ocorrer a auto infecção do hospedeiro quando o oocisto esporulado se rompe antes de sair nas fezes. Tal
fato ocorre principalmente nos animais ou pessoas imunossuprimidas.
-O Período Pré Patente é de aproximadamente 12 dias.
-A eliminação do parasita, dura de 3 a 12 dias.
Ciclo Biológico Cryptosporidium sp.
Oocisto
Meio Ambiente
Liberação
Oocisto
esporulado
(parede espesa) Esporozoíto
Meronte Primário
Oocisto
Auto
infecção
Oocisto
esporulado
(parede delgada) Merozoíto
Meronte Secundário
Zigoto
Macrogameta
Macrogamonte
Merozoíto
Microgamonte
Microgameta
Patogenia:
-Parasita provoca destruição e atrofica das vilosidades intestinais com diminuição da absorção de água e
alimentos e consequente diarréia.
-A lesão intestinal é superficial e não causa hemorragias
-Em animais imunossuprimidos, a criptosporidiose predispõe o aparecimento de diarréias causadas por outros
patógenos (Escherichia coli, Salmonella sp., Rotavírus, Coronavírus).
Epidemiologia:
-Em Minas Gerais a prevalência é de 20%.
-Animais jovens e crianças (< 2 anos) são os mais infestados. Os bezerros se infectam nos primeiros dias de vida e
depois tornam-se imunes.
-Os adultos dificilmente eliminam oocistos (imunidade eficiente). A principal rede de transmissão ocorre entre os
animais jovens.
-O efeito da infecção por Cryptosporidium é mínimo, o que ocorre é um sinergismo com outros patógenos
entéricos, provocando a doença grave.
-Os oocistos são altamente resistentes no meio ambiente.
Diagnóstico:
-Feito através do exame de fezes (flutuação). O oocisto é menor do que o de eimeria e isospora.
Tratamento:
-O tratamento é sintomático, sendo neste caso interessante a hidratação dos animais.
-Doença auto limitante. Podem ser usadas a Eritromicina e Espiromicina como drogas para o tratamento.
Controle:
-Semelhante ao empregado no combate à eimeriose.
FILO PROTOZOA
SUBFILO APICOMPLEXA
CLASSE ACONOIDASIDA
ORDEM PIROPLASMOSIDA
FAMÍLIA BABESIDAE
Babesia sp.
Principais características:
-Protozoário heteroxeno, parasita de muitos animais domésticos e silvestres, transmitido por carrapatos
ixodídeos.
-Nos Hospedeiros Vertebrados (HV) são encontrados no interior das hemácias, onde se multiplicam de forma
assexuada.
-Nos Hospedeiros Invertebrados (HI) são encontrados no tubo digestivo e glândulas anexas, onde se multiplicam
de forma sexuada e assexuada.
-No Brasil, apresenta-se como um dos principais agentes etiólogicos do complexo Tristeza Parasitária Bovina.
-É estritamente epécie-específica, causando nos animais domésticos uma doença denominada babesiose. No
Brasil, cinco espécies acometem os animais domésticos, sendo duas em bovinos (Babesia bovis e B. bigemina),
duas em equinos (B. caballi e B. equi) e uma em cão (B. canis).
Classificação:
Quanto ao Tamanho:
Pequenas Babesias: apresentam dimensões menores que 2,5 µm dentro dos eritrócitos. Ex: B. bovis (bovinos) e B.
equi (equinos).
Grandes Babesias: apresentam dimensões maiores que 2,5 µm dentro dos eritrócitos. Geralmente as grandes
babesias são mais sensíveis aos quimioterápicos. Ex: B. bigemina (bovinos), B. caballi (equideos) e B. canis (cães).
Babesia bovis
Babesia bigemina
Quanto ao Tropismo:
Viscerotrópica = apresentam predileção pelos capilares de alguns órgãos internos (cérebro, fígado, rim e baço).
Desta forma, só podem ser visualisadas em exame de sangue capilar. Ex: B. bovis, B. caballi, e B. canis.
Não Viscerotrópica = quando estão espalhadas por toda circulação. Podem ser visualizadas em sangue de
qualquer vaso sanguíneo (capilares periféricos e grande circulação). As babesias viscerotrópicas são Ex: B.
bigemina e B. equi.
Hospedeiros acometidos por babesias não viscerotrópicas apresentam parasitemias geralmente altas, ao passo
que nas babesioses causadas por babesias viscerotrópicas a doença pode ocorrer com baixa parasitemia.
Transmissão:
-As babesias são transmitidas principalmente por carrapatos, embora possam ser transmitidas por outros meios,
mas sem muita importância epidemiológica, como transmissão via fômites (agulhas, material cirúrgico) e
transmissão congênita (B. equi).
-Para todas estas espécies de babesias (excessão para B. equi), sabe-se que a única foma do carrapato que se
infecta com a babesia quando este se alimenta em um hospedeiro infectado, é a fase de teleógena. Isto ocorre
porque as larvas e ninfas não possuem células basófilas em seu intestino. Tais células são as principais
hospedeiras da babesia no organismo do Hospedeiro Invertebrado.
-As teleógenas infectadas irão transmitir as babesias via transovariana para os ovos que elas produzirem. Desta
forma, as larvas oriundas dessas posturas ao nascerem já se encontram infectadas.
-As babesias são transmitidas especificamente aos hospedeiros apenas por espécies de carrapatos que em
condições normais são encontradas parasitando esses animais. Entretanto, dependendo da espécie de Babesia,
apenas alguns estágios específicos do carrapato é que vão transmitir a Babesia para o hospedeiro vertebrado:
-Em B. bigemina e B. caballi, os estágios do carrapato são capazes de transmitir esses parasitas durante 5
gerações consecutivas sem a necessitade de reinfecção. Após este período, é necessário que as teleógenas se
reinfectem. A B. bovis é completamente eliminada do carrapato logo opós ser transmitida pela larva,
necessitando que a teleógina de cada geração seja reinfectada.
Ciclo biológico:
Hospedeiro Invertebrado
-Teleógena ingere eritrócitos parasitados por formas da Babesia durante a alimentação em um hospedeiro
contaminado. No intestino do carrapato essas formas (isogametócitos) saem do eritrócito e se transformam em
formas sexuadas ou gametas (corpos radiados) que se unem formando o zigoto ou oocineto. Este oocineto irá
penetrar nas células basófilas do epitélio intestinal do carrapato formando vários esporocinetos os quais invadem
a hemolinfa do carrapato e se distribuem para os vários órgãos dos ixodídeos.
-Nos órgãos do carrapato, continua a divisão assexuada formando mais esporocinetos. Ao atingirem os ovários, os
esporocinetos invadem os oócitos (transmissão transovariana) cessando a multiplicação (dormência).
-A partir de então, o ciclo irá variar dependendo da espécie de babesia. Basicamente os oocitos infectados serão
fertilizados e darão origem a larvas de carrapatos infectadas. Quando estas começam a se alimentar no
hospedeiro vertebrado, a temperatura do sangue ingerido irá ativar os esporocinetos presentes em seu
organismo reinício da multiplicação. Na glândula salivar do carrapato os esporocinetos irão se transformar em
esporozoítos (formas infectantes para o HV).
Hospedeiro Vertebrado
-Durante o período de parasitismo, os carrapatos inoculam os esporozoítos presentes nas suas glândulas salivares
no corpo do hospedeiro vertebrado via saliva. A partir de então, os esporozoítos invadem eritrócitos e se
transformam em trofozoíto que irá se diferenciar posteriormente em merozoíto. Por um processo assexuado de
divisão binária este merozoíto irá originar dois outros merozoítos (B equi pode dar origem a 4 merozoítos em
cada eritrócito) que irão abandonar o eritrócito infectado, penetrar em um novo eritrócito onde irão produzir da
mesma forma novos merozoítos. Este processo continua até que o animal morra ou responda imunologicamente,
controlando a infecção e entrando num estado de portador assintomático, que pode durar por vários meses ou
até por toda a vida (B. equi).
-Durante o estado de portador, o animal apresenta piques de parasitemia, sem apresentar sintomatologia clínica.
Tais piques são de extrema importância na manutenção da infecção pelas babesias nas populações de carrapatos.
-Equinos infectados por B equi tendem a se manter infectados por mais tempo, às vezes, por muitos anos ou pelo
resto da vida.
-O período de incubação das babesioses varia de 7 a 15 dias, e a patogenia e alguns sintomas vão ser diferentes,
dependendo do tipo de Babesia acometendo o animal.
Patogenia:
Babesias Não Viscerotrópicas (B. bigemina, B. equi):
-Nestas espécies ocorrem altas parasitemias e durante a saída dos merozoítos de dentro das hemácias ocorre a
ruptura destas (hemólise). Esta hemólise irá causar hemoglobinemia (aumento de hemoblobina livre no sangue)
com possibilidade de ocorrência de hemoglobinúria e icterícia.
-Neste processo, os restos celulares e os antígenos da Babesia são fagocitados por macrófagos, formando
pirógenos endógenos que chegam ao hipotálamo e estimulam a síntese de prostaglandinas que irá ocasionar um
aumento da temperatura corporal do hospedeiro (febre).
-Sintomas:
*Mucosas pálidas ou ictéricas (hemólise anemia)
*Taquipneia (hemólise anemia hipóxia acidose metabólica) com possível ocorrência de lesões
neurais e cardíacas (alteração na condução de impulsos nervosos).
-Todos estes fatores podem levar o animal à morte, mas principalmente quando este animal é forçado a se
exercitar mais intensamente.
-Estas babesias causam parasitemias geralmente altas, podendo ultrapassar 20% de hemácias parasitadas,
portanto facilmente diagnosticadas pelo esfregaço sanguíneo.
-Na B. equi a parasitemia pode atingir valores ainda maiores (60-85%) em animais altamente susceptíveis. Nestes
casos, o hematócrito pode atingir valores muito baixos (12%). No caso de equinos, uma sintomatologia clínica
comum é a febre acompanhada de cólica.
Sintomas:
Outros Fatores:
-Idade:
Os animais jovens são mais resistentes do que os animais adultos (soro e hemoglobina fetal, maior
atividade eritropoiética, proteção de anticorpos passivos). Esta resistência natural dos animais jovens dura cerca
de alguns meses (a idade crítica é a partir dos 9 meses), portanto é extremamente importante que estes animais
sejam infestados por carrapatos logo nas primeiras semanas de vida, enquanto apresentam esta resistência
natural.
Motivo de morte por babesiose nas primeiras semanas de vida: 1) Área de instabilidade enzoótica: A mãe
não continha altos títulos de anticorpos, o que não proporcionou uma imunidade passiva através do colostro para
o bezerro; 2) Área de estabilidade enzoótica: O bezerro não conseguiu mamar quantidades suficientes de
colostros nas primeiras 24 horas de vida, não conseguindo adquirir imunidade passiva satisfatória.
No caso da babesiose canina, os animais mais jovens são considerados mais susceptíveis à doença clínica
do que os animais mais velhos. Nos cães jovens, não são confirmados aqueles fatores dos bovinos jovens que lhes
garantem maior resitência à infecção clínica.
-Tipo de Manejo:
Propriedades que criam os bezerros estabulados nos primeiros meses de vida tendem a apresentar
babesioses clínica quando os animais são colocados em pasto. É necessário que os bezerros sejam desafiados com
carrapato nos primeiros dias de vida.
Sistemas de “free stall” em que as vacas ficam estabuladas permanentemente sem se infestarem por
carrapatos, favorecem o aparecimento de surtos de babesiose clínica quando estas vacas são recolocadas a pasto,
no período seco.
-Temperatura:
Abaixo de 20°C não ocorre infecção pela babesia nos ovos postos pelas fêmeas de B. microplus
(inibição da multiplicação em baixas temperaturas). Consequentemente, bezerros que nascem em épocas de frio
na região Sul, só vão adquirir a infecção mais tardiamente, na primavera e verão, ou no outono quando as
populações de carrapatos são maiores maior incidência de babesiose clínica nos animais nascidos no inverno.
-Raça:
Propriedades de gado zebu, embora tenha populações de carrapatos bem menores, em função da
resistência natural deste gado, podem manter-se como áreas de estabilidade enzoóticas uma vez que estes
animais mantêm níveis de infecção por teleógenas (dentro da faixa de 10 a 20 teleóginas por animal).
-Estado nutricional:
Diagnóstico:
-Clínico: febre, depressão (animal fica “triste”), anemia, hemoglobinúria e icterícia (babesioses não viscerais).
-O diagnóstico diferencial se faz basicamente da anaplasmose (bovinos) e leptospirose.
-Laboratorial:
Esfregaço sanguíneo de sangue periférico corado pelo giemsa.
“Claps” em lâmina de fragmentos de tecidos do SNC, baço, fígado e rins corados pelo gimsa e observados
ao microscópio na objetiva de imersão.
Sorologia: RIFI e ELISA.
Tratamento:
-No caso das babesias viscerotrópicas, a presença de uma única hemácia parasitada, associada a sintomas
clínicos, é indicativo de tratamento. No caso das babesioses não viscerais, apenas parasitemias acima de 1% são
indicativas de tratamento, caso os animais não demonstrem sinais de anemia.
-Drogas utilizadas:
Aceturato de diaminazina -”Ganazeg” a 7%
Bovinos: 3,5 mg/Kg
Equinos: 4-5 mg/Kg, efeito colatarel (cólicas, problemas respiratórios)
Imizol - “Imidocarb”
Altamente eficaz tanto para as babesioses como para a anaplasmose.
Desvantagem: elimina 100% das Babesia bigemina e B. caballi no animal, não deixando-o em
estado de portador assintomático (perda de imunidade adquirida). Droga de escolha para equinos a
2mg/kg (dose única) ou duas doses de 1mg/kg em intervalos de 6/6 horas.
Controle:
Recomendações:
-O controle das babesioses baseia-se fundamentalmente no controle de carrapatos. Deve ser feito de forma
racional sem promover a erradicação dos ixodídeos da propriedade, mas também sem permitir que uma alta
população destes venha provocar doença nos animais.
-Uma população ideal de carrapatos é representada por um nível médio de infestação entre 10 a 20 teleógenas
por animal (controle estratégico).
-Para se controlar as plasmoses na propriedade é imprescindível evitar que uma área de estabilidade enzoótica
passe para uma situação de instabilidade enzoótica:
-Manter os animais bem nutridos para que eles possam responder satisfatoriamente às reinfecções pelas
plasmoses. A principal causa de plasmose em animais nas áreas de estabilidade enzoótica é a imunossupressão.
-Colocar os bezerros em contato com carrapatos logo a partir dos primeiros dias de vida
-Assegurar que os bezerros estão ingerindo quantidades suficientes de colostro nas primeiras 24 horas de vida.
-Manejar os animais adultos de forma que sempre tenham acesso a pastos contaminados por carrapatos.
Quimioprofilaxia:
-Baseia-se na utilização de subdoses de ganazeg (1mg/Kg), em intervalos de 15 em 15 dias. As subdoses
quimioterápicas permitirão que os animais adquiram a infecção em níveis subclínicos, garantindo o
desenvolvimento de uma imunidade efetiva sem o incoveniente da doença clínica. Pode ser feita assim que os
bezerros forem colocados a pasto.
Premunição:
-Consiste em provocar uma imunidade artificial nos animais suscetíveis através da inoculação controlada de cepas
atenuadas de babesia. Estas inoculações podem ser feitas com sangue de animais portadores ou com carrapatos
(só para as babesias), ou com inóculos padronizados em laboratório. Estes animais são acompanhados
diariamente através da medição da temperatura retal, de esfregaço sanguíneo e controle do volume globular. Os
animais que desenvolvem parasitemia são tratados com quimioterápicos, e após se recuperarem, são desafiados
a campo e novamente acompanhados clinicamente. A premunição é usada principalmente em animais
importados de outras áreas onde a babesiose não é endêmica.
-Vacinas atenuadas para B. bigemina e B. bovis são usadas com resultados satisfatórios em outros países em
áreas de instabilidade enzoótica. Em algumas regiões do sul do país, consideradas de instabilidade enzoótica,
principalmente por fatores climáticos, vacinas comerciais atenuadas de B. bigemina e B. bovis vem sendo usadas
com bons resultados.