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Índice
Capitanias hereditárias
Administração
Sesmarias e o caso das sesmeiras
Outras capitanias
Tipos
Governo-geral
Territórios agregados antes da extinção
Extinção definitiva
Proposta de correção no traçado
Notas
Referências
Bibliografia
Capitanias hereditárias
Em 1534 foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes.[3] Os beneficiários, doze, eram elementos da pequena
nobreza de Portugal. O sistema de donatários, combinando elementos feudais e capitalistas, havia sido utilizado com êxito no
desenvolvimento das ilhas da Madeira e dos Açores, e foi aplicado com menor êxito no arquipélago de Cabo Verde e, durante curto
espaço de tempo (1575), emAngola.[4]
Limites
Capitania Donatário
aproximados[nota 1]
Aires da
Capitania do Extremo leste da Ilha de
Cunha e
Maranhão Marajó (PA) à foz do rio
João de
(primeira secção) Gurupi (PA/MA)
Barros
Capitania do Fernando
Foz do rio Gurupi (PA/MA)
Maranhão Álvares de
a Parnaíba (PI)
(segunda secção) Andrade
Antônio
Capitania do Parnaíba (PI) a Fortaleza
Cardoso de
Ceará (CE)
Barros
João de
Capitania do Rio Fortaleza (CE) à Baía da Barros e
Grande Traição (PB) Aires da
Cunha
Capitania de Baía da Traição (PB) a Pero Lopes
Itamaracá Igarassu (PE) de Sousa
Capitania de
Igarassu (PE) à foz do Rio Duarte
Pernambuco ou
São Francisco (AL/SE) Coelho Capitanias hereditárias (Luís Teixeira.
Nova Lusitânia
Roteiro de todos os sinais..., c. 1586.
Capitania da Baía Francisco Lisboa, Biblioteca da Ajuda
Foz do Rio São Francisco
de Todos os Pereira
(AL/SE) a Itaparica (BA)
Santos Coutinho
Jorge de
Capitania de Itaparica (BA) a
Figueiredo
Ilhéus Comandatuba (BA)
Correia
Pero do
Capitania de Porto Comandatuba (BA) a
Campo
Seguro Mucuri (BA)
Tourinho
Vasco
Capitania do Mucuri (BA) a Itapemirim
Fernandes
Espírito Santo (ES)
Coutinho
Capitania de São Itapemirim (ES) a Macaé Pero de Góis
Tomé (RJ) da Silveira
Macaé (RJ) a
Caraguatatuba (SP) — 1º
Martim
Capitania de São lote
Afonso de
Vicente[nota 2] Bertioga (SP) a
Sousa
Cananeia/Ilha do Mel (PR)
— 2º lote
Capitania de
Caraguatatuba (SP) a Pero Lopes
Santo
Bertioga (SP) de Sousa
Amaro[nota 3]
Capitania de Ilha do Mel/Cananeia (PR) Pero Lopes
Santana a Laguna (SC) de Sousa
Administração
O donatário constituía-se na autoridade máxima dentro da própria capitania,
tendo o compromisso de desenvolvê-la com recursos próprios, embora não
fosse o seu proprietário.
A Carta Foral tratava, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e ao
donatário. Se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A
Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-brasil e de especiarias. O donatário podia doar sesmarias aos cristãos que pudessem
colonizá-las e defendê-las, tornando-se assimcolonos.
Outros exemplos são as datas de doação, como as de Dona Portazia de Bitancourt no atual estado de Tocantins, quem ao se tornar
viúva foi capaz de obter terras que antes pertenciam a seu pai, quem por sua vez, era governador.[7] Outras sesmeiras foram: Luiza de
Lima Camello da Paraíba, cujas terras lhe foram doadas em 1720 para poder criar seus gados;[8] Dona Joanna Antunes de Minas
Gerais, a qual já vinha cultivando uma fazenda e possuía bastante gado e escravos, e a qual requereu com sucesso que tais terras lhe
fossem doadas de forma legítima em 1728.[9]
Entretanto, quando se analiza tais documentos, as datas, tal sistema de sesmarias somente serviu para reforçar o sistema de
desigualdade já existente na distribuição das capitanias: doava-se terras àqueles, ou aquelas, quem, ou haviam prestado serviços à
coroa, ou possuíam bens financeiros para desenvolver o latifúndio, ou, assim como na distribuição de capitanías, àqueles que fossem
cristãos. Ao contrário do que diz Luciene Maria Pires Pereira, que “a obrigação da divisao das terras das capitanias em sesmarias a
qualquer pessoa, de qualquer condição que requeresse..teve por intenção distribuir as terras do Brasil entre o maior número de
colonos possível, impedindo, dessa maneira, a formação de grandes propriedades improdutivas”,[10] a mesma não considera a
questão de que ao estabelecer, nas cartas forais das capitanias, a obrigação de dividi-las em sesmar
ias, há sim condições a respeito das
pessoas permitidas a receber terras, como se nota na carta de doação à Pero de Campo, donatário de Porto Seguro:
Primeiramente o Capitão da dita Capitania, e seus Sucessores darão, e repartirão todas as terras della de sesmarias a
quaesquer pessoas de qualquer qualidade, e condição, que sejamcomtanto que sejam christãoslivremente sem foro,
nem Direito algum somente o Dizimo, que serão obrigados a pagar a Ordem do Mestrado de Nosso Senhor JESUS
Christo de todo o que nas ditas terras houver”
Desta forma, vale enfatizar que apesar de permitir que mulheres tivessem posse de terra, o sistema de sesmarias pode ser visto menos
como um sistema sexista, mas como menos igualitário pois se restringe à membros de certas classes sociais e crenças religiosas: o
que importava, de fato, era a condição financeira dos donatários e como os mesmos poderiam beneficiar a Coroa, e de certa forma a
Igreja Católica, através do seu contínuo serviço a estas instituições, e não o fato de que a Coroa queria distribuir terras à maior
quantidade de pessoas possível.
Outras capitanias
Posteriormente, D. João III (1521-1557) expediu, a 22 de Agosto de 1539, uma carta de doação da "Ilha de Ascensão" (atual ilha da
Trindade), situada a 75 léguas da costa do Brasil, na altura de 19º e um terço do meridiano, a Belchior Carvalho, fidalgo da Casa
Real, constituindo a Capitania da Trindade. Essa doação também não acarretou consequências, na prática.
A Capitania da Baía de Todos os Santos, por morte de seu donatário, foi vendida pela viúva à Coroa, para fins da instalação da sede
do governo-geral, com a fundação da cidade doSalvador (1549). Um pouco mais tarde, ainda na região, foram doadas em 1556:
A Capitania de Itamaracá, abandonada pelo donatário, foi recriada comoCapitania da Paraíba em 1574.
Tipos
As capitanias podiam ser classificadas em:
Governo-geral
É costume afirmar-se que o sistema de capitanias hereditárias fracassou no Brasil,
diante da constatação de que apenas a Capitania de Pernambuco e a de São Vicente
lograram alcançar relativa prosperidade nas décadas seguintes. Em ambas, havia
prosperado a lavoura de cana-de-açúcar e, apesar dos problemas comuns às demais
capitanias, os respectivos donatários, Duarte Coelho e os representantes de Martim
Afonso de Sousa, conseguiram manter os seus colonos e estabelecer alianças com os
indígenas.
Já em meados do século XVI, percebendo a dificuldade e os riscos ao projeto colonizador, a Coroa decidiu centralizar o governo do
Brasil, e enviou um primeiro governador-geral, Tomé de Sousa (1548).
Com a finalidade de "dar favor e ajuda" aos donatários e centralizar administrativamente a organização da Colônia, o rei de Portugal
resolveu criar, em 1548, o Governo Geral. Resgatou dos herdeiros de Francisco Pereira Coutinho a capitania da Bahia de Todos os
Santos, transformando-a na primeira capitania real ou da Coroa, sede do Governo Geral. Esta medida não implicou a extinção das
capitanias hereditárias e até mesmo outras foram implantadas, como a de Itaparica, em 1556, e a do Recôncavo Baiano, em 1566. No
século XVII continuaram a ser criadas capitanias hereditárias para estimular a ocupação do Estado do Maranhão.
Um Regimento instituiu o Governo Geral. O documento detalhava as funções do novo representante do governo português na
Colônia. O governador-geral passou a assumir muitas funções antes desempenhadas pelos donatários. A partir de 1720 os
governadores receberam o título de vice-rei. O Governo Geral permaneceu até a vinda da família real para o Brasil, em 1808.
Tomé de Sousa, o primeiro governador do Brasil, chegou em 1549 e fundou a cidade de Salvador, a primeira da Colônia. Trouxe três
ajudantes para ocupar os cargos de: provedor - mor, encarregado das finanças; ouvidor - geral, a maior autoridade da justiça; e o de
capitão - mor da costa, encarregado da defesa do litoral. Vieram também padres jesuítas chefiados por Manuel da Nóbrega,
encarregados da catequese dos indígenas e de consolidar
, através da fé, o domínio do território pelaCoroa portuguesa.
O controle da aplicação da justiça e a expansão da fé cristã, ações atribuídas ao Governo Geral, eram expressivas em relação ao
momento pelo qual passavam as monarquias europeias: o absolutismo e os movimentos decorrentes do sur
gimento do protestantismo.
Em 1551, no governo de Tomé de Sousa, foi criado o 1º Bispado do Brasil com sede na capitania real, sendo nomeado bispo D. Pero
Fernandes Sardinha. Foram também instaladas as Câmaras Municipais, compostas pelos "homens bons": donos de terras, membros
das milícias e do clero. Nesse período ainda foi introduzida, nessa capitania, a criação de gado e instalados engenhos. Com essas
medidas o governo português pretendia reafirmar a soberania e a autoridade da Metrópole, e consolidar o processo de colonização.
Foi ainda no período do governo de Tomé de Sousa que chegou ao Brasil um considerável número de artesãos. De início trabalharam
na construção da cidade de Salvador e, depois, na instalação de engenhos na região. Eles eram mão - de - obra especializada tão
necessária na Colônia que a Coroa lhes ofereceu, caso viessem para o Brasil, isenção de pagamento do dízimo pelo mesmo prazo
dado aos colonos.
Os governadores seguintes, Duarte da Costa (1553 - 1557) e Mem de Sá (1557 - 1572), reforçaram a defesa das capitanias, fizeram
explorações de reconhecimento da terra e tomaram outras medidas no sentido de reafirmar e garantir a colonização. Mas enfrentaram
grandes dificuldades: choques com índios e com invasores, especialmente os franceses; conflitos com o bispo, e com os próprios
jesuítas que se opunham à escravidão indígena, e entre antigos e novos colonos.
Extinção definitiva
A extinção do sistema de capitanias ocorreu formalmente em 28 de fevereiro de 1821, um pouco mais de um ano antes da declaração
de independência. A maioria das capitanias tornaram-se províncias e o território de algumas, como o da capitania de São José do Rio
Negro e o da capitania de Sergipe, foi anexado às novas províncias.
Notas
1. Os limites são aproximados, apontando vilas ou acidente geográficos situados em pontos extremos do litoral, no
sentido norte-sul. O limite a oeste é alinha de Tordesilhas.
2. A Capitania de São Vicente foi subdividida emdois lotes.
3. A Capitania de Santo Amaro ficava situada entre as duas subdivisões da Capitania de Sãoicente.
V
Referências
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p://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742016000100509&lng=en&nrm=iso) . SciELO.
Consultado em 11 de janeiro de 2017
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http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_cartografia/cart172628/cart172628.pdf
7. Menezes, Maria de Nazaré Angelo.Cartas de datas de sesmarias: uma leitura dos componentes mão-de-obra e
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11. Pereira, Luciene. As sesmarias em Portugal e no Brasil: a colonização do Brasil analisada por meio das cartas de
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TAQUES DE ALMEIDA PAIS LEME, Pedro. História da Capitania de São Vicente (edição integral do livro em
formato PDF)
Tabelas das Estruturas Administrativas do Brasil Colonial
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