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Ciência comparada, dissemos, e com isso entendemos o alargamento das especialidades

pela aproximação de todas as disciplinas conexas, e em seguida a ligação dessas


especialidades e de seu conjunto à filosofia geral e à teologia. É possível estudar uma
peça de relojoaria sem levar em consideração a peça vizinha? É possível estudar um
órgão sem se importar com o corpo? Não é tampouco possível progredir em física ou
química sem a matemática, em astronomia sem a mecânica e sem a geologia, em moral
sem a psicologia, em psicologia sem as ciências naturais, em nada sem a história

É preciso alternar as culturas para não arruinar o solo: As ciências são as diversas
línguas nas quais a natureza inefável é penosamente balbuciada pelos homens; decifrar
várias delas é favorecer cada uma, pois no fundo elas são apenas um. Um rabino que era
acusado de sobrecarregar a lei respondia: Quando um recipiente está preenchido com
nozes, pode-se ainda deitar nele muitas medidas de azeite; aí está uma pessoa cheia de
zelo que, pela aptidão espiritual, corresponde ao calor que dilata os corpos. Um cálice sob
o sol tem uma capacidade maior do que à sombra. Um espírito enlevado ante o espetáculo
do verdadeiro, e graças a ele vicejante como um arco-íris, torna-se capaz de absorver sem
fadiga, com alegria, conhecimentos que deixariam triste o sectário de uma só ciência. Os
maiores dentre os grandes homens sempre deram mostras de uma maior ou menor
tendência para a universalidade. Atingindo a excelência em determinada área, eles se
constituíram nas demais pelo menos em curiosos, com frequência em cientistas, quando
não em especialistas também. Ninguém conseguiria confinar numa só cultura homens tais
como Aristóteles, Bacon, Leonardo da Vinci, Leibnitz ou Goethe. Henri Poincaré, na
Academia das Ciências, surpreendia os colegas de todas as seções por suas percepções
geniais; consultálo era colocar-se de pronto no centro do saber, onde não há mais ciências
diversificadas.

Escolham bem seus conselheiros. Um só por quem se optou entre mil para o conjunto, e
outros, cada qual para uma parte, caso necessário. Distribuam o tempo; organizem a
sucessão dos estudos: isso não pode se dar ao acaso. Em cada coisa, vão direto ao
essencial; não se demorem em minúcias: não é às minúcias que as ciências devem sua
consistência; é com frequência pelo detalhe, sim, mas o detalhe característico, isto é,
novamente, o fundo.

Sertillanges fala do século XX: As ciências, sem a filosofia, se descoroam e se


desorientam. As ciências e a filosofia, sem a teologia, se descoroam bem mais ainda, já
que a coroa que elas repudiam é uma coroa celeste, e elas se desorientam mais
irremediavelmente, pois a terra sem o céu não encontra mais nem a trajetória de sua
giração, nem as influências que a tornam fecunda. Hoje que a filosofia está esmorecendo,
as ciências se rebaixam e se dispersam; hoje que a teologia está sendo ignorada, a
filosofia é estéril, ela não tem voz ativa em nada, ela faz críticas sem usar a bússola e,
igualmente sem bússola, história; ela é sectária e destrutiva com frequência, ela se mostra
compreensiva e acolhedora por vezes, nunca ela é tranquilizadora, verdadeiramente
esclarecedora; ela não ensina. E para seus mestres que têm a dupla infelicidade de ignorar
e de ignorar que eles ignoram, a teologia é uma coisa do outro mundo. Sim, certamente,
do outro mundo, é o que a teologia efetivamente é quanto a seu objeto; mas o outro
mundo sustenta este aqui, continua-o em todas as direções, para trás, para a frente, para lá
em cima, e não é de se espantar que ele ilumine.

Aos intelectuais católicos: Se o intelectual católico pertence a seu tempo, ele não pode
fazer nada que seja melhor do que trabalhar e cumprir sua parte para nos restituir a ordem
que está fazendo-nos falta. A maior necessidade desta nossa época no tocante à doutrina
não é uma dose de saber, é a harmonia do saber, harmonia que não se obtém senão com
um apelo aos princípios primeiros. A ordem do espírito deve corresponder à ordem das
coisas e, já que o espírito não se instrui verdadeiramente a não ser pela busca das
causalidades, a ordem do espírito deve corresponder à ordem das causas. Logo, se há um
Ser primeiro e uma Causa primeira, é aí que se finda e se ilumina em sua derradeira etapa
o saber. Enquanto filósofo primeiramente, por meio da razão; enquanto teólogo em
seguida, fazendo uso da luz vinda das alturas, o homem da verdade deve centrar sua
pesquisa no que é ponto de partida, regra e fim a título absoluto, no que é tudo para tudo,
como para todos.

Os estudiosos cristãos, desde o início até o fim do século XVII, foram todos teólogos, e
os estudiosos, cristãos ou não, até o século XIX, foram todos filósofos. Desde então, o
saber se rebaixou; ele ganhou em superfície o que perdeu em altura, logo também em
profundidade, pois a terceira dimensão tem dois sentidos que se correspondem. Que o
católico consciente dessa aberração e de suas consequências possa não sucumbir-lhes;
tendo-se tornado intelectual ou desejoso de sê-lo, que ele almeje a intelectualidade por
completo; que ele tente abranger todas as suas dimensões.

Tomismo, teologia e latim: Mas, acima de tudo, não confiem em falsos mestres.
Abordem já de início Santo Tomás de Aquino. Estudem a Suma, não sem antes
informaremse do modo mais acurado possível sobre o conteúdo da fé. Tenham à mão o
Catecismo do Concílio de Trento, que por si só já é uma condensação primorosa da
teologia.[21] Dominem plenamente o conteúdo desse manual e prossigam com Santo
Tomás, um dia de cada vez, o desenvolvimento racional da ciência divina. O texto lhes
parecerá primeiro seco, abscôndito; em seguida, progressivamente, luzes proeminentes
brilharão; uma vez vencidas as primeiras dificuldades, haverá a recompensa de novas
vitórias; os senhores aprenderão a língua do país e, ao cabo de algum tempo, lá circularão
como se estivessem em casa, com a sensação de que esse em casa é uma morada sublime.
Estudem, bem entendido, em latim! As traduções da Suma cometem com frequência
traições; e sempre deixam a desejar. Aquele que desistiria em função do pequeno esforço
de chegar a fazer uso com desembaraço de uma língua que um espírito normal domina ao
fim de dois meses não mereceria que nos preocupássemos com sua formação.[22]
Estamos falando com os fervorosos: que estes, desejosos de penetrar no “celeiro de
vinhos”, se deem ao trabalho de procurar a chave. (Recomenda o Padre Sertillanges que,
antes de leitura de Santo Tomás e o aprendizado de teologia, seria de bom tom ler: Veja-
se como obra básica: Jacques Maritain, Éléments de Philosophie [Elementos de
Filosofia], Téqui, 1920. Para o estudioso mais adiantado: A.-D. Sertillanges, Saint
Thomas d’Aquin [Santo Tomás de Aquino], na Collection des Grands Philosophes,
Aubier éd).

Clamor ao Tomismo: Consequentemente, vou persistir em dizer aos jovens católicos que
estão me lendo: estudem Santo Tomás, é o homem deste tempo. Dá a impressão de ter
sido criado com sete séculos de antecedência para saciar nossa sede. Comparado à água
lamacenta que nos servem, ele é uma fonte cristalina. Depois de ter superado mediante
um esforço enérgico as primeiras dificuldades de uma exposição arcaica, ele tranquiliza
seu espírito, assenta-o em plena luz e lhe fornece um quadro a um só tempo maleável e
resistente para suas aquisições ulteriores. A Igreja crê hoje, como ela acreditou desde o
primeiro momento, que o tomismo é uma arca salvadora, capaz de manter flutuando os
espíritos no dilúvio das doutrinas. Ela não o confunde com a fé, nem tampouco com a
ciência em toda a sua extensão; ela sabe que ele é falível e que ele tomou parte, em tudo
que se constituiu em teoria transitória, nos erros através dos tempos; porém ela julga que
sua estrutura corresponde em seu todo à constituição do real e da inteligência, e ela
constata que tanto a ciência como a fé lhe trazem uma contribuição, pois ele próprio se
posicionou entre ambas como uma fortaleza no cruzamento das estradas

Nossas propostas de há pouco encontram aqui sua recíproca. Dizíamos: é preciso tomar
diversos caminhos para experimentar a sensação dos encontros; é preciso abordar a terra
usando de largueza para chegar a profundezas. Feito isso, se se pensar exclusivamente em
cavar no centro, o estreitamento aparente trará proveito ao espaço todo, o fundo do
buraco mostra o céu inteiro. Assim que se sabe algo a fundo, contanto que não se seja
totalmente ignorante quanto ao restante, este restante em toda a sua extensão se beneficia
da viagem rumo às profundezas. Todos os abismos se parecem e todos os fundamentos se
comunicam; [...] Em outras palavras, é preciso compreender tudo, mas com o objetivo de
conseguir fazer alguma coisa.

A Real: Concluam, a partir disso, a obrigação de se decidirem, no devido tempo, pelos


sacrifícios necessários. É muito doloroso ter de se dizer: ao optar por um caminho, deixo
de lado mil outros. Tudo é interessante; tudo poderia ser útil; tudo atrai e seduz o espírito
generoso, mas há a morte e há as necessidades do espírito e das coisas: não há alternativa
a não ser submeter-se e contentar-se, em lugar do que o tempo e a sabedoria lhes furtam,
com o olhar de simpatia que será uma nova homenagem ao verdadeiro. Não tenham
vergonha de ignorar o que os senhores poderiam conhecer tão somente pelo preço da
dispersão. Tenham humildade quanto a isso, sim, pois é assim que ficam demarcados
nossos limites. Porém, os limites que aceitamos são parte de nossa virtude; uma grande
dignidade resulta daí, a do homem que permanece dentro de sua lei e desempenha seu
papel. Somos muito pouco, mas fazemos parte de um todo e é para nós uma honra. O que
não fazemos, nós o fazemos mesmo assim: Deus o faz, nossos irmãos o fazem, e nós
estamos com eles na unidade do amor. Não acreditem, pois, que tudo lhes é possível.
Avaliem-se, avaliem sua tarefa. Após algum inevitável tateio, saibam limitar-se sem
rigidez; conservem, mediante leituras e, se necessário for, pequenos trabalhos, o benefício
das primeiras aprendizagens, o contato com as vastidões, porém quanto à parte principal
de seu tempo e de suas forças, concentremse. O semicientista não é quem só sabe metade
das coisas, é aquele que só as sabe pela metade. Saibam o que decidiram saber e deem
uma olhada no restante. O que não pertencer a sua vocação própria, entreguemno a Deus
que disso cuidará. Não sejam desertores de si mesmos, por ter querido substituir-se a
todos.

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