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25/03/2019 Usina hidrelétrica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Usina hidrelétrica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Usina  hidrelétrica,  ou  central  hidroelétrica,  é
um complexo de projetos de engenharia civil, elétrica,
energia  e  mecânica,  compreendendo  as  áreas  de
hidráulica,  estruturas  de  concreto,  geotécnica,
geológica, de tecnologia do concreto, de computação,
de  controle,  de  automação,  ambiental,  florestal,  de
solos,  de  fundações,  de  materiais,  de  montagem
eletromecânica,  etc.  Um  conjunto  de  obra  e
equipamentos,  que  tem  por  finalidade  produzir
energia  elétrica  através  do  aproveitamento  do
potencial hidráulico existente em um rio.

Esquema de uma usina hidrelétrica.
As  usinas  hidroelétricas  funcionam  através  da
pressão da água que gira a turbina, transformando a
energia potencial em energia cinética. Depois de passar pela turbina o gerador transforma a energia cinética em
energia  elétrica.  Através  de  fios  e  cabos  a  energia  é  distribuída,  e  antes  de  chegar  nas  casas  e  comércios  é
transformada em baixa tensão.

Índice
Características
Tipos
Usina hidrelétrica a fio d'água
Complexo hidrelétrico
Impactos
Ambiente e sociedade
Economia
Ver também
Referências
Ligações externas

Características
A  energia  hidroelétrica  é  ainda  um  tipo  de  energia  mais  barata  do  que  outras,  como  por  exemplo  a  energia
nuclear.  A  viabilidade  técnica  de  cada  caso  deve  ser  analisada  individualmente  por  especialistas  em
engenharia ambiental  e  especialista  em  engenharia  hidráulica,  que  geralmente  para  seus  estudos  e  projetos
utilizam modelos matemáticos, modelos físicos e modelos geográficos.

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O  cálculo  da  potência  instalada  de  uma  usina  é  efetuado  através  de  estudos  de  hidroenergéticos  que  são
realizados  por  engenheiros  civis,  mecânicos  e  eletricistas.  A  energia  hidráulica  é  convertida  em  energia
mecânica por meio de uma turbina hidráulica, que por sua vez é convertida em energia elétrica por meio de um
gerador, sendo a energia elétrica transmitida para uma ou mais linhas de transmissão que é interligada à rede
de distribuição.

Um sistema elétrico de energia é constituído por uma rede interligada por linhas de transmissão (transporte).
Nessa  rede  estão  ligadas  as  cargas  (pontos  de  consumo  de  energia)  e  os  geradores  (pontos  de  produção  de
energia).  Uma  central  hidrelétrica  é  uma  instalação  ligada  à  rede  de  transporte  que  injeta  uma  porção  da
energia pelas cargas.

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, constitui­se em uma das maiores obras da engenharia mundial,
no entanto, a UHE Belo Monte, no rio Xingu no estado do Pará, é a maior usina 100% brasileira em potência
instalada, já que a Usina de Itaipu é binacional — tendo esta sido considerada uma das "Sete Maravilhas do
Mundo Moderno" pela American Society of Civil Engineers (ASCE).

O vertedor de Tucuruí é o maior do mundo com sua vazão de projeto calculada para a enchente decamilenar de
110.000 m³/s, pode, no limite dar passagem à vazão de até 120.000 m³/s. Esta vazão só será igualada pelo
vertedor da Usina de Três Gargantas na China. Tanto o projeto civil como a construção de Tucuruí e da Usina
de Itaipu foram totalmente realizados por firmas brasileiras, entretanto, devido às maiores complexidades o
projeto e fabricação dos equipamentos eletromecânicos, responsáveis pela geração de energia, foram realizados
por empresas multinacionais.

Tipos

Usina hidrelétrica a fio d'água
Usina  hidrelétrica  a  fio  d’água  é  aquela  que  não  dispõe  de  reservatório  de  água  ou  têm  reservatórios  pouco
relevantes quando comparados com a vazão. Esse tipo de usina as vezes trabalha em combinação com uma (ou
mais) usina de grande reservatório situada no curso superior da bacia hidrográfica (a montante), para garantir
uma  geração  relativamente  constante,  ou  sofre  com  uma  grande  variação  na  geração  de  energia  elétrica
durante o ano.

Os custos ambientais, sociais e financeiros necessários para a construção de grandes reservatórios tem elevado
a tendência à construção desse tipo de usina hidrelétrica. [1]

Complexo hidrelétrico
Diz  de  um  conjunto  de  usinas  hidrelétricas  que  são  planejadas  e  construídas  em  uma  mesma  bacia
hidrográfica de forma conjunta, para melhor aproveitar o potencial energético dos rios.

Impactos

Ambiente e sociedade

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Por  muito  tempo  as  hidrelétricas  foram  divulgadas  como  fontes  de  energia  limpa,  mas  uma  quantidade  de
estudos recentes vem dando uma outra visão do cenário. A formação das bacias de reservatório, especialmente
as de grandes dimensões, muitas vezes exige um grande desmatamento, por si um fator de emissão de gases
estufa produtores do aquecimento global,  além  de  produzir  severos  impactos  ambientais  e  sociais  paralelos:
bloqueia os ciclos de cheia e vazante dos rios; impede os ciclos reprodutivos de peixes migrantes; modifica em
larga escala ecossistemas  e  a  distribuição  geográfica  de  espécies;  pode  prejudicar  a  oferta  de  alimentos  para
muitas espécies aquáticas, afetar negativamente povos ribeirinhos que dependem da pesca e povos indígenas,
dificultar  o  acesso  à  água,  pode  exigir  remoção  forçada  de  populações  destruindo  comunidades  inteiras,  e
muitas  vezes  gera  importantes  conflitos  sociais,  culturais,  políticos,  jurídicos  e  fundiários  difíceis  de
resolver. [2][3][4][5][6]

Os  programas  oficiais  de  compensação  ambiental  em  regra  são


pouco eficientes e a inundação muitas vezes provoca graves danos
diretos  e  indiretos  à  biodiversidade  regional. [4]  Uma  revisão  da
bibliografia sobre os impactos sobre a biodiversidade das usinas em
nível mundial concluiu que eles são geralmente subestimados, em
particular  nas  regiões  tropicais,  e  devido  à  escassez  de  estudos
específicos,  os  impactos  reais  tendem  a  ser  dissimulados  e  os
legisladores e responsáveis tendem a tomar decisões inadequadas e
O cacique Raoni apresentando uma
adotar  estratégias  de  manejo  ineficientes. [7]  Para  as  populações
petição contra a Usina de Belo
removidas  ou  afetadas  negativamente  de  outras  formas  a Monte.
construção  de  uma  grande  barragem  frequentemente  significa
desemprego,  problemas  de  saúde,  pobreza,  marginalização,
insegurança e perda de raízes e patrimônios culturais, além de desencadear impactos negativos na economia
regional  tradicional.  Raramente  essas  populações  recebem  a  devida  compensação  pelos  seus  prejuízos.  Os
programas  de  reassentamento  geralmente  são  morosos  e  complicados  e  seus  resultados  são  insatisfatórios
para os afetados. [2]  Em  todo  o  mundo  de  40  a  80  milhões  de  pessoas  já  foram  removidas  de  seus  locais  de
habitação  contra  sua  vontade  nos  últimos  60  anos,  e  a  maioria  delas  jamais  recuperou  seu  antigo  nível  de
vida. Povos indígenas e comunidades tradicionais são os mais prejudicados. A remoção forçada não é o único
aspecto a considerar. Junto com as barragens vêm estradas, canais, linhas de transmissão da energia, projetos
de irrigação e outros, que têm impactado negativamente milhões de outras pessoas, prejudicando seu acesso à
água, a fontes de alimento e a outros recursos naturais. De 400 a 800 milhões de pessoas em todo o mundo já
foram prejudicadas de alguma forma pelas múltiplas interferências nos sistemas hidrológicos causadas pelas
barragens. [8]  Frequentemente  a  construção  de  usinas  envolve  violações  de  direitos humanos  e  aumento  nas
desigualdades  sociais, [9]  e  poucos  são  os  casos  de  programas  de  construção  realizados  com  transparência,
sendo  quase  uma  regra  haver  alguma  ilegalidade  envolvida.  São  frequentes  as  denúncias  de  propinas  e
corrupção,  interferências  indevidas  nas  agências  fiscalizadoras,  pressão  política  contra  recomendações
científicas e mudanças arbitrárias na legislação, para facilitar a execução dos projetos. [10]

As barragens também causam efeitos negativos muito distantes do seu local, especialmente pelas alterações no
regime  de  vazão  dos  rios  e  pelas  alterações  na  qualidade  e  temperatura  da  água  a  jusante,  ameaçando  a
conservação  de  matas  ciliares  ao  longo  dos  rios,  modificando  os  ecossistemas  aquáticos  e  interferindo  em
sistemas de irrigação e abastecimento de água. Bloqueando as inundações periódicas naturais, fica impedida a
fertilização natural das terras contíguas aos leitos fluviais, e, por consequência, afeta a agricultura e a oferta
alimentos  de  grandes  regiões.  Os  danos  ambientais  do  represamento  muitas  vezes  podem  ser  vastos  e
imprevisíveis. [6] Os reservatórios coletam grandes quantidades de sedimentos suspensos e material orgânico,
que se depositam e oxidam, podendo criar águas ácidas e mal oxigenadas que depois são liberadas rio abaixo.

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O represamento também eleva a temperatura da água, um fator importante porque os seres aquáticos como
peixes e invertebrados mantêm seu metabolismo em estrita dependência da temperatura do meio. [11] As bacias
são  altas  emissoras  de  gases  estufa,  especialmente  se  localizadas  em  zonas  tropicais  e  se  a  área  inundada  é
vasta,  devido  à  decomposição  de  matéria  orgânica  residual  (troncos,  folhas  e  material  no  solo)  após  a
inundação.  Bacias  que  não  são  limpas  adequadamente  antes  da  inundação  emitem  mais  gases  por  longos
períodos  do  que  plantas  produtoras  de  energia  equivalente  baseadas  em  combustíveis  fósseis. [12][13]  Um
estudo recente calculou que as usinas de todo o mundo podem emitir até 1 bilhão de toneladas de gases estufa
a  cada  ano,  principalmente  na  forma  de  metano,  o  que  equivale  a  mais  do  que  toda  a  emissão  anual  do
Canadá. [11]  Projetos  mal  planejados  também  significam  baixa
eficiência e altos custos. É um exemplo clássico a Usina de Balbina,
no  estado  do  Amazonas.  Implantada  em  uma  região  de  planície,
alagou  2360  km2  de  floresta  tropical  para  produzir  apenas  112,2
MW de energia. A floresta não foi removida antes do alagamento,
perdendo­se uma vasta quantidade de madeira aproveitável, e sua
decomposição  acidificou  e  desoxigenou  a  água  do  reservatório,
corroendo  as  turbinas,  além  de  emitir  desde  sua  construção  dez
vezes mais gases estufa do que uma usina termelétrica de potência
Troncos de árvores não removidas
equivalente,  num  total  de  3  milhões  de  toneladas  de  carbono  por
no lago da Usina de Balbina.
ano.  Pela  escassa  declividade  do  terreno,  foram  formadas  várias
áreas  de  água  permanentemente  estagnada.  Um  terço  da
população existente da etnia indígena Waimiri­Atroari, que ali vivia, teve de ser realocada. [14][15]

A construção de múltiplas usinas em uma mesma bacia hidrográfica, como é o caso da Amazônia, onde 142
usinas já operam e está prevista a construção de mais 160, produz um impacto negativo de grande escala não
apenas  nos  níveis  ambientais,  sociais  e  culturais,  mas  também  em  nível  geográfico  e  geomorfológico,
modificando  a  própria  paisagem  devido  principalmente  às  interferências  nos  processos  de  distribuição  de
sedimentos e de formação de meandros, planícies e terras alagadas. [10] A retenção de materiais sólidos pela
barragem afeta a estrutura do próprio rio a jusante, privando­o de materiais para formação de habitats para as
espécies. [11] Essa alta proliferação de usinas na Bacia Amazônica foi identificada como uma das 15 principais
ameaças ambientais do mundo, e os seus impactos têm sido sistematicamente subestimados pelas instâncias
oficiais. [10] O mesmo problema de multiplicação de usinas afeta as bacias dos rios Congo e Mekong, que juntos
com  a  bacia  amazônica  reúnem  a  maior  biodiversidade  aquática  do  mundo. [16]  De  modo  geral  rios  não
represados têm uma água de melhor qualidade e com mais biodiversidade. É significativo que desde a década
de 1970, quando iniciou uma fase de grande proliferação de usinas em todo o mundo, a biodiversidade dos rios
caiu em 80%, e embora a construção de usinas não seja o único elemento na equação, é relevante. [10]

A construção de pequenas usinas vem sendo incentivada e vem ganhando impulso, pois por algum tempo gera
emprego e desenvolvimento local e é vista geralmente como de baixo impacto ambiental. [17] Em todo o mundo
existem  cerca  de  83  mil  plantas,  e  milhares  de  outras  estão  em  projeto. [18]  Contudo,  o  fato  é  que  os  efeitos
globais  das  plantas  pequenas  são  muito  mal  conhecidos,  pois  os  estudos  especializados  são  relativamente
escassos neste tópico. Por isso, sua implantação em larga escala, sem um bom conhecimento sobre seus efeitos,
tem o potencial de representar uma grande ameça pelos impactos cumulativos. [19][20] Numerosos trabalhos
têm  surgido  recentemente  analisando  casos  específicos,  questionando  as  alegadas  vantagens  das  usinas  de
pequena  escala  e  demonstrando  a  existência  de  efeitos  negativos  diversificados.  Vários  impactos  são
registrados  já  ao  longo  do  processo  de  construção,  como  desmatamento,  modificação  na  paisagem  pela
abertura  de  estradas  e  acessos,  perturbação  da  rotina  das  comunidades  afetadas  pelo  contínuo  trânsito  de
materiais  e  equipamentos,  levantamento  de  nuvens  de  poeira,  produção  de  muito  ruído,  fumaça,  lixo  e

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resíduos,  alteração  da  qualidade  da  água  do  rio,  bloqueios  temporários  no  fluxo,  morte  de  muitos  animais,
possíveis  contaminações  da  água  e  solo  pelo  derramamento  acidental  de  óleos,  combustíveis  e  outras
substâncias tóxicas. Isso depende muito da competência das construtoras e sua adequação às normas legais,
bem  como  da  fiscalização  oficial,  e  muitos  desses  problemas  são  temporários.  A  ocorrência  desse  tipo  de
problemas, naturalmente, se verifica também na construção de grandes usinas, em escala muito maior. [17]

Outros  impactos  de  pequenas  usinas  são  permanentes.  Uma


revisão da bibliografia indicou que os principais são relacionados à
criação  de  obstáculos  nas  correntes,  a  modificações  no  volume  de
fluxo  e  no  nível  da  água  e  a  variações  na  disponibilidade  de
alimentos  para  as  espécies  aquáticas  e  as  dependentes  das
aquáticas.  Esses  impactos  se  potencializam  com  a  construção  de
várias  plantas  no  mesmo  rio,  uma  solução  comum  em  áreas  de
montanha. [17] Uma análise de 116 pequenas usinas construídas na
Demolição do reservatório da Usina
Suíça mostrou que elas produziram prejuízos significativos para o
Veazie no rio Penobscot.
deslocamento  de  espécies  migratórias  e  provocaram  uma
dramática redução na vazão das correntes durante a maior parte do
ano, prejudicando a biodiversidade e a disponibilidade de água. Também foi apontado que elas prejudicaram a
beleza  cênica  das  paisagens.  O  benefício  em  termos  de  produção  energética  foi  muito  pequeno,  atendendo  a
menos de 1% do consumo nacional. Outros exemplos são ilustrativos. Duas pequenas usinas construídas no
rio  Elwha  nos  Estados  Unidos  provocaram  o  desaparecimento  de  99%  da  população  dos  salmões  que
reproduziam neste rio, levando o governo a decidir pela sua demolição e criação de um plano de repovoamento,
a  um  custo  de  350  milhões  de  dólares.  Três  usinas  no  rio  Penobscot,  que  produziam  juntas  apenas  18  MW,
também foram demolidas devido ao desaparecimento de espécies nativas. [18] Uma pesquisa sobre 16 usinas na
bacia  do  rio  Ter  na  Catalunha  apontou  declínio  na  biodiversidade,  declínio  na  qualidade  e  quantidade  dos
habitats e níveis de água mais baixos. [19] Um estudo analisando os efeitos da construção de cinco usinas em
um mesmo rio na China encontrou mudanças na velocidade e nível da água e impactos difusos em todas as
4656  espécies  de  invertebrados  estudados,  especialmente  em  termos  de  redução  na  abundância  geral  e  nos
predadores  e  filtradores  em  particular. [21]  40  usinas  estudadas  na  Turquia  revelaram  a  produção  de
significativa degradação ambiental, perda de matas ciliares, redução no fluxo de água, erosão e dificuldades
para  espécies  migratórias.  Grande  parte  das  plantas  não  atendia  aos  requisitos  de  segurança  ambiental  e  a
recuperação de áreas degradadas no entorno foi em geral ineficiente. [22] Três estudos recentes conduzidos na
Espanha,  China  e  Noruega  concluíram  que  as  usinas  pequenas  produzem  impactos  negativos  no  ambiente
proporcionalmente maiores que as grandes usinas para cada MW produzido. [18] Segundo David Kaplan, chefe
de  um  grupo  de  pesquisa  da  Universidade  da  Flórida,  as  pequenas  usinas  podem  causar  um  impacto
proporcionalmente  até  dez  vezes  maior  do  que  as  grandes.  Isso  se  agrava  porque  o  licenciamento  ambiental
desses projetos em muitos países é pouco exigente ou é inexistente, e sua baixa produtividade energética impõe
a grande multiplicação das plantas para suprir a demanda. [20]

Segundo um grande estudo elaborado sob os auspícios da Comissão Mundial de Represas em parceria com a
União Internacional para a Conservação da Natureza e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a
construção  de  usinas  tem  um  lado  legítimo  no  aspecto  humano,  pela  geração  de  energia  e  concomitante
regularização  dos  fluxos  fluviais,  mas  os  impactos  ambientais  e  sociais,  especialmente  no  caso  das  grandes
usinas,  são  geralmente  altos  e  poucas  vezes  são  levados  em  consideração  adequada  pelos  promotores  dos
projetos.  Ao  mesmo  tempo,  impactos  ambientais  geram  impactos  adicionais  para  a  sociedade,  da  mesma
forma poucas vezes bem avaliados ou compensados. [23]

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Economia
Também por muito tempo as hidrelétricas foram divulgadas pelos
governos  e  companhias  como  fontes  de  energia  barata,  mas  isso
não  corresponde  bem  aos  fatos.  Um  relatório  da  Agência
Internacional de Energia Renovável (AIER) em parte corrobora essa
afirmação,  dizendo  que  os  custos  da  energia  hidrelétrica  de  um
modo  geral  tendem  a  ser  mais  baixos  do  que  outras  fontes  de
energia, mas advertiu que cada planta tem características únicas e
há expressivas diferenças de caso para caso. [24] As grandes usinas,
Usina de Itaipu.
em particular, têm um custo real que em regra ultrapassa em muito
as  estimativas  oficiais,  geralmente  levam  muito  mais  tempo  para
construir  do  que  o  previsto,  e  segundo  a  Comissão  Mundial  de  Represas,  no  melhor  dos  casos,  as  grandes
represas  são  apenas  marginalmente  viáveis  em  termos  econômicos. [25][10]  Uma  revisão  da  bibliografia
publicada em 2014 indicou que em países emergentes o balanço é negativo, inclusive gerando inflação e alto
endividamento público. Cerca de metade das usinas estudadas tiveram um custo tão alto a ponto de serem
dadas como perdidas. A maioria nunca consegue recuperar o seu custo de construção, e muito menos elevar a
qualidade de vida das populações locais. No Brasil, a construção de Itaipu prejudicou as finanças nacionais
por três décadas, e a despeito da sua importância central no sistema energético do país, economicamente ela
provavelmente  nunca  pagará  seus  custos  de  construção  e  manutenção. [26][27][10]  A  Usina  de  Belo  Monte
também é um caso de megaprojeto em que os custos provavelmente ultrapassarão os benefícios, [27] além de
estar  envolvida  em  uma  grande  controvérsia  desde  o  início  por  uma  série  de  irregularidades  em  sua
construção,  omissão  de  dados  relevantes,  violação  de  direitos  humanos  e  prejuízos  múltiplos  causados  à
comunidade e ambiente regionais. [28][29] Segundo os economistas James Robinson e Ragnar Torvik, a própria
ineficiência  desses  grandes  projetos  é  o  que  os  torna  politicamente  sedutores,  pois  oferecem  grandes
oportunidades para desvios de verbas. [10]

No caso das pequenas usinas, em termos econômicos elas tendem a ser proporcionalmente menos vantajosas
que as grandes plantas, embora seu custo absoluto seja menor. Alguns estudos indicam que sua energia custa
cerca  de  15%  mais  para  ser  gerada  do  que  a  das  grandes  usinas. [18]  Um  levantamento  realizado  pela  AIER
chegou a conclusões similares, mostrando que os custos instalados são maiores do que as grandes para cada
KW  produzido,  numa  relação  de  1050  a  7650  dólares  para  cada  KW  nas  grandes  usinas,  para  1300  a  8000
dólares  para  cada  KW  nas  pequenas.  Os  custos  de  operação  e  manutenção  também  podem  ser
proporcionalmente maiores: 2 a 2,5% dos custos instalados nas grandes e 1 a 4% nas pequenas. [24] Na mesma
direção aponta um levantamento da Agência Internacional de Energia, indicando custos finais de geração de
energia  de  40  a  110  dólares  por  MW  nas  grandes  usinas  contra  45  a  120  dólares  por  MW  nas  pequenas.  As
microusinas têm custos relativos ainda maiores: 55 a 185 dólares para cada MW gerado. [30]

Ver também
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Energia maremotriz
Hidroelétricas em Portugal
Hidrologia
Lista de usinas hidrelétricas do Brasil
Parque eólico
Turbina hidráulica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_hidrel%C3%A9trica 6/8
25/03/2019 Usina hidrelétrica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Usina termoelétrica

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Ligações externas
Usinas hidrelétricas da Rússia (http://www.russobras.com.br/econ/usinas_hidro.php)

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