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9 sistema teológico chegou à mais alta perfeição de ue é, levar, porque pr.eparou as condiçÕes, à reforma elas instituições
~uscetível quando substitUlu, pea açao providencial_~~e um ser único, hJ.}~,J'0r-ÇJ- s0.0,~is. .
o jogo va~iado de,. nu~eros.as divindades independentes, 5ye primiti- l/:, ~ ~i.,.;:;' "Para a noxa.fllcsofia, a ordem constitui sem cessar a condição J•.•. J
yam~nte tinham ~I~O Ima I,nadas. Do mesmo modo, o~ltlm.o term-.9NLs [undamental do progresso e, reciprocamente, ~ YLogre~so vem a ~t
do sistema metaflslco consiste em conce er, em. ugar de diferentes a meta necessária da ordem; como no mecarnsmo animal, o equilí- P""
entidades particulares, uma Única g-rande entidade geral, ,a natureza2- brio e a progressão são mutuamente indispensáveis, a título de fun- 1\
considerada como fonte exclusiva de todos os fenômenos. Paralela- damento ou destinação." (Discurso sobre o espírito positivo, 2: i,
mente, a perfeição dosistema pOSlÍlVOa"qual este tende sem cessar, parte, X.) 1
apesar de ser mUlto provável que nunca deva atingi-Ia, seria poder ~+. A história transforma-se num desenrolar que é guiado por dois 1
cepçao de história. Comte fundamenta suas noçoes de um.~~a 01- uE?a transformação que leva gifuelhoramentos lineares e cumu~
e_de um espírito positivo na noção de que este estado é decorrência Neste sentido, a história que se resume ao desenvolvimentõ, ao pro-
-- de umaeyolução histórica. Esta evolução, no entanto, é ·vista por ele
como o desenvolvimento do espírito e do conhecimento e, apenas co-
gresso linear e segundo uma ordem preestabelecida, e que nada mais
é que o desenvolvimento do espírito e do pensamento segundo J~.L§_
mo conseqüência desta transformação, desenvolvem-se, então, as também preest?belecidas, é explicada (e compreendida) pela mera
)-- condições materiaiS. e a: institui~õ~s sociais. !'-
história també:n. é a.?resentação.de sua.:. fas.e.s, q~e ,s~o.' e.m últim.a ins.tân..cia, i.móveiLe.I11,., /
vista como uma evoluçao necessana, no sentido de que os vanos SI mesmas. Nesta visão de hlstorIa cabe ao homem apenas o papel'{(7
estágios e momento~reenchidos necessariamente, e <Coiüõ de resignação - ~,'preciso aguardar o 'desenvolvimento e aguaidá~lo' "
t\.~~Tínear que im l' ' e a superposição, no melhora- res,l2eitando sua ordem natural, seu tempo, seus limites, nun~ pro-
1,llento, mas 'ãínals em rupturas em revolu ões. istória, tam érn, cesso de espera que é, ele também, ordeiro.
~
• para Comte, percorre um caminho que e redetermina ,predeter- "Sob outro aspecto, considera sempre-o estado presente como
minado no sentido de que fa a estado eva ao outro e r eterminado resultado necessário do conjunto da evolução anterior, de modo a
no sentido d~que seu fim 'está, tambem, ..es e o inicio estabeecl o.~~ fazer constantemente prevalecer a apreciação racional do passado
"9 espírito positivo, em virtude de sua natúreza emlhentemente , 'Y.C:: no exame atual dos negócios humanos - C! que logo afasta as tçn-
~a, 'é o único a poder representar convêii:iêntemente todas' a8/~ .~" , ' dências puramente críticas, incompatíveis com toda sadia concepção
grandes épocas históricas, como tantas fases determinadas duma ') t! histórica." (Discurso sobre o espírito positivo, 2." parte, X.)
mesma evolução fundamental, onde cada uma resulta da precedente ·t, Estes dois princípios - de ordem e de progresso - são insepa-
e prepara a seguinte, segundo léis invariáveis que fixam sua participa- "((:'(, ráveis entre si: ( ... ) "o progresso ~onstitui, c0!ll.o,.a ordem, uma das
ç,~cial na"progressão comúm, de maneira a sempre permitÍt,""- ~uas condiçÕes fundamentais ~~c~,:,ilização moderna" (Discurso sobre
sem maior inconseqüêncTâ do 'qtfeparcialidade, fazer exata justiça o espírito positivo, 2.a parte, IX.) - ,e permeIam, não apenas a visão
filosófica a qualquer sorte de cooperação." (Discurso sobre o espírito de história e a concepcãQ de sociedade de Comtei l].~§ ..J<amQ.~JIlS'-1.a
positivo, 2.a parte, X.) concepção de ciênc~ia~.:..-. --.,
A história é vista, assim. como um conjunto de fases imóveis --. . Iconhecimento no seu estágio positivoÀ Comte erige (
e~J.2r1esmas ' ue'num contínuo se substituem umas às outras, de o ~otihecimento que é. cientl ICOll.S:U~ ..~.L~~~I.ea;, jtiL preciso, ~~?
'forma que, s!.ó~s;~~o anterior, decorrência necessária I certo, positivo e, neste sentido, o erige no conhecimento que o homem í
deste e pre aração, também necessárill,para o próximo estágio, até , deve buscar e deve empreender para que possa, /llãº~~rL~Ll!.'2.Q: ~
que se c~egue, finalme~~e ,C§:estado super~o;:J. emque(;u!~ o I' ~.h.:cera ordem ~a ~ureza, mas par: ~~e po~~, tam.bén2:.,nela.Jn ter-
~esenvolvlmento do eSl2.mto que se torna pOSItIVOo que, entao, poâe f~~ seu beneTIêlo. Trata-se, entao, aeOlscuttr quais as bases deste
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conhecimento, E Comte encontra estes fundament;;
<?P\~,?~h'
~, afir- I assume que os fatos acumulados, que são a base c a origem do conhe-
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~~ndo que ,C!."conhe0mento científico é real porque ~~ir.n~n~ cimento, só se transformam em conhecimento científico or ue o
ci~1tífico Rill'te, do reaCparte dos fatos tal como se apresentam e \~ h1Jmem os assoc'11 com II óteses através do raciocínio, Assim, para
que, de resto, apresentam-se ao homem tal como são, Para e1e,fiãõ ~~. ' eIê, os atos sao acuniulados pela observaça§jmas esta observação
se pode discutir os mecanismos que permitem a.E~homem conhecer % é submetida à imaginaç~.,q)le.....p.e@ite relacionar tais fat~ relacioná-
~ tal diSCtiSsâo não p.~~ria._ de um r:torno ~e~l~ ia ou à n:etafí.'
A LQ; ! 10s_para que, se estabereça~1 as leis g~ e in:an~veís a que estes
slca), Tudo o ue s~ pode estudar sao as ~ lçoes orgamcas -----J"-(i).. (: estao submetidos: "A pura imaginaçao perde assim, irrevogavelmente,
ISIO ia .anatomia J que levam ao c?nhecimento e, os rrPrõéess~s ~ 1'( sua antiga supren:acia ment~l" e se stiliQ.~ ,necessariamente à Q];t.
l',ealmente em re ados ara obter os diversos conhecimentos exatos })'- ~ " 'f;;,;,( servação, de maneira a constituir um estado lógico plenamente normal,
g,ue o o~em) já adguiriu~, (ç.UtsO de tiloso/ia positi~a, 1.~, /~ t:> s~cessar, entretanto, de ,ex~rcer, nas esp,eculações p~sitivas, ,ofíc20
YIII,)ASSim, para Comte, trata-se de descobnr que meto dos os ho- (9 ~
m~ têm empregado para chegar ao conhecimento, para, destes mé- 4~,.~.'
-l) iodos, extrair sua base correta, e não s~'pode te nao s,,-~eve) discutir. "'>, {' , , ~ "
Ki ' capital e inesgotável, para cnar ou aperfeiçoar os meios de ltgaçao
definitiva ou provisória, Numa palavra, a revolução fundamental, que
caracteriza a virilidade de nossa inteligência, consi,ste :ssencialm, ente
, 9;ue aparato ou mecanismos su6Jetivos levaram a tals4fféFoaos, os~ ?e-....~<... (,'1 em substituir em toda parte a inacessível determinação das causas
quais são, em última in~~cia, mecaI1ismos uramente bio~s. ' -~ ',', \.. \~ propriamente ~it~spela simples p~sguisa das leis, isto é, relações
Or?, \S9mte d~scobre esta ase meto o ogica nos, a o~,-)agora c ~ cl~\:?~ constantes ue eXistem entre os fenomenos observados, Quer se trat,e
desprovidos de quaisquer roupagens que o ol5ngue a discutI-Tos em ~ i ~ ~J os menores quer dos mars su imes e eitos, do choque ou da gravi-
sua relação com o sujeito que produz conhecimento, r: " Ç:.:... dade, do pensamento ou da moralidade, deles só podemos conhecer
"Todos os bons espíritos repetem, desde Bacon, que somente-y 'q~ ç~ '(C. (, as diversas ligações mútuas próprias à sua realização, sem n~nca p~-
são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados, ~ ~I~ <::.-J,( netrar no mistério de sua produção," (Discurso sobre o espírito pOSI-
Essa máxima fundamental é evidentemente incontestável, se for apli- -: t...'i ~_ C) '( tivo, 1: parte, IlI.)
c~da, ~omo ~~nyém, a? :stado viril de nossa inteligência." (Curso de ,) ~(t:>~%;. v' O,Sonhecimento científico ~ portanto, para Co~te, baseado. na
[ilosoiía positiva, 1: lição, Ill.) ~" '{ N l~ e va ão dos fatos e nas relaçoes entre fatos ue sao estabelecidas .»
"Circunscreve seus esforços ao domínio, que agora progride ra- ~" :) '.) \,:', pelo raciocínio, Estas relações xcluem tentativas e ~ a
-((,
pidamente, da verdadeira observação, única base possível de conhe- {. \'~ b.t',-. or~:::..c,~.9.i~~_aQs.Jenomenos e são, na verda e,
cimentos verdadeiramente acessíveis, sabiamente adaptados a nossas ('li ~() .$ô ~ . descrição das leis que os regem..:-Comte afirma: "Nossas pesqui~s
necessidades rer.is. A lógica especulativa tinha até então consistido "é. -~ ,~. ositíVãS'C1evem essenclalmenrereduzir-se, em todo'80s generos, à
em raciocinar, de maneira mais ou menos suti!, conforme princípios ç, ~6" '~ a~ao s emátlca aquilo que é, renuncian o a__ e.@Ql'J~a
confusos que, não comportando qualquer prova suficiente, suscita- ~~;i.,1 ~ PP,meira origem e seu desJino fin~ , ,)"Wisciirs~--, espírito
vam sempre debates sem saída, Reconhece de agura em diante, cOIllQ 7 ~c :) positivo, 1: parte, III.) -----~- - ,
re ra fundamental, que toda pm os'ç~ue não sej~~itamente ,~\.,,r<" As leis dos fenômenos devem traduzir, necessariamente, o que
, t-; redutí I ao sim es enuncia o de um fa ~- -- ' ão'~ \:. ' ocorre na natureza e, como dogma, Com te parte do princípio de que
'l.-/ pode, ofere_cer nenhum senti o real e inteli ível. O~ princ,ípios q~e ( ~~:' tais )eis são invariá~s, " ' , , '
emprega sao apenas fatos ver a erros, somente mais gerais e mais ~~, '(, São estas duas características que permitiriam afirmar que, para
abstratos do que aquéles dos quais deve formar o elo. ~a qual for, / ·1 _ Comte, a ciência se constituiria de um conjunto de l~ - "Nas leis
...2Qrém" o modo, racional ou ex,perimen,tal. de ~ro~eder à sua desc~~ I~.~" - dos fenôm'"êi1õSconsiste realmente a ciênci~"(, , .) (Discurso sobre o
b~ta, e sempre de sua c:onformldade~ d~ mdlr~t~, ,C9~~.,~: ~-t:'~ t: espírito positivo, 1: parte, nn - :3 cammho pa:a a elas se c~e?ar
l%P0s observados que, resul~_ ~~~mente sua eficácia clenttflca, ~'fr _ _~-ia em seu método, A descoberta das lels}em ?,or objetivo
(DIscurso sobre o espznto pOSitIVO, 1, parte, rIn_K-'t] básico satisfazer a curiosTaade humana - (",) as ciencias pos-
Comte, entretanto, não su õe que a mera acumulação de fat ,c:i suem, antes de. tudo, destinação mais direta e elevada, a saber, a de
le.ye à ciência e, fazendo o que acredita ser uma crítica ao empirism
'~_ O/~ "
t'1 ~L,/ satisfazer a necessidade fundamental sentida po~ nossa inteligência,
,....-~\ v'
y~
I
386
yl{)~l ~ú:~'Ôv '~~' 11--. ) c., &A~·f),o6J0 387,
,tA.
Q,
388 389
verdadeira constituição de cada um deles possa, em caso algum, ser ser feitas fora dos limites da experiência corrente são inúteis e, ade-
plenamente apreciada. A perfeição científica deve limitar-se à apro- mais, infinitas" (p. 264).
ximação desse limite ideal, tanto quanto o exigem nossas diversas Kolakowski vai além e afirma: "Aquelas áreas do mundo que
necessidades reais." (Discurso sobre o espírito positivo, 1.' parte, permitem apenas classificações fluidas, que revelam transições quali-
I II.) (ativas contínuas ou quaisquer características enigmá ticas, perturbam-
E interessante notar que esta concepção de Comte parece, numa
primeira análise, Illcoerente c"àm outras afirmações suas, na ,medida
em que se _re ere ao aparato sen~orial dos homens como se .~i.~~~ti~e
A};<:\;e '
no :e irritam-no" ( ... ) "Comte é um f~nático no que diz respeito à
busca de uma ordem definitiva e eterna" (p. 77).
(A nocão de ordem remete à noção de organizaç~)e aqui se
uma q~estao da q~al foge na maIOr. parte das vezes - a. subJehv~~!ld,e .~ .. tT ~ chega a uma última cara~terísti~~_.~~~~~. __~~_~~_n_~das p~~, Comte
eonfIda n9' conheCImento. Na medIda em que se prossIga nesta ana- ~. como pertencente ao pensamento positivo e, portanto, pertencente
Use, o,cotiteito de relativo torna-se, até certo ponto i - e= -~!1êA também inevitavelmenté;'àciência. E neste sentido que se deve com-
bém porque, ao mesm~? que Comte :firma a relatividad ", do ~ /~', preende~' a afirmação de Comte de que o pensamento positiv~_op~e-se
~ecimento~o para sua transforma?ao e d ~ n? .)/ ~ ~~ ao negativo (à crítica) porque busca, não destruir, mas. orgamzar.
decorrer da história, Comte num certo sentIdo, absolutIza-o:) e P..tl- to .~tCtf Para organizar o conhecimento é necessáriO supor uma ordem 'pre-
meiro lu~ar, porque supõe este deseíwo vim~::to _c~ mear e ~elI1l2rs <'"( "l9 , éx"istente; mais que isto, a ordem do c?n~ecimento deve supor, po:
lE~,g!.~~s1V~;.,em segunda lJIgat:,-porqJ1e. supoe este de7enyolYI~0'~1: ~<., "«"fi princípio, uma ordem, também, na propnanatureza. ~ natureza e
como ocorrendo sempre na exata megjda das nect~ss\dades. soc~s- .~.~ ,:t, 'composta, para ele, por classes de fen6menos- ô1'Wnados de forma
human~. Isto invalida completamente a P.!!.sc~ de qualquer conheci-v ~ ~ "«~ imutável e inexorável e cabe à CIênCia, apenas, apreender e descrever
-b ~ que ~ a dúvidas sobre questões que n algum mome~t.o forau: <'"~_ ~ "-\.~'" " t~l ordem.
respondidas
. d d
de forma a trazer alguma certeza e/ou utilidade a
~ ~
.».J.t,
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(
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o os os acon
tecimentos reais compreendendo
,
os de
socie a e, . \:, ,"'_' 1\ ~IJ nossa própria existência individual e coletiva, estão sempre sujeitos
Numa análise mais cuidadosa, no entanto, esta ~Earente 1l1~oe- '(~ ~( . a relações naturais de sucessão e de similitude essencialmente indep~n-
t.ência desaparece ~ se se compreende que o conhecIme~to possIve~~,)- • (.~~"t: dentes de nossa intervenção." .! \. , ,"E.mb~r~ essa ordem .tenha .sIdo
s~ atém aos fatos taIS c0t;2..0~e apresen~am_e .na exata medId~ da capa- ~'\ "*~ j ignorada por muito tempo, seu impeno inevitável nem po: l~SO .delxo~
CIdade humana de relacIOna-los segundo leIS, o que permIte ao ho- ~<;~;
~ de tender a regular, sem que quiséssemos, toda nossa existência, pri-
mem satisfazer sua curlosidadê,'êIescrever, pl:ever e controlar os fenô- . ,lc, J meiro, ativa, e, em seguida, contemplativa ou mesmo afetiva. Na
menos segundo suas necessidades. Nes:e. sentido, embora. permaneçam -" _~~.' -,\:.. medida em que a conhecemos, nossas concepções se tornaram menos
as afirmações de Comte sobre a relatlVlda~e do cO~,hecImento, est~s *'-t; ..'i- '\:\~' vagas, nossas inclinações menos caprichosas, nossa conduta m~nos
passam a ~e in~orporar em um qu~dro mars g~ral, ]a gJle--..O, ~,onhecI- ('~? ' ,~arbitrária. Desde que aprendemos seu conjunto, tende a regularizar,
m~btIdo e sempre o conheCll1J.ento POSSIV~LX--Jl.~ÇJ;~.ssano~m~~('i.:"" '~: em todos os gêneros, a sabedoria humana, apresentando se~pre .n~ssa
ppder ser, portanto, qualquer outro.. ~<'t. ~.~. ~ economia artificial como um judicioso prolongamento dessa irresistivel
~ Mais do que isto, segundo Bréhier (1980) e Kolakowski (1972), ~l.'t\ ~ economia natural. Esta é preciso estudar e respeitar, para chegar a
o reconhecimento de que o conhecimento científico é relativo às neces- ~' aperfeiçoá-Ia. Mesmo naquilo que nos oferece d~ v~r~ad.ell'am~nte
sidades é o que permite 'a Comte retirar do conjunto do conhecimento ~ fatal, isto é, de não modificável,. essa orde~ exterIor ~ I~dlsªens?v~l
científico os resultados que lhe parecem incompatíveis com aquilo ' para a direção de nossa existênCIa, a despeito das recnrrnnaçoes a.rtI-
que ele acredita ser a ordem da natureza que tais conhecimentos ficiais de tantas inteligências orgulhos~s." ( ... ) "Incapazes ~e cnar,
deveriam expressar, Com te recusa-se, por exemplo, a aceitar a teoria só sabemos modificar, em nosso proveito, ~ma O!:dem esse,ncl~lmente
da eV.Qlucão, já que esta impede classificações permanentes. superior à nossa influência. Supondo possível a independência abso-
É;éhier afirma: "Cornte condena estas pesquisas como sendo luta, sonhada pejo ~rgulho :netafí~i~o, percebemo~ logo que, longe d:
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contrárias à positividade verdadeira" (. , .) "as pesquisas que podem
90 ..
melhorar nosso destino, ela impediria todo florescimento real de noss
391
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fenômenos, d~is gêneros de dências naturais: umas, abstrata~J gerais,
existência, até mesmo privada." ( ... ) (Discurso preliminar sobre o
tendo por objeto a descoberta das leis que regem as diversas classes
conjunto do positivismo, p. 110.)
de fenômenos e que consideram todos os casos possíveis de conceber;
Estes trechos deixam clara a completa recusa de Comte em ad-
outras, concretas, particulares, descritivas, designadas, ?)gumas vezes
mitir a indeterminação ou acaso em qualquerten6meno da natureza
sO,bo nome de ciências naturais propriamente ditas,e .Que çQnsistem
é'Comfe afIrma ser·T. .. )" aberração radicaCcí"e-quase todos os geo-
na aplicação dessas leisà histéÍria efetiva dos dife.rentes seres existen- Lf-JI
metras atuais" ( ... ) "o pretenso cálculo do acaso, em que se supõe
te!. As primeiras, são, poJs, fundamentais,seI1dQ.A ,ela§. gUEi.._~
necessariamente que os Jatos correspondentes não seguem lei algu-
curso nossosestudosse limitarão. As outras, seja gualfor, suaim-
ma". (Discurso preliminar sobre o conjunto do positivismo, p. 109.)
portãnçia!sã<i'~,çle fato -ªQi:!nas_secundáriãs e=rião devem, Eor. conse-
Entretanto, Comte S~2?~.,.gEa':l~,,,9.~""E-?ssi~~_mdade
diferentes do homem
guinte, fazerEart~u dtlm trabalho êuJã ..êxte11são extrema nos .obrig§!.
intervir nesta natureza rigidamente ordenada. Esta possibilidade é -----:-(:"'~~ ~~."== =:.=,:=-=.,.= ••
:=,!",,,,,=-=~
a reauzir ao mínimo seu desenvolvimento possível." (Curso de filo-
maior em relaçao'aos fenÔmenos-referentes à existência do homem
sõíia -positiva, 2.a iição,'IV.)· '- .
{individual ou coletiva) e menor em relação aos fenômenos não dire-
Para as ciências fundamentais, e segundo uma ordem que é da
tamente vinculados à existência humana, chegando a zero na astro-
própria natureza, Comte estabelece uma classificação que obedece
nomia, que diz respeito aos fenômenos mais gerais da -natureza e,
ao grau de simplicjgage egel1eralidade do objeto a que cada ciência
também, mais distantes do homem. Porém, mesmo as modificações
fundamental se refere. Assim, sua classificação se inicia com as ciên-
possíveis não passam, para Comte, de modificações secundárias nos
cias que se ocupam dos fenômenos mais simples e mais distantes dos
fenômenos, jágue não criam uma nova ordem e não podem alterar
homens e que são, também, os 111als"geraíS.Üs fe11ômenos mais sim-
a, lei que re.g~m.,º_:?~i~IlÔni~D_OS.
Por isto, Comte enfatiza e critica-a
ples e mais gerais il}fluenciam oSfiãISpai:ticulares e mais complexos
falsa noção que estas transformações secundárias freqüentemente
e, por isto, o conhecimento destes supõe o conhecimento necessa-
geram. A noção de ue, se é possível controlar e transformar fenô-
rio dos primeiros. Esta ordenação constitui~se;' para tomte, numa
menos, estes não seriam, então, SUjeItos a eIS ImutaveIs. estas 1)(
noções de ordem na natureza eda imutabilidade de suas leis e de
-b (hierarq\lla ngldaJe que tem (l1~a só i!}reçao-:\,não havendo a possi-
bilidade de gue os fenômenos mais particulares, como!. por ex~mplo,
uma conseqüente ordenação do conhecimento, Comte propõe uma
classificação para as ciências. Esta classificação está fundamentada
'?Lfel1ª~D.Q§~~1,lJmifº-~,,-ex~.!:9a~-.-9.,ual9. uer"Tn1Tuên~ii' ~o'5relen6me-
_~os mais gerais, como, por exemplo, os fenômenos físicos. -
no que concebe como sendo o c;bjetivo das ciências - Q... estabeleci-
mento das leis que regem os fenômenos - e' gue, para Comte, nao- Num primeiro momento, Comte hi~Erquiza cinco ciências fun-
pode ser confundida com 'o objetivo 'das artes (da' tecno16gia) de
U
damentais, com o intuito de esclarecer e aplicar seus cntérios de
buscar aplicação prática imediata para o conhecihlento. c1asslficação: "Como resultado dessa discussão, a filosofia positiva
se encontra, pois, naturalmente dividida em cinco ciências fundamen-
"É, pois, evidente que, depOIS de ter concebido, de maneira
geral, o estudo da natureza como servindo de base racional à ação tais, cuja sucessão é determmada ela subordinação necessária e Ín-
sobre ela, ,o espírito humano deva proceder a pesquisas teóricas, fa- v~mável, undada, independentemente de toda o 1111ao IpO e 1Cã;""'na
zendo completamente abstração de toda consideração prática; por- simp es comparação aprofundada dos fenômenos correspond S~__ a
quanto nossos meios para descobrir a verdade são de tal modo fracos ',~omI~~ ~IC, a Ulmlca", a iIosQ' e, en im, ísica sociã"'
A
que, se não os concentrássemos exclusivamente neste fim, se, na A primeira considera os fen en erais, mais slmp~is~
procura desta verdade nos impuséssemos, ao mesmo tempo, a condi- â stratos e mais afastados da humanidaç!t1 e. gue' i!1fluel1.~iamtodos
ção estranha de encontrar nela uma utilidade prática imediata, quase às outros sem serem influenciados por estes. Os fenômenos conside-,
nos seriam sempre impossível chegar a ela." (Curso de filosofia posi- rados pela últimasao,ao contrário, osmais,parÚçulares, mais comElJ- .
cãCfõ'8,mais concretos e mais diretamente interessantes para o homem;..(/-'·
tiva, 2: lição, lII.)
dependem, mais' ou menos, de todos os precedentes, sem e?,ercer sobr~
A partir ,de.~te suposto, Comte estabelece uma divisão entre
eres influência alguma. Entre esses extremos, os graus de especialida-
, «~iências~r:~~~q~_~;-!:l;_~o.nside!a fun~am!:tiliiisLe. as "ci~ncias
_de, de complicação e de personalidade dos fenômenos vão gradual-
<concretas": 'B preCISO distinguir, em relaçao a todas as ordens de
~,/7
393
392
mente aumentando, assim como sua denendêncía sucessiva. Tal é a
í~ti.ma relação geral que a verdadeira observação filosófica, conve-
nientemente empregada, ao contrário de vãs distinções arbitrárias,
nos conduz a estabelecer e~tre as diversas ciências fundamentais.
Este deve ser, portanto, o plano deste curso". (Curso de filosofia
positiva, 2: lição, X.)
A estas cinco ciências, acrescenta, então, uma sexta, que vem
a ser a base para todas as outrã~cias fundame~tais.
HE, de resto, evidente que, colocando a ç:iência matemática~
topo da filosofia positiva, apenas estamos estendendo ainda mais a
aplicação desse princípio de classificação, fundado na dependência
sucessiva das ciências, resultante do grau de abstração de seus fenô- ()
menos respectivos." ( ... ) "Vê-se que os fenômenos geométricos e --\..e :
1
mecânicos são, entre todos, os mais gerais, ,os mais simples, os mais
abstratos, os riiàis irredutÍveis' e os mais indepenaentes de tôdos .os
ómros,cie que constituem,ao contrário, a base". ( ... ) "Como resuI-
tadOôeIrilruvo temos a matemática, a astronomia, a física, a química,
a fisiologia, e a física social; tal é a fórmula enciclopédica que, dentre
o grande número de classificações que comportam as seis ciências
fundamentais, é a única logicamente conforme à hierarquia natural
e invariável dos fenômenos. Não preciso lembrar a importância desse
resultado, com que o leitor deve familiarizar-se para dele fazer, em
toda a extensão deste curso, uma aplicação contínua." (Curso de
filosofia positiva, 2." lição, XII.)
Uma última característica significativa na proposta de Com te
para ã"êiencla e sua defesa de gue todas as ciências devem se utilizar
"Em todos os fenômenos sociais observa-se, primeiramente, a Sua realidade característica. Para ele, o homem propriamente dito
influência das leis hSlológicas do indivíduo e, ademais, alguma coisa não existe, existindo apenas a humanidade,' já que nosso desenvolvi-
de-particutar que modi1'iêãSeUs efeitos e que provém da açao dos mento provém da sociedade, a partir de qualquer perspectiva que
ifíâmâuos uns so5re"""5s=6ufros:' algoquesecomplicã particularmente se o considere: Se a idéia de sociedade parece ainda uma abstração
na' espécie humana por cau-;; da ação de cada geração sobre aquele de nossa inteligência, é sobretudo em virtude do antigo regime filosó-
que lhe segue. É, pois evidente que, para estudar convenientemente fico, porquanto, a bem dizer, é à idéia de indivíduo que pertence tal
os fenQ.menos sociais, é preciso partir de início do conhecimento caráter, ao menos em nossa espécie. O conjunto da nova filosofia
aprofundado das leis relativas à vi~ividual. Por oútrõlacfo,~essa sempre tenderá a salientar, tanto na vida ativa quanto na vida espe-
sú60rdlnação necessária' C:IõSdóis=es'tudõS-í1ãó prescreve, de modo culativa, a ligação de cada um a todos, sob uma multidão de aspectos
algum, como certos fisiologistas de primeira ordem foram levados a diferentes, de maneira a tornar involuntariamente Tarniliar o íntimo
crer, a necessidade de ver na física social simples apêndice da fisio- sentimento de solidariedade social, convenientemente desdobrado
logia. A..2espeito de os fenômenos serem por certo homogêneos, não para todos os tempos e todos os lugares. Não somente a ativa procura
~ são idênticos, e a separação das duas ciências é duma importância ver- do bem público será, sem cessar, considerada como o modo mais
da~ramente fUnaam~Dtal. Pois seria impossível tratar o estudo co- próprio de assegurar comumente a felicidade privada, graças a uma
létivo da espécie como pura dedução do estudo do indivíduo. por- influência' ao mesmo tempo mais direta e mais pura e, finalmente,
quanto as condições sociais, que1l1()difi~am a ação das . leis fisioló- ,'t:-o mais eficaz; o mais completo exercício possíveldas .tendências gerais
gicas, constituem precisamente a consideração mais essencial. Assim, . . tornar-se-é a principal fonte da felicidade pessoal, ainda q~e não
~ físicasoclal deve J~n9ar-se num c~Q..A~.~~,~~rx~s§~~tr~t~s"",g~e., i devesse trazer excepcionalmente ~utra recomR.~,a_-ª1itD A,(.':,.uma)ne-
lhe s~j§l,J?rQprio, atentando, como convém, para sua íntima relação vitável satisfação interior."U5isc;;;;~-;;b;; o espírito positivà';"2,á'
necessária com a 'fisiologia propriamente dita." (Curso de filosofia parte, XV.)
positiva, 2." lição, IX.) Para Comte, o desenvolvimento da humanidade, que passa pelos
~ Aqui, Comte faz, também, uma distinção entre o indivíduo e o três estados (o teológico, o metafísico e o positivo) resume-se, essen-
coletivo. Caracteriza o homem como ser inteligente e dotado de socic cialmente, no desenvolvimento do espírfto,d~ conhecimento e, n~ste,
bilidade (o que o diferencia dos animais) e reivindica para o coletivo, desenvolvimento, as estruturas básicas da sociedade - a família, a
para o grupo social, uma superioridade perante o indivíduo. É desta propriedade, a religião, a Iinguagern, a relação do poder espiritual e
concepção que decorre sua noção de que os homens, enquanto indi- dopoder temporal (Bréhier, 1980, p. 267) - se mantêm, fundamen-
víduos numa sociedade, existem como substitutos efêmeros de outros talmente, inalteradas. Estas estruturas são considel:adas"'défiüftivas'" e
indivíduos e que, como tal, têm importância, apenasvcomo perpetua- básicas em qualquer estágio do desenvolvimento social, só ocorrendo,
dores da espécie. É este caráter, o de um grupo constantementerno- na passagem de um momento a outro, aperfeiçoamentos em cada
di ficado pela substituição de 'indivíduos particulares, mas que se per- uma delas. Assim, mais uma vez, Com te subordina 11 dinàmicaa uma
pet1!a e que permanece essencialmente o mesmo (apesar dos indivíduos estática, subordina o progresso à ordem; o progresso"'é~m'-~~~o des-
particulares) por garantir a sobrevivência da espécie e por submeter- locamento, um ,~erQ"~i~~.ciami~fuJiiiliu'tur~~~9.ue ,são Rer,enes
se às mesmas leis naturais, que garante, de um lado, a superioridade e lniutáveis. A sociologia .caracteriza-se, então, _pela preocupação em
do coletivo, sobre o individual, de outro lado, a preocupação da socio- descobrir que I'eis 'governam a sociedade e não, pela preocupação'
com a sua transformação. '. '.. .
logia ~;mo'grl1po sõéiat e 'de outro, ainda, a noção de que os obje-
tivos a serem' alcançados pela sociedade são os objetivos relevantes "Não se pode primeiramente desconhecer a aptidão espontânea
ao grupo e não ao indivíduo. Ademais, isto leva à noção de que, no dessa filosofia a constituir diretamente a conciliação fundamental, i
verdadeiro espírito positivo, a felicidade individual é obtida pela ainda procurada de tão vãs maneiras, entre as exigências simultâneas
felicidade. do grupo. da ordem e do progresso. Basta-lhe, para isso, estender até os fenô-
, "O espírito positivo, ao contrário, é diretamente social, tanto menos sociais uma tendência plenamente conforme [I sua natureza
quanto possível, e sem nenhum esforço, precisamente por causa de e que tornou agora muito familiar em todos os outros casos essenciais.
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I"")
ração. Demonstra, com efeito, de uma parte, q..u~,as principaisdifi- liA fé positiva expõe diretamente as leis efetivas dos diversos
culdades sociais não são hoje essencialmente políticas, mas sobretudo fenômenos observáveis, tanto interiores como exteriores; isto é, suas
J mofa[s~ \.de - sorte 'que sua 'solução possível depende, realmente das relações constantes de sucessão e de semelhança, as quais nos permi-
opInIões e 'dos 'costumes; muito 'mais do que as instituições, o .que, tem prever uns por meio dos outros, Ela afasta, como radicalmente !
tendê-a-êxtTi1gUll::~t:Dª-_~ti~;<ra:ae" pútu-rna'dóra,' transformando a, agita- inacessível e profundamente ociosa, toda pesquisa acerca oas"cart:sas
'çaopolÍtié~ em movimento filosófico", (Discurso sobre o espírito po- propriamente di!as"primeitas ou 'finais,' de, quaisquer acontecimentos.
siiívo,2."parte; X.)" - J;:m_§.u_ll~_cJ)Jlce.pçõ'es-te6rk;asi-ela'·expliGa-s.erhp,re_ como .e_"nunc3_.ppr-
SÓ quando. a m<?ral.tiyer co,mp1.etado,sua .evolução poder-se-ia I'
que. Quando, porém, indica os meios de dirigir nossa atividade, ela
pensãr'na"ref6únã--'das institúiçõ'es.· Assim, para Comte, 'às 'únicas faz, pelo contrário, prevalecer constantemente a consideração do fim,
'mudãíiças 'e
'tràií.s'fõ'rm~çõês bem vindas e necessárias são morais, e só já que, então, o efeito prático dimana com certeza de uma vontade
depois de completadas poder-se-ia pensar em mudanças materiais. r
in teligen te". ( ... )
"A tendência correspondente dos homens de Estado a impedir "O dogma fundamental da religião universal consiste, portanto,
hoje, tanto quanto possível, todo grande movimento político encon- na existência constatada de uma ordem imutável a que estão sujeitos
tra-se aliás espontaneamente conforme as exigências fundamentais de os acontecimentos de todo gênerc.' ~. __ºx.d.!m_~,_ao mesmo tempo,
uma situação que só comportará realmente instituições provisórias, g.b.I(;?t.ivq_-~~ü5jê{ivã:Jpor outras palavras, diz igualmeiltrtres]:eíio ao
enquanto uma verdadeira filosofia geral não vincular suficientemente objeto contériiplâdo e ao suj~ito co~templador. Leis físicas supõem,
as inteligências. Desconhecida pelos poderes atuais, essa resistência cõm-eféito',-Ieís"1ógica~7'~êrecTp'í~õCãmêfite:Sê' o nosso entendimento'
instintiva colabora para facilitar a verdadeira solução, ajudando a não seguisse espontaneamente regra alguma, não poderia ele nunca
transformar uma estéril agitação política numa ativa progressão filo- , apreciar a harmonia exterior. Sendo o mundo mais simples e mais
~;6f1ca, dernáneira a s~gu'if,-efifim, .amarcha prescrita 'pela natureza, poderoso que o homem, a regularidade deste seria ainda menos con-
adequada à reorganização filial, 'que'Clêve pri'meTrõ ocorrer 'lias idéiàs 'I ciliável com a desordem daquele. Toda té positiva assenta, pois, nesta
Pa.@~R~~ em~~~guidâãos costumes 'e, finalmente, às'Iri's'tituições". ' ~ntreo objeto e o ;~Tcito:"-(êaiêêís'I1~Opo~'itivT;tã:pp.'
dU]2la Q,~rmC?!.1.i~.
(Discurso sobre o espÍrTtõ'põsltíVo, 2'~ parte, 'Í>n ".. _~'~~'--'--':" 143 e 144.)' ", - - ,- ,--
uartir daí não é ~,~KLc,i1somP!'eender,porque.Col)1te propõe, Por suas concepções a respeito do conhecimento e da sociedade,
ao invés de muêlãi1"çã'snâs estruturas e instituições sociais, mudanças r >
e por sua capacidade de unir em um sistema coerente suas noções, é
que l:e5üTfârfãln emí'aê-üãíã'í1ôvá'religião. Ào invésdé m11'dãr a"vida que Comte é visto como o ,grande representante de uma burguesia
material, mtlda~se:"aêsenvolv'ê,se, trabálha-se a vida' 'mar'àI. Isiõ é ~lJ.a seg,.unda metade do sé'ZuloxT:5C-rá-Fiãvíã-peraTdo'sê~-~aráter
feito 'atiãvé';,'creúm"ã'ri6vã-rê'ltgião, ereligião da' humanidade que, sê libertá rio -e ~g~;;I;t;-~--~v1~:
'âõ-se'"'êntl-incneiràí: -riõ"pôoêr:assu: .
p_~~it~-~;-;~'f9LQLª-~ID.utals~i;~ci~$ál{á~" ~antém" :de' res.t~;:'a· própria "n;i'd~ um"
caráter conservãdü-r:>As 'e'struturas ..econômicas, 'sóéiáis"e
"estrutura das ,religiões
._ _~~ --., ."_<~_.__
-
- cultos, igrejas, _santos, preces etc. - e não
~._ .,_. _..
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põiÍtíéãS -êstabeféc'fêlas poi--esfâburguesia e que lhe permitiam um
interfere nas estruturas da sociedade. contínuo acúmulo de capital, para serem perpetuadas e desenvolvidas
precisavam ser acrescidas de ideário, de um sistema explicativo, que
sê'a 'í-elTg}âõ da 7wn:Zãi1íàade permite
as reformas necessárias ao
afastasse as ameaças contidas nas lutas sociais e políticas emergentes
desenvolvimento do' espírito positivo, ela deve ser perfeitamente con-
e nas propostas de transformação que o próprio capitalismo gerara.
forme com os princípios do conhecimento científico positivo. Com! t :
Comte cumpre este papel com maestria.
admirável coerê~~Tà,' Cornte consegue combinar, Ciência positiva e '
religião positiva. ao erigir em ente supremo da religião da humanida- ,
de, ao sustentar como dogma de sua religião, os princípios e leis imutá- "
"-:, /.,' f·. "
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