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8ª aula

Sumário:
Campo electrostático. Dipolo eléctrico e campo eléctrico dipolar

Campo electrostático

Consideremos duas cargas pontuais Q e q separadas de uma distância r. A força


F que uma carga exerce sobre a outra é

Qq
F=K êr . (8.1)
r2

Como “sabe” uma carga da presença da outra? Ou, mais concretamente, como sabe a
carga q da presença da carga Q? O conceito de campo eléctrico dá uma resposta a esta
questão. Dizemos que a carga Q cria um campo eléctrico em todo o espaço à sua volta.
Nesta perspectiva, podemos pensar que a segunda carga não interage com a primeira
carga (interacção à distância), mas “responde” directamente ao campo eléctrico que
existe no sítio onde se encontra (interacção local). O campo eléctrico desempenha o
papel de “intermediário” na interacção entre partículas carregadas. Define-se o campo
eléctrico criado pela carga Q como o vector1

Q
E=K rˆ . (8.2)
r2

Este vector só depende da grandeza da carga que origina o campo e da distância entre o
ponto onde se quer obter o campo e o ponto onde se encontra a carga. Como mostra a
Eq. (8.2) trata-se de um vector radial que aponta para dentro (para a carga) se esta for
negativa, ou aponta para fora se a carga for positiva.
As duas equações anteriores permitem concluir que o campo eléctrico se obtém
dividindo a força pela “carga de prova” (ou carga-teste), q:

F
E= . (8.3)
q

O campo eléctrico é, portanto, a força por unidade de carga. A força que se exerce numa
carga q localizada num certo ponto é o produto do campo eléctrico nesse ponto pela
carga eléctrica,

F = qE , (8.4)

sendo E o campo eléctrico nesse ponto.


O campo eléctrico num ponto P pode resultar da presença de muitas cargas, mas
não da própria “carga-teste”, q, situada no ponto P, sobre a qual se está a exercer a

1
Representamos o vector unitário na direcção radial indiferenciadamente por ê r , como em (8.1), ou por
r̂ , como em (8.2).

1
força que estamos interessados em estudar. Essa carga fica excluída pois uma carga
eléctrica pontual não exerce força sobre si mesma!
Como vimos na aula anterior, verifica-se o princípio de sobreposição para as
forças que um conjunto de cargas eléctricas exerce sobre uma dada carga eléctrica e a
Eq. (8.3) permite concluir que um tal princípio também se aplica ao campo eléctrico.
Suponhamos que há N cargas pontuais de valor Qi numa região do espaço. Cada uma
produz o campo eléctrico

Qi
Ei = K r̂i (8.5)
ri2

e o conjunto produz o campo

N
E= Ei = E1 + E 2 + + EN . (8.6)
i =1

Na expressão (8.5) cada vector unitário r̂i tem origem numa carga diferente e ri é a
distância dessa carga ao ponto P onde se pretende obter o campo eléctrico Fig. (8.1).

Q2
E3
P E1
r1 E
E2
r̂1 E4
Q1
Q4

Q3

Figura 8.1

Uma vez conhecido o campo eléctrico num determinado ponto, podemos


imediatamente obter a força que actua sobre uma carga colocada nesse ponto pois é
simplesmente o produto do campo pela carga. O campo eléctrico “substitui” todas as
cargas (excepto, claro, aquela sobre a qual queremos conhecer a força).
Muitas vezes é conveniente introduzir um sistema de referência e reportar à
origem desse referencial o vector posicional do ponto onde se pretende saber o campo e
os vectores posicionais das cargas. Na Fig. 8.2 explicitamos estes vectores numa
situação em que há uma só carga. Designamos o vector posicional da carga Q por rQ , e
o do ponto P por rP . O vector posicional do ponto em relação à carga é r = rP − rQ .

2
P E
Q r

S
rQ
rP

Figura 8.2

O campo eléctrico criado em P é, em módulo,

Q Q
E=K 2
=K . (8.7)
rP − rQ r2

A Eq. (8.3) mostra quais são a dimensões da grandeza campo eléctrico e,


portanto, qual a sua unidade no SI: newtons por coulomb (N/C). De facto não é esta a
unidade mais usual mas sim o volt por metro, que é equivalente. A razão para se usar
esta unidade SI só ficará clara na próxima aula quando falarmos de diferença de
potencial.
Em suma, o campo eléctrico criado por uma carga num dado ponto é
proporcional à carga, inversamente proporcional ao quadrado da distância da carga ao
ponto e tem a direcção e sentido da linha que une a carga e o ponto; aponta para a carga
se esta for negativa e no sentido contrário se for positiva. A Fig. 8.3 mostra o campo
eléctrico criado por uma carga positiva Q e pela carga negativa −Q.

-Q
Q

Figura 8.3

O campo eléctrico tem simetria esférica, diminuindo a sua intensidade com o quadrado
da distância. Uma outra maneira muito útil de representar o campo eléctrico é a partir

3
das linhas de força2. Estas linhas indicam, em cada ponto, a direcção do campo
eléctrico. As linhas nunca se cruzam pois, num dado ponto, a direcção do campo
eléctrico é única. A intensidade do campo é tanto maior quando mais densas forem as
linhas. Estas linhas têm origem nas cargas positivas e terminam nas negativas: por isso
se diz que as cargas positivas são fontes de campo eléctrico; ao invés, as cargas
negativas são sumidouros de campo eléctrico. A Fig. 8.4 mostra as linhas de força
correspondentes à situação representada na Fig. 8.3.

Figura 8.4

Quando falarmos de potencial eléctrico, na próxima aula, vamos encontrar uma outra
forma de representar o campo eléctrico.
Se a carga central na Fig. 8.4 se deslocasse ligeiramente todas as linhas de
campo eléctrico se alterariam. E se a carga oscilasse também o campo − que já varia no
espaço − iria variar no tempo para além de se alterar também no espaço. Ter-se-ia então
uma onda electromagnética (embora estejamos apenas a referir-nos à “parte eléctrica”
dessa onda). Naturalmente que qualquer alteração na carga só vai ter efeito na força que
se exerce numa outra carga colocada à distância decorrido algum tempo. A onda não se
propaga instantaneamente como vimos em aulas anteriores. Este atraso entre a
“emissão” e a “recepção” não pode ser descrito no quadro estrito da lei de Coulomb. É
necessário juntar a esta outras leis que descrevem os fenómenos eléctricos e magnéticos.

Dipolo eléctrico e campo eléctrico dipolar

Um par de cargas de igual valor mas de sinais contrários, localizadas perto uma
da outra, formam um dipolo eléctrico. Os dipolos eléctricos são muito importantes, por
exemplo, em química. De facto, muitas moléculas apresentam dipolos eléctricos. A
molécula de água, embora seja electricamente neutra, tem um pequeno excesso de carga
negativa junto dos átomos de oxigénio e um correspondente excesso de carga positiva

2
Seria eventualmente mais apropriado dizer “linhas do campo” em vez de linhas de força, pois estamos a
falar de campo eléctrico e não de força electrostática. Contudo, a expressão linhas de força está
consagrada.

4
junto do átomo de hidrogénio. Muitas das propriedades de moléculas, tais como a da
água, que apresentam dipolos eléctricos, bem como as suas interacções com as
moléculas vizinhas, explicam-se a partir do seu carácter dipolar eléctrico. O dipolo
eléctrico da água tem a ver com os átomos que constituem a molécula e com a sua
geometria. Ora, há moléculas que não apresentam dipolos eléctricos, como a de O2.
Contudo, a presença de um campo eléctrico, pode induzir dipolos nessas moléculas bem
como em átomos: por acção do campo o centro de carga eléctrica negativa deixa de
coincidir com o centro de carga eléctrica positiva. Quando os dois centros de carga não
coincidem, forma-se um dipolo eléctrico.
No lado esquerdo da Fig. 8.5 representa-se esquematicamente um dipolo
eléctrico. As duas cargas Q e −Q estão afastadas de uma distância l e o ponto P onde se
pretende conhecer o campo eléctrico tem vector posicional r+ e r− relativamente a cada
uma das cargas.

z P

r+
E
Q r−
l/2 l E'

ο θ
l/2
-Q

Figura 8.5

O campo eléctrico no ponto P é a soma dos campos criados por cada uma das cargas
eléctricas, ou seja:

Q Q
E=K r̂ − 2 r̂− .
2 +
(8.8)
r+ r−

As linhas de força estão representadas no lado direito da Fig. 8.5. Sobre um ponto do
eixo dos zz o campo eléctrico tem a seguinte expressão analítica:

Q Q 2 pr
E=K − k̂ = K k̂ (8.9)
(r − l / 2 ) (r + l / 2 )
2 2
(r − l 2 / 4)2
2

(o versor k̂ tem a direcção do eixo dos zz). Para escrever a última expressão utilizou-se
a definição de momento dipolar eléctrico:

p = Ql (8.10)

5
que é o produto da carga eléctrica Q pelo vector posicional da carga positiva
relativamente à negativa, l .
Quando r >> l , ou seja, longe da região do dipolo, o denominador da expressão
(8.9) reduz-se a r 4 e o campo eléctrico sobre o eixo e longe do dipolo fica

2
E≈K p. (8.11)
r3

Notar que o campo eléctrico dipolar diminui mais rapidamente do que o campo eléctrico
de uma só carga (campo monopolar): o primeiro depende de 1 / r 3 como acabámos de
ver e o primeiro vai como 1 / r 2 como mostra a expressão (8.2).
É importante sublinhar que a dependência com 1 / r 3 se mantém mesmo quando
se considera um ponto fora do eixo dos zz, desde que esteja suficientemente afastado do
dipolo.
Um outro aspecto que é importante sublinhar é que o campo eléctrico dipolar
depende da carga Q e da distância l unicamente através do momento dipolar. O que
“conta” é o produto Ql e não propriamente cada um deles de forma independente.
Em breve reencontraremos o dipolo a propósito do potencial.

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