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ESQUEMA
1. O TEMA DA PREVENÇÃO
1.1 O Conceito de Prevenção Indicadause of the term "preventive" to measures, ac?
tions, or interventions that are practiced by or on
persons who are not, at the time, suffering from any
discomfort or disability due to the disease or condi?
tion being prevented. This
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Atualmente vem sendo proposta uma tipologia quadrilateral, ainda em discussão, da Prevenção,
que adicionaria mais uma classificação ao lado das três originais: a Prevenção Ambiental. Há duas
interpretações possíveis dessa nova categoria. Foxcroft (2013), por exemplo, defende que a
Prevenção Ambiental não é um novo tipo de Prevenção, mas sim um atributo operativo, dado que a
tipologia da Prevenção é baseada no público-alvo, e não no formato operativo da intervenção - i.e.
intervenção preventiva em momentos do desenvolvimento, intervenção preventiva via informação,
intervenção preventiva no ambiente. Burkhart (2013), por sua vez, defende a acepção da tipologia
quadrilateral, entendendo que a Prevenção Ambiental não é um atributo operativo, mas sim uma
forma (no sentido grego, i.e.: categoria, tipo), na medida em que seu público-alvo é o ambiente, ou
seja, a saúde de um determinado ambiente. Mesmo que não tenha a ver com o objetivo deste
trabalho, o conceito de prevenção ambiental faz-se digno de nota, principalmente na forma da
interpretação de Burkhart, para um pensamento posterior sobre este assunto, dado ser uma visão
bastante contemporânea e interessante.
demarcou-se a importância de rejeitar a tipologia bilateral e adotar a tipologia
trilateral de prevenção na área de manejo dos transtornos mentais. Sobre o conceito
de Prevenção Indicada e sobre a prevenção da esquizofrenia em específico, o IoM
se posicionou nos seguintes termos:
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O lexema <fenômeno> está aqui entre aspas, pois chamar a psicose de fenômeno poderia dar a
entender que a mesma seria, se não um fato natural, algo que acontece na realidade, para além de
qualquer conceituação ou redução epistemológica. Como se procurará demonstrar mais à frente, um
“fenômeno”, no sentido da fenomenologia Husserliana tal como exposta por Fuchs (2007), é uma
construção discursiva, que não significa, como a pensa uma doxa, “a descrição de algo que
acontece, da forma que esse aparece”, mas está ancorado em um método complexo, que implica,
sim, em uma redução, como toda a epistemologia. Além disso, por mais que a pesquisa
fenomenológica das vivências anômalas de base seja baseada na epoché (redução transcendental),
o que pode parecer reduzir um pouco o peso da psicose enquanto construção social, o fato é que é
impossível fugir da cultura; para um índio brasileiro do ano 1200, por exemplo, o que chamamos de
vivências anômalas do self, etc., por mais que pudesse ser uma questão para aquele que vivencia,
dificilmente seria assunto de um debate, muito menos de um artigo escrito, e menos ainda de um
debate nos moldes científicos. Isso não significa também, como alguns poderiam pensar, que a
psicose é um fenômeno puramente cultural. De fato, como vivência, ainda que o método da
psicopatologia fenomenológica seja fundamentalmente uma tentativa de transmitir o intransmissível,
i.e., a experiência (o que realiza de forma suficientemente eficaz), se fosse possível falar de vivências
fora da linguagem a não ser de forma alusiva e remota, a psicose existe em todas as culturas, porém,
mesmo para “provar” isso, é necessário o uso de um lógos criterial e de um método de verdade
baseado no inquérito, o que implica, per se, em uma g essa verdade “comprovada”.
enealogia d
“prevenção da esquizofrenia ou prevenção da psicose?”.
No item 1.2, na citação do texto de Mrazek e Haggerty (op. cit, p. 25), uma
frase salta como uma questão: “Atualmente, a maior esperança para a prevenção
da esquizofrenia repousa sobre as Intervenções Preventivas Indicadas”. Como já foi
dito, falar de prevenção de alguma coisa, implica em dar resposta a três perguntas
básicas; uma dessas: quem é a população em risco?. Pode-se reformular esta
pergunta, agora com base no conceito de Prevenção Indicada, já exposto aqui,
dizendo: quem são os indivíduos em risco?, pois já foi dito que a Prevenção
Indicada é o único dos três tipos de prevenção que implica na avaliação do risco
individual para algum empobrecimento na saúde em particular. Porém, existe
alguma forma de avaliar o risco individual para o empobrecimento na saúde
específico ou particular representado pela esquizofrenia?
No geral, a psiquiatria aceita que a esquizofrenia é um tipo de patologia que
possui uma fase pré-inicial, chamada fase prodrômica. De fato, não é impossível
intuir que um indivíduo esteja vivendo um pródromo esquizofrênico, por uma série
de sintomas que são observáveis nessa fase. Porém, por definição, pródromo é um
termo aposteriorístico (i.e., só se pode falar em pródromo de maneira retrospectiva,
quando o quadro esquizofrênico já está plenamente instaurado).
Segundo Phillips, Yung e McGorry (1994), um dos primeiros objetivos da
grupo de pesquisa de Melbourne (PACE Clinic) foi justamente testar se era possível
prever a instauração da esquizofrenia tomando como base a definição dos sintomas
de fase prodrômica, que foram primeiramente formalizados no DSM-III e
aprimorados no DSM-III-R em nove critérios, dentre os quais pelo menos dois
deveriam ser preenchidos para a categorização da esquizofrenia prodrômica. Esses
estudos iniciais encontraram uma série de problemas com estes critérios.
Primeiramente, viu-se que os sintomas prodrômicos atribuídos à esquizofrenia
(como retraimento social, comportamento peculiar, afeto embotado ou inapropriado,
crenças estranhas, etc.) eram demasiado inespecíficos, estando também presentes
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Atenção, após esta reflexão, a resposta pode ser: nenhuma das duas.
em pacientes com outras transtornos atualmente incorporados ao espectro
esquizofrênico (incluindo alguns transtornos de personalidade), com o transtorno
bipolar, o transtorno delirante, a depressão com sintomas psicóticos, os transtornos
psicóticos não-especificados, etc. Outro problema encontrado foi que, em estudos
populacionais, entre 10 e 50% de todos os entrevistados poderiam ser
diagnosticados com esquizofrenia prodrômica.
Assim, como afirmam Ruhrmann, Schultze-Lutter e Klosterkötter (2003
PROBLEMAS:
1 Atualmente vem sendo proposta uma tipologia quadrilateral, ainda em discussão, da Prevenção,
que adicionaria mais uma classificação ao lado das três originais: a Prevenção Ambiental. Há duas
interpretações possíveis dessa nova categoria. Foxcroft, 2013, por exemplo, defende que a
Prevenção Ambiental não é um novo tipo de Prevenção, mas sim um atributo operativo, dado que a
tipologia da Prevenção é baseada no público-alvo, e não no formato operativo da intervenção - i.e.
intervenção preventiva em momentos do desenvolvimento, intervenção preventiva via informação,
intervenção preventiva no ambiente. Burkhart (2013), por sua vez, defende a acepção da tipologia
quadrilateral, entendendo que a Prevenção Ambiental não é um atributo operativo, mas sim uma
forma (no sentido grego, i.e.: categoria, tipo), na medida em que seu público-alvo é o ambiente, ou
seja, a saúde de um determinado ambiente. Mesmo que não tenha a ver com o objetivo deste
trabalho, o conceito de prevenção ambiental faz-se digno de nota, principalmente na forma da
interpretação de Burkhart, para um pensamento posterior sobre este assunto, dado ser uma visão
bastante contemporânea e interessante.
2 O lexema <fenômeno> está aqui entre aspas, pois chamar a psicose de fenômeno poderia dar a
entender que a mesma seria, se não um fato natural, algo que acontece na realidade, para além de
qualquer conceituação ou redução epistemológica. Como se procurará demonstrar mais à frente, um
“fenômeno”, no sentido da fenomenologia Husserliana tal como exposta por Fuchs (2007), é uma
construção discursiva, que não significa, como a pensa uma doxa, “a descrição de algo que
acontece, da forma que esse aparece”, mas está ancorado em um método complexo, que implica,
sim, em uma redução, como toda a epistemologia. Além disso, por mais que a pesquisa
fenomenológica das vivências anômalas de base seja baseada na epoché (redução transcendental),
o que pode parecer reduzir um pouco o peso da psicose enquanto construção social, o fato é que é
impossível fugir da cultura; para um índio brasileiro do ano 1200, por exemplo, o que chamamos de
vivências anômalas do self, etc., por mais que pudesse ser uma questão para aquele que vivencia,
dificilmente seria assunto de um debate, muito menos de um artigo escrito, e menos ainda de um
debate nos moldes científicos. Isso não significa também, como alguns poderiam pensar, que a
psicose é um fenômeno puramente cultural. De fato, como vivência, ainda que o método da
psicopatologia fenomenológica seja fundamentalmente uma tentativa de transmitir o intransmissível,
i.e., a experiência (o que realiza de forma suficientemente eficaz), se fosse possível falar de vivências
fora da linguagem a não ser de forma alusiva e remota, a psicose existe em todas as culturas, porém,
mesmo para “provar” isso, é necessário o uso de um lógos criterial e de um método de verdade
baseado no inquérito, o que implica, per se, em uma g essa verdade “comprovada”.
enealogia d
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SUSSER, Mervyn; SUSSER, Ezra. Choosing a Future for Epidemiology: I. Eras and
Paradigms. American Journal of Public Health, v. 86, n. 5, p. 668-673, 1996a.
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1380474>. Acesso
em: 20 abr. 2018.
OMRAM, Abdel R. The Epidemiologic Transition: A Theory of the Epidemiology of
Population Change. The Milbank Memorial Fund Quarterly, v. 49, n. 4, p. 509-538,
1971. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11246833> . Acesso
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PHILLIPS, Lisa J.; YUNG, Alison R.; MCGORRY, Patrick D. Identification of young
people at risk of psychosis: validation of Personal Assessment and Crisis Evaluation
Clinic intake criteria. Australian and New Zealand Journal of Psychiatry, v. 34, n. S2,
p. S164-S169, 2000. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11129303> . Acesso em: 15 abr. 2018.
MRAZEK, Patricia J.; HAGGERTY, Robert J. (Eds.). Reducing Risks for Mental
Disorders: frontiers for preventive intervention research. Washington D.C. (US):
National Academy Press, 1994.