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Defensoria Pública – MG

TUTELAS COLETIVAS

Professor José Roberto Mello Porto

AULA 01

24/08/2018

Bloco 12

Nesse último bloco vamos tratar sobre as formas de resolução desses conflitos
coletivos.

1º. Termo de Ajustamento de conduta (TAC)

O Termo de Ajustamento de conduta está expressamente previsto na lei de ação


civil pública, que é um acordo, antes do ajuizamento da ação, que vai ser uma espécie
de transação na tutela coletiva. O conteúdo do TAC é o chamado CAC ou CACEL que
seria o compromisso de ajustamento de conduta as exigências legais.

Um legitimado para a fixação, formalização de um TAC vai entrar em acordo com


aquele possível réu para tentar desfazer aquele ilícito.

São os legitimados os órgãos públicos. Podemos inserir aí, além dos entes
federativos, as autarquias e fundações públicas, além do MP e a DP.

A natureza jurídica desse TAC é de título executivo extrajudicial, logo, se


descumprido pode ser prontamente executado.

Quem são os legitimados para execução desse TAC? Há duas correntes, mas o
STJ já tranquilizou o assunto dizendo que qualquer um desses citados podem ser

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legitimados para formalizar o TAC. Mesmo que o TAC não seja formalizado por eles,
poderá ser executado, exemplo, um TAC é formado entre MP e um indivíduo, pode a
DP ajuizar a execução se esse TAC for descumprido.

Pode ajuizar uma ação se já houver um TAC? Poderia ajuizar uma ação civil
pública ou para completar o TAC ou caso o TAC houvesse um vício, algum problema
de nulidade, de validade, reconhecendo essa nulidade partir para uma tutela judicial. Se
não for uma dessas formas, faltaria interesse de agir, pois já há um titulo executivo
extrajudicial. Hoje com o NCPC, existe previsão expressa de que mesmo havendo um
titulo executivo extrajudicial, o beneficiário daquele titulo poderia ajuizar uma ação de
conhecimento.

O TAC não precisa ser homologado pelo conselho superior do MP, questão
menos relevante para prova da DP.

É possível um acordo no bojo, no meio de uma ACP? O problema que nós temos
aqui é que o legitimado não é o titular do direito material, pois aqui há uma substituição
processual. Assim sendo o legitimado não pode dispor desse direito material, porém é
possível que se realize um acordo sob a forma de cumprimento daquele direito. Mesmo
se tratando de um direito indisponível, podemos entender que é transacionável.

Podemos usar aqui como argumento de reforço a lei de arbitragem, que diz que
existem direitos indisponíveis transacionável e não transacionáveis.

Se o litigio coletivo não for resolvido em um TAC extrajudicialmente, e nem em


um acordo judicial, ao final do processo vai haver uma sentença que vai formar uma
coisa julgada coletiva. Essa coisa julgada coletiva tem algumas peculiaridades:

 Sobre a sua eficácia subjetiva, quem é que vai estar vinculado a essa coisa
julgada? A resposta está no art. 103 do CDC, que diz expressamente, que se
tratando de direito difuso, a coisa julgada se dá erga omnis.

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa
julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de


provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com
idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do
parágrafo único do art. 81;

II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo


improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando
se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;

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III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas
as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art.
81.

§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão


interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo,
categoria ou classe.

§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os


interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes
poderão propor ação de indenização a título individual.

§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13
da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de
indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na
forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as
vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução,
nos termos dos arts. 96 a 99.

§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

 Se tratar de um direito coletivo em sentido estrito, a coisa julgada se opera ultra


partes, ou seja, além daquelas partes que participaram do processo.
 Quando de direito individuais homogêneos, a lei fala que se trata de uma coisa
julgada erga onmis, embora a doutrina busque corrigir essa expressão,
considerando que aqui seria o caso de uma coisa julgada ultra partis, e para o
professor, de fato seria pois não se vincula todas as pessoas, mas sim aquelas
que tenham efetivamente participado ou que tenham sido representados
naquele processo.

OBS: STJ entende que a coisa julgada se da erga omnis mesmo que não haja
publicação daquele edital do art. 94 do CDC.

Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de
ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de
defesa do consumidor.

Além desse ponto a coisa julgada coletiva tem uma característica especial, que
é se dar secundum eventum probationis, ou seja, ela depende do grau de prova, do grau
de conhecimento que foi realizado naquela ação coletiva. A ideia da lei é a seguinte:

 Nos direitos difusos e nos direitos coletivos em sentido estrito, se houver


improcedência da ação em razão da ausência ou insuficiência de provas
será possível a repropositura daquela ação.

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Há aqui uma preocupação, não pelo mérito propriamente, mas o que faltou nas
provas, é possível a repropositura, em advindo outras provas, prova nova. Há quem
sustente que prova nova é aquela cronologicamente nova, e há quem diga que seria
uma prova diferente daquelas eu foram debatidas na primeira ação.

O que temos que ter em mente é que uma ACP para tutelas de direitos difusos
ou coletivos se julgada improcedente pela falta de provas, ela pode ser reproposta,
inclusive pelo mesmo autor. Ideia aqui é priorizar o mérito.

Essa ideia só existe para tutelas de direitos difusos e coletivos. Nos direitos
individuais homogêneos a lei não prevê esse tipo de coisa julgada secundum eventos
probationis. Justamente por isso o STJ entende que em se tratando de ACP sobre direito
individuais homogêneos não seria possível a repropositura da mesma ação por falta de
provas.

Outra característica:

 Ela se da também, secundum eventum litis in utilibus, que significa que a


coisa julgada material vai se dar apenas de acordo com o resultado do
processo coletivo.

Nós só ficamos vinculados a coisa coletiva se ela for favorável ao indivíduo, a


única exceção para isso, é naquela hipótese do art. 94 do CDC que seria o caso de
litisconsorte.

A coisa julgada coletiva também tem outro aspecto:

 Limitação territorial da coisa julgada:

Isso se da pois o art. 16 da lei ACP diz que aquela coisa julgada só beneficia os
sujeitos que residam nos limites da competência territorial do órgão julgador. Isso é
muito criticado pela doutrina por conta dos princípios da máxima efetividade da tutela
coletiva, por conta de uma diferenciação, falta de apuro técnico entre os conceitos de
competência e coisa julgada. Justamente por isso existe decisão do STJ da quarta
turma, entendendo que o que importa é a extensão do dano e o objeto do processo. Por
conta disso esse artigo já foi afastado pelo STJ, mas há uma divergência dentro do
próprio STJ.

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Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado
improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

Além disso, em se tratando de ação civil pública movida por uma associação, o
STF e o STJ entendem que essa limitação territorial se aplica. Então os associados que
residam no limite da competência territorial daquele órgão julgador é que podem de fato
se beneficiar da coisa julgada.

Formada a coisa julgada coletiva, vamos partir para a liquidação de sentença.

Essa liquidação pode se dar pelo próprio legitimado coletivo, quando se tratar
de direitos difusos ou direitos coletivos, ou pode se dar pelos beneficiários individuais,
em se tratando de direitos individual homogêneo. Ainda sobre a liquidação, segundo o
STF e o STJ, pode se dar no domicilio do próprio exequente.

Liquidada a sentença coletiva, partimos para a etapa de execução da sentença


coletiva que pode se dar de 3 maneiras:

 Execução coletiva da sentença coletiva, ou seja, por um próprio


legitimado coletivo em favor da coletividade.
 Execução individual, que é feita pelo beneficiário individual a favor dele
próprio, na forma do art. 97 do CDC.
 Execução pseudo coletiva, ou seja, ser executado por um legitimado
coletivo em favor dos indivíduos, em se tratando direitos individuas
homogêneos, na forma do art. 97 do CDC.

Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela


vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.

Parágrafo único. (Vetado).

É importante lembrar que existe a previsão, no caso de execução de sentença


que versa sobre direito individual homogêneo, do art. 100 do CDC, que é a execução
por fluid recovery, passado um ano da formação daquela coisa julgada, o MP ou outro
legitimado vai olhar o panorama geral das execuções, e vai analisar se tem sido
adequado o grau de execução em comparação com o tamanho do litigio. Se ele
entender que é incompatível, o MP pode executar essa sentença e reverter esse valor
para um fundo, onde fica reservado esses valores. Forma de não gerar uma certa
impunidade.

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