Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
"Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre
o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o
juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de
dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão
impostas
sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em
virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo.” (BRASIL, 2006)
Dado como outro exemplo, a Lei n. 9.472 de 16 de julho de 1997 que tipifica
como crime o fato de “desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação”,
estando estabelecido o valor da multa.
EXECUÇÃO DA MULTA
A Lei n. 9.268, de 1º de abril de 1996 alterou a redação do art. 51 do Código
Penal Brasileiro.
Greco (2018) aduz que a nova alteração veio dirimir duas vicissitudes em
relação à conversão da pena de multa. A primeira relaciona-se ao problema da
“superlotação” do sistema carcerário, ou seja, os condenados por crimes “leves” eram
sujeitos a dividir o espaço físico com outros em condições esdrúxulas e até mesmo
com os condenados de infrações penais graves, agravando-se, portanto, o número da
população carcerária no país e da violência dentro dos presídios. A segunda é
caracterizada por um aspecto socioeconômico, em virtude de que apenas os
condenados pobres, que possuíam uma renda financeira insuficiente, eram
encarcerados por não terem o valor equivalente da pena de multa, sendo esta
convertida para a privativa de liberdade, gerando sensações de impunidade e
injustiça. Os dois aspectos foram superados por conta da nova redação do artigo 51
do Código Penal.
“Hoje, com a nova redação dada ao art. 51, já não se pode falar em conversão
da pena de multa em privação de liberdade. A multa, embora de natureza
penal, é considerada dívida de valor, devendo ser aplicada na sua cobrança
as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, ou seja, a Lei de
Execução Fiscal, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição. ” (GRECO, p. 679, 2018)
Outra controvérsia que envolveu a execução da multa penal fora em
relação a discrepância entre o art. 50 do Código Penal e a Lei de Execução Penal. O
Código Penal estabelece que a multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de
transitada em julgado a sentença, todavia, a Lei de Execução Penal define que o
Ministério Público, de posse da certidão da sentença penal condenatória, deverá
requerer a citação do condenado para, no prazo de 10 dias, pagar o valor da multa,
ou nomear bens à penhora.
REFERÊNCIAS
______. Lei nº 9.472 de 16 de julho de 1997: lei que dispõe sobre a organização dos
serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e
outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995.
Brasília: Congresso Nacional, 1997.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal. 17. ed., São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2011.
GRECO, Rogério. Curso de direito penal. Parte geral. 20. Ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2018.