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Identificação do(a) perito (a) judicial: André Alberto Breno da Fonseca - CREMESP 128885
Acompanha irmã adotiva e procuradora de pericianda: Célia Regina da Silva Cruz, RG 24208101-0
Gênero: feminino
Endereço: Rua do Caminho São José, 173 – casa 13 – Rádio Clube – Santos/SP
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IV – Procedimentos realizados:
Seu primeiro afastamento foi por danos morais. Estava trabalhando, teve um problema com uma moça, que a xingou do píer ao canal 4.
Aguentou tudo calada, mas começou a passar mal e não viu mais nada. Quem a socorreu foi o encarregado. Bateu a cabeça e ficou afastada
desde então, não deixando ela mais trabalhar.
Sempre que ia voltar, começava a ter convulsões. Já tinha antes, mas vinha controlando. De dois anos para cá, sua situação agravou
mais. De dois anos para cá, perdeu a casa.
O que mais a fez agravar foi ter que voltar a trabalhar com o braço ruim. Mas como ficou ruim na rua, teve outro AVC na rua.
Com o AVC, perdeu movimento do braço direito (parte dele) e arrasta a perna e perdeu parte da vista do lado direito.
Está com dificuldade na memória, não se lembra de número de contas, de senhas, nem nada. Os remédios têm ajudado ela.
Relatos objetivos:
Há uns anos, era casada e sofria agressões do marido. Houve uns aborrecimentos no trabalho e acabou sendo afastada. Ela toma
vários remédios. De um tempo para cá, vem agravando cada vez mais. Ela tem lapsos de esquecimentos, ela chora, não sabe onde está, fica
perdida e tem que ligar para buscar ela onde ela está.
Ela tem dois filhos problemáticos que encara como mortos. Um desses filhos foi preso e, por causa disso, teve AVC.
Nega ter tomografias anteriores, pois perdeu na casa do morro que desabou.
Seu dia-a-dia é de acordar de manhã, tomar os remédios e ficar mais deitada. Passa o dia assim.
- Concessão de benefício Aposentadoria por Invalidez – DIB: 05/12/2008 – DCB: 22/09/2019. Recebendo mensalidade de recuperação 18
meses.
- Revisão de Aposentadoria por Invalidez – Data do exame pericial: 22/03/2018 – Decisão: Cessação do benefício – Motivo: não constatação
de invalidez. – DCB: 22/03/2018.
- Atestado de 15 dias de afastamento do trabalho - Dr. Kleber Zuniga – CRM 130.865 – CID: F33 + F40.1. Data: 10/04/2018.
- Parecer Psiquiátrico – Dr. Kleber Zuniga – CRM 130.865 – CID: F06.2 + F43.2 + F33 + F40.1 + F41.0. Data: 25/04/2018.
- Atestado de 30 dias de afastamento do trabalho - Dr. Kleber Zuniga – CRM 130.865 – CID: F06.2 F33 F40.1. Data: 25/04/2018.
- Relatório – Dr. Moises Rodrigues de Andrade – CRM 21.599 – “(...) estava aposentada porém recebeu alta do INSS; ao retornar ao trabalho,
teve 2º AVC, seguido de hemiparesia direita. (...) CID: (I69.4) (...) Transcrição psiquiátrica (F06.2 + F43.2 + F33 + F40.1) (G81.9) (...)”. Data:
08/05/2018.
- Parecer Psiquiátrico – Dr. Kleber Zuniga – CRM 130.865 – “(...) CID: F06.2 + F43.2 + F33 + F40.1 + F41.0, há aproximadamente 10 (dez) anos.
Há 4 (quatro) anos sofreu AVCI, evoluindo com diminuição de força e sensibilidade de MSD e MID, esquecimento e crises convulsivas.
Atualmente sintomas psiquiátricos e crises convulsivas estão exacerbadas, apresentando aproximadamente 2 episódios convulsivos por
semana, piora de isolamento social e fobia social, confusão mental e despersonalização. Prescrevo: Deciprax 20mg, Divalcon ER 500mg,
Quetros 25mg (0/0/1) e Gardenal 100mg 1/1/1. (...)”. Data: 03/08/2018.
Vigil, hipotímica, angústia, hemiparesia incompleta desproporcionada a direita, sem distúrbios da sensopercepção, crises de
despersonalização, isolamento social.
"A decisão de classificar uma síndrome clínica aqui é apoiada pelo seguinte:
(a) evidência de doença, lesão ou disfunção cerebral ou de uma doença física sistêmica, sabidamente associada a uma das síndromes
relacionadas;
(b) uma relação temporal (semanas ou poucos meses) entre o desenvolvimento da doença subjacente e o início da síndrome mental;
(c) recuperação do transtorno mental seguindo-se à remoção ou melhora da causa presumida subjacente;
(d) ausência de evidência que sugira uma causa alternativa da síndrome mental (tal como uma forte história familiar ou estresse
precipitante)."
Especificamente, desenvolve Transtorno dissociativo orgânico (CID 10: F06.5), em que há crises dissociativas, de despersonalização
(achar-se estranho, não se reconhecer) e prejuízo na atenção, levando a incapacidade total para quaisquer atividades laborativas existentes.
Não.
Sim.
2. Em caso afirmativo, esta doença ou lesão o incapacita para seu trabalho ou sua atividade habitual? Discorra sobre a lesão incapacitante
tais como origem, forma de manifestação, limitações e possibilidades terapêuticas.
Sim, ela modifica o entendimento dos arredores, prejudica na capacidade de deliberação do indivíduo, de participação de atividades, de
cuidados básicos, de gerência da própria vida. Até o momento, tal doença não tem cura e o tratamento demonstrou-se ineficaz para reversão
das limitações.
4. Constatada a incapacidade, é possível determinar se esta decorreu de agravamento ou progressão de doença ou lesão?
Da doença em si.
4.1. Caso a resposta seja afirmativa, é possível estimar a data e em que se baseou para fixar a data do agravamento ou progressão.
5. É possível determinar a data de início da incapacidade? Informar ao juízo os critérios utilizados para a fixação desta data, esclarecendo
quais exames foram apresentados pelo autor quando examinado e em quais exames baseou-se para concluir pela incapacidade e as razões
pelas quais agiu assim.
6. Constatada incapacidade, esta impede totalmente ou parcialmente o periciando de praticar sua atividade habitual?
Totalmente.
7. Caso a incapacidade seja parcial, informar se o periciando teve redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, se as
atividades são realizadas com maior grau de dificuldade e que limitações enfrenta.
É total.
8. Em caso de incapacidade parcial, informar que tipo de atividade o periciando está apto a exercer, indicando quais as limitações do
periciando.
É total.
9. A incapacidade de impede totalmente o periciando de praticar outra atividade que lhe garanta subsistência?
Sim.
10. A incapacidade é insusceptível de recuperação ou reabilitação para o exercício de outra atividade que garanta subsistência ao periciando?
Sim.
Permanente.
12. É possível estimar qual é o tempo necessário para que o periciando se recupere e tenha condições de voltar a exercer seu trabalho ou
atividade habitual? Justifique. Em caso positivo, qual é a data estimada?
13. Não havendo possibilidade de recuperação, é possível estimar qual é a data do início da incapacidade permanente? Justifique. Em caso
positivo, qual é a data estimada?
14. Em caso de incapacidade permanente e insusceptível de reabilitação para exercício de outra atividade que lhe garanta a subsistência, o
periciando necessita da assistência permanente de outra pessoa, enquadrando-se nas situações previstas no Artigo 45 da Lei 8.213/1991
(Adicional de 25%)? Em caso positivo, a partir de qual data?
Sim.
16. O periciando pode se recuperar mediante intervenção cirúrgica? Uma vez afastada a hipótese de intervenção cirúrgica, a incapacidade é
permanente ou temporária?
17. Caso não seja constatada a incapacidade atual, informe se houver, em algum período, incapacidade.
Há incapacidade atual.
18. Caso não haja incapacidade do ponto de vista desta especialidade médica, informar se o periciando apresenta outra moléstia
incapacitante e se faz necessária a realização de perícia com outra especialidade. Qual?
Há incapacidade psiquiátrica.
19. O periciando está acometido de: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e
incapacitante,cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondilite ancilosante, nefropatia grave, estado avançado de doença de Paget (osteíte
deformante), síndrome de deficiência imunológica adquirida-AIDS, contaminação por radiação, hepatopatia grave?
Há alienação mental.
20. A doença/patologia observada na parte autora é inerente ao grupo etário? A incapacidade laborativa do autor decorre do processo natural
de envelhecimento?
Não.
Sim.
a) informar nome, número do documento de identidade, grau de parentesco e/ou convivência do dia-a-dia com o(a) autor(a).
b) O acompanhante participou da perícia fornecendo informações parciais? Se sim, as informações colhidas durante a perícia foram
obtidas exclusivamente ou predominantemente do(a) acompanhante?
Discriminado no laudo.
Sim.
04- A autora está, por qualquer motivo, com alguma limitação física, mental ou psicológica?
Mental.
05 – Os efeitos colaterais dos remédios que a autora faz uso contínuo, aliados ao seu estado físico e psicológico lhe permitem exercer a
função de enfermeira normalmente?
Não é enfermeira.
06 - Existe alguma relação entre as doenças apresentadas pela autora e a profissão exercida por ela? Se a resposta for positiva, quais?
Não.
Não.
10 - A autora está por algum motivo, com alguma limitação física, psicológica ou psiquiátrica, que lhe acarrete a mobilidade, a flexibilidade ou
a sociabilidade?
Sim.
13 - Em caso afirmativo, essa doença, lesão ou deficiência, levando em consideração a profissão da autora, a incapacita para o trabalho?
Sim.
14 - Pode o Sr. Perito fixar a data do início da doença ou lesão que incapacitou a requerente?
Uma parte.
Sim.
19 – Com o problema de saúde da autora a mesma conseguirá exercer a sua atividade de varredora de rua?
Não.
Não.
Não.
Não.
Sim. Já relatados.
26 – A autora está, por qualquer motivo, com alguma limitação física, que lhe acarreta redução da mobilidade e flexibilidade?
28 - Diante do AVC sofrido pela autora, diga o senhor perito quais as sequelas que o problema de saúde acarretou a autora e se essas
sequelas reduzem a capacidade laboral da mesma, de alguma maneira?
Controlados no momento.
Eventualmente.
31 - Em caso negativo, fundamente o senhor perito porque discorda dos relatórios dos médicos assistentes apresentados pela autora e que
a acompanham desde então e a declaram com incapacidade total e permanente para o trabalho, levando em consideração o art. 52 do
Código de Ética Médica.
Foi positivo.
32 - A autora depreende maior esforço para realizar uma tarefa, como andar, sentar, levantar, subir e descer escadas, permanecer durante
toda a jornada de trabalho em pé ou sentada, do que outra pessoa que não tenha as suas restrições?
Não.
Permanente.
36 - Pode o Sr. Perito fixar a data do início da doença ou lesão que incapacitou a autora?
Vide laudo.
Psiquiatria
CRM-SP 128.885
RQE 46.204