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1
Delegado da Polícia Civil do ES. Mestre em Segurança Pública pela UVV. Coordenador do Curso Avançado de
Combate às Organizações Criminosas e à Corrupção, ministrado em 11 Estados. Especialista em Direito Penal,
Processo Penal e em Políticas e Gestão em Segurança Pública. Docente em Ensino Policial pelo Instituto de
Segurança Pública. Foi Professor de cursos de Graduação e Pós-Graduação e da Academia da Polícia Civil do ES.
Presidente da Fed. Nac. dos Delegados de Polícia Civil – FENDEPOL, do Sind. dos Delegados de Polícia do Espírito
Santo - SINDEPES e da ADEPOL-ES. Coautor e revisor do livro “Manual do Delegado: Teoria e Prática" - Editora
Forense. Coautor do livro “Temas Atuais de Polícia Judiciária". Instagram: rodolfolaterza
Sumário
CRIMINOLOGIA ............................................................................................................................5
Conceito .......................................................................................................................................5
Teorias Biológicas .........................................................................................................................8
Teorias Psicológicas ......................................................................................................................9
Teorias sociológicas ...................................................................................................................10
Criminologia Ambiental: quando o ambiente influencia o crime ...............................................11
Foco no Meio Ambiente .............................................................................................................11
Mapeamento de Crimes .............................................................................................................12
Identificação de Padrões ............................................................................................................12
Questão Aplicada _____________________________ .........................................................13
Teoria Da Tensão: A Pressão Da Sociedade Para Vencer E A Tensão Decorrente Do Fracasso ..14
Questão Aplicada _____________________________ .........................................................15
O Terrorismo à luz do pensamento criminológico contemporâneo ...........................................16
Questão Aplicada _____________________________ ........................................................19
Teoria da Atividade Rotineira: as oportunidades criadas para o crime a partir de situações
específicas ..................................................................................................................................20
Questão Aplicada _____________________________ ............................................................23
Teoria da Associação Diferencial: Edwin Sutherland e o Poder das influências sociais e do
processo de aprendizagem ........................................................................................................24
Questão Aplicada _____________________________ ........................................................25
Controle Social Formal: regras e mecanismos de orientação do comportamento em uma
sociedade ...................................................................................................................................25
Questão Aplicada ...................................................................................................................26
Teoria da Escolha Racional: quando o criminoso é visto como alguém que age pensando em si
e em prol de atingir seus objetivos plenos .................................................................................27
A abordagem da criminologia para o crime estatal ....................................................................30
Questão Aplicada ...................................................................................................................32
A síntese da prevenção criminal para a criminologia .................................................................33
Questão Aplicada ...................................................................................................................33
O tipo ideal genético do positivismo criminológico ...................................................................34
Questão Aplicada ...................................................................................................................35
A correlação entre fatores biológicos e ambientais com o crime: a criminologia biossocial ......36
Introdução ..................................................................................................................................36
Ambiente....................................................................................................................................36
Genética .....................................................................................................................................36
Neurofisiologia ...........................................................................................................................37
2
Psicologia evolutiva ....................................................................................................................37
Aplicações concretas e críticas ...................................................................................................38
Questão Aplicada ...................................................................................................................39
Marxismo e Criminologia: o crime como expressão da luta de classes ......................................39
Questão Aplicada ...................................................................................................................42
O fenômeno da “cifra negra” .....................................................................................................43
Questão Aplicada ...................................................................................................................44
A expressão “cifra negra” ou oculta, refere-se: ...................................................................45
A Escola de Chigago (parte 1): ecologia social e o ambiente como relevâncias conceituais ......46
Histórico .....................................................................................................................................46
Características principais ............................................................................................................46
Críticas e Legado ........................................................................................................................48
Questão Aplicada ...................................................................................................................50
Escola de Chicago (parte 2): principais abordagens teóricas ......................................................50
Questão Aplicada ...................................................................................................................54
A Teoria da não-subordinação como reação à violência de gênero ...........................................54
Questão Aplicada ...................................................................................................................57
Skinheads, Satanistas, Hoolingans: as subculturas de delinquência ..........................................57
Principais estudos teóricos das subculturas ...............................................................................58
Questão Aplicada ...................................................................................................................60
O polêmico movimento ‘law and order” ....................................................................................61
Questão Aplicada ...................................................................................................................63
O crime como desobediência a uma decisão política da elite: a teoria do conflito....................64
Tipos de Teoria do Conflito ........................................................................................................65
Significado ..................................................................................................................................65
História .......................................................................................................................................65
Função ........................................................................................................................................66
Efeitos ........................................................................................................................................66
Questão Aplicada ...................................................................................................................67
Lombroso e sua tipologia de criminosos ....................................................................................67
Tipologia de criminosos na definição de Lomboso .....................................................................68
Questão Aplicada ...................................................................................................................68
Garofalo e seus conceitos de “mala in se” e “mala prohibita” ...................................................69
Questão Aplicada ...................................................................................................................70
A TEORIA DA FACILITAÇÃO DA VÍTIMA COMO EXPRESSÃO DA VITIMOLOGIA ...........................71
Questão Aplicada ...................................................................................................................72
3
O crime político na visão da criminologia...................................................................................73
Questão Aplicada ...................................................................................................................75
A prevenção criminal na visão da criminologia ..........................................................................76
Questão Aplicada ...................................................................................................................76
Questão Aplicada ...................................................................................................................78
4
CRIMINOLOGIA
Vale frisar que a criminologia é uma ciência social mais vinculada à Sociologia,
não sendo caracterizada como uma ciência social independente. Em relação ao seu objeto
— a criminalidade — a criminologia é ciência geral porque cuida dela de um modo geral.
No seio da Sociologia e sob sua égide, trata, particularmente, da criminalidade e do
criminoso.
Conceito
5
Mais tarde, com a multiplicação da pesquisa e do conhecimento psicológico, a
escola positiva assume uma orientação psicopatológica e psiquiátrica . A decepção
resultante das expectativas excessivas que se formaram em relação à possibilidade de
abordar cientificamente os problemas da criminalidade levará ao surgimento de
abordagens de criminologia crítica (de abordagem marxista ) e "anticriminologia", por um
lado, e, por outro, ao ressurgimento da escola clássica na área agora chamada
"neoclássica": esta na Itália, caracterizada, como é sabido, pela aversão às ciências sociais
pelas ideologias politicamente dominantes.
A criminologia moderna não pode ser definida, portanto, como uma ciência em
sentido estrito, mas como um conjunto de disciplinas definidas por seu objeto comum, o
agressor e / ou o crime. Na realidade, está esgotado nas disciplinas que, por diversas
razões, lidam com cada objeto de acordo com próprio ponto de vista, tais como
a sociologia , a psicologia, a psiquiatria , a biologia , a genética , a Neurociências em geral
(embora sua contribuição para a criminologia tenha sido amplamente superestimada),
além de o direito penal das ciências normativas e o direito penitenciário .
6
Também foram importantes as contribuições das escolas sociológicas
desenvolvidas principalmente nos Estados Unidos: por um lado, a sociologia da escola de
Chicago , com os desenvolvimentos subsequentes ( teoria das associações
diferenciais , teoria da subcultura , teorias de estratificação social , até a "criminologia
radical"); por outro lado, na sequência da psicologia social de George Herbert Mead ,
sociologia interacionista e fenomenológica , com as contribuições da teoria da rotulageme
o estudo de carreiras criminais. Outras pesquisas investigaram a percepção do fenômeno
criminoso e as emoções conectadas (medo do crime) na comunidade em geral.
Muitas teorias foram propostas para explicar fenômenos criminais. Eles podem
ser divididos em:
• teorias psicológicas;
• teorias sociológicas.
7
Teorias Biológicas
Uma vez que a freqüência estatística da anomalia XYY apareceu bastante elevada
entre os sujeitos internados e caracterizada por comportamento violento, pensou-se que
essa anomalia poderia estar na base da conduta criminal. De fato, do ponto de
vista metodológico , houve um grande problema nesses estudos: não houve comparação
com um grupo controle de não internados. Quando este estudo foi realizado, verificou-se
que a freqüência dos indivíduos XYY entre os delinquentes não era maior do que a da
população geral. Mais tarde, argumentou que os sujeitos que apresentavam essa anomalia
estavam presentes em maior número nas instalações da prisão, porque seu maior
desenvolvimento em altura e massa muscular os tornou mais visíveis para a polícia que
estava operando as prisões.
8
Teorias Psicológicas
Por outro lado, uma série adicional de contribuições destinadas a trazer de volta
à psiquiatria os problemas relacionados às ações anti-sociais, que os manuais
diagnósticos-estatísticos descrevem de forma exageradamente comportamental e não
descritiva das características psíquicas dos criminosos. Deste ponto de vista, destacam-
se os nomes de Robert D. Hare , revivendo o conceito de psicopatia , cunhado pelo
psiquiatra alemão Kurt Schneider e Otto Kernberg , que por seu treinamento cosmopolita
(alemão, chileno, americano ) foi capaz de introduzir o pensamento kleiniano na
psicanálise americana e unido entre si, no conceito de "organização
9
de personalidade limítrofe ",as contribuições
daprópria psicanálise , psicologia e psiquiatria da era do desenvolvimento .
Teorias sociológicas
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Criminologia Ambiental: quando o ambiente influencia o crime
✓ Lei: Primeiro, deve haver uma lei a ser quebrada. Se a atividade não
é ilegal, então, obviamente, não pode ser criminoso.
✓ Ofensor: Em segundo lugar, alguém deve ter violado a lei. Se não há
nenhum ofensor, não há crime.
✓ Vítima ou Alvo: Terceiro, para que um ato seja criminoso, deve
haver uma vítima. Nos supostos crimes "sem vítimas", diz-se que o estado ou
comunidade como um todo é vítima por causa dos problemas que se acredita
serem resultado do comportamento.
✓ Lugar: Em quarto lugar, a atividade ou comportamento deve ter
ocorrido em um lugar. Não pode haver crime no vácuo
11
A criminologia ambiental examinaportanto dados como a hora e o local dos
crimes, a fim de ajudar os agentes da lei a entender melhor onde os crimes estão
ocorrendo. Isso ajuda os policiais a concentrar suas patrulhas, a fim de tomar uma
abordagem mais preventiva para a resolução de crimes, em oposição a uma abordagem
reativa.
Mapeamento de Crimes
Esses pinos ou marcas indicam áreas onde ocorreram crimes e são um exemplo
muito básico do que os criminologistas chamam de "mapeamento do crime". Os
criminologistas ambientais levam em extrema consideração este mapeamento,
debruçando-se sobre os dados para procurar padrões.
Identificação de Padrões
O objetivo final é usar todos os padrões que localizados para ajudar a identificar
as causas originárias dos crimes e ajudar a desenvolver soluções viáveis para o problema.
Por exemplo, se um grande número de roubos está ocorrendo em um local específico em
um momento específico, criminologistas ambientais vão querer olhar para esse local
naquele momento para determinar quais os fatores contribuintes podem ser os mais
notórios.
12
fornecem pistas importantes sobre como as pessoas se comportam nessa área. A idéia é
que quanto mais janelas quebradas houver no bairro, maior a probabilidade de haver
crime na área.
Questão Aplicada
RESPOSTA:
No caso da questão acima, a alternativa “c” está errada ao inferir que a localização
geográfica é um aspecto determinante a ser considerado na Criminologia Ambiental, pois é
justamente a conjunção de elementos presentes no local de crime como as características
da vizinhança, a iluminação pública, o nível de reparação dos edifícios que influenciam os
fatores causais do crime mais que a localização em si da área. Todas as demais alternativas
correspondem ao que aborda esta vertente da Criminologia.
13
Teoria Da Tensão: A Pressão Da Sociedade Para Vencer E A Tensão Decorrente Do
Fracasso
✓ Estrutural: refere-se aos processos a nível societário que filtram e afetam o modo
como o indivíduo percebe as suas necessidades, isto é, se certas estruturas sociais
são inerentemente inadequadas ou se há regulação inadequada, isso pode alterar
as percepções do indivíduo quanto aos meios e oportunidades;
✓ Individual: refere-se às fricções e dores experimentadas por um indivíduo à
medida que procura formas de satisfazer as suas necessidades, ou seja, se os
objetivos de uma sociedade se tornam significativos para um indivíduo,
efetivamente consegui-los pode ser mais importante do que os meios adotados
para atingir tai fins, o que leva a transgressões diversas.
Robert King Merton argumentou que a sociedade pode incentivar o desvio em grande
medida. Merton acreditava que os objetivos socialmente aceitos pressionavam as pessoas
a se conformarem. As pessoas são forçadas a trabalhar dentro do sistema ou tornar-se
membros de uma subcultura desviante para alcançar a meta desejada. Merton continuou a
dizer quando os indivíduos são confrontados com uma lacuna entre seus objetivos
(geralmente finanças / dinheiro relacionado) e seu status atual, a tensão ocorre. Quando
confrontados com a tensão, as pessoas têm cinco maneiras de se adaptar:
14
✓ Inovação: usando meios socialmente não aprovados ou não convencionais para
obter metas culturalmente aprovadas. Exemplo: lidar com drogas ou roubar para
alcançar segurança financeira.
✓ Ritualismo: usar os mesmos meios socialmente aprovados para atingir metas
menos elusivas (mais modestas e humildes). Ocorre com aqueles que compram em
um sistema de meios socialmente aprovados, mas perdem de vista os objetivos.
Merton acreditava que os usuários de drogas estão nesta categoria
✓ Retreatismo: rejeitar os objetivos culturais e socialmente aprovados , bem como os
meios para obtê-lo, encontrando assim uma maneira de escapar dele.
✓ Rebelião: rejeitar os objetivos e os meios culturais, trabalhando para substituí-los.
As pessoas negam objetivos e meios socialmente aprovados criando um novo
sistema de metas e meios aceitáveis para sua realidade, muitas vezes a partir de
transgressões e práticas antissociais.
✓
Crítica
Uma dificuldade com a teoria da tensão é que ela não explora por que as crianças de
famílias de baixa renda teriam escolaridade pobre em primeiro lugar. Mais importante
ainda é o fato de que muitos crimes juvenis não têm uma motivação econômica. A teoria da
tensão não, portanto, explica o crime violento, o tipo de crime juvenil que causa mais
ansiedade para o público.
Questão Aplicada
15
A O crime surge em função da dificuldade de pessoas inseridas em um contexto de
pobreza de atingir objetivos socialmente legítimos.
B Uma baixa escolaridade de uma pessoa a torna propensa a usar meios ilegais para
atingir objetivos profissionais quando adquire certo nível social e profissional.
C Indivíduos que negam meios socialmente aceitáveis criam um sistema com objetivos e
metas aceitáveis em sua realidade.
D Para esta teoria, a baixa escolaridade determina crimes violentos no seio da juventude.
E O crime emerge em uma dissociação entre a aquisição de algo por meios socialmente
legítimos e os objetivos alcançados, como no caso do tráfico de drogas.
RESPOSTA:
A única alternativa correta é a letra “d”, pois esta teoria justamente não explica o
surgimento de crimes violentos em segmentos sociais não necessariamente pobres ou de
baixa escolaridade. As demais alternativas se apresentam como características desta
teoria.
16
extraídas da privação relativa ou de teorias subculturais da violência (papel das idéias em
causar comportamentos terroristas / ilícitos).
A privação relativa tem sido usada na literatura para expressar situações em que
os cidadãos através de medidas de padrões econômicos, políticos ou sociais mantiveram
sentimentos de privação quando equilibrados com outros cidadãos em seus postos
comparáveis na sociedade . De fato, a frustração gerada por sentimentos de privação
relativa tem sido representada como um antecedente provável de violência política, como
terrorismo, desrespeitos políticos e movimentos sociais. Deve-se enfatizar que os
criminologistas estão fazendo contribuições importantes para a literatura do terrorismo,
recorrendo a outras teorias, mesmo as de outras disciplinas no estudo do crime e do
terrorismo. Por exemplo, Laqueur (1999)2 aludiu a este ponto quando observa que o
estudo do terrorismo, bem como o foco criminológico no crime, tem sido amplamente
interdisciplinar. Laqueur (1999) insiste ainda que este foco interdisciplinar estimulou a
pesquisa e empurrou o estudo do terrorismo e do crime para além dos limites de uma
única disciplina. Na sua explicação sobre o terrorismo, a criminologia ainda não abraçou
questões históricas como o colonialismo, o imperialismo e o neocolonialismo como
sistemas de dominância econômica, política, social e cultural. Essas questões são
fundamentais na busca da criminologia para fornecer explicações sobre o terrorismo e
articular contramedidas importantes contra ele. Na verdade, como resultado do
reconhecimento de que as pessoas econômicas, políticas, sociais e culturalmente
colonizadas (dominadas e controladas) têm a capacidade de adotar o uso da força ou de
encetar lutas armadas em suas tentativas de alcançar ou alcançar a libertação, o
terrorismo internacional pode surgir como força de subversão. Por outro lado, os Estados
podem usar o terrorismo oficial para manter seus interesses econômicos, políticos, sociais
e culturais vitais sobre as sociedades dominadas ou oprimidas para manter o poder e a
influência. O terrorismo, portanto, tem duas faces. Uma representa indivíduos e grupos
dentro de uma nação que estão tentando manter seus recursos econômicos e manter a
independência; a outra reflete o interesse dos Estados, que querem dominar e controlar as
vidas dos subjugados. Cada esfera adota o terrorismo para alcançar a libertação através da
ação política. Durante a Guerra Fria, para combater a opressão colonial, os movimentos de
resistência praticavam por vezes ações terroristas como meio de alcançar visibilidade
internacional na tentativa de serem ouvidos. Alguns também adotam táticas e estratégias
terroristas para alcançar seu lugar político e econômico na distribuição econômica
mundial. Em contrapartida, os poderes que detêm a chave para a economia mundial
2
Walter Laqueur, The New Terrorism: FanaticismandtheArmsof Mass Destruction, Oxford University
Press, US, 1999
17
podem combater o terrorismo, resultando nos dois rostos do terrorismo. É também
através da violência que as massas podem ser suprimidas. As teorias prévias do crime e da
violência não se concentraram nas estruturas do colonialismo, imperialismo e
neocolonialismo. No entanto, algumas das perspectivas existentes sobre criminalidade e
justiça estão inseridas em implicações não desenvolvidas para o terrorismo.
3
Hubbard, R. S., & Power, B. M. (1993). Finding and framing a research question. In L. Patterson, C. M.
Santa, K. G. Short, & K. Smith (Eds.), Teachers are researchers: Reflection and action (pp. 19-25).
Newark, DE: International Reading Association.
4
Power, Politics, and Crime. Contributors: William J. Chambliss - Author. Publisher: Westview Press.
Place of publication: Boulder, CO. Publication year: 1999.
18
frequência e seriedade dos crimes de colarinho branco, corporativo e estadual, os
criminologistas da classe média continuam acreditando que os "problemas reais do crime"
são os crimes que são desproporcionalmente (embora não exclusivamente) cometidos por
membros do menor escalão da sociedade, tais como roubo, roubo, assassinato, estupro e
roubo. Além disso, a teoria da privação relativa não é principalmente uma teoria do crime,
mas pode ser usada para explicar o comportamento terrorista em um ambiente urbano
(Shelley, 1985). A privação relativa ocorre em sociedades industrializadas, onde homens
jovens de classe baixa ou minorias étnicas se sentem economicamente discriminados.
Também pode existir nas sociedades em desenvolvimento, onde novos residentes
metropolitanos procuram adquirir bens materiais que nunca foram disponibilizados para
eles devido a políticas externas e internas que negaram seu orgulho humano Portanto, a
privação relativa combina a desigualdade econômica com os sentimentos de
ressentimento e injustiça entre os grupos que têm menos em tais sociedades. Isso foi
demonstrado com os terroristas suicidas palestinos, onde tais sentimentos de
ressentimento caracterizados pela pobreza e desigualdade podem levar a atos terroristas
de violência. A criminologia precisa de novas ideias e perspectivas que incentivem a
diversidade no estudo da criminalidade e do terrorismo. Como revela esta breve revisão
da história e das teorias do terrorismo, a criminologia oferece uma visão monolítica que
tipicamente obstrui seu objeto de estudo a partir do contexto em que está enredado. A
criminologia deve fornecer um contexto apropriado no qual o terrorismo pode ser situado
e compreendido.
Questão Aplicada
19
c) O terrorismo não é considerado um método tático ou estratégico de conflito entre
sistemas estatais antagônicos, por caracterizar violação a ordem constitucional e a
todo um sistema de normas de direito internacional que regem os Estados
Modernos.
d) Pesquisadores biológicos consideram que terroristas usualmente sofrem de
desequilíbrios hormonais ou variações neuroquímicas em suas funções cerebrais.
e) Terrorismo pode ser característico de indivíduos com doenças mentais que os
tornem incapazes de atender a regras sistematizadas em uma ordem jurídica-
política e de controlar suas emoções em um contexto de dificuldade de integração
pessoal em dada comunidade.
RESPOSTA:
No caso da questão acima, a alternativa “c” está errada ao inferir os Estado não utilizam o
terrorismo como método de projeção de poder ou de alcance de objetivos políticos, na
medida em que o que se verifica é justamente o contrário em tempos modernos, os quais
estratégias de guerra híbrida combinam ações ilegais de subversão e de terrorismo
patrocinados por instituições estatais, independentemente de limites de ordem
constitucional ou legal. As demais alternativas são abordagens adotadas pela Criminologia
moderna.
20
de bem-estar estavam se expandindo. Apesar disso, o crime aumentou significativamente
durante esse período. De acordo com Felson e Cohen, o motivo do aumento é que a
prosperidade da sociedade contemporânea oferece mais oportunidades de crime;
ou seja, há muito mais para roubar.
Os infratores motivados são indivíduos que não são apenas capazes de cometer
atividades criminosas, mas estão dispostos a fazê-lo. Alvos adequados podem ser uma
pessoa ou objeto que os infratores consideram vulneráveis ou particularmente atraentes.
Os fatores que tornam atraente um determinado alvo são específicos da situação e
do crime.
O foco analítico das atividades de rotina tem uma visão em nível macro e enfatiza
as mudanças em grande escala nos padrões de comportamento da vítima e do agressor.
Ele se concentra em eventos específicos de criminalidade e comportamentos / decisões
dos infratores. A teoria da atividade de rotina baseia-se no pressuposto de que o
crime pode ser cometido por qualquer pessoa que tenha a oportunidade. A teoria
também afirma que as vítimas recebem escolhas sobre se devem ser vítimas
principalmente por não se colocarem em situações em que um crime pode ser
cometido contra elas.
21
mulheres em risco de ataque ao realizar atividades diárias como estudantes, uma vez que
podem ser menos efetivamente protegidas por familiares ou amigos.
Críticas
22
que influencia as atividades de rotina que produz o crime é a crença moral e a socialização
do ofensor. Se uma pessoa foi socializada para realizar crenças convencionais, mesmo na
presença de oportunidades criminosas, os infratores se absteriam de crime, quando tal é a
força dos laços sociais que servem de amortecedor para contrariar a atração de atividades
criminosas.
Questão Aplicada
A respeito da teoria da atividade rotineira e suas implicações para o estudo das causas do
comportamento criminoso, assinale a alternativa correta que configura uma de suas
premissas de estudo:
A única alternativa correta é a letra “c”, pois para esta teoria o crime pode ser praticado
por uma questão de oportunidade em convergência com fatores situacionais propícios de
vitimação, conforme acima explicado, sem considerações de elementos sócio-econômicos
como fatores primordiais, como pobreza, miséria ou desigualdade de renda.
23
Teoria da Associação Diferencial: Edwin Sutherland e o Poder das influências
sociais e do processo de aprendizagem
Assim, não é a ausência de uma organização social que caracteriza comunidades (ricas ou
pobres) em situação de intensa criminalidade, mas uma organização social diferenciada - um
conjunto de práticas e definições culturais que estão em desacordo com a lei e que emergem
favoravelmente aos receptores dos conceitos comportamentais criminosos. Um exemplo
interessante se verifica quando em uma região onde a taxa de delinqüência é alta, é muito
provável que um garoto sociável, ativo e atlético entre em contato com outros meninos do bairro
e aprenda o comportamento delinqüente deles e se torne um integrante de uma gangue. Tais
condições propícias ao processo de aprendizagem dos valores criminosos podem ser contidos
quando instituições de prevenção primária, como família, igreja e escola determinam um
conjunto de práticas comportamentais conformistas.
24
Questão Aplicada
A Teoria da Associação Diferencial enfatiza o poder das influências dos fatores sociais e o
aprendizado de experiências desviantes em um contexto de criminalidade consolidado. Assinale
a alternativa que não configura uma abordagem dogmática desta teoria:
No caso da questão acima, a alternativa “d” está errada ao inferir que os fatores étnicos são
determinantes para a associação diferencial do comportamento criminoso, pois é justamente o
contrário: analisa-se o processo de construção de um comportamento criminoso no indivíduo
sem considerar a raça, etnia ou a classe social a qual ele está inserido.
25
No entanto, nem todas as normas derivadas de controles formais são
propriamente leis editadas por uma instância legislativa ou por um órgão
institucionalizado pelo Estado. Quando alguém é aceito e contextualizado em uma
organização social (como uma escola ou faculdade, por exemplo), o indivíduo concorda em
cumprir as regras formais que regem o comportamento nestas instituições. Neste
exemplo, se o aluno não participar das aulas, haverá variados tipos de punição, como
reprovação, exclusão, etc..
Questão Aplicada
a) As Forças Armadas não são consideradas uma instância de controle social formal.
b) Um agrupamento humano situado em uma região não controlada por instituições
de um Estado mas sujeito a regras de uma organização paraestatal subversiva não
se sujeita a nenhum sistema de controle social formal.
c) Apenas comandos normativos genéricos definem a eficácia de um sistema de
controle social formal.
d) Organizações sociais como escolas e associações estabelecem mecanismos de
controle social formal.
e) O controle social formal não tem relevância para grupos com comportamento social
desviante.
A única alternativa correta é a letra “d”, pois as associações, como os sindicatos, a igreja e
as escolas exercem controle social formal ao ditarem regras de conduta aos participantes e
destinatários.
26
GABARITO: letra “d”.
Teoria da Escolha Racional: quando o criminoso é visto como alguém que age
pensando em si e em prol de atingir seus objetivos plenos
5
Gul, S. (2009). An evaluation of rational choice theory in criminology. Sociology and applied science,
4(8), 36-44.
27
empíricos de muitas investigações científicas sobre o funcionamento da natureza humana.
A teoria toma emprestado conceitos de teorias econômicas, para dar maior peso a motivos
não-instrumentais para o crime, bem como perante a natureza "ilimitada" ou "limitada" do
processo racional envolvido.
6
Simpson, S. (2000). Of crime and criminality: The use of theory in everyday life. Thousand Oaks, CA:
Pine Forge Press.
28
aspecto da teoria da escolha racional é o fato de que muitos infratores tomam decisões
baseadas em racionalidade limitada / limitada.
- Assume que todos os indivíduos têm a capacidade de tomar decisões racionais, o que não
é o caso. Falha portanto em explicar a complexidade da inimputabilidade penal e fracassa
em dar uma solução para casos de ausência de entendimento e determinação psíquica do
criminoso. Choca-se com os fundamentos da teoria biopsicológica da culpabilidade.
7
O'Grady, William (2011). Crime in Canadian Context (2nd edition). Don Mills: Oxford University Press.
pp. 127–130. ISBN 978-0-19-543378-4.
29
- Essa teoria contradiz as premissas de funcionamento de nosso Sistema de Justiça
Criminal. Esta teoria não suporta a idéia de que nem todos os indivíduos são atores
racionais por causa da incapacidade cognitiva. Um exemplo de indivíduos que não
possuem uma mente racional inclui aqueles que não são responsáveis por crimes na conta
por transtorno mental.
Questão Aplicada
a) O ser humano não é um ser racional, mas movido por fatores emocionais e
passionais.
b) As pessoas escolhem livremente seus comportamentos, por cálculos inclusive não
racionais no cometimento de ações desviantes.
c) A escolha não é maximizada para a satisfação individual, mas para a formação de
uma pretensão interindividual.
d) A escolha pode ser controlada através da percepção e compreensão da potencial
dor ou punição que se seguirá a um ato ilícito que venha violar o bem social.
e) A gravidade do castigo não é um elemento fundamental na aplicação da lei como
instrumento de controle do comportamento humano.
Resposta:
Correta somente a letra “d”, pois conforme a teoria da escolha racional, a escolha de um
comportamento transgressor pode ser sim neutralizada ou contida a partir de uma
avaliação da dor e sofrimento causado pela aplicação de uma sanção ao comportamento
desviante. As demais alternativas são claramente erradas, por contradizerem os
fundamentos da teoria.
30
Na criminologia, o crime estatal ou de “Estado” é resultante de uma atividade ou
falha de ação que viola a Constituição e o direito penal do próprio Estado, ou o direito
internacional público. Para esses propósitos, definamos aqui um "Estado" como uma super
estrutura pública que inclua os funcionários eleitos e nomeados, a burocracia e as
instituições, os órgãos e as organizações que compõem o aparelho do governo.
Inicialmente, o estado era a agência de dissuasão, usando a ameaça de punição como uma
ferramenta utilitária para moldar o comportamento de seus cidadãos. Depois tornou-se o
mediador, interpretando os desejos da sociedade quanto à resolução de conflitos. Agora,
examina-se o papel do Estado como um dos possíveis perpetradores do crime seja
diretamente ou no contexto do crime corporativo estadual.
31
No contexto do crime estatal e corporativo, Green and Ward (2004) 8 examina
como os esquemas de reembolso da dívida nos países em desenvolvimento colocam um
fardo financeiro nos estados que eles geralmente concordam com as empresas que
oferecem perspectivas de crescimento do capital. Tal colusão freqüentemente implica o
amolecimento das regulamentações ambientais e outras. A obrigação do serviço da dívida
também pode exacerbar a instabilidade política em países onde a legitimidade do poder
do Estado é questionada. Essa volatilidade política leva os estados a adotar padrões de
governança clientelistas ou patrimonialistas, promovendo o crime organizado, a
corrupção e o autoritarismo. Em alguns países do terceiro mundo, essa atmosfera política
incentivou a repressão e o uso da tortura.
Questão Aplicada
A única alternativa incorreta é a letra “d”, pois certamente que para a criminologia na
definição dos crimes de Estado as aços do aparato policial e judiciário se relacionam sim
com crimes perpetrados pelo próprio Estado. Fácil questão.
8
Green, Penny & Ward, Tony. (2004) State Crime: Governments, Violence and Corruption. London:
Pluto Press.
32
GABARITO: letra “d”.
Questão Aplicada
33
b) Seu escopo é a intervenção sobre conhecidos criminosos para que não
cometamnovos crimes.
c) Programas de conferência com juventude e mecanismos de contenção individual
são exemplos de prevenção terciária.
d) Estratégias específicas de intervenção sobre certas categorias de
criminososcorrespondem a uma abordagem da prevenção terciária.
e) A ordenação urbana e a população carcerária são focos específicos de atuação.
Incorreta a letra “e”, pois a ordenação urbana não é foco de atuação da prevenção
terciária,embora a população carcerária o seja, conforme já analisado.
A primeira forma de positivismo, que surgiu no final do século XIX, envolveu uma
tentativa de correlacionar o comportamento criminoso com certas características
fisiológicas. Isso levou à identificação de um "tipo criminal" genético - uma idéia que
agora está totalmente desacreditada, assim como a eugenia, que buscava aplicar a biologia
e o conhecimento humano na configuração de seres humanos superores em perfis raciais.
34
predisposição geral para quebrar a lei. Alternativamente, os positivistas sociológicos
buscaram as causas do crime em fatores externos ao agressor, como pobreza, alienação,
alta densidade populacional e exposição a subculturas desviantes (por exemplo, gangues
ou consumidores de drogas). Uma abordagem particularmente influente foi aquela tomada
pela Escola de Chicago de meados do século XX, que usou métodos ecológicos para estudar
o colapso da ordem social em bairros do centro da cidade. Outras abordagens do
positivismo social incluem a criminologia marxista, que vê o crime como um produto
inevitável do conflito de classes e do sistema capitalista, ea criminologia crítica, que se
concentra no papel das elites de poder na definição do que e que é considerado criminoso.
Mais recentemente, houve um retrocesso geral da teoria social e uma ênfase mais
pragmática na prevenção do crime.
Questão Aplicada
A única alternativa incorreta é a letra “d”, pois o livre-arbítrio e a escolha racional são
atributos considerados na escola tradicional de criminologia.
35
A correlação entre fatores biológicos e ambientais com o crime: a criminologia
biossocial
Introdução
Ambiente
Genética
9
Kevin M. Beaver and Anthony Walsh. 2011. Biosocial Criminology. Chapter 1 in The Ashgate Research
Companion to Biosocial Theories of Crime. 2011. Ashgate.
36
Neurofisiologia
Psicologia evolutiva
10
Ob.cit.
11
Liddle, J. R.; Shackelford, T. K.; Weekes–Shackelford, V. A. (2012). "Why can't we all just get along?
Evolutionary perspectives on violence, homicide, and war". Review of General Psychology. 16: 24
37
idade adulta jovem, o que é teorizado para explicar por que as taxas de criminalidade são
particularmente altas durante este período12.
12
Buss, D. M. (2009). "How Can Evolutionary Psychology Successfully Explain Personality and
Individual Differences?". Perspectives on Psychological Science. 4 (4): 359–366.
38
que é necessário um conhecimento correto das causas da violação para desenvolver
medidas preventivas efetivas.
Questão Aplicada
Como vertente contemporânea cada vez mais relevante, a criminologia biossocial vem
criando forte impacto na explicação das causas do comportamento criminoso,
ultrapassando a os conceitos tradicionalmente definidos pelas teorias sociológicas.
Assinale a alternativa incorreta quanto aos preceitos adotados pela teoria biossocial:
A alternativa incorreta é a letra “e”, pois não há condição científica segura para se
correlacionar elevados níveis de testosterona com altos índices de delinquência juvenil. As
demais alternativas estão corretas, pois estão enquadradas em nossa explicação.
39
e as percepções do mundo. Está preocupada com as relações causais entre a sociedade e o
crime, ou seja, estabelecer uma compreensão crítica de como o ambiente social imediato e
estrutural dá origem a crimes e condições criminogênicas.
Karl Marx argumentou que a lei é o mecanismo pelo qual uma classe social,
geralmente referida como a "classe dominante", mantém todas as outras classes em uma
posição desfavorecida. Assim, esta escola usa uma lente marxista através do qual
considera o processo de criminalização, por meio do qual explicam por que alguns atos são
definidos como desviantes enquanto outros não são. Por isso, interessa-se pelo crime
político e o crime estatal. O marxismo fornece uma base teórica sistemática sobre a qual
podemos interrogar quais são os arranjos estruturais sociais, e a hipótese de que o poder
econômico se traduz em poder político responde substancialmente ao
“desempoderamento” geral da maioria que vive no Estado Moderno e as limitações do
discurso político. Assim, direta ou indiretamente, informa muito sobre os fenômenos
sociais, não só na criminologia, mas também na semiótica e nas demais disciplinas que
exploram as relações estruturais de poder, conhecimento, significado e interesses
posicionais dentro da sociedade.
40
Esses pesquisadores afirmam que o poder político é usado para reforçar a
desigualdade econômica ao incorporar os direitos de propriedade individuais na lei e que
a pobreza resultante é uma das causas da atividade criminosa como meio de
sobrevivência. Os marxistas argumentam que uma sociedade socialista com
propriedade comunitária dos meios de produção teria muito menos crime. Na
verdade, Milton Mankoff afirma que há muito menos crime na Europa Ocidental do que
nos Estados Unidos porque a Europa é mais "socialista" do que a América. A implicação de
tais pontos de vista é que a solução para o "problema do crime" é se envolver em uma
revolução socialista.
CRÍTICAS
Em sua pesquisa, o marxismo tende a se concentrar nas forças sociais, em vez dos
motivos dos indivíduos e sua capacidade dualista tanto para o certo como para o errado,
moral e imoral. Isso pode levar a uma explicação menos abrangente de por que as pessoas
exercem sua autonomia optando por agir de maneiras particulares. Em comparação, na
sociologia do desvio, Robert K. Merton toma emprestado o conceito de anomia de
Durkheim para formar a Teoria da Depressão. Merton argumenta que o verdadeiro
problema da alienação não é criado por uma súbita mudança social, como proposto por
Durkheim, mas sim por uma estrutura social que mantém os mesmos objetivos para todos
os seus membros sem lhes dar meios iguais para alcançá-los. É essa falta de integração
entre o que a cultura exige e o que a estrutura permite que provoca comportamentos
desviantes. O desvio é então um sintoma da estrutura social.
41
O poder de rotular o comportamento como "desviante" surge em parte da
distribuição desigual do poder dentro do Estado, porque o julgamento possui a
autoridade soberana do estado, atribuindo maior estigma ao comportamento proibido.
Para a criminologia marxista isso é uma verdade absoluta, não importa qual seja a
orientação política do Estado. Todos os Estados estabelecem leis que, em maior ou menor
medida, protegem a propriedade. Isso pode assumir a forma de tipificação do roubo, dano
ou furto. Embora uma lei que criminalize o roubo possa não parecer rotuladora a
princípio, uma análise marxista das taxas de punição pode detectar desigualdades na
forma como a lei é aplicada. Assim, a decisão de processar ou condenar pode ser distorcida
quando quem sofre a punição tem menos recursos para contratar um bom advogado. A
mesma análise também pode mostrar que a distribuição de punição para qualquer crime
pode variar de acordo com a classe social do perpetrador. Mas, uma lei que criminalize o
comportamento de “roubar” existe para proteger os interesses de todos os que
possuem propriedade; Não discrimina por referência a classe do proprietário como
elemento jurídico isoladamente.
Na verdade, poucas leis dos Estados Modernos são elaboradas para proteger os
interesses da propriedade tomando por referência aclasse social.Portanto a aceitação e a
aplicação das leis geralmente dependem de um consenso dentro da comunidade de que
essas leis atendem às necessidades locais. Nessa comparação, a comparação das taxas
de criminalidade entre Estados mostra pouca correlação por referência à
orientação política. As correlações que existem tendem a refletir disparidades entre ricos
e pobres e características que descrevem o desenvolvimento do ambiente social e
econômico. Assim, as taxas de crimes são comparáveis nos Estados onde há maiores
disparidades de distribuição de riqueza, independentemente de serem primeiro, segundo
ou terceiro mundo.
Questão Aplicada
42
a) Tal como o funcionalismo estrutural, se baseia em uma filosofia política pré-
definida para explicar a influência de fatores estruturais de uma sociedade na
eclosão da criminalidade.
b) Fundamenta-se na estratificação social como principal explicação para o crime e
suas condições de ocorrência.
c) Não considera o crime político como expressão real da criminalidade.
d) A prerrogativa de se rotular ou definir um comportamento como crime é reflexo da
distribuição desigual de poder no âmbito do Estado, o que influencia a valoração
do comportamento incriminado.
e) Considera certas categorias individuais como mais propensas à vitimização.
A única alternativa correta é a letra “d”, pois para a criminologia marxista a definição do
crime é uma prerrogativa do Estado que reflete uma distribuição desigual de poder, o que
influencia na rotulação do que vem a ser definido ou não como crime. As demais
alternativas estão evidentemente erradas, pois se contrapõem aos fundamentos acima
explicados desta abordagem teórica.
Com isto, o risco de ser etiquetado, ou seja, “aparecer no claro das estatísticas”,
não depende da conduta, mas da situação do indivíduo na pirâmide social. Por isso o
sistema penal é considerado por vertentes da Criminologia como sendo seletivo, pois
funciona segundo os estereótipos do criminoso, os quais são confirmados pelo próprio
sistema.
A ideia das “cifras negras” surgiu com o belga Adolphe Jacques Quetelet, (1796-
1874) considerado um dos precursores da sociologia moderna, da criminologia de bases
43
sociológicas, pertencente à denominada escola cartográfica. Quetelet era um matemático e
estatístico e trabalhava em pesquisas censitárias. Em seu trabalho, formulou a idéia de
“homem médio” (depois apropriado pelos estudos de Direito Penal) entendendo ser um
tipo ideal e abstrato de sujeito, visto como um padrão para diversas análises sociológicas.
Assim, como peculiar em sua época, conseguia estabelecer certa regularidade aos
fenômenos sociais, relacionando a criminologia clássica com a positivista.
O Prof. Juarez Cirino do Santos, bem define este fenômeno como “a diferença
entre aparência (conhecimento oficial) e a realidade (volume total) da criminalidade
convencional, constituída por fatos criminosos não identificados, não denunciados ou não
investigados (por desinteresse da polícia, nos crimes sem vítima, ou por interesse da
polícia, sobre pressão do poder econômico e político), além de limitações técnicas e
materiais dos órgãos de controle social”. (SANTOS, Juarez Cirino. A Criminologia radical.
Curitiba: IPCP: Lumen Juris, 2006. p. 13)
Questão Aplicada
44
A expressão “cifra negra” ou oculta, refere-se:
A alternativa correta é a letra “d”, que tem relação exata com o sentido do termo “cifra
negra”.
As demais alternativas são misturam conceitos de outras teorias com temos adotados nos
estudos da cifra negra, justamente para confundir o candidato. Dessa forma, nas
alternativas “a”, “b”, “c”, embora haja relação pelo senso comum entre a falta de
estatísticas adequadas sobre a população carcerária e os indicadores de reincidência e
evasão do sistema penitenciário, não se relaciona com a cifra negra em si, atrelada à
desconsideração estatística de fatos criminosos em si devido a deficiências so aparato
repressivo estatal e sua seletividade intrínseca. Quanto à alternativa “e”, trata-se de
explicação própria dos conceitos da criminologia contemporânea, que estuda a exclusão
inerente aos processos de globalização e a marginalização de segmentos da sociedade.
45
A Escola de Chigago (parte 1): ecologia social e o ambiente como relevâncias
conceituais
Histórico
Características principais
46
influência da Escola de Chicago, bem como oferecer um relato histórico contemporâneo do
desenvolvimento da criminologia.
47
estrutura pobre criam barreiras comunitárias e oferecem oportunidades ou mesmo
incentivos para o comportamento criminoso.
Críticas e Legado
48
Barcelona e Amesterdão têm bairros extremamente ricos e desejáveis perto do coração da
cidade, com bairros mais pobres espalhados aleatoriamente pelos arredores.
49
imediata, por vezes. Em conclusão, Chicago foi uma potência de estudo social e intelectual
ao longo do século XX e influenciou muito a formulação de políticas nos Estados Unidos e
em muitas outras partes do mundo, porém, como toda teoria, sofre influência das
mudanças sociais.
Questão Aplicada
50
em Chicago, porém com aplicação geral de suas bases e premissas em outros lugares.
Enquanto envolve estudiosos de várias universidades da área de Chicago, o termo é
freqüentemente usado indistintamente para se referir ao departamento de sociologia da
Universidade de Chicago. Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu uma "Segunda Escola de
Chicago" cujos membros usaram o interacionismo simbólico combinado com métodos de
pesquisa de campo (hoje, muitas vezes referida como etnografia), para criar um novo
campo de estudo e conhecimento.
Para esta vertente de estudo, nas grandes cidades, onde todas as paixões, todas as
energias da humanidade são liberadas, estamos em condições de investigar o processo da
civilização, por assim dizer, como um microscópio.
13
Bulmer, Martin. (1984). The Chicago School of Sociology: Institutionalization, Diversity, and the Rise
of Sociological Research. Chicago: University of Chicago Press.
51
Os membros da Escola concentraram-se na cidade de Chicago como objeto de seu
estudo, procurando evidências de que a urbanização e o aumento da mobilidade social
foram as causas dos problemas sociais contemporâneos. Inicialmente, Chicago era uma
cidade limpa, com um ambiente físico vazio. Em 1860, Chicago era uma pequena cidade
com uma população de 10.000 habitantes. Houve um grande crescimento após o incêndio
de 1871. Em 1910, a população já superav dois milhões de habitantes. A rapidez do
aumento deveu-se a um influxo de imigrantes e produziu um significativo número de sem-
teto, condições precárias de habitação e condições de trabalho também precárias
baseadas em baixos salários e longas horas. Mas, igualmente, Thomas e Znaniecki (1918)
enfatizam que a súbita liberdade de imigrantes liberada dos controles da Europa para a
competição irrestrita da nova cidade foi uma dinâmica de crescimento.
14
Cavan, Ruth Shonle (January 1983). "The Chicago School of Sociology, 1918-1933". Urban Life.
52
Três grandes temas caracterizaram esse período dinâmico de estudos de
Chicago15:
O Chicago Area Project (CAP) foi uma tentativa prática de sociólogos de aplicar
suas teorias em um laboratório da cidade. Pesquisas subsequentes mostraram que as ligas
de atletismo juvenil, os programas de recreação e o acampamento de verão funcionaram
melhor juntamente com o planejamento urbano e como alternativas ao encarceramento e
como política de controle de crime. Tais programas são não empresariais e não são auto-
sustentáveis, de modo que eles falham quando o governo local ou central não faz um
compromisso financeiro sustentável. Embora em retrospectiva crítica possa se afirmar
que as tentativas da escola de mapear o crime podem ter produzido algumas distorções, o
15
McKenzie, R. D. "The Ecological Approach to the Study of the Human Community". American Journal
of Sociology 30 (1924)
53
trabalho foi valioso na medida em que se afastou de um estudo padrão e deu lugar para
um estudo mais sistemático em dados e escalas.
Questão Aplicada
Incorreta a letra “d”, pois de acordo com a Escola de Chicago é justamente o contrário:
quanto maior a mobilidade social, maior as taxas de crime em determinada cidade. As
demais alternativas são conceitos e abordagens adotadas pelas Escola de Chicago.
GABARITO: “D”.
54
A teoria da não-subordinação, às vezes chamada de teoria do domínio, é uma
área da teoria jurídica feminista que se concentra no diferencial de poder entre
homens e mulheres. A teoria da não-subordinação assume a posição de que a
sociedade, e mais especialmente os homens na sociedade, usam as diferenças de
sexo entre homens e mulheres para perpetuar esse desequilíbrio de poder. Ao
contrário de outros tópicos dentro da teoria jurídica feminista, a teoria da não-
subordinação se concentra especificamente em certos comportamentos sexuais,
incluindo o controle da sexualidade das mulheres, o assédio sexual, a pornografia e
a violência contra as mulheres em geral.Catharine MacKinnon argumenta que a teoria
da não-subordinação aborda melhor essas questões particulares porque elas afetam
mulheres "quase exclusivamente"16. MacKinnon defende a teoria da não-subordinação em
relação a outras teorias, como a igualdade formal, a igualdade substantiva e a teoria das
diferenças, porque a violência sexual e outras formas de violência contra as mulheres não
são uma questão de "semelhança e diferença", mas sim são melhor vistas como
desigualdades estruturais para as mulheres. Embora a teoria da não-subordinação tenha
sido discutida amplamente na avaliação de várias formas de violência sexual contra as
mulheres, ela também serve como base para a compreensão da violência doméstica e por
que ela ocorre. A teoria da não-subordinação aborda a questão da violência doméstica
como um subconjunto de um problema mais amplo da violência contra as mulheres
porque as vítimas da violência doméstica são esmagadoramente femininas.17
16
Bartlett et al., citing Mahoney, Martha R. (1991). "Legal Images of Battered Women: Redefining the
Issue of Separation". Michigan Law Review. 90: 1. JSTOR 1289533
17
Karmen, Andrew (2010), "Victims of rapes and other sexual assaults", in Karmen, Andrew, Crime
victims: an introduction to victimology (7th ed.), Belmont, California: Cengage Learning
55
corpo que não mostram contusões (por exemplo, seu couro cabeludo) ou em áreas onde
ela ficaria envergonhada de mostrar aos outros suas contusões. Esses comportamentos
podem ser ainda mais úteis para um autor do fato quando o agressor e a vítima
compartilham filhos, porque o agressor muitas vezes controla os recursos financeiros da
família, tornando a vítima menos resiliente, já que é provável que vá colocar seus filhos
em risco.
18
Bartlett et al, ob.cit.
19
Sanders, Cynthia K.; Schnabel, Meg (June 2006). "Organizing for economic empowerment of battered
women: women's savings accounts". Journal of Community Practice.
56
disponíveis e colocando as vítimas em maior risco de abuso doméstico. Nos Estados
Unidos, os Estados que implementaram leis de prisão obrigatórias têm taxas de homicídio
60% maiores, o que mostrou ser consistente com o declínio nas taxas de notificação dos
casos de violência doméstica. Os defensores dessas políticas de encarceramento de
suspeitos afirmam que o sistema de justiça criminal às vezes é o único meio de chegar às
vítimas de violência doméstica e que, se um agressor sabe que ele será preso, deterá a
futura conduta de violência doméstica.
Questão Aplicada
Assinale a alternativa correta que indica uma causa da violência doméstica de gênero para
a teoria da não subordinação :
57
A teoria subcultural explica o desvio em termos de um grupo desviante, separado
do resto da sociedade que incentiva o desvio
Muitos destes crimes praticados por grupos que carregam subculturas são
multitudinários (praticados em multidões) e apresentam valores específicos que unem
seus integrantes, que buscam projetar externamente através do culto à força física.
Critica-se esta escola por ser muito reducionista, já que não justifica os crimes
provocados fora das subculturas e não considera que nem sempre há coesão de valores
dentro do mesmo grupo, ou seja, é possível que membros do grupo não comunguem com
todos os princípios lá desenvolvidos. Por exemplo, nem todos os lutadores de jiu-jitsu se
tornarão um “pitboy” ou nem todos os fãs de hardcore punk com cabeças raspadas serão
adeptos da subcultura “skinhead” ou nem todo fã de black metal satânico atacará igrejas
ou grupos rivais.
58
✓ Os meninos da classe trabalhadora tentam ganhar o status dentro da escola
e falham, assim sofrem a frustração do status
✓ Alguns desses rapazes encontram um ao outro e formam uma subcultura
✓ Status é obtido dentro da subcultura, quebrando regras mainstream.
✓ Viu a classe trabalhadora inferior como uma subcultura com seu próprio
conjunto de valores únicos
✓ A cultura da classe trabalhadora enfatizou seis preocupações focais (ou
valores fundamentais) que encorajavam o comportamento criminoso entre os jovens da
classe trabalhadora.
✓ Três exemplos dessas preocupações focais onde a dureza (proeza física), a
excitação (assunção de riscos) e a inteligência (ser inteligente na rua)
59
✓ Significa que as crianças não são socializadas em normas e nos valores
mainstream (socialmente considerados superiores na sociedade) e se tornaram NEET 20
✓ A subclasse é 20 vezes mais criminosa do que o resto da sociedade.
Questão Aplicada
B São exemplos que a identificam a atuação das torcidas organizadas de futebol, grupos
de skinheads e o hooliganismo.
D Em uma subcultura grupal, seus integrantes procuram impor seus valores a outros
membros da sociedade através da força e da coerção.
Resposta: A alternativa incorreta é a letra “d”, pois a subculturas grupais não procuram
modificar a opinião de uma sociedade a partir da projeção de seus valores; ao contrário,
afirmam seus valores contrariamente à maioria e normalmente pela coerção pura.
GABARITO: “D”.
20
NEET, jovens (15-24 ou 15-29) sem emprego e que não estão a frequentar qualquer ação de educação
ou formação, englobam uma gama variada de situações pelo que deve ser decomposto em várias
categorias/ subgrupos. São os “nem-nem” do Brasil, ou seja, não trabalham nem estudam. No Brasil, de
acordo com índice do IBGE de 2016, atinge a proporção assustadora de 22,5% da população jovem (e
viva o funk ostentação, sertanejo universitário, balada da pegação...)
60
O polêmico movimento ‘lawandorder”
O movimento “LAW AND ORDER” (não confundir com a famosa série televisiva
ambientada em Nova York) é um dos temas mais abordados na Criminologia
contemporânea, sendo uma vertente de política criminal muito criticada pela doutrina
penal no Brasil. Assim pode vir a ser abordado esse tema em concursos públicos. Vamos à
explicação em bloco único para facilitar sua compreensão.
21
"The Politics of Law and Order" by Platt, Anthony M. - Social Justice, Vol. 21, Issue 3, Fall 1994 |
Online Research Library: Questia Reader".
61
mensagem persuasiva que argumentava que o Movimento dos Direitos Civis tinha
contribuído para o conflito racial e a Grande Sociedade de Bem Estar do Governo de
Lyndon Johnson recompensou em vez de punir os perpetradores da violência, os
conservadores exigiram que o governo nacional promovesse o respeito pela lei e a ordem
e o desprezo por aqueles que a violaram, independentemente da causa.22
A demanda política por "lei e ordem" foi feita por John Adams e Thomas Jefferson
nos anos 1780 e 1790. Era um slogan político no Kentucky em torno de 1900 após o
assassinato do governador William Goebel. O termo foi usado por Barry Goldwater em sua
corrida para presidente dos EUA em 1964.
22
Michael W. Flamm, Law and Order: Street Crime, Civil Unrest, and the Crisis of Liberalism in the 1960s (2005).
62
guarda-chuva do movimento. Uma posição difícil sobre este assunto ajudou bastante Rudy
Giuliani a ganhar dois mandatos como prefeito de Nova York na década de 1990, e
também foi amplamente citada como impulsionando Gavin Newsom para a vitória sobre
um adversário mais liberal na eleição de prefeito de São Francisco de 2003. Richard
Riordan também se tornou o novo prefeito de Los Angeles em 1993 pela primeira vez em
20 anos depois que Tom Bradley se aposentou.
Questão Aplicada
D Emergiu nos Estados Unidos da América como uma reação política conservadora ao
crescimento vertiginoso da criminalidade a partir do final da década de 60 do século XX.
Resposta: A alternativa incorreta é a letra “c”, pois este movimento não foca
prioritariamente nos crimes “corporativos”, relacionados com o poder econômico e
político, focando-se realmente nos crimes violentos, patrimoniais e no confronto às
drogas.
GABARITO: “C”.
63
O crime como desobediência a uma decisão política da elite: a teoria do conflito
64
Tipos de Teoria do Conflito
Significado
História
Função
Efeitos
66
Questão Aplicada
Resposta: A única alternativa incorreta é a letra “e”, pois para a Teoria do Conflito as leis
elaboradas por um órgãos legislativo do Estado, ainda que com representantes eleitos,
nada mais que refletem os interesses de uma classe superior no exercício do poder, em um
contexto permanente de conflito com outras categorias sociais oprimidas e
desfavorecidas.
67
posteriores, ele os viu menos como retrocessos evolutivos e mais em termos de
desenvolvimento e degeneração).
Lombroso acreditava que o atavismo poderia ser identificado por uma série de
estigmas físicos mensuráveis, que incluíam mandíbulas salientes, olhos caídos, orelhas
grandes, nariz torcido, braços longos em relação aos membros inferiores, ombros
inclinados e um cóccix semelhante a uma cauda. O conceito de atavismo se relevou
incrivelmente errado, mas, como tantos outros de seu tempo, Lombroso procurou
compreender fenômenos comportamentais com referência aos princípios da
evolução como eram entendidos na época. Se a humanidade estava apenas em uma
extremidade da evolução contínua da vida animal fazia sentido para muitas pessoas que
os criminosos - que agiam "bestialmente" e que careciam de consciência racional – seriam
seres biologicamente inferiores.
Questão Aplicada
68
A O criminoso era identificado como uma subespécie humana com regressão atávica.
D Exames do crânio por critérios biológicos e físicos indicariam criminosos por natureza.
Resposta : A alternativa incorreta é a letra “e”, pois esta abordagem teórica claramente se
utilizava de critérios raciais e de estigmas físicos específicos como identificação de um
indivíduo com propensão criminosa.
GABARITO: “E”.
69
foi o perigo que o ofensor representava para a sociedade, que deveria ser julgado
pelas "peculiaridades" de um delinquente.
Questão Aplicada
Resposta: A única alternativa correta é a letra “d”, pois para Garofalo a sanção penal
deveria justamente considerar o perigo causado pelo criminoso de acordo com suas
particularidades examinadas. As demais alternativas se opõem totalmente aos seus
conceitos, pois em relação à alternativa “a”, seus estudos contrariam justamente a
definição jurídico-formal do que é um crime; quanto à alternativa “b”, Garofalo estendeu o
conceito de crime muito além de ser um comportamento violador de alguma legislação;
70
em relação à alternativa “c”, o castigo deveria cingir-se ao criminoso e não ao crime;
quanto à alternativa “e”, é justamente o contrário: Garofalo como positivista repudiava a
noção do livre-arbítrio como elemento definidor da responsabilidade penal.
23
Schneider, H. J. (2001). "Victimological developments in the world during the past three decades (I): A Study of comparative
victimology". International journal of offender therapy and comparative criminology. 45: 449–468.
24
Hickey, Eric W. (2006). The Male serial murderer. In Serial murderers and their victims (4th ed., pp. 152–159). Belmont, CA:
Wadsworth Group
71
prostituta ou se envolver em situações em que muitas vezes entraram em contato com
estranhos.
Questão Aplicada
72
Resposta: A alternativa incorreta é a letra “b”, pois esta abordagem teórica não relaciona a
vítima à responsabilidade, ainda que parcial, pelo surgimento do ato criminoso contra si,
mas focaliza os fators externos que a tornam mais propensa a sofrer ofensas.
GABARITO: “B”.
Assim, enquanto a maioria dos que apóiam o atual regime pode considerar a
criminalização de um comportamento politicamente motivado como uma resposta
aceitável quando o agressor é conduzido por crenças mais extremas de matizes políticas,
ideológicas, religiosas ou outras, pode haver um questionamento de moralidade de uma lei
que criminaliza simplesmente a dissidência política ordinária.
73
por exemplo, queimar a bandeira da nação em público. Mas o alcance de tais crimes pode
ser bastante menos direto.
Além disso, até mesmo uma ofensa contra instituições, pessoas ou práticas não-
governamentais pode ser considerada política. Violência ou até mesmo discriminação
contra um grupo étnico ou racial, bem como greves sindicais ou piquetes contra
empregadores privados, pode ser percebida como um crime político quando aqueles no
poder vêem tal conduta como minando a estabilidade política (e econômica) do Estado.
Neste contexto, note que o Código de Conduta dos Encarregado de Aplicação da Lei
aprovado pela Associação Internacional de Chefes de Polícia diz em parte: "Os deveres
fundamentais de um policial incluem servir a comunidade, salvaguardar vidas e
propriedade, proteger os inocentes, manter a paz, garantindo os direitos de todos à
liberdade, igualdade e justiça ". Este código exige que a polícia se comporte de maneira
cortês e justa, que trate todos os cidadãos de forma respeitável e decente, e que eles nunca
usem força desnecessária. Quando o fazem, argumenta-se que isso constitui um crime (por
exemplo, como um assalto) e que se for institucionalizado, com o passar do tempo, o uso
de força desnecessária, vem a se tornar um crime de Estado.
74
geralmente caracterizada como a "classe dominante", ganha muito mais do que outras
classes. Os marxistas concordam com os funcionalistas que a socialização desempenha um
papel crucial na promoção da conformidade e da ordem. No entanto, ao contrário dos
funcionalistas, eles são altamente críticos das idéias, valores e normas da "ideologia
capitalista". Os marxistas modernos apontam a educação e os meios de comunicação
como agências socializadoras, que iludem ou "mistificam" a classe operária para se
conformarem a uma ordem social prevalente.
Questão Aplicada
Resposta: A única alternativa correta é a letra “d”, pois o crime político pode categorizar
condutas não violentas de oposição a um sistema estatal de Governo ou aos poderes
constituídos vigentes. Em relação à alternativa “a”, o terrorismo é uma das principais
construções dogmáticas do gênero crime político; quanto à alternativa “b”, também
ofensas contra pessoas e instituições não governamentais podem ser esquematizadas
como crimes políticos; em relação à alternativa “c”, ainda que focalizado em grupo
específico e limitado de pessoas, crimes praticados com direcionamento étnico ou
religioso podem ser enquadrados como crimes políticos; quanto à alternativa “e”, a
espionagem não se destina a derrubar regimes de governo ou mudar formas de Estado
necessariamente; portanto, nem sempre é um crime político em sua essência,
normalmente se situa em crimes contra a segurança nacional, como no caso da Lei
7170/83.
75
A prevenção criminal na visão da criminologia
Questão Aplicada
76
c) Ações voltadas à redução de oportunidades para a criminalidade e no
fortalecimento dos laços da comunidade determinam o êxito desta política de
prevenção.
d) Estratégias específicas de intervenção sobre comunidades conflagradas são
relevantes para o êxito destas medidas .
e) Vizinhança de alto risco é um dos fatores determinantes para a prevenção
secundária.
Resposta: Incorreta a letra “c”, pois trata-se de uma característica própria da prevenção
primária.
A primeira forma de positivismo, que surgiu no final do século XIX, envolveu uma
tentativa de correlacionar o comportamento criminoso com certas características
fisiológicas. Isso levou à identificação de um "tipo criminal" genético - uma idéia que
agora está totalmente desacreditada.
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Mais recentemente, houve um retrocesso geral da teoria social e uma ênfase mais
pragmática na prevenção do crime.
Questão Aplicada
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