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COISAS DA VIDA
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havia tempo, eu lhe tinha feito, do ir visi-
tal-o á sua casa da l\fargom-do-Rio. Não
nos víamos desde longos mezes, o foi du-
plamen te satisfeito quo me apresse i em ca-
valgar para 2 distant e viven<la do meu que-
rido amigo.
-Ah! E' verdad e. ,Já mo ia esquecen-
do. Que histori a é aquella do que, na tua
carta, me prome tteste falar '?-perg untei-l he.
-Eu te conto. E' um caso triste, cuja
lembra nça ainda hoje me emociona.
No penultimo anno da minha format u-
ra, aqui chogou uma familia cearense, que
veio pedir á mamãi um cantinh o de torra
para cultivar. Compu nha-se de dois velhos,
uma linda mocinha, a Lucia, e tres croan.
ças-um menino o duas menina s. A mamãi,
sempre caridosa, sensibilizou-s e doante da
pobrez a dos retiran tes, acolheu-os carinh o-
samen te, promettendo-lhes a sua protecção,
o deu-lhes a morar uma daquel las casinh as
de ao pé do morro. E por aqui olles fica-
ram trabalh ando, sempre muito estimados,
porque eram, na verdad e, umas bôas crea-
turas. A Lucia, essa, então, era um anjo, o a
mamãi tanto a aprecia va, que um dia pediu
aos velhos a deixas sem morar em sua com-
panhia : não havia nisso nenhum inconve-
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Era uma vez urr. homem do qual toda
a gente affirma va ser a mais caritativa das
creaturas humanas. Ainda ninguom conhe-
cera um coração que tanto se condoesse dos
infortunios alheios. Fôra riquíssimo, e che-
gara a ficar tão pobre como os mais pobres,
porque tudo o que possLliea havia distribui-
do em beneficio dos necessitados. Era o Ho-
mem Bondoso por excellencia. E tão farto e
tão abundante jorrava o manancial da sua
caridade, que desbordava sobre todo o ser
que pudesse vibrar a uma dor-fosse elle
um cedro, fosse uma formiga. I sto se dizia
daquelle homem, e com exaggeros cada vez
maiores.
Nesse tempo, ainda os animaes dispu-
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• tira de que se socco1'rera, era preciso fingir
resguardo por algum tempo, somente no oi-
tavo dia regressou á localidade, onde a fa-
milia o recebeu chorando de contentamento,
e onde não lhe faltaram abraços e parabens
pela felicidade de haver escapado.
Não tardou, porém, que principiasse, la-
vrando cada vez mais viva, uma forte des-
crença em relação á molestia do Sylvano.
Por fim, ninguem mais acreditava nella, á
excepção talvez dos pretos velhos que o ha-
viam àcompanhado,e que, argumentando com
o caso, não se cansavam de enaltecer a ex-
cellencia das suas mézinhas.
-Qual varíola ! Aquillo não fôra mais
do que uma ligeira indisposição, que os pa-
vores do grande nervoso haviam exaggera-
do escandalosamente ! Variola '? Pois sim!
Então varíola era brincadeira'?
Diziam coisas que taes ao proprio Sylva-
no. E tanto bastava para que elle ficasse ver-
melho de colera, e chegasse mesmo-o Syl-
vano, tão commedido !- á violencia dos im-
properios e á rudeza dos palavrões.
Aquellas bexigas tornaram-se-lhe, para o
resto da vida. um objecto de carinho, que
elle defendia como quem defende o cofre do
seu thesoiro ...
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espectaculo dos campos verdes e flóreos, dos
lindos rios serenos, dos amplos céus festiva-
mente azues. Tinha tambem o seu lado terrí-
vel, era bem a «mão que o veneno e o balsa-
mo propina», do verso do poeta; mas o que
possu ia de bom e bello, era bastante para fa-
zer o homem contente do seu destino. Onde,
então, estava o mal '?
-No proprio homem, cuja queda, segun-
do a conta o Genesis, era uma allegoria ma-
ravilhosa. No homem, sem duvida, pois era
elle a causa, elle somente, dos maiores infor-
tunios que padecia. Claudio rrerencio revela-
va-se um sceptico, na perfeita significação do
vocabulo. E dizia que fôra a vida que assim
o fizera, com as suas mentiras e insidias, tre-
mendas maldades e detestaveis prejuisos; a
vida, onde o erro contava uma enorme legião
de batalhadores, e a lucta pelo bem-estar de
cada um era motivo de combates continuas e
desapiedados, em que, quasi sempre, cabia o
triumpho ao propugnador ela iniquidade e
da falsidia.
Elle, vezes infinitas, tinha visto os raros
sêres altivos e nobres, que se lhe haviam de-
parado no scenario do mundo, rolarem, mal-
feridos e infelizes, de encontr o aos agudos an-
fractos do crime e do vicio, e succumbirem,
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Ninguem sabia onde ella estava. Chama-
vam-na debalde fazia já uma hora. A angus-
tia assoberbava os corações. Como se expli-
cava aquillo, santo Deus? Que teria ,conte-
cido? Alguem aventurou a hypothese de que
Dona Pastora, tendo saído, caíra ali por per-
to, com um ataque. E todos concordaram em
que devia ser isso. Não podia ter sido outra
coisa. Pois se ella, embora parecesse restabe-
lecicta, ainda se não fortalecera conveniente-
mente! ainda estava muita fraca !
E, entre choros e exclamações afflictivas,
lançaram-se a procural-a pelos mattos proxi-
mos, pela alvura das estradas adormecidas.
Triste coisa, triste coisa ! Os gritos, vibran-
do-lhe o nome, rolavam no silencio da noi-
te, repetiam-se mais e mais desesperados, e
ao seu appello de dor apenas respondiam r e-
vôos assustados e o indifferente soliloquio do
vento noctambulo nas tranças do arvoredo.
E, assim, veio a madrugada, veio a ma-
nhã. E quando o sol desparziu o oiro dos seus
primeiros clarões por cima das arvores orva-
lhadas, um dos trabalhadores do major Do-
miciano avistou, pendente de um galho de
goiabeira, matto a dentro e a alguma distan-
cia do caminho da fonte, o corpo de Dona Pas-
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A orchestra permanecia silenciosa. Ape-
nas um que outro musico vibrava de leve al-
guma corda ao instrumento, verificando se a
afinação continuava perfeita. As proprias
conversas diminuíam insensivelmente, em
contraste com o alvoroço que reinava nas al-
mas. Era a emoção da proxima chegada á
casa do juiz e o desejo de dará surpresa todo
o intenso colorido das verdadeiras surpresas.
A meninada é que não se continha e parola-
va cada vez mais desenvolta, nada lhe im-
portando alguns psius que, do grupo dos
adultos, a quando e quando lhe eram diri-
gidos.
O José Antonio caminhava logo em se-
guida aos musicos. Calado, abstrahido, per-
dera-se entre nuvens, mergulhara em pleno
devaneio. Entregava-o, só por si, ás mais apra-
zíveis cogitações, a lembrança do seu Discur-
so, o discurso que escrevera em collaboração
com o Miranda, professor publico, para ser
lançado ao espanto boquiaberto da villa no
momento dos brindes ao dr. João Bazilio. E
esteve a repetil-o ment<Llmente, para ver se
ainda guardava bem vivas na memoria as
seis tiras onde, com o seu elegante cursivo
de calligrapho bem apurado, fizera o caloro-
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