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ÉMILE DURKHEIM
(1858-1917)
Jean-Claude Filloux
Nascido em 1852, filho de um rabino, em Épinal, no leste da França, ele preferiu, desde
a adolescência, abandonar a religião judaica e decidiu qual seria sua futura profissão:
professor de filosofia. Entre 1879 e 1882, frequentou a prestigiosa Escola Normal
Superior (ENS), em Paris. A tragédia da Comuna (de março a maio de 1871), uma
espécie de guerra civil após a derrota, marcou-o quando ainda muito jovem. Persuadiu-
se, então, de que, se um dia devesse ensinar, sua missão seria a de ajudar seus
compatriotas a trilhar o caminho rumo a uma sociedade que, unida e solidária, pudesse
superar seus próprios conflitos – e contribuir para estimular as mudanças sociais que
permitiriam a seus concidadãos viver o que ele chamou de “bem por excelência”, ou
seja, a comunhão com os outros.
Em 1882, sua decisão está tomada. É o começo de uma carreira, na qual o labor do
sociólogo reforça o do missionário (ou mesmo, do profeta), preocupado com definir as
condições de existência de uma sociedade que respeita a pessoa e elaborar os modelos
da escola e da pedagogia que tornam possível a realização dessas condições. A questão
inicial que toma por base era a mesma que se colocava para as doutrinas políticas e
sociais da época: deve-se privilegiar o bem do indivíduo ou o bem da sociedade? Deve-
se ser “individualista”, como o queriam os liberais e os economistas, ou “socialista”, no
sentido em que o entendiam Proudhon e Marx? Desde sua saída da ENS, Durkheim
nunca desistirá de mostrar que a integração de uma sociedade moderna, resultante da
expansão do capitalismo, é condicionada por uma nova definição do individualismo e
do socialismo, definição esta que só poderia ser dada pela ciência social.