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DE BARREIRAS/BA
ESTADO DA BAHIA, presentada pela defensora pública subscritora, apresentar, com fulcro nos arts.
5º, LIV e LV, da Constituição da República (CR) e 403, § 3º, do Código de Processo Penal (CPP),
teria sido supostamente flagrado após ter subtraído para si uma quantia de R$ 25,00 (vinte e
cinco reais).
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Instrução concentrada em audiência realizada em 08 de abril de 2010,
finais ministeriais, foi a DEFENSORIA PÚBLICA intimada para apresentar alegações finais em favor
do réu.
2. PRELIMINARMENTE:
redação diferente da atual. Bastava que o suposto autor tivesse consigo qualquer tipo de arma
para que incidisse a qualificadora do referido inciso. Hoje, tal redação foi alterada,
especificando o tipo de arma que a qualificadora irá incidir, qual seja, a arma de fogo.
Como dito, o art. 157 (roubo) sofreu alterações em seu § 2º, com a
revogação do inciso I, que aumentava a pena "se a violência ou ameaça é exercida com
emprego de arma", desconsiderando como causa de aumento o emprego de arma branca
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I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo; (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
Como se vê, com essa alteração, tal qualificadora não mais incide no caso
em tela.
Além disso, é cediço que o Processo Penal brasileiro é regido por alguns
princípios, dentre eles o tempus regit actum. Tal princípio consagra a regra da aplicabilidade da
norma de direito material vigente à época da ocorrência do fato/conduta gerador. Todavia, o
referido postulado é mitigado pelo princípio da retroatividade da lei penal benéfica, por força
do preceito constitucional estampado no art. 5º, XL, da Carta Política de 1988, ao dispor que “a
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
antecipada que a mesma não possa ser alcançada por meio de uma interpretação sistemática
ou finalista. Atento aos fundamentos do processo, é de se notar que, nas hipóteses de
jurisdicional até o final quando o provimento pedido seja adequado para atingir o escopo de
atuação da vontade de lei no caso concreto.
compreende a ideia de eficácia do provimento pedido, de modo que inexistirá interesse de agir
quando se verificar que o provimento condenatório não poderá ser aplicado.
sanção jamais será efetivamente aplicada, ou porque este fim não poderá mais ser
materialmente realizado, porque, ao sentenciar e aplicar concretamente a reprimenda, o direito
de punir pulverizar-se-á no tempo, carece de interesse de agir, uma vez que está condenada a
não produzir nada. Logo, deve esta ação ser extinta antecipadamente, por ser carecedora de
condição da ação.
O crime de roubo simples, o qual deve ser a real e atual acusação que
pesa sobre o réu está tipificado no art. 157, caput, do Código Penal. Vejamos:
A moldura fática já delineada nos autos torna possível formular uma previsão segura
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lapso temporal existente entre o oferecimento e o recebimento da denúncia se aproxima de
uma década.
Pois bem. No caso em apreço, é evidente que em uma eventual sentença seria aplicado
a pena mínima, pelo fato do acusado ser primário e não responder a nenhum outro processo,
assim nessas circunstâncias não há como aplicar maior apenamento, considerados os tipos
penais sugeridos na inicial.
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Bahia, ultrapassa a prescrição da pena mínima de todos os crimes que o réu é acusado, assim
3. PEDIDOS
a) Seja absolvido o réu em razão da prescrição, com base no art. 109, II,
do Código Penal Brasileiro;
Pede deferimento.
PAULO MALAGUTTI
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA.