Sei sulla pagina 1di 73

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

BORIS JOSÉ CABRERA QUIÑONES

EXECUÇÃO DE COBERTURAS
EM ESTRUTURA METÁLICA

SÃO PAULO
2006
2

BORIS JOSÉ CABRERA QUIÑONES

EXECUÇÃO DE COBERTURAS
EM ESTRUTURA METÁLICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
a obtenção do título de Graduação do
Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi

Orientador: Professor Eng. Tiago Garcia Carmona

SÃO PAULO
2006
3

BORIS JOSÉ CABRERA QUIÑONES

EXECUÇÃO DE COBERTURAS
EM ESTRUTURA METÁLICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
a obtenção do título de Graduação do
Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi

Trabalho ____________ em: ____ de ______________ de 2006.

___________________________________
Professor Eng. Tiago Garcia Carmona
___________________________________
Professor Eng. Fernando José Relvas
Comentários:_________________________________________________

__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
4

Dedico em especial a minha família, pela compreensão e apoio em momentos


difíceis, por eles é necessário vencer obstáculos que ao final da jornada, são
recompensados.
5

AGRADECIMENTOS

A meu pai, pelo apoio e paciência, desde muito tempo.

A meu irmão, que apesar da distância, me ajudou em todos os sentidos.

A minha mãe, apesar de não estar presente, sempre me levantou quando precisei.

Agradecimentos ao Eng° Marcelo Romboli, diretor da Empresa RR Construtores


Associados, pela atenção prestada nas visitas a obra.

A Localfrio Armazéns, no porto de Santos, pela autorização das imagens dentro de


suas instalações,

Aos Eng° Ruberlito da Empresa PPR Construções e Eng° Alberto, que forneceram
grandes auxílios na etapa construtiva deste Trabalho.

Aos meus amigos pela compreensão, estimulo e ajuda em todos os momentos que
foram necessários.

À todos que, direta ou indiretamente colaboraram para a elaboração deste trabalho

Especiais agradecimentos, ao meu orientador Prof. Eng. Tiago Garcia Carmona pela
paciência, atenção e incentivo em um ano extremamente difícil e a Profª Gisleine,
pela compreensão e atenção sempre que solicitada.

E finalmente, a Deus por todas as coisas conseguidas e realizadas, sinceramente.

Obrigado à todos.
6

RESUMO

A execução de estrutura metálica de cobertura é objeto de estudo deste trabalho, e


busca constatar na execução, a correta utilização de normas e critérios de
coberturas, para fins de uso comercial e/ou industrial. Para alcançar o objetivo,
utiliza pesquisa bibliográfica, onde é possível conceituar o material aço estrutural,
suas propriedades e vantagens na construção metálica, além de definir quais são e
para que servem as partes integrantes de uma cobertura, parâmetros de fabricação
e montagem. Foi utilizado o método de estudo de caso para a definição conclusiva.
Na oportunidade do estudo, é possível constatar erros na execução, bem como nas
etapas que compõem todo o processo construtivo. Concluiu-se que, apesar de
apresentar-se um bom projeto, ainda podem ocorrer erros na execução, e que
mediante um acompanhamento de profissional capacitado, esse erros podem ser
minimizados para o sucesso de uma construção.

Palavras-chave: Estrutura Metálica. Cobertura. Aço.


7

ABSTRACT

The metallic structure execution is the object of study of this project, and its intention
is to validate during the metallic covering execution the correct utilization of norms
and criteria for commercial and/or industrial purposes. To achieve the stated
objective, the project is based on bibliographic research therefore it is possible to
conceptualize the structural steel, its properties, features and comparative
advantages in the metallic construction realm. Furthermore we can define what each
of the components of a metallic covering are, its manufacturing and assembling
parameters.
A case study method was utilized for a definitive conclusion. During the case study it
is possible to detect construction execution errors as well as during the stages that
constitute the constructive processes. We have concluded that despite the fact that
an attractive project could be presented, errors may still occur and that by being
assisted by a capable professional such errors could be minimized in order to
accomplish a successful construction project

Key words: Metallic structure.Covering.Steel.


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 5-1 - Gráfico Tensão X Deformação (Bellei, 2000) ........................................19


Figura 5-2 - Tipologia de Perfis Soldados (NBR 5884/80). .......................................25
Figura 5-3 - Tipologias e partes de galpões industriais (Bellei,2000). .......................27
Figura 5-4 - Seqüência de montagem (Manual de Montagem,2004) ........................46
Figura 6-1 - Acesso à obra e canteiro Fonte: O Autor (2006) ...................................50
Figura 6-2 - Inserto Metálico no pilar Fixação das Tesouras. Fonte: o Autor (2006).54
Figura 6-3 - Inserto Metálico no pilar Tapamento Lateral. Fonte: o Autor (2006) ......55
Figura 6-4 - Estaiamento da Tesoura de cabeceira. Fonte: o Autor (2006) ..............56
Figura 6-5 - Emenda lado direito da Tesoura. Fonte o Autor (2006) .........................56
Figura 6-6 - Emendas lado esquerdo da Tesoura. Fonte o Autor (2006) ..................57
Figura 6-7 - Apoio de terças nas Tesouras. Fonte o Autor (2006) ............................58
Figura 6-8 - Vista Parcial da Cobertura Fonte: O autor (2006)..................................58
Figura 6-9 - Contraventamento no plano de cobertura Fonte: O autor (2006) ..........59
Figura 6-10 - Terças de cobertura deformadas Fonte: O autor (2006)......................60
Figura 6-11 - Terças de cobertura deformadas, vão 12,00 m Fonte: O autor (2006) 61
Figura 6-12 - Inicio de execução das mãos-francesas Fonte: O autor (2006)...........62
Figura 6-13 - Detalhe de perfil para mão-francesa Fonte: O autor (2006) ................62
Figura 6-14 - Execução do Tapamento de cobertura Fonte: O Autor (2006) ............63
Figura 6-15 - Tapamento de cobertura e Perfil Lateral Fonte: O Autor (2006)..........63
Figura 6-16 - Alocação de perfis desorganizada Fonte: O Autor (2006) ...................64
Figura 6-17 - Interior do galpão, desorganização de peças Fonte: O Autor (2006)...65
Figura 6-18 - Peças estocadas sem identificação Fonte: O Autor (2006) ................65
Figura 6-19 - Detalhe de Emendas das partes da Treliça Fonte: O Autor (2006) .....67
Figura 6-20 - Detalhe da Emenda executada no campo Fonte: O Autor (2006) .......67
Figura 6-21 - Detalhe de montagem de correntes Fonte: O Autor (2006) .................68
Figura 6-22 - Detalhe de montagem de correntes campo Fonte: O Autor (2006) .....68
Figura 6-23 - Detalhe de mãos-francesas nas tesouras Fonte: O Autor (2006) ........69
Figura 6-24 - Vista lateral de mãos-francesas campo Fonte: O Autor (2006) ..........69
Figura 6-25 - Detalhe de montagem das presilhas Fonte: O Autor (2006)................70
Figura 6-26 - Detalhe de montagem das presilhas campo Fonte: O Autor (2006) ....70
9

LISTA DE TABELAS

Tabela 5-1 – Influência dos elementos de liga nas propriedades do aço..................21


Tabela 5-2 – Aços Estruturais ABNT (perfis, chapas e tubos). .................................22
Tabela 5-3 – Aços Estruturais ASTM ........................................................................23
Tabela 5-4 – Parafusos e Barras Rosqueadas..........................................................24
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCEM Associação Brasileira dos Construtores de Estruturas Metálicas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AISC American Institute of Steel Construction

ASTM American Society for Testing and Materials

CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço

NBR Normas Brasileiras


11

LISTA DE SÍMBOLOS

C Elemento químico Carbono


Mn Elemento químico Manganês
Si Elemento químico Silício
S Elemento químico Enxofre
P Elemento químico Fósforo
Cu Elemento químico Cobre
Ni Elemento químico Níquel
Cr Elemento químico Cromo
Nb Elemento químico Nióbio
Fu limite de resistência à tração
Fy limite de escoamento
t/m³ tonelada X metro cúbico
tf/cm² tonelada força X centímetro quadrado
MPa Mega Pascal
υ Coeficiente de Poisson no regime elástico
υp Coeficiente de Poisson no regime Plástico
E Módulo de Elasticidade
G Módulo transversal de elasticidade
α Coeficiente de dilatação térmica
ρ Massa específica
m metro
“ polegadas
12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................14

2 OBJETIVOS .....................................................................................16
2.1 OBJETIVO GERAL ..........................................................................................16
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ...................................................................................16

3 MÉTODO DE TRABALHO...............................................................17

4 JUSTIFICATIVA...............................................................................18

5 AÇO - CONCEITOS GERAIS ..........................................................19


5.1 PROPRIEDADES DO AÇO ESTRUTURAL ................................................19
5.2 CONSTANTES FÍSICAS DO AÇO ..............................................................21
5.3 PRINCIPAIS TIPOS DE AÇO ......................................................................22
5.4 PRODUTOS DE AÇO PARA USO ESTRUTURAL......................................24
5.5 VANTAGENS DE ESTRUTURAS EM AÇO ................................................26
5.6 TIPOS DE ESTRUTURAS EM AÇO............................................................26
5.7 ESTRUTURAS DE GALPÕES INDUSTRIAIS E SEUS COMPONENTES ..27
5.7.1 PLACAS DE BASE........................................................................................ 28
5.7.2 CONEXÕES .................................................................................................. 28
5.7.3 LIGAÇÕES .................................................................................................... 28
5.7.4 COLUNAS ..................................................................................................... 29
5.7.5 TESOURAS................................................................................................... 29
5.7.6 CONTRAVENTAMENTOS ............................................................................ 30
5.7.7 TERÇAS E VIGAS DE TAPAMENTO ........................................................... 31
5.7.8 CHAPAS DE COBERTURA E TAPAMENTO ............................................... 32
5.7.9 ESTABILIDADE LATERAL............................................................................ 32
5.8 PROJETO DE GALPÃO..............................................................................33
5.8.1 PROJETO DE ENGENHARIA....................................................................... 33
5.8.2 PROJETO DE FABRICAÇÃO ....................................................................... 33
5.8.3 PROJETO DE MONTAGEM ......................................................................... 34
5.9 MONTAGEM ...............................................................................................35
5.9.1 PLANEJAMENTO DE MONTAGEM ............................................................. 35
5.9.2 DEFINIÇÃO DO PROCESSO DE MONTAGEM ........................................... 36
5.10 CONSIDERAÇÕES MONTAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAGEM ....37
13

5.11 INSPEÇÃO DE MONTAGEM .....................................................................41


5.12 EQUIPAMENTOS .......................................................................................42
5.12.1 EQUIPAMENTOS DE IÇAMENTO VERTICAL ........................................... 42
5.12.2 EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE HORIZONTAL................................ 42
5.12.3 EQUIPAMENTOS AUXILIARES ................................................................. 43
5.12.4 GRUPOS GERADORES ............................................................................. 43
5.12.5 COMPRESSORES DE AR.......................................................................... 43
5.12.6 FERRAMENTAS MANUAIS ........................................................................ 44
5.12.7 FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS .............................................................. 44
5.12.8 FERRAMENTAS ELÉTRICAS .................................................................... 44
5.13 SEQÜÊNCIA DE MONTAGEM...................................................................45

6 ESTUDO DE CASO .........................................................................47


6.1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................47
6.2 CONCEPÇÃO DE PROJETO .....................................................................48
6.3 PLANEJAMENTO .......................................................................................50
6.3.1 Acesso à Obra............................................................................................... 50
6.3.2 Condições Topográficas................................................................................ 51
6.3.3 Canteiro......................................................................................................... 51
6.3.4 Prazo ............................................................................................................. 52
6.3.5 Soluções Viáveis e Econômicas ................................................................... 52
6.3.6 Equipamentos disponíveis ............................................................................ 52
6.4 FASES DE EXECUÇÃO..............................................................................54
6.4.1 Fundações e Pilares...................................................................................... 54
6.4.2 Tesouras ....................................................................................................... 55
6.4.3 Terças de cobertura ...................................................................................... 57
6.4.4 Contraventamento das terças ....................................................................... 59
6.4.5 Contraventamento das Tesouras .................................................................. 61
6.4.6 Chapas de cobertura..................................................................................... 63
6.5 ARMAZENAGEM / ESTOQUE ............................................................................64
6.6 DETALHES CONSTRUTIVOS ....................................................................66

7 CONCLUSÕES ................................................................................71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................72
ANEXOS.................................................................................................73
14

1 INTRODUÇÃO

A estrutura metálica oferece inúmeras vantagens na Engenharia Civil. Podemos citar


a grande variabilidade de formas, redução de tempo de construção, racionalização
de materiais, alta resistência do material e, no que diz respeito à segurança, por se
tratar de um material único e homogêneo, os valores de limite de escoamento,
ruptura e módulo de elasticidade são bem definidos.(Bellei, 2003).

Um breve histórico sobre o emprego do aço na construção civil do Brasil, de acordo


com Bellei (2000, p.1):

O início da fabricação em ferro no Brasil deu-se por volta de 1812.


Acredita-se que a primeira obra a usar ferro pudlado, fundido no Brasil, no
estaleiro Mauá, em Niterói, RJ, foi a Ponte de Paraíba do Sul, no Estado do
Rio de Janeiro, com cinco vãos de 30 metros, cuja data de construção é de
1857, estando em uso até hoje. A primeira obra em que se usou aço
importado em edifícios no Brasil foi o Teatro Santa Izabel, em Recife.

Os avanços tecnológicos desde o início do emprego do aço até os dias atuais,


permitem um grande campo de pesquisa, fato comprovado por exemplo, com a
adição de componentes químicos a liga de ferro e carbono, proporcionando aços de
alta resistência.

Apesar da fabricação das estruturas em aço no Brasil ter-se iniciado no século


passado, seu uso em construções de edifícios é pouco utilizado no âmbito nacional.
Curiosamente, o Brasil hoje é um grande produtor de aço, porém ainda é
conservador em se tratando de edifícios, além de, economicamente, a construção
em aço ser tarifada com alíquota de IPI em 5% e a construção em concreto ter tarifa
de 0% 1, reduzindo o interesse comercial em construções desse tipo.

Porém, a estrutura metálica vem ganhando um grande espaço na utilização em


construções de pequeno e médio porte, como no caso de galpões comerciais e
industriais metálicos, por se tratar de uma construção rápida, limpa e de custo baixo,
comparativamente à construção em concreto.

1 ‘A Essencialidade do Aço na Construção Civil e a Tributação com o IPI’ (http://www.infomet.com.br/vista_opinioes.php)


15

Sabe-se que, para obter um resultado satisfatório em uma obra, seja ela de
concreto ou estrutura metálica, é indispensável um planejamento, que envolve a
elaboração de um projeto, pois é necessário saber empregar o melhor material para
a finalidade de uso. Nesse contexto, o trabalho aborda o uso da estrutura metálica
para a execução de coberturas em galpão industrial.

Este trabalho mostra a importância da execução de montagem nas estruturas


metálicas e pelo fato do trabalho estar focado em coberturas de galpões industriais,
com auxílio do estudo de caso, é mostrada uma cobertura executada utilizando-se
das atribuições de projeto e normas e faz-se uma análise crítica das etapas
integrantes de todo o processo construtivo da cobertura, com seus erros e acertos.

Cabe ressaltar ainda, que serão mencionados conceitos fundamentais, tais como o
que é aço, suas propriedades, conceitos de projeto, tipologias de galpões, partes
integrantes deste e fases de construção e montagem.
16

2 OBJETIVOS

Atualmente, é constante a busca por métodos mais eficientes de trabalho, que


proporcionem atingir o melhor desempenho em menor prazo. Pensando nisso, uma
obra bem sucedida começa com um bom projeto, e transpõe-se para todas as
etapas seguintes do trabalho, abordando no caso da estrutura metálica, até o
complemento da fase de montagem.

2.1 Objetivo Geral

Esse trabalho mostra as partes integrantes da cobertura de um galpão em estrutura


metálica, e de uma maneira geral, o que são e para que servem seus elementos, as
fases de fabricação e montagem a serem seguidos e como executar uma construção
metálica atendendo a critérios de planejamento e normas.

2.2 Objetivo Específico

Será estudada a execução de uma cobertura de galpão em estrutura metálica nos


seus aspectos de concepção de projeto, suas partes integrantes e etapas de
construção, para identificar erros cometidos durante as etapas construtivas, pela
falta de planejamento adequado ou execuções não apropriadas.
17

3 MÉTODO DE TRABALHO

Inicialmente, o trabalho mostra uma metodologia básica, conceitos e definições,


fundamentais para o tema relacionado, tendo como revisão bibliográfica a pesquisa
em livros de conceituados autores, manuais, teses, artigos de sites da Internet,
reúne informações para entender as partes integrantes de um galpão industrial e o
procedimento de montagem de uma estrutura metálica de cobertura.

O estudo de caso mostra os conceitos referidos no trabalho, apresenta a execução


de uma cobertura metálica com projeto e concepção bem definidos, e os problemas
encontrados durante sua execução.
18

4 JUSTIFICATIVA

Na Engenharia Civil como em outras áreas, é comum a busca de otimização entre o


produto e seu custo final. Sem esquecer que em todas as áreas existem normas e
procedimentos que devem ser seguidos para obter-se a qualidade e eficácia
desejada. Na engenharia, quando as normas não são seguidas, a qualidade final do
produto é prejudicada.

Para que acidentes não ocorram, tanto na fase de execução quanto na fase de
utilização de uma construção, é necessária a conscientização do profissional, de que
normas e procedimentos devem ser utilizados. Com base nas NBR´s, ABNT e
órgãos regulamentados, as construções devem ser executadas com o rigor da
norma.

Este trabalho se justifica para entender como uma obra deve desenvolver-se, qual o
seu planejamento, como se deve executar, quais os métodos e equipamentos
necessários, quais as dificuldades que encontrará. A partir destes conhecimentos, o
profissional busca o anseio por soluções e resultados e, finalmente, tem a
consciência de que seu trabalho está sendo bem feito, seguro e com
responsabilidade.
19

5 AÇO - CONCEITOS GERAIS

O aço pode ser definido como uma liga metálica composta em 98% de ferro, e com
pequenas quantidades de carbono (de 0,002% até 2,00%). (DIAS, 1997). Entretanto,
podem ser adicionados elementos de liga os quais relacionaremos adiante.

5.1 PROPRIEDADES DO AÇO ESTRUTURAL

Segundo Bellei, para se compreender as propriedades do aço, é essencial que o


profissional conheça o comportamento do aço em uma determinada situação. Para
isso, o gráfico tensão-deformação da figura 5.1 representa importante informação
deste comportamento.

Figura 5-1 - Gráfico Tensão X Deformação (Bellei, 2000)


20

Já segundo DIAS, (1997, p.24)

As propriedades mecânicas definem o comportamento dos aços quando


sujeitos a esforços mecânicos e correspondem às propriedades que
determinam a sua capacidade de resistir e transmitir esforços que lhe são
aplicados, sem romper ou sem que ocorram deformações excessivas.

Da propriedade mecânica decorre a escolha adequada do produto a ser utilizado em


materiais metálicos.

Portanto, entende-se como tensão–deformação, a relação entre uma força aplicada


a um material e sua respectiva deformação. (Dias, 1997)

São características dos aços, dentre outras: (Dias, 1997).

• elasticidade;
• plasticidade;
• ductibilidade;
• tenacidade.

Nos aços, cada propriedade pode sofrer alterações de acordo a composições


químicas dos chamados elementos de liga.

Esses elementos de liga são de relevante importância, pois, no processo de


fabricação do aço, se as composições químicas de elementos de liga forem
alteradas, estas influenciarão de forma positiva ou negativa no aço. (Dias, 1997)

Dentre alguns elementos de liga, podemos citar:


• Carbono (C)
• Manganês (Mn)
• Silício (Si)
• Enxofre (S)
• Fósforo (P)
• Cobre (Cu)
• Níquel (Ni)
• Cromo (Cr)
21

• Nióbio (Nb)

Os fatores positivos e negativos mencionados são mostrados na tabela 5.1.

Tabela 5-1 – Influência dos elementos de liga nas propriedades do aço

PROPRIEDADE /ELEMENTO C Mn Si S P Cu Ti Cr Nb
RESISTÊNCIA MECANICA + + + - + + + +
DUCTIBILIDADE - - - - - - -
TENACIDADE - - - +
SOLDABILIDADE - - - - - - -
RESISTÊNCIA A CORROSÃO - + + + + +
DESOXIDANTE + +
Fonte: Dias,1997.

5.2 CONSTANTES FÍSICAS DO AÇO

São propriedades constantes, em qualquer aço estrutural e em temperatura


atmosférica: (Bellei,2000).
• Massa específica ρ=7,85 t/m³
• Módulo de elasticidade E=210.000 Mpa = 2.100 tf/cm²
• Coeficiente de Poisson no regime elástico υ=0,3
• Módulo transversal de elasticidade G=/{2(1+υ)} = 78.850 MPa =
788 tf/cm²
• Coeficiente de Poisson no regime plástico υp≅0,5
• Coeficiente de dilatação térmica α=12 X 1C-6/ºC
22

5.3 PRINCIPAIS TIPOS DE AÇO

No Brasil os aços freqüentemente usados na construção civil são os aços estruturais


das séries ASTM e ABNT, pois devido a sua resistência, ductibilidade e
propriedades, são apropriados para utilização em elementos que suportam cargas. A
Tabela 5.2 apresenta os aços da série ABNT e a Tabela 5.3, aços da série ASTM, já
para parafusos e barras roscadas, apresenta-se a Tabela 5.4.

Tabela 5-2 – Aços Estruturais ABNT (perfis, chapas e tubos).

NBR 6648 NBR 5920/NBR 5921 NBR 5000


Chapas grossas de aço carbono Chapas grossas de aço de
para uso estrutural Chapas finas de aço de baixa liga e alta baixa liga e alta resistência
Classe/ Fy resistência mecânica, resistentes à mecânica
grau tf/cm² Fu tf/cm² corrosão atmosférica para usos Classe/ Fy
CG-24 2,35 3,80 estruturais (a frio/a quente) grau tf/cm² Fu tf/cm²
CG-26 2,55 4,10 G-30 G- 3,00 4,15
Fu 35 3,45 4,50
Classe/ grau
Fy tf/cm² tf/cm²
NBR 6649 Laminadas a
Chapas finas a frio para frio/bobinas a quente NBR 5004
uso estrutural laminadas a quente 3.10 4.50
Classe/ Fy (não fornecidas em Chapas finas de aço de baixa
grau tf/cm² Fu tf/cm² bobinas) liga e alta resistência mecânica
CF-24 2,35 3,80 Classe/ Fy
CF-26 2,55 4,10 3.40 4.80 grau tf/cm² Fu tf/cm²
F-32/Q-32 3,10 4,10
F-35/Q-35 3,40 4,50
NBR 6650 NBR 5008
Chapas finas a quente Chapas grossas de aço debaixa liga e alta
para uso estrutural resistência mecânica, resistentes à
Classe/ Fy corrosão atmosférica
grau tf/cm² Fu tf/cm² para usos estruturais
CF-24 3,80
CF-26 4,10 Classe/ Faixa de Fy Fu
CF-28 2,35 2,55 4,40 grau espessur tf/cm² tf/cm²
CF-30 2,80 3,00 4,90 1.2 e 2A t < 16 3.45 4.80
19 < t < 40 3.15 4.60
NBR 7007 40 < t < 100 2.90 4.35
Aços para perfis laminados
para uso estrutural
Classe/ Fy NBR 8261
grau tf/cm² Fu tf/cm² Perfil tubular de aço-carbono, formado a frio, com e
2.5 4.00 sem costura, de seção circular, quadrada ou
MR-250
AR-290 2.90 4.15 retangular, para usos estruturais
AR-345 3.45 4.50
AR-COR Seção circular Seção quadrada
345-A ou B 3.45 4.85 ou retangular
Classe /
grau
Fy Fy Fu
tf/cm² Fu tf/cm² tf/cm² tf/cm²
2.90 4.00 3.17 4.00
B C 3.17 4.27 3.45 4.27

Fonte: Bellei, 2000.


23

Tabela 5-3 - Aços Estruturais ASTM

Aços Estruturais ASTM


Classif. Denoninação Produto Grupo /grau Fy tf/cm² Fu tf/cm²
A 36 - É o mais usado em estruturas metálicas, podendo ser Perfis todos os grupos 4,00
usado em edifícios, pontes e estruturas em geral e ser Chapas t < 16 2,50 a
empregado com ligações rebitadas, parafusadas e soldadas Barras
t < 100 5,50
A570 - É apresentado em vários graus, para ser empregado na Grau 33 2,30 3,60
Todos os
confecção de perfis de chapa dobrada, devido a sua ductilidade Chapas
Aços - carbono

grupos Grau 40 2,80 3,80


Grau A 2,32 3,20
A500 - É usado na fabricação de tubos com e sem costura, Redondo
para tipos redondos quadrados ou retangulares. É empregado Grau B 2,96 4,08
em dois graus. Para tubos sem costura são empregados até a Tubos Quadrado Grau A 2,74 3,20
espessura de 12,5 mm e diametro a 258mm. ou
Grau B 3,23 4,08
retangular
A 501 - É usado tanto na fabricação de tubos com e sem
costura, para tipos redondos, quadrados e retangulares. Tem a
mesma resitência do A-36. É empregado até 25mm de Tubos Todos os grupos 2,50 4,08
espessura, com diâmetro variano de 12 a 600 mm.
Aços de baixa liga e alta

Grupos 1 e 2 3,45 4,85


Perfis
resistência mecânica

A441 - É usado onde se requer um grau de resistência maior e Grupos 3 3,15 4,60
é apresentado em vários graus, podendo ser empregado em t < 19 3,45 4,85
qualquer tipo de estrutura com ligações soldadas, parafusadas Chapas e 19 < t < 38 3,15 4,60
ou rebitadas
Barras 38 < t < 100 2,90 4,35
100 < t < 200 2,75 4,15
A572 - É usado onde se requer um grau de resistência maior e Perfis Todos os Grau 42 2,90 4,15
é apresentado em vários graus, podendo ser empregado em grupos graus 50 3,45 4,50
qualquer tipo de estrutura com ligações soldadas, parafusadas Chapas e Grau 42 (t < 150) 2,90 4,15
ou rebitadas
Barras Grau 50 (t < 50) 3,45 4,50
Grupo 1 e 2 3,45 4,80
Perfis
A242 - É caracterizado por ter uma resistência à corrosão duas Grupo 3 3,15 4,60
resistência mecânica e à
Aços de baixa liga, alta

vezes a do aço-carbono, podendo ser empregado com ligações t < 19 3,45 4,80
corrosão atmosférica

parafusadas, rebitadas e soldadas e em estruturas em geral. Chapas e


19 < t < 38 3,15 4,60
Barras
38 < t < 100 2,90 4,35

A588- É empregado onde se requer uma redução de peso


aliado a uma resistência maior a corrosão atmosférica, que é 4 Perfis Todos os grupos 3,45 4,85
vezes a do aço carbono. É empregado principalmente em
pontes, viadutos estruturas especiais, pois, devido a sua
resistência à corrosão, pode dispensar a pintura, exceto em
t < 100
ambientes agressivos. Pode ser empregado em estruturas 3,45 4,85
soldadas, parafusadas ou rebitadas. Chapas e
100 < t < 127 3,15 4,60
barras
127 < t < 200 2,90 4,35
Notas: a) Grupamento de perfis estruturais para efeito de propriedades mecânicas: a .1) Perfis "I" de abas inclinadas, perfis
"U", e em cantoneiras com espessuras menor ou igual a 19mm. Grupo 1 e 2, a .2) Cantoneiras com espessura maior que
19mm. Grupo 3. b) Para efeito das propriedades mecânicas de barras, a espessuras "t" correspondente à menor dimensão da
seção transversal da barra . t = espessura em mm

Fonte: Bellei,2000.
24

Tabela 5-4 - Parafusos e Barras Rosqueadas

Limite de Tipo de
Resistência à Diâmetro máximo
Especificação escoamento
tração tf/cm² material
tf/cm² (mm)
(2)

ASTM A307 - 4,22 100 C


ISO 898
2,40 3,98 36 C
Parafusos Classe 4,6
ASTM A325 6,47 8,44 12,7 < d < 25,4
(1) CT
5,70 7,38 25,4 < d < 38,1
ASTM A490 8,95 10,55 12,7 < d < 38,1 T
Barras ASTM A36 2,50 4,08 100 C
rosqueadas ASTM A588 3,45 4,92 100 ARBL RC
SAE-1020 2,40 3,87 152 C
(1) Disponíveis também com resistência à corrosão atmosférica comparável à dos
aços AR-COR-345 graus A e B ou à dos aços ASTM A588
(2) C = Carbono / T= temperado / ARBL RC= alta resistência e baixa liga resistente
à corrosão

Fonte: Bellei,2000.

5.4 PRODUTOS DE AÇO PARA USO ESTRUTURAL

De acordo com Bellei, (2000) os principais materiais usados como elementos ou


componentes estruturais são:
• chapas finas à frio, com espessuras-padrão de 0,30 mm a 2,65 mm e fornecidas
em larguras-padrão de 1,00 m, 1,20 m e 1,50 m e comprimentos-padrão de 2,00
m e 3,00 m, sob a forma de bobinas. Seu uso: em esquadrias, dobradiças,
portas, batentes, calhas e rufos;
• chapas finas à quente, com espessuras-padrão de 1,20 mm a 5,00 mm e
fornecidas em larguras-padrão de 1,00 m, 1,20 m, 1,50 m e 1,80 m e nos
comprimentos-padrão de 2,00 m, 3,00 m, 6,00 m, além sob a forma de bobinas.
Seu uso: em perfis de chapa dobrada, construção de estruturas leves, em
coberturas como terças e vigas de tapamento;
• chapas zincadas, com espessuras-padrão de 0,25 mm a 1,95 mm e fornecidas
em larguras-padrão de 1,00 m e comprimentos-padrão de 2,00 m e 3,00 m e
também sob a forma de bobinas. Seu uso: telhas para coberturas e tapamentos
laterais, calhas, rufos, caixilhos, dutos de ar condicionado, divisórias;
• Chapas grossas, com espessuras-padrão de 6,3 mm a 102 mm e fornecidas em
diversas larguras-padrão de 1,00 m a 3,80 m e nos comprimentos-padrão de
25

6,00 m e 12,00 m. Seu uso: em construções de estruturas metálicas, para a


formação de perfis soldados para trabalhar como vigas, colunas e estacas;
• Perfis laminados estruturais, são perfis laminado à quente, de variadas
dimensões e pesos, fornecidos em sua maioria em barras de 6,00 m. Seu uso: na
fabricação de estruturas e secundariamente como caixilhos e grades. Perfis leves
são de dimensões menores que 80 mm, perfis médios de 80 a 200 mm e perfis
pesados acima de 200 mm;
• tubos estruturais com e sem costura, com grande variabilidade de espessuras,
com fornecimento em comprimento-padrão de 6,00 m. Seu uso: como elementos
estruturais principalmente na formação de treliças espaciais, corrimãos;
• barras redondas, com amplo número de bitolas e em sua maioria fornecida em
barras de 12,00 m. Seu uso: confecção de chumbadores, parafusos, tirantes;
• barras chatas, nas dimensões de 38x4,8 mm a 304,8x50,8 mm e nos aços 1010
a 1020 e A36;
• perfis soldados, com grande variabilidade de espessuras e dimensões, por serem
compostos a partir de três chapas, a ABNT (NBR 5884/80) padronizou três
series, conforme Figura 5.2. Seu uso: Estruturas metálicas médias e grande
porte, reforços, plataformas, pipe-rack´s, entre outras;
• perfis estruturais em chapa dobrada, tem grande variabilidade de dimensões,
com espessuras variando de 1,50 mm a 8,00 para alguns fabricantes. Seu uso:
vem sendo aplicados de forma crescente na execução de estruturas leves, como
terças ou vigas de tapamento no caso de galpões industriais.

Tipos Altura (mm) Designação (exemplo)

CS de 200 a 650 VS 900x124


Série CS para colunas (com d/ b f = 1) CVS de 200 a 650 VS com d = 900 mm
Série VS para vigas (com d/ bf < 4) VS de 200 a 1.500 e 124 kg/m
Série CVS para colunas e vigas ( com 1 < PS não padrão (PS 400x200)*
d/bf < 1,5)

*A ser fornecido pelo projetista

Figura 5-2 - Tipologia de Perfis Soldados (NBR 5884/80).


26

5.5 VANTAGENS DE ESTRUTURAS EM AÇO

Mediante o Seminário “Uso do aço no Brasil” da Escola Politécnica da Universidade


de São Paulo: (1989), são vantagens das estruturas:
• Redução no tempo de construção;
• Economia de Fundações;
• Redução das dimensões nas colunas;
• Redução da altura de vigas;
• Mínimo desperdício de material;
• Facilidade de manutenção;
• Facilidade de reforço;
• Oferecem grande margem de segurança, pois trabalha com produto único e
homogêneo, com propriedades físicas e mecânicas definidas.
• Redução no custo da obra;
• Redução no custo na administração da obra;
Otimização do nível de qualidade em seus produtos, visto a padronização de
fabricação dos mesmos.

5.6 TIPOS DE ESTRUTURAS EM AÇO

Segundo Dias (1997), os tipos de estrutura são classificados em:

• Estruturas de edifícios de múltiplos andares,


• Estruturas de galpões,
• Estruturas de obras de arte,
• Estruturas reticuladas,
• Estruturas tubulares,
• Estruturas espaciais,
• Estruturas de armazenagem,
• Estruturas estaiadas ou tencionadas.
27

5.7 ESTRUTURAS DE GALPÕES INDUSTRIAIS E SEUS COMPONENTES

A figura 5.3 mostra as estruturas de galpões industriais mais utilizados.

Figura 5-3 - Tipologias e partes de galpões industriais (Bellei,2000).


28

5.7.1 PLACAS DE BASE

As placas de base devem atender os esforços de momentos e forças de cargas


normais concentradas provenientes das colunas e de reações como engastes de
vigas ou outros elementos, estruturais ou não. Outro fator de importância é de como
a placa de base é fixada ao bloco de concreto.

5.7.1.1 CHUMBADORES

São barras em aço que tem a função de fixar as bases das colunas às fundações.
Usualmente, são utilizadas barras redondas de aço SAE 1020 com Limite de
escoamento da ordem de 240 MPa, podem ser soldados na face inferior da chapa
em aço A-36 ou podem-se usar porcas para a fixação. Posteriormente são
concretados ao elemento estrutural, seja um bloco de fundação, viga ou pilar.

5.7.2 CONEXÕES

Pode-se definir como sendo as juntas ou emendas feitas em uma estrutura, para
permitir que o esforço vindo de uma peça seja transmitido para outra, sem alteração
do mesmo.

Uma conexão bem executada possibilita maior resistência e segurança a estrutura,


uma vez que, se a concepção for inadequada, poderão surgir esforços secundários,
comprometendo a estabilidade do conjunto.

5.7.3 LIGAÇÕES

As ligações de campo são feitas por meio de parafusos ou de solda, raramente é


feita por meio de rebites, usado em casos especiais. A facilidade da execução das
ligações depende da concepção na fase de detalhamento de projeto, e quando mal
pensado, onera muito a fase de montagem. (Bellei,2000).

Para definir-se o uso de solda ou parafusos, há a necessidade de se observar o


objetivo a que se destinam, já que temos situações onde soldas não seriam mais
29

recomendadas que parafusos. No caso de placas de base a grande vantagem de


usarmos a solda ao invés dos parafusos, está obviamente na economia de material,
já que a solda permite o aproveitamento total do material.(Bellei,2000)

As estruturas parafusadas requerem, em grande parte, elementos de ligação


(conexões), que oneram o uso do aço. Em algumas obras, o uso das soldas traduz
uma economia que pode chegar aos 15% do peso em aço. Além disso, as obras
soldadas são mais rígidas, pois seus elementos estão diretamente soldados um ao
outro, ao contrário das ligações parafusadas. (Bellei,2000).

Por outro lado, as ligações parafusadas atendem melhor às tensões de fadiga e


também à retração do material, são mais fáceis nas ligações de campo, há
economia no consumo de energia, uso de mão-de-obra não tão qualificada quanto
os soldadores, enfim, há que se analisar diversos fatores para se definir qual a
melhor opção.

5.7.4 COLUNAS

As colunas de uma construção são destinadas a transmitir para as fundações o peso


das estruturas correspondentes a vigas de rolamentos, de piso, peso próprio da
estrutura, sobrecargas etc.

5.7.5 TESOURAS

São as vigas principais da estrutura, recebem as cargas devidas ao material de


cobrimento, peso próprio das terças, vento, e eventuais sobrecargas suspensas.

É habitual nos cálculos, considerar-se sobrecargas na cobertura, para atender às


cargas adicionais devidas à água da chuva, poeira, tubulações, instalações, talhas
de manutenção etc. Nas construções pesadas, as sobrecargas são definidas por
normas ou pelas empresas da instalação.(Bellei,2000).
A distância entre tesouras é dada pelos espaçamentos entre colunas, que
dependem da função a que se destina o galpão. Quando a distância entre colunas é
30

muito grande, torna-se mais econômico o uso de tesouras intermediárias, quando há


liberdade, escolhe-se o espaçamento que conduza a maior economia no custo
global de terças e tesouras.

No caso de colocação de cargas verticais nas tesouras fora dos pontos de trabalho
(nós), são colocadas escoras de modo que as cargas sejam transferidas diretamente
para juntas ou nós nos banzos correspondentes, ou seja, cargas aplicadas no banzo
superior, escoras para banzo inferior e vice-versa.

5.7.6 CONTRAVENTAMENTOS

Os contraventamentos são essenciais para as estruturas metálicas, sejam elas de


pequeno, médio ou grande porte. Eles são responsáveis pela rigidez do
prédio/edifício metálico, devido às ações de ventos e aos esforços que a estrutura
recebe dos elementos que a compõem, incluindo sobrecargas. Também têm a
finalidade de garantir a estabilidade do conjunto durante a fase de montagem e
obviamente durante sua vida útil. (Bellei,2000).

Devemos distinguir os contraventamentos verticais dos horizontais, para não usá-los


de forma errônea, sabendo-se onde se encontram os esforços de tração e
compressão, sem comprometer a estrutura e sem onerar a obra, com desperdício de
material.

5.7.6.1 CONTRAVENTAMENTOS HORIZONTAIS

Esse tipo de contraventamento encontra-se no plano das terças (superiores) ou das


cordas (inferiores) das tesouras ou vigas de pórtico. Servem para distribuir as cargas
de vento e os impactos laterais provocados pela ação de pontes rolante, levando-as
para as colunas de sustentação.

O simples contraventamento horizontal lateral permite melhor distribuição das cargas


horizontais reduzindo-se os momentos na base das colunas e dos deslocamentos.
31

Quando o número de vãos é igual ou superior a dois (geminados) com mesma


altura, é desnecessário colocar contraventamentos longitudinais nas barras
inferiores das tesouras nas filas intermediárias.

Existe uma série de maneiras de se dispor os contraventamentos na cobertura de


um prédio industrial, a saber:
• Contraventamentos nas cordas inferiores da tesouras para colunas principais
com espaçamento duplo;
• Contraventamentos no plano das terças para edifício industrial aporticado
geminado;
• Contraventamentos no plano das terças para sheds em vigas de alma cheia;
• Contraventamentos no plano das terças e corda inferior de sheds em meia
tesoura.

5.7.6.2 CONTRAVENTAMENTOS VERTICAIS

Esse tipo de contraventamento encontra-se no plano das colunas e além de garantir


a estabilidade da estrutura, são responsáveis pela condução das cargas superiores
de vento e ponte rolante, até as fundações. Os contraventamentos normalmente são
dispostos procurando-se colocar o da parte inferior próximo ao meio do comprimento
longitudinal para permitir melhor dilatação do edifício.

5.7.7 TERÇAS E VIGAS DE TAPAMENTO

As vigas de tapamento, nada mais são que terças na horizontal e apoios para as
chapas de tapamento, no qual estão sujeitas às solicitações de flexão dupla, no
sentido de maior inércia, provocada pela ação do vento (pressão ou sucção), e no
sentido de menor inércia, provocado pelo peso próprio de vigas e da chapas de
tapamento.(Bellei,2000).

Já as terças, são colocadas na cobertura e estão situadas entre vigas principais e


secundárias de pórticos ou tesouras, também com finalidade de suportar as chapas
de cobertura. Nas terças, além da solicitação de flexão dupla já vista, há
32

necessidade de verificação também na flexão simples, devido às cargas acidentais


como, chuva, poeira, pessoas na cobertura.

5.7.8 CHAPAS DE COBERTURA E TAPAMENTO

São as chapas que envolvem as estrutura, têm a função de protegê-la exteriormente


e interiormente das intempéries. Em alguns casos o prédio necessita de isolamento
térmico, no qual utilizam-se chapas-sanduíche, o qual, como o nome já dá a
entende, uma composição de 2 ou mais chapas com o material isolante separando-
as e proporcionando assim, o isolamento. Há uma variedade muito grande de perfis,
para poucas opções de fabricantes, sendo necessário sempre consultar seus
catálogos técnicos para se determinar exatamente às características que se
pretende adequar à obra. (Bellei,2000).

Dentre os materiais mais utilizados no mercado estão as chapas em aço galvanizado


(com ou sem pintura), alumínio (idem à anterior), fibrocimento (atualmente algumas
empresas estão deixando esse produto, devido à possível ligação ao câncer no seu
processo de fabricação), translúcidas (PVC e fiberglass) e sanduíche.

5.7.9 ESTABILIDADE LATERAL

Nas estruturas metálicas, alguns de seus elementos dependem de outros para


permanecerem estáveis durante e após execução. Tesouras de cobertura são
totalmente instáveis se simplesmente apoiadas sobre as colunas, sem o devido
travamento da corda superior. Mesmo vigas de pórticos dependem de travamentos
intermediários para que ocorra estabilidade, caso não se faça, pode ocorrer colapso
de estrutura pelo chamado efeito dominó, onde o tombamento de um pórtico pode
fazer ruir toda a estrutura naquele sentido.(Bellei,2000).

Entende-se, portanto, que estabilidade lateral é a capacidade da peça permanecer


alinhada quando submetida ao seu peso próprio e aos carregamentos provenientes
de outras peças. (Bellei,2000)
33

5.8 PROJETO DE GALPÃO

Devem-se compreender as etapas de projeto a que uma estrutura está submetida.


Essas etapas foram classificadas por Dias, em:

5.8.1 PROJETO DE ENGENHARIA

Entende-se como sendo a concepção estrutural, onde são definidos os


carregamentos, tipos de perfis a serem utilizados, os comprimentos e características
geométricas das seções transversais e longitudinais do galpão, o dimensionamento,
plano de cargas nas fundações, cálculos dos esforços atuantes nas seções ou em
pontos importantes da estrutura, quantidade estimada de aço.

5.8.2 PROJETO DE FABRICAÇÃO

Esta etapa consiste no detalhamento elaborado graficamente, de todos os


elementos que compõem a estrutura. Estes podem ser mostrados isoladamente ou
em conjunto. São indicados os comprimentos das peças, localização de furos,
parafusos, além das listas de materiais correspondentes.

5.8.2.1 ETAPAS DE FABRICAÇÃO

Após o projeto definido, a fase seguinte é o processo de fabricação, suas principais


etapas são, segundo Bellei (2000):

• Suprimentos;
• Preparação;
• Desempeno e Aplainamento;
• Dobramento, calandragem e pré-formação;
• Cortes;
• Usinagem;
• Furação;
34

• Montagem e pré-montagem de Oficina


• Alargamento em conjunto
• Rebitagem
• Parafusagem
• Soldagem
• Contraflecha em vigas e treliças na oficina
• Acabamento
• Controle de Qualidade

A montagem no campo obterá o resultado satisfatório se, na fase de fabricação


houver compatibilização rigorosa das dimensões de peças e furações com as
medidas indicadas nos desenhos de fabricação, dentro das tolerâncias previstas em
normas internas ou externas.(Bellei,2000)

Na montagem de oficina, deve-se tomar cuidados especiais, principalmente em


ligações soldadas, face ao encurtamento, empenamento ou deformação das
contrações de solda.

Ainda sobre a montagem de oficina, em casos especiais é feita a pré-montagem do


conjunto, com o objetivo de aumentar a precisão da montagem em campo e evitar
possíveis erros desastrosos, para a estrutura e para os investidores.

5.8.2.2 DESENHOS DE FABRICAÇÃO

O desenho de fabricação corresponde ao material gráfico que será necessário para


a fabricação das peças metálicas na fábrica. Neles estão contidos informações
como, número de peças à serem fabricadas, localização e dimensão de furos,
dobras necessárias, tipologia de perfis com suas características, entre outras
informações. Ver desenhos de fabricação nos anexos deste trabalho.

5.8.3 PROJETO DE MONTAGEM

É a definição do ciclo de montagem, que implica a escolha do método, a


determinação da seqüência de operações e os tempos correspondentes, parte
fundamental ao complemento do processo, o projeto de montagem traz a
35

representação em forma de diagrama do sistema estrutural, com as indicações das


peças numeradas ou marcadas, seu posicionamento assim como a seqüência de
montagem. Algumas informações podem ser acrescentadas ao projeto como, peça
mais pesada, raio máximo de trabalho do equipamento de montagem, etc.

5.9 MONTAGEM

Considera-se montagem o ato de unir-se as peças que vão compor uma estrutura
final, conforme especificado nos desenhos de projeto.(Bellei,2000). Nesta fase é
onde se saberá se houve ou não um bom projeto. Para uma montagem ideal, é
necessário atingir os níveis de rapidez, precisão, adaptabilidade e confiabilidade,
característicos da estrutura metálica.

5.9.1 PLANEJAMENTO DE MONTAGEM

Uma boa montagem requer um bom planejamento de montagem, e para que


entendamos esse planejamento, deve-se proceder a estudos de viabilidade para a
escolha e definição do melhor processo, considerando para isso:

• Acesso à obra,
• Condições topográficas locais,
• Canteiro,
• Prazo,
• Soluções viáveis e econômicas,
• Equipamentos disponíveis e que devem ser usados.

A definição do melhor processo se dará principalmente pela magnitude da obra,


considerando-se as estruturas como leves, médias ou pesadas.

Segundo o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), o planejamento da


obra parte de uma listagem de todas as atividades necessárias à produção da obra,
a começar pelas mais gerais. Cada atividade principal poderá ser subdividida em
atividades menores, e assim cria-se um segundo nível, e assim por diante. A
definição de quantos níveis o planejamento deve ter, será feita segundo a
36

necessidade do orçamento. Cabe ao profissional de planejamento discernir até qual


nível de atividades representativas da obra se descerá sem recair em
superficialidade ou em detalhismo.

5.9.2 DEFINIÇÃO DO PROCESSO DE MONTAGEM

A fim de se fazer uma primeira aproximação com fins ao orçamento e planejamento


de uma obra, é necessária a definição do processo de montagem. A especificação
do equipamento principal de içamento, a seqüência básica de progressão e a
existência ou não de pré-montagem constituem as principais características do
processo escolhido.

Para qualquer obra existem vários fatores que podem interferir na escolha do
processo de montagem. Muitas vezes esta escolha fica limitada em face das
dificuldades de montagem ou devido ao seu alto custo, impondo condições que
determinam ou influem na elaboração do projeto. Esta definição deve ser fruto de
cuidadosos estudos, tendo-se em conta os equipamentos disponíveis, o acesso à
obra, as condições topográficas locais e o prazo desejado pelo cliente, a fim de se
obter a solução mais viável e econômica, como visto no item 5.9.1.

Processos de montagem semi-mecanizados utilizando ferramentas manuais podem


ser econômicos em pequenas estruturas, mas impraticáveis em obras maiores. Por
outro lado, mobilizar uma grua de torre para utilizá-la por um período de poucos dias
também se mostra inviável pelos custos de mobilização. Deve-se procurar o
equilíbrio entre o porte da obra e os equipamentos principais de içamento, devido a
grande participação destes nos custos.

O profissional deve dispor de informações à respeito do local da obra, sobre as


condições que encontrará na ocasião da montagem e outros detalhes do local ou
cidade. É necessário levar em conta o tipo, as dimensões da estrutura, e as
possíveis interferências com outras operações. Com freqüência algumas proibições
locais limitam os horários de carga e descarga. Deve-se considerar ainda a
influência dos fatores climáticos na utilização dos equipamentos e andamento da
obra em geral.
37

Estes dados devem ser obtidos de preferência em uma visita pessoal ao local da
montagem. Alguns exemplos de informações sobre o local:
• Espaço físico e disponibilidade de área para o canteiro e para a estocagem de
peças;
• Condições de circulação de peças e equipamentos de montagem;
• Disponibilidade de energia elétrica e água potável;
• Edificações próximas;
• Interferências aéreas, subterrâneas e na superfície;
• Disponibilidade de materiais consumíveis no mercado local;
• Disponibilidade de equipamentos para locação.

Para a escolha do processo de montagem também são necessárias informações


sobre a estrutura, como por exemplo:
• Estrutura verticalizada ou horizontalizada;
• Colunas engastadas ou rotuladas nas bases;
• Estruturas aporticadas ou contraventadas;
• Ligações de campo soldadas ou parafusadas;
• Vigas e colunas de perfis de alma cheia ou treliçadas;
• Peça mais pesada;
• Peça mais longa;
• Maior momento de tombamento;
• Quantidade de peças e peso total

5.10 CONSIDERAÇÕES MONTAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAGEM

A montagem da estrutura deverá obedecer a um planejamento global da obra, em


que consiste também verificar os pontos a seguir:
• Descarga e armazenamento das peças seguindo um agrupamento por tipo e
seqüência de montagem;
• Verificar a necessidade de calços e pinos para levantamento das peças, assim
como prever áreas para pré-montagem ou formação de sub-conjuntos;
38

• Prever a necessidade de estacionamento da estrutura, distâncias necessárias,


interferências, contraventamentos provisórios;
• Separar os parafusos para montagem por tipo de junta, por níveis, áreas;
• Evitar a utilização de meios de trabalho inadequados;
• Evitar que a desativação de equipamentos instalados provisoriamente para
sustentação da estrutura seja efetuado por profissionais sem a devida
capacitação.

“A armazenagem está diretamente ligada á movimentação ou


transporte interno de cargas, e não se pode separá-las” Dias (1983, p.
131),

Ainda segundo Dias (1983, p. 131), a influência dos equipamentos e sistemas


utilizados para armazenagem das matérias primas, se refletem na produtividade dos
processos de produção. Um método adequado de armazenamento, permite diminuir
os custos de operação e acelera o ritmo dos trabalhos. E essa organização se reflete
na diminuição dos acidentes de trabalho, no desgaste dos equipamentos de
movimentação, e menor número de problemas de administração.

Não se pode descrever um único processo de armazenagem de materiais, tendo em


vista que, os canteiros apresentam características físicas bem dispersas e
particulares. Mas podem-se apresentar caminhos e técnicas que podem ser
aplicadas em diversas situações e que visam o aperfeiçoamento do armazenamento
de materiais.

Um elemento facilitador da armazenagem, é o projeto de canteiro, responsável pela


definição dos espaços a serem utilizados como local de recebimento, estoque, áreas
de circulação de materiais e pessoas, etc. O projeto de canteiro deve ser atualizado
constantemente, a fim de apresentar as evoluções da obra como um todo, e prever a
necessidade da mudança de um local de armazenamento por conta de algum
serviço a ser executado no seu lugar de estoque.
39

Em relação ao transporte de materiais, Dias (1983, p. 224) argumenta:

Para que a matéria prima possa transformar-se ou ser beneficiada,


pelo menos um dos três elementos básicos da produção, homem,
máquina ou material, deve movimentar-se; se não ocorrer esta
movimentação não se pode pensar em termos de um processo
produtivo.

Ainda segundo Dias (1983, p. 224), na maioria dos processos, o material é o


elemento que se movimenta. A movimentação e o transporte do material, podem ser
classificados de acordo com a atividade funcional a que se destina:

• Granel, que são os métodos e equipamentos de transporte usados desde a


extração até o armazenamento;
• Cargas unitárias, trata-se das cargas contidas em um recipiente de paredes
rígidas, formando um todo único do ponto de vista de manipulação;
• Embalagem, conjunto de técnicas usadas no projeto, seleção e utilização de
recipientes para o transporte de produtos em processo e produtos acabados.
• Armazenamento, que compreende o recebimento, empilhamento ou colocação
em prateleiras ou em suportes especiais, assim como a expedição de cargas em
qualquer forma, em qualquer fase do processamento de um produto ou na
distribuição dos mesmos;
• Vias de Transporte, que abrange o estudo do carregamento, fixação do
transporte, desembarque e transferência de qualquer tipo de materiais nos
portos, ferrovias e rodovias.
• Análise de Dados, que são todos os aspectos analíticos da movimentação de
materiais, tais como: levantamento de mapas de transportes, disposição física do
equipamento, organização, treinamento, segurança, manutenção, padronização,
análise de custos e outras técnicas para o desenvolvimento de um sistema
eficiente de movimentação de materiais.

Moura (1998, p 27), apresenta dicas de aperfeiçoamento da movimentação e da


estocagem de materiais em processo:

• Reduza a movimentação manual dos materiais;


• Remova os obstáculos do fluxo de materiais;
40

• Instale rampas entre os níveis de trabalho;


• Mantenha o controle visual dos materiais em estoque;
• Mantenha o piso sempre limpo;
• Mantenha os corredores sempre desimpedidos;
• Faça planos para movimentar os itens mais pesados em distâncias mais
curtas;
• Projete os fluxos de materiais combinados com a expansão do edifício;
• Faça planos para ter o mínimo de material em processo;
• Movimente os materiais em cargas inutilizadas por meios mecânicos;
• Expeça os materiais para o local certo desde a primeira vez;
• Preveja métodos alternativos de movimentação;
• Nunca empilhe nada diretamente sobre o piso;
• Aplique a estocagem no ponto de uso;
• Mantenha os equipamentos de movimentação sempre em boas condições de
operação;

Estabeleça uma padronização nos equipamentos de movimentação.

• Descarga e armazenamento das peças seguindo um agrupamento por tipo e


seqüência de montagem,
• Verificar a necessidade de calços e pinos para levantamento das peças, assim
como prever áreas para pré-montagem ou formação de subconjuntos,
• Prever a necessidade de estacionamento da estrutura, distâncias necessárias,
interferências, contraventamentos provisórios,
• Separar os parafusos para montagem por tipo de junta, por níveis, áreas,
• Evitar a utilização de meios de trabalho inadequados,
• Evitar que a desativação de equipamentos instalados provisoriamente para
sustentação da estrutura seja efetuado por profissionais sem a devida
capacitação.
41

5.11 INSPEÇÃO DE MONTAGEM

Durante e após a montagem, a estrutura é inspecionada com objetivo de verificar se


os critérios mínimos de tolerância foram obedecidos. Portanto, podemos destacar
alguns dos mais importantes a serem inspecionados na montagem:

• Execução de correções de furação, cortes adicionais, desbastamentos que


não prejudiquem a integridade e a segurança da estrutura;
• Verificar se os espaços livres sob as placas de base das colunas foram
devidamente preenchidos com argamassa ou algum outro enchimento;
• Verificar não só se a estrutura está contraventada provisoriamente, mas se
esses contraventamentos estão com suas conexões adequadas;
• Verificar se os parafusos de alta resistência estão isentos de ferrugens,
rebarbas, pintura, e se os métodos empregados no aperto foram adequados,
assim como se existe o controle diário das ferramentas de torque quanto a
sua calibração.

Para a execução da montagem teremos os seguintes profissionais envolvidos:

• Engenheiro – responsável pela obra em todos os aspectos;


• Mestre ou encarregado – é o líder da equipe de montagem;
• Topógrafo – verificará topograficamente as medidas, esquadro, nivelamento,
prumo, etc;
• Mestre de solda – é o líder da equipe de soldadores quando o tipo de solda
exigir;
• Administrativo – auxiliará o engenheiro nas tarefas de administração do
canteiro;
• Ferramenteiro – responsável pela guarda e distribuição de ferramentas,
consumíveis e EPI´S;
• Montador – executará o içamento, ajuste e fixação das peças através de
parafusos ou ponteamento. Nas ligações parafusadas que exigirem,
executará o torque;
• Pintor – profissional responsável pela pintura das estruturas, preparação de
tintas, limpeza de superfícies e lixamento;
42

• Soldador – também chamado de operador de solda executará a soldagem


das peças entre si utilizando máquinas retificadoras/ transformadoras de
solda;
• Ajudante – auxilia todos os demais.

5.12 EQUIPAMENTOS

Para a montagem das estruturas, são utilizados equipamentos mecânicos que


possibilitam o içamento das peças e, além disso, a necessidade de se deslocar
peças horizontalmente de um ponto ao outro do canteiro, o que exige certos tipos de
veículos para Esse fim. Além de equipamentos mecânicos, estão também as
ferramentas manuais e elétricas, as quais citaremos adiante.

5.12.1 EQUIPAMENTOS DE IÇAMENTO VERTICAL

Estão entre os principais equipamentos de qualquer obra de montagem. Sua


utilização permite que as peças sejam deslocadas verticalmente, atingindo sua
posição na estrutura. Entretanto, exigem cuidados em sua operação, pois erros
podem levar ao colapso da estrutura, ou mesmo a morte de operários.

Os dois tipos mais comuns de equipamentos de içamento vertical são as gruas e os


guindastes.

As gruas se caracterizam por possuírem uma torre vertical na qual se apoia uma
lança horizontal. Os guindastes mais comuns são formados por um veículo de
deslocamento sobre o solo, do qual parte uma lança que se projeta para cima
formando variados ângulos com a horizontal.

5.12.2 EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE HORIZONTAL

Na montagem das estruturas em aço as peças devem ser descarregadas e


armazenadas as mais próximas possíveis da obra. Procura-se com isso minimizar o
remanejamento de peças no canteiro e o seu transporte horizontal. Estes
43

deslocamentos demandam operações de carga e descarga que configuram horas


não produtivas de mão de obra e guindastes.

O ideal é que as peças se encontrem dentro do raio de alcance do equipamento,


evitando-se o transporte horizontal. Quando isso não for possível, as peças serão
armazenadas em local distante da obra, tornando inevitável o transporte horizontal.

Este transporte é feito por caminhões ou reboques, como por exemplo: Caminhão de
carroceria de madeira, dotada de um ou dois eixos, para transportar peças de até 7
m de comprimento; cavalo mecânico com carreta padrão de 13 m de comprimento
com capacidade de 27 t. A carreta do tipo extensiva, varia seu comprimento de 13 m
até 22 m; e finalmente o cavalo mecânico com dolly para o transporte de peças mais
longas.

5.12.3 EQUIPAMENTOS AUXILIARES

São equipamentos utilizados na execução das ligações e em outros serviços de


campo. As ligações podem ser parafusadas, soldadas ou mistas, de acordo com as
especificações do projeto e procedimentos executivos específicos da obra. Nos itens
6.5.4 à 6.5.6 serão citadas as ferramentas utilizadas na montagem.

5.12.4 GRUPOS GERADORES

Os geradores movidos por motores a diesel são utilizados nas obras onde não há
disponibilidade de energia elétrica da concessionária, ou quando esta não é
suficiente para atender ao consumo da obra. Apresentam custo maior que o
fornecimento de energia da rede elétrica, e por isso somente são utilizados em
casos de necessidade.

5.12.5 COMPRESSORES DE AR

Os compressores pneumáticos são equipamentos utilizados nas obras de montagem


com a finalidade de fornecer ar comprimido. Os movidos a diesel são montados
sobre um reboque e não dependem de energia elétrica. Os compressores são
44

especificados pela vazão em pés cúbicos por minuto (pcm). A disponibilidade do ar


comprimido numa obra atende as seguintes ferramentas: máquinas de torque,
esmerilhadeiras, escovas rotativas, agulheiros, furadeiras, etc.; fornecem ainda ar
comprimido para a tocha goivagem; para corte à plasma; guinchos pneumáticos e
marteletes.

5.12.6 FERRAMENTAS MANUAIS

• Chaves de boca, de estria ou combinadas - utilizadas para pré-aperto de


parafusos;
• Espinas - Utilizadas para fazer coincidir por impacto os furos de duas peças a
serem parafusadas;
• Nível de precisão – utilizado para auxiliar o nivelamento de bases e vigas;
• Prumo – Utilizado para auxiliar no aprumamento de colunas;
• Nível e teodolito – utilizados para determinar o nivelamento, prumo, alinhamento
e dimensões;
• Talha de alavanca – Utilizada para aproximar duas peças
• Talha de cabo de aço (“tirfor”) – Utilizada para içamentos, aproximação de peças,
estaiamentos e contraventamentos provisórios.

5.12.7 FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

• Máquinas de torque – utilizadas para promover o aperto e o torque adequado aos


parafusos estruturais,
• Agulheiros - Utilizados para remover escórias de juntas soldadas;

5.12.8 FERRAMENTAS ELÉTRICAS

• Esmerilhadeiras – Utilizadas para promover o acabamento de rebarbas e arestas


em peças;
• Furadeiras manuais – Utilizadas para furação de chapas finas (telhas, rufos,
decks);
45

• Parafusadeiras manuais – Empregadas na fixação de parafusos autobrocantes,


autoperfurantes em elementos de vedação;
• Furadeiras de base magnética – utilizadas para furação de peças;
• Marteletes – utilizados para furação de concreto para introdução de chumbadores
de expansão;
• Máquinas de torque (chave de impacto) – utilizadas para promover o aperto e o
torque adequado aos parafusos estruturais.

5.13 SEQÜÊNCIA DE MONTAGEM

Apresenta-se um roteiro de montagem esquematizado na fig. 5.4, como forma de


garantir a estabilidade da estrutura:

1. Montagem das colunas do vão de contraventamento,


2. Montagem dos contraventamentos verticais,
3. Montagem das vigas de beiral e de tapamento de interligação entre as
colunas,
4. Montagem da viga de pórtico entre as colunas do primeiro eixo,
5. Estaiamento desse pórtico,
6. Montagem da segunda viga de pórtico,
7. Interligação do primeiro e do segundo pórticos com as terças de cobertura,
8. Montagem dos contraventamentos do plano da cobertura,
9. Remoção dos estais, montagem dos demais eixos repetindo a seguinte
seqüência,
10. Montagem das colunas vizinhas ao vão de contraventamento,
11. Montagem das vigas de beiral e de tapamento de interligação entre as
colunas,
12. Montagem da viga de pórtico entre as colunas,
13. Interligação do núcleo contraventado com o novo pórtico montando as terças
de cobertura.
46

Figura 5-4 - Seqüência de montagem (Manual de Montagem,2004)


47

6 ESTUDO DE CASO

6.1 APRESENTAÇÃO

Para o estudo de caso, será apresentada a obra de uma cobertura de galpão em


estrutura metálica, localizada na empresa Localfrio Armazéns Gerais, na cidade de
Vicente de Carvalho, rodovia Manoel da Nóbrega, próximo ao porto de Santos.

Por se tratar de uma empresa de locação de espaço e armazenamento de


containers, a necessidade da Localfrio era de construir um galpão que atendesse as
necessidades de operação quanto a armazenamento e acesso ao containers ali
estocados.

Para tanto, a empresa “PPR Construções” foi contratada para desenvolver os


projetos arquitetônicos, submetê-lo a aprovação e posterior construção do galpão.
Uma vez discutidos e definidos as diretrizes de projeto, foi contratada a empresa
“R&R Construtores Associados”, responsável por todo o material referente à
estrutura metálica da cobertura. Ficou então, à responsabilidade da empresa R&R, a
compra dos suprimentos, a preparação de dobras específicas, os cortes de peças, a
usinagem e furação de perfis, o transporte e a pré-montagem e montagem final da
cobertura e fechamento, conforme desenhos de fabricação e unifilares, etapas já
vistas no Cap.5.

Por se tratar de uma construção de uma velocidade elevada, onde podem ser
executadas muitas etapas repetitivamente, na data de ingresso à obra referenciada,
o processo de içamento já havia ocorrido fato que não compromete ao estudo como
um todo.

Será apresentado adiante, a concepção do projeto, o planejamento da obra, as


fases de execução, e detalhes de construção, sempre com a orientação do Engº
Marcelo Romboli, responsável pela estrutura metálica, que aborda os assuntos mais
relevantes para o nosso estudo.
48

6.2 CONCEPÇÃO DE PROJETO

Segundo o Engº Ruberlito, da empresa “PPR Construções” responsável pela


execução das estruturas de concreto e metálica do galpão, a concepção do projeto
partiu do princípio de que era necessária uma construção rápida porém que
oferecesse uma segurança ao constante transporte e manuseio dos containers
armazenados. Esse transporte de containers atualmente é feito por um veículo de
grande porte que deveria ter o acesso sem interferências ou restrições quanto ao
seu tráfego no galpão.

Além disso, a construção deveria atender a uma particularidade; a estocagem de


containers seria a de materiais químicos, portanto deveria ser feita uma espécie de
bacia de contenção e, caso houvesse algum acidente, o material ficaria contido
dentro do galpão, não contaminando as áreas externas da empresa, o que
acarretaria grandes perdas econômicas, devido a interdição para eventual limpeza.

Devido à possibilidade de vazamentos dos materiais contidos nos containers, optou-


se pela construção da superestrutura em concreto armado convencional, fundações
e pilares, prevendo-se os insertos metálicos da cobertura, mostrados mais adiante.

As dimensões do galpão, para atender as necessidades impostas pelos containers


ali estocados, foram definidas em: 72,00 m de comprimento (6 módulos de 12,00 m)
x 30,00 m de largura e 8,00 m de pé-direito, além de uma marquise de 7,00 m de
balanço no seu comprimento.

A estrutura de cobertura desse galpão, teve como características principais, atender


as seguintes diretrizes de projeto:
• Normas NBR 8800 Projeto e Execução de Estrutura de aço de Edifício –
Procedimento;
• AISC / 1989;
• NBR 6123 Forças devidas ao Vento em Edificação – Procedimento;
• Materiais :
• Chapas, Perfis laminados ASTM – A36;
• Perfis formados a Frio ASTM – A570;
49

• Barras redondas SAE 1010 / 1020;


• Parafusos galvanizados a fogo: ligações principais ASTM – A325;
• Parafusos galvanizados a fogo: ligações secundárias ASTM – A307;
• Soldas, especificações AWS – Structural Welding Code D1.1/96;
• Proteção superficial da Estrutura Metálica;
• Preparo de Superfície: Jato de Granalha Padrão Sa 2 ½;
• Pintura de Oficina: Uma demão de tinta fundo Base de Epóxi, com espessura
mínima de película seca de 120 micrômetros;
• Pintura de Acabamento: uma demão de tinta de acabamento compatível com a
tinta de fundo com espessura mínima de película seca de 120 micrômetros;
• Sobrecargas Úteis Admitidas no Projeto :
• Peso das Telhas : 8 kgf / m²;
• Luminárias: 4 kgf / m²;
• Sobrecarga Útil disponível: 25 kgf / m²;
• Calhas, rufos e acabamentos, aço galvanizado espessura mínima 0,65 mm.

Definidas as diretrizes e materiais a serem empregados na elaboração do projeto,


passou-se então para a definição do planejamento global da obra.
50

6.3 PLANEJAMENTO

O planejamento da cobertura metálica para essa obra em estudo fez-se levando-se


em conta os fatores considerados no Cap. 5 e explanados à seguir.

6.3.1 Acesso à Obra

Em se tratando de uma construção interna às instalações da empresa Localfrio,


existiam dois acessos independentes a obra, internamente pela Localfrio, e
externamente por acesso lateral as instalações da empresa Localfrio, acesso este
que foi fundamental ao trabalho dos guindastes no içamento das tesouras de
cobertura. Os acessos estão esquematizados na fig.6-1.

Figura 6-1 - Acesso à obra e canteiro Fonte: O Autor (2006)


51

6.3.2 Condições Topográficas

Tratando-se de empresa em operação, o fato da Localfrio ter nivelado todo em


terreno em função do constante tráfego de caminhões e empilhadeiras, contribuiu
positivamente para o fácil acesso ao local da obra. Apenas as instalações teriam que
ser preservadas pois na área prevista para os pilares de cabeceira, foram
encontradas tubulações elétricas vindas de subestação de energia existente,
dificultando as escavações para os blocos de fundação.

6.3.3 Canteiro

Como pudemos observar pela fig. 6.1, o canteiro ficou locado na área externa às
instalações da Localfrio, isso se deu pelos seguintes motivos:
• A empresa Localfrio não se responsabilizaria pelos materiais e por eventuais
danos sofridos as instalações do canteiro;
• A facilidade do canteiro permanecer próxima a obra, uma vez que pelo constante
tráfego interno de caminhões e máquinas, isto poderia trazer inconvenientes
quanto a segurança de operários e a execução da obra, bem como a operação
de serviços da Localfrio;
• Ao acesso total e irrestrito das empresas envolvidas na obra, já que
logisticamente, seria necessária a constante entrada e saída, tanto de
ferramentas e utensílios quanto de profissionais para a obra.

Como visto no Cap.5, cabe ressaltar que cada obra possui características físicas
bem dispersas e particulares, qualquer solução adotada precipitadamente antes de
se conhecer o lugar, acarretam custos que podem em alguns casos inviabilizar uma
obra. Portanto a atenção destinada ao canteiro tem importância fundamental à obra
como um todo.

Na obra em questão não foi estudado um projeto de canteiro, onde são definidos os
espaços e áreas de circulação, apenas definiu-se o local mais apropriado
externamente às instalações, o que poderá ser apreciado nos detalhes construtivos
de projeto, na regular estocagem dos materiais de estrutura metálica.
52

6.3.4 Prazo

O prazo é fator preponderante em toda construção. Uma das grandes vantagens da


estrutura metálica é propiciar uma redução de tempo em virtude de sua facilidade e
versatilidade na execução.

Como visto na concepção de projeto, a estrutura do galpão foi concebida em


concreto armado convencional, o que permitiria a Empresa PPR Construções,
ganhar tempo para a elaboração dos projetos de fabricação de estrutura metálica,
pois as fundações e pilares de concreto necessitariam não menos que os 28 dias de
cura para poderem ser instaladas as tesouras de cobertura.

6.3.5 Soluções Viáveis e Econômicas

Uma vez que haveria tempo suficiente para a fabricação da estrutura metálica, foram
avaliados os critérios viáveis e econômicos para a fabricação. Devido ao vão de
30,00m à ser vencido pelas tesouras, a primeira dificuldade era justamente quanto a
limitação de transporte das tesouras. Não haveria possibilidade de ser transportada
uma tesoura de tal dimensão, pois além de problemas de tráfego rodoviário, a
questão da estrutura em si poderia vir a ser danificada no transporte. Optou-se
portanto, a divisão da tesoura em três partes, o que facilitaria também o manuseio
na sua armazenagem e posterior pré-montagem. Para o içamento das tesouras foi
necessária utilização de equipamento de içamento vertical (guindaste) e
considerando-se que as tesouras foram pré-montadas no canteiro, permitiu-se a
redução de custo na locação desse equipamento. Na hipótese da tesoura ser içada
em uma peça oriunda da fábrica, o custo por viagem e locação de equipamento
seria fator de inviabilidade econômica da obra.

6.3.6 Equipamentos disponíveis

Para a execução da estrutura de cobertura, seria necessária a locação de


equipamento especial de içamento vertical, esse euipamento permitiria ao operário
as operações de trabalho ao nível da cobertura e a busca de elementos metálicos
53

próximos a estocagem. Além de permitir o deslocamento vertical, o equipamento


permite ao operário o deslocamento horizontal, de grande auxílio no processo
executivo.

Um gerador de energia foi outro equipamento locado pela dificuldade encontrada


pela PPR para poder otimizar os trabalhos de equipamentos elétricos e pneumáticos
dentro das instalações da Localfrio.
54

6.4 FASES DE EXECUÇÃO

Entende-se como fase de execução a seqüência de montagem propriamente dita,


são as fases onde todos os componentes da estrutura, diretos e indiretos, devem
estar relacionados. Uma vez estabelecidas as etapas e equipamentos a serem
utilizados, as peças a serem montadas, nos devidos estoques, as ferramentas
definidas, os desenhos unifilares conhecidos, a designação de cada operário com
cada tarefa, passasse então a fase de execução.

6.4.1 Fundações e Pilares

O obra iniciou-se com as fundações e concretagem dos pilares, onde estes já


previam a locação dos insertos metálicos de fixação das tesouras e também os
insertos para a fixação do tapamento lateral, conforme podemos observar no detalhe
de projeto na fig.6-2 e insertos metálicos do tapamento lateral na fig 6-3.

Figura 6-2 - Inserto Metálico no pilar Fixação das Tesouras. Fonte: o Autor (2006)
55

Figura 6-3 - Inserto Metálico no pilar Tapamento Lateral. Fonte: o Autor (2006)

6.4.2 Tesouras

A partir da pré-montagem da treliças no canteiro de obras e os insertos metálicos já


na posição correta de instalação nos pilares, foi executado o içamento da primeira
tesoura de cabeceira do galpão, para formar o primeiro pórtico da estrutura. Este
pórtico teve de ser estaiado para garantir a sua estabilidade lateral, sendo removidos
posteriormente, após o completo contraventamento do plano da cobertura. Pode-se
notar na fig. 6-4 o estaiamento da tesoura de cabeceira.
56

Figura 6-4 - Estaiamento da Tesoura de cabeceira. Fonte: o Autor (2006)

As tesouras, como descrito anteriormente, tiveram que ser divididas em três partes
para facilitar o transporte, e foram pré-montadas e unidas como podemos observar
nas fig. 6-5 e 6-6.

Figura 6-5 - Emenda lado direito da Tesoura. Fonte o Autor (2006)


57

Figura 6-6 - Emendas lado esquerdo da Tesoura. Fonte o Autor (2006)

Para conseguir manter a estabilidade, o processo de fixação das tesouras foi feito de
maneira sucessiva, ou seja, após a instalação da primeira tesoura de cabeceira e
seu estaiamento, foram instalando-se as tesouras imediatamente ao seu lado de
forma progressiva.

6.4.3 Terças de cobertura

Com as duas primeiras tesouras locadas e fixadas no pilar, pôde-se iniciar o


içamento das terças, para começar a tornar o conjunto estável. Uma vez que a
equipe de içamento das tesouras avançava na instalação através de guindaste,
outra equipe se encarregava do içamento das terças de cobertura, com o auxílio do
equipamento móvel com plataforma articulada. A fig. 6-7 mostra as terças de
cobertura já apoiadas em sua posição nas tesouras.
58

Figura 6-7 - Apoio de terças nas Tesouras. Fonte o Autor (2006)

A fig. 6-8 mostra parte da estrutura, com as terças de cobertura instaladas


praticamente em sua totalidade, apenas faltando o último vão entre tesouras a
serem instaladas.

Figura 6-8 - Vista Parcial da Cobertura Fonte: O autor (2006)


59

6.4.4 Contraventamento das terças

Logo após a colocação das terças de cobertura, foi feita a montagem dos
contraventamentos no plano da cobertura, como visto na fig. 6-9. Para o
contraventamento foram utilizadas barras de aço roscadas e cantoneiras. Uma vez
feito todo o contraventamento no plano das terças, podem começar a ser removidos
os estais de sustentação das tesouras, pois a estrutura permanecerá estável.

Figura 6-9 - Contraventamento no plano de cobertura Fonte: O autor (2006)

Nota-se um fato importante nesse processo de contraventamento das terças, em


função do vão entre tesouras, as terças sofreram torção em sua altura, fato que foi
sendo solucionado a medida que se instalavam os contraventamentos. Nas fig. 6-10
e 6-11 podem notar-se as terças fixadas nas tesouras e conseqüente torção do perfil
de chapa dobrada.
60

Figura 6-10 - Terças de cobertura deformadas Fonte: O autor (2006)

Esse fato não poderia ocorrer pois, tratando-se o aço como um elemento rijo e
indeformável em condições normais, não há garantias que esse elemento volte a
seu estado de rigidez após sua deformação, o que altera as suas características
quanto à suas propriedades absolutas.
61

Figura 6-11 - Terças de cobertura deformadas, vão 12,00 m Fonte: O autor (2006)

6.4.5 Contraventamento das Tesouras

Simultaneamente a montagem dos contraventamentos no plano da cobertura,


começou-se a execução das mãos-francesas para a rigidez vertical da tesouras,
como visto na fig. 6-12. Nota-se que as mãos-francesas tem comprimento variável e
além disso, tem uma de suas extremidades com leve ângulo no perfil para poder
efetuar perfeitamente a ligação na terça de cobertura, como mostrado na fig. 6-13.
62

Figura 6-12 - Inicio de execução das mãos-francesas Fonte: O autor (2006)

Figura 6-13 - Detalhe de perfil para mão-francesa Fonte: O autor (2006)


63

6.4.6 Chapas de cobertura

Uma vez feito todo o contraventamento das tesouras através das mãos-francesas,
inicia-se o processo de tapamento da cobertura, que consiste na fixação das chapas
de cobrimento da cobertura nas terças. Pode-se acompanhar esse processo pelas
fig.6-14 e 6-15.

Figura 6-14 - Execução do Tapamento de cobertura Fonte: O Autor (2006)

Figura 6-15 - Tapamento de cobertura e Perfil Lateral Fonte: O Autor (2006)


64

6.5 Armazenagem / Estoque

Como já mencionado, a obra estudada não desenvolveu um projeto de canteiro, fato


que acarretou uma inoperância quanto à velocidade da obra. O espaço físico
permitia à empresa buscar áreas disponíveis que fossem otimizar a eficiência da
instalação, porém a distribuição dos perfis e a alocação de outros equipamentos
fizeram com que a trabalhabilidade no canteiro fosse prejudicada e de certa forma,
alterou o andamento da obra. Observa-se pela fig.6-16 a desorganização de perfis.

Figura 6-16 - Alocação de perfis desorganizada Fonte: O Autor (2006)

Como demonstrado, os perfis foram alocados de maneira desorganizada, pois além


de estarem sem identificação, estavam em área de circulação de operários,
dificultando além do uso de equipamento móvel, a identificação da peça metálica.

Certamente poderia haver tido um melhor aproveitamento da área, possibilitando o


trabalho progressivo do equipamento locado e otimizando o prazo da obra. Nota-se
pela fig. 6-17 as interferências internas ao galpão, podendo ser remanejados
evitando os re-trabalhos de movimentação de elementos metálicos.
65

Figura 6-17 - Interior do galpão, desorganização de peças Fonte: O Autor (2006)

Figura 6-18 - Peças estocadas sem identificação Fonte: O Autor (2006)


66

6.6 DETALHES CONSTRUTIVOS

Esse item aborda os principais detalhes construtivos que foram utilizados no


decorrer da execução, originados a partir do detalhamento de desenho unifilar e
posteriormente para os desenhos de fabricação.
67

Figura 6-19 - Detalhe de Emendas das partes da Treliça Fonte: O Autor (2006)

Figura 6-20 - Detalhe da Emenda executada no campo Fonte: O Autor (2006)


68

Figura 6-21 - Detalhe de montagem de correntes Fonte: O Autor (2006)

Figura 6-22 - Detalhe de montagem de correntes campo Fonte: O Autor (2006)


69

Figura 6-23 - Detalhe de mãos-francesas nas tesouras Fonte: O Autor (2006)

Figura 6-24 - Vista lateral de mãos-francesas campo Fonte: O Autor (2006)


70

Figura 6-25 - Detalhe de montagem das presilhas Fonte: O Autor (2006)

Figura 6-26 - Detalhe de montagem das presilhas campo Fonte: O Autor (2006)
71

7 CONCLUSÕES

Para obras de Engenharia, é fundamental que todas as etapas que compõem a obra
como um todo, desde sua concepção, fase de projetos, planejamento e finalmente a
execução, trabalhem em forma conjunta e uniforme, não havendo discrepância
quanto ao que se projetou com o que se construiu. De maneira geral, as obras
tendem a apresentar problemas durante a execução, em razão de apresentarem
características próprias de cada uma, mas também por não serem seguidas normas,
especificações e critérios definidos por orgãos competentes.

Conclui-se que apesar dos cuidados tomados nas etapas que correspondiam ao
projeto, na obra foram encontrados problemas de execução que comprometem ao
andamento uniforme desta. Esses problemas podem ser minimizados ou otimizados
em função de um estudo mais detalhado na etapa de planejamento. Como pôde
observar-se neste estudo de caso, não foi prevista a estocagem e armazenagem
adequada ao ritmo de trabalho de uma obra de Estrutura Metálica. Em função disso,
a rapidez do seu uso ficou comprometida uma vez que não houve a otimização das
instalações internas do espaço disponível.

Portanto, é fundamental a importância do profissional de Engenharia Civil em todas


as etapas construtivas, para observar dificuldades e intervir positivamente,
otimizando, quando possível, questões gerenciais que estão dentre suas atribuições.
72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLEI, Ildony Hélio. Edifícios Estruturais em Aço 3ª ed. São Paulo : Pini, 2000

DIAS , Luís Andrade de Mattos. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem


São Paulo, Zigurate Editora, 1997

IBS - INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA Galpões para Usos Gerais Rio de


Janeiro: / CBCA, 2004

MOURA, Reinaldo Aparecido. Check sua logística interna. São Paulo: IMAM, 1998.

NBR 8800 Projeto e Execução de Estruturas e aço de Edifícios(método dos estados


Limites). 1986

PFEIL, Walter e Michele. Estruturas de Aço: Dimensionamento Prático 6ª ed. Livros


Técnicos e Científicos Editora, 1995

PINHEIRO, Antonio Carlos da Fonseca Bragança. Estruturas Metálicas : cálculos,


detalhes, exercícios e projetos 1 ed. Edgard Blücher Editora, 2001

PINHO, Mauro Ottoboni. Transporte e Montagem Rio de Janeiro: IBS / CBCA, 2005

SANTOS, Arthur Ferreira dos Estruturas Metálicas: Projeto e detalhes para


fabricação. São Paulo, McGraw Hill do Brasil, 1977
73

ANEXOS

• PROJETO DE ARQUITETURA GALPÃO 30 x 72


• PROJETO DE COBERTURA UNIFILAR
• PROJETO DE FABRICAÇÃO

Potrebbero piacerti anche