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Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova

Português – 9º ano Prof: Anabela Costa

Proposta de resolução da ficha de leitura do conto

A Aia
Eça de Queirós

Ficha de Leitura (p. 86-89 do manual)

- AÇÃO:
* RESUMO
Um rei jovem e valente partira a batalhar por terras distantes, deixando só e triste a rainha e um filho
pequeno. Desafortunadamente, o rei perdeu a vida numa das batalhas e foi chorado por sua esposa.
Sendo herdeiro natural do trono, o bebé estava sujeito aos ataques de inimigos dos quais e destacava o
seu tio, irmão bastardo do rei morto que vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes.
O pequeno príncipe era amamentado por uma aia, mãe de um bebé também pequeno. Alimentava os
dois com igual carinho pois um era seu filho e outro viria a ser seu rei. A escrava mostrava uma lealdade
sem limites.
Ora, como se esperava, o bastardo desceu da serra com a sua horda e começou uma matança sem
tréguas. A defesa estava fragilizada pois a rainha não sabia como fomentá-la, limitando-se a temer e a
chorar a sua fraqueza de viúva sobre o berço de seu filho. Uma noite a aia pressentiu uma movimentação
estranha, verificando a presença de homens no palácio. Rapidamente se apercebeu do que iria passar-se
e trocou, sem hesitar, as crianças dos respetivos berços. Nesse instante, um homem enorme entrou
na câmara, arrebatou do berço de marfim o pequeno corpo que ali descansava e partiu furiosamente. A
rainha, que entretanto invadira a câmara, parecia louca ao verificar as roupas desmanchadas e o berço
vazio. A aia mostrou-lhe, então, o berço de verga e o jovem príncipe que ali dormia.
Entretanto, o capitão dos guardas veio avisar que o bastardo havia sido vencido, mas infelizmente o corpo
do príncipe tinha também perecido. A rainha mostrou, então, o bebé e, identificando a sua salvadora,
abraçou-a e beijou-a, chamando-lhe irmã do seu coração. Todos a aclamaram, exigindo que
fosse recompensada. A rainha levou-a ao tesouro real, para que pudesse escolher a joia que mais lhe
agradasse. A ama, olhando o céu, onde decerto estava o seu menino, pegou num punhal e cravou-o no
seu coração, dizendo que agora que tinha salvado o seu príncipe tinha de ir dar de mamar ao seu filho.

* ESTRUTURA
Da conclusão, infere-se que se considerarmos a história da aia, estamos perante uma narrativa fechada,
pois apresenta um desenlace irreversível.
A articulação das sequências narrativas (momentos de avanço) faz-se por encadeamento. Os momentos
de pausa abrem e fecham a narrativa e interrompem, por vezes, a narração com descrições (espaço,
objetos, personagens).

* SÍMBOLOS

Ao longo da ação há inúmeras referências ao ouro, material precioso e incorruptível, símbolo de


perfeição. Para além do seu valor material, simboliza a salvação, a elevação de uma forma superior de
vida, mais espiritual. O príncipe, frágil e inocente, tem cabelos louros e dormia no seu berço com o seu
guizo de ouro fechado na mão. Na câmara dos tesouros todos os objetos cintilavam e até o céu se tingia
de ouro. E era no céu, que se encontrava o escravo, salvo dos perigos e era junto dele que a aia desejou
estar.
Por outro lado, a presença da escuridão, da noite ao longo da ação, acentua o caráter trágico da
mesma. Os cabelos negros do escravo, em contraste com os cabelos louros do príncipe são referências à
morte do primeiro versus a salvação do segundo.

- AS PERSONAGENS
Neste texto, ressalta uma ambivalência de temor que envolve as personagens nobres, habitantes de um
palácio.

Ao longo do texto está presente o processo de caracterizaçãodirecta, visto que as informações são
nos dadas pelo narrador.
No entanto, há também informações que são deduzidas a partir do comportamento das
personagens (caracterização indirecta).
Deste quadro de personagens, destaca-se, obviamente, aquela que dá nome ao conto - a Aia,
personagem principal, tornando-se modelada, no fim do conto, porque adquire uma densidade
psicológica significativa. Mulher de uma dedicação desmesurada ao filho, ao príncipe e aos reis prova,
com o gesto da troca das crianças, uma grandeza de alma que não pode ser compreendida
por nenhum humano e que, por consequência, não tem nenhuma recompensa ou pagamento
material. A crença espiritual que alimenta o seu gesto demonstra uma linearidade e uma simplicidade
de pensamento que coloca o dever acima de tudo: o dever de escrava e o dever de mãe. O
desejo da aia de provar que a cobiça e a ambição podem estar arredadas de um coração leal, fez
com que ela escolhesse um punhal para pôr termo à sua vida. Trata-se de um objecto pequeno,
certeiro que remete para o carácter decidido da personagem e que era o maior tesouro que aquela
mulher ambicionava, pois, esse objecto lhe abriria caminho para o encontro com o seu filho, para cumprir
o seu dever de mãe, dando-lhe de mamar.
De acordo com a sua conceção de vida e de morte, a aia seria sempre a escrava do seu príncipe e a
mãe do seu filho, independentemente de estarem vivos ou mortos. Uma vez que para ela a morte era o
prolongamento da vida, o facto de o seu filho morrer não significava que nunca mais o visse, pois bastaria
morrer também para se lhe juntar. A crença neste princípio é que lhe deu coragem para sacrificar a vida
do seu filho.
11. Atendendo a tudo o que foi anteriormente
dito sobre os princípios que regem o conceito de vida e de morte da aia, o seu suicídio é perfeitamente
compreensível e lógico, pois é a saída que lhe permite juntar-se ao seu filho, no Céu.
O rei, a rainha, o tio, o príncipe e o escravo são personagens secundárias e planas. Não são identificadas
por um nome próprio uma vez que remetem para a intemporalidade da história. As crianças estão, no
conto, marcadas pela sua posição social: uma dorme em berço de ouro entre brocados, a outra,
num berço pobre e de verga. À hora da morte é por essa marca que o inimigo vai identificar o
futuro rei. O príncipe não intervém directamente na acção, mas é o centro das atenções de todas as
personagens. A personagem escravo existe para salvar a vida do príncipe.

- O ESPAÇO

A ação é localizada num reino grande e rico, e decorre num palácio, erguido num reino próspero «
abundante em cidades e searas». Toda acção decorre nesse espaço, sendo que alguns recantos do
palácio são sobrevalorizados por oposição a outros, por exemplo, a câmara onde o príncipe e o filho
da escrava dormiam e a câmara dos tesouros.
No entanto, alguns espaços exteriores adquirem alguma importância: o primeiro é o espaço onde se
efectiva a derrota do rei e consequente morte que vai deixar a rainha viúva, o filho órfão e o povo
sem rei; o segundo acaba por ser um elemento caracterizador do vilão do conto: «vivia num castelo, à
maneira de um lobo, que entre a sua alcateia, espera a presa». Através desta apresentação, o leitor
fica na expectativa do que irá acontecer, visto que ela é indicadora de confrontação e de tragédia.
É também determinante no clima que se vive no palácio, que denota temor e insegurança.
O espaço é descrito do geral para o particular, do exterior para o interior.
Primeiramente, é nos apresentado «um reino abundante em cidades e searas», onde se situa um palácio,
habitado por um príncipe frágil que é protegido no seu berço pela sua ama. À medida que se
desenrolam os acontecimentos, o espaço vai-se concentrando cada vez mais, acabando a Aia por se
suicidar na câmara dos tesouros.
No exterior, no alto, encontramos um «castelo sobre os montes», « o cimo das serras», povoado pelo tio
bastardo e a sua horda, que vigiam a presa – o príncipe que vivia no palácio. Cá em baixo, «na planície,
às portas da cidade» existe um palácio, onde a população e o príncipe estão desprotegidos e
são presa fácil. No interior da «casa real» há uma câmara com um berço, um pátio, a galeria de
mármore, a câmara dos tesouros, onde estão a rainha, a aia, o príncipe e o escravo.
Quanto ao espaço social, é descrito o ambiente da corte – palácio, rei, rainha, aias, guardas.
A ação desenrola-se num ambiente de alta nobreza, no seio da família real. Naturalmente, a aia e o seu
filho pertencem à classe dos servos, dos escravos.

-O TEMPO

Não há referências a datas ou locais que permitam localizar a acção no tempo. Há apenas algumas
expressões referentes ao tempo: «lua cheia », «começava a minguar»,«noite de Verão», «noite de silêncio»,
«luz da madrugada».
É à noite que acontecem os principais acontecimentos desta história – a morte do rei, o nascimento do
príncipe e do escravo, o ataque ao palácio, a troca das crianças, As mortes do escravo, do tio e da sua
horda. No entanto, a acção culmina com a morte da aia, de madrugada.
O núcleo central da acção centra-se numa noite. A Condensação de um tempo da história tão longo,
numa narrativa curta (conto) implica a utilização sistemática de sumários ou resumos (processo pelo
qual o tempo do discurso é menor do que o tempo da história).
É possível também identificar no texto um outro processo de redução do tempo da história, que é a
elipse (eliminação, do discurso, de períodos mais ou menos longos da história). Na parte inicial da
acção, «a lua cheia que o vira (o rei) marchar» começava a minguar, quando um dos seus
cavaleiros aparece trazendo a notícia da sua morte.
Quanto à ordenação dos acontecimentos, predomina o respeito pela sequência cronológica.
Tempo cronológico: “A Lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama,
começava a minguar – quando”; “Ambos tinham nascido na mesma noite de Verão”; “uma noite”, “a luz
da madrugada, já clara e rósea”.
Tempo histórico; Toda a atmosfera do conto sugere que a ação se passa na Idade Média, quando o rei e
outros nobres viviam em castelos, tinham escravos, pajens e tesouros, e partiam para a guerra de
conquista, deixando as mulheres no seu lugar. É um tempo de guerras civis pelo poder, e de grande
crueldade.

NARRADOR
19. O narrador não está presente como personagem, não tem qualquer participação na história, é, pois,
um narrador não participante/heterodiegético.
20. Quanto à sua posição, o narrador parece ser objetivo, na medida em que não toma diretamente
posição sobre os acontecimentos, não declara a sua posição. No entanto, em certas passagens do texto,
percebemos, sobretudo através de alguns adjetivos que usa, que o narrador está do lado da aia e contra
o bastardo que caracteriza como “depravado”, “cruel”, “homem de rapina”.

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