Existe uma FLEXIBILIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE. Diz-se
ESTIPULAÇÃO DE TERCEIRO um negócio jurídico mediante o qual uma vantagem pecuniária é ajustada em prol de pessoa que não participa da celebração do negócio, mas que colhe seus benefícios, e o devedor, então, realizará uma determinada prestação em benefício de outrem. Um exemplo é o CONTRATO DE SEGURO em que se assegura uma outra parte. O ESTIPULANTE é o que contrata. O PROMITENTE é o personagem que assume o compromisso de cumprir a obrigação, e o BENEFICIÁRIO é o terceiro que recebe a vantagem patrimonial. Entre o promitente e o beneficiário, existe uma RELAÇÃO DE VALUTA, isto é, de confiança. O beneficiário não precisa de capacidade de exercício, em regra. Pode ser, portanto, um incapaz. Conforme o art. 436, o estipulante pode exigir prestação do promitente, já que ambos são os contratantes. No art. 438, existe um DIREITO POTESTATIVO do estipulante. Basta a vontade, de modo que o estipulante poderá substituir o terceiro designado no contrato INDEPENDENTE de sua anuência e da do outro contratante. Essa substituição pode ser operada, conforme o PU, via contrato entre vivos, ou vai ao cartório e faz um testamento, que é a disposição última de vontade. Conforme o PU do art. 436, pode o beneficiário EXIGIR, mas tudo dentro das condições e normas do contrato. Para tanto, ele precisa anuir. Se ele não anui com o contrato, ele não pode exigir [Borges não fala sobre nenhuma cláusula necessária para tanto]. Segundo a jurisprudência, o terceiro beneficiário, ainda que não faça parte do contrato, pode ajuizar a ação direta contra a seguradora [Beviláqua concorda, e afirma que a ação para o cumprimento existe tanto para o beneficiário quanto para o estipulante]. Segundo Borges, originariamente, o beneficiário já pode exigir, mas, caso desde o início ele tenha o DIREITO DE EXECUÇÃO, conforme o art. 437, haveria um rompimento da estabilidade do comprimento se o estipulante fizesse a substituição. Neste caso, aparentemente, o beneficiário possui uma cláusula que garante tal direito, ou ainda, ele ACEITOU o contrato, e quando aceita, ele já pode exigir, logo, a ACEITAÇÃO DO CONTRATO FAZ SURGIR O DIREITO DE RECLAMAR A EXECUÇÃO, pela dicção do art. 437. A PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO é um negócio onde os contratantes criam uma situação onde uma das partes se obriga a obter de um TERCEIRO a realização de uma obrigação. É o caso de contratar com uma empresa para ela contratar com a Ivete. Existem três sujeitos, o PROMITENTE, que é o que se obriga em conseguir a prestação de terceiro em favor de promissário. O PROMISSÁRIO é o personagem que recebe a obrigação prometida pelo promitente. O TERCEIRO é quem realiza a prestação. Pelo art. 439, o promitente responde por perdas e danos se o terceiro NÃO EXECUTAR. Existe comunhão parcial, universal, e separação consensual ou legal (absoluta). Se o cônjuge do promitente depender da anuência para praticar o ato, e o regime de casamento não for de separação total ou parcial, não é possível responsabilizar. Isso porque se o promissário acionar o promitente, é possível, muitas vezes, que mesmo sem concordância do terceiro, esse terceiro seja afetado por causa do regime de casamento. Assim, o José contrata com João para que João fale com sua mulher Maria para que assuma a obrigação de vender um imóvel, casados em comunhão parcial. Trata-se de uma promessa de fato de terceiro. Maria diz que não vai assumir a obrigação. Sendo assim, ela não entrará nas perdas e danos, mas, como ela é cônjuge de João, as perdas e danos que incidem sobre João e seu patrimônio acabarão por afetar Maria, que é a terceira que, a princípio, não seria afetada. Talvez, eu ACHO que precisa depender de anuência porque só dependem de outorga conjugal os atos que afetam ambos cônjuges. Isto sempre que o sujeito terceiro NÃO aceita a obrigação. Se ele aceitar, incide o art. 440, e o promitente é liberado da relação. Neste caso, o “terceiro” passa a ser afetado diretamente, como se fosse/já sendo/ o devedor. Neste caso, os efeitos do inadimplemento correrão contra o que se obrigou. Agora, o CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR, que é raro na prática. É um negócio jurídico por meio do qual uma das partes acaba por indicar a pessoa que ASSUMIRÁ A POSIÇÃO CONTRATUAL em seu lugar, logo da conclusão. Oculta-se, inicialmente, o verdadeiro interessado. Não se aplica, aqui, a obrigação personalíssima. Como exemplo, tem X que não quer vender o apartamento para Y, então, Y pede que Z faça isso com X. No final, Z revela, na conclusão, a pessoa Y, incidindo os novos efeitos e os anteriores de maneira ex tunc. Aqui, há o ESTIPULANTE, que tem a faculdade de indicar o terceiro, e o PROMITENTE, que é aquele que tem a obrigação de reconhecer o terceiro. A cláusula que permite a substituição do estipulante pelo terceiro é a CLÁUSULA PRO AMICO ELIGENDO ou PRO AMICO ELECTO. Caso isso não seja estipulado do início, deverá a indicação ser COMUNICADA à outra parte dentro de 5 dias a partir da CONCLUSÃO do contrato. No art. 468, aplica-se o PRINCÍPIO DA SIMETRIA DE FORMAS, a mesma forma usada num negócio jurídico será determinante para outro, de modo que a aceitação deverá ser feita pela mesma forma das partes iniciais. Se não se comunica o indicado, ocorre CADUCIDADE.
Relação de valuta. Código comentado estipulação e promessa de terceiro. Contrato com
pessoa a declarar na prática. O que acontece se o terceiro e o estipulante pactuarem a substituição e o estipulante não cumprir? Seria o contrato com pessoa a declarar uma modalidade de cessão de contratos? Analise isto. O que é exatamente a conclusão deste contrato? Por que o insolvente gera problemas no art. 470, II? A cláusula do art. 468 é expressada no contrato ou é comunicada no momento?