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“Entre sombras e sonhos: as grandes guerras do século XX”

Autoras: Damilis Silveira Viana


Jaqueline Almeida Jesus
Letycia Nayran S. Sobral
Maria Aline M. de Oliveira
Taís Danielle A. de A. Silva
Introdução

O século XX foi marcado por guerras, revoluções, novos sistemas políticos,


ideologias singulares, consolidação do capitalismo como modelo econômico e sua corrida
imperialista. Esta última significava a disputa do mercado internacional e de territórios na
África e na Ásia, como resultado houve o acirramento dos ânimos das potências mundiais
da época- França, Inglaterra, Alemanha e Rússia. Esta situação desencadeou a Primeira
Guerra Mundial e ao fim desta, todos os países envolvidos saíram com grandes perdas.

A Alemanha saiu derrotada e foi fortemente prejudicada pelos artigos do Tratado de


Versalhes. Sua economia foi enfraquecida e o exército foi desmembrado, tal humilhação,
sofrida pela nação alemã, não seria facilmente esquecida. O partido ‘nazis’, com a
ideologia fascista e seu líder maior, Hitler, enalteceu o nacionalismo e conquistou a
sociedade alemã. A revanche não tardou e, em 1939, a Segunda Guerra Mundial fora
declarada. Novamente os países envolvidos saíram arrasados e a Alemanha saiu derrotada
outra vez.

O florescer da ideologia fascista resultou num dos eventos mais obscuros da


história da humanidade, o Holocausto. Este foi o genocídio de judeus, ciganos, poloneses,
comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, deficientes físicos e mentais
sob o pretexto da teoria da superioridade da raça ariana.

Experiências e reflexões sobre o Holocausto

À luz do Holocausto é que compreendemos como a teoria da desigualdade foi


sendo moldada, de tal forma que emerge como uma espécie de surto coletivo, sendo
difundida na sociedade. Instituições como escolas e igrejas, amparadas pela ciência
(primeiro a Eugenia e posteriormente a Etologia) buscaram, durante o século XX, legitimar
a desigualdade entre os homens e naturalizar a história. Estas vieram a ser parte da
ideologia de "pureza racial", constitutiva do fascismo nazista. Os argumentos científicos da
Eugenia foram apropriados pelos fascistas como forma de legitimação de sua ideologia.
Estes foram utilizados ao dar ênfase à desigualdade entre os homens e nas teorias de
diferenciação e superioridade de raça, como afirmam Geoff Gronjé e Mallan:

(...) a diferença de cor é simplesmente a manifestação física do contraste entre


dois modos de vida inconciliáveis, entre barbárie e civilização... era assim desde
o inicio e é assim que tudo praticamente continua. As diferenças entre as raças
são tão pronunciadas nos nossos dias quanto o eram há trezentos anos atrás.
(Apud. SILVA, 2004:9).

O filme Noite e Neblina, dirigido por Alain Resnais em parceria com Jean Cayrol
(sobrevivente do campo de concentração de Mauthausen), foi filmado em 1955, dez anos
após o término da Segunda Guerra Mundial. Este documentário aborda o Holocausto,
mostrando os campos de concentração nazistas e todo o funcionamento dentro deles: a
separação dos deportados; as vestimentas diferenciadas; o trabalho que realizavam, dentre
outros elementos. As cenas em preto e branco retratam a dinâmica nesses campos e o
sofrimento de quem viveu o Holocausto. Contudo, as cenas em cores, retratam os campos
com uma aparente tranquilidade e abandono. O passado e o presente são mostrados de
formas antagônicas com a intenção de apresentar um lugar, os campos de concentração, em
dois tempos diferentes. Embora as cenas do presente pareçam inofensivas, outrora estes
locais foram testemunhas de atrocidades. Este é um caso em que o papel da História se
revela, pois, a partir desta, as memórias do Holocausto permanecem vivas.

O genocídio de milhares de pessoas no Holocausto foi um momento trágico na


história da humanidade, mas será que essa experiência foi esquecida? Ou está presente em
nossa sociedade? Segundo Dilton Maynard em seu artigo Intolerância em rede:
Apropriações da internet pela extrema-direita (1999-2009), a ideologia fascista está
presente na atualidade, através de sites neofascistas, que se apropriam da rede como espaço
político buscando a simpatia do público jovem através das mídias como: músicas,
bandeiras, jogos, fotografias, aproximando-se de sua linguagem. Ao esquecermos de
experiências como o Holocausto, corre-se o risco de permitir a continuidade de ideologias
fascistas, desvalorizando a dignidade humana. O fascismo não está obsoleto, essa
ideologia, que esteve presente na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, não se
limitou aquela época. Neste sentido Maynard afirma:
As idéias destes grupos são veiculadas com estratégias de simplificação (através
de slogans, por exemplo), da construção de um inimigo único (variante que pode
ser o negro, o nordestino, o homossexual e mais freqüentemente o judeu) (...).
(MAYNARD, 2010).

Ensinar e aprender sobre o Holocausto é um desafio, por tratar-se de um atentado à


humanidade, porém também nos concede a possibilidade de refletir sobre uma realidade
histórica. Não devemos abordá-lo apenas como um fato histórico isolado, devemos
contextualizá-lo com os demais acontecimentos do século XX. Os professores não podem
esquecer-se da experiência do Holocausto, porque assim estariam falhando no
desenvolvimento de uma consciência histórica nos alunos. Também, como cidadãos, não
podem esquecer-se dessas experiências, pois se corre o risco de banalizar o racismo, ódio,
e indiferença para com o outro. O perigo da intolerância fascista é a disseminação de ideias
errôneas e distorcidas da realidade, que nos dias atuais recebe aceitação de um grande
número de pessoas.

O documentário Noite e Neblina contribui no ensino de História Contemporânea, pois


apresenta, aos alunos, um panorama dos horrores ocasionados pela intolerância da
ideologia fascista. O questionamento final de “quem é o responsável [pelo Holocausto]?”
faz uma reflexão sobre a responsabilidade pelos acontecimentos nos campos de
concentração. Hitler não seria o único culpado, pois os cidadãos alemães, de certa forma,
compactuaram com as ações nazistas. Neste sentindo, faz-se necessário, o professor,
conduzir os alunos a uma reflexão sobre a inversão de valores e atentado contra o ser
humano.

Considerações Finais

Apesar da enorme quantidade de artigos, teses, reportagens, filmes, documentários


e fotografias sobre o Holocausto, que estão disponíveis em diversas plataformas, a
propagação da ideologia fascista ainda permanece viva, tornando-se uma possível ameaça.
Sobre isso, Francisco Carlos Teixeira da Silva afirma:

“Era de se esperar que após a terrível experiência do Holocausto, (...), a busca de


uma diferenciação seja biológica, seja culturalista, entre os homens fosse
definitivamente abandonada. Isso contudo não aconteceu.” (SILVA, 2004: 13).

Neste caso, é papel dos educadores mostrar a real dimensão que esta experiência
causou e poderá causar, caso se repita, na sociedade contemporânea.
Referências Bibliográficas

CONSIGLIO, Thiago. Noite e Neblina (Alain Resnais 1955). Revista Universitária do


Audiovisual, 2014. Disponível em < http://www.rua.ufscar.br/noite-e-neblina-alain-
resnais-1955/ >. Acessado em 19/01/2015.

GONÇALVES, Williams da. A Segunda Guerra Mundial. In: FERREIRA, J., REIS
FILHO, D.A., ZENHA, C. (Orgs.). O século XX: o tempo das crises- revoluções,
fascismos e guerras. Civilização Brasileira, 2005, p.165-194.

MAYNARD, Dilton Cândido Santos. Intolerância em rede: apropriações da Internet


pela extrema-direita (1999-2009). Revista Eletrônica Boletim do TEMPO, Ano 5, Nº10,
Rio, 2010. Disponível em
<http://tempopresente.org/index.php?option=com_content&view=article&id=5285:intolera
ncia-em-rede-apropriacoes-da-internet-pela-extrema-direita&catid=36&Itemid=127 >.
Acessado em 19/01/2015.

MOTTA, Márcia Maria M. A Primeira Grande Guerra. In: FERREIRA, J., REIS FILHO,
D. A., ZENHA.C (Orgs.) O século XX: o tempo das certezas – da formação do
capitalismo à Primeira Guerra Mundial. Civilização Brasileira. 2005. p.231-252.

OSMO, Alan. Análise “noite e neblina”. Revista Forum 18, 2012. Disponível em: <
http://www.forum18.com.br/analise-noite-e-neblina/ >. Acessado em 19/01/2015.

RESNAIS, Alain; BOUQUET, Michel. Noite e Neblina. Desconhecida: 1955, 32 min.

SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. O século XX: entre luzes e sombras. In: O século
sombrio: uma história geral do século XX. Rio de Janeira: Elsevier, 2004, p. 1-25.

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