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AULA 4

LEGISLAÇÃO EM SAÚDE DO
TRABALHADOR

Prof. Gerson Luiz Pontarolli


CONVERSA INICIAL

Seja bem-vindo! Na aula de hoje, vamos falar sobre os aspectos relevantes


da legislação acidentária e de medicina do trabalho num sentido amplo.
Abordaremos também os artigos da Carta Magna que deram origem à legislação
acidentária e à legislação relativa a segurança e medicina do trabalho.
Aprofundaremos e focaremos nosso estudo sobre as Normas Regulamentadoras
do Ministério do Trabalho dentro da legislação vigente.
Assim sendo, nosso objetivo final é trazer para você uma visão sob o ponto
de vista legal e jurídico sobre os temas em tela.
Bons estudos!

CONTEXTUALIZANDO

No avançar de nosso estudo, conseguiremos entender e chegar a uma


conclusão sobre a origem da legislação acidentária e de medicina do trabalho sob
o prisma jurídico.
Então, lançamos um desafio para você, aluno. Responda a seguinte
pergunta: o que falta ser feito pelo mundo jurídico para que a legislação
acidentária, de medicina do trabalho e mesmo de segurança do trabalho seja
devidamente cumprida pelas empresas? Quando nos referimos a empresas,
fazemos referência a um conceito amplo, no qual resta envolvida a administração
pública.
Responda ao final de nossa aula, momento no qual você já terá
informações suficientes para que possa refletir. Sua resposta deve ter como objeto
principal a situação na atualidade. Então, vamos em frente, e sugere-se que você
continue sua jornada pelo nosso estudo.

TEMA 1 – REGULAMENTAÇÃO

Já falamos em reiterados momentos que qualquer legislação deve estar em


harmonia com o que determina a Carta Magna, e é da nossa lei maior que surgem
os artigos que previram a necessidade de proteção do ser humano, o respeito à
dignidade humana, pois, além de tudo, alguns autores consideram os direitos
humanos como um direito absoluto.

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Queremos iniciar e destacar alguns dispositivos constitucionais
considerados de vital importância ao nosso tema, sem, contudo, esgotar outros
que possam existir e que são relativos ao nosso assunto.
Vários desses artigos foram regulamentados por leis posteriores, o que não
poderia ser diferente.

1.1 Você já se perguntou o que vem a ser regulamentar algo juridicamente?

Dentro de uma visão técnica, observemos o que nos diz De Plácido e Silva
(2012), em seu vocabulário jurídico:
A regulamentação, pois importa, na disposição ou na ordenação de
regras suplementares ou subsidiárias, instituidoras, praticamente, do
modo de se conduzir as coisas, já reguladas por lei.
Assim, a regulamentação, sem se afastar da lei, vem estabelecer a forma
ou a conduta de aptidão da mesma lei. Não é, pois de sua função instituir
regra nova, de caráter substancial, nem estabelecer princípio ou regra,
divergente da lei regulamentada

Ou seja, a regulamentação é um verdadeiro direcionamento, um mapa de


como será cumprida a lei que foi regulamentada.
Também encontramos esse termo em várias situações e com diferentes
significados, mas, no nosso caso, conseguimos associá-lo a algumas palavras
que nos facilitam seu entendimento. Vamos considerar como a criação de um
roteiro, uma explicação de como se fazer algo, no caso de como aplicar uma
determinada lei.
Pois bem, como exemplo, vejamos a CF/1988 no artigo art. 7º, inciso XXII,
que diz: “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança”.
Como atenderemos o que o dispositivo constitucional determina se não
explica o que são riscos ou mesmos onde são encontradas as normas de saúde,
higiene e segurança?
É exatamente isso o que uma regulamentação faz, explica e traz as regras
que devem ser seguidas para o atendimento ao preceito-base, no caso o inciso
XXII do artigo 7º.
Conforme havíamos combinado, vamos conhecer alguns dos artigos vitais
ao nosso tema e que estão expressamente previstos na lei maior:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa.

Vamos destacar, da lei supra algumas palavras que têm uma ligação direta
como o nosso tema:

Art. 6º a saúde, ......a segurança, ......a previdência social,


Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais [...]
IX - trabalho noturno ...... diurno;
XIII - não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
XIV - jornada de seis horas ........em turnos ininterruptos de revezamento,
XV - repouso semanal remunerado.....
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior.......
XXII - redução dos riscos.........
XXIII - adicional .........para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas,
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho........

Conforme observamos, foi necessário criar um roteiro, um caminho para a


efetivação das determinações supra, que são as leis posteriores e que foram
criadas com tal finalidade, mas lembramos que jamais poderão distanciar-se de
seu objetivo principal, que é o atendimento a o que a lei principal determina,
conforme disse de Plácido e Silva:
“Assim, a regulamentação, sem se afastar da lei, vem estabelecer a
forma ou a conduta de aptidão da mesma lei” (2012)

A exemplo disso, temos a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), as


normas regulamentadoras do Ministério do Trabalhos, Leis Complementares, as
portarias entre outras que vieram a regulamentar o que determinou a CF/1988.
Na Carta Magna, encontramos em seu art. 7º, inciso XXVIII, a necessidade
de existir o “seguro contra acidentes de trabalho”.
A Lei n. 8.213/2001, em seu art. 19, regulamenta e explica:
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho

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dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
(Redação dada pela Lei Complementar n. 150, de 2015)

Desta forma, restou claro que, para que seja considerado como acidente
do trabalho, há alguns requisitos que devem ser preenchidos, tais como exercício
do trabalho, a serviço da empresa, que provoque lesão corporal ou perturbação
funcional.
A partir desse esclarecimento, ficou mais fácil identificar se determinado
fato é ou não considerado como acidente do trabalho. Então, vencida esta etapa,
vamos dar continuidade ao nosso estudo para nos aprofundarmos nos aspectos
relevantes da legislação acidentária e de medicina do trabalho.

TEMA 2 – NORMAS REGULAMENTADORAS

Conforme comentamos anteriormente, a legislação infraconstitucional veio


a regulamentar o que a Constituição Federal expressamente previu sobre a
proteção à saúde do trabalhador.
Várias foram as legislações que vieram a regulamentar tais ações, como
leis, portarias, entre várias outras. Então, vamos iniciar nosso estudo pelas
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, também conhecidas pelos
profissionais que atuam na área de segurança e medicina do trabalho como as
NRs.
Em 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria n.
3.214, a qual regulamentou as normas regulamentadoras relativas a Segurança e
Medicina do Trabalho.
No site <http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras>, do Ministério do Trabalho,
encontramos o seguinte texto, o qual transcrevemos literalmente:
As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e saúde do
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e
públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem
como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre
segurança e saúde no trabalho acarretará ao empregador a aplicação
das penalidades previstas na legislação pertinente. (Ministério do
Trabalho)

Então, por determinação do Ministério do Trabalho, as normas


regulamentadoras “são de observância obrigatória”.

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Inicialmente, tratavam-se de 28 normas regulamentadoras, e, com o tempo,
foram criadas outras normas que tratavam de assuntos que eram necessários,
mas ainda não haviam sido inseridos.
Exemplificamos com o aparecimento da NR 32, que veio dispor sobre
segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde, e a NR 35, que
trata sobre trabalho em altura, que, conforme dissemos, são mais recentes, mas
já deveriam ter sido incluídas desde o início.
Estruturalmente, temos as seguintes Normas Regulamentadoras e suas
respectivas áreas de atuação:
NR 01 – Disposições gerais
NR 02 – Inspeção prévia
NR 03 – Embargo ou interdição
NR 04 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho
NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI
NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
NR 08 – Edificações
NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 – Máquinas e Equipamentos
NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 – Fornos
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
NR 17 – Ergonomia
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 19 – Explosivos
NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR 21 – Trabalho a Céu Aberto
NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 – Proteção Contra Incêndios
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 – Resíduos Industriais
NR 26 – Sinalização de Segurança
NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela
Portaria GM n.º 262/2008)
NR 28 – Fiscalização e Penalidades
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

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NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração
Florestal e Aquicultura
NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação
Naval
NR 35 – Trabalho em Altura
NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes
e Derivados

Vamos então selecionar as NRs que consideramos mais utilizadas pelo


enfermeiro do trabalho e conhecê-las mais a fundo. Registramos que todas as
NRs são importantes, mas cabe neste momento selecionar as que devem ser de
conhecimento obrigatório para a sua profissão.
 NR 04 – Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do
Trabalho
 NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
 NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual - EPI
 NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
 NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
 NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
 NR 17 – Ergonomia
 NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

2.1 Conhecendo as NRs

2.1.1 NR 04 – serviços especializados em engenharia de segurança e em


medicina do trabalho – SESMT

A NR 04 diz literalmente em seus itens 4.1 e 4.2:


4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da
administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho
- CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade
de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho.
4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco
da atividade principal e ao número total de empregados do

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estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as
exceções previstas nesta NR.

2.1.1.1 O que é o SESMT?

Conhecido entre os profissionais que o compõe comumente como SESMT,


é a abreviatura de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho.

2.1.1.2 Sua existência e formação são obrigatórias?

Conforme determina a legislação, é obrigatória a existência do Serviço


Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT
tanto de empresas públicas quanto em privadas, isso quer dizer que tanto os
particulares como a administração pública deve formar o SEMST.
Porém, deverá ser observado o quadro existente na NR 04, o qual veremos
mais adiante e no qual iremos esclarecer qual é o base de sua formação.

2.1.1.3 Qual é a sua função?

A principal função do SESMT é cumprir e fazer cumprir as normas de


segurança e medicina do trabalho dentro de uma visão prevencionista,
considerada esta em seu sentido mais amplo.
Registramos que o aspecto corretivo deve ser a exceção, ou seja, adotar
alguma medida após a ocorrência de um acidente na empresa e que poderia ter
sido evitado.
Suas funções encontram-se detalhadas no item 4.12 letras “a” até “l” da NR
04, as quais sugerimos uma leitura atenta. Estão atualizadas e disponibilizadas
no site: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR4.pdf>.

2.1.1.4 Qual é a composição do SESMT?

Deve ser formado por profissionais especializados e pode ter os seguintes


profissionais em seu dimensionamento:
1. Engenheiro(s) de segurança do trabalho
2. Técnico(s) de segurança do trabalho
3. Médico(s) do trabalho
4. Enfermeiro(s) do trabalho
5. Auxiliar(es) de enfermagem do trabalho

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TEMA 3 – SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)

Dissemos que o SESMT deve ter em seu quadro profissionais


especializados. De acordo com a NR 4.4.2, a qual copiamos literalmente abaixo,
teremos:

a. Engenheiro de segurança do trabalho - engenheiro ou arquiteto


portador de certificado de conclusão de curso de especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;
b. Médico do trabalho - médico portador de certificado de conclusão de
curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-
graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de
concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente,
reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do
Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou
faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina;
c. Enfermeiro do trabalho - enfermeiro portador de certificado de
conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em
nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que
mantenha curso de graduação em enfermagem;
d. Auxiliar de enfermagem do trabalho - auxiliar de enfermagem ou
técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de
qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por
instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da
Educação;
e. Técnico de segurança do trabalho: técnico portador de comprovação
de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.

3.1 Como saber quais profissionais vão compor o SESMT?

Anteriormente, dissemos que iríamos esclarecer o dimensionamento do


SESMT. Então, qual é a base para sua formação, quais profissionais devem
compô-lo e até quando será necessária a sua existência?
Analisemos o seguinte quadro, que consta da NR 04, reproduzido
literalmente abaixo:

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Tabela 1 – Quadro II (alterado pela portaria SSMT n. 34, de 11 de dezembro
de 1987) – dimensionamento dos SESMT

Grau Empregados no 50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000.
de estabelecimento a a a a a a a Para cada grupo
risco Técnicos 100 250 500 1000 2000 3500 5000 de 4000 ou fração
acima de 2000**
1 Técnico seg. trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1*
Médico do trabalho 1* 1 1*
2 Técnico seg. trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 1
3 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 2 1
Aux. enferm. trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 2 1
4 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. enferm. trabalho 1 1 2 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) O dimensionamento total deve ser feito levando-se em consideração o dimensionamento de faixas de
3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
Observação: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos
similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro em tempo integral.

Vamos imaginar que trabalhamos em uma empresa de pesca em água


salgada, de grande porte, com 5000 funcionários, e nos pedem para que
dimensionemos o SESMT.
Para facilitar, vamos considerar a seguinte fórmula:
Composição do SESMT =
número de funcionários da empresa + grau de risco da empresa

O quadro acima nos traz uma parte da fórmula, que é o número de


funcionários; mas e quanto ao grau de risco?
Na mesma NR 04, temos o quadro nº I, que foi alterado pela Portaria SIT
n. 76, de 21 de novembro de 2008, pois anteriormente era utilizado um quadro
diverso dele. O quadro atual nos traz uma relação completa da Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), a qual corresponderá a um grau de
risco específico.
Por exemplo, quando consultarmos a empresa de pesca em que
trabalhamos, tendo como atividade principal de pesca em água salgada,
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encontraremos o quadro da seguinte forma, com as colunas: código,
denominação e GR (grau de risco), respectivamente. Veja:

Tabela 2 – Quadro I

03 PESCA E AQUICULTURA
03.1 Pesca
03.11-6 Pesca em água salgada 3
03.12-4 Pesca em água doce 3
03.2 Aquicultura
03.21-3 Aquicultura em água salgada e salobra 3
03.22-1 Aquicultura em água doce 3

Então, encontramos em nossa busca pesca em água salgada, que possui


o código de atividade nº 03.11-6, com grau de risco 3, e agora conseguimos o
último item que faltava em nossa fórmula.
Voltando à formula, já temos os seguintes dados:
 Composição do SESMT.
 Número de funcionários da empresa: 5000
 Grau de risco da empresa: 3

Consultando a tabela, teremos:

Tabela 3 – Quadro de composição do SESMT

Grau Empregados no 50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000.
de estabelecimento a a a a a a a Para cada grupo
risco Técnicos 100 250 500 1000 2000 3500 5000 de 4000 ou fração
acima de 2000**
1 Técnico seg. trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1*
Médico do trabalho 1* 1 1*
2 Técnico seg. trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 1
3 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 2 1
Aux. enferm. trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 2 1
4 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. enferm. trabalho 1 1 2 1 1

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Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) O dimensionamento total deve ser feito levando-se em consideração o dimensionamento de faixas de
3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
Observação: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos
similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro em tempo integral.

Qual foi o resultado encontrado? Quando cruzamos os dados encontrados,


constatamos que o SEMST desta empresa deverá ter a seguinte estrutura: 2
engenheiros de segurança do trabalho, 8 técnicos de segurança do trabalho, 2
médicos do trabalho, 1 enfermeiro do trabalho e 1 auxiliar de enfermagem do
trabalho.
Observem que se trata de uma empresa de grande porte e grau de risco
também alto, sendo o menor grau de risco o de nº 1 e o maior, o de nº 4. Ou seja
para que dimensionemos o SESMT, deveremos levar em consideração o grau de
risco da empresa e também o número de funcionários, lembrando que se trata de
uma obrigatoriedade, não é algo facultativo.
Em caso de fiscalização, a empresa será notificada para que cumpra o
previsto na legislação, podendo até mesmo ser autuada pelo descumprimento ao
determinado pela NR 04.
Observe que os profissionais que compõem o SESMT devem cumprir uma
carga horária também obrigatória e prevista na mesma norma. Por exemplo, o
técnico de segurança do trabalho deverá cumprir a jornada de 8 horas diárias, e
o enfermeiro do trabalho, a jornada de 6 horas. Todos devem pertencer ao quadro
de funcionários da empresa.

TEMA 4 – NRs 05 E 06

Falamos anteriormente que o SESMT é dimensionado de acordo com o


grau de risco e o número de funcionários da empresa. E se a empresa não se
enquadrar ao que prevê o referido quadro?
Encontramos a resposta para nossa pergunta na própria NR 04, em seu
item 4.14:

4.14. As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no


Quadro II, anexo a esta NR, poderão dar assistência na área de
segurança e medicina do trabalho a seus empregados através de
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou associação da
categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas
interessadas.

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Podemos concluir, com base em todas as informações até então
estudadas, que, por mais que em alguns casos não seja obrigatória a constituição
de um SESMT próprio, a assistência por meio de um SESMT, mesmo que por
intermédio de outra empresa, é obrigatória.

4.1 A NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Outra norma que é muito importante é a NR 05, a conhecida Comissão


Interna de Prevenção de Acidentes.

4.2 O que ou quem é a CIPA?

Já sabemos que é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do


Trabalho, que ela deve existir em todas as empresas e que está prevista na
norma regulamentadora NR 05. Vejamos o que diz a NR 05:

DO OBJETIVO:
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

Um breve comentário: observe que o item acima faz referência a uma


palavra de vital importância dentro do seu objetivo da mesma – prevenção –, que
também faz parte do nome Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do
Trabalho. Lembre-se do objetivo do SESMT: ações preventivas e, como exceção,
ações corretivas, ou seja, há uma ligação direta entre as funções do SESMT e da
CIPA.
O que diz a lei NR 05, item 5.2:

DA CONSTITUIÇÃO:
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de
economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.

Vamos a uma rápida análise do item acima – em resumo, em regra, todas


as empresas devem constituir a CIPA. Entretanto, quando falamos em regra, é
por que há exceções. O que diz a lei - (NR 05) – item 5.5:

5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial


estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados,
mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento
de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente

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e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da
administração do mesmo.

Verifique que neste item temos um termo novo. Vamos entender tudo isso.
Para que uma empresa seja obrigada a constituir a CIPA, deve preencher alguns
requisitos, parecidos com os da constituição do SESMT, no quadro que
apresentamos. Vamos imaginar que trabalhamos em uma empresa de extração
mineral que possua 90 funcionários. O que diz a NR 05 sobre a necessidade de
formação da CIPA?
Então observem o quadro a seguir que foi retirado da própria NR 05:

Tabela 4 – Quadro I: dimensionamento de CIPA

N° de Acima de
empregados no 30 51 101 121 141 301 501 1001 10000 para
0 a 20 a 81 a 2501a 500 a
GRUPOS estabelecimento a a a a a a a a cada grupo
19 29 100 5000 10000
n° de membros 50 80 120 140 300 500 1000 2500 de 2.500,

da CIPA acrescentar

Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

Quadro II
Agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE, para dimensionamento de CIPA
C-1 - MINERAIS
05.00-3 06.00-0 07.10-3 07.21-9 07.22-7 7.23-5 07.24-3
07.25-1 07.29-4 08.10-0 08.91-6 08.92-4 08.93-2 08.99-1 09.10-6
09.90-4 19.10-1 23.20-6 23.91-5

Quadro III
Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE
com correspondente agrupamento para dimensionamento de CIPA
05.00-3 – extração de carvão mineral – C1.

Vamos à nossa fórmula:


Dimensionamento da CIPA= Quadro I + Quadro II + Quadro III.

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No nosso caso concreto, identificamos que nossa empresa possui o CNAE
- C1, conta com 90 funcionários, então, em primeiro plano, deve constituir a CIPA
composta por 3 titulares e 3 suplentes, que devem ser eleitos pelos empregados,
e, apesar de não constar no quadro, a comissão é sempre paritária, ou seja, deve
indicar 3 titulares e 3 suplentes pelo empregador que não são eleitos, mas sim
indicados. É importante registrar que os eleitos possuem estabilidade de um ano
dentro do mandato da CIPA e mais um após seu encerramento.
Se a empresa não for obrigada a constituir uma CIPA, deverá ter o
designado que será responsável pelas atribuições da CIPA.

4.3 NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI

Nosso assunto agora são os equipamentos de proteção individual, ou os


EPIs. Iniciamos nosso estudo trazendo a seguinte situação:
Quando estamos trabalhando em uma empresa metalúrgica, que é de alto
grau de risco, o mais importante é que a empresa coloque sinalização, exaustores
para os gases e equipamentos para o excesso de calor e ruído de uma forma que
proteja todos que estiverem no ambiente ou que cada funcionário utilize o EPI?
Ambas as situações são importantes.
Na mesma situação e dentro de um enfoque mais técnico, digamos que
fosse necessária uma escolha. Considera-se que os equipamentos que protegem
todos seria a medida mais urgente, pois atenderia a todos os que se encontrassem
naquele ambiente, desde funcionários, visitantes, enfim, todos, com o objetivo de
atender ao coletivo.
Vejam, não estamos descartando os equipamentos individuais, mas a
prioridade será sempre os EPCs, ou equipamentos de proteção coletivos, pois
abrangem um número maior de pessoas. Se eles não resolverem, deverá ser
acrescentado o EPI. E o que diz a lei?
6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a. sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
b. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e,
c. para atender a situações de emergência.

Sobre os EPIs, além de ser fornecidos pelo empregador, deve-se o


seguinte:

015
 Possuir o C.A., que é o certificado de aprovação que deve estar registrado
no Inmetro e devidamente atualizado;
 Ser substituídos toda vez que for necessário;
 Sua utilização deve ser fiscalizada: não basta fornecê-los;
 O empregado deve ser devidamente orientado sobre o uso por meio de
treinamento específico;
 São fiscalizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Qual é a relação entre SESMT e EPIs? Atenção ao que diz a lei:

6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar
ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.
6.5.1 Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao
empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação
de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta,
o designado e trabalhadores usuários.

TEMA 5 – NRs 07 E 09

Nosso próximo assunto será as NRs 07 e 09. Basicamente, trata-se do


Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 07) e o
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR 09).
Inicialmente, sugiro que você aprofunde seus conhecimentos e faça a
leitura atenta das NRs 07 e 09, disponíveis em:
<http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras>.
Esses programas surgiram em 1995 e têm como foco a prevenção dos
riscos existentes e o controle dos riscos identificados na empresa, tendo que atuar
em conjunto com as outras normas regulamentadoras existente.

5.1 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 07)


– legislação

7.1.1. Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece a obrigatoriedade


de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

Conforme prevê a legislação, todos os empregadores devem implementar


o PCMSO por meio do SESMT. Quando a empresa possuir o SESMT, ele deve

016
ser elaborado pelo médico do trabalho da empresa que terá o médico responsável
pelo programa, o qual será o coordenador do programa, como regra geral. Caso
o SESMT possua mais de um médico do trabalho, deverá indicar quem será o
coordenador.
No entanto, há alguns aspectos relativos ao médico coordenador do
programa que devem ser conhecidos, conforme veremos a seguir. Não há
necessidade de indicar o médico coordenador se a empresa preencher os
seguintes requisitos, conforme a NR 07.

7.3.1.1. Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as


empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até
25 (vinte e cinto) empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4, segundo
o Quadro 1 da NR 4, com até 10 (dez) empregados.
7.3.1.1.1. As empresas com mais de 25 (vinte e cinco) empregados e até
50 (cinquenta) empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2,
segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar
médico coordenador em decorrência de negociação coletiva.
7.3.1.1.2. As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com até 20
(vinte) empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o
Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do
trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva, assistida
por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no
trabalho.

A NR 07 também prevê a obrigatoriedade de o funcionário realizar os


seguintes exames:
7.4.1. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos
exames médicos:
a. admissional;
b. periódico;
c. de retorno ao trabalho;
d. de mudança de função;
e. demissional.

É importante registrar que, caso seja necessário, o funcionário deve efetuar


exames complementares, conforme os riscos ao qual esteja exposto. O PCMSO
consistirá de um documento escrito, com um cronograma que prevê as ações que
serão efetivamente adotadas pelo empregador no período de um ano, devendo
ser revisto ao final deste período e prevendo novas ações. Vamos então ao
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – NR 09.

5.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – NR 09

Acabamos de estudar o PCMSO e dissemos que deve funcionar de forma


integrada com todas as demais normas regulamentadoras. O Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA não é diferente em sua ligação com as
normas regulamentadoras.

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Como o próprio nome já diz, PPRA é um programa de prevenção a riscos
existentes e que possam existir, por isso é preventivo. É de existência obrigatória
nas empresas desde 1995, enquanto o SESMT é o responsável pela sua
implementação e a devida aplicação nas empresas.
Também é um documento escrito e que deve possuir um cronograma de
aplicação das medidas preventivas ou até mesmo corretivas que foram
detectadas.
Neste programa, são efetuados levantamentos em todos os ambientes da
empresa e analisados em valores quantitativos, por meio de equipamentos
próprios para tal, tais como decibelímetros, termômetros especiais, entre vários
outros.
Os levantamentos podem ser feitos pelos engenheiros de segurança do
trabalho ou pelos técnicos de segurança do trabalho. Os dados levantados
constarão de um documento/relatório que aponta os riscos levantados bem como
as medidas sugeridas e a efetiva aplicação destas por meio de um cronograma
com as datas efetivas (início e término) de cada ação prevista.
Lembremos que tais medidas sugeridas devem constar também do
PCMSO que adotará, com base nos riscos identificados pelo PPRA, ações em
conjunto para a correção dos riscos levantados.
Então, o PCMSO e o PPRA deverão englobar todas as outras normas.

Figura 1 – Esquema de normas regulamentadoras

Outra consequência do PPRA é o mapeamento de riscos ambientais, o qual


é formalizado em um quadro chamado de mapa de riscos, que deve ficar em local

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visível para todos, inclusive para a fiscalização, contendo os principais riscos na
empresa, para conhecimento de todas as pessoas que estiverem no local.
O PPRA deve ser revisado anualmente, com novos levantamentos e
relatórios dos riscos existentes ou mesmo dos riscos já corrigidos e as ações
preventivas e corretivas.
Ambos os programas podem ser solicitados tanto por funcionários que
estejam em processo de aposentadoria, no caso da existência de periculosidade
ou insalubridade na empresa, ou em reclamatórias trabalhistas, respondendo
seus elaboradores civil e criminalmente pelas informações contidas neles. Caso a
empresa não possua o SESMT, deverá contratar empresas especializadas para
elaboração dos programas.

FINALIZANDO

Falamos em nossa aula sobre os aspectos relevantes da legislação


acidentária e de medicina do trabalho num sentido amplo. Abordamos também os
artigos da Carta Magna que deram origem à legislação acidentária e à legislação
relativa a segurança e medicina do trabalho. Ainda aprofundamos nosso estudo
sobre as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho dentro da
legislação vigente.
Lançamos um desafio para você, aluno, para que respondesse à seguinte
pergunta: o que falta ser feito pelo mundo jurídico para que a legislação
acidentária, de medicina do trabalho e mesmo de segurança do trabalho, seja
devidamente cumprida pelas empresas?
Fizemos referência a empresas, dentro de um conceito amplo, em que
restava envolvida a administração pública.
Respondendo ao que foi perguntado, acreditamos que é necessária a
criação de uma estrutura maior, que leve a conscientização e educação sobre a
importância do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho,
bem como acompanhe e fiscalize o efetivo atendimento às determinações legais.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.

_____. Congresso Nacional. Portaria n. 3214, de 8 de junho de 1978.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentadoras.


Brasília, 2015.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR4: Serviços especializados em


engenharia de segurança e em medicina do trabalho. Brasília, 2016.

SILVA, O. J. de P. e. Vocabulário jurídico. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

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