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LEGISLAÇÃO EM SAÚDE DO
TRABALHADOR
CONTEXTUALIZANDO
TEMA 1 – REGULAMENTAÇÃO
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Queremos iniciar e destacar alguns dispositivos constitucionais
considerados de vital importância ao nosso tema, sem, contudo, esgotar outros
que possam existir e que são relativos ao nosso assunto.
Vários desses artigos foram regulamentados por leis posteriores, o que não
poderia ser diferente.
Dentro de uma visão técnica, observemos o que nos diz De Plácido e Silva
(2012), em seu vocabulário jurídico:
A regulamentação, pois importa, na disposição ou na ordenação de
regras suplementares ou subsidiárias, instituidoras, praticamente, do
modo de se conduzir as coisas, já reguladas por lei.
Assim, a regulamentação, sem se afastar da lei, vem estabelecer a forma
ou a conduta de aptidão da mesma lei. Não é, pois de sua função instituir
regra nova, de caráter substancial, nem estabelecer princípio ou regra,
divergente da lei regulamentada
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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa.
Vamos destacar, da lei supra algumas palavras que têm uma ligação direta
como o nosso tema:
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dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
(Redação dada pela Lei Complementar n. 150, de 2015)
Desta forma, restou claro que, para que seja considerado como acidente
do trabalho, há alguns requisitos que devem ser preenchidos, tais como exercício
do trabalho, a serviço da empresa, que provoque lesão corporal ou perturbação
funcional.
A partir desse esclarecimento, ficou mais fácil identificar se determinado
fato é ou não considerado como acidente do trabalho. Então, vencida esta etapa,
vamos dar continuidade ao nosso estudo para nos aprofundarmos nos aspectos
relevantes da legislação acidentária e de medicina do trabalho.
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Inicialmente, tratavam-se de 28 normas regulamentadoras, e, com o tempo,
foram criadas outras normas que tratavam de assuntos que eram necessários,
mas ainda não haviam sido inseridos.
Exemplificamos com o aparecimento da NR 32, que veio dispor sobre
segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde, e a NR 35, que
trata sobre trabalho em altura, que, conforme dissemos, são mais recentes, mas
já deveriam ter sido incluídas desde o início.
Estruturalmente, temos as seguintes Normas Regulamentadoras e suas
respectivas áreas de atuação:
NR 01 – Disposições gerais
NR 02 – Inspeção prévia
NR 03 – Embargo ou interdição
NR 04 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho
NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI
NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
NR 08 – Edificações
NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 – Máquinas e Equipamentos
NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 – Fornos
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
NR 17 – Ergonomia
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 19 – Explosivos
NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR 21 – Trabalho a Céu Aberto
NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 – Proteção Contra Incêndios
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 – Resíduos Industriais
NR 26 – Sinalização de Segurança
NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela
Portaria GM n.º 262/2008)
NR 28 – Fiscalização e Penalidades
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
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NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração
Florestal e Aquicultura
NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação
Naval
NR 35 – Trabalho em Altura
NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes
e Derivados
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estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as
exceções previstas nesta NR.
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TEMA 3 – SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)
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Tabela 1 – Quadro II (alterado pela portaria SSMT n. 34, de 11 de dezembro
de 1987) – dimensionamento dos SESMT
Grau Empregados no 50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000.
de estabelecimento a a a a a a a Para cada grupo
risco Técnicos 100 250 500 1000 2000 3500 5000 de 4000 ou fração
acima de 2000**
1 Técnico seg. trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1*
Médico do trabalho 1* 1 1*
2 Técnico seg. trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 1
3 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 2 1
Aux. enferm. trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 2 1
4 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. enferm. trabalho 1 1 2 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) O dimensionamento total deve ser feito levando-se em consideração o dimensionamento de faixas de
3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
Observação: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos
similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro em tempo integral.
Tabela 2 – Quadro I
03 PESCA E AQUICULTURA
03.1 Pesca
03.11-6 Pesca em água salgada 3
03.12-4 Pesca em água doce 3
03.2 Aquicultura
03.21-3 Aquicultura em água salgada e salobra 3
03.22-1 Aquicultura em água doce 3
Grau Empregados no 50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000.
de estabelecimento a a a a a a a Para cada grupo
risco Técnicos 100 250 500 1000 2000 3500 5000 de 4000 ou fração
acima de 2000**
1 Técnico seg. trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1*
Médico do trabalho 1* 1 1*
2 Técnico seg. trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 1*
Aux. enferm. trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 1
3 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 2 1
Aux. enferm. trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 2 1
4 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro seg. trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. enferm. trabalho 1 1 2 1 1
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Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) O dimensionamento total deve ser feito levando-se em consideração o dimensionamento de faixas de
3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
Observação: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos
similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro em tempo integral.
TEMA 4 – NRs 05 E 06
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Podemos concluir, com base em todas as informações até então
estudadas, que, por mais que em alguns casos não seja obrigatória a constituição
de um SESMT próprio, a assistência por meio de um SESMT, mesmo que por
intermédio de outra empresa, é obrigatória.
DO OBJETIVO:
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
DA CONSTITUIÇÃO:
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de
economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.
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e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da
administração do mesmo.
Verifique que neste item temos um termo novo. Vamos entender tudo isso.
Para que uma empresa seja obrigada a constituir a CIPA, deve preencher alguns
requisitos, parecidos com os da constituição do SESMT, no quadro que
apresentamos. Vamos imaginar que trabalhamos em uma empresa de extração
mineral que possua 90 funcionários. O que diz a NR 05 sobre a necessidade de
formação da CIPA?
Então observem o quadro a seguir que foi retirado da própria NR 05:
N° de Acima de
empregados no 30 51 101 121 141 301 501 1001 10000 para
0 a 20 a 81 a 2501a 500 a
GRUPOS estabelecimento a a a a a a a a cada grupo
19 29 100 5000 10000
n° de membros 50 80 120 140 300 500 1000 2500 de 2.500,
da CIPA acrescentar
Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
Quadro II
Agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE, para dimensionamento de CIPA
C-1 - MINERAIS
05.00-3 06.00-0 07.10-3 07.21-9 07.22-7 7.23-5 07.24-3
07.25-1 07.29-4 08.10-0 08.91-6 08.92-4 08.93-2 08.99-1 09.10-6
09.90-4 19.10-1 23.20-6 23.91-5
Quadro III
Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE
com correspondente agrupamento para dimensionamento de CIPA
05.00-3 – extração de carvão mineral – C1.
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No nosso caso concreto, identificamos que nossa empresa possui o CNAE
- C1, conta com 90 funcionários, então, em primeiro plano, deve constituir a CIPA
composta por 3 titulares e 3 suplentes, que devem ser eleitos pelos empregados,
e, apesar de não constar no quadro, a comissão é sempre paritária, ou seja, deve
indicar 3 titulares e 3 suplentes pelo empregador que não são eleitos, mas sim
indicados. É importante registrar que os eleitos possuem estabilidade de um ano
dentro do mandato da CIPA e mais um após seu encerramento.
Se a empresa não for obrigada a constituir uma CIPA, deverá ter o
designado que será responsável pelas atribuições da CIPA.
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Possuir o C.A., que é o certificado de aprovação que deve estar registrado
no Inmetro e devidamente atualizado;
Ser substituídos toda vez que for necessário;
Sua utilização deve ser fiscalizada: não basta fornecê-los;
O empregado deve ser devidamente orientado sobre o uso por meio de
treinamento específico;
São fiscalizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
TEMA 5 – NRs 07 E 09
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ser elaborado pelo médico do trabalho da empresa que terá o médico responsável
pelo programa, o qual será o coordenador do programa, como regra geral. Caso
o SESMT possua mais de um médico do trabalho, deverá indicar quem será o
coordenador.
No entanto, há alguns aspectos relativos ao médico coordenador do
programa que devem ser conhecidos, conforme veremos a seguir. Não há
necessidade de indicar o médico coordenador se a empresa preencher os
seguintes requisitos, conforme a NR 07.
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Como o próprio nome já diz, PPRA é um programa de prevenção a riscos
existentes e que possam existir, por isso é preventivo. É de existência obrigatória
nas empresas desde 1995, enquanto o SESMT é o responsável pela sua
implementação e a devida aplicação nas empresas.
Também é um documento escrito e que deve possuir um cronograma de
aplicação das medidas preventivas ou até mesmo corretivas que foram
detectadas.
Neste programa, são efetuados levantamentos em todos os ambientes da
empresa e analisados em valores quantitativos, por meio de equipamentos
próprios para tal, tais como decibelímetros, termômetros especiais, entre vários
outros.
Os levantamentos podem ser feitos pelos engenheiros de segurança do
trabalho ou pelos técnicos de segurança do trabalho. Os dados levantados
constarão de um documento/relatório que aponta os riscos levantados bem como
as medidas sugeridas e a efetiva aplicação destas por meio de um cronograma
com as datas efetivas (início e término) de cada ação prevista.
Lembremos que tais medidas sugeridas devem constar também do
PCMSO que adotará, com base nos riscos identificados pelo PPRA, ações em
conjunto para a correção dos riscos levantados.
Então, o PCMSO e o PPRA deverão englobar todas as outras normas.
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visível para todos, inclusive para a fiscalização, contendo os principais riscos na
empresa, para conhecimento de todas as pessoas que estiverem no local.
O PPRA deve ser revisado anualmente, com novos levantamentos e
relatórios dos riscos existentes ou mesmo dos riscos já corrigidos e as ações
preventivas e corretivas.
Ambos os programas podem ser solicitados tanto por funcionários que
estejam em processo de aposentadoria, no caso da existência de periculosidade
ou insalubridade na empresa, ou em reclamatórias trabalhistas, respondendo
seus elaboradores civil e criminalmente pelas informações contidas neles. Caso a
empresa não possua o SESMT, deverá contratar empresas especializadas para
elaboração dos programas.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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