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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR DA 6ª TURMA DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

AGRAVO REGIMENTAL Nº 1.320.546 - MS

ELISEU SIMÃO DA SILVA, vem oferecer AGRAVO


INTERNO contra a decisão proferida pelo Exmo. Sra. Ministra
Relatora do Agravo encaminhado a esse Superior Tribunal de
Justiça, a qual negou provimento ao Recurso Extraordinário,
apresentando, em separado, as razões de fato e de direito e,
inclusive, as de reforma da decisão guerreada.

AGRAVO INTERNO, com base no artigo 1.021 e seguintes do


Código de Processo Civil, e nos artigos 258 e seguintes do Regimento Interno do STJ.

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FATOS

O objetivo do presente recurso é obter a reforma da decisão


monocrática que inadmitiu o Recurso Extraordinário, negando o agravo ora recorrido,
que foi tempestivamente interposto, conforme demonstrado na cópia em anexo.

A referida decisão monocrática negou provimento ao recurso com


base na interpretação de que o recurso exigiria revolvimento do conjunto fático, o que é
defeso ao STJ em sede de recurso Extraordinário.

Contudo, este não é o objetivo do recurso, mas apenas tratar de


questões jurídicas, fim do próprio tribunal, tendo em vista a divergência nas decisões que
tratam da matéria, conforme amplamente demonstrado no recurso extraordinário. Isto
posto, deve-se dar provimento ao agravo recorrido e por via de consequência dar
seguimento ao recurso especial.

FUNDAMENTOS

A decisão monocrática que indeferiu o seguimento do recurso


extraordinário baseou sua decisão nos seguintes fundamentos:

Trata-se de recurso extraordinário, interposto por E.


S. DA S., com fundamento no art. 102, III, "a", da Constituição
Federal, contra decisão que negou provimento a agravo em recurso
especial (fls. 521-523), confirmada em sede de agravo regimental por
acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, assim
ementado (fl. 583):

PROCESSUAL PENAL. AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
INTEMPESTIVIDADE. AGRAVO NÃO CONHECIDO.
1. É intempestivo o agravo regimental interposto fora
do prazo de 5 dias corridos, nos termos dos arts. 39 da Lei 8.038/90 e
258, caput, do RISTJ.
2. Agravo regimental não conhecido. Nas razões do
recurso extraordinário (fls. 537-552), sustenta a parte recorrente que
está presente a repercussão geral da questão tratada e que houve ofensa
ao art. 5º, LV, LVI e LXI, da Constituição Federal.

Não foram apresentadas contrarrazões às fls. 597 e


600-604.

É o relatório.

O recurso extraordinário não comporta seguimento.

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Da leitura do acórdão prolatado pelo Superior
Tribunal de Justiça, verifica-se que se concluiu pela ausência de
preenchimento dos pressupostos de admissibilidade necessários ao
conhecimento do recurso da competência do Superior Tribunal de
Justiça, o que impediu a análise do mérito recursal.

E, consoante entendimento firmado pelo Supremo


Tribunal Federal, no julgamento da Repercussão Geral no RE 598.365
RG/MG, "a questão do preenchimento dos pressupostos de
admissibilidade de recursos da competência de outros Tribunais tem
natureza infraconstitucional e a ela são atribuídos os efeitos da ausência
de repercussão geral" (Tema 181/STF).

Confira-se, por oportuno, a ementa do aludido aresto:


PRESSUPOSTOS DE
ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA
COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. A
questão alusiva ao cabimento de recursos da
competência de outros Tribunais se restringe
ao âmbito infraconstitucional. Precedentes.
Não havendo, em rigor, questão constitucional
a ser apreciada por esta nossa Corte, falta ao
caso “elemento de configuração da própria
repercussão geral”, conforme salientou a
ministra Ellen Gracie, no julgamento da
Repercussão Geral no RE 584.608. (RE
598365 RG, Relator(a): Min. AYRES
BRITTO, julgado em 14/08/2009, DJe-055
DIVULG 25-03-2010 PUBLIC 26-03-2010
EMENT VOL-02395-06 PP-01480
RDECTRAB v. 17, n. 195, 2010, p. 213-218)

No mesmo sentido, segue precedente do Pleno do


Excelso Pretório:

(...) 3. O Supremo Tribunal


Federal já assentou a ausência de repercussão
geral da questão relativa ao cabimento de
recursos da competência de outros Tribunais,
por restringir-se a tema infraconstitucional
(Tema 181 - RE 598.365, Rel. Min. Ayres
Britto). 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do
CPC/2015, uma vez que não houve prévia
fixação de honorários de sucumbência. 5.
Agravo interno a que se nega provimento, com
aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º,

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do CPC/2015. (ARE 941152 AgR-EDv-AgR,
Relator Min. ROBERTO BARROSO,
Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2018,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-163
DIVULG 10-08-2018 PUBLIC 13-08-2018)

Dessarte, ante a ausência de preenchimento dos


pressupostos de admissibilidade do recurso da competência do
Superior Tribunal de Justiça, que afasta o cabimento do recurso
extraordinário em face da falta de repercussão geral, fica inviabilizada
a análise da questão constitucional suscitada.

Ante o exposto, com fundamento no art. 1.030, I,


alínea "a", primeira parte, do Código de Processo Civil, nego
seguimento ao recurso extraordinário.

Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 19 de fevereiro de 2019.

Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA


Vice-Presidente

Contudo, estes fundamentos não merecem prosperar, tendo em


vista que o cabimento do recurso extraordinário é manifesto, conforme previsto no inciso
III do artigo 102 da Constituição Federal, vejamos:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição ;

Ora, conforme já devidamente demonstrado no recurso, a


interpretação dada à lei federal tem divergido em diferentes tribunais, de modo que
imprescindível a decisão final e pacificação da matéria por este tribunal superior.

Pois bem, a toda evidência a decisão monocrática ora vergastada,


se pautou em transcrever, ipis literes de modo muito resumida a própria decisão que se
buscava discutir no superior Tribunal de Justiça, não contendo uma só linha de
fundamentação quanto a matéria de fundo trazida no agravo ora recorrido, que em

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verdade tem como conteúdo matéria exclusivamente de direito, quanto a má aplicação de
entendimento quanto a interpretação do art. 71 do Código Penal, conforme a seguir
transcrevemos.

Ínclitos Ministros, em que pese a ilibada sapiência dos cultos


Desembargadores, no caso em apreço, considerando que os fatos-
delituosos foram praticados contra duas irmãs, que eram vizinhas do
réu, com similitude de condições de tempo, lugar e maneira de
execução, resta imperioso o reconhecimento da continuidade delitiva
específica prevista no artigo 71, parágrafo único, do Código Penal.
Para que não se alegue que necessitaria de revolvimento do
contexto probatório para julgar a similitude das condições em que se
deram os fatos criminosos, imperioso destacar que a própria Denúncia
é inconteste em descrever que o delito era praticado de forma
simultânea contra as duas vítimas, verbis:

“(...) Do denunciado ELISEU SIMÃO DA SILVA, vulgo


“Bideu” Consta do incluso inquérito policial que no ano de 2007 e em
janeiro de 2008, em horários e dias INDETERMINADOS nos autos,
NA RUA TERENOS, N.º 610, BAIRRO PIRACEMA, nesta cidade,
o denunciado ELISEU SIMÃO DA SILVA, vulgo “Bideu”
constrangeu as vítimas ketellin Naiara Assis dos Santos e Andressa
Assis dos Santos, menores impúberes, com apenas 08 e 06 anos de
idade, respectivamente (cf. certidões de nascimento de fls. 09 e 12), a
praticar com ele atos libidinosos diversos da conjunção carnal,
consistente em passar as mãos, a língua e esfregar o pênis nos órgãos
genitais das infantes, conforme descrito nos Termos de Declarações
das vítimas de fls. 07-08 e 10-11.
Conforme se apurou, o denunciado ELISEU por diversas vezes
passou a mão na vagina da vítima Ketellin, oportunidade em que
enfiava o dedo na vagina da criança.
Consta que o denunciado ELISEU mostrava o pênis à vítima
Ketellin, mandando a criança segurá-lo e proceder a movimentos e,
ainda, esfregava o pênis na vagina da vítima.
Consta ainda que o denunciado ELISEU procedia da mesma
forma com a vítima Andressa, irmã da vítima Ketellin, e que tais fatos
eram realizados com as duas crianças SIMULTANEAMENTE.
Consta também que, em certa oportunidade, o denunciado
ELISEU colocou a vítima Andressa em cima da mesa e passou a
língua na vagina da mesma.

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Consta também que o denunciado ELISEU dava presentes e
dinheiro para as vítimas ketellin e Andressa, visando obter o silêncio
destas quanto aos atos libidinosos por ele praticados.” (ex vi Denúncia
de fls. 02/05) (grifei)
Como é cediço, o parágrafo único do art. 71 do Código Penal,
permite que o julgador, analisando as condições previstas no caput do
mencionado dispositivo legal, reconheça a continuidade delitiva em
crimes sexuais praticados contra vítimas diversas, desde que tenham
sido praticados nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes.
Logo, o venerável Acórdão, ao entender pelo afastamento da
continuidade delitiva, por tratar-se de vítimas distintas, dissentiu do
pacífico entendimento do Superior Tribunal de Justiça, cujos acórdãos
paradigmas, seguem abaixo transcritos, verbis:

“RECURSO ESPECIAL. PENAL. ESTUPRO DE


VULNERÁVEL (ART. 217-A DO CÓDIGO PENAL).
DOSIMETRIA. CONTINUIDADE DELITIVA. CRIMES
SEXUAIS PRATICADOS CONTRA VÍTIMAS
DIFERENTES. POSSIBILIDADE. PARÁGRAFO ÚNICO
DO ART. 71 DO CÓDIGO PENAL. NEGADO
SEGUIMENTO.” (Recurso Especial nº 1.347.085/MG
(2012/0209737-1) Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, SEXTA TURMA, DJe 20/02/2014.)

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL
COMETIDO CONTRA 03 (TRÊS) VÍTIMAS DIFERENTES.
CONTINUIDADE DELITIVA. NÚMERO ELEVADO DE
CRIMES. AUMENTO DA PENA FIXADO EM 2/3 (DOIS
TERÇOS). DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO. 1. Ainda que não se possa indicar precisamente
o número de delitos praticados pelo Acusado, o aumento da
pena em 2/3 (dois terços), devido a continuidade delitiva,
mostra-se adequado, pois os crimes foram praticados diversas
vezes contra 03 (três) vítimas diferentes. 2. Agravo regimental
desprovido.” (AgRg no AREsp. n. 192.678/MT, Rel. Min.
LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJe 15/5/2013.)

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR.
CONTINUIDADE DELITIVA. ART. 71 DO CP. VÍTIMAS
DISTINTAS. POSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 59 DO
CP. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. REEXAME DE
PROVAS. ÓBICE DO ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA/STJ.

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AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Nos termos do
parágrafo único do art. 71 do Código Penal, desde que
praticados dentro do mesmo contexto fático, devem ser
entendidos como crime único a prática da conjunção carnal e de
ato libidinoso diverso da cópula, ainda que perpetrados contra
vítimas distintas. 2. A análise das circunstâncias judiciais do
artigo 59 não pode ser conhecida, por demandar reexame do
contexto fático-probatório, incidindo, dessa forma, a Súmula 7
desta Corte. 3.. Agravo regimental improvido.” (AgRg no REsp.
n. 1.368.446/DF, Rel. Min. CAMPOS MARQUES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR, QUINTA
TURMA, DJe 2/9/2013.)

Diante de tais considerações, o Acórdão a quo merece reforma,


porquanto a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça se firmou
em sentido contrário ao adotado pelo Tribunal estadual
[...]

Da simples leitura da decisão recorrida e do Recurso


Extraordinário a que foi negado seguimento se verifica que o que se buscava era uma
discussão exclusivamente em matéria constitucional, sendo que sua negativa pela Corte
Superior, violou o sagrado direito do Contraditório e Ampla Defesa corolários do
Princípio do Devido Processo Legal.

Veja que os termos do Recurso ora recorrido, se fundam em


discutir matéria constitucional conforme segue:
[...]
Nas razões do recurso extraordinário (fls. 537-552),
sustenta a parte recorrente que está presente a repercussão geral
da questão tratada e que houve ofensa ao art. 5º, LV, LVI e LXI,
da Constituição Federal

Diante disso, fica demonstrado que em nenhum momento se


aventou em querer o recorrente revolver provas, consoante veda a súmula 7 desse
Superior Tribunal de Justiça, pelo que processar e enviar ao pleno o presente recurso é
medida que se impõem.

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PEDIDOS

Pelos fatos e fundamentos expostos, requer:

a) A remessa do presente agravo interno à Turma para que seja


devidamente provido, com vistas à reforma da decisão que indeferiu o recurso interposto
contra decisão da Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça, que negou seguimento
ao recurso extraordinário, com base no artigo art. 1.030, I, alínea "a", primeira parte, do
Código de Processo Civil;

b) Intimação do Ministério Público para responder, no prazo de


15 dias, ao presente agravo.

Nestes Termos
Pede Deferimento.

Cuiabá-MT ,20 de março de 2019.

Rodrigo Moreira Marinho


OAB/MT nº 18.791.

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